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COMANDOS

ELÉTRICOS
Sumário
Motor Elétrico ............................................................................................................................................. 5
Motor de corrente contínua ........................................................................................................................ 5
Motor de corrente alternada ....................................................................................................................... 5
O motor monofásico ................................................................................................................................... 5
Conceitos Básicos ...................................................................................................................................... 7
Conjugado .......................................................................................................................................... 7
Conversão da potência elétrica em mecânica ................................................................................... 7
Potência Ativa, Aparente e Reativa.................................................................................................... 8
Motores trifásicos ..................................................................................................................................... 10
Introdução ao campo girante .......................................................................................................... 10
Velocidade síncrona do campo girante ........................................................................................... 12
Escorregamento .............................................................................................................................. 12
A curva do conjugado ...................................................................................................................... 13
Motor de indução tipo gaiola de esquilo .......................................................................................... 14
Análise dos dados de placa de um motor de indução trifásico tipo gaiola de esquilo. ............................ 15
Informações do motor ...................................................................................................................... 15
Potência do motor ............................................................................................................................ 17
Fator de Serviço ............................................................................................................................... 17
Classe de isolamento ou isolação .................................................................................................... 17
Corrente de partida, Múltiplos da corrente nominal fator Ip/In. ........................................................ 18
Grau de proteção intrínseca (IP). ..................................................................................................... 18
Tensão de trabalho múltipla ............................................................................................................. 19
Corrente nominal .............................................................................................................................. 20
Regime de trabalho .......................................................................................................................... 20
Temperatura e altitude de trabalho .................................................................................................. 22
Rendimento (η) ................................................................................................................................. 23
Fator de potência ou cosseno phi (cosφ). ........................................................................................ 24
Ligações de motores elétricos trifásicos por indução, tipo gaiola de esquilo. ......................................... 27
Dispositivos de Proteção .......................................................................................................................... 30
Fusíveis ............................................................................................................................................ 30
Fusível Tipo D .................................................................................................................................. 31
Fusível NH ........................................................................................................................................ 33
Disjuntores........................................................................................................................................ 35
Disjuntor Termomagnético ............................................................................................................... 35
Relé Térmico .................................................................................................................................... 36
Disjuntor Motor ................................................................................................................................. 37
Dispositivos de Comandos Eletroeletrônicos Industriais ......................................................................... 39
Botões e Chaves Fim de Curso ....................................................................................................... 39
Botões .............................................................................................................................................. 39
Chaves Fim de Curso ....................................................................................................................... 41

2
Contatores ........................................................................................................................................ 43
Contatores Principais ou de Potência ............................................................................................... 43
Contatores auxiliares ......................................................................................................................... 45
Sinalizadores ..................................................................................................................................... 47
Sinalizador sonoro ............................................................................................................................. 47
Sinalizador luminoso ......................................................................................................................... 48
Temporizadores ................................................................................................................................ 49
Dimensionamento de partidas motores de indução trifásico rotor de gaiola ................................. 51
Partida direta .................................................................................................................................... 51
Dimensionamento utilizando como proteção fusível (curto-circuito) e relé térmico (sobrecarga) ... 52
Dimensionamento dos condutores de potência e comando. ........................................................... 53
Dimensionamento do contator K1. ................................................................................................... 54
Dimensionamento do relé térmico ou disjuntor motor. ..................................................................... 54
Dimensionamento dos fusíveis de potência (F1, F2 e F3). ............................................................. 55
Dimensionamento dos fusíveis de comando (F21 e F22)................................................................ 56
Métodos de partida indireta .............................................................................................................. 57
Partida estrela triângulo ................................................................................................................... 57
Determinação das tensões e correntes na parida estrela-triângulo. ............................................... 58
Dimensionamento dos componentes da partida estrela-triângulo. .................................................. 60
Dimensionamento dos contatores. Contator K2 .................................................................................... 63
Contatores K1 e K3 .......................................................................................................................... 63
Dimensionamento do térmico. .......................................................................................................... 63
Dimensionamento do fusível. ................................................................................................................ 63
Dimensionamento do disjuntor motor............................................................................................... 65
Partida com autotransformador (compensadora) ...................................................................................... 66
Dimensionamento dos componentes da partida com autotransformador. ....................................... 67
Dimensionamento dos contatores. ................................................................................................... 68
Contator K2 ...................................................................................................................................... 68
Contator K3 ...................................................................................................................................... 68
Dimensionamento do térmico. .......................................................................................................... 69
Dimensionamento do fusível. ........................................................................................................... 69
Dimensionamento do disjuntor motor............................................................................................... 70
Motores com mais de uma velocidade. .................................................................................................... 71
Motor Dahlander ............................................................................................................................... 71
Dimensionamento para baixa rotação. Contator K1 .............................................................................. 73
Dimensionamento do disjuntor motor (DM) Q0. ............................................................................... 74
Dimensionamento para alta rotação. Contator K2 e K3......................................................................... 74
Dimensionamento do disjuntor motor (DM) Q1. ............................................................................... 74
Motor de Rotor Bobinado (variação de resistência rotórica). ........................................................... 75
Frenagem ................................................................................................................................................. 76
SoftSarter ................................................................................................................................................. 78
Inversor de frequência .............................................................................................................................. 80
Sensores .................................................................................................................................................. 82

3
Condutores elétricos ................................................................................................................................ 86
Identificação dos condutores:................................................................................................................... 89
Terminais para cabos elétricos. ............................................................................................................... 90
Bornes de passagem. .............................................................................................................................. 91
Conexão por parafuso .............................................................................................................................. 91
Conexão por mola .................................................................................................................................... 91
Eletroduto tipo canaleta ............................................................................................................................ 92
Prensa cabos............................................................................................................................................ 92
Montagens ................................................................................................................................................ 93
Partida direta motor monofásico .............................................................................................................. 94
Partida direta do motor trifásico ............................................................................................................... 95
Partida direta com reversão (Potência) .................................................................................................... 96
Partida direta com reversão (Comando) .................................................................................................. 97
Semáforo didático 1 ................................................................................................................................. 98
Semáforo didático 2 ................................................................................................................................. 99
Partida Estrela Triângulo (Potência) ...................................................................................................... 100
Partida Estrela Triângulo (Comando) ..................................................................................................... 101
Partida Estrela Triângulo com reversão (Potência) ............................................................................... 102
Partida Estrela Triângulo com reversão (Comando) .............................................................................. 103
Partida com Autotransformador (Potência) ............................................................................................ 104
Partida com Autotransformador (Comando) .......................................................................................... 105
Partida com Autotransformador e reversão (Potência) .......................................................................... 106
Partida com Autotransformador e reversão (Comando) ........................................................................ 107
Partida motor Dahlander ( Potência) ..................................................................................................... 108
Partida motor Dahlander (Comando) ..................................................................................................... 109
Partida motor Dahlander com reversão (Potência) ................................................................................ 110
Partida motor Dahlander com reversão (Comando) .............................................................................. 111
Partida motor Dahlander com reversão e temporizadores (Potência) ................................................... 112
Partida motor Dahlander com reversão e temporizadores (Comando) ................................................. 113
Partida motor Dahlander com reversão e temporizadores (Comando) ................................................. 114
Partida do motor de rotor bobinado mudança de velocidade por botão (Potência) .............................. 115
Partida do motor de rotor bobinado mudança de velocidade por botão (Comando) ............................. 116
Partida do motor de rotor bobinado mudança automática de velocidade (Potência) ........................... 117
Partida do motor de rotor bobinado mudança automática de velocidade (Comando) ......................... 118
Partida direta com reversão e freio eletromagnético (Potência) ............................................................ 119
Partida direta com reversão e freio eletromagnético (Comando) .......................................................... 120
Partida com soft starter e reversão (Potência) ....................................................................................... 121
Partida com soft starter e reversão (Comandos) ................................................................................... 122

4
Motores Elétricos

Motor elétrico é uma máquina destinada a transformar a energia elétrica em energia


mecânica.

Os tipos mais comuns de motores elétricos são:

Motores de corrente continua:

São motores de custo mais elevado e, além disso, precisam de uma fonte de corrente
continua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada comum em continua. Podem
funcionar com velocidade ajustável entre amplos limites e permitem controles com e grande
flexibilidade e precisão. Por isso, seu uso é restrito a casos especiais em que estas exigências
compensam o custo muito mais alto da instalação e da manutenção.

Motores de corrente alternada:

São os mais utilizados, porque a distribuição de energia elétrica é feita normalmente em


corrente alternada. Os principais tipos são:

Motor síncrono: funciona com velocidade fixa, ou seja, sem interferência do


escorregamento; utilizado normalmente para grandes potencias (devido ao seu alto custo em
tamanhos menores).

Motor de indução assíncrono: funciona normalmente com uma velocidade constante, que
varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade,
robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado de todos, sendo adequado para quase todos os
tipos de máquinas. Atualmente é possível o controle da velocidade dos motores de indução com
o auxílio de inversores de frequência.

O motor monofásico

São motores que são alimentados por uma fonte de tensão monofásica comum em
residências, escritórios, oficinas em zonas rurais. Não são recomendados para potências acima
de 3CV, devido ao grande consumo de corrente elétrica.

Podemos encontrar motores monofásicos com 2 terminais, 4 terminais e 6 terminais,


onde podemos citar suas características.

Motores de 2 terminais são destinados a apenas uma tensão de alimentação, e não é


possível efetuar a inversão do sentido de giro.

Motor de 4 terminais possui o enrolamento dividido, permitindo a ligação em dois valores


de tensão, onde a maior tensão é duas vezes o valor da menor tensão, e também não é possível
inverter o sentido de rotação do mesmo
Nos motores monofásicos de 6 terminais, podemos alimentá-los com duas tensões e
também inverter o sentido de giro, bastando modificar o fechamento do motor.

5
Exercício

Observar a placa do motor monofásico que se encontra na torre de motores e


ilustrar os fechamentos para este motor para alimentação em 110V e 220V.

Marca do motor: .
Número de rotações: RPM.
Corrente em 110V: A.
Corrente em 220V: A.
Potência do motor: CV.

Ligação motor monofásico.

E para alterar o sentido de rotação:

Os tipos de motores monofásicos que podemos encontrar são:

• Motor de polos sombreados (shared pole).


• Motor de fase dividida (split fase).
• Motor com capacitor de partida (capacitor start).
• Motor de capacitor permanente (permanent split capacitor).
• Motor com dois capacitores (two value capacitor).

Uma observação importante sobre motores monofásicos é em relação aos fechamentos


que podem variar de fabricante para fabricante, e por tipo também, portanto deve-se sempre
efetuar a ligação presente na placa do motor ou no manual do fabricante.

6
Conceitos Básicos

Conjugado

O conjugado (também chamado torque ou momento) é a medida do esforço necessário para


girar um eixo.

Princípio básico do conceito da medida de torque ou conjugado, em Kgfm.

No exemplo acima, uma barra de 1 metro e um peso de 1Kgf aplicado na ponta desta
barra, no centro do eixo temos o conjugado de 1 Kgfm.

Conversão da potência elétrica em mecânica

A relação entre potência elétrica e mecânica é de que 1 CV (Cavalo Vapor) corresponde


a 736 W (Watts), gerando duas equações:

Potência elétrica em Watts (W) para potência mecânica em Cavalos Vapor (CV):

𝑃𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎= 𝑃𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎
736
Potência mecânica em Cavalos Vapor (CV) para potência elétrica Watts (W):

𝑃𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 = 𝑃𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 × 736

7
Potência Ativa, Aparente e Reativa.

Potência Ativa (P)

É a potência que efetivamente realiza o trabalho, expressa em Watts (W), que é


calculada a partir da seguinte fórmula:

𝑃 = √3 × 𝑈 × 𝐼 × 𝑐𝑜𝑠𝜑 (𝑒𝑚 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑖𝑓á𝑠𝑖𝑐𝑜𝑠)

Onde:

P – Potência Ativa.
U – Tensão elétrica em Volts (V).
I – Corrente elétrica em Ampère (A).
Cosφ – Cosseno do ângulo phi (ângulo de defasagem entre tensão e corrente).

Potência Aparente (S)

É a potência total absorvida pelo circuito, é a relação direta entre tensão e corrente,
expressa na unidade Volt Ampère (V.A.), calculada por:

𝑆 = 𝑈 × 𝐼 (𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑠 𝑚𝑜𝑛𝑜𝑓á𝑠𝑖𝑐𝑜𝑠)

𝑆 = √3 × 𝑈 × 𝐼 (𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑖𝑓á𝑠𝑖𝑐𝑜𝑠)

Onde:

S – Potência Aparente.
U – Tensão elétrica em Volts (V).
I – Corrente elétrica em Ampère (A).

