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CURSO ONLINE

O Futuro das Cidades, os Cidadãos e a UE:


uma construção com o poder local

DOCUMENTAÇÃO
Ideias-Chave / Módulo 2
8 Pilares de desenvolvimento de uma Smart City

Índice
Vídeo: Governança inteligente...................................................................................................... 2
Vídeo: Mobilidade Inteligente....................................................................................................... 3
Vídeo: Edifícios inteligentes .......................................................................................................... 4
Vídeo: Redes de energia inteligentes............................................................................................ 5
Vídeo: Redes de água e saneamento inteligentes ........................................................................ 6
Vídeo: Agricultura urbana ............................................................................................................. 7
Vídeo: Educação inteligente.......................................................................................................... 8
Vídeo: Sistemas de saúde inteligentes .......................................................................................... 9

Formação disponibilizada pelo INA na plataforma NAU de forma aberta a todos os interessados

1
Documentação produzida em dezembro de 2020
Vídeo: Governança inteligente
Especialista: Mónica Oliveira
Professora Catedrática
Departamento de Engenharia e Gestão / Instituto Superior Técnico

A Smart Governance é um pilar fundamental da implementação de uma Smart City e


pressupõe o uso da tecnologia e o envolvimento dos atores locais.
O envolvimento e participação dos atores locais pode traduzir-se, por exemplo, em:
 Acesso a dados abertos, serviços eletrónicos, canais de comunicação entre os cidadãos
e a administração pública, possibilitando aceder a esses serviços por vários
dispositivos, incluindo dispositivos móveis,
 Consulta dos cidadãos e mecanismos de audição na tomada de decisão, incorporando
tecnologia nos processos,
 Fóruns de discussão com cidadãos e peritos, para promover interação e consensos,
 Transparência na prestação do serviço público.
Quando falamos de uma Governança inteligente falamos necessariamente de um processo de
tomada de decisão também inteligente.
A governação das cidades pressupõe vários níveis de decisão e envolve vários atores.
Por exemplo, ao nível do planeamento estratégico da cidade, em que é necessário definir
objetivos, metas e ações e alinhar com as medidas de política, quer nacionais quer da União
Europeia (como seja a transição para cidades sustentáveis climaticamente neutras), é
importante envolver peritos e outros atores locais, incorporar conhecimento e estabelecer
consensos para fundamentar técnico-cientificamente os planos.
Mas não basta ouvir peritos para decidir e impulsionar a mudança da cidade.
É importante ouvir e envolver os diversos atores, em especial as pessoas que vivem n a cidade,
conhecer os seus comportamentos, as suas preferências, os seus problemas e o que pensam
das soluções.
Ouvindo as pessoas que vivem nas cidades e estimulando a sua participação na fase de
decisão, permitimos que:
 Transmitam o seu conhecimento,
 Compreendam as medidas implementadas,
 Se sintam envolvidas,
 Se criem consensos,
 Sejam participantes ativas da mudança.
Para este efeito, os dados têm que ser vistos como essenciais e têm que ser gerados, usando
métodos de audição e envolvimento das pessoas, de forma a não perder esta importante fonte
de informação.
A transformação das cidades, com vista a criar Smart Cities, ou cidades sustentáveis,
pressupõe uma mudança de paradigma e de atuação das pessoas, e isso só se consegue com
as pessoas.

2
Documentação produzida em dezembro de 2020
Vídeo: Mobilidade Inteligente
Especialista: Patrícia Baptista
Investigadora na área de Mobilidade Sustentável
IN+ / LARSyS / Instituto Superior Técnico / ID-IST

Nas últimas décadas tem surgido o conceito de sistema inteligente de transportes, que:
pretende dar mais poder ao utilizador,
através do fornecimento de informação em tempo real,
acessível por dispositivos móveis,
para que possa planear e escolher o meio de transporte mais adequado,
a cada necessidade de mobilidade.
O futuro passa por deixarmos de recorrer a mobilidade própria e encarar a mobilidade como
um serviço que está ao nosso dispor.
Para o efeito, a cidade deve organizar um portefólio de soluções robustas de mobilidade, que
permita dispensar a viatura própria.
Estas soluções têm o potencial de dar mais comodidade ao dia-a-dia do utilizador.
Para isso, o utilizador tem que ter uma experiência seamless (seamless é um adjetivo da língua
inglesa usado neste contexto para caraterizar uma experiência integrada, fluida, sem
descontinuidades, em que o utilizador não tem que mudar de cartão, nem percebe que mudou
de operador).
O planeamento urbano da cidade é crítico, uma vez que influencia as necessidades de
transporte.
A tendência deveria ser residir na mesma zona em que trabalhamos, em que temos as escolas
e serviços de que necessitamos, etc , para que as necessidades de mobilidade sejam mais
reduzidas e concentradas.
Temos que mudar a forma como nos movimentamos!

