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Capítulo Q

RESISTORES

1. Efeito térmico ou efeito Joule


2. Resistores — Lei de Ohm
3. Curvas características de resistores ôhmicos e
não-ôhmicos
4. Lei de Joule Estudaremos, neste capítulo, os resistores, elementos
5. Resistividade de circuito cuja função exclusiva é efetuar a
6. Tipos usuais de resistores conversão de energia elétrica em energia térmica.

1. EFEITO TÉRMICO OU EFEITO JOULE


Nos aquecedores elétricos em geral (chuveiros, torneiras, ferros de passar etc.) ocorre a transfor-
mação de energia elétrica em energia térmica, fenómeno esse denominado efeito térmico ou efeito
Joule, que ocorre devido ao choque dos elétrons livres contra os átomos do condutor.
Nesse choque, os elétrons transferem aos átomos a energia elétrica que receberam do gerador, a qual
é transformada em energia térmica, causando a elevação da temperatura do condutor.

2. RESISTORES - LEI DE OHM


O elemento de circuito cuja função exclusiva é efetuar a conversão de energia elétrica em energia
térmica recebe o nome de resistor.
São exemplos de resistores: filamentos de tungsténio em lâmpadas elétricas incandescentes, fios de
nicromo enrolados em hélice em chuveiros etc. Em geral, os condutores líquidos e gasosos não são simples
resistores, pois neles ocorrem, além do efeito térmico, outros efeitos, como o químico, por exemplo.
Considere o resistor da figura l, mantido a uma temperatura constante, percorrido por corrente elé-
trica de intensidade /, que tem entre seus terminais uma ddp U.

Figura l. Resistor mantido em temperatura constante.

Mudando-se a ddp sucessivamente para l/,, U2,..., o resistor passa a ser percorrido por correntes de
intensidades /1x /2, ...
Ohm* verificou, experimentalmente, que, mantida a temperatura constante, o quociente da ddp
aplicada pela respectiva intensidade de corrente elétrica resultava em uma constante característi-
ca do resistor:

U IA
— = —L = —f. =
U7 <
. = constante = R
/ /! /2

OHM, Georg Simon (1787-1854), físico alemão, lecionou na Escola Politécnica de Nuremberg e depois na Universidade de Muni-
que. É conhecido principalmente por seus trabalhos sobre corrente elétrica, expostos em sua Teoria Matemática dos Circuitos
Elétricos (1827), em que apresentou a noção de resistência elétrica e a lei que leva seu nome.
CAPÍTULO 6 — RESISTORES 1O9

A grandeza R assim introduzida foi denominada resistência eletrica do resistor. A resistência ele-
trica não depende da ddp aplicada ao resistor nem da intensidade de corrente eletrica que o percorre,
mas do condutor e de sua temperatura.
De um modo geral, tem-se:

ou U= Ri

Essas fórmulas traduzem a lei de Ohm, que relaciona a causa do movimento das cargas elétricas (a
ddp L/) com o efeito (passagem da corrente eletrica /), podendo ser enunciada da seguinte maneira:

O quociente da ddp nos terminais de um resistor pela intensidade de corrente eletrica que o atra-
vessa é constante e igual à resistência eletrica do resistor.

Um resistor que obedece à lei de Ohm é denominado resistor ôhmico.


Em esquemas de circuito, um resistor é representado pelo símbolo ilustrado na figura 2, colocando-
se, acima ou abaixo, o valor de sua resistência eletrica.

Figura 2. Representação de um resistor em circuitos elétricos.

De / = —, observamos que, em resistores diferentes sob mesma ddp, é atravessado por corrente
n
eletrica de menor intensidade aquele que tiver maior valor de R. Desse modo, a resistência eletrica apa-
rece como uma dificuldade à passagem da corrente eletrica, justificando sua denominação.
Quando a resistência eletrica é muito pequena, como nos fios de cobre de ligação dos elementos do
circuito da figura 3, estes são representados por uma linha contínua. Nessas condições, os fios são deno-
minados simplesmente condutores, e sua finalidade é ligar os elementos do circuito. Nesses fios, o efei-
to joule pode ser desprezado. Na lâmpada ocorre o efeito Joule, apresentando, portanto, uma resistên-
cia eletrica R.

Figura 3. Circuito elétrico formado por uma pilha, uma lâmpada e por fios de ligação de resistência eletrica desprezí-
vel. Ao lado, a representação esquemática do circuito.

2.1. Unidade de resistência eletrica


No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de resistência eletrica denomina-se ohm (símbolo
1V
Q), sendo que 1 Q = — — .
l f\ de emprego frequente um múltiplo do ohm: o quiloohm (kQ), que vale:
110 Os FUNDAMENTOS DA FÍSICA

Exercício
R.44 Um resistor tem resistência igual a 50 Q, sob a ddp U = 60 V. Calcule a intensidade de corrente elétrica que o
atravessa.
Solução:
Pela lei de Ohm, U = Ri. Sendo U = 60 V e R = 50 Q, temos: R = 50 Q
WVW-1
l —
U —^ i — 60 —i
L/ = 60 V
7? "50
Resposta: l,2 Â

Exercício
P.109 Um resistor ôhmico, quando submetido a uma ddp de 20 V, é atravessado por uma corrente elétrica de intensi-
dade 4,0 A. Qual a ddp nos terminais do resistor quando percorrido por uma corrente elétrica de 1,2 A?

3. CURVAS CARACTERÍSTICAS DE RESISTORES ÔHMICOS E NÃO-ÔHMICOS


A lei de Ohm é considerada como a equação de um resistor ôhmico de resistência elétrica R:

Tem-se uma função linear entre a ddp (U)'e a corrente elétrica (/) e, por isso, um resistor ôhmico é
também chamado condutor linear.
Na figura 4, o gráfico de U em função de / é uma reta que passa pela origem, constituindo, assim, a
curva característica de um resistor ôhmico. O coeficiente angular da reta é numericamente igual à resis-

tência elétrica do resistor tg 6 = — = R . A mudança de sinal das coordenadas significa inversão nos

terminais da ddp e inversão no sentido da corrente elétrica.


Para resistores que não obedecem à lei de Ohm, a curva característica passa pela origem, mas não é
uma reta (figura 5). Esses resistores não-ôhmicos são denominados condutores não-lineares. Para eles,
define-se resistência aparente em cada ponto da curva pelo quociente:

e R'ap.
*•"• " f Í2

Figura 4. Curva característica de Figura 5. Curva característica de


um resistor ôhmico. um resistor não-ôhmico.

Nos condutores não-lineares, a curva característica é sempre determinada experimentalmente. A


resistência aparente em cada ponto será numericamente igual ao coeficiente angular da secante que
passa pela origem e pelo ponto considerado (tg (3 = Rap e tg p" = /?'ap).
CAPÍTULO 6 — RESISTORES 111

Exercícios Resolvidos
R.45 Aplica-se uma ddp nos terminais de um resistor e mede-se a
intensidade de corrente elétrica que o atravessa. Repete-se a
operação para ddps diferentes e constrói-se o gráfico ao lado, 12
obtendo a curva característica do resistor. Determine o valor
da resistência elétrica desse resistor.

