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<7 Consretisa1 Peproso Contos Populares O@RTUGUESES Tio Contos Popes Portogenst fa Eduors» Settler id ‘Camis a Prodase (Dados naenaionae a Catalogo na Publeaste (CIP) "Care Branira do ivr S8Orai) TONTGE populares portugueR ‘Gonsigiicrs Pedros « 44 reimpr. da 1. ed. de 2001. ODN 06-07701-22-x 1. Contos folelérices - Portugal 2. Contos portuguanes 1 Pedroso, consigiiers, last: ‘eto. 06-8101 cpo-069.9 Traces pars clogs senda 1. Contos populares : Literatura portuguese 250.9 Diretosresermdos para a ngua poreuguesa 19 Lanay Livrarta ators e Dizebuldor eda “Teblve (11) 1361-5300 (wane chev) ‘iy A FILHA DA BRUXA Fra uma vez uma bruxa, € tinka uma filha, que se chamava Guiomar, que gostava muito dé um| principe. ‘A mile no queria que ela casasse com cle: mas cla disse ao principe que se vestisse de pobre e que viesse pedir esmola uin dia que a mie no estivesse em casa, porque ela abria-the a porta. (O principe assim fez. A menina meteu-o atris da porta ¢ ensinou-the que, quando a mac viesse, Ihe dissesse que era um pobre, e que pedisse que 0 re- colhesse por aquela noite. ‘A bruxa, quando entroa em casa, disse: — Cheira-me aqui a sangue real! — Nao, minha mae, disse a menina, € um pobre que anda pedindo esmola e que quer ser recolhido, Porque nao tem onde ficar. — Pois que fique, respondeu a bruxa, mas ama- nha ha de apresentar-me uma bilha cheia de de passarinho! principe, pela manha, foi chorando ter com a ‘menina, para que Ihe dissesse como havia de arranyj a bilha de mijo de passarinho. A menina, que sabia também alguma coisa de bruxaria, respondeu: lhe: — Nao te aflijas, que cu te ensino como has de fazer isso! 33 Depois disse-Ihe que fosse por uma bilha a0 pé de um muro. que ela Ihe ensinow, que 3 noite a fos- se buscar, que a encontraria cheia de mijo de passa- Finho. Mas recomendou-Ihe muito que nao dissesse nada A mae, que ela é que o tinha ensinado. ( principe assim fez. Foi por a bilha no tal muro, © A noite encontrou-a cheia de mijo de passarinho € foi entrega-la & mac. A bruxa quando viu a bilha respondeu. — Ah! ah! ah! mios de Guiomar andaram por aqui O principe disse que nao. A bruxa entao disse-Ihe: — Amanha has de ir dispor cepas, e 4 noite his de trazer-me um casto de uvas delas. © principe foi outra vez chorando ter com a me- nina, ¢ contou-he 0 que a mie Ihe tinha mandado fazer. Ela disse-Ihe que nao se afligisse, que fosse Plantar as cepas, € que a noite fosse Ii que acharia © principe assim fez: foi dispor as cepas, e 2 noite tornou 4, achou as uvas e foi Tevé-las & mae. ‘A bruxa, quando as viu, di — Ah! ah! ah! mos de Guiomar andaram por aqui © principe disse que nio, ¢ foi ter, muito con- tente, com a menina. Depois combinaram fugir no outro dia, quando amie safsse, No outro dia, quando apanharam a mae fora de casa, arranjaram tudo para se irem embora. A menina & saida da porta cuspiu tes vezes. ¢ de- pois fugiram os dois. Quando a bruxa bateu & porta, respondeu-the um dos cuspos: — Quem 67 A bruxa disse: — Abre, Guiomar! 54 Respondeu-Ihe 0 outro cuspo: — Guiomar fogiut — Com quem? Respondeu-Ihe o terceiro cuspo: — Com um rapaz! A bruxa disse para o pai da menina que fosse cor- rendo, que ainda os apanhava. © pai foi correndo. ‘A menina, quando chegou ao meio do caminho, olhou para tise viu o pai. Disse entio para o principe: — Af vem o meu pai, que hei de fazer? © prfacipe, muito assustado, disse: — E agora”! ‘A menina fespondeu que ela arranjava tudo, disse: — O meu menino se faga numa estrada, e eu num velho com 0 saco As costas! E assim foi. Veio depois o pai ¢ viu aquele ve- Iho, € perguntow-Ihe: — Otiozinho, viu por aqui passar uma rapariga ‘com um rapaz? (0 velho respondeu: Vendo nozes. compro alhos: Compro athos, vendo nozes. Vendo nozes, compro athos; Compro athos, vendo nozes. © pai aborreceu-se com a resposta e voltow para tris. A bruxa, apenas © viu, perguntou-the: — Entio, encontraste Guiomar? Ele respondeu-the: — Nao: encontrei um velho com um saco as costas e perguntei-Ihe se tinha visto por ali passar uma rapariga com um rapaz, ¢ ele respondeu-me: 3s Vendo nozes, compre athos: Aborrect-me com a