Potência Reativa (Q)

É a potência que não realiza o trabalho final, é a potência absorvida pelos elementos do
circuito (capacitores e indutores), sua unidade é o Volt Ampère reativo (V.A.r), calculada por:

𝑄 = √3 × 𝑈 × 𝐼 × 𝑠𝑒𝑛𝜑 ou 𝑄 = 𝑆 × 𝑠𝑒𝑛 𝜑

Onde:

Q – Potência Reativa.
U – Tensão elétrica em Volts (V).
I – Corrente elétrica em Ampère (A).
senφ –seno do ângulo phi (ângulo de defasagem entre tensão e corrente).

8
Triângulo das potências

Exemplo da tulipa de Chope.

Analogia das potências com uma tulipa de chope.

9
Motores trifásicos

Podemos citar alguns tipos de motores, que serão utilizados em nossas montagens, o
mais comum: o motor de indução trifásico tipo gaiola de esquilo, o mais robusto de todos devido
sua construção simples, apresenta um conjugado de partida relativamente fraco, e um pico de
corrente na partida que varia de 4 a 8 vezes o valor nominal.

Motor de rotor bobinado possui rotor bobinado, acessível externamente, através de


coletores e anéis deslizantes, denominados K, L e M, onde se podem acrescentar resistências
que alteram o efeito da indução magnética entre estator e rotor, modificando o escorregamento
e consequentemente, mudando a velocidade no eixo.

O motor Dahlander, possui 6 bobinas com um fechamento interno particular, seus 6


terminais podem ser ligados de duas formas, alterando o número de polos do motor e
consequentemente, modificando a velocidade, sempre numa relação de 1:2, ou seja, a
velocidade mais alta é geralmente o dobro da mais baixa. Um detalhe importante é que para
cada rotação temos um rendimento e uma potência diferente, na alta rotação geralmente temos
uma potência de 1,5 até 1,8 vezes à potência da menor rotação.

Motor de dois enrolamentos separados possui dois enrolamentos que devemos alimentar
um de cada vez, e cada um possui uma velocidade diferente.

Introdução ao campo girante

Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica, é gerado um campo
eletromagnético, e a orientação magnética (norte e sul) é dado pelo sentido desta corrente.

Ilustração didática da distribuição das bobinas em um motor de indução.

Para análise do campo magnético de forma simplificada, vamos considerar apenas o


semiciclo positivo e o pico de tensão nas bobinas correspondentes, e quando este semiciclo
alimenta a bobina da fase, é gerada uma orientação magnética NORTE na bobina. Exemplo
quando R está em 90 graus na bobina R (BR), criamos o NORTE, representado pela ponta da
flecha no diagrama fasorial.

10
Sinal trifásico e análise simplificada do campo girante no estator de um motor de indução.

11
Velocidade síncrona do campo girante

A velocidade síncrona do motor é a velocidade da rotação do campo girante, depende


do número de polos do motor (fator construtivo) e da frequência da rede em Hertz (Hz). Em
motores de indução podemos ter motores de 2, 4, 6, 8 e 10 polos, que a partir da equação abaixo
podemos determinar a velocidade síncrona do motor a uma frequência de 60 Hz (Tabela).

120 × f
ns =
p

Onde:

ns - velocidade síncrona.

F - frequência em Hertz.

p - Número de polos.

Número de polos Velocidade síncrona (RPM)


2 3600
4 1800
6 1200
8 900
10 720
Relação do número de polos e velocidade síncrona.

Escorregamento

É a diferença entre a velocidade síncrona (ns) e a velocidade nominal do motor (n), pois
quanto há carga mecânica no eixo, necessitamos de conjugado para girá-la, e necessitando de
conjugado, precisamos que mais linhas de força magnética cortem o rotor, diminuindo a
velocidade do eixo em relação ao campo girante. O escorregamento pode ser determinado por:

s (rpm) = ns - n

Onde:

s - escorregamento em RPM.

ns - velocidade síncrona em RPM.

n -> velocidade nominal em RPM.

Podemos calcular o percentual de escorregamento por:

12
ns − n
s (%) = × 100
ns

Onde:

s(%) - escorregamento em porcentagem.

ns - velocidade síncrona em RPM.

n - velocidade nominal em RPM.

Das equações anteriores podemos deduzir a equação da velocidade nominal (n):

s (%) )
n = ns × (1 −
100

A curva do conjugado

O motor de indução tem como característica conjugado igual a zero na velocidade


síncrona, ao existir carga mecânica a rotação do motor é reduzida, até o ponto que exista
conjugado suficiente para o motor girar o conjunto mecânico na velocidade nominal (menor que
a síncrona), esta diferença entre estas duas velocidades é chamada escorregamento, caso o
conjugado da carga seja maior do que a capacidade do motor o rotor trava, podendo danifica-lo,
a seguir o gráfico do conjugado:

Gráfico do conjugado em relação à rotação. Fonte: WEG.

13
Motor de indução tipo gaiola de esquilo

É o motor mais utilizado na indústria moderna, é de construção simples, robusta e de


partida simples, sendo utilizado nos mais diversos tipos de aplicação.

O rotor é constituído, por um núcleo de chapas de ferro magnético, isoladas entre si. Um
conjunto de barras de alumínio inseridas paralelamente, e em suas extremidades, é ligado anéis
de curto circuito, quando o estator gera o campo girante é através deste circuito, que é feita a
indução magnética, fazendo que o eixo gire, observe figura abaixo:

Rotor tipo gaiola de esquilo.

O estator é constituído por ferro magnético laminado, nas ranhuras ou cavas, onde são
colocados os enrolamentos que serão alimentados pela rede trifásica de corrente alternada, a
disposição e quantidade de bobinas em cada conjunto de boninas, determinam o número de
polos, que é um dos fatores que influencia diretamente a rotação do motor.

Ilustração motor de indução trifásico.

14
O motor é constituído por:

• Estator.
• Rotor.
• Dois rolamentos (mancais para os eixos).
• Retentores (Quando houver).
• Tampas do estator, onde são acondicionados os rolamentos.
• Ventilador.
• Tampa traseira para o ventilador, defletora.
• Caixa de conexões.
• Tampa para caixa de conexões.
• Olhal ou alça.
• Enrolamentos.

Análise dos dados de placa de um motor


de indução trifásico tipo gaiola de esquilo.

Placa de um motor de indução.

Informações do motor

Marca do motor - Fabricante do motor.

3~ - Motor trifásico

Tipo gaiola de esquilo.

Frequência
Hz – 60 Hz frequência da rede, frequência em Hertz (Hz).

15
Categorias

No motor exemplo: CAT – Tipo N.

A categoria de conjugado é a classificação das características de um motor de indução


trifásico, referentes ao conjugado em relação à velocidade e corrente de partida, cada letra é
adequada a um tipo de carga mecânica, sendo:

Categoria N

Conjugado de partida normal, corrente de partida normal e baixo escorregamento. É o


tipo de categoria mais comum, aplicável a cargas normais, bombas, máquinas, ventiladores.

Categoria NY

Características idênticas a categoria N, porém prevê a aplicação de partida tipo estrela-


triângulo.

Categoria H

Conjugado de partida alto, corrente de partida normal e baixo escorregamento, aplicável


em cargas que exigem um maior conjugado de partida, tais como: transportadores carregados,
britadores, moinhos.

Categoria HY

Características idênticas a categoria H, porém prevê a aplicação de partida tipo estrela-


triângulo.

Categoria D

Conjugado de partida alto, corrente de partida normal e alto escorregamento (s > 5%).
Utilizado em máquinas que apresentam picos periódicos de conjugado, prensas e similares,
elevadores.

Curvas do conjugado para as diversas categorias. Fonte: WEG.

16
Potência do motor

No motor exemplo: Potência - 2.2KW (3(CV)).

KW (CV) – Potência do motor, sendo elétrica em KW e mecânica em CV.

Pelétrica (KW) = Pmecânica (CV) × 0,736

Pelétrica (KW)
Pmecânica (CV) =
0,736

Fator de Serviço

No motor exemplo: FS – 1,15.

O Fator de Serviço (FS) é um valor, que quando aplicado à potência nominal do motor,
determina o quanto de sobrecarga mecânica o motor suporta sem danificá-lo, podemos afirmar
que é uma potência reserva do motor.

No motor exemplo o FS é igual a 1,15, indicando que este motor pode trabalhar
fornecendo uma potência 15% maior que a nominal em situações de exigência, verificamos por:

Pmecânica (com FS) = FS × Pmecânica = 1,15 × 3CV = 3,45CV

Como calculado notamos que o motor pode fornecer uma potência de até 3,45CV sem
danificá-lo.

Classe de isolamento ou isolação

No motor exemplo: ISOL – B.

Indica o valor máximo de temperatura suportado pelos enrolamentos do motor sem


danificá-los ou reduzir sua vida útil, conforme tabela abaixo:

Classe Temperatura
Classe A 105°C
Classe E 120°C
Classe B 130°C
Classe F 155°C
Classe H 180°C
Tabela das classes de isolamento.

No motor exemplo a classe de isolamento é B, portanto este motor suporta uma


temperatura de até 130°C nos enrolamentos sem danificá-los.

17
Corrente de partida, Múltiplos da corrente nominal fator Ip/In.

No motor exemplo: Ip/In – 6.8.

Este fator indica quantas vezes a corrente de partida é maior do que a corrente nominal
do motor, um valor muito importante para determinar as proteções do motor.

No motor exemplo temos uma corrente de 8,68 A quando alimentado em 220V, portanto
a corrente de partida (Ip) é calculada por:

Ip(220V) = Ip/In × In(220V) = 6,8 × 8,68A = 59,02A

A corrente de partida deste motor será de 59,02A quando alimentado por 220V.

Já para alimentação em 380V, o motor consome uma corrente nominal de 5,03A.

Ip(380V) = Ip/In × In(380V) = 6,8 × 5,03A = 34,20A

A corrente de partida em 380V é de 34,20A.

Como tempo de partida do motor leva-se em conta (somente na tabela do fabricante) o


tempo de rotor bloqueado a quente, que indica o tempo máximo que o motor suporta quando em
corrente de partida, na prática utilizamos este valor como o tempo de partida do motor.

Grau de proteção intrínseca (IP).

No motor exemplo: IP-55.

Este número indica qual o grau de proteção que motor possui em relação a objetos
sólidos (primeiro digito) e líquidos (segundo dígito).

Primeiro Dígito Grau de proteção


(sólidos)
0 Máquina não protegida.
1 Máquina protegida contra objetos sólidos maiores que 50mm.
2 Máquina protegida contra objetos sólidos maiores que 12mm.
3 Máquina protegida contra objetos sólidos maiores que 2,5mm.
4 Máquina protegida contra objetos sólidos maiores que 1mm.
5 Máquina protegida contra poeira.
6 Máquina totalmente protegida contra poeira.
Primeiro digito da classificação IP (Sólidos).

18
Segundo Dígito (líquidos) Grau de proteção
0 Máquina não protegida.
1 Máquina protegida contra gotejamento vertical.
2 Máquina protegida contra gotejamento de água, até 15 graus.
3 Máquina protegida contra aspersão de água (chuva).
4 Máquina protegida contra projeções de água.
5 Máquina protegida contra jatos de água.
6 Máquina protegida contra jatos potentes de água.
7 Máquina protegida contra os efeitos de imersão temporária.
8 Máquina protegida contra os efeitos de imersão contínua.
Segundo digito da classificação IP (Líquidos).

No motor exemplo IP = 5 (sólidos) 5(líquidos), o motor apresenta proteção contra poeira


e jatos de água.

Tensão de trabalho múltipla

No motor exemplo: V- 220V /380V.

De acordo com o fechamento dos terminais do motor podemos aplicar tensões


diferentes, para alimentação das bobinas sem danificá-lo.

Os motores podem possuir 6 terminais, 9 terminais (não é comum) e 12 terminais,


oferecendo vários fechamentos permitindo o motor trabalhas nas tensões de 220V, 380V, 440V
e 760V (observar se na tensão de 760V é somente para partida).

O motor de 6 pontas ou terminais podem ter dois fechamentos o triângulo (menor tensão)
e o estrela (maior tensão).

