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ILMO SR.

CHEFE DA PAGADORIA DE PESSOAL DOS INATIVOS DA


POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

???????????????????????????????????????????????????????????
????????????????????????????, residente e domiciliado na endereço residencial, por
sua advogada, instrumento de mandato em anexo, com escritório na endereço do
advogado, vem a presença de V. Sa. requerer habilitação à pensão militar, deixada pelo
“de cujus”, falecido em "data", pelos fatos e fundamentos jurídicos expostos abaixo:

SÍNTESE DOS FATOS

A requerente é filha do militar falecido Sr;??????????, que no momento


de sua morte deixou viúva, um filho hoje maior e casado e duas filhas(colocar nome
delas e estado civil)

Desta forma, após a morte do segurado militar, a viúva Sra.??????????,


pleiteou o benefício de Pensão Por Morte, o que lhe concedido.
Ocorre que no dia ???????, a viúva faleceu e conforme requerimento
anexo, a requerente requereu a exclusão do benefício em favor de sua mãe, para que
pudesse exercer seu direito de beneficiária do pai.

Oportuno relatar que os irmãos são maiores e não dependiam da pensão


recebida pela genitora, reiterando neste ato que abdicam do pleito de pensão por morte
em seu favor.

De outra sorte, conforme demonstrado pela documentação em anexo, a


requerente jamais se casou, sempre morou com a genitora, demonstrando sua condição
de dependente, fazendo jus ao recebimento do benefício aqui solicitado, amplamente
consignado nos fatos e fundamentos a seguir delineados:

DO DIREITO

No caso em análise, o de cujos exerceu os serviços para o Estado dentro


do período da Lei 3.675/60, ainda quando vigorava o direito do recebimento de pensão
às filhas, mesmo que maiores ou casadas, senão vejamos:

Artigo 7º a pensão militar defere-se da seguinte ordem:

I – Viúva

II – aos filhos de qualquer condição, exclusive os maiores de sexo


masculino, que não sejam interditos ou inválidos.
Segundo se infere do artigo acima esculpido, não importava a condição
das filhas, o que significa dizer que o independentemente do estado civil, maioridade ou
dependência, estas eram beneficiárias da pensão do pai militar.

A partir de 1991, com a introdução da Lei 8.216, a pensão militar passou


a ser deferida em processo de habilitação, em ordem de prioridades, não vejamos:

I – Viúva ou viúvo, companheiro ou companheira, filhas solteiras e filhos


menores de 21 anos ou, quando estudantes menores de 24 anos.

A nova Lei dava direito as filhas, mas restringiu-se a serem solteiras.


Entretanto, a nova regra perdeu o vigor, sendo declarada inconstitucional, voltando a
vigência da Lei antiga.

Salienta-se ainda, que a partir da Medida provisória 2.215/2001, o


entendimento que abrange o direito de pensão por falecido militar para as filhas foi
alterado, e, somente as filhas menores e dependentes passaram a receber o benefício.

Ocorre que a própria medida Provisória manteve os benefícios da Lei


3.765/60, que assegura o direito da requerente, uma vez o art. 5º, inciso XXXVI da
nossa Carta Magna, determina que "A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada (…)”
Por todo exposto, resta claro, o direito garantido a Pensão por Morte das
filhas de militar que exerceu suas atividades no âmbito da vigência da Lei 3.765/60, não
importando sua condição, idade ou estado civil.

É de uma importância salientar, novamente, que o falecimento do pai da


requerente ocorreu em ???????, ou seja, período ainda em vigência da Lei 3.675/60 e
anterior ao ano de 2.000, quando houve a alteração feita pela Medida provisória 2.215,
ratificando ainda mais o direto garantido da requerente.

Nossos Tribunais também são uníssonos nesse assunto, senão vejamos:

ADMINISTRATIVO. EX-COMBATENTE. PENSÃO ÀS FILHAS


SOLTEIRAS MAIORES DE 21 ANOS. LEIS NºS 4.242/63, 4.297/63 E
8.059/90. ÓBITO DO INSTITUIDOR DA PENSÃO ANTES DE
04/07/1990.

I - A pensão por morte de ex-combatente rege-se pela legislação vigente


na data de seu óbito.

II - Nos termos da legislação anterior (Lei nº 4.242/63) fazem jus à


pensão dos ex-combatentes os filhos de qualquer condição, salvo os do
sexo masculino, se maiores e não interditados ou inválidos. Direito
adquirido dos impetrantes. Precedentes deste Tribunal.

III - Apelação e Remessa Oficial improvidas.

Acórdão

A Turma, por unanimidade, negou provimento à Apelação e à Remessa.