resposta e vim ‘A bruxa disse: — Apanhasses, que era Guiomar! mandou-o outra vez, e disse-Ihe que se encon- trasse 0 velho com o saco as costas, que o apanhas- se, que era Guiomar, © pai voltou outra vez, ¢ a menina viu-o € disse para o principe —O meu menino se faga numa ermida e eu num ermitac © pai quando chegou perguntou: — O tiozinho, viu por aqui passar uma rapariga, ‘com um rapaz? © ermitao respondeu: 12 embora, Tio, tim, tien, Toca & missa, Vai o padre para o atiar Tien, tim, tien, Toca a missa, Vai o padre para 0 altar — Nio Ihe pergunto por isso, disse 0 pai, mas se vossemecé viu passar por aqui uma rapariga e mais um rapaz? © ermitéo tomou a responder: Tien, tim, tem, Toca @ inissa, 56 © pai aborreccu-se ¢ voltou para tds. Quando chegou 2 casa, contou & bruxa © que the awontecera. Ela disse-Ihe: —- Apanhasses, que era Guiomar! E j4 que no tens habilidade, vou agora 14 eu! ‘Quando a menina ia quase no fim do caminho, thou para tris e disse muito assustada — Ai! que ld vem a minha mie! Do meu pai me tenho eu livrado, mas agora de minha mie é que eu no sei como hei de fazer"... Depois disse: —O meu menino se faga num rio © eu numa, ‘Quando a mae velo, conheceu-a logo: chegou 20 pé do rio € disse tres vezes: — Guiomar, vem para casal A enguia respondeu-the todas as vezes com 0 rabo, que ndo. A bruxa disse entio: —A praga que eu te rogo € que 0 principe, logo ‘que chegue ao palicio, a primeira pessoa que Ihe de um beljo, ele logo se esquega de ti! E foi-se embora. Os dois tornaram a mesma em que estavam antes ¢ continuaram a andar. A meni- na disse ao principe: — Toma cuidado, ninguém te beije, porque as Pragas que minha mde roga sfo muito certas! principe entrou no palécio com muito cuida- do, para que nem a mae nem as irmais 0 beijassem, Como vinha muito cansado, deitou-se a dormir. Uma irmi, que passou pelo quarto, vendo-o a dormir sossegado, deu-Ihe um beljo. O principe, quando acordou e a menina Ihe falava, ele nio a conhecia. 37 A menina, logo que viu isto, lembrou-se da pra~ ga da mae e foi morar para uma casa, que estava defronte do paldcio, € todos os dias se vestia © pre- parava muito bem ¢ punha-se a janela. Um dia estavam trés camaristas & janela do pa- écio e disseram uns para os outros: — Quem serd aquela menina, que est ali de- fronte? — Vou saber ¢ perguntar-Ihe se ela me pode fa- lar, disse um. ‘Passou par baixo da janela e perguntou A meni- tna se Ihe podia dar uma fala. A menina respondew que sim, que viesse as quatro horas da tarde. Quan- do o camarista velo, sentou-se a conversar. Ta j& itecendo, ¢ a menina disse: — 14 é quase noite e a minha eriada nao vern ara me acender a luz! (© camarista disse que a ia acender. Comegou a querer fazer lume com o fuzil e a pedemeira, mas, por mais que fizesse, ndo podia acender a isca, ¢ ficou com os dedos a escorrer em sangue. Sain desesperado pela porta fora e fol para o paldcio. A menina fazia isto por bruxaria, para o principe ir falar com ela. (© camarista contou © que Ihe tinha sucedido, € um dos outros dois disse: — Aposte em como eu Id vou amanha, e ela nao me faz isso! No outro dia passou por baixo da jancla, pergun- tou menina se lhe podia falar, e ela disse-Ihe que sim, quando quisesse. © camarista entrou ¢ comegou a conversar com 58 Quando estavam a conversar ha bocado, ela disse: — Tenho tanta sede e a minha criada ndo vem para me dar agua! O camarista disse que tha ia dar. Pegou num cope e numa bilha que estavam em cima de uma mesa e comesou a deitar agua, Mas a 4gua em lugar de ir para © copo, ia para cima dele, de maneira que fi- cou todo enchareado, Saiu desesperado ¢ foi para 0 palécio, Contou que Ihe tinha sucedido, e entao 0 terceiro camarista disse: — Aposto em comoeu li vou ¢ ela niio me faz isso! No outro dia passou por baixo da janela, pergun- tou-lhe se podia ir falar com ela, ¢ a menina disse Ihe que sim. ‘Quando estavam conversando, comecou a levan= tar-se muito vento. A menina disse: — Ai! Faz tanto vento, e a minba criada ndo vem para me fechar a janela! © camarista disse que a ia fechar. A janela co- megou entdo a abrir-se e a bater-Ihe no peito, ¢ quanto mais ele a queria fechar, mais ela Ihe batia, a ponte de ele estar deitando sangue pela boca. ‘alu pela porta fora todo desesperado e foi para © palicio. O principe encontrou-os todos trés ¢ queixaram- se © perguntou 0 que era. Eles contaram-Ihe o que Ihes sucedera, ‘0 principe, com muita curiosidade, disse, entio: — Vou ld cu também para ver se me acontece isso! Passou por baixo da janela e perguntou & meni- na quando Ihe podia fatar. — Ja, respondeu a menina, ¢ quanto mais de- pressa, melhor! 