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CULTIVO DO MILHO
Germinação e Emergência
1Eng. Agr., PhD, Embrapa Milho e Sorgo. Caixa Postal 151 CEP 35 701-970 Sete Lagoas, MG.
E-mail: pcesar@cnpms.embrapa.br
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O controle de plantas daninhas nessa fase é No estádio V8, inicia-se a queda das primeiras
fundamental para reduzir competição por luz, folhas e o número de fileiras de grãos é
água e nutrientes. Como o sistema radicular definido. Durante esse estádio, constata-se a
está em pleno crescimento, mostrando máxima tolerância ao excesso de chuvas. No
considerável porcentagem de pêlos entanto, encharcamento por períodos de
absorventes e ramificações diferenciadas, tempo maior que cinco dias poderá acarretar
operações inadequadas de cultivo (profundas prejuízos consideráveis e irreversíveis.
ou próximas à planta) poderão afetar a
Estresse hídrico nessa fase pode afetar o com-
densidade e a distribuição de raízes, com
primento de internódios, provavelmente pela
conseqüente redução na produtividade.
inibição da alongação das células em desenvol-
Portanto, é recomendada cautela no cultivo.
vimento, concorrendo, desse modo, para a
diminuição da capacidade de armazenagem de
açúcares no colmo. O déficit de água também
vai resultar em colmos mais finos, plantas de
menor porte e menor área foliar.
O número de óvulos que será fertilizado é A escolha do genótipo para uma determinada
determinado nesse estádio. Óvulos não região, assim como a época de semeadura,
fertilizados evidentemente não produzirão deve ser fundamentada em fatores como
grãos. finalidade da produção, disponibilidade de
calor e água, ocorrência de veranicos durante
Estresse ambiental, nessa fase, especialmente
o ciclo, bem como no nível tecnológico a ser
hídrico, causa baixa polinização e baixa
adotado, entre outros.
granação da espiga, uma vez que, sob seca,
tanto os “cabelos” como os grãos de pólen
tendem à dissecação. Não se deve descuidar
de insetos como a lagarta-da-espiga, que se
alimentam dos “cabelos”, deve-se combater
essas pragas, caso haja necessidade. A absor-
ção de potássio nessa fase está completa,
enquanto nitrogênio e fósforo continuam
Figura 8. Estádio R1, mostrando detalhe dos estilos-estigmas
sendo absorvidos.
(cabelo do milho) capturando grãos de pólen.
A liberação do grão de pólen pode iniciar ao
amanhecer, estendendo-se até o meio-dia. No Estádio R2, grão bolha d’água
entanto, esse processo raramente exige mais
Os grãos aqui apresentam-se brancos na
de quatro horas para sua complementação.
aparência externa e com aspectos de uma
Ainda sob condições favoráveis, o grão de
bolha d’água (Figura 9). O endosperma,
pólen pode permanecer viável por até 24
portanto, está com uma coloração clara, assim
horas. Sua longevidade, entretanto, pode ser
como o seu conteúdo, que é basicamente um
reduzida quando submetido a baixa umidade e
fluido, cuja composição são açúcares. Embora
altas temperaturas.
o embrião esteja ainda desenvolvendo-se
O estabelecimento do contato direto entre o vagarosamente nesse estádio, a radícula, o
grão de pólen e os pêlos viscosos do estigma coleóptilo e a primeira folha embrionária já
estimula a germinação do primeiro, dando estão formados. Assim, dentro do embrião em
origem a uma estrutura denominada de tubo desenvolvimento já encontra-se uma planta de
polínico, que é responsável pela fecundação milho em miniatura. A espiga está próxima de
do óvulo inserido na espiga. A fertilização atingir seu tamanho máximo. Os estilos-
ocorre de 12 a 36 horas após a polinização, estigmas, tendo completado sua função no
período esse variável em função de alguns florescimento, estão agora escurecidos e
fatores envolvidos no processo, tais como começando a secar.