0,6 /(A)
Solução:
Para um resistor ôhmico, qualquer par de valores (í, í/) determina a resistência elétrica do aparelho. Assim, quan-
do U = 8 V, do gráfico obtém-se / = 0,4 A, logo:

0,4
Resposta: 20 Q

R.46 Variando-se a ddp aplicada a um condutor e medindo-se as intensidades de corrente elétrica, obtêm-se os re-
sultados mostrados na tabela abaixo:
V (V) 0 10 30 50 80
i (A) 0 .0,25 0,50 0,75 0,85
a) Verifique se o condutor é linear.
b) Esboce o gráfico de sua resistência elétrica em função da intensidade de corrente elétrica /'.
Solução:

a) Verifiquemos o quociente —, observando que, quando U = O, / = 0; quando não há ddp (causa), conseqiien-
i
temente não há corrente (efeito).

U (V) 10 30 50 80

i (A) 0,25 0,50 0,75 0,85

>) 40 60 66,7 94,1

U u correspondem
Como o quociente — não é constante, o condutor é não-linear. Os valores obtidos para —
/ i
à resistência aparente (/?ap ) para cada valor de corrente elétrica.
b) No gráfico ao lado, representamos a resistência aparen-
te (Rap ) do condutor em função da intensidade de cor-
rente elétrica que o percorre. Observamos que, se o
condutor fosse linear, a resistência aparente seria cons-
tante e o gráfico, em função da intensidade de corrente
elétrica, seria uma reta paralela ao eixo das abscissas.

Resposta: O condutor é não-linear e sua resistência aparente varia em função da intensidade de corrente elétri-
ca segundo o gráfico acima.
112 Os FUNDAMENTOS DA FÍSICA

Exercícios Propostos
P.110 O gráfico representa a curva característica de um resistor
ôhmico.
Determine: 36
a) a resistência eletrica do resistor;
b) a ddp nos terminais do resistor quando percorrido por cor-
rente eletrica de intensidade 1,6 A.

P.111 Um condutor X tem como curva característica a que é mostra-


da ao lado.
a) Calcule sua resistência aparente quando é percorrido pela
corrente de 10 mA.
b) Esboce o gráfico da resistência aparente de X em função da
intensidade de corrente eletrica /'.

O 10 20 30 40 50 / (mA)

4.LEIDEJOULE
Um resistor transforma toda a energia eletrica recebida de um circuito em energia térmica; daí ser
usual dizer que um resistor dissipa a energia eletrica que recebe do circuito. Assim, a potência eletri-
ca consumida por um resistor é dissipada. Como sabemos, essa potência é dada por Pot = Ui.
Pela lei de Ohm (U = Ri), tem-se Pot = (Ri) - i. Logo:

Pot = Ri2

A energia eletrica transformada em energia térmica ao fim de um intervalo de tempo Até dada por:

íet. = Pot • At E*. = Ri2 - At

Essa última fórmula traduz a lei de Joule, que pode ser enunciada da seguinte maneira:

A energia eletrica dissipada num resistor, num dado intervalo de tempo At, é diretamente pro-
porcional ao quadrado da intensidade de corrente eletrica que o percorre.

Sendo / = —, a potência eletrica dissipada pode, também, ser dada por:


R

Pot=U-
R

A fórmula anterior permite-nos concluir:

Quando a ddp é constante, a potência eletrica dissipada num resistor é inversamente proporcio-
nal à sua resistência eletrica.
CAPÍTULO 6 — RESISTORES 113

Exercícios Resolvidos
R.47 Um resistor de resistência eletrica R = 20 Q. é percorrido por uma corrente eletrica de intensidade 3,0 A. Deter-
mine:
a) a potência eletrica consumida pelo resistor;
b) a energia eletrica consumida no intervalo de tempo de 20 s.
Solução:
a) Sendo dados R = 20 Q e i = 3,0 A, temos: Pot = Ri* => Pot = 20 • (3,0) Pot = 1,8 IO2 W

b) A energia eletrica consumida pelor resistor, no intervalo de tempo Aí = 20 s, é dada por:

EA = Pot • At => EA = 1,8 • IO2 • 20

Respostas: a) 1,8 • IO 2 W; b) 3,6 • IO3 J

R.48 Em 0,5 kg de água contida em um recipiente mergulha-se, durante 7 min, um resistor de resistência eletrica 2 Q.
Se o resistor é percorrido por uma corrente eletrica de intensidade 5 A, calcule a elevação da temperatura da
água, supondo que não haja mudança de estado.
Dados: calor específico da água l cal/g • °C e l cal = 4,2 J.
Solução:
A energia eletrica consumida pelo resistor é transformada em ca- ? em At = 7 min
lor, determinando uma elevação da temperatura da água. Desse
modo, temos:
E*. = Q
Como £el = Pot - At e Q = me - A0, temos:
Pot • Aí = me • A9 => Ri2 • At = me • AG
Sendo R = 2 íí, i = 5 A, At = 7 min = 420 s, m = 0,5 kg = 500 g
e c = l cal/g • °C = 4,2 J/g • °C, pois l cal = 4,2 J, resulta:

2 • 52 • 420 = 500 • 4,2 • A6 =

Resposta: 10 °C

R.49 Uma torneira eletrica fornece 2 £/min de água à temperatura de 40 °C, sendo que a temperatura da água na entra-
da é de 20 °C. A resistência eletrica da torneira vale 28 Q. Calcule a intensidade de corrente eletrica que atravessa
o resistor da torneira. (Dados: densidade da água d = l kg/£, calor específico da água c = l cal/g • °C e l cal = 4,2 J.)

f = 40 °C

Solução:
De £el = Q, temos: Pot - Aí = me - A6 => Ri2 -At=mc-AQ (1)
A massa de água fornecida em Aí = l min = 60 s é dada por:
m = dV, em que d = l kg/£ eV=2i
Assim: m = l kg/£ • 2 í =» m = 2 kg => m = 2 • IO3 g.
Sendo R = 28 Q, c = l cal/g • °C = 4,2 J/g • "C, A9 = 40 °C - 20 °C = 20 "C, a substituição em (1) resulta em:
28 • í2 • 60 = 2 • IO3 • 4,2 • 20 => i 2 = 100
Resposta: 10 A

R.50 Em um chuveiro elétrico lê-se a inscrição 2.200 W — 220 V.


a) Qual a resistência eletrica do chuveiro quando em funcionamento?
b) Quando ligado corretamente, qual a intensidade de corrente eletrica que o atravessa?
c) Estando o chuveiro ligado corretamente, o que se deve fazer na sua resistência eletrica para aumentar a
potência eletrica dissipada?
114 Os FUNDAMENTOS DA FÍSICA

Solução:
a) 2.200 W - 220 V significa potência Pot = 2.200 W quando a ddp é U = 220 V.
í/2 í/2 f220V
Como Pot = — '=> R = tem-se: R = ^ J
R Pot 2.200

b) Ligado corretamente, temos U = 220 V e, pela lei de Ohm:


U 220
i = — => / =
22
U2
c) Como a ddp U = 220 V permanece constante, e sendo Pot = —, conclui-se que, para aumentar a potência
R
elétrica dissipada Pot, deve-se diminuir a resistência elétrica R do chuveiro. Por isso, quando se pas-
sa a chave de um chuveiro elétrico da posição "verão" para a posição "inverno", sua resistência elétri-
ca diminui.
Respostas: a) 22 Q; b) IO A; c) Diminuir a resistência elétrica do chuveiro.