Motor de 9 terminais possui dois modelos sendo um para fechamento estrela-estrela


(380V) e estrela (760V) e outro modelo que permite também apenas dois fechamentos sendo
triângulo-triângulo (220V) e triângulo (440V).

Por sua vez o motor de 12 pontas permite a execução de 4 fechamentos diferentes


podendo operar em qualquer uma das tensões desde que o fechamento esteja correto, são o
triângulo-triângulo (220V), estrela-estrela (380V), triângulo (440V) e estrela (760V).

No motor exemplo temos apenas duas tensões de operação sendo 220V (fechamento
triângulo) e 380V (fechamento estrela).

Os fechamentos serão vistos logo adiante.

19
Corrente nominal

No motor exemplo: I – 8.68A / 5.03A.

Indica a corrente nominal consumida pelo motor de acordo com a tensão de alimentação.

No motor exemplo quando alimentado com 220V a corrente nominal é de 8,68A e quando
alimentado em 380V a corrente nominal é de 5,03A.

A corrente pode ser calculada quando dispomos do valor da potência elétrica do motor,
Intensão de trabalho, rendimento e fator de potência (cosφ).

P(W) × 100
= 8,68A
In =

√3 × U × cosφ × rend%

No motor exemplo:

2200W × 100
In (220V) = = 8,68A

√3 × 220V × 0,8 × 83,1%

2200W × 100
= 5,03A
In (380V) =

√3 × 380V × 0,8 × 83,1%

Onde:

P(W) – Potência elétrica do motor em Watts.

U – Tensão de alimentação, em volts.

cosφ – Cosseno do ângulo phi (φ).

rend% -Rendimento em valor percentual.

Regime de trabalho

No motor exemplo: REG – S1.

É o grau de regularidade da carga a qual o motor é submetido, a variação de carga influi


diretamente na estabilidade térmica do motor, nas perdas e no sub dimensionamento do motor.

20
S1 - Regime contínuo.

Carga constante

S2 - Regime de tempo limitado.

Carga constante, porém o tempo de funcionamento não permite atingir o equilíbrio


térmico.

S3 - Regime intermitente periódico.

Regime que possui ciclos de funcionamento e parada idênticos, neste regime as partidas
não influenciam a temperatura de modo significativo.

S4 - Regime intermitente periódico com partidas.

Regime que possui ciclos de funcionamento e parada idênticos, porém com períodos
curtos, não permitindo o equilíbrio térmico.

S5 - Regime intermitente periódico com frenagem elétrica.

Regime que possui ciclos de funcionamento, frenagem e repouso idênticos, porém com
períodos curtos, não permitindo o equilíbrio térmico.

S6 - Regime de funcionamento contínuo periódico com carga intermitente.

Regime que possui ciclos de funcionamento com carga constante e períodos em vazio,
sem período de repouso.

S7 - Regime de funcionamento contínuo periódico com frenagem elétrica.

Regime que possui ciclos de funcionamento idênticos consistindo de um período de


partida, um com carga constante e um período de frenagem, sem período de repouso.

S8 - Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação


carga/velocidade de rotação.

Regime que possui ciclos de funcionamento idênticos consistindo de um período de


partida, um com carga constante, a uma determinada velocidade de rotação, seguido de um ou
mais períodos a outras cargas constantes com diferentes velocidades de rotação, sem período
de repouso.

S9 - Regime com variações não periódicas de cargas e velocidade.

Regime o qual a carga e a velocidade variam de forma não periódica, incluindo


sobrecargas mecânicas.

S10 - Regime com cargas constantes distintas.

Variação de cargas e velocidades em tempos distintos.

OBS: Geralmente aplicações que exigem motores com regimes de serviço de S2 a S10
devem ser encomendados ao fabricante.

No motor exemplo temos o regime de serviço sendo S1, de regime contínuo.

21
Temperatura e altitude de trabalho

No motor exemplo: MAX. AMB. 40°C; ALT 1000m.

Associando os efeitos da variação de temperatura e da altitude, a capacidade de


dissipação térmica do motor é comprometida, influenciando diretamente na potência útil do
motor, que pode ser obtida através da fórmula abaixo:

P´ = α × Pn (CV)

Onde:

P´ - Potência útil do motor em cavalo-vapor (CV).

α – Coeficiente da tabela temperatura x altitude

Pn – Potência nominal do motor cavalo-vapor (CV).

T/H 1000m 1500m 2000m 2500m 3000m 3500m 4000m


10°C 1,16 1,13 1,11 1,08 1,04 1,01 0,97
15°C 1,13 1,11 1,08 1,05 1,02 0,98 0,94
20°C 1,11 1,08 1,06 1,03 1,00 0,95 0,91
25°C 1,08 1,06 1,03 1,00 0,95 0,93 0,89
30°C 1,06 1,03 1,00 0,96 0,92 0,90 0,86
35°C 1,03 1,00 0,95 0,93 0,90 0,88 0,84
40°C 1,00 0,97 0,94 0,90 0,86 0,82 0,80
45°C 0,95 0,92 0,90 0,88 0,85 0,82 0,78
50°C 0,92 0,90 0,87 0,85 0,82 0,80 0,77
55°C 0,88 0,85 0,83 0,81 0,78 0,76 0,73
60°C 0,83 0,82 0,80 0,77 0,75 0,73 0,70
Tabela de coeficiente da potência útil relacionada a Temperatura (T) e Altitude (H).

Como exemplo utilizaremos os dados do motor citado, instalado em um forno com


temperatura ambiente de 60°C a uma altitude de 1500m, observando a tabela na intersecção de
T=60°C e H=1500m, localizamos um α=0,82, sendo a potência nominal de nosso motor de 3CV
a 40°C e 1000m, nesta instalação dispomos de uma potência útil de:

P´ = α × Pn = 0,82 × 3CV = 2,46CV

Portanto nesta instalação (temperatura ambiente de 60°C a uma altitude de 1500m) o


motor pode fornecer apenas 2,46CV de potência.

22
Rendimento (η)

No motor exemplo: Rend % - 83,1%.

Rendimento é definido como a eficiência que a energia elétrica é convertida em energia


mecânica na ponta do eixo, o rendimento é obtido através do cálculo:

736 × P(CV)
η% = × 100
√3 × U × I × Cosφ

Onde:

η% - Rendimento em porcentagem.

P – Potência nominal em CV.

U – Tensão de alimentação.

I – Corrente

Cosφ – Fator de potência

Podemos calcular o rendimento do motor exemplo e confronta-lo com o dado em placa


de 83,1%.

736 × 3(CV)
η%(220V) = × 100

√3 × 220 × 8,68 × 0,80

η%(220V) = 83,4%

736 × 3(CV)
η%(380V) = ×100

√3 × 380 × 5,03 × 0,80

η%(380V) =83,3%

Notamos que o valor do cálculo é próximo ao dado em placa.

23
Fator de potência ou cosseno phi (cosφ).

No motor exemplo: Cosφ – 0,80.

O fator de potência, cosφ, é o cosseno do ângulo phi (φ) que é a defasagem entre a
tensão e a corrente, é também a relação entre a potência ativa (P) e a potência aparente (S).

P(W) P(W)
Cosφ = =
S(VA) √3 × U × I × η

Onde:

Cosφ – cosseno do ângulo phi (φ) defasagem entre tensão e corrente.

P – Potência útil em Watts (W).

S – Potência aparente em Volt Ampère (VA)

η - Rendimento em valores decimais.

U – Tensão de alimentação.

I – Corrente

No motor exemplo calculamos o cosφ por:

P(W) P(W) 2200W


Cosφ = = = = 0,80
S(VA) √3 × U × I × η √3 × 220 × 8,68 × 0,831

O tipo de defasagem entre tensão e corrente, e o ângulo correspondente depende do


tipo de carga alimentada à rede elétrica, sendo assim temos:

Carga resistiva – corrente e tensão em fase, portanto cosφ =1;

Carga Indutiva – corrente atrasada em relação à tensão, cosφ atrasado;

Carga Capacitiva – corrente adiantada em relação à tensão, cosφ adiantado;

Como notamos o fator de potência é uma perda elétrica, que influencia no sistema de
distribuição, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), determina que o fator de potência
esteja o mais próximo de 1,00, e o valor mínimo permitido é de 0,92.

24
Para corrigir o fator de potência em um motor elétrico, que basicamente é uma carga
indutiva, tem um cosφ atrasado, acrescentamos cargas que tenham um cosφ adiantado, de modo
a melhorar o sistema, o método mais comum é acrescentando capacitores.

Existem vários cálculos que podemos utilizar, porém o mais simples e prático é
determinando a potência reativa do banco de capacitores a serem adicionados ao sistema, em
kVAr, através de um Fator (F) dado em uma tabela e dados de potência e rendimento do sistema,
como veremos no exemplo a seguir pela expressão:

P(CV) × 0,736 × F × 100


QVAr =
η%

Onde:

QVAr – Potência do banco de capacitores, em KVAr (Kilo Volt Ampére reativo).

P – Potência nominal em CV.

F – Fator de correção da tabela, intersecção entre os dados de fator de potência origina


e desejado.

η% - Rendimento em porcentagem.

No motor exemplo temos um cosφ de 0,80, e necessitamos corrigi-lo para atingir o valor
mínimo da norma de 0,92, obtemos a potência do banco por:

P(CV) × 0,736 × F × 100 3 × 0,736 × 0,321 × 100


QKVAr = = = 0,85KVAr
η% 83,1%

Portanto para correção do fator de potência do motor exemplo, de 0,80 para 0,92,
adicionamos um banco de capacitores com potência de 0,85 kVAr em paralelo com o mesmo,
conforme ilustração a seguir.

Ligação do banco de capacitores para correção do fator de potência.

25
Coeficientes de correção (F) para equação da correção do fator de potência. Fonte: WEG.

26
Ligações de motores elétricos trifásicos
por indução, tipo gaiola de esquilo.

Motor de 6 pontas

Em motores de 6 pontas, podemos ter apenas dois fechamentos triângulo (menor


tensão) e estrela (maior tensão), podemos ter motores que operam em 220V/380V ou
440V/760V, de maneira mais rara 380V/660V.

Fechamento triângulo (menor tensão) em motor de 6 terminais.

Fechamento estrela (maior tensão) em motor de 6 terminais.

27
Motor de 12 pontas

Em motores de 12 terminais, podemos efetuar 4 fechamentos, atendendo as tensões


mais comuns na indústria, sendo: triângulo-triângulo (ΔΔ) para alimentação de 220V, estrela-
estrela (YY) para 380V, triângulo (Δ) para 440V e estrela (Y) para 760V, observar se a tensão de
760V não é apenas para partida (utilizada na partida estrela-triângulo).

Fechamento triângulo-triângulo para tensão de alimentação 220 V.

Fechamento estrela-estrela (YY) para alimentação 380 V.

28
Fechamento triângulo para alimentação 440 V.

Fechamento estrela para 760 V.

29
Dispositivos de Proteção

Fusíveis

Os fusíveis são dispositivos destinados à proteção elétrica. Servem para interromper ou


desligar o circuito e proteger a instalação elétrica, no caso de curtos- circuitos e sobrecargas de
longa duração. Uma vez rompidos (queimados), não é possível reestabelecer novamente o
funcionamento sem substituí-los, pois não são reaproveitáveis.
Os dispositivos eletroeletrônicos são identificados por símbolos definidos por normas.
Para representar todos os dispositivos apresentados nesta apostila, utilizaremos as normas da
ABNT e da IEC (International Electrotechnical Commission), ou Comissão Eletrotécnica
Internacional).
Veja na figura 17 o símbolo do fusível.

Simbologia Norma

NBR 12523
IEC 60617-7

Simbologia de fusível Fonte: SENAI-SP (2013)

Os fusíveis são classificados e especificados de acordo com a velocidade de atuação,


podendo ser de ação retardada, rápida ou ultrarrápida. A seguir, veja esses fusíveis e suas
aplicações mais usuais.
a) Fusíveis de ação retardada (especificação “aM”): oferecem proteção contra curtos-circuitos
aos circuitos sujeitos a picos elevados de corrente, tais como: circuitos que alimentam os
primários de transformadores ou eletroímãs, e circuitos de partida de motores assíncronos.
Toleram esses picos de corrente durante a energização ou partida dessas cargas sem queimar,
porém interrompem o circuito em casos de curto-circuito. Esses fusíveis são inadequados para
proteção dos circuitos contra sobrecarga.
b)Fusíveis de ação rápida (especificação “gG”): oferecem proteção contra curtos-circuitos nos
circuitos que não estão sujeitos a picos de corrente consideráveis, tais como: circuitos resistivos
de fornos elétricos e outros sistemas de aquecimento por resistência elétrica. Esse fusível
também protege contra sobrecargas. Sua especificação antiga era gL, por isso encontramos
ainda a especificação gL-gG indicada na face dos fusíveis.