59 © principe entrou, ¢ a menina fez, por bruxaria, para ele se lembrar do que the sucedera na estrada, quando tinham fugide de casa da mae. © principe subiu a escada, empurrou uma porta © encontrow uma estrada € um velho com um saco as costas. Perguntou © principe se cle the sabia di- zer por onde se ia para a cAmara da rainha, ¢ 0 ve- Iho respondeu-Ihe: Vendo noes, compro athos: Compro athos, vendo nozes. Vendo nozes, compro alhos; Compro alhos, vendo nozes. © principe foi andando mais para diante. Encon- trou outra porta, empurrou-a, ¢ viu uma ermida e um ermitio, Perguntou-the onde era a cdmara da rainha, ¢ © ermitao respondeu-Ihe: Tim, tim, tim, Toca & missa, Vai 0 padre para o attart Tim. tim, tim, Toca a missa, Vai o padre para o atiart © principe comecou entio a lembrar-se de que Ji tinha ouvido ‘aquilo uma ve7. Foi andando. e mais adiante encontrou outra porta ¢ vit o rioe aenguia, Ai lembrou-se de tudo, ajoclhou-se ¢ pediu perdio, A menina transformou-se outra vez no seu natural, casou-se com 0 principe € viveram muito felizes. A AFILHADA DE SAO PEDRO. Havia um homem e uma mulher cazados que ti- nnham tantos filhos, que naquela terra ja nfo havia ‘quem jf nfo fosse patrinho. ‘Tiveram mais um fitho,¢ 6 pai, sem sabera quem pedir, foi por uma estrada fora. Encontrou um velai- inho, que era Sao Pedro vestide om traje de pobre. $f Pedro, quando viu o komem, perguntou-the: — Que é que fazes por aqui? © homem respondeu, muito tiste: — Ora, deixe-me. mev senhor: tenho tantos fi thos, que jé ndo hé quem queira ser parinho deste, ‘que me nasceu. E uma filha e ndo ache quem que ra ser seu padinho! © velho respondeu entio: — Peis eu serei seu padrinho: poe-Ihe 0 nome do Pedro, e, quando ela tiver sete anos, his de me tuazi-la aqui este Ingar. Depois So Pedro deu-tie uma bolsa com dinbei= ro e fei-se embora © homem foi muito contente para casa e contou ‘A mulher o que Ihe acontesera com o velho que ti- nha encentraco, © mostron o dinieiro que ele he eu ‘A meaina foi crescendo, ereseendo, até que pas- saram os sete anos. 107 © homem, como ja estava muito rico, tinha pena de levar a filha a0 tal lugar, mas, come tinha pro- metido, a levou. Quando chegou ja Id estava o padrinho. Sao Pedro disse-the: — Vai-te embora ¢ deixa-a, que agui fica entre- gue a mim © homem voltou para casa, Sao Pedro foi andan- do com a menina por umaestrada abaixo. Num certo lugar encontraramn wma percira carregadinha de paras. ‘ao Pedro perguntou A menina: — Tu vés aquelas péras? ~- Vejo, respondeu a menina, — Ew gostas? — tomou a perguntar-Ihe Sao Pedro. — Goxto, sim, meu padrinho, disse a menina, Foram mais adiante e, 1d muito ao Fonge, viran tumas gordas ovelhinhas mas com muito poueo pas- to, e depois encontraram outras muito magras e com muito pasto, Foram mais adiante e, 1 muito longe, viram uma grande labareda e- uma coisa muito eseura. Stio Pedro Perguntou & menina: — Tu vés aquela labareda? A menina respondeu: — Vejo sim, meu padrinho; © que € aquilo? ‘Sao Pedro respond: — Aquilo 6 0 purgatério, para onde vio as pes- Soas que morrem e que so soberbas e mas, Tu nao. viste aquelas ovethas io magras e com tanto comer adiante? Sao todas as pessoas soberbas, ¢ vao ali para 0 purgatorio. E no viste aquelas ovelhas gor- as, com pouco de comer? Sao as pessoas boas que fizeram bem c4 neste mundo, ¢ vio para.o céu, 108, viste aquela pereiza carregadinha de péras? As pérts so os anjinhos, que so bons © que vao para © céu também, E agora t vais servir, e has de de alae muita coisa, porque aqueles que aturam ¢ tm pucigneia vo para o céu. Depois SH0 Pedro deu-Ihe muitos conselhos e disse-the que, quando se visse em alguma aflicio, que chamasse por ele, € que nunca