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História e Teoria do Jornalismo

Discente: Sara Guadalupe Gingão Coelho


Docente: Luís Bonixe

Instituto Politécnico de Portalegre

Escola Superior de Educação de Portalegre

“A mensagem Jornalística versus a


mensagem Publicitária – unidas pelo
quê, para quê, porquê e para quem – à
medida da sociedade”

Curso de Segundo Ciclo em Jornalismo, Comunicação e


Cultura

Discente: Sara Guadalupe Gingão Coelho

Docente: Prof. Luís Bonixe

Portalegre

Fevereiro de 2011

A Mensagem Jornalística versus a Mensagem Publicitária 1


História e Teoria do Jornalismo
Discente: Sara Guadalupe Gingão Coelho
Docente: Luís Bonixe

“… a publicidade diz-nos quem somos e o que devemos ser”. (Kilbourne, 1995,


p.121)
“Diz-me quem te informa, dir-te-ei quem és” (Mar de Fontcuberta)

A Mensagem Jornalística versus a Mensagem Publicitária 2


História e Teoria do Jornalismo
Discente: Sara Guadalupe Gingão Coelho
Docente: Luís Bonixe

Resumo

Actualmente, parece que a mensagem jornalística é primeiro comercial e depois


industrial. Expandiu-se ao que se identifica como comunicação de massas.
Uma outra comunicação de massas é a publicidade que consequentemente
acarreta uma mensagem baseada também num pressuposto comercial, dirigindo-se a um
público ou públicos – alvo, denominado de mercado, segmento ou nicho de mercado.
Verificando, uma mensagem e outra, assemelham-se, pois o que acontece com a
mensagem publicitária acontece, por sua vez, com a mensagem jornalística, visto que
cabe ao público/leitor/espectador/consumidor final, a decisão do que lhe agrada ou não,
e do que estão disposto ou não a ler, assistir ou consumir, consoante os padrões que
cada um define para si mesmo. Esses padrões podem ser definidos por interesses
culturais, intelectuais, religiosos, políticos, intelectuais, ou simplesmente por faixa
etária, grupos sociais e de pertença, por proximidade geográfica, ou até por tendências e
status.
E principalmente, existe um ponto em que ambas se cruzam em prol do bem –
comum, despertando para factos e acontecimentos da actualidade, apelando à
consciência da sociedade, e por sua vez a princípios de cidadania.

Palavras-chave: jornalismo, publicidade, mensagem jornalística, discurso


jornalístico, mensagem publicitária, discurso publicitário, cidadania.

Abstract
Nowadays, the journalistic message became commercial and then industrial. It
overcome and identify as a mass communication. Another mass communication it
publicity that brings a message based in a commercial bound, witch is submitted to a
public or target, know as market niche. As we sea each message, they look alike,
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because in the publicity message and in the journalistic message, it’s the public,
reader, viewer or final consumer that decides what it pleases them, if they are willing to
read it, watch it or buy it, according to personal standards. Although, those standards
could be defined by cultural, intellectual, religious, politic issues and only by age, social
and belonging groups, geographic area or even by trends and status.
And most importantly, there is a point at which both intersect for the good -
common, waking up to facts and current events, appealing to the conscience of society,
and in turn the principles of citizenship.

Key- words: journalism, publicity, journalism message, journalism discourse,


publicity message, publicity discourse, citizenship.

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Índice
REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................................6

A MENSAGEM JORNALÍSTICA .............................................................................................6

 JORNALISMO E NEGÓCIOS .................................................................................................7


 COLABORADORES E VEDETAS ..........................................................................................8

A ESTRATÉGIA DA MENSAGEM PUBLICITÁRIA ............................................................8

 A PROMESSA AO CONSUMIDOR .........................................................................................9


 ACEITAÇÃO E CREDIBILIDADE ........................................................................................10

MECANISMOS DE ACÇÃO DA PUBLICIDADE NOS MEDIA.........................................11

METODOLOGIA DESCRITIVA.............................................................................................12

OBJECTIVOS ............................................................................................................................12