30
c) Fusíveis de ação ultrarrápida (especificação “aR”): são destinados à proteção de
circuitos com equipamentos eletrônicos tiristorizados, como os circuitos de sistemas de
controle de velocidade de motores elétricos. Os fusíveis utilizados em painéis de
comando, quanto a sua forma construtiva, são de dois tipos:
D – também conhecidos por Diametral ou Diazed;
NH.

Fusível Tipo D

São fusíveis de baixa tensão que abrangem a faixa de corrente nominal de 2 A a 63 A


que possuem capacidade de interromper de modo seguro (capacidade de ruptura) correntes
de até 70 kA, ou seja, 70.000 A. Observe um deles na figura a seguir.

Fusível tipo D Fonte: SENAI-SP (2013)

Esses fusíveis são muito utilizados para proteção do circuito de comando e de motores
elétricos, devido à sua ação de efeito retardado que suporta o pico da corrente de partida.
Observe no quadro 3 os valores de corrente dos fusíveis tipo D, e as cores do indicador
de queima (espoleta), correspondentes.

31
Valores padronizados de correntes e cores das espoletas dos fusíveis tipo D

TAMANhO
CORRENTE COR DA ESPOLETA E DO (PADRÃO DO
ROSCA DA bASE
NOMINAL (A) PARAFUSO DE AjUSTE DIâMETRO DO
FUSíVEL)

2 Rosa

4 Marrom

6 Verde

E27
10 Vermelho DII

16 Cinza

20 Azul

25 Amarelo

35 Preto

50 Branco DIII E33

63 Cobre

Os fusíveis com corrente nominal de até 25 A têm um diâmetro que se encaixa na base
com uma rosca E27, que é igual à dos receptáculos (soquetes) das lâmpadas comuns. Já os
fusíveis com corrente nominal de 35 A a 63 A possuem um diâmetro maior, padrão DIII e não
se encaixam na base Padrão DII, só se encaixam nas bases com rosca E33. Essa rosca é igual
à dos receptáculos de lâmpadas industriais tipo vapor de sódio alta pressão, por exemplo.
Os fusíveis vêm acompanhados de um conjunto de componentes que possibilita sua
instalação nos trilhos DIN dos painéis de comando. Esse conjunto é composto de: base de
porcelana, anel de porcelana, parafuso de ajuste, fusível e tampa.

Partes que compõem o conjunto do fusível tipo D Fonte: SENAI-SP (2013)

32
Para fazer a conexão elétrica nos terminais da base, verifique qual condutor vem
da rede elétrica e qual vai para a carga a ser acionada e instale o fusível no caminho
entre o condutor da rede e o da carga.
Quando você for efetuar as ligações nas bases dos fusíveis, lembre-se que o fio da rede
deve ser conectado ao terminal metálico que tem contato com a base do parafuso de ajuste; já o
fio que vai para a carga deve ser conectado ao terminal que tem contato com a rosca metálica da
base.

Conexões dos condutores linha (rede) e carga nos terminais da base de fusível tipo D
Fonte: SENAI-SP (2013)

O parafuso de ajuste é pintado com a mesma cor que a espoleta do fusível, e cada um
tem um diâmetro diferente, de modo que só permite encaixar fusíveis de valor igual ou menor que
a corrente nominal. Isso ocorre para evitar que alguém coloque um fusível de corrente maior que
a nominal que foi dimensionada para aquele circuito.

Fusível NH

Os fusíveis de tipo NH são usados em baixas tensões e possuem elevada capacidade


de ruptura, podendo chegar até 120 kA. São indicados para circuitos aos quais o usuário comum
não tenha acesso, porque contêm partes metálicas expostas energizadas que podem provocar
acidentes graves. Por isso, só podem ser manipulados por pessoas qualificadas e dependem de
ferramentas adequadas para sua instalação e manutenção. São mais robustos, pois abrangem
uma faixa maior de corrente de 4 A a 1000 A.
Esses fusíveis possuem em seus dois extremos terminais tipo “faca” para serem
encaixados na base NH.

Exemplos de Fusíveis de tipo NH Fonte: SENAI-SP (2013)

33
Para encaixar ou retirar o fusível NH da base, você deve usar uma ferramenta apropriada
chamada de “punho para fusível NH”. Esse punho possui um gatilho na parte superior que serve
para engatar um fusível.

Punho para fusível NH Fonte: SENAI – SP (2013)

A base NH não possui encaixe para trilhos, ela deve ser presa na placa de montagem
por meio de parafusos, e não tem lado certo para a instalação.
Os fusíveis NH, assim como as bases NH, são fabricados em quatro tamanhos
padronizados NH00, NH1, NH2 e NH3, cada um com sua faixa de corrente e de tamanhos
diferentes, sendo o NH00 o de menor tamanho, e o NH3 de maior corrente. Acompanhe, pela
tabela, 4 os valores e as faixas de corrente de cada padrão.

Faixas de corrente de cada tamanho de base NH de fusível

FAIXA DE CORRENTE (A) TAMANhO DO FUSíVEL

10

16

20

25

35 NH00

50

63

80

100

125 NH1

160

200

224

250 NH2

300

315

355

400
NH3
425

500

630

34
Disjuntores

Os disjuntores são elementos que muitas pessoas conhecem, independentemente de


serem da área técnica ou não. É bem provável que você já tenha visto um destes em sua casa,
pois além de serem usados em instalações industriais, também são usados em instalações
elétricas residenciais. Esse dispositivo geralmente fica no quadro de força ou quadro de
disjuntores, normalmente instalado na parede, atrás de alguma porta.
Os principais tipos são: termomagnéticos e diferenciais residuais.

Disjuntor Termomagnético

Os disjuntores termomagnéticos são dispositivos eletromecânicos destinados a proteger


as instalações elétricas contra curtos-circuitos e sobrecargas de longa duração.
Ao contrário dos fusíveis, que podem ser utilizados apenas uma vez, os disjuntores
permitem o reestabelecimento do funcionamento do circuito após a ocorrência de alguma falha
elétrica.
Veja a simbologia do disjuntor.

Simbologia Norma

NBR 12523

IEC 60617-7

Simbologia de disjuntor termomagnético Fonte: SENAI-SP (2013)

Pela norma NBR IEC 60947-1 (2006, p. 14), a definição de disjuntor é:


[...] dispositivo de manobra e de proteção capaz de estabelecer, conduzir e interromper
correntes em condições normais do circuito, assim como estabelecer, conduzir por tempo
especificado e interromper correntes em condições anormais especificadas do circuito, tais como
as de curto-circuito.
Os disjuntores podem ser classificados de acordo com o número de polos, como:
monopolares: para instalação em circuitos monofásicos, pois interrompem apenas uma fase
bipolares: para circuitos bifásicos, nos quais interrompem duas fases simultaneamente
tripolares: para instalação em redes trifásicas, pois interrompem simultaneamente as três fases
tetrapolares: para circuitos trifásicos com neutro. Interrompem-se as três fases e o neutro,
simultaneamente.

Exemplos disjuntores termomagnéticos Fonte: SENAI-SP (2013)


35
Relé Térmico

Os relés térmicos, ou relés de sobrecarga, são dispositivos elétricos que têm a finalidade
de desenergizar o circuito e proteger o motor no caso de uma corrente acima dos limites que o
motor foi projetado a suportar (sobrecarga).
Os relés possuem terminais que são conectados às três fases, que funcionam como
sensores de corrente e terminais dos contatos NA e NF e que atuam abrindo ou fechando o
circuito de comando.
Os relés térmicos têm um ponto de ajuste da corrente que o instalador vai ajustar com o
mesmo valor da corrente nominal (In) do motor. Observe o detalhe na figura a seguir.

Detalhe do ajuste de corrente do relé térmico Fonte: SENAI-SP (2013)


A instalação física do relé térmico é feita conectando os terminais principais de
saída do contator às entradas do relé térmico, e as saídas principais do relé térmico ao
motor. Observe o símbolo do relé térmico a seguir.

Simbologia Norma

NBR 12523

IEC 60617-7

Simbologias de relé térmico Fonte: SENAI-SP (2013)

36
Disjuntor Motor

Você já sabe como funcionam o disjuntor termomagnético e o relé térmico. O


funcionamento desses dispositivos é importante para entender o disjuntor motor. O disjuntor
motor é um dispositivo que, além de proteger as instalações elétricas contra curtos-circuitos,
protegem o motor contra sobrecargas. A figura a seguir apresenta alguns modelos de disjuntores
motor.

Exemplos de disjuntor-motor Fonte: WEG (2013)

Eles oferecem uma proteção eficiente, porque incorporam as funções de disjuntor e relé
térmico em um mesmo dispositivo.
O símbolo do disjuntor motor é mostrado na figura a seguir

Simbologia Norma

IEC 60617-7

Simbologia do disjuntor-motor Fonte: SENAI-SP (2013)

Como o disjuntor motor exerce a função de relé térmico, possui dispositivo para
regulagem de corrente. Você deve verificar a corrente nominal indicada na placa de identificação
do motor e regular o mesmo valor de corrente no disjuntor motor. Apesar de o disjuntor motor ser
tripolar, você também poderá instalá-lo em motores monofásicos, interligando dois polos do
disjuntor motor em série com um terminal do motor, conectando o último polo diretamente ao
outro terminal do motor.
Veja o diagrama de instalação do disjuntor motor em motores instalados em redes
monofásicas e bifásicas.
37
Instalação do disjuntor-motor em redes trifásica, bifásica e monofásica
Fonte: SENAI-SP (2013)

38
Dispositivos de Comandos Eletroeletrônicos
Industriais

Botões e Chaves Fim de Curso

Os botões e as chaves fim de curso são dispositivos que funcionam sob o mesmo
princípio, ou seja, quando acionados movimentam seus contatos internos.No botão, o
acionamento é feito manualmente, enquanto que as chaves fim de curso são acionadas por partes
da máquina que se movimentam durante seu funcionamento. Vejamos cada um deles.

Botões

Os botões possuem contatos que podem ser: normalmente abertos (NA) e normalmente
fechados (NF):

a) contatos normalmente abertos são conhecidos como contatos NA ou contatos que se


fecham (fechadores). Em inglês, se usa a sigla NO (Normally Open); e
b) contatos normalmente fechados são conhecidos como contatos NF ou contatos que
se abrem (abridores). Em inglês, se usa a sigla NC (Normally Closed).
A norma NBR IEC 60947-4 (2008) trata de dispositivos de manobra e comando de baixa tensão
e é utilizada pelos fabricantes para a identificação dos terminais dos dispositivos de comandos
elétricos.
Para identificação dos terminais dos botões, a norma usa dois dígitos para cada contato
NA ou NF. O primeiro dígito da identificação, que é a dezena, significa a sequência, a ordem de
numeração do contato: 1º contato, 2º contato e assim por diante; o segundo dígito, a unidade,
significa a função, ou seja, o tipo de contato, se ele é NA ou se é NF. Se no segundo dígito
tivermos 1 e 2, significa que o contato é NF e se for 3 e 4, significa que é NA.
Na figura a seguir, você pode observar a aplicação das normas de identificação dos
terminais dos contatos NA e NF.

1º dígito 2º dígito
ordem do tipo do
contato contato

13 21 33 41

14 22 34 42
Identificação dos terminais dos contatos NA e NF de botões Fonte: SENAI-SP (2013)

Encontramos diversos tipos de botões para painel de comando, tais como: botão com trava,
pulsador e giratório. Observe o quadro a seguir.
39
Tipos de Botões

BOTÃO SIMBOLOGIA CARACTERíSTICAS

O botão com trava possui


um acionador tipo
“cogumelo” que é travado
quando pressionado, e só
destrava quando o usuário
gira o acionador no sentido
anti-horário.
Esse botão é instalado em
um ponto de fácil acesso e
o mais próximo possível do
local onde fica o operador
da máquina, para permitir
um fácil acionamento.
Este botão é usado como é
o de emergência.

O botão pulsador é
acionado manualmente e
retorna por mola, é o tipo
de botão mais utilizado nos
comandos de máquinas.
Seu uso é geral.

