Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A razão pura
Kant não é empirista ou racionalista, mas reconhece que Hume tinha razão em afirmar
que o conteúdo vem da experiência. Kant era idealista: relação superior entre
realidade e razão
Afastando de Hume, Kant afirma que existe sim conhecimento empírico. Mas não se
pode descobrir as coisas em si só pela experiência, mas só o fenômeno da coisa, ou
seja, como a coisa se apresenta aos sentidos do sujeito de conhecimento
Se você não possui os mecanismos de compreensão da coisa, você pode até vê-la
quando ela se apresentar a você, mas você não conseguirá processar a “coisa” na sua
mente. Por isso que elas nunca se apresentam de forma crua (diamond in the rough).
O fenômeno, a aparência das coisas para conosco, é a relação que o sujeito do
conhecimento tem com a experiência. Não se pode dizer que conhece a coisa em sua
totalidade, apenas que ela se mostra dessa forma nesse momento (fenômenos).
Para Kant, esse ato de entender é um ato de julgamento da empiria por meio de
categorias. Por isso, todo pensamento, para Kant, é na verdade um julgamento, é um
juízo. E, para cada categoria a priori, há um juízo que se lhe corresponde.
O juízo analítico não traz o verdadeiro conhecimento, porque não traz nada de novo.
Já é conhecido. O predicado já é contido no sujeito. Analisar: partir. Filosofia=
Filos+sofia: amor ao conhecimento. Apenas separou a palavra e disse o que suas
partes já queriam dizer. Triângulo: três ângulos.
Razão prática
A teoria kantiana sobre a justiça e a injustiça, sobre o bem e o mal, sobre o belo, sobre
o correto, as virtudes, enfim, sobre tudo que envolve o mundo dos valores, da vida
prática, das considerações para a ação e o julgamento humano, essa teoria em Kant
faz-se com base na razão prática, cujo núcleo residirá nos imperativos categóricos.
O imperativo categórico
Dever-ser que orienta ao agir moral racional, já que o homem não é perfeito para fazer
isso naturalmente.
É um dever que obriga sem condicionantes nem limitações nem finalidades outras que
o cumprimento desse próprio dever. Dever pelo dever. Universal. Inflexível. Inalterável.
Agir como se a máxima da tua ação se devesse tornar, pela tua vontade, em lei
universal da razão.
Somente a verdade pode ser universalizada enquanto lei moral, e, assim, somente ela
é expressão de uma racionalidade que se compreende em todos os homens.
É apenas a vontade boa, isto é, meramente um querer, o que faz com que os
interesses individuais sejam superados em favor de um padrão universal de medida,
valoração e ação da moralidade.
Somente poderão ser de direito natural (somente poderão ser direitos justos e
racionais) os imperativos universalizados.
Justo é o imperativo universal, isto é, que valha para todos igualmente, por meio de
uma mesma régua inflexível
O direito em Kant
Direito e moralidade
O campo do direito (ação exterior mesmo que o sujeito não tenha moral) independe da
motivação pessoal do sujeito. As razões pelas quais alguém cumpre a lei não são tão
importantes quanto o simples fato de cumpri-la; por sua vez, no campo moral, não
importa apenas cumprir, mas sim querer cumprir.
Com isso, quer-se dizer que, para Kant, os princípios que regem racionalmente o
direito são hauridos da mesma fonte lógica daqueles que regem a moral:
universalidade.
As normas jurídicas racionais e as morais são pensadas todas a partir de uma mesma
forma – imperativos categóricos.
A moral se cumpre por um querer interior ao sujeito e o direito se revela por meio da
coerção externa ao sujeito, promovida pelo Estado.
O contratualismo kantiano
Para Kant, peculiarmente, o Estado de direito garante apenas a justiça para todos, não
o bem--estar dos seus cidadãos. Numa posição altamente liberal, os indivíduos, por si
próprios, são responsáveis pela sua felicidade. Estado só fornece liberdade.
O contrato social, na sua opinião, é tão somente uma ideia que organiza a
concretização da justiça enquanto garantia da liberdade.
Propriedade privada inflexível aos apelos dos não possuidores dela. Kant assinala a
garantia da propriedade privada como um inabalável direito da razão, um direito
natural.
Para Kant, ainda que o soberano seja um tirano, injusto, não há um direito de
resistência do povo, que deve se conformar à condição jurídica dada, sem postular
uma revolução.
Direito das gentes: o direito das relações dos Estados entre si e dos indivíduos de um
Estado com os do outro. Poder soberano por sobre os Estados: federação de Estados