RESULTADOS...........................................................................................................................12

 A MENSAGEM JORNALÍSTICA .........................................................................................12


 A MENSAGEM PUBLICITÁRIA .........................................................................................14

CONCLUSÃO ............................................................................................................................15

PROPOSTAS DE INVESTIGAÇÃO FUTURAS....................................................................16

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................16

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Revisão da Literatura

A mensagem Jornalística
Cláudia Herte de Moraes (2006)1, afirma que a mensagem jornalística é primeiro
comercial e depois industrial, expandiu-se ao que se identifica como comunicação de
massa. Por sua vez, MEDINA2, reforça que a identificação da mensagem jornalística
com actividades urbana, primeiro comerciais e em seguida industriais, leva-a à sua
expansão que se identifica hoje na comunicação de massa.
Citando a última autora em cima referenciada, “a mensagem jornalística foi,
gradualmente, remetida por certos quadros contextuais indispensáveis. As experiências
passaram por análises e os dados receberam um tratamento que ia do intuitivo ao
intencional.”
Os temas que mais facilmente recebem coberturas jornalística são seleccionados
também função da competitividade do mercado dentro do qual as organizações
noticiosas operam. Apesar de os jornalistas negarem sempre as influências das pressões
comerciais no seu trabalho, estas pressões são construídas dentro da própria definição
do que merece ser notícia e do que não merece sê-lo (Robinson,1977)3.
O poder do jornalismo trabalha principalmente através da forma como
“enquadra” as situações. O enquadramento, como assinalou Robert Entman (1993,
p.51), “é o processo pelo qual os jornalistas seleccionam aspectos de uma realidade
perceptível e os tornam mais salientes num contexto comunicativo, de uma forma que
promove a definição particular de um problema, a interpretação causal, a avaliação
moral ou uma recomendação de tratamento”. Os enquadramentos primários dos media
são compreensíveis dado o seu conjunto particular de valores, mas são uma fundação
fraca para que nela se possa apoiar uma acção política.

1
www.introducãojornalismo.blog-se.com.br;
2
MEDINA, Cremilda de Araújo, Notícia: Um Produto à Venda: Jornalismo na Sociedade
Urbana e Industrial, 6ªEdição, Summus Editorial;
3
TRAQUINA, Nelson (2000), Comunicação e Linguagens – Jornalismo,
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Hoje em dia, factos e interpretação são livremente misturados nas reportagens e


notícias. A interpretação fornece os temas e os factos iluminam-no.
O estilo interpretativo confere poder aos jornalistas ao dar-lhes mais controlo
sobre as mensagens noticiosas. Enquanto as reportagens descritivas eram guiadas pelos
“factos”, a forma interpretativa é guiada pelo tema em terno do qual a “estória” é
construída. Como notou Paul Weaver, os factos tornaram-se “os materiais através dos
quais o tema é ilustrado” (1972, pp.67-69). Esta aqui subjacente o duelo entre
objectividade e subjectividade.
O estilo descritivo pede ao jornalista para agir como repórter, enquanto o estilo
interpretativo pede ao jornalista para agir como analista. O jornalista é assim
posicionado para moldar notícias de uma forma em que o estilo descritivo não permite.
O estilo interpretativo liberta também o cepticismo dos jornalistas. Devido à
maior oportunidade para expressar as suas visões sobre política, os jornalistas atacam
cada vez mais líderes e instituições políticas que noticiam.
Ainda que o jornalismo descritivo é mais a exactidão do que a verdade. Em
contraste, o jornalismo interpretativo é uma forma de contar a verdade (Schudson,
1995). O jornalista pretende dizer o “porquê” e também “o quê”.
O que torna mais interessante observar, como referência ao conceito da
mensagem jornalística, são as qualidades da notícia. Os autores estabelecem certos
critérios, coincidentes como o de actualidade, interesse por parte do público, veracidade
e facilidade de assimilação ou clareza. E os critérios vão assumindo um status de
verdades subentendidas, sem aprofundamento crítico. Entre eles, interesse e veracidade
/ objectividade são os casos mais signisficativos.