se vestisse do mnuther, ‘A menina foi ter ao palfcio do rei, © perguntou se precisavam de um eriado. ‘Um eamarista foi dizer ao rei, € 0 rei mandow sizer que sim Perguntaram-tne como se chamava, © ela disse awe Petr, {Entrou para o palicio dori, ¢ o servigo qc fazia cra garda patos Kvnotte Pedro foi deitar-se ¢ a rainha foi ter a0 quanto com ele : Ele fugiu. A rainha enraiveceu-se e, pela manha, nando se Tevantou deitou um anel a0 mar © depois foi dizer a0 re Nao sabeis? Criueme 0 mew ancl a0 mar, € Pedro disse que era eapaz de o Hr buscar! ‘© ret mandou.o chamnar © perguntouhe: NG Pedro, araitina disse-me que tu tinkas dito «gus eras capa dei a0 funda da rmar buscar um arc, due Ihe eaiu esta mana. Es eapae? vrpois se w rainha disse ist0 € porque eu Sere capar! Foi para 9 quarto e comego a chorar, por Ge nko tina dito tal coisa © nao era capar deo fazer. De repente lembrou-se de chamar pelo padrinho, disse: 109 — Vatha-ine aqui 6 mea Padinko! Siio Pedro aparece logo, ¢ perguntoa: — Que ests tu a chorar? Tem paciéncia que que se levam as coisasl - ‘A menin a contou a0 padrinho @ que Ihe tinha acontecido com a rainha ¢ © que ely por vinganga linha ido dizer a0 rei. Sto Pedro disse-the: assi — Pois olka, amanh no pals! 4 compram pei- xe, € 0 vsis pedir ao eriado que costuma ubsit 0 peixe, que te deixe absicloa te A menina assim fer. Ao outro dia compraram peixe, @ ola foi pedir 40 ciiado, que the delta amanhii-lo, Sennen voc (A 9 Dene. extva o ane, © a meniea fo lvi-lo & ran, A cainta ficou deseaperada mas disse nada. riedintias No outro dia tomou ait ir ter ao quarto com Pedro, mas cle fugiv. A rainha ficon enraivecida outra vez, ¢ foi dizer ao rei: : — Nao sabeis? Pedro diz que 6 capaz de moet um mio de wig eta site! rei mandou-o chamar ¢ peiguntou-Ihe: gece 4 ina conte ms gue hs dit 8 eras capaz de moer um moio de trigo esta Nol te Es? so eane File respondeu Se a raintia o disse, & + € porque eu sersi capaz! Foi para o quarto chorando e disse: Vaina-me aqut o meu padrinho! Apareceu-the logo Sio Pedro, © perzuntouclhe: = Que tens tu, que estas chevando? A menina contou-the tudo, Sao Petro cisse.Ihe: ho ‘ha, pede que te dem os aprestos todos € 0 Inigo, e ple fico no ter quarto € deita-te a dormir, Amanha levanta-te e vai buscar a farinha. ‘A menina assim fez, Pedi o que era nccessario, © trigo, Pas tudo no quarto deitou-se a dormir. 'No outro dia, quando se Tevantow, encontrou a farinha toda pronta, ¢ foi levicla a0 rei. A rainha ficou ainda mais desesperada, mas nfo disse nada. ‘A noite foi ter com Pedro ao quarto, e ele tornou a ie, O rei tinha uma filha, que estava encantada na Mourama, A rainha, ne outco dia, foi-lhe dizer: — Nao sabeis? Pedro disse que era capaz de ir desencantar a nossa filha, que esté na Mouramal © rej mandou-o chamar e diste-the: — 6 Pedro, 2 rainha contou-me que tu Ihe ti- iihas dito que eres capgaz de ir desencantar a nossa filha, que esta na Mouramat Es eapaz? ( Pedro responde — Pois se a rainha 0 disse, serei eapaz! ‘A menina foi para o quarto chorando, porque isto & que aela Ihe parecia impossfvel fazer. No meio da sua afligho, disse: — Valha-me aqui 0 meu padrinho! ‘Aparecev-Ihelogo SaoPedro, que The perguntou: 0 que tens e por que estas chorando tanto? ‘A menina contou © que, por vingarga, a rainha tinha ido dizer ao rei. Sdo Pedro aise — Toma la estes trés canudos, Dize que te ar- ranjem dois eavalos, ¢ vai andando, andando, @ onde os eavalos pararem jf ela hi de estar & tua espera. ‘Quando tu voltares, olhas para trés, Os mouros ho de vir atras de ti, cu atiras o primeiro canudo, ¢ se eles continuarem, © segundo, e depois o terceiro. m1 A menina assim fez. Pediu ao rei dois cavalos, foi andando, andando, e quando chegoa a um certo lugar, onde 0s cavalos pararam, vin a princesa. Vinham-se j4 embora, ¢ a menina olhou para tras, ¢ viu os mouros, que vinham atrés dela. A menina ‘mal que os viu atirou com o primeiro canude. Formou-se logo um nevosito. Elas passaram bem, mas aos mouros ¢ que Ines custou. ‘A princesa, a safda da Mourama, den um “al” Quando chegaram mais adiante a menina tornou, « olhar para tris, ‘Viu vir os mouros outra vez atris