3
Documentação produzida em dezembro de 2020
Vídeo: Edifícios inteligentes
Especialista: Carlos Santos Silva
Professor Auxiliar
Departamento de Engenharia Mecânica / Instituto Superior Técnico

Um edifício inteligente é um edifício que aprende e executa ações de forma autónoma com o
objetivo de maximizar o conforto dos utilizadores e minimizar a utilização de recursos como a
energia e a água.
A maximização do conforto dos utilizadores é feita controlando de forma adequada a
temperatura, a iluminação e a qualidade do ar.
A minimização dos recursos é feita reduzindo o consumo de água e de energia (eletricidade,
gás), mas também proporcionando a reutilização local de água ou a geração local de energia a
partir de fontes renováveis.
O edifício inteligente primeiro aprende como os indivíduos o utilizam e quais os seus níveis de
conforto, e a partir daí intervém de forma autónoma, otimizando o uso dos recursos.
Pode implementar-se um sistema de aprendizagem de conforto para, por exemplo, regular a
temperatura ou a iluminação em função de cada indivíduo ou hora do dia.
A Diretiva de Edifícios de 2018 da UE vem reforçar a necessidade de tornar os edifícios mais
inteligentes.
Objetivos:
1. Identificar os edifícios que estão mais preparados para se tornarem mais inteligentes,
2. Dotá-los dessa inteligência.

Como?
A partir da transposição para a legislação nacional, todos os Estados-Membros vão ter que
criar uma classificação para identificar o estado de inteligência atual de cada edifício, através
de um indicador único designado “ Smart Readiness Indicator”.
O Smart Readinex Indicator mede a prontidão tecnológica do edifício para:
 Se adaptar, em resposta às necessidades do utilizador,
 Facilitar a manutenção e operação eficiente,
 Se adaptar, em resposta à situação da rede energética.

4
Documentação produzida em dezembro de 2020
Vídeo: Redes de energia inteligentes
Especialista: Hugo Morais
Professor Auxiliar
Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores / Instituto Superior
Técnico

O que é uma Smart Grid ou Rede Inteligente de Energia?


É uma rede que permite a integração de recursos energéticos distribuídos, incluindo a
produção distribuída baseada em fontes renováveis, sistemas de armazenamento, veículos
elétricos e a participação ativa dos consumidores.
Estas redes devem incorporar soluções tecnológicas de informação e comunicação, permitindo
a inclusão de algoritmos “inteligentes” nos sistemas de gestão das redes elétricas de forma a
monitorizar e otimizar de forma automática os fluxos de energia, ajustando-os às necessidades
de procura e oferta e fornecendo informação em tempo real do funcionamento dos diferentes
sistemas incluído da produção e do consumo.
Objetivo: criar as condições necessárias para o desenvolvimento da produção distribuída
(como os parques eólicos ou a produção fotovoltaica) e garantir o bom funcionamento das
redes, com os níveis de segurança adequados, a qualidade a que os utilizadores estão
habituados, a resiliência e ainda a cibersegurança.
1º Impacto : redução da pegada de carbono das cidades, pois permite o desenvolvimento mais
sustentável e a integração de energias renováveis no consumo.
Mudança radical na forma de consumo energético, por exemplo através da mobilidade
elétrica, que determina a eletrificação dos consumos e o aumento d a necessidade de energia
elétrica, logo, os recursos de geração devem ser renováveis para fechar o ciclo da
sustentabilidade.
Desafios: Integrar tecnologias modernas e complexas baseadas na digitalização, coexistindo
com as redes existentes, que são impossíveis de substituir pelo seu custo e dimensão.
Vantagens: Diminuir custos energéticos, aumentar a eficiência do consumo e reduzir a
poluição das cidades.
Mudança do papel do consumidor: o consumidor vai deixar de ser passivo e passar a
“prosumer”.