 Jornalismo e Negócios
Uma empresa jornalística não deixa de ser uma empresa, portanto a
rentabilidade e o lucro estão presentes no seu dia-a-dia, e declaram a sua sobrevivência.
Também TRAQUINA (2001), parece certo do mesmo:
O jornalismo é também um negócio. Todas as empresas jornalísticas, com
excepção das empresas públicas, enfrentam mais ou mais cedo a tirania do balanço
final, ou seja, a comparação entre os custos e as receitas. As receitas provêm das
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vendas e da receita da publicidade. O espaço ocupado pela publicidade intervém


directamente na produção do produto jornalístico. […] os jornalistas enchem o espaço
deixado em aberto pela publicidade.
O mesmo autor vai ainda mais longe, afirmando que os temas que mais
facilmente recebem cobertura jornalística são seleccionados também em função do
mercado onde operam e da sua competitividade. Contudo, os jornalísticas negam
sempre as influências das pressões comerciais no seu trabalho, assunto que está
relacionado com a definição do que merece ou não ser notícia.

 Colaboradores e Vedetas
É cada vez mais comum, nos meios de comunicação social estar presente a
figura do especialista, figura essa que é insubstituível e mantém-se actualmente como
um substituto do jornalista especializado.
Existe a consideração de colaboradores – vedetas, transformados em chamarizes
de audiências ao emprestarem à imprensa o seu prestígio social, e a problemática
relacionada com outros colaboradores, muito mais numerosos, que constituem um
verdadeiro foco de trabalho negro no sector.

A estratégia da Mensagem Publicitária


João Pinto e Castro4, explica que compete à estratégia da mensagem definir que
tipo de efeito deve a comunicação alcançar e como deve fazê-lo. A estratégia da
mensagem respeita, por conseguinte, à selecção da mensagem e do seu público (o que a
comunicação deverá dizer e a quem); quanto à codificação da mensagem (ou seja, como
deverá dizê-lo), isso é algo que cai sob a alçada da criação publicitária propriamente
dita.
O mesmo autor, refere ainda que a publicidade pode agir sobre o público – avo
de várias formas. Como tal, o caminho a seguir para se alcançar o desejado efeito de
comunicação deve ser claramente especificado em função do objectivo previamente
definido, cujos méritos relativos devem ser cuidadosamente ponderados. É no quadro da

4
CASTRO, João Pinto, Comunicação de Marketing, 1ªEdição, Edições Sílabo;
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estratégia da mensagem que se procede à selecção da alternativa que se afigura mais


adequada ao problema em causa.
Assim, recorre frequentemente ao efeito de familiaridade e ao efeito de
persuasão. No primeiro recorre-se ao uso da repetição contínua, de modo a que o
público se veja associado à marca / empresa / instituição / produto / serviço, como parte
integrante da sua família; quanto ao efeito de persuasão, a publicidade terá então que
passar a esforçar-se por persuadir o público das vantagens do produto / serviço / marca /
empresa / instituição, dirigindo-se às suas motivações efectivas para o comprar.
A força persuasiva da mensagem publicitária está dependente de vários factores:
das características da fonte; da construção da mensagem, na forma como está
codificada; do meio em a mensagem é difundida; das características do receptor.
Relativamente aos media, constata-se que todos (televisão, rádio, imprensa,
cartaz e internet) se socorrem da publicidade como modo de sobrevivência, já que
teoricamente os custos de manutenção de um médium são suportados pelas receitas
publicitárias. Cada um tem as suas características e as mensagens têm de ser construídas
de acordo com a sua realidade. Por exemplo, uma mensagem publicitária impressa pode
fazer uso de elevado processamento de informação, já na televisão, deve utilizar
essencialmente processamentos periféricos, que não impliquem tanto o receptor.
A mensagem publicitária é construída a partir de um conjunto de elementos que
lhe procuram dar lógica de modo a edificar um sentido e as ligações entre as marcas e
os consumidores. Estes são normalmente chamados de argumentos lógicos –
emocionais. Associados a estes conteúdos, existe toda uma estrutura da mensagem, que
pretende enquadrar os argumentos e um estilo de linguagem, que pode mostrar a força
da mensagem e a que se pode chamar os ESTILOS EXPRESSIVOS.5