R.51 Dobra-se a ddp aplicada a um resistor. O que acontece com a potência por ele R (Pot)
dissipada?
Solução:
A resistência elétrica R do resistor independe da ddp U. Então:

R R
. 4:í!l
R
R (Pot1)
--VWA —f

U' = 2U
Resposta: A potência dissipada torna-se quatro vezes maior.

R.52 Um resistor dissipa 60 W de potência quando ligado sob ddp de 220 V. Supondo invariável a resistência elétrica
do resistor, determine a potência elétrica dissipada no mesmo quando ligado sob ddp de 110 V.
Solução:
Sendo Pot^ = 60 W, quando Ul — 220 V, queremos determinar a potência Pot2, quando U2= 1 10 V. Sendo a resis-
tência elétrica R invariável, temos:

Potl = e Pot =
R R
Dividindo a fórmula (D pela fórmula ©, temos:

Pot2 Pot2 Pot2 Pot2


Pot, (í/,)2 ~6Õ~ 2202 60 220 60

Resposta: A potência elétrica fica quatro vezes menor, isto é, passa de 60 W para 15 W.

Exercícios P r o p o s t o s
P.112 Um resistor, ligado a uma fonte de ddp constante, dissipa a potência de 84 W e é utilizado para aquecer l .000 g
de água durante 30 s. Sendo o calor específico da água c = l cal/g • °C e l cal = 4,2 J, calcule a elevação da tem-
peratura da água.

P.11-3 Em um recipiente estão colocados 10 kg de água e um resistor de 4,2 Q. O resistor é ligado a um gerador duran-
te 200 s. Um termómetro colocado dentro da água registra um aumento de temperatura de 8 °C. Sendo o calor
específico da água l cal/g • °C e l cal = 4,2 J, calcule a intensidade de corrente elétrica que atravessa o resistor.

P.114 (UCSal-BA) Por um chuveiro fluem 40 £ de água durante 7 min. Sabendo-se que a temperatura da água sofre uma
- variação de 10 °C, determine a potência do chuveiro. Expresse sua resposta em IO2 W.
(Dados: calor específico da água c = 1,0 cal/g • °C, sendo 1,0 cal = 4,2 joules; densidade da água d — 1,0 kg/£.)

P.115 Um aquecedor utiliza uma resistência elétrica de 20 Q. Esse aquecedor é imerso em l litro de água a 10 °C e ligado
a uma tomada, de modo que é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade 10 A. Calcule em quanto
tempo a temperatura da água atinge 60 °C. (Dados: calor específico da água c = l cal/g • °C, l cal = 4,2 J e
</ água =l,Okg/£.)
CAPÍTULO 6 — RESISTORES 115

P.116 Um resistor tem seus terminais submetidos a uma certa ddp. Reduzindo à metade a resistência elétrica do
resistor e mantida constante a ddp, o que acontece com a potência por ele dissipada?

P.117 Um chuveiro elétrico possui as seguintes características: 4 400 W - 990 v


a) Qual a intensidade da corrente elétrica que o atravessa quando ligado a uma rede de 220 V?
b) Ligando-o a uma rede de 110 V e considerando invariável sua resistência elétrica, calcule sua nova potência
elétrica e a nova intensidade de corrente elétrica que o percorre.

5. RESISTWIDADE
Verifica-se que a resistência elétrica de um resistor
depende do material que o constitui, de suas dimensões
e de sua temperatura.
Para simplificar a análise dessas dependências, conside-
remos que os resistores tenham a forma de um fio cilíndri-
co (figura 6).

Figura 6. Resistor em forma de fio cilíndrico com


área de seção transversal A e comprimento L

Consideremos quatro resistores em forma de fio cilíndrico (figura 7) F,, F2, F3 e F4, e comparemos cada
resistor, F2/ F3 e F4, com F, (de resistência elétrica R). As diferenças são: F^ e F2 diferem em seus comprimen-
tos L e 11; F! e F3 diferem em suas áreas de seções transversais A e 2/4; e F, e F4 diferem em seus materiais
(ferro e cobre).

(ferro) A ;: (ferro) l

(ferro) (cobre)

Figura 7. A resistência elétrica de um resistor em forma de fio cilíndrico depende do comprimento, da área da seção
transversal, do material e da temperatura.

Realizando experiências com esses fios a temperatura constante, para determinar suas resistências
elétricas, obtêm-se os resultados indicados na tabela a seguir:

MATERIAL F, (ferro) F2 (ferro) F3 (ferro) F4 (cobre)

Comprimento L 21 L L
Área da seção transversal A A 2A A
R
Resistência elétrica R 2R R' * R
2

Analisando a tabela, notamos que:


• fios F, e F2: dobrando-se o comprimento (L -»> 2L) de um mesmo fio (ferro) de mesma área de seção
transversal, dobra-se o valor de sua resistência elétrica (R —> 2/?).
• fios F, e F3: dobrando-se a área da seção transversal (A -»• 2A) de um mesmo fio (ferro) de mesmo com-

primento, cai para a metade o valor de sua resistência elétrica R -* — .


116

- fios FT e F4: fios de mesmo comprimento e mesma área de seção transversal, mas de materiais diferen-
tes (ferro e cobre), apresentam resistências elétricas diferentes.
Desses resultados concluímos que a resistência elétrica R de um resistor em dada temperatura é:
= diretãmente proporcional ao seu comprimento (L);
- inversamente proporcional à sua área de seção transversal (A);
- dependente do material que o constitui.

Essas conclusões podem ser traduzidas pela fórmula:

em que p (letra grega rô) representa uma grandeza que depende do material que constitui o resistor e
da temperatura, sendo denominada resistividade do material.
No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de resistividade é o ohm • metro (Q • m).
L RA
Para definir essa unidade, considere a expressão R = p • — , da qual implica que p = — . Unidade
f\

-íí -m 2
de p = 1 - =m.1
m
Na prática usa-se, frequentemente, o ohm • centímetro (Q • cm) e o Q • mm2/m.
A resistividade de um material varia com a temperatura (figura 8). Para variações de temperatura até
cerca de 400 °C pode-se admitir como linear a variação da resistividade com a temperatura.