O botão giratório, ou chave


giratória, é fabricado com
duas ou três posições,
retornável por mola ou com
trava (fixo). Encontramos
ainda com ou sem posição
de zero central.
É bastante utilizado em
comando para desloca-
mento de partes móveis de
máquinas e para ajustes de
posição.

Para instalar os botões de comando, você deve medir o diâmetro do corpo e fazer furos
no painel com serra copo, ou outra ferramenta de furação, de acordo com a medida do botão.

40
Atualmente, os botões são fabricados com diâmetro de corpo de 22 mm, mas você ainda pode
encontrar algum botão mais antigo com 30 mm.
Muitos botões de comando são modulares, de modo que você monta a configuração de
acionador, de contatos e de número de posições de acordo com sua necessidade. Nesse modelo
modular, podemos ter, por exemplo, um botão pulsador com 3 contatos NA e 1 NF, ou ainda, um
botão giratório com retorno por mola com duas posições com 1 NA e 1 NF.
Quando necessitamos de alguns botões em um local remoto de uma máquina e não
dispomos de um painel de comando, podemos contar com as chamadas botoeiras, que são caixas
que acomodam vários botões. Elas são utilizadas em equipamentos de movimentação de cargas,
tais como: pontes rolantes, pórticos e talhas, comandos remotos para portão, controle de bomba
d’água, entre outras aplicações.
Observe a figura a seguir, de uma botoeira.

Chaves Fim de Curso

As chaves de fim de curso, também conhecidas por interruptor de posição, ou por limite,
foram criadas para “avisarem” ao comando quando o came da máquina atinge uma determinada
posição no curso de deslocamento.
As principais partes das chaves de fim de curso são acionador e contatos. O acionador
recebe o movimento do processo e o transmite aos contatos elétricos NA e/ou NF, que mudam
de posição.
O desenho da figura a seguir ilustra uma chave de fim de curso, e a mecânica de
acionamento de seus dois contatos, um NA e outro NF.

41
ROLETE
MECÂNICO
CONTATO NF

BORNES BORNES

CONTATO NA
MOLA

Chave de fim de curso – dispositivo e mecanismo dos contatos Fonte: SENAI-SP (2013)

Existem vários tipos de fins de curso, por exemplo, os que possuem acionadores como
alavanca, pino, rolete, gatilho e haste. Veja a seguir a imagem de uma chave fim de curso tipo
rolete e sua simbologia.

Modelo de chave fim de curso Fonte: Sibratec 2019

As chaves de fim de curso são muito utilizadas em aplicações de grande porte devido à
sua robustez, característica que permite a instalação em ambientes industriais.
São instaladas por meio de parafusos e devem estar bem fixadas. Em muitos casos, as
chaves de fim de curso são instaladas com a função de segurança, assim, os testes após a
instalação devem ser rigorosos, considerando todas as possíveis condições de funcionamento
para evitar acidentes.
As chaves de fim de curso também são utilizadas em outras aplicações não industriais.
42
Um exemplo disso são os portões automáticos deslizantes instalados na portaria das
empresas. Nesse caso, temos sempre uma chave de fim de curso para indicar ao comando que
o portão está fechado, e outra para indicar que o portão está aberto.

Contatores

Os contatores são chaves eletromagnéticas destinadas a ligar ou desligar cargas


elétricas (tipo lâmpadas, motores, válvulas, entre outras cargas) ou, como define a norma NBR
IEC 60947-4-1(2008, p. 1): “os contatores são destinados a fechar e abrir circuitos elétricos”.
Uma grande vantagem desse dispositivo é permitir o acionamento a distância, por comando
remoto.
Veremos, a seguir, os tipos e as principais características desses dispositivos voltados à
instalação em painéis de comandos industriais.

Contatores Principais ou de Potência


O contator principal é utilizado para comandar cargas do circuito principal, também
conhecido por circuito de potência, tais como motores elétricos, resistências de fornos,
transformadores, geradores entre outros. Na área industrial ele é muito utilizado em painéis
elétricos no comando das máquinas. A figura a seguir apresenta alguns exemplos de contatores
para acionamento de motores.

Modelos de contatores Fonte: WEG (2013)

Um exemplo bem simples de aplicação ocorre em sistemas de abastecimento de água.


Para acionarmos o motor da bomba de abastecimento a distância precisamos de um contator
trifásico. O funcionamento é o seguinte: quando o usuário aperta um botão no painel, a bobina do
contator é energizada e produz um campo eletromagnético que puxa o núcleo móvel e o conjunto
de contatos móveis que, quando se fecham, enviam energia para ligar o motor trifásico e, então,
a bomba inicia o deslocamento de água para a caixa.
Os contatores são compostos basicamente de: núcleo magnético fixo e móvel, bobina
eletromagnética, contatos fixos e móveis, bornes ou terminais, molas e o invólucro externo ou
carcaça. Veja a seguir as principais partes internas de um contator.

CONTATO MÓVEL
BORNE

NÚCLEO MAGNÉTICO MÓVEL


CONTATO FIXO

NÚCLEO MAGNÉTICO FIXO

BOBINA ELETROMAGNÉTICA
MOLA

43
Para executar a instalação, é importante que você conheça a identificação dos
terminais dos contatos e da bobina dos contatores, indicada na norma NBR IEC 60947-4 (2008).
A identificação dos terminais das bobinas é representada por um código alfanumérico, ou
seja, formado por letras e números. Veja o exemplo a seguir.

A2
terminais A1 e A2 da bobina terminais A1 e A2 da bobina
(lados opostos) (do mesmo lado)

Simbologia da bobina

Quando a bobina for de tensão alternada e a alimentação da rede tiver um condutor fase
e outro neutro, devemos conectar a fase no A1, e o neutro no A2. Se o sistema de alimentação
tiver duas fases, ligamos a primeira fase no terminal A1 e a segunda no terminal A2. No caso de
a bobina ser de tensão contínua, é interessante conectar o positivo no A1, e o negativo, ou GND
ou 0 V, no A2.
Os terminais dos contatores principais ou de potência, de acordo com a mesma norma,
são identificados pela seguinte sequência: um número, uma letra maiúscula e um número.
Observe a figura a seguir.

44
Para conectar os terminais de potência do contator no circuito principal, você deve
conectar os fios que vêm da rede elétrica nos terminais 1/L1, 3/L2 e 5/L3 e nos terminais 2/T1,
4/T2 e 6/T3 conectar os fios que vão para a carga.
A simbologia de um contator principal com bobina e contatos pode ser vista na figura a
seguir.

Simbologia de um contator de potência Fonte: SENAI-SP (2013)

Os contatores de potência também são chamados de contatores de força ou de circuito


de força.

Contatores auxiliares
Os contatores auxiliares, ou de comando, são aqueles usados para ligar e desligar
circuitos de baixa potência, pois têm capacidade de corrente da ordem de no máximo 10 A. São
utilizados, também, para fazer a lógica de comando, acionando bobinas dos contatores de
potência, lâmpadas do painel e solenoides (bobinas) de válvulas.
A identificação da bobina do contator auxiliar é igual à do contator de potência, e a

45
identificação de seus terminais segue a mesma norma vista anteriormente, NBR IEC 60947-4
(2008). Observe a figura da sequência.

contatos NAs contatos NFs


normais abertos normais fechados

Identificação dos terminais dos contatores auxiliares Fonte: WEG (2013)

Você pode ver a simbologia do contator auxiliar na figura a seguir.

Simbologia de um contator auxiliar Fonte: SENAI-SP (2013)

Quando necessitamos de mais contatos de comando do que o contator dispõe, podemos


acrescentar blocos aditivos de contatos em alguns modelos de contatores. Observe exemplos na
figura:

46
Blocos adicionais para contatores Fonte: WEG (2013)

Sinalizadores

A sinalização é normalmente utilizada a serviço da segurança e é um recurso eficiente


para advertir as pessoas sobre riscos que surjam durante algum momento do trabalho com
máquinas ou equipamentos. Basicamente, encontramos dois tipos de sinalização: a sonora e a
luminosa.

Sinalizador sonoro

Podemos utilizar como sinalização sonora as sirenes, quando precisamos de maior


potência sonora,ou buzzers, quando necessitamos de menor intensidade de som. Esse tipo de
sinalização é mais vantajoso comparado à sinalização luminosa, pois chama a atenção mesmo
quando a pessoa não está visualizando o processo ou a máquina. Veja o quadro a seguir.

Sinalizadores sonoros

SINALIZADOR SIMBOLOGIA NORMA CARACTERíSTICAS

Sirene eletrônica de
alta potência sonora,
utilizada para sinalizar
situações de emergência.

IEC 60617-8

Buzzer de baixa potência


sonora, utilizado para
sinalizar alarmes em pe-
quenos equipamentos.

47
Um cuidado que você deve ter ao instalar um sinalizador é observar o tipo da tensão de
trabalho. Se for tensão alternada, verifique o valor da tensão da rede e do sinalizador e se for
tensão contínua, observe também a polaridade, ou seja, tem-se um terminal exclusivo para a
conexão do positivo e outro para o negativo. Normalmente, o fio positivo (+) é vermelho e o
negativo (-) é preto.

Sinalizador luminoso

Os sinalizadores luminosos são muito utilizados em máquinas e sistemas industriais


devido à sua grande variedade de aplicações. Encontramos esses sinalizadores de várias cores,
com lâmpadas incandescentes, lâmpadas neon, luz LED, entre outras. Os modelos que vamos
exemplificar aqui são os de embutir em painel e os de sobrepor, tipo coluna para máquinas. Veja
o quadro a seguir.

Sinalizadores luminosos

SINALIZADOR SIMBOLOGIA NORMA CARACTERíSTICAS

O sinalizador
Sinalizador de luminoso de embutir é
embutir utilizado nos painéis
IEC de comando das
60617-8 máquinas, já os de
sobrepor são
instalados em cima
das máquinas, em
lugar visível a todos.

Sinalizador de
sobrepor

Ao montar um painel, você deve observar na especificação qual tipo de sinalizador deve
usar: de lâmpada incandescente, de neon ou de LED; o tipo de tensão de funcionamento:
alternada ou contínua; e qual é seu valor de tensão: se é de 24V, 127 V ou 220 V, por exemplo.
Caso a tensão seja contínua, lembre-se da polaridade correta, conforme já explicado no
item anterior acerca do sinalizador sonoro.
Observe ainda o diâmetro do furo a ser feito no painel para a instalação dos sinalizador.
48
Temporizadores

O temporizador tem a função de temporizar, como o próprio nome sugere “contar tempo”,
ou seja, ele controla eletronicamente o tempo de abertura ou de fechamento de seus contatos.
Alguns modelos temporizam quando são energizados, e outros quando são
desenergizados. Eles possuem os terminais A1 e A2 para conexão dos condutores que fazem a
energização da parte eletrônica e terminais para conexão dos contatos de comando do
temporizador.
Veja a figura a seguir.

Temporizador eletrônico com contatos comutadores Fonte: SENAI-SP (2013)

Um temporizador possui elemento de comando e contatos de acionamento.O elemento de


comando do temporizador que chamaremos aqui de “bobina eletrônica”, por conter um circuito
eletrônico que faz a função semelhante à de uma bobina de um relé é a parte eletrônica que é
responsável por fazer a contagem do tempo e a atuação dos contatos do temporizador. Os
contatos de acionamento, por sua vez, são responsáveis por gerar as mudanças no comando
da máquina.
Os temporizadores são representados por símbolos, sendo que um temporizador
temporizado na energização, por exemplo, tanto na norma ABNT quanto na IEC, tem suas
“bobinas eletrônicas” representadas pelo mesmo símbolo. Já os contatos, de acordo com ABNT,
são tratados de forma diferenciada e depende muito da interpretação do usuário.
Nesse sentido, a norma IEC 60617-7 (2012) utiliza uma forma de mais fácil interpretação:
tanto o símbolo da “bobina eletrônica” quanto o de contato informam se o temporizador é do tipo
que atua na energização ou na desenergização. Assim, se em um diagrama você ver um contato
de um temporizador qualquer, só pelo símbolo do contato você já reconhece o tipo de
temporização, se na energização ou desenergização, não importando se esse contato é NA ou
NF. O quadro a seguir resume a simbologia dos temporizadores.

49
Temporizadores
COMPONENTE SIMBOLOGIA NORMA
(PARTE)

Elemento de comando NBR 12523


do temporizador IEC 60617-7
ativado na
energização

Contatos do IEC 60617-7


temporizador ativados
na energização

Elemento de comando
do temporizador NBR 12523
ativado na IEC 60617-7
desenergização

Contatos do
temporizador ativados IEC 60617-7
na desenergização

Muitos modelos de temporizadores possuem contatos comutadores ou reversíveis.