 A promessa ao consumidor
A publicidade promete ao consumidor que ele poderá obter uma certa satisfação
em troca da aquisição e utilização do produto. A promessa é, então a razão básica que
deverá levar o consumidor a optar pela marca que é anunciada. A promessa é o factor

5
VERÍSSIMO, Jorge, PEREIRA, Francisco Costa (2004), Publicidade – O Estado da Arte em
Portugal, 1ªedição, Edições Sílabo
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que torna a publicidade motivadora para o consumidor e que, por efeito, desperta o seu
interesse.
A promessa mergulha as suas raízes nas propriedades intrínsecas do produto, ou
seja, nos seus atributos e benefícios.
Para cumprir adequadamente o seu papel, a promessa seleccionada deve ser
simultaneamente, poderosa, diferenciadora e assentar em benefícios importantes para os
consumidores. Diferenciadora, porque só assim justificará a escolha da marca anunciada
em vez das suas concorrentes. Verdadeira, porque uma promessa não suportada pelo
produto só pode conduzir à ruína da marca que tem a ousadia de propô-la.
Nunca esquecer que a promessa é sempre relativa a um dado público, e a cada
público a sua promessa.

 Aceitação e credibilidade
Mais uma vez, de acordo com o autor do livro “Comunicação de Marketing”6, a
credibilidade é um dos grandes problemas da publicidade. Qualquer pessoa pode dizer
qualquer coisa sobre um produto. O que é verdadeiramente difícil é lograr credibilidade,
e essa provém frequentemente da chamada comunicação indirecta, ou seja, daquilo que
é mais insinuado ou dito.
Se, em vez de se afirmar directamente a mensagem que se quer transmitir,
mostra-se algo que implicitamente a contém, dá-se ao destinatário a possibilidade de se
envolver na publicidade. Se o destinatário é convidado a ir além do óbvio, está aberta a
porta para ele processar activamente a informação e, ao envolver-se com a
comunicação, envolver-se também com o produto. Mas, para que isso possa suceder, é
indispensável que a mensagem seja rica de conteúdo e aberta a uma pluralidade de
interpretações.
Por isso, a publicidade, ao apelar para a inteligência e sensibilidade do público,
deixa aos seus destinatários a tarefa de completar a mensagem e de decidir o seu
significado e destino final. A publicidade que induz o destinatário a envolver-se é mais
eficaz, porque tanto a compreensão como a aceitação da mensagem e a sua posterior
memorização são reforçadas em consequência desse processo.

6
CASTRO, João Pinto, Comunicação de Marketing, 1ªEdição, Edições Sílabo
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Logo, o sucesso de uma campanha publicitária decorre do uso que ela tem, isto
é, do modo como o destinatário reage e actua em função dela.