Nessas condições, a resistividade p a uma temperatura O é dada por: p = Potl -\- a • (0 - -e 0 )]

Nessa fórmula, p0 é a resistividade do material à temperatura 00 (20 °C é o valor mais utilizado para 00)
e oc um coeficiente que depende da natureza do material, denominado coeficiente de temperatura.

Amperímetro

Figura 8. Mantendo uma ddp constante entre A e B. o amperímetro


indica uma diminuição na intensidade da corrente elétrica porque o
aumento da temperatura é acompanhado de um aumento da
resistividade do fio e, portanto, um aumento de sua resistência elétrica.

Conforme o valor da sua resistividade, um material poderá ser considerado condutor ou isolante.
A seguir temos os valores aproximados para as resistividades de diversas substâncias à temperatura
ambiente (20 °C):
1Q-4 1Q12 j 014 1Q16
10)-6 10-5 10 18

s
l 1 1 1

(fl-cm)
/ .• - 1 l [
Ag Ni Cr Vidro Mica Borracha
Clj
Al Baqilelite
Fe
Manganina Porcelana
(liga para resistores)
>

Para um resistor constituído de um determinado material de resistividade p à temperatura 6 e p0 à


temperatura 90, podemos escrever, para suas resistências elétricas, nas temperaturas 0 e 00, respectiva-

mente, R = p • — e R0 = pó • —. Observe que não consideramos as variações do comprimento L


f\ da área da seção transversal A com a temperatura, pois elas podem ser desprezadas quando compara-

das com a variação da resistividade com a temperatura.


CAPÍTULO 6 — RESISTORES 117

Multiplicando ambos os membros da fórmula p = p0[1 + a • (0 - 00)] por —, temos:


r\ • - = Po • - • [1 + a • (0 - 60)] =>

« = «„[ 1 + a - (0--e 0 )]

Variação da resistividade com a temperatura


A resistividade dos metais puros aumenta com o aumento da temperatura. Por isso, a resistên-
cia elétrica de resistores constituídos de metais puros também aumenta com a temperatura. Com o
aquecimento, ocorre um aumento do estado de vibração das partículas que constituem o condutor e
isso dificulta a passagem da corrente elétrica. Por outro lado, o aquecimento provoca um aumento
do número de elétrons livres responsáveis pela corrente elétrica. Mas, para os metais puros, o pri-
meiro efeito (aumento do estado de vibração das partículas do condutor) predomina sobre o segun-
do (aumento do número de elétrons livres).
Existem ligas metálicas para as quais os dois efeitos praticamente se compensam. Conseqúente-
mente, para tais ligas, a resistividade e, portanto, a resistência elétrica praticamente não variam com a
temperatura. É o caso da manganina e do constantan, que são ligas de cobre, níquel e manganês.
Para a grafite o segundo efeito predomina sobre o primeiro e, portanto, sua resistividade dimi-
nui com o aumento da temperatura.
Os metais puros possuem coeficientes de temperatura a positivos; as citadas ligas especiais
possuem coeficientes de temperatura praticamente nulos e o coeficiente de temperatura da grafite
é negativo.

6. TIPOS USUAIS DE RESISTORES


Em circuitos elétricos empregam-se muito o resistor de fio e o resistor de carvão. O primeiro nada
mais é que um pedaço de fio, composto por ligas metálicas. Não sendo possível obter áreas de seções
transversais demasiadamente pequenas, para se obterem valores razoáveis de resistência são necessários
fios de comprimento muito grande; costuma-se, assim, enrolar o fio sobre um suporte isolante.
O resistor de carvão consta de um suporte isolante coberto de fina camada de carvão com dois ter-
minais metálicos. É muito usado em circuitos de rádio e televisão. Devido à alta resistividade da grafite
podem-se obter resistores de alta resistência e de pequenas dimensões.

Na lâmpada incandescente Resistor em que é possível visualizar a película de car-


comum, o resistor é um fila- vão. Esta película pode ser contínua ou pode apre-
mento constituído por um longo sentar-se sob a forma de faixas helicoidais.
fio de tungsténio, enrolado
como uma hélice cilíndrica.
118 Os FUNDAMENTOS DA F Í S I C A

No ferro elétrico, na torradeira e no chu- Resistores comumente usados em À esquerda tem-se um potenciô-
veiro a energia eletrica se converte em circuitos elétricos. À direita tem-se metro e, ao lado dele, suas partes,
energia térmica (efeito Joule) quando a um resistor foto-sensível (que, con- O potenciômetro dispõe de conta-
corrente eletrica passa pelo resistor do forme a incidência da luz, sofre vá- tos móveis podendo funcionar
aparelho. riação em sua resistência). como um divisor de tensão.

Exercícios Resolvidos
R.53 Aplica-se a ddp de 100 V nas extremidades de um fio de 20 m de comprimento e seção circular de área 2 mm2.
Sabendo-se que a intensidade da corrente eletrica que circula tem intensidade 10 A, calcule a resistividade do
material que constitui o fio em £i • cm.
Solução: L«_ -L =20 m — —*
Pela lei de Ohm, temos: R= — = > / ? = - — =» /? = 10 íl
í 10 1/4 = 2 mm2
Por outro lado:
L RA 10-2 íl-mm 2
- — =» p = — L/=100V —
A L 20

Q-mm2 l Q. - IO"6 m2
p-1 P= p = IO'6 Q • m
m m
Resposta: 10 4 £2 • cm

R.54 A resistência eletrica de um resistor de fio metálico é 60 Q. Cortando-se um pedaço de 3 m do fio, verifica-se
que a resistência do resistor passa a ser 15 Cl. Calcule o comprimento total do fio.
Solução:

Temos: /? = p • — © e /?' = p ©
,4
Dividindo © por ©, temos:
JL =
p'
L
/ _ Q
6°_ =
1C
L
/ _ Q
/\ O 13 L, O

(í-3)m-
6 0 L - 180 = 15L =* 45Z, = 180

Resposta: 4 m •—VW\A—•

Exercícios P r o p o s t o s
P.118 Um fio de cobre tem comprimento de 120 m e a área de sua seção transversal é de 0,50 mm2. Sabendo-se que a
resistividade do cobre a O °C é de 1,72 • 10~2 Q • mm2/m, determine a resistência eletrica do fio a O °C.

P.119 (Mackenzie-SP) O filamento de tungsténio de uma lâmpada tem resistência de 20 Q. a 20 °C. Sabendo-se que sua
seção transversal mede 1,102 • 10~4 mm2 e que a resistividade do tungsténio a 20 °C é 5,51 • 10~2 Q, • mm2/m,
determine o comprimento do filamento.