Nesse caso, o terminal identificado por 15 é o terminal comum, de modo que os terminais 15 e 16
fazem a função de contato NF, e os terminais 15 e 18 fazem a função de contato NA.

Quanto à instalação física em painéis de comando, os temporizadores possuem encaixe


para trilho DIN 35 ou orifícios para fixação por parafusos.
Ao instalar qualquer dispositivo de comando, leia o manual do fabricante. Nele, você
encontra informações técnicas importantes para uma correta instalação.

50
Dimensionamento de partidas motores de indução trifásico
rotor de gaiola

Partida direta

Utilizada em partida de motores pequenos, até 5CV em instalações comerciais e 10CV


em instalações industriais, suas características são:

• Fácil de implementar.
• Conjugado de partida elevado.
• Partida rápida.
• Baixo custo.
• Potência do motor limitada.
• Causa distúrbios na rede no momento da partida pelo valor elevado da corrente de
partida.
• Exige um sobre dimensionamento dos componentes.

Abaixo podemos observar o gráfico do conjugado do motor e corrente do motor durante


a partida.

Gráfico do conjugado e corrente do motor durante uma partida direta.

51
Dimensionamento utilizando como proteção fusível (curto-circuito) e
relé térmico (sobrecarga)

Dado o circuito abaixo dimensionar os componentes, sabendo que as características do


motor são:

POTÊNCIA: 3CV

TENSÕES DE TRABALHO: 220V / 380V

CORRENTES NOMINAIS: 8,68A / 5,03A

FATOR DE SERVIÇO: 1,15

Ip/In: 6,8

RENDIMENTO: 83,1%

COSφ: 0,80

TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO (DADO DE TABELA): 6 segundos

Observar no diagrama a tensão de alimentação do motor é de 220V, portanto a corrente


nominal (In) do mesmo é de 8,68A.

Diagrama partida direta.

52
Dimensionamento dos condutores de potência e comando.

A norma NBR 5410 determina que a seção mínima para circuitos de força seja de
2,5mm2, é necessário o cálculo da corrente do circuito e localizar na tabela de condutores (em
anexos) o condutor adequado, o cálculo é dado por:

Icircuito = FS × In × 1,25

Onde

Icircuito – corrente considerada no circuito.

FS – Fator de serviço do motor.

In – Corrente nominal do motor

No circuito exemplo:

Icircuito = FS × In × 1,25 = 1,15 × 8,68 × 1,25 = 12,48A

A corrente do circuito a ser considerada deve ser de 12,48A, consultando a tabela de


condutores, localizamos que o condutor com 3 circuitos carregados deve ser de 2,5mm2 (suporta
16,5A a 45°C), esta seção nominal é a mesma recomendada pela norma (seção mínima de
2,5mm2 para potência).

Tabela parcial para dimensionamento de condutores. Fonte WEG.

Os condutores de comando obedecendo a NBR5410 devem ter no mínimo 1,5mm2,


porém deve-se fazer o cálculo do consumo de corrente do circuito de comando e consultar a
tabela de condutores para localizar o correto, este cálculo depende de circuito para circuito, bem
como dos componentes utilizados, desta forma demonstramos um cálculo genérico.

Soma da potência das bobinas


+ Soma da potência das lâmpadas
+ Soma da potência de outros dispositivos
Icomando =
Tensão de comando

53
Dimensionamento do contator K1.

Para dimensionar o contator, devemos levar em conta o tipo de utilização (ver na apostila
códigos ACxx e DCxx), e seus contatos devem suportar a corrente nominal do motor.

No exemplo a partida direta sem reversão é uma utilização tipo AC3 (partida de motores
de indução tipo gaiola; desligamento do motor em funcionamento normal; partida de motores de
anel com frenagem por contracorrente). Seus contatos devem suportar uma corrente maior ou
igual à corrente nominal 8,68A, utilizando a tabela do fabricante, foi colocado um exemplo em
anexos.

Assim concluímos que:

Ie(Kx) ≥ In

Onde:

Ie – capacidade de corrente da contator

Kx – Nome do contator

In – Corrente nominal

Outro fator importante é a tensão de trabalho (Un) deve ser menor que a tensão máxima
do contator (Ue)

A tensão da bobina deve ser a mesma que a tensão de alimentação do comando.

No exemplo o contator deve trabalhar em AC3, com tensão nominal de 220V, capacidade
dos contatos no mínimo de 8,68A e bobina com alimentação em corrente alternada 220V @
60Hz, com pelos menos 2 contatos auxiliares NA e 1 contato NF, utilizando a tabela em anexo
da WEG, definimos o código do contator:

Contator tripolar: WEG CWM9-22-30V26

Dimensionamento do relé térmico ou disjuntor motor.

O relé térmico deve ser ajustado para corrente nominal do motor, este valor deve
encontrar-se no centro da faixa de ajuste do relé térmico.

Irelé = In

Onde:

Irelé – Valor a ser ajustado no relé térmico, e um dos critérios de escolha.

In – Corrente nominal do motor.

No motor exemplo - Irelé = 8,68A

54
Assim devemos escolher um relé térmico que seja compatível com o contator K1 e no
centro de sua faixa de ajuste tenha um valor de 8,68A, observe tabela em anexo dos modelos
WEG, e a escolha será:

Relé com faixa de 8A a 12,5A compatível com contator CWM9 o código é RW27-1D3-
D125, o fusível deve ser no máximo de 25A.

Os valores máximos de ajuste permitido são obtidos através das expressões:

Se o Fator de Serviço é maior ou igual a 1,15:

Irelé = 1,25 x In

Se o Fator de Serviço é menor que 1,15:

Irelé = 1,15 x In

Dimensionamento dos fusíveis de potência (F1, F2 e F3).

Para definirmos o fusível adequado devemos calcular a corrente de partida ou pico (Ip)
e saber o valor do tempo de rotor bloqueado, considerado o tempo de partida, em posse destes
dados, no gráfico dos fusíveis, desenhamos uma linha vertical partindo do valor da corrente de
partida no eixo da corrente, e no eixo do tempo de fusão uma linha horizontal partindo do tempo
de partida, no cruzamento destas duas linhas definimos o ponto de operação, o fusível a ser
escolhido deve ser o que vem depois deste ponto, observe exemplo a seguir:

Calculando a corrente de partida do motor exemplo por:

Ip = Ip/ In × In = 6,8 × 8,68 = 59,02A

Sabendo-se que o tempo de partida é 6 segundos. No gráfico adicionamos as retas,


obtendo uma intersecção, escolhemos o próximo fusível depois deste ponto, no caso um tipo
diazed de 20A. Verificaremos agora se atende às condições:

É maior de 1,2xIn = 1,2x 8,68A = 10,42A, sim 20A é maior de 10,42A.

55
Localização dos fusíveis de potência através da corrente de partida por tempo de partida.

A escolha do fusível deve satisfazer alguns critérios:

• A corrente do fusível deve ser maior ou igual a 1,20 x In, no mínimo.


• A corrente do fusível deve ser menor que a corrente máxima suportada pelo contator.
• A corrente do fusível deve ser menor que a corrente máxima suportada pelo relé
térmico.

Dimensionamento dos fusíveis de comando (F21 e F22).

Os fusíveis de comando devem ter uma corrente maior do que a corrente de comando
(Icomando), obtida pela fórmula:

Soma da potência das bobinas


+ Soma da potência das lâmpadas
Icomando = + Soma da potência de outros dispositivos
Tensão de comando

Assim:

Ifcomando > Icomando

56
Métodos de partida indireta

Como visto anteriormente na partida direta o pico de corrente é muito elevado, e sua
utilização é limitada a motores de no máximo 10CV, assim para reduzir este pico na partida,
utilizamos métodos de partida indireta, que geralmente é feita aplicando uma tensão reduzida no
momento da partida nas bobinas, para que a corrente seja reduzida e quando se atinge uma
determinada velocidade, entre 80% a 90% da velocidade nominal, ligamos o motor na tensão
nominal, mas como desvantagem nestes tipos de partida é a redução do conjugado no motor
quando em tensão reduzida, fator que dever ser analisado para a escolha do melhor método.

Partida estrela triângulo

Na partida estrela triângulo, é fundamental que o motor tenha possibilidade de ligação


em dupla tensão, a tensão menor seja a mesma da rede e no mínimo 6 terminais para conexão,
nestas situações os motores devem ser: 220V/380V, 380V/660V ou 440V/760V. A corrente de
partida é reduzida em 1/3 e consequentemente o conjugado de partida também, portanto o
conjugado resistente da carga deve ser menor que este torque reduzido, para que motor possa
partir.

Sua utilização deve ser feita em conjuntos mecânicos, que não apresentem carga no
momento de partida, tais como: ventiladores, bombas, compressores com partida em alívio, etc.

Características que podemos citar:

Vantagens:

• Possui um custo reduzido, pela vantagem que oferece.


• Não tem limite de manobras.
• Ocupa pouco espaço para montagem.
• Reduz a corrente de partida em 1/3.

Desvantagens:

• O motor necessita ter no mínimo 6 terminais.


• A tensão em triângulo deve ser a mesma da rede.
• O conjugado de partida é reduzido.

Curva do conjugado x corrente na partida estrela triângulo.

57
Curva do conjugado e da corrente na partida estrela-triângulo.

Determinação das tensões e correntes na parida estrela-triângulo.

Inicialmente o motor parte com o fechamento em estrela (maior tensão) e é alimentado


com a tensão da rede, que deve ser igual a tensão do fechamento triângulo (menor tensão),
assim a tensão nas bobinas fica reduzida e a corrente também, conforme análise das tensões
de linha e fase abaixo:

Relação das tensões e correntes no fechamento estrela.

O fechamento estrela segue o seguinte equacionamento:

58
UL = UF × √3

UL
UF =
√3

Onde:

UL – Tensão de linha, em volts (V).

UF – Tensão de fase, em volts (V).

As correntes no fechamento estrela são iguais:

IL = IF

Onde:

IL – Corrente de linha, em ampères (A).

IF – Corrente de fase, em ampères (A).

Como as bobinas recebem uma tensão menor do que a nominal a corrente é reduzida
em três vezes e chamamos de corrente em estrela IY, que é definida por:

In
IY =
3

Onde:

IY – Corrente em estrela.

In – Corrente nominal do motor na menor tensão.

Quando o motor atinge uma rotação aproximadamente de 85%, ocorre a transferência


do fechamento estrela para o triângulo, onde as tensões e correntes são representadas abaixo:

Relação das tensões e corrente no fechamento triângulo.

59
O fechamento triângulo segue o seguinte equacionamento:

As tensões de linha e fase são iguais.

UL = UF

Onde:

UL – Tensão de linha, em volts (V).

UF – Tensão de fase, em volts (V).

As correntes por sua vez:

IL = IF × √3

IL
IF =
√3

Onde:

IL – Corrente de linha, em ampères (A).

IF – Corrente de fase, em ampères (A).

Dimensionamento dos componentes da partida estrela-triângulo.

Dado o circuito abaixo dimensionar os componentes da partida estrela-triângulo,


sabendo que as características do motor são:

POTÊNCIA: 20CV

TENSÕES DE TRABALHO: 220V / 380V

CORRENTES NOMINAIS: 52,6A/30,4A

FATOR DE SERVIÇO: 1,15

Ip/In: 6,3

RENDIMENTO: 84%

COSφ: 0,80

TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO (DADO DE TABELA): 7 segundos

60
Diagrama da partida estrela triângulo.

Primeiro o motor é fechado em estrela pelas contatoras K1 e K2, assim faremos a análise
das correntes nestes contatores. A análise será feita de forma separada para melhor
entendimento.

Análise do momento da partida estrela.

61
Observando o diagrama principal notamos que o contator K1, alimenta o motor tanto em
estrela, quanto em triângulo, portanto a corrente que o percorre a ser considerada é a do
fechamento triângulo, pois é de maior intensidade, que quando em estrela.

Analisando a corrente que circula em K2, podemos afirmar que:

In (220V)
IK2 = IY =
3

Onde:

IK2 – Corrente que circula no contator K2, em ampères (A).

IY – Corrente no fechamento estrela, quando alimentado com a tensão menor.

In (220V) – Corrente nominal do motor em 220V (menor tensão).

