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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE

DIREITO - 8°A/N

REVISÃO CRIMINAL

ALUNAS: ANDRÉA CRISTINA

ALINE PEGORARO

GRASIELE

JAMILE KOSTETZER

MÁRCIA GOMES BELLO

MÁRCIA PATRÍCIA FRITZEN

REGIANE

JOINVILLE – SC

MAIO/2011
10 REVISÃO CRIMINAL

PREVISÃO LEGAL artigos 621 e seguintes do Código de Processo Penal

Como regra, uma vez, transitada e julgada a sentença, já que dela não é mais cabível
recurso, opera-se a coisa julgada, que confere caráter de imutabilidade da decisão. Exigência
fundamental à segurança jurídica, já que impede que a questão seja discutida novamente.

Tamanha sua importância que a coisa julgada tem previsão constitucional no artigo 5°,
XXXVI, no entanto no processo penal, exatamente porque se trabalha com a liberdade das
pessoas, há uma incessante busca pela verdade real.

Descobrindo-se a verdade, abre-se sempre a possibilidade de alteração da sentença


condenatória. É a supremacia da verdade real sobre a formal.

A Revisão Criminal visa a correção do erro judiciário.

20 CONCEITO

A Revisão Criminal é ação autônoma destinada a desfazer os efeitos de uma sentença


penal condenatória transitada e julgado.

Vê-se, portanto, que embora relacionada, no capítulo que trata de recursos no CPP, a
revisão não tem, em absoluta, a natureza jurídica de recurso, já que só é possível após o
transito e julgado da decisão. Compara-se que o recurso, ao contrário, pressupõe exatamente a
não ocorrência do transito e julgado.

A legislação Brasileira prevê a previsão criminal em favor do réu, não se admitindo,


assim a revisão pro sociate.

De tal modo, pode-se dizer que a sentença absolutória, uma vez transitada e julgado,
jamais poderá ser alterada.
Assim, por exemplo se o réu é definitivamente absolvido e, no dia seguinte ao trânsito
e julgado, admite a prática do crime, nada mais poderá ser feito, face à imutabilidade da
sentença absolutória.

Presta-se a Revisão Criminal para:

➢ Alterar a classificação da infração penal;


➢ A absolvição do réu;
➢ A redução da pena a ele imposta;
➢ Para que seja decretada a nulidade do processo original;

10 CABIMENTO

A revisão criminal é cabível contra a sentença condenatória, conforme se observa nos


incisos I, II, III do artigo 621 do Código de Processo Penal. É assim na maioria dos casos.
É também admitida contra a chamada sentença absolutória imprópria. A sentença
absolutória imprópria prevista no artigo 386 do Código de Processo Penal é aquela que,
embora absolvendo o réu, já que inimputável, impõem medida segurança consistente na
internação para tratamento psiquiátrico ou sujeição ao tratamento ambulatorial. (Artigo 96 do
Código Penal). Mesmo a sentença sendo chamada absolutória, tem forte carga
condenatória e assim, o réu condenado a quem se determinou a internação em um manicômio
judicial, tem nitído interesse em promover a revisão criminal afim de ser absolvido, por
exemplo, por falta de provas.
Não é cabível a revisão criminal de sentença estrangeira homologada pelo STJ, já que
nesse caso a Suprema Corte não julga o mérito da decisão, mas apenas seu aspecto formal.
Tampouco é admitida contra decisão de pronúncia, pois não há condenação.
Se a sentença reconhece prescrição da pretensão punitiva, também não é cabível
revisão, pois aí não houve condenação, a prescrição é da própria ação penal.
Porém se a prescrição é de pretensão executória (onde foi proferida uma sentença
condenatória) é possível à revisão.
Pode ser ajuizada a revisão mesmo após o cumprimento da pena ou de extinta a
punibilidade do réu.
Mesmo após a morte do sentenciado é cabível a revisão criminal, sob fundamento de
que o objetivo da revisão não é só de evitar o cumprimento da pena, mas também resgatar a
dignidade daquele que foi injustamente condenado. Além disso, a morte do condenado não
inibe futura indenização movida contra herdeiros, por isso, podem ter interesse na revisão a
fim de se absolver o falecido.