P.120 Um fio condutor de determinado material tem resistência eletrica igual a 30 Q. Qual será a resistência eletrica de
outro fio de mesmo material, com o dobro do comprimento e o triplo da área da seção transversal do primeiro?
C A P Í T U L O 6 — RESISTORES 119

P.121 Um resistor em forma de fio tem resistência elétrica de 100 ÍL Se a ele foi acrescentado um fio idêntico mas com
0,5 m de comprimento, a resistência passa a ser 120 Q. Determine o comprimento do resistor original.

P.122 (Unicamp-SP) Sabe-se que a resistência elétrica de um fio cilíndrico é diretamente proporcional ao seu compri-
mento e inversamente proporcional à área de sua seção transversal.
a) O que acontece com a resistência do fio quando triplicamos o seu comprimento?
b) O que acontece com a resistência do fio quando duplicamos o seu raio?

O código de cores
O filamento de uma lâmpada incandescente, o fio enrolado em hélice de um chuveiro ou de uma
torneira elétrica são resistores. Entretanto, existem também, como vimos, resistores feitos de car-
vão e outros materiais, que compõem vários circuitos elétricos, de receptores de rádio, de televiso-
res etc. O valor da resistência elétrica pode vir impresso no corpo do resistor ou indicado por meio
de faixas coloridas. Essas faixas obedecem a um código que permite determinar o valor da resistên-
cia do resistor. Esse código de cores obedece à seguinte correspondência numérica:

Cor Preto Marrom Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Violeta Cinza Branco
Algarismo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

As faixas devem ser lidas sempre da'extremidade para o centro, segundo o seguinte critério:
• 1a faixa (mais próxima da extremidade): indica o primeiro algarismo do valor da resistência elétrica;
• 2- faixa: indica o segundo algarismo do valor da resistência elétrica.
• 3a faixa: indica o número de zeros que devem ser acrescentados à direita dos dois algarismos an-
teriores.
Pode ainda existir uma 4a faixa para indicar a imprecisão ou tolerância do valor da resistência.
Se essa 4a faixa for prateada, a imprecisão é de 10%; se for dourada, a imprecisão é de 5%. A
inexistência da 4a faixa pressupõe uma tolerância de 20% no valor da resistência elétrica, para mais
ou para menos.
A seguir, como exemplo, aplicamos o código de cores a um resistor:
O valor da resistência elétrica é R = 6.400 Q, com tolerância de 20% para mais (7.680 Q) ou
para menos (5.120 Q), pois inexiste a 4a faixa.

Azul Amarelo Vermelho


6 4 0 0

Aplicando o código de cores, procure determinar a resistência


elétrica dos resistores apresentados na foto.
12O Os FUNDAMENTOS DA FÍSICA

Exercícios P r o p o s t o s de ré c a p i t u l o ç ao
P.123 (UFU-MG) A intensidade de corrente é o fator mais relevante nas sensações e consequências do choque elétri-
co. Estudos cuidadosos desses fenómenos permitiram chegar aos seguintes valores aproximados:
— uma corrente de l mA a 10 mA (ImA = 10~3 A) provoca apenas uma sensação de "formigamento";
— correntes de 10 mA a 20 mA já causam sensações dolorosas;
— correntes superiores a 20 mA e inferiores a 100 mA causam, em geral, grandes dificuldades respiratórias;
— correntes superiores a 100 mA são extremamente perigosas, podendo causar a morte da pessoa, por pro-
vocar contrações rápidas e irregulares do coração (esse fenómeno é denominado fibrilação cardíaca);
— correntes superiores a 200 mA não causam fibrilação, porém dão origem a graves queimaduras e condu-
zem à parada cardíaca.
Baseado nas informações acima, responda à situação abaixo:
A resistência elétrica do corpo humano pode variar entre, aproximadamente, 100.000 Q, para a pele seca, e
cerca de 1.000 Cl, para a pele molhada. Assim, se uma pessoa com a pele molhada tocar os dois pólos de uma
tomada de 120 V, poderá vir a falecer em virtude de fibrilação cardíaca? Justifique.

P.124 (Fuvest-SP) A curva característica de um elemento resistivo é


vista na figura ao lado.
a) Qual a potência dissipada quando / = 10 mA?
b) Qual é a carga que passa em 10 s, quando U = 2,0 volts?

8 10 / (mA)

P.125 (UFPE) Um aquecedor elétrico ligado em 220 V faz a água contida num recipiente ferver em 12 minutos. Quanto tem-
po, em minutos, será necessário para ferver a mesma quantidade de água se o aquecedor for ligado em 110 V?

P.126 (Fuvest-SP) A potência de um chuveiro elétrico é 2.200 W. Considere l cal = 4 J. Qual a variação de temperatura
da água ao passar pelo chuveiro com uma vazão de 0,022 £/s?
(Dados: calor específico da água: l cal/g • °C; densidade da água: l kg/£.)

P.127 (Faap-SP) Congelou-se um grande volume de água em torno de um resistor de resistência elétrica 4 k£2 e fez-se
passar por este uma corrente de 2 A, até que l kg de gelo se fundiu. Sabendo que o gelo se encontra a O °C e que
o calor de fusão deste é 80 cal/g, calcule durante quanto tempo o circuito esteve ligado. Considere l cal = 4,2 J.

P.128 (Vunesp) Acende-se uma lâmpada de 100 W, que está imersa num calorímetro transparente contendo 500 g de
água. Em l min 40 s a temperatura da água sobe 4,5 °C. Que porcentagem de energia elétrica fornecida à lâmpa-
da é convertida em luz? (Considere o calor específico da água, 4,2 J/g • °C, e que a luz produzida não é absorvi-
da pelo calorímetro. Despreze a capacidade térmica do calorímetro e da lâmpada.)

P.129 (Fuvest-SP) Um chuveiro elétrico de 220 V dissipa uma potência de 2,2 kW.
a) Qual o custo de um banho com 10 min de duração se a tarifa é de R$ 0,20 por kWh?
b) Desejando-se duplicar a variação de temperatura da água mantendo-se constante a sua vazão, qual deve
ser a nova resistência do chuveiro?

P.130 (Fuvest-SP) Uma experiência é realizada para estimar o calor específico de um bloco de material desconheci-
do, de massa mb = 5,4 kg. Em um recipiente de isopor, uma quantidade de água é aquecida por uma resistência
elétrica R = 40 Q, ligada a uma fonte de 120 V, conforme a figura.

120V
C A P Í T U L O 6 — RESISTORES 121

Nessas condições, e com os devidos cuidados experimentais, é medida a variação da temperatura 9 da água,
em função do tempo t, obtendo-se a reta ,4 do gráfico. A seguir, repete-se a experiência desde o início, desta vez
colocando-se o bloco imerso dentro d'água, obtendo-se a reta B do gráfico.
6(°C)

12 18 t (minutos)

a) Estime a massa M, em kg, da água colocada no recipiente.


b) Estime o calor específico cb do bloco, explicitando claramente as unidades utilizadas.
(Dados: calor específico da água =1,0 cal/g • °C, l cal - 4 J.)