Mecanismos de Acção da Publicidade nos Media


Denis Lindon e outros, no livro “Mercator XXI – Teoria e Prática do
Marketing”7, assentam que a publicidade nos media emite mensagens com o objectivo
de exercer influência sobre as pessoas a quem são dirigidas. Os mecanismos
psicológicos através dos quais a publicidade é susceptível de influenciar o espírito e o
comportamento das pessoas são os seguintes:
1. Notoriedade: o modo mais simples de acção, e talvez o mais antigo da
publicidade, consiste me tornar o nome de uma marca familiar e
presente no espírito dos potenciais clientes, repetindo-lho o maior
número de vezes possível.
2. A informação factual: a publicidade pode ter como objectivo difundir
certas informações factuais que, pelo facto de serem levadas ao
conhecimento do segmento – alvo, possam modificar o seu
comportamento.
3. A persuasão: mais frequentes são as campanhas que apelam para os
mecanismos da persuasão, quer dizer, que pretendem convencer os
seus destinatários de que este ou aquele comportamento será para eles
útil e agradável. Os mecanismos de persuasão são muito variados,
podem apoiar-se numa argumentação racional, numa demonstração
visual, ou em testemunhos de pessoas reputadas e competentes.
4. A simpatia pela marca: por vezes a publicidade pode ter em vista
suscitar ou reforçar sentimentos de simpatia por uma marca,
esperando que o segmento – alvo tenha tendência para manifestar a
sua simpatia comprando os produtos desta marca.
5. A emoção, o desejo, o sonho: o mais misterioso dos mecanismos da
acção publicitária consiste em associar a uma marca atributos

7
LINDON, Denis and all, Mercador XXI – Teoria e Prática do Marketing, 10ªedição, Dom
Quixote
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imaginários, símbolos valorizadores ou ainda sonhos ou emoções


agradáveis que, por um processo mental irracional e geralmente
inconscientes de identificação, a tornarão desejável aos olhos dos
consumidores.

Metodologia Descritiva
A metodologia utilizada para a realização deste artigo foi a metodologia
descritiva. Isto é, este tipo de metodologia obriga o investigador a pesquisar sobre o
problema definido, partindo do princípio que se tem pouco conhecimentos sobre o tema
em epígrafe.
Ou seja, não é mais nem menos do que um estudo exploratório do tema a
desenvolver quer em livros, artigos científicos, sítios na internet, etc.
Verbos utilizados na descrição da metodologia descritiva: explorar, observar,
especular, descobrir, examinar, descrever, expor e explicar.

Objectivos
- Caracterizar a mensagem jornalística;
- Caracterizar a mensagem publicitária;
- Compreender as suas semelhanças e as suas diferenças;
- Perceber como se enquadram na sociedade.

Resultados

 A Mensagem Jornalística
A mensagem jornalística é um produto com enorme credibilidade pelo seu papel
de formadora e informadora, e também pelo modo como a sociedade vê os profissionais
jornalistas, como seres dotados de conhecimento, o que faz com que a veracidade esteja
presente nas suas palavras, notas, artigos e discurso.

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Um acontecimento só poderá ser notícia se interessa a um número de pessoas


muito amplo entre aquelas que compram e lêem determinada publicação. (José Jorge
Letria e José Goulão, ob. Cit., p.69)8.
Há um interesse objectivo, resultante do valor que a noticia tem em si, e outro
subjectivo, que depende do leitor e nasce da relação notícia – leitor.
Há vários factores que contribuem para que a notícia tenha interesse. Um deles é
o que se pode chamar a lei da proximidade: proximidade geográfica, proximidade psico-
afectiva, proximidade temporal, proximidade socioprofissional e sociocultural,
proximidade político-ideológica, proximidade da vida quotidiana.
Porém, falar de jornalismo é também falar de audiências e consequentemente de
um mercado e de comunicação de massas. De acordo com MACQUALL (2003)9, as
audiências são produto do contexto social (que leva a interesses culturais partilhados,
necessidades de compreensão e de informação) e resposta a um padrão particular de
provisão dos media. Muitas vezes, são ambas as coisas ao mesmo tempo, como quando
um meio dispõe a apelar aos membros de uma categoria social ou aos residentes de um
determinado lugar. O uso dos media reflecte também padrões mais alargados do uso do
tempo, disponibilidades, estilos de vida e rotinas do dia a dia.
Uma audiência pode definir-se de formas diferentes e sobrepostas: pelo lugar
(caso dos media locais); pelas pessoas (quando um meio se caracteriza pelo apelo a um
certo grupo etário, sexual, de crença política ou de nível de rendimentos); pelo tipo
particular de meio ou canal envolvido (combinação da tecnologia e organização); pelo
conteúdo das suas mensagens (géneros, assuntos, estilos); pelo tempo (como quando se
fala da audiência da manha, do horário nobre, ou de uma audiência instável comparada
com outra que perdura).
Não há dúvida de que a audiência da rádio e da televisão se tornou um
importante mercado de consumo para produtos e serviços.