Nota : Prosumer é um neologismo inglês (em português, Prossumer) que provém da junção de
“produtor+consumidor”, indicando o papel de colaboração na produção do consumidor nas
sociedades pós-modernas e correspondendo a uma medida promovida e incentivada na UE.

5
Documentação produzida em dezembro de 2020
Vídeo: Redes de água e saneamento inteligentes
Especialista: Manuel Duarte Pinheiro
Professor Associado
Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos / Instituto Superior Técnico

Um Sistema Inteligente de Gestão da Água (SIGA) é um sistema que integra as diferentes fases
do ciclo da água, quer o ciclo da água mais natural quer um dos seus fluxos - água consumida.
Este sistema incorpora soluções tecnológicas de informação e comunicação, para criar
inteligência no sistema de forma a monitorizar e otimizar de forma automática os fluxos das
águas de consumo; abrangendo: (1) a sua captação, (2) distribuição e controlo dos caudais
perdas, (3) assegurar qualidade; (4) contribuir para ajustar ao uso, (5) assegurar tratamento
das águas residuais, sua (6) reutilizar e reduzir os impactes.
Ajusta a procura (uso) e oferta e fornece informação em tempo real dos consumos e estado
dos fluxos e do sistema assegurando a sua otimização. No ciclo natural, ajuda a prever, gerir e
atuar, embora mais cirúrgico, desde a precipitação à drenagem urbana até assegurando
serviços dos ecossistemas.
Objetivo: criar as condições necessárias para o desenvolvimento de um ciclo da água utilizada
antropicamente mais eficiente, fechar o ciclo da água e garantir o bom funcionamento das
redes e sistemas, com os níveis de segurança adequados, a qualidade a que os utilizadores
estão habituados, a resiliência e ainda a cibersegurança.
1º Impacto : redução do consumo de água, utilizando água ajustada a cada uso e reduzindo a
pegada de hídrica das cidades, pois permite o desenvolvimento mais sustentável e a redução
das perdas e poluição; preparando-se para as alterações climáticas, contribuindo para reduzir
os riscos de efeitos extremas como seca, inundações e para assegurar os serviços dos
ecossistemas.
Desafios: Integrar tecnologias modernas e complexas baseadas na digitalização, coexistindo as
atualizações e partes de redes e sistemas existentes, que são impossíveis de substituir pelo seu
custo e dimensão, numa lógica de aumento estrutural da eficiência, ajustar a qualidade ao uso
e devendo estruturalmente trabalhar em parceria com a natureza.
Pressupõe uma mudança radical na forma de uso e gestão da água, por exemplo através de
informar e ajustar o consumo de forma eficiente, reaproveitar as águas resíduos, criando um
sistema mais circular e resiliente, contribuindo para a sustentabilidade e desenvolvimento
integrado.
Vantagens: Utilizar de formas mais eficiente um recurso escasso e oneroso que é a água,
diminuir custos energéticos, aumentar a eficiência do consumo e reduzir a poluição das
cidades e contribuir para assegurar o ciclo da água.
Mudança do papel do consumidor: o consumidor vai deixar de ser passivo e passar a ter um
papel mais ativo, também de “prosumer” (produtor + consumidor), ao poder ajustar o uso e
sobretudo produzir águas residuais (cinzentas e negras), que depois de tratadas podem utilizar
ou ao fazer opções que criam condições para serviços de água circulares entre outros.
“A água é força motora de toda a natureza”, Leonardo da Vinci
Não podemos nem devemos esquecer que fazemos parte do ambiente e dele dependemos.

6
Documentação produzida em dezembro de 2020
Vídeo: Agricultura urbana
Especialista: Khadija Benis
Investigadora em Sistemas Urbanos
IN+ / LARSyS / Instituto Superior Técnico

Agricultura urbana inteligente, tal como o nome indica é a produção de alimentos nas cidades
integrando a tecnologia.
Procura:
a eficiência,
a otimização,
a sustentabilidade,
a integração de tecnologia,
a integração da produção agrícola na envolvente edificada,
como mais uma atividade económica da cidade.

A tecnologia permite produzir plantas que recebem exatamente o que precisam para crescer,
em quantidade e qualidade, com pouca energia e nos edifícios, usando sensores (“precision
farming”) e técnicas de cultivo sem solo.
Os sistemas de abastecimento urbanos são frágeis e as cidades são dependentes das
importações.
Mas não se pretende que a agricultura venha toda para as cidades.
A agricultura urbana inteligente é uma solução com vantagens várias, tais como:
 a educação da população – aproximando a agricultura dos consumidores,
 a poupança de recursos com o transporte,
 a sustentabilidade ambiental, económica e também social – promovendo novos tipos
de emprego na cidade e nova área de negócio,
 e a segurança alimentar com produção local.