P.131 (Efoa-MG) Dois pedaços de fios de cobre cilíndricos têm o mesmo comprimento. Um tem diâmetro 2 mm e re-
sistência elétrica R2, o outro tem diâmetro 3 mm e resistência elétrica /?3.
D
a) Qual o valor da razão — ?
#3
b) Nas instalações elétricas os fios mais grossos são utilizados para circuitos percorridos por correntes elé-
tricas de maior intensidade. Qual a justificativa, sob o ponto de vista da segurança dessas instalações, des-
se procedimento?

P.132 (Unicamp-SP) A invenção da lâmpada incandescente no final do séc. XIX representou uma evolução significati-
va na qualidade de vida das pessoas. As lâmpadas incandescentes atuais consistem de um filamento muito fino
de tungsténio dentro de um bulbo de vidro preenchido por um gás nobre. O filamento é aquecido pela passa-
gem de corrente elétrica, e o gráfico abaixo apresenta a resistividade do filamento como função de sua tempe-
ratura. A relação entre a resistência e a resistividade é dada por R = p • —, onde R é a resistência do filamento,
J\ seu comprimento, A a área de sua seção reta e p sua resistividad

O 500 1.0001.5002.0002.5003.0003.500
Temperatura (°C)

a) Caso o filamento seja aquecido desde a temperatura ambiente até 2.000 °C, sua resistência aumentará ou

diminuirá? Qual a razão, -&BI, entre as resistências do filamento a 2.000 °C e a 20 °C? Despreze efeitos de
^20

dilatação térmica.
b) Qual a resistência que uma lâmpada acesa (potência efetiva de 60 W) apresenta quando alimentada por
uma tensão efetiva de 120 V?
c) Qual a temperatura do filamento no item anterior, se o mesmo apresenta um comprimento de 50 cm e um
diâmetro de 0,05 mm? Use a aproximação n = 3.
122 Os FUNDAMENTOS DA FÍSICA

P.133 (PUC-SP) Durante o inverno, o chuveiro elétrico da residência de um eletricista-aprendiz não esquenta a água o su-
ficiente para proporcionar "aquele" banho. Ele resolve, então, duplicar o comprimento do fio metálico que compõe
a resistência do chuveiro, pretendendo, com isso, que ela aqueça mais ainda a mesma quantidade de água.
a) O eletricista-aprendiz consegue seu intento? Explique. Se você discorda da ideia dele, dê outra sugestão.
b) Se a ddp nos terminais da resistência de 100 Q do chuveiro for de 220 V, qual será a corrente que a percor-
rerá? Nesse caso, se o kWh custar R$ 0,20, que importância será gasta por semana, caso o chuveiro seja
usado durante l h por dia?

P.134 (UnB-DF) O chuveiro elétrico é um dos principais inimigos da economia doméstica. O uso indiscriminado des-
se equipamento pode gerar altas contas de energia elétrica no final de cada mês. Para tentar minimizar esse
problema, um pai de família, depois de instalar um chuveiro de 6.250 W em 220 V, resolveu explicar a seu filho
adolescente como o chuveiro funciona:
"Este chuveiro possui três posições de operação: desligado, verão e inverno. Quando a chave está na primei-
ra posição, a resistência elétrica do chuveiro é infinita, ou seja, não há corrente elétrica e, por isso, a água não
é aquecida. Quando a chave está na posição inverno, a resistência é mínima, o que garante máxima corrente
elétrica e máximo aquecimento da água. Se a chave está na posição verão, a resistência é igual ao triplo da
resistência mínima. Atualmente, um banho de uma hora de duração, com a chave na posição inverno, custa
R$1,00. Portanto, se em nossa casa moram sete pessoas, temos de ter cuidado com a duração de cada banho e,
sempre que possível, usar o chuveiro com a chave na posição verão. Além do mais, o preço do kWh aqui em
Brasília depende da faixa de consumo; quanto mais se consome mais caro fica o kWh".
Considerando que o preço do kWh independe da energia consumida e que cada um dos sete moradores toma
um banho de vinte minutos de duração por dia, usando o chuveiro com a chave na posição verão, calcule, em
reais, o valor a ser pago pelo uso do chuveiro em um período de trinta dias. Despreze a parte f racionaria de
seu resultado, caso exista.

Tesfes
T.121 (ITA-SP) Medidas de intensidade de corrente e c) a potência dissipada pelo resistor é igual ao
ddps foram realizadas com dois condutores de produto da tensão que lhe é aplicada pela
metais diferentes e mantidos à mesma tempera- corrente que o atravessa.
tura, encontrando-se os resultados da tabela d) o gráfico tensão versus corrente para o resis-
abaixo: tor é uma linha reta que passa pela origem, in-
dependente de sua temperatura ser ou não
Condutor 1 Condutor 2 mantida constante.
/(A) U (V) / (A) U (V) e) a resistência elétrica do resistor aumenta
0 0 0 0 com o aumento de sua temperatura e diminui
com a diminuição de sua temperatura.
0,5 2,18 0,5 3,18
1,0 4,36 1,0 4,36 T.123 (UFC-CE) Um pássaro pousa em um dos fios de
uma linha de transmissão de energia elétrica. O
2,0 8,72 2,0 6,72
fio conduz uma corrente elétrica / = l .000 A e sua
4,0 17,44 4,0 11,44 resistência, por unidade de comprimento, é de
5,0 • 10~5 Q/m. A distância que separa os pés do
Nessas condições pode-se afirmar que: pássaro, ao longo do fio, é de 6,0 cm. A diferença
a) ambos os condutores obedecem à lei de Ohm. de potencial, em milivolts (mV), entre os seus
b) nenhum dos condutores obedece à lei de Ohm. pés é:
' c) somente o condutor l obedece à lei de Ohm. a) 1,0 b) 2,0 c) 3,0 d) 4,0 e) 5,0
d) somente o condutor 2 obedece à lei de Ohm.
e) nenhuma das anteriores. T.124 (Uepa) Os choques elétricos produzidos no cor-
po humano podem provocar efeitos que vão des-
T.122 (Cesgranrio-RJ) Alguns elementos passivos de de uma simples dor ou contração muscular até
um circuito elétrico são denominados resistores paralisia respiratória ou fibrilação ventricular.
ôhmicos por obedecerem à lei de Ohm. Tal lei Tais efeitos dependem de fatores como a intensi-
- afirma que: dade da corrente elétrica, duração, resistência da
a) mantida constante a temperatura do resistor, porção do corpo envolvida. Suponha, por exem-
sua resistência elétrica é constante, indepen- plo, um choque produzido por uma corrente de
dente da tensão aplicada. apenas 4 mA e a resistência da porção do corpo
b) a resistência elétrica do resistor é igual à ra- envolvida seja de 3.000 Q,. Então podemos afirmar
zão entre a tensão que lhe é aplicada e a cor- que o choque elétrico pode ter ocorrido devido
. rente que o atravessa. ao contato com:
CAPÍTULO 6 — RESISTORES 123