8
ARAÚJO, Silva (1988), Vamos falar de Jornalismo, Temas de comunicação Social, Direcção
Geral da Comunicação Social;
9
MACQUALL, Denis (2003), Teoria da Comunicação de Massas, Fundação Calouste
Gulbenkian;
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Neste meio o termo mercado pode ser definido como “agregado de


consumidores reais ou potenciais de serviços e produtos dos media, com um perfil
socioeconómico conhecido”.
Liga o emissor e o receptor numa relação “calculista” mais do que normativa ou
social, como transacção de dinheiro entre produtor e consumidor, uma vez que são de
pouco interesse para quem fornece o serviço. Privilegia critérios socioeconómicos e
foca-se no consumo dos media mais do que na recepção.
A visão da audiência como mercado é, inevitavelmente, a visão “a partir dos
media” (especialmente dos seus proprietários e gestores) e nos termos do discurso das
indústrias mediáticas. As pessoas nas audiências não têm, normalmente, consciência de
si próprias como pertencentes ao mercado e o discurso do mercado em relação à
audiência é implicitamente manipulativo.
Parece então correcto, afirma que actualmente vive-se com base na teoria
estruturalista das notícias, que defende que as notícias são um produto socialmente
construído que reproduz a ideologia dominante e legitima o statu quo. Isto acontece
porque os jornalistas e os órgãos de comunicação social têm uma reduzida margem de
autonomia, cultivam uma cultura rotinizada e burocratizada e estão sujeitos ao controle
da classe dominante, proprietária dos meios de comunicação, que vincula os media às
suas (primeiras) definições dos acontecimentos. As rotinas produtivas são vistas como
uma cedência ao domínio dos poderosos. As notícias condensam essa relação estrutural
entre os media e os definidores de sentido para os acontecimentos e ajudam a construir
uma sociedade consensual e normalizada, em função da ideologia dominante-
hegemónica.

 A Mensagem Publicitária
O sistema publicitário, no seu âmbito comunicacional, ao introduzir novos
produtos no mercado, promovendo a inovação e utilizando formas originais de
comunicação, está a desempenhar também um papel de formação no campo estético, na
linguagem e no sistema de valores. Em simultâneo, tornou-se um sistema de referências
identitárias, marcando normas e modos de vida e transformando-se num regulador
cultural.
É a publicidade o veículo utilizado para conduzir a mensagem ao consumidor.
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A publicidade é constituída por mensagens persuasivas, quer sejam claras e


identificativas no domínio do racional, subtis ou mesmo subliminares que agem fora dos
mecanismos conscientes do sujeito.
Uma campanha é criada para fazer agir o consumidor, levando-o a mudar a sua
atitude e os seus comportamentos em relação aos produtos e às marcas. Esta mudança é
considerada a medida de eficácia da publicidade.
O eixo central da publicidade é o consumidor, uma vez que o determinante no
seu processo são as imagens que ele cria na sua mente e lhe marcam o seu mapa
perceptual.
Relativamente à fonte, é dado especial relevo ao fenómeno da credibilidade,
nomeadamente as suas características, o impacto no receptor e modo como ajuda a
construir uma resposta cognitiva.
A publicidade baseia-se na Teoria da Modelagem, esta contribuição para a
persuasão, é a introdução ao conceito de imitação e da observação. A introdução de
personagens, os comportamentos adoptados e os cenários utilizados, pretendem levar o
consumidor a efectuar uma aprendizagem por observação e que venham a imitar.
Este modelo passa por quatro fases: processo de atenção, processo de retenção,
processo de acção motora e processo motivacional.
A teoria da modelagem procura expor produtos e/ou marcas em situações reais
da vida das pessoas, permitindo que elas os possam recordar em situações e momentos
das suas vidas.