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reconhecida, pois, quando os grãos presentes Estresse ambiental nessa fase pode antecipar
são submetidos à pressão imposta pelos o aparecimento da formação da camada preta,
dedos, mostram-se relativamente indicadora da maturidade fisiológica. A
consistentes, embora ainda possam apresentar redução na produção, nesse caso, seria
pequena quantidade de sólidos solúveis, cuja relacionada ao peso dos grãos e não ao
presença em abundância caracteriza o estádio número de grãos. Os grãos nesse estádio
R3 (grão leitoso). apresentam-se com cerca de 55% de umidade.
Os grãos encontram-se com cerca de 70% de Materiais destinados a silagem devem ser
umidade e já acumularam cerca da metade do colhidos nesse estádio, pois as plantas
peso que eles atingirão na maturidade. A apresentam em torno de 33 a 37% de matéria
ocorrência de adversidades climáticas, seca. O milho colhido nessa fase apresenta as
sobretudo falta de água, resultará numa maior
seguintes vantagens: apesar do decréscimo na
porcentagem de grãos leves e pequenos, o
produção de matéria verde, obtém-se
que comprometeria definitivamente a
significativo aumento na produção de matéria
produção.
seca por área; decréscimo nas perdas de
armazenamento, pela diminuição do efluente,
e aumento significativo no consumo
voluntário da silagem produzida.
Figura 11. Estádio R4, grão pastoso, época ideal para uso de
Figura 12. Estádio R5, formação de dente.
silagem.
Estádio R5, Formação de dente
Esse período é caracterizado pelo
aparecimento de uma concavidade na parte
superior do grão, comumente designada de
“dente”, coincide normalmente com o 36o dia Figura 13. Detalhe do desenvolvimento da linha do leite.
após o princípio da polinização (Figura 12). Estádio R6, Maturidade Fisiológica
Nessa etapa, os grãos encontram-se em fase
de transição do estado pastoso para o Esse é o estádio em que todos os grãos na
farináceo. A divisão desses estádios é feita espiga alcançam o máximo peso seco e vigor;
pela chamada linha divisória do amido ou ocorre cerca de 50 a 60 dias após a
linha de leite. Essa linha aparece logo após a polinização. A linha do amido já avançou até
formação do dente e, com a maturação, vem a espiga e a camada preta já foi formada. Essa
avançando em direção à base do grão. Devido camada preta ocorre progressivamente da
à acumulação do amido, acima da linha é duro ponta da espiga para a base (Figura 14). Nesse
e abaixo é macio (Figura 13). Nesse estádio, o estádio, além da paralisação total do acúmulo
embrião continua desenvolvendo-se, sendo de matéria seca nos grãos, acontece também
que, além do acentuado acréscimo de volume o início do processo de senescência natural
experimentado pelo endosperma, mediante o das folhas das plantas, as quais
aumento do tamanho das células, observa-se gradativamente começam a perder a sua
também a completa diferenciação da radícula coloração verde característica.
e das folhas embrionárias no interior dos O ponto de maturidade fisiológica caracteriza
grãos. o momento ideal para a colheita, ou ponto de
Alguns genótipos do tipo “duro” não formam máxima produção, com 30 a 38% de
dente, daí, nos referidos materiais, ser mais umidade, podendo variar entre híbridos. No
difícil notar esse estádio, podendo apenas entanto, o grão não está ainda em condições
relacioná-lo ao aumento gradativo da dureza de ser colhido e armazenado com segurança,
dos grãos. uma vez que deveria estar com 13 a 15% de
umidade, para evitar problemas com a
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Comunicado Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Comitê de Presidente: Ivan Cruz
Embrapa Milho e Sorgo Secretário-Executivo: Frederico Ozanan Machado Durães
Técnico, 39 Caixa Postal 151 CEP 35701-970 Sete Lagoas, MG Publicações Membros: Antônio Carlos de Oliveira, Arnaldo Ferreira da
Fone: 0xx31 3779 1000 Silva, Carlos Roberto Casela, Fernando Tavares Fernandes e
Fax: 0xx31 3779 1088 Paulo Afonso Viana
E-mail: sac@cnpms.embrapa.br