a) uma pilha grande de 1,5 V. d) não é ôhmico, e sua resistência elétrica é 3,0 £1
b) os contatos de uma lanterna contendo uma quando a intensidade da corrente elétrica é
pilha grande de 6,0 V. 2,0 A.
c) os contatos de uma bateria de automóvel de e) não é ôhmico, e sua resistência elétrica é 6,0 Q,
12 V. quando a intensidade da corrente elétrica é
d) uma descarga elétrica produzida por um raio l,O A.
num dia de chuva.
e) os contatos de uma tomada de rede elétrica T.127 (Unip-SP) O gráfico representa a tensão elétrica
de 120 V. (diferença de potencial) em função da intensidade
de corrente elétrica em um resistor.
T.125 (UFSC) Dos gráficos mostrados abaixo escolha
'U (V)
aqueles que melhor representam um resistor li-
near (que obedece à lei de Ohm). Dê como res-
posta a soma dos números correspondentes aos
gráficos escolhidos.
U (V) l U (V)

o
(02)
Se o resistor for submetido a uma tensão elétrica
de 4,0 V, a sua potência elétrica será de:
a) 200 W
/(A) /(A)
b) 8,0 W
c) 2,0 W
R (Q)
d) 4,0 W
e) 40 W
(04) (08)
T.128 (ITA-SP) Para se proteger do apagão, o dono de
um bar conectou uma lâmpada a uma bateria de
automóvel (12,0 V). Sabendo que a lâmpada dis-
U (V) U (V)
sipa 40,0 W, os valores que melhor representam
a corrente i que a atravessa e sua resistência R
R (Q) U (V) são, respectivamente, dados por
a) / = 6,6Ae/? = 0,36 Q
(32) b)
c)
d) i = 3,3 A e R = 7,2 Q.
e) i = 3,3 A e R = 3,6 Q.
U (V) R (Q)

T.129 (UFMG) Considerando uma lâmpada incandes-


T.126 (Unirio-RJ) Um condutor, ao ser submetido a uma cente, de 60 W - 120 V, todas as afirmativas es-
diferença de potencial variável, apresenta o dia- tão corretas, exceto:
grama U uersus i representado abaixo. a) A lâmpada converte em 1,0 h cerca de 2,2 • IO5
joules de energia elétrica em luz e calor.
b) A resistência da lâmpada acesa vale 2,4 • IO2 Q.
c) A potência elétrica dissipada pela lâmpada,
sob uma tensão de 90 volts, é menor do que
60 watts.
d) A resistência da lâmpada é a mesma, quer
esteja acesa, quer esteja apagada.
e) A intensidade da corrente, na lâmpada acesa,
é de 0,50 A.

T.130 (PUC-MG) Um condutor de resistência igual a


Sobre esse condutor, considerando a temperatu- 20 ohms, submetido a uma ddp de 10 volts, em
ra constante, é correto afirmar que: 2,0 min, dissipa uma energia, em joules, de:
a) é ôhmico, e sua resistência elétrica é 3,0 Q. a) 3,0 -IO 2
b) é ôhmico, e sua resistência elétrica é 6,0 Q. b) 6,0 IO2
c) não é ôhmico, e sua resistência elétrica é 3,0 Q, c) 10 IO2
quando a intensidade da corrente elétrica é d) 12 IO2
1,0 A. e) 40 IO2
124
Os FUNDAMENTOS DA FÍSICA

T.131 (UEFS-BA) Uma lâmpada sob ddp de 110 V é atra- T.136 A chave de ligação de um chuveiro pode ser co-
vessada por uma corrente de 500 mA. Se essa locada em três posições: fria, morna, quente. A
lâmpada fica acesa por 8 horas, a energia elétrica resistência elétrica que aquece a água varia com
consumida por ela, em W • h, é igual a: essas posições, assumindo, não rpsnprtívamon_
a) 44 te, os valores média, baixa, alta. A correspondên-
b) 88 cia certa é:
c) 220 a) água quente, resistência baixa.
d) 440 b) água fria, resistência baixa.
c) água quente, resistência média.
e) 880
d) água morna, resistência alta.
e) nenhuma das correspondências anteriores é
T.132 Em um chuveiro elétrico (2.200 W - 220 V) cor- correta.
tou-se a resistência ao meio; em virtude desse
corte, a nova potência do chuveiro será: T.137 (Fatec-SP) Um chuveiro elétrico tem um seletor
a) 550 W que lhe permite fornecer duas potências distin-
b) 1.100 W tas: na posição "verão" o chuveiro fornece 2.700 W;
c) 4.400 W na posição "inverno" fornece 4.800 W. José, o
d) a mesma de antes dono desse chuveiro, usa-o diariamente na posi-
e) nenhuma das anteriores ção "inverno", durante 20 minutos. Surpreso com
o alto valor de sua conta de luz, José resolve usar
T.133 (ITA-SP) Pedro mudou-se da cidade de São José o chuveiro com o seletor sempre na posição "ve-
dos Campos para São Paulo, levando consigo um rão", pelos mesmos 20 minutos diários.
aquecedor elétrico. O que deverá ele fazer para Supondo-se que o preço do quilowatt-hora seja
manter a mesma potência de seu aquecedor elé- de R$ 0,20, isso representará uma economia diá-
trico, sabendo-se que a ddp na rede em São José ria, em reais, de:
dos Campos é de 220 V, enquanto em São Paulo é a) 0,14 c) 1,40 e) 20,00
de 110 V? Deve substituir a resistência do aque- b) 0,20 d) 2,00
cedor por outra:
T.138 (Unip-SP) Considere um resistor para chuveiro
a) quatro vezes menor.
elétrico e uma lâmpada elétrica com os seguintes
b) quatro vezes maior. dados nominais: resistor: 220 V - 2.200 W; lâmpa-
c) oito vezes maior. da: 110 V - 110 W. Verifique qual a opção corre-
d) oito vezes menor. ta, supondo que o resistor e a lâmpada estão liga-
e) duas vezes menor. dos na tensão correta.
a) O resistor e a lâmpada têm resistências elétri-
T.134 (Unisinos-RS) Um estudante resolveu acampar cas iguais.
durante as férias de verão. Em sua bagagem le- b) O resistor e a lâmpada são percorridos por
vou uma lâmpada com as especificações: correntes elétricas de mesma intensidade.
220 V - 60 W. No camping escolhido, a rede elé- c) A lâmpada e o resistor consomem a mesma
trica é de 110 V. Se o estudante utilizar a sua lâm- energia elétrica para o mesmo tempo de utili-
pada na voltagem do camping: zação.
a) não terá luz, pois a lâmpada "queimará". d) A corrente elétrica na lâmpada é dez vezes
b) ela brilhará menos, porque a potência dissi- mais intensa do que no resistor.
pada será de 15 W. e) O resistor consome energia elétrica vinte ve-
c) ela brilhará menos, porque a potência dissi- zes maior que a da lâmpada, para o mesmo
pada será de 30 W. tempo de utilização.
d) ela brilhará normalmente, dissipando a po-
T.139 (Fuvest-SP) Na figura da esquerda é esque-
tência de 60 W.
matizada uma máquina de solda elétrica. São fei-
e) ela brilhará mais, porque dissipará uma po- tas medidas da tensão elétrica U em função da
tência de 120 W. corrente i que circula através do arco, obtendo-
se a curva mostrada na figura da direita.
T.135 (UFV-MG) Dois chuveiros elétricos, um de 110 V
e outro de 220 V, de mesma potência, adequada- U (V)
mente ligados, funcionam durante o mesmo tem-
.. pó. Então, é correto afirmar que:
a) o chuveiro ligado em 110 V consome mais
energia.
b) ambos consomem a mesma energia.
c) a corrente é a mesma nos dois chuveiros.
d) as resistências dos chuveiros são iguais.
e) . no chuveiro ligado em 220 V a corrente é maior. 40 80 120 /(A)
C A P Í T U L O 6 — RESISTORES 125