Ao atingir aproximadamente 85% da rotação, após o tempo programado no


temporizador, o motor é ligado em triângulo para entrar em operação normal, abaixo verificamos
as correntes.

Análise das correntes quando o motor está em triângulo.

Observando a figura podemos verificar que a corrente que circula por K1, F7 e K3, não
é a nominal e sim a corrente de fase, assim podemos calcular por:

IK1 = IF7 = IK3 = IF= IL


Como IL = In: √3

𝐼𝐾1 = 𝐼𝐹7 = 𝐼𝐾3 = 𝐼𝐹 = IL


√3

62
Dimensionamento dos contatores.

Contator K2

In 52,6A
Ie(K2) ≥ portanto: Ie(K2) ≥ ≥ 17,5A em AC3
3 3

Onde:

Ie (K2) – Capacidade dos contatos de K2, em ampères (A).

Contatores K1 e K3

𝐼𝑛 52,6
Ie(K1) = Ie(K3) ≥ = portanto: Ie(K1) = Ie (K3) ≥ ≥ 30,40 A em AC3
√3 √3

Onde:

Ie (K1) – Capacidade dos contatos de K1, em ampères (A).

Ie (K3) – Capacidade dos contatos de K3, em ampères (A).

Dimensionamento do térmico.

A corrente que circula o térmico é a mesma que a corrente de fase no fechamento


triângulo, portanto a juste do relé deverá ser:

In 52,6A
Irelé = = = 30,40A
√3 √3

Dimensionamento do fusível.

Para o dimensionamento do fusível devemos saber a corrente de partida em estrela (Ip


(Y)) e o tempo de roto bloqueado, porém como a corrente é reduzida em 1/3, devemos
primeiramente localizar o fusível no gráfico (If (gráfico)) e depois calcular o valor mínimo do
fusível (If (calculo)), em posse destes dois valores, escolher o de maior valor, respeitando os
limites impostos pelos contatores e térmico. Esta escolha deve ser feita assim para garantir a
proteção adequada do circuito, observe o exemplo dado.

O cálculo da corrente de partida é dado por:

Ip(Y) = Ip/In x In = 6,3 x 52,6 = 110,46A


3 3

63
Onde:

Ip (Y) – Corrente de partida em estrela, em ampères (A).

Ip/In – Múltiplos da corrente nominal na partida, dado de placa.

In – Corrente nominal, em ampères (A).

Primeiro passo localizar o fusível no gráfico (If (gráfico)), sabendo que Ip=110,46A e
tempo de rotor bloqueado 7 segundos:

Localização do fusível através do gráfico (If (gráfico) =35A).

Agora devemos calcular o fusível, através da fórmula para comparação e escolha.

𝐼𝑓(𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜) = 1,2 × 𝐼𝑛 = 1,2 × 52,6𝐴 = 63,12𝐴

Comparando If (gráfico) é menor que If (calculo), portanto a escolha é pelo maior valor,
sendo o fusível escolhido, modelo diazed de 63A.

Devemos ainda verificar se este fusível é aceito pelo contator e relé térmico.

64
Dimensionamento do disjuntor motor.

Caso a opção de proteção seja o disjuntor motor, substituindo a dupla fusível mais
térmico, a montagem segue o esquema abaixo:

Diagrama de potência partida estrela triângulo, utilizando disjuntor motor.

Como se observa a corrente de linha flui através do disjuntor motor, assim devemos levar
em consideração a corrente nominal do motor para determinar o ajuste e escolha do disjuntor
motor apropriado, lembrando que o valor do ajuste (I (DM)) deve estar no meio da escala.

I(𝐷𝑀) = 𝐼𝑛

Onde:

I (DM) – Corrente de ajuste do disjuntor motor, em ampères (A).

In – Corrente nominal do motor.

Por exemplo, para o motor do cálculo anterior, com In=52,6A, devemos escolher um
disjuntor motor que no centro de sua escala de ajuste, tenha o valor de 52,6A.

O disjuntor motor seria de 50A a 65A o código WEG: MPWM65-3-U065, o disjuntor motor
substitui o conjunto fusível com relé térmico.

65
Partida com autotransformador (compensadora)

Neste tipo de partida, as bobinas são alimentadas com uma tensão reduzida, fornecida
por um autotransformador. Inicialmente o motor parte com esta tensão e ao atingir a velocidade
de aproximadamente 85% da velocidade nominal, o motor é ligado a tensão da rede, para operar
em regime. Este autotransformador possui TAPs de tensão, que geralmente são de 50%, 65%,
80% e até 90% da tensão nominal da rede, possibilitando a escolha da tensão adequada na
partida, para que o conjugado seja suficiente para mover a carga.

A corrente por sua vez fica reduzida, pois reduzimos a tensão aplicada nas bobinas e o
autotransformado absorve parte da corrente de partida.

Este sistema é utilizado em cargas que possuem elevado conjugado de partida, tais
como: britadores, misturadores, moinhos, transportadores com carga, etc.

Gráfico do conjugado em uma partida com autotransformador. Fonte: WEG.

Como características podemos citar

Vantagens:

• Possibilidade de variar a tensão na partida.


• No TAP de 65% a corrente de linha é próxima a corrente da estrela triângulo, porém
o segundo pico de corrente é reduzido.
• O fechamento é feito no próprio motor.

Desvantagens:

• O número de manobras é limitado.


• O autotransformador é um componente caro.
• Montagem volumosa.

66
Dimensionamento dos componentes da partida com
autotransformador.
Análise das correntes, na partida com autotransformador.

Fluxo das correntes da partida com autotransformador.

Para determinar a intensidade das correntes utilizamos, o fator K, para cálculo da


corrente de partida e as equações para K2 e K3, para cada TAP do autotransformador conforme
tabela abaixo:

TAP (%) Fator k IK2 IK3


85 0,85 0,72xIn 0,13xIn
80 0,80 0,64xIn 0,16xIn
65 0,65 0,42xIn 0,23xIn
50 0,50 0,25xIn 0,25xIn
Fatores para dimensionamento dos contatores.

Dimensionar os componentes de uma partida com autotransformador, para um motor


com as seguintes características:

POTÊNCIA: 30CV

TENSÕES DE TRABALHO: 220V / 380V

CORRENTES NOMINAIS: 77,1A/44,51A

FATOR DE SERVIÇO: 1,15

Ip/In: 8

RENDIMENTO: 82%

COSφ: 0,81

TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO (DADO DE TABELA): 15 segundos

67
Dimensionamento dos contatores.

Contator K1
𝐼𝑒(𝐾1) ≥ 𝐼𝑛 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜: 𝐼𝑒(𝐾1) ≥ 77,1𝐴 𝑒𝑚 𝐴𝐶3

Onde:

Ie(K1) – Capacidade dos contatos de K1, em ampères (A).

Na tabela em anexo localizamos um contator que suporte 77,1A em AC3, com bobina
220V@60Hz, com 2 contatoa auxiliares NA e 2 contatos auxiliares NF, assim o código será:

WEG : CWM80-22-30V26

Contator K2

O fator k depende do TAP utilizado, sempre devemos levar em consideração a pior


utilização, quando ocorre a alteração do TAP, para o exemplo utilizaremos o TAP de 80%, onde
k=0,8.

𝐼𝑒(𝐾2) ≥ 𝑘 2 × 𝐼𝑛 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚: 𝐼𝑒(𝐾2) ≥ 0,802 × 77,1 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜: 𝐼𝑒(𝐾2) ≥ 49,34 𝑒𝑚 𝐴𝐶3

Onde:

Ie(K2) – Capacidade dos contatos de K2, em ampères (A).

k – fator do TAP utilizado.

Na tabela em anexo localizamos um contator que suporte 44,34A em AC3, com bobina
220V@60Hz, com 2 contatoa auxiliares NA e 2 contatos auxiliares NF, assim o código será:

WEG : CWM50-22-30V26

Contator K3

𝐼𝑒(𝐾3) ≥ (𝑘 − 𝑘 2 ) × 𝐼𝑛 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚: 𝐼𝑒(𝐾3) ≥ (0,80 − 0,802 ) × 77,1𝐴 ≥ 12,33𝐴 𝑒𝑚 𝐴𝐶3

Onde:

Ie(K3) – Capacidade dos contatos de K3, em ampéres (A).

k – fator do TAP utilizado.

Na tabela em anexo localizamos um contator que suporte 12,33A em AC3, com bobina
220V@60Hz, com 2 contatoa auxiliares NA e 2 contatos auxiliares NF, assim o código será:

WEG : CWM12-22-30V26

68
Dimensionamento do térmico.

A corrente que circula o térmico é a mesma que a corrente de fase no fechamento


triângulo, portanto a juste do relé deverá ser:

𝐼𝑟𝑒𝑙é = 𝐼𝑛 = 77,1𝐴

Relé com faixa de 63A a 80A compatível com contator CWM80.

Código WEG : RW67-2D3-U040

Dimensionamento do fusível.

Primeiramente devemos calcular a corrente de partida, localizar o fusível do gráfico


(If(gráfico)) e depois determinar o fusível pelo cálculo (If(calculo)), escolhendo o mais adequado,
o de maior valor.

O calculo da corrente de partida é dado por:

𝐼𝑝 = 𝑘 2 × (𝐼𝑝/𝐼𝑛) × 𝐼𝑛 = 0,802 × 8 × 77,1𝐴 = 394,8𝐴

Onde:

Ip – Corrente de partida, em ampéres (A).

Ip/In – Múltiplos da corrente nominal na partida, dado de placa.

In – Corrente nominal, em ampéres (A).

k – fator do TAP utilizado.

Primeiro passo localizar o fusível no gráfico (If(gráfico)), sabendo que Ip=394,8A e tempo
de rotor bloqueado 15 segundos (utilizar gráfico do fusível NH):

Localização do fusível através do gráfico If(gráfico)=125A.

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Agora devemos calcular o fusível, através da fórmula para comparação e escolha.

𝐼𝑓(𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜) = 1,2 × 𝐼𝑛 = 1,2 × 77,1𝐴 = 92,52𝐴

Comparando If(gráfico) é maior que If(calculo), portanto a escolha é pelo maior valor,
sendo o fusível escolhido, modelo NH de 125A.

Devemos ainda verificar se este fusível é aceito pelo contator e relé térmico.

Dimensionamento do disjuntor motor.

Caso a opção de proteção seja o disjuntor motor, substituindo a dupla fusível + térmico,
a montagem segue o esquema abaixo:

Esquema de potência autotransformador utilizando disjuntor motor.

Como se observa a corrente de linha flui através do disjuntor motor, assim devemos levar
em consideração a corrente nominal do motor para determinar o ajuste e escolha do disjuntor
motor apropriado, lembrando que o valor do ajuste (I(DM)) deve estar no meio da escala.

𝐼(𝐷𝑀) = 𝐼𝑛

Onde:

I(DM) – Corrente de ajuste do disjuntor motor, em ampéres (A).

In – Corrente nominal do motor.

Por exemplo, para o motor do calculo anterior, com In=77,1A, devemos escolher um
disjuntor motor que no centro de sua escala de ajuste, tenha o valor de 77,1A.

70
Motores com mais de uma velocidade.

Em motores de indução, podemos alterar a velocidade de rotação, modificando os


seguintes parâmetros:

• Número de polos (Np)(fator construtivo), exemplo motor Dahlander.


• Escorregamento (s)(fator construtivo), exemplo motor de rotor bobinado.
• Frequência da rede elétrica (f) (equipamento eletrônico), Inversor de frequência.

Parâmetros estes presentes na equação da velocidade nominal do motor:

120 × 𝑓
𝑁𝑛 = × (1 − 𝑠)
𝑝

Onde:

Nn – Velocidade nominal, em RPM.

f – Frequência da rede elétrica, em Hertz (Hz).

p – Número de polos.

s – escorregamento, em valor decimal da porcentagem.

Motor Dahlander

Motor de duas velocidades, por comutação de polos, com uma relação de 1:2, a
velocidade baixa sempre é metade do valor da rotação alta.

Porém vale observar que para cada polo, temos uma potência, uma corrente, um cosφ
e um rendimento, assim devemos calcular os componentes para cada uma das situações, da
mesma forma que é feito o calculo para partida direta, visto anteriormente.

O fechamento do motor Dahlander é visto a seguir:

Fechamento motor DAHLANDER para rotação baixa.


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Fechamento motor DAHLANDER para rotação alta.

Exemplo dos dados de placa de um motor DAHLANDER, o dimensionamento dos


componentes é o mesmo da partida direta, porém deve dimensionar os componentes para baixa
rotação e dos componentes da alta rotação.