7
Documentação produzida em dezembro de 2020
Vídeo: Educação inteligente
Especialista: Ana Moura Santos
Professora Auxiliar
Departamento de Matemática / Instituto Superior Técnico
Coordenadora MOOC Técnico / IST

O conceito de Smart Education, ou Educação inteligente, está ligado ao conceito de Smart City,
relacionando a tecnologia que nos rodeia à forma como aprendemos e acedemos ao
conhecimento.
As metodologias recentes usadas na edução, nomeadamente a educação online, trouxeram a
ligação entre a tecnologia, o ensino, a investigação e a aprendizagem, permitindo a
aprendizagem ao longo da vida.
A Smart Education carateriza-se por :
 Acessibilidade: em qualquer local, a qualquer hora,
 Incorporação de tecnologia, enriquecendo os métodos e forma de aprendizagem,
 Sistematização de conhecimento relevante e atualizado,
 Disponibilização do conhecimento não só ao público estudantil habitual, mas a todos
os cidadãos,
 Produção de dados que permitem analisar, adaptar e melhorar os conteúdos
disponibilizados,
 Ensino mais ativo, individualizado, customizado.

A Smart Education pressupõe a adaptação da forma como ensinamos e disseminamos o


conhecimento à forma como aprendemos e vivemos hoje, em sociedades complexas,
rodeados por tecnologia em constante desenvolvimento.

8
Documentação produzida em dezembro de 2020
Vídeo: Sistemas de saúde inteligentes
Especialista: José Santos-Victor
Professor Catedrático
Departamento de Engenharia Eletrotécnica e Computadores / Instituto Superior
Técnico
Presidente do ISR / Institute for Systems and Robotics
Coordenador do LARSyS / Laboratório de Robótica e Sistemas de Engenharia

Uma cidade sem pessoas não existe.


Ao longo dos tempos as cidades tornaram-se num grande polo de atracão, onde hoje vive e
trabalha a maior parte das pessoas.
Com o aumento da esperança média de vida, e também com uma maior fragilidade associada
a idades mais avançadas, o desenvolvimento de sistemas de saúde inteligentes, que
incorporam tecnologia, são um importante contributo à promoção da saúde, à qualidade de
vida e à autonomia das pessoas, e portanto, às cidades.
Os Sistemas de saúde inteligentes visam contribuir para assegurar a saúde e o bem-estar dos
cidadãos, investindo antes de ocorrer doença, e recorrendo à tecnologia.
Uma das formas de usar a tecnologia na saúde é através de sensores inteligentes, que existem
hoje em grande variedade, e que podem recolher muita informação que permite monitorizar
um conjunto de variáveis/bio-marcadores e acompanhar, detetando precocemente possíveis
sintomas de risco (ou doença) e permitindo assim uma intervenção antecipada.
A distância ao Hospital ou Centro de Saúde é percecionada pelo utente como fator de risco; os
sistemas de saúde inteligentes, que permitem monitorizar o estado de saúde das pessoas de
forma regular e à distância, reforçam a perceção de segurança e tornam as cidades mais
atrativas.
Estes sistemas também contribuem para um aumento da consciencialização de cada um de
nós relativamente a comportamentos com influência no nosso bem-estar e saúde.
Do ponto de vista de cuidados médicos, a integração de toda esta informação e dados médicos
dispersos em vários sistemas informáticos e suportes variados, permite diminuir o tempo que
o médico hoje despende a registar dados nas plataformas informáticas, libertando mais tempo
para interagir com o utente. A integração das várias fontes de informação e dados,
proporciona uma visão mais global da pessoa e diminui a necessidade de acesso aos grandes
serviços de saúde.
Além dos sensores e sistemas inteligentes, a robótica também tem inúmeros
desenvolvimentos na área da saúde; por exemplo, hoje já há em Portugal robots a serem
desenvolvidos para apoio às populações idosas em residências sénior, para estimulação física e
cognitiva, ou para assistir os terapeutas em sessões com crianças autistas.
A tecnologia tem um importante papel a desempenhar na promoção da saúde e bem-estar das
pessoas que são, no fundo, as nossas cidades.

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Documentação produzida em dezembro de 2020

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