(Tribunal Regional Federal da 1ª Região TRF-1 -APELAÇÃO EM
MANDADO DE SEGURANÇA: AMS 70515 MG 1999.01.00.070515-4,
proc. AMS 70515 MG 1999.01.00.070515-4, SEGUNDA TURMA, pub.
12/04/2004 DJ p.34, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR
ARAM MEGUERIAN)

Nesse sentido também decidiu o Nobre desembargador Marco Aurélio:

O DIREITO À PENSÃO DE EX-COMBATENTE É REGIDO PELAS


NORMAS LEGAIS EM VIGOR À DATA DO EVENTO MORTE.
TRATANDO-SE DE REVERSÃO DO BENEFÍCIO À FILHA MULHER,
EM RAZÃO DO FALECIMENTO DA PRÓPRIA MÃE QUE A VINHA
RECEBENDO, CONSIDERAM-SE NÃO OS PRECEITOS EM VIGOR
QUANDO DO ÓBITO DESTA ÚLTIMA, MAS DO PRIMEIRO, OU
SEJA, DO EX-COMBATENTE. (MS 21.707/DF, Pleno, rel. orig. min.
Carlos Velloso, rel. Des. Min. Marco Aurelio, DJU 22.9.95, p. 30.590).

Outra acórdão no mesmo sentido:

MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO PREVIDENCIÁRIO.


DIREITO ADMINISTRATIVO. PENSÃO POR MORTE. FALECIMENTO
DA VIÚVA BENEFICIÁRIA. DIREITO À REVERSÃO. FILHA MAIOR
DE QUALQUER ESTADO CIVIL. APLICÁVEL A LEI EM VIGOR NA
DATA DO ÓBITO DO SEGURADO. LEI ESTADUAL Nº 897/50.
DIREITO ADQUIRIDO DAS FILHAS À REVERSÃO DO BENEFÍCIO.
ARTIGO 18, ITEM 2, POR EXPRESSO DISCIPLINAMENTO LEGAL.
APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 240, DO STJ E 35 DO TJCE.
SEGURANÇA CONCEDIDA.

1.Cuidam-se os autos de Mandado de Segurança impetrado por


Claudete Barreto de Moura e Maria Neide Ferreira da Silva objetivando
a concessão de pensão por reversão de sua genitora, viúva beneficiária
de ex-militar falecido, nos termos da Lei Estadual nº 897/50 por se
enquadrarem no conceito de beneficiárias do montepio militar na
condição de filhas solteiras, viúvas ou casadas do contribuinte.

2.Aplicabilidade da legislação vigente à época da concessão do


benefício previdenciário, na forma da súmula nº 340 do STJ e súmula nº
35 do TJCE onde havia direito adquirido das impetrantes à reversão do
benefício previdenciário.

3.A reversão de montepio militar às filhas mulheres, em razão do


falecimento de sua genitora, deve seguir as regras previstas pela
legislação na data do óbito do segurado instituidor do benefício.
Precedentes do STF, STJ e desta Corte de Justiça.

4.Segurança concedida. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes


autos, acorda a Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará, unanimemente pela concessão da segurança nos termos do voto
do Relator. Fortaleza, 22 de março de 2018 PRESIDENTE TJCE
Presidente do Órgão Julgador DESEMBARGADOR PAULO
FRANCISCO BANHOS PONTE Relator. (Tribunal de Justiça do Ceará
TJ-CE - Mandado de Segurança: MS 0621419-97.2014.8.06.0000 CE
0621419-97.2014.8.06.0000, pub. 22/03/2018, Rel. PAULO
FRANCISCO BANHOS PONTE)

No caso em tela, o militar prestou serviços e faleceu durante a vigência


da Lei 3.765/60, o que garante a requerente o direito adquirido ao benefício, conforme o
entendimento jurisprudencial amplamente demonstrado.

Assim, a partir dos fatos delineados que garantem o direito garantido,


expresso na C.F., em artigo 5º XXXVI e documentos acostados ao presente, que
comprovam a qualidade de filha beneficiária do falecido, faz jus a requerente a
concessão da Pensão Por Morte Militar.
DO PEDIDO

Pelas razões de fato e de direito acima expostas, requer-se:

a - A concessão da pensão por morte à filha ??????????, nos termos da


Lei 3.675/60, tendo a vista a morte do segurado ter se dado em ?????ainda em sua
vigência, em consonância com o direito adquirido expresso no artigo 5º XXXVI da
nossa Carta Magna;

b - O valor da pensão por morte com base no disposto no art. 32 e incisos


da Lei complementar nº 073 de 04 de fevereiro de 2004.

Nesses termos,

Pede e espera deferimento.

Poços de Caldas 30 de março de 2020.

Laura Matos de Aguiar

OAB/MG

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