Conclusão
A mensagem jornalística invoca a divulgação de uma notícia, a mensagem
publicitária invoca a divulgação de um produto/ serviço/ marca/ ideia/ instituição (que
pode surgir sob a forma de notícia), a intenção de veracidade e factualidade da
mensagem jornalística é mais forte do que a publicitária.
Tanto a mensagem jornalística como a publicitária são transmissoras de
informação e conhecimento, ambas podem evocar princípios de cidadania (por ex.:
campanha publicitária sobre hábitos ecológicos e de protecção ambiental, de apoio a
instituições sociais, documentário sobre a escassez de recursos, artigo que chame a

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atenção para as causas sociais, anúncios de prevenção rodoviária, etc.), utilização mútua
do conceito de imitação (através do uso de personagens).
Ambas podem ter em comum o fenómeno da credibilidade, contudo isso varia
consoante o público – alvo; utilizam, ainda que na maioria isso possa parecer que não
acontece os mesmos processos persuasivos e em constante mudança com o objectivo de
chegar ao receptor; apresentam um carácter formativo – educativo / informativo; a
influência que ambas apresentam nos indivíduos e como consequência na sociedade é
notória; tanto uma mensagem como outra pretende retractar a realidade/actualidade; o
papel comercial também está presente nas duas mensagens; e no que passa pela
construção de sentido, tanto numa mensagem como noutra, depende da interacção
perceptiva, cognitiva e afectiva com os indivíduos.
Assim, é legítimo afirmar que as duas mensagens analisadas utilizam estilos
expressivos em linguagem, em discurso e até em imagem para captar a atenção do
público-alvo; dada a sua emergente veia comercial, a mensagem jornalística é já
considerada como comunicação de massas, tal como a publicitária.
Ambas têm como eixo central o consumidor, e geralmente, usam os mesmos
meios para chegar ao receptor (televisão, rádio, jornais e revistas, redes sociais).
Posto isto, fica claro que a mensagem jornalística e a mensagem publicitária
servem os interesses da sociedade, e fazem com que o direito à informação seja
possível, embora ela possa adoptar várias formas.

Propostas de Investigação Futuras


- Será que se pode dizer que há um Jornalismo Publicitário?
- A essência da publicidade será também constituída por valores – notícia?
- O jornalismo e a publicidade complementam-se.

Bibliografia

 Fontes Documentais
MEDINA, Cremilda de Araújo, Notícia: Um produto à Venda: Jornalismo na
Sociedade Urbana e Industrial, Summus Editorial, 6ªedição;

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ARAÚJO, Silva (1988), Vamos falar de Jornalismo, temas de comunicação


social, Direcção Geral da Comunicação Social;

MACQUALL, Denis (2003), Teoria da Comunicação de Massas, Fundação


Calouste Gulbenkian;

DESCHEPER, Jacques (1990), Saber Comunicar com os Jornalistas da


Imprensa, da Rádio e da Televisão, Edições Cetop, Tradução e Adaptação Estrela
Serrano;

PEREIRA, Francisco Costa; VERÍSSIMO, Jorge (2004), Publicidade: O estado


da arte em Portugal, Edições Sílabo;

LINDON, Denis and all, Mercador XXI – Teoria e Prática do Marketing,


10ªedição, Dom Quixote;

CASTRO, João Pinto, Comunicação de Marketing, 1ªEdição, Edições Sílabo;

TRAQUINA, Nelson (2000), Comunicação e Linguagens – Jornalismo,

 Artigos
SOUSA, Jorge Pedro, Porque é que as notícias são como são – Construindo
uma Teoria da Notícia, Universidade Fernando Pessoa.

 Sites/links
www.introducãojornalismo.blog-se.com.br.

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