Admite-se revisão criminal contra decisão do Tribunal do Júri, segundo


entendimento da jurisprudência.

20 LEGITIMIDADE

A revisão pode ser pedida pelo réu ou seu procurador legalmente habilitado e o menor de
21 anos tem que estar representado. Poder ser proposta, na ausência do réu, pelo ascendente,
descendente, cônjuge ou irmão. O seguimento, entretanto, somente pode ser processar por
meio do advogado. Este recurso não é nada mais que o resultado de um erro judicial.

30 PRESSUPOSTOS E PRAZOS

É pressuposto que a sentença tenha transitado em julgado e que não caiba mais recurso
(exceto habeas corpus), inclusive do tribunal do júri, tendo em vista a amplitude de defesa,
sendo cabível a qualquer tempo (art. 622 CPP). Têm que estar presentes a possibilidade
jurídica do pedido, a legitimidade e o interesse .Não há prazo para interposição da revisão
criminal após não ser o trânsito em julgado da decisão. Mesmo que o réu já tenha cumprido
pena, ou que já tenha morrido, ainda assim cabe a revisão, pois ele visa restabelecer a
credibilidade do acusado.A revisão criminal pode ser ampla ou limitada, caso em que o réu
busca apenas a redução da pena.

40 ADMISSIBILIDADE

A revisão está subordinada às condições de admissibilidade previstas em lei, tais como


menção dos fatos e fundamentação jurídica do pedido, sob pena de inépcia. Não cabe o
reformatio in pejus. Para tanto, exige-se que a condenação tenha transitado em julgado, não
cabendo assim, no caso de sentença absolutória, e a que extinguiu a punibilidade.
Cabe também contra sentença do juiz da execução, na oportunidade em que se
verificar os requisitos do art. 621 CPP. Ademais, não cabe este recuso no caso de reiteração
de pedido, somente quando fundado em novas provas (art. 621 CPP).

50 COMPETÊNCIA

A competência originária é do tribunal que seria competente ou o que proferiu o


acórdão revidendo em ação penal originária ou recursal (art. 624 CPP).

60 PROCESSAMENTO (arts. 625/631 CPP)

O requerimento deve ser dirigido ao presidente do tribunal, instruído com a certidão de


haver transitado em julgado a decisão condenatória e demais peças necessárias á
comprovação dos fatos argüidos. O relator exerce o juízo de admissibilidade e dá vista ao MP
para emitir parecer em 10 dias.

70 EFEITOS E INDENIZAÇÃO

A absolvição do beneficiário da revisão implica o restabelecimento de todos os


direitos perdidos em virtude da condenação (art. 627 CPP). Os efeitos da decisão favorável
são estendidos a todos co-réus.

O tribunal, se for requerido, poderá reconhecer a indenização pelos prejuízos sofridos,


(somente no caso de erro judiciário) (art. 630 CPP), desde que o erro proceder de ato ou falta
imputável ao próprio impetrante. Os magistrados estão sujeitos à ação regressiva movida pelo
Estado que indenizar o condenado, mas somente na hipótese de dolo ou má-fé (art. 133, I,
CPC). O prazo para interpor ação de reparação civil é de 5 anos, nos termos do Decreto nº
20.910/1932. Na petição inicial o réu pode requerer que o tribunal se manifeste quanto à
possibilidade de obter uma indenização no cível, onde o valor é discutido. A revisão tem
limites, pois as pessoas que induziram o magistrado a erro e por isto foram condenadas, não
têm direito à indenização, não importando se a ação é pública ou privada, uma vez que não há
distinção constitucional. Cabe ação de regresso contra juiz, MP, querelante que agiram de má-
fé.

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