delas. Atirou- Ines com o segundo canuéo, ¢ formou-se um silva- do. Blas passaram, mas aos mouros custou-lhes muito a passar. A prinecsa quando chegou ao meio do caminho, deu outro “ai”. Mais adiante tornou a meninaa olher para tris & viu virainda os mouros. Atirou-Ihes com 0 tereeiro canudo, € formou-se um mar, Flas passaram, mas 05 mouros, desta vez, jf nio puderam, Quando chegaram ao palicio a princesa deu ou- wo “ai”. A rainha, assim que viu a filha, ficou Jvecida € foi dizer ao rel que Pedro tinha dito ‘que era capaz de dar fala & princesa, que era muda. © rei mandou chamar a menina € perguntev-Ihe se era capaz de fazer © que tinha dito. A menina disse que se a rainka o dissera, & por- que seria capaz, mas foi para 0 seu quarto choran- do, © disse: — Valha-me aqui © meu padinhot ‘Apareeeu-the logo Sao Pedro, e perguntou-the: Que € que tens, que estis chorando? nz ‘A menina contou-tne tudo, € S. Pedra ensinou- the 0 que els havia de fazer. {A menina foi dill ter com o rie disse-Ihe que a rmanesse mata. sc quisesse, mas que cla ndo podia. dla fala & prineesa, ‘Arainha ficou rut contente, ¢ decidiram man- dar enforear Pedro ‘Quando estava j com a corda ao pescogo, em frente de toca a corte, a menina pediu licenga para dizer 12s coisas a0 mundo (© rei disse qu sim, e ola perguntou “6 Ana Deladana, por que deste um ai 8 sada «la Mourama? A princesa respondeut "Pore minha mac foi ter contizo tres vezes ‘A menina tomou a perguntar: 16 ani Deladana, por que deste un «do camino? ‘A princes respondeu —Porave Sdo Pedro é teu padrinho! ‘Armenia tornou a perguntar: 6 Ara Deladana, por que deste tw um ai 8 entrada do paticio? ‘A princesa respondeu: — Porque és fémea ¢ julgam que é macho! O rei, entdo, viu que a menina estava inocente, mandou deseé-la da forea, easou-se com ela e det: fordem para matar a rainna. 113 AS POSTAS DO PEIXE Mavia numa terra um homem que era pescador, um dia, indo pesca, agarrou um peixe muito bonito. (O peixe, quando se viu apanhado e na terra, dis- se ao pescador que 0 tornasse a langar para a dgua, ue ele Ihe prometia uma grande pescaria, ¢ que se ‘outra vez 0 tornasse a apanhar ento © levaria. (O pescador assim fez: e nesse dia foi tiio grande ‘1 pesea, que ele jd no sabia o que havia de fazer a tanto peixe, Passados alguns dias tomou a pescar no mesmo, lugar e agarrou outra vez 0 tal peixe bonito. Entio 0 peixe disse ao pescador: — Leva-me para tua casa e faz de mim doze postas e dards trés & ta mulher, trés 3 tua égua, tres A tua cadela e trés enterra-as no ten quintal. (O pescador assim fez; e, passado um ano, a mulher tinha tido tr@s meninos; a égua, tres cava los: a cadela, trés ledes: € no quintal tinham nasci- do trés langas. ‘Quando os filhos chegaram a ser homens pedi- ram ao pai que desse a cada um deles um cavalo, um Iedo ¢ uma langa e licenga para irem viajar. 0 pai © a mie com muito custo Ihes deram. conga c eles foram por uma estrada fora ¢ chezaram a.um lugar em que a estrada se dividia em tres. 169. Endo cada um tomou pela sua: o mais velho pela diaexquerd,e do me pela da ditcta 09 mals ova pela do meio. Mas antes de se separarem combinaram de se juntar naquele mesmo lugar daf a um ano. Despediram-se depois e cada um partia para 0 seu destino. O mais vetho, depois de ter andado muitos dias sem encontrar uma terra, chegou a uma onde havia uma torre muito grande cnr Sear numa case 20 fim de wna sesana -asourse com a dona dela; depois de casado persun- tou A mulher que torre era aquela,e mulher die. Ihe que era a “torre da morte", que quem Id vai no volta. — Pois eu hei de ir e voltar! A noite, quando se deitou pos a tanga entre ele © a mulher, e no outro dia foi direto & torre com o sen Tes. Bateu & porta e velo uma velha, que Ihe pergun- tou o que cle queria, ¢ ele respondeu que queria ver AA velha disse-the, entto, que se ele quetia, que fossem antes a uma luta, ° ina, a0 que 0 rapaz dise que sim, © velha pedivlhe que prendesse © se leas com um eabelo dela posed to med da © rapar disse que sim ¢ a velha dev tho um ea: belo com auc ele prenden o Teta Depois comesaram aTutar. eo rapaz, quan viu aflito com a velha, disse; TS — van, me Teta! A vel sespondn = "Enerosca, mou cabelte! 