Motor Dahlander.

Diagrama de potência motor Dahlander.

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Baixa rotação:

RPM: 870 RPM

POTÊNCIA: 2,0 CV

TENSÃO: 220V

CORRENTE: 8,29A

Ip/In: 5,5

RENDIMENTO %: 76,6

COSφ: 0,62

FATOR DE SERVIÇO: 1,0

Alta rotação:

RPM: 1750 RPM

POTÊNCIA: 3,0 CV

TENSÃO: 220V

CORRENTE: 8,24A

Ip/In: 8,4

RENDIMENTO %: 82,4

COSφ: 0,85

FATOR DE SERVIÇO: 1,0

Dimensionamento para baixa rotação.

Contator K1

𝐼𝑒(𝐾1) ≥ 𝐼𝑛 (𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑟𝑡𝑎çã𝑜) 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜: 𝐼𝑒(𝐾1) ≥ 8,29𝐴 𝑒𝑚 𝐴𝐶3

Onde:

Ie(K1) – Capacidade dos contatos de K1, em ampéres (A).

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Dimensionamento do disjuntor motor (DM) Q0.

Devemos localizar um disjuntor motor que tenha o valor abaixo no centro de sua escala
de ajuste.

𝐼(𝐷𝑀𝑏𝑟) = 𝐼𝑛(𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜) = 8,29𝐴

Dimensionamento para alta rotação.

Contator K2 e K3

𝐼𝑒(𝐾2) = 𝐼𝑒(𝐾3) ≥ 𝐼𝑛 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜: 𝐼𝑒(𝐾2) = 𝐼𝑒(𝐾3) ≥ 8,24𝐴 𝑒𝑚 𝐴𝐶3

Onde:

Ie(K2) – Capacidade dos contatos de K2, em ampéres (A).

Ie(K3) – Capacidade dos contatos de K3, em ampéres (A).

Dimensionamento do disjuntor motor (DM) Q1.

Devemos localizar um disjuntor motor que tenha o valor abaixo no centro de sua escala
de ajuste.

𝐼(𝐷𝑀𝑎𝑟) = 𝐼𝑛(𝑎𝑙𝑡𝑎 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜) = 8,24𝐴

74
Motor de Rotor Bobinado (variação de resistência rotórica).

Utilizamos motor de anéis, o qual possui o rotor bobinado e ao inserir uma resistência
externa a este enrolamento, alteramos o escorregamento, assim variando a velocidade. A
ilustração deste motor é vista a seguir, assim como sua conexão elétrica. O dimensionamento é
feito para os componentes que alimentam o estator, que segue o mesmo roteiro de cálculos para
um motor de indução comum.

Ilustração motor de rotor bobinado.

Através da curva dos conjugados podemos visualizar a alteração do escorregamento e


consequentemente a alteração de velocidade para cada resistência inserida no enrolamento do
rotor.

Curva do conjugado motor de rotor bobinado.

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Frenagem

Podemos ter basicamente três tipos de frenagem: mecânica, contracorrente e


eletromagnética.

A mecânica é composta por um mecanismo que para o eixo do motor, por um sistema
de freio, que pode ter acionamento somente mecânico ou elétrico.

Na frenagem por contracorrente é aplicado ao motor uma breve reversão de rotação,


utilizamos um relé denominado Alnico, que é uma chave centrífuga, que quando há o giro fecha
seus contatos e quando está em repouso os contatos ficam abertos.

E a frenagem eletromagnética é obtida, aplicando-se tensão contínua aos enrolamentos


do motor, transformando o estator em um eletroímã que atrairá o núcleo ferroso do rotor,
parando-o instantaneamente.

A montagem proposta no curso é a frenagem eletromagnética, na qual devemos aplicar


uma tensão contínua com valores de 10% a 20% da tensão nominal em corrente alternada, este
valor deve ser tal que a corrente no enrolamento no momento da frenagem não ultrapasse a
corrente nominal do motor, pois se esta exceder-se danificará o motor.

Para reduzirmos a tensão alternada utilizamos um transformador e para transformar a


tensão alternada do secundário em uma tensão contínua, utilizaremos uma ponte retificadora.

O diodo é um componente semicondutor, ele permite a passagem de corrente


dependendo de sua polarização, este componente possui dois terminais um chamado anodo e
outro chamado catodo, a corrente elétrica flui de anodo para catodo reversamente não.

Simbologia do diodo é formada por uma seta com uma barra na frente, conforme
ilustração abaixo.

Simbologia do diodo

Polarização do diodo:

Polarização direta do diodo.

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Polarização reversa do diodo.

Para transformarmos um sinal alternado em um sinal contínuo pulsante, precisamos


utilizar um arranjo de diodos chamado de ponte retificadora, conforme ilustração abaixo:

Funcionamento ponte retificadora.

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SoftSarter

Basicamente um softstarter é um equipamento eletrônico, que promove uma partida


suave ao motor, reduzindo o pico de corrente na partida. Mas este equipamento oferece muitos
outros recursos os quais podemos citar:

• Rampa de aceleração.
• Rampa de desaceleração.
• Tensão mínima na partida. (Tensão de pedestal).
• Proteção contra falta de fase.
• Proteção contra subtensão.
• Proteção contra sobretensão.
• Proteção contra sobrecarga.
• Proteção contra curto circuito.
• Entre outras.

A conexão do softstart ao motor é feita de forma simples, porém é obrigatório ler o manual
do fabricante, para verificar como é feita as conexões, os ajustes e as proteções oferecidas pelo
equipamento bem como a sinalização.

Esquema de ligação do softstart ao motor.

Os recursos oferecidos dependem do modelo e do fabricante, portanto ler o manual do


equipamento é fundamental para parametrização e conhecimento do funcionamento.

Abaixo verificamos a forma de onda no momento de aceleração do softstart.

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Sinal de saída do softstart no momento de aceleração.

No momento de desaceleração o softstart diminui a tensão de forma gradativa, fazendo


com que o motor desacelere suavemente, esta característica é muito utilizada em bombas de
água, para evitar o golpe de aríete.

Sinal de saída do softstart no momento de desaceleração.

Como podemos observar, o softstart aplica a tensão ao motor de forma gradativa,


evitando assim o pico de corrente no momento da partida, e ao desacelerar, diminui a tensão
também de forma gradativa, evitando uma parada repentina.

79
Inversor de frequência

Com o avanço da eletrônica de potência foi possível, criar um equipamento que


possibilita a variação da velocidade de um motor de indução, através da variação da frequência
aplicada ao motor.

Através da fórmula da velocidade nominal, verificamos que a alteração da frequência,


varia a velocidade.

120 × 𝑓
𝑁= × (1 − 𝑠)
𝑝

Abaixo exemplificamos a montagem de um inversor de frequência e alguns ajustes


básicos, para colocá-lo em funcionamento.

Montagem básica do inversor de frequência com operação pela IHM.

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Para alterar os parâmetros devemos energizar o inversor e através das teclas, efetuar
as modificações.

Sequência para inserir os parâmetros no inversor.

Modo de operação:

Nº Parâmetro Função Valor Valor


original ajustado

Parametrização 1 dos inversores.

Modo de operação:

Nº Parâmetro Função Valor Valor


original ajustado

Parametrização 2 dos inversores.

81
Sensores

Sensores são componentes que alteram o estado de sua saída, quando acionado pelo
elemento ao qual é sensível, podemos ter sensores capacitivos, indutivos, magnéticos, óticos
entre outros, que podem ser alimentados por tensão alternada ou contínua.

Os sensores apresentam algumas vantagens:

• Funcionam em qual quer ambiente.


• O acionamento ocorre sem contato físico.
• Chaveamento eletrônico.
• Alta durabilidade.
• Alta velocidade.
• Substitui chaves tipo fim de curso.

Ilustração de um sensor indutivo.

Ilustração sensor capacitivo.

82
Sensor ótico por barreira.

Sensor ótico por difusão.

Sensor ótico por reflexão com espelho prismático.

Em relação a saída o sensor pode operar em corrente alternada e possuir a função


Normalmente Aberto ou Normalmente Fechado, quando o sensor é acionado o estado da saída
se modifica.

Sensores NA e NF corrente alternada.

Sensores alimentados com tensão contínua, existem dois tipos de saídas uma chamada
NPN, onde o negativo é chaveado para saída e outro tipo PNP onde o polo positivo é chaveado
na saída.

83
Sensores PNP e NPN alimentação em corrente contínua.

Podemos associar os sensores em série ou paralelo, devemos ter muito cuidado


quando efetuamos associações pois podemos danificar os sensores.

Associação paralela de sensores PNP.

84
Associação série de sensores PNP.

Associação série sensores NPN.

Associação paralela sensores NPN.

Sensores AC, a associação é similar a associação de contatos secos.

85
Condutores elétricos

Definição:

Condutores elétricos de potência em baixa tensão podem ser fios ou cabos de cobre ou
alumínio capazes de transportar energia elétrica em circuitos com tensões elétricas de até 1000
V. Os principais componentes de um fio ou cabo de potência em baixa tensão são o condutor,
a isolação e a cobertura, conforme ilustração abaixo.

Condutores elétricos.

Tipos:

Condutores elétricos podem ser do tipo rígido, flexível, super flexível. Sua definição
baseia-se no sistema de fabricação se rígido ou encordoado, conforme NBR 6880:

Fio:

O fio é um produto maciço, composto por um único elemento condutor, sua secção é
limitada a 16 mm2.

Condutor rígido.

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Condutor encordoado:

O condutor encordoado é produzido a partir de uma série de fios elementares, de


diâmetro reduzido, torcidos entre si, formando um condutor que oferece maior flexibilidade, as
formações comuns são: 7 fios (1 + 6); 19 fios (1 + 6 + 12); 37 fios ( 1 + 6 + 12 + 18 ) e assim
sucessivamente.

Condutor encordoado.

Condutor encordoado compactado:

Um condutor encordoado compactado é uma corda na qual foram reduzidos os


espaços entre os fios componentes. Essa redução é realizada por compressão mecânica ou
trefilação. O resultado desse processo é um condutor de menor diâmetro em relação ao condutor
encordoado redondo normal, porém com menor flexibilidade.

Condutor encordoado compactado.

Condutor extra flexível:

Um condutor extra flexível é obtido a partir do encordoamento de uma grande


quantidade de fios de diâmetro reduzido, oferecendo maior flexibilidade.

Condutor extra flexível.

87
Condutor extra flexível (Tipo malha):

Um condutor extra flexível tipo malha é obtido a partir do encordoamento trançado, de


uma grande quantidade de fios de diâmetro reduzido, com formato achatado, as tranças
oferecem grande flexibilidade e maleabilidade.

Condutor tipo malha.

Condutor tipo barra (barramento):

Um condutor tipo barra (barramento) condutor rígido de secção transversal retangular.

Condutor tipo barramento.

Condutor flexível de comando:

O condutor flexível de comando, possui diversos condutores internos, identificados por


um número correspondente, número de vias, muito utilizado em painéis de comando, para
controle, sinalização, telecomando e alimentação de pontos fixos até 1000V. Dependendo do
fabricante tem de 2 condutores até 25 condutores, com área de seção transversal 0,5mm2 a
6mm2

Condutor múltiplo.

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Identificação dos condutores:
Tem objetivo de identificar os condutores de acordo com o diagrama elétrico.

Identificação dos condutores.

89
Terminais para cabos elétricos.

São elementos utilizados para fornecer melhor acabamento, melhor conexão elétrica e
facilidade de montagem, os quais podemos citar tipo garfo, olhal, pino, de encaixe, ilhós, entre
outros. Podem ser prensados, soldados, travados.

Terminais

Ferramentas para prensar terminais.

Prensa terminais.

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Bornes de passagem.

São elementos que fornecem a interconexão que tem por função proporcionar um meio
seguro de conexão elétrica e mecânica aos mais variados condutores elétricos.

Bornes de passagem.

Conexão por parafuso

Borne conexão por parafuso.

Conexão por mola

Borne conexão por mola.

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Eletroduto tipo canaleta:

Eletrodutos são elementos utilizados para direcionar, acomodar condutores elétricos, em


quadros, painéis e sistemas de distribuição.

Canaletas

Prensa cabos:
Componentes utilizados para permitir a entrada de cabos em caixas de passagem, painéis de forma
segura e oferecendo proteção contra a entrada de poeira e líquidos.

Prensa cabos. Fonte Kraus Muller

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