170 intiio 0 eabelo que prendia o ledo tornou-se numa eorrente muite forte. A velha venceu o tapaz f¢ depois de deité-lo 20 chao cortou-the a cabega € ileitou-o para uma casa que tinh debaixo do chao © fornow para dentro da torre. Passado 0 ano chegaram os dois irmios mais novos ao lugar em que tinham combinado encon- Irae-se, € como 0 irmio mais velho no chegava es- peraram por ele alguns dias ¢ nao 0 vendo chegar Toram para casa imaginando que ele Id estivesse. (Quando ld chegaram e 0 no viram, 0 do meio pediu licenga ao pai para ir em busea do seu irmsio i velho. ‘© pai disse-Ihe gue sim ¢ ele foi pelo mesmo caminho que o irmao tinha tomado. Passados alguns dias fo ter & mesma terra ¢ foi fear A mesma casa e também casou-se com a mes- ia mulher que tinha sido do irmao. ‘Depois perguntou-Ihe se ela tinha dado fé de, naveria um ano, tcr ide por ali um homem com um cavalo igual ao seu, um [edo e uma Tanga "A mulher disse-Ihe que tinha ali chegado um homem, havia um ano, que tinha se easado com ela e que no outro dia tinha ido a “torre da more", que, ‘quem Id vai nao volta, ¢ que foi e nao voltou mais, ‘como jé tinha acontecido a muitos homens, Entio 0 rapaz disse para mulher: ois cu hei de ir, © hei de voltar! A noite também pds a lanca entre cle ea mu- ther, ¢ no outro dia pela manhd foi com 6 leo até a “torre da morte”. ‘Quando baten apareceu-the a velha que tinha ma- tado 0 irmao, ¢ também jogou umna uta com ela, de~ pois de ter prendico o leao com um cabeto da velha, m Quando se viu aflito chamou pelo eGo, dizendo: — Avanga, meu lezo! Mas a velha disse: — Engrossa, meu cabelio! E, deitando o rapaz a terra, corton © deitou-o para a mesma casa debaixo do chi, onde estava 0 irmao mais velho, e foi para a torre. Tinha jé pasado um ano, © vendo @ irmio mais novo que seus inmdos nao vinham, ele pediu licen ‘64 ao pai para os ir procurar. O pai disse: — Endo tu, meu filho, queres deixar-me ficar Por af morto ou vivo, como ficaram Ceus irmaos? © rapaz respondeu-the: — Deixe-me ir, meu pai, que eu the prometo que aqui a um ano aqui hei de estar com meus irmaos e-com muita riqueza! © pai o deixou ir cele foi pelo mesmo caminho que jé tinham levado seus irmaos e foi & tal terra. Casou-se também com a mulher que tinha se casado com os ismios e, perguntando-Ihe ele seelaa sabia dar informagées de dois homens que por ali deviam ter passado, um ha dois anes ¢ outro hé um. ano, a mulher responden-Ihe que sim, que tinham se casado com ela e que no outro dia pela mash tinham ide & “torre da morte”, que quem ld vai ndo volta, ¢ que Id tinham ficado. Entio 0 rapaz disse: — Pois eu hel de ire hei de voltar! Eno outro dia, depois de ter dormido e ter deitado a tanga en- te ele ea mulher, foi até a “worre da morte” com 0 sou leo, CChegou, batew & porta e veio a velha abrir-la, mm 0 rape dsse-the que eri vera tore, wo ye well therespondeu que stm masque haviam ra ita pine de jore (rapa dsse-the que sim ea yelha também the pus eam os outros. que prendesse Tefo com Min cbelo dein pts tina mut med dagvles Wet (rapa sete ques, mas em lugar de pren- ern teto dit cabelo pra ema dem mar, © (juno andave a ftare vit que ro dia veer a Yel dase " avai, mo eat ‘sve aise também: Tagross, mi eel! Mar como 0 leo no estava peso detouse 2 cotta ematho com ea no eho (rapa ia para he cover 0 pescoge quando ela tue patie gues nfo matese, que ea The daria seus we the deaara ver one ‘rapa ete no a man, as A€XO-a presa pelo leo 6 fl ver tore, « enconton I ts pit (Sis ane estevar encantadas Trauxe-a para bine e depois ase vetha que the forse mostrar onde extavm Os inde ‘wea levantou 0 agapio edsseahe que des esse Thao fund, que os encontrar, mas rapaz to quis Ise foc com qu cle Fosse adn ‘Guano ebego so fund, vu mits homens em monte para out Lao m8 caD0938 Tic ento date & vel | FE Gotne ine hs de tu dar meus ios se eles tem a eabega coma? ils enpondet Ie 173 — Voi dquete armério © tra de ld una panel, auc esta eneia de gorda « unta com ela'9 peseogy item son depos jt te cabo a cam logo cyrados, mas com a condigae, due Ha de ser sé os teus irmaos. O rapes die que havia de ser todos es homens aque all estavam,€, como a vetha nio quis, ele ma tou-a, ws Depois fol buscar a gorda, unow os pescogos a todos ¢ eles levantaram see Saitam part ay ase terra 1 rapaz © maid o8 dots mos casaram-se enta0 ‘ada um com sua princes foram para ox seus eh nos, depois de fevarem a0 pth muita rgcese v4 AS TRES PEDRINHAS AZUIS Era uma vez um rei queera casado e dava muito cestimagio & rainha por nao ter filhos. ‘A rainha muito triste nio fazia senio pedir a Deus para ter a0 menos um filho, Uma vez achou-se pejada e, chegando 0 dia de dar a sua hora, teve uma merina. Na ocasie em que a rainha estava para ter a menina chegcu um pobre & porta, pedindo esmela. ‘A aia deu-the o perdio, eo pobre disse-Ihe que cla Ihe dava o perdio porque estava a rainha para ter uma menina, mas que na idade de quinze anos hhaveria um pardal de levé-la no bico. ‘A aio foi para dentro © ndo disse nada. ‘Todos no palicio faziam muita festa & princess pequenina e beijavam-na muito, ¢ s6 aquela aia, quando a beijava se punha a chorar. Tedos s¢ admiravam muito daquilo ¢ pediram- the que ela dissesse porque era. ‘A.aia a prinefpio nao queria, mas por fim con- tou o que Ihe disse o pobre, que a princesa em ten do quinze anos, havia de vir um pardal e levd-la no bio. Ficaram todos muito tristes © a princesa foi-se criando, ¢ 0 seu divertimento era uma mesa no meio do jardim. 191 indo um principe uma ver vista te 2 visita rel, gone toto da prineaeae du the tes podria a lembranga, p “a Poise pasando o tempo até que etogou 146 que chogou a iad propria da princesa cumprit a sua sina” Eta nunca safa-e no facia sent brincar com pedrinhas azuis em cima da mesa. ca ‘im da fore viajar com rahe, e fleas a princesa s6-com a ala Estav brincand no jam, echegou um pardal ¢ perpuntou-Ihe se ela quia pasar soa sina om ‘ena ou em move ‘aa dtze Ine que respondesse que anes " ue antes ques Fa passa em moga do que em veh | O panal eno agarot princes no bio le Levando-a polos ares, dixon fear nom grane de bosque. ae stand a prineezaalijéum dix uma noite, nto faziasenio chert com fone e fo que Haha Hava porto dale boxe uma ene, onde wn Principe cootumava ir cays uina vez cada ce E aconteceu nagusle din set ocaslo de it 39 boszue stand emis auc cho mutase Pedi aos camarstis que o acompantasme foi para © palieio.efechousa no quasto sem ninguers saber, * ewe ‘A princesa steve sigur tempo escondida, mas aaa qe desconfiava polo preps eta Mseor Bre metio, uin cia qu ef su, abn a pots eva Ser oque cre cou li com » prince 192 Ralhou muite com o principe quando veio, mas cole pediu-the que nao a tratasse mal. ‘A rainka e a irmA do principe no gostavam nada 1 peincesa la foi ali vivendo ¢ um dia achou-se pejada. Chegando a ocasido de ter a sua hora o principe rove de ir fazer uma viagem. ‘A prineesa teve um menino, mas a rainha foi-se 1 ete @ cortou-the 0 dedo mindinko e depois untou ‘om © sangue os beigos da prinessa, ¢ agarrou no ienino, meteu-o dentro de uma ceira e mandou-o mngar ao mar. ‘Quando o principe velo, a rainha disse-Ihe que a princesa tinha comido o filho. © principe chegou-se ao pé dela e perguntou-the: — Enffo tu, ingrata, dizem que tiveste um me- ino © que 0 comeste? Ela, a resposta que Ihe deu foi que Deus Ihe deseobrisse a verdade. ‘© principe disse-the entao, que se the acontecesse isso outra vez, que a mandava matar. Passaco tempo a prineesa tornou-se a achar ps Jade ¢ quando estava para ter a sva hora, o principe teve de ir fazer uma viagem. ‘A rainha mal ela teve 0 menino, cortou-the © dedo mindinho & untou com o sangue os beigos 2 princesa Depois agasrou no mening, meteu-o dentro de ‘uma ceira ¢ atizou com ele ao mar. ‘Quando © principe veio disse-the que a princesa tinha comido 0 fitho. © principe chegou-se ao pé dela e disse-Ihe: —Eniio tu, ingrata, dizem que tiveste um me- nino € que © comeste? 193 Ela a resposta que the deu foi que Deus the descobrisse a verdale © principe disse-he que por eta ve2 ainda ihe perdoiva, mas que cs lhe tomanse a acontecet ie-a mandava ma, Passou-se ota ver tm tempo ea princes ficou Pejada. ‘Quando chepou a ocssifo de ter 9 sua hora, @ Principe fot faer uma viggem, «a princess Weve futro menina ‘A raha mal cle nance, foi-se a ele, cotouthe o deo mindino © untaw os beigs da princes com © sangue, depo meteu-o dene de wr ccm are sono 10 mr, "Quando principe veo dise-he que a pincesa a comide filha © fetepe, muito zangado, mandou entrra a princess no pati de una eseada mi cinta que Nodas as postoas que passivam Ihe avian de bac ‘él aprincesa alt extavahavia muito emp, © wn ia ouva dizer que o principe ia a uma fra longo aonde passava polo palécio Jo pa Ela chamouo e pedi mito que the uouxes- sc dail era um eu, et que puna pls Palicio do rei seu pa, que cnvascee que pedir a Sua Majstade qie'ne sc jarchintoha uma mess denio da mesa gue tisha tts pedrithas seus © ue Pedi-the moto que nio se exquecess, gu era a ultima eo'sa que Ihe peda O principe assim fer Ciegado ao plac pedi para falar sei ds serthe que tinha encontrado tma vox no camino dye the nha dito qu fowe Ide que Wouxetve ss loa ties pedrinhas azuis que estavam dentro da mesa que vestava no jardim, ‘0 rei iembrando-se que s6 a filha € que sabia tlelas, ficou muito contente e, perguntando ao prin- cipe por ela, disse-the: — O meu jardim, desde a hora em que 0 pardal evou a princesa no bico, ficou feito num bosque © tem muitas serpentes e feras. Ninguém If pode ir. Yeio um criado ¢ ofereceu-se para ir buscar as rds pedrinhas azuis, mas 0 rei que Ihe desse umas. hotas bem grandes, uma exspada € uma foice roga- doura, que ele If iria, Assim foi. Ele ia rogando as silvas, iam-Ihe sparecendo grandes serpentes, ¢ ele com’a espada matava-as. ‘A ponto que chegou A mesa ¢ trouxe as trés pe- drinhas azuis, que cram os trés meninos que a prin- cesa tivera. ( rei entio eniregou-the as pedrinhas € disse-Ihe que se no fim de um més ndo apresentasse ali a sua filha, que © mandava mater. rei queria ir com ele para ver a filha, mas 0 principe disse que tinha uma grande viagem a fa zer, porque n3o queria que o fei visse a desgraca fem que a princesa estava. Despediu-se e com toda a pressa foi para o pals cio, € mal chegou entregou a princesa ocutelo © as ures pedrinhas azai Depois escondeu-se para ver o que ela fazia. A princesa pés as trés pedrinhas diante de sie perguntou para a primeira — Lembras-te, pedrinha azul, quando cu tive um menino e a rainba Ihe cortou © dedo minimo e me tuntou 0s beigos com o sangue e disse a0 principe vs que cu otinha comide e © meteu dentro de umaceitn € 0 mandou langar ao mar? Bas pedrinhas azuis comegaram a bater umas nan ‘outras, fazendo tlin, tin, tin e dizendo que sim. Depois a princesa perguntou para a segunda: — Lembras-te, pedrinha azul, quando eu tive um ‘menino, ¢ a rainha Ihe cortou 9 dedo minimo e me tuntou os beigos com o sangue e disse ao principe que eu otinha comido eo meteu dentvo de uma ceita © 0 mandou jogar a9 mar? Eas pedrinhas azuis comegaram a bater umas nas ‘outras, fazendo tin, tin, tine dizendo que sim. Depois a princess perguntou para a terceira pedra: — Lembras-te, pedrinha azul, quando eu tive um Menino, ¢ a rainha lhe cortou 0 dedo mfnimo e me luntou os beigos com o sangue ¢ disse ao princi quecu 0 tinha comico e © meteu dentro de ume ecira ¢ © mandou langar ao mar? Eas pedrinhas azuis comegaram a bater umas nas ‘outras, fazendo tin, tin, tin © dizendo que sim. Quando seabou de perguntar as ts vezes disse. a princesa: — Agora quero acabar com 0 meu padecer ¢ vou deitar 0 cutelo ao pescogo! © principe, quando ouviu isto, correu sobre ela @ nao a deixou matar-se. Logo no mesmo instante a desenterrou e a levou Para 0 seu quart. ‘Mandou chamar o ctiado que tinha ido atirar com ‘0s tis meninos ao mar e perguntou-Ihe se era ver- dade 0 que a princesa tinha dito, O crindo disse que sim, ¢ 0 principe manddou togo ‘meté-lo numa prisilo,e a rainha ¢ a irm§ foram tan bem para uma torre, 196 Wo fin de a princess estar j& boa, © principe sng num cavalo‘ ela outa € fram pata casa tora Thegando ao palicio o i € a rainha eam dae can Toucas por tomarem a Yer a filha. TTouve grandes festas e no fim de quinze dias © pe cagou-se com a princess Como 9 re nao tana mais fihos, pediv 20 piincipe para ficar no paldcio, onde ficaram viven- sy muito felizes. 197

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