Nos gráficos a seguir, as curvas que qualitativa-


a) 2R;2R; — ;R
mente melhor representam a potência dissipada •2
Pot e a resistência /? = — do arco, em função da b) 2R; — ;2/?;4/?
2
corrente /, são, respectivamente:
c) 2R; — ;2R;R
Pot
C d) —;2R;2R;R
\ 2
e) R;2R; — ;4R
2

T.142 (PUC-RS) Um condutor elétrico tem comprimen-


to L, diâmetro d e resistência elétrica R. Se dupli-
carmos seu comprimento e diâmetro, sua nova
a) AeZ c) Be 7 e) BeX resistência elétrica passará a ser:
b) CeZ d) AeX , R
a) R c)^ —
2 e) T
T.140 (Fuvest-SP) Usando todo o calor produzido pela
b) 2R d) 4R
combustão direta de gasolina, é possível, com
1,0 litro de tal produto, aquecer 200 litros de água
T.143 (Olimpíada Paulista de Física) Um fio de chumbo
de 10 °C a 45 °C. Esse mesmo aquecimento pode
tem resistividade que é oito vezes maior que
ser obtido por um gerador de eletricidade, que
aquela do alumínio. O fio de chumbo tem um
consome 1,0 litro de gasolina por hora e fornece
comprimento de 1,0 m e raio de 0,01 m. O fio de
110 V a um resistor de 11 £2, imerso na água, du-
alumínio tem comprimento de 3,0 m e raio de
rante um certo intervalo de tempo. Todo o calor
2,0 cm. Qual é a razão entre a resistência do fio
liberado pelo resistor é transferido à água. Nes-
de chumbo e do fio de alumínio?
sas condições, o aquecimento da água obtido
através do gerador, quando comparado ao obti- a) - d) -
do diretamente a partir da combustão, consome J 3 3
uma quantidade de gasolina, aproximadamente:
(Dados: densidade da água =1,0 kg/K; calor espe- e) nenhuma das anteriores
cífico da água =1,0 cal/g • °C; l cal = 4 J.)
a) 7 vezes menor
b) 4 vezes menor
c) igual
d) 4 vezes maior T.144 (Esal-MG) Dois fios, um de cobre com resisti-
e) 7 vezes maior vidade 1,7 • 10~8 Q. - m e outro de alumínio com re-
sistividade 2,8 • IO"8 £2 • m, possuem mesmo com-
T.141 Têm-se cinco fios condutores Flt F2, F3, F4 e F5, de primento e mesmo diâmetro. Se ambos forem
mesmo material e à mesma temperatura. Os fios percorridos pela mesma corrente /', pode-se afir-
apresentam comprimento e área de seção trans- mar que:
versal dados pela tabela: a) as resistências ôhmicas dos dois fios são
iguais.
Área de seção b) a ddp é menor no fio de cobre.
Comprimento c) o fio de cobre fica submetido a um campo elé-
transversal
trico maior do que o do fio de alumínio.
F, L A d) a perda de energia pelo efeito Joule é menor
no fio de alumínio.
F2 2L A e) se os dois fios forem submetidos a uma mes-
ma tensão, separadamente, a corrente elétri-
ca será a mesma nos dois fios.
F, L 2A

A T.145 (Unifor-CE) Um fio metálico, de comprimento L e


F, L resistência elétrica/?, é estirado de forma que seu
2
novo comprimento passa a ser 2L. Considere que
A a densidade e a resistividade do material perma-
F5 2L
2 neçam invariáveis. À mesma temperatura, sua
nova resistência elétrica será:
Sendo R a resistência elétrica de Flt podemos afir-
mar que F2, F3, F4 e F5 têm resistências elétricas, a) 4R b) 2R c) R
respectivamente:
126 Os FUNDAMENTOS DA FÍSICA

H I S T Ó R I A . DA F Í S I C A

DA CONSTRUÇÃO DA PRIMEIRA PILHA À INVENÇÃO DA LÂMPADA ELÉTRICA

Podemos considerar que o estudo moderno da Eletricidade teve início a partir de uma observação de um
biólogo. LUIGI GALVANI (1737-1797), biólogo italiano, verificou que as pernas da rã, que suspendera para
secar por meio de presilhas de cobre num suporte de ferro, contraíam-se quando balançadas pelo vento. Galvani
atribuiu a ocorrência à existência de correntes elétricas produzidas pelas próprias pernas da rã.

O quadro representa
Galvani fazendo uma
demonstração sobre a
"eletricidade animal", que,
segundo ele, fazia contrair
os músculos da perna de
uma rã dissecada.
Luigi Galvani.

ALESSANDRO VOLTA (1745-1827), físico italiano, não concordou com a hipótese de seu colega biólogo.
Para ele, as contrações eram devidas a uma corrente elétrica, mas produzidas de outro modo. Ao serem balan-
çadas pelo vento, as extremidades livres das pernas suspensas tocavam o suporte de ferro. Então, estabelecia-se
o contato da perna da rã com dois metais, o cobre de um lado e o ferro do outro. Isso e mais as substâncias
ácidas do corpo da rã geravam a corrente responsável pelas contrações. A construção da primeira pilha elétrica
por Volta comprovou a veracidade de sua hipótese.

Alessandra Volta. Alessandra Volta apresenta sua A pilha de Volta, construída


pilha a Napoleão e a cientistas em 1800 está atualmente no
franceses. Museu do Dickinson College,
na Pensilvânia, nos Estados
Unidos.
CAPÍTULO 6 — RESISTORES 127

Os estudos sobre a corrente elétrica avançaram muito graças às atividades de GEORG SIMON OHM
(1 787-1854), físico alemão que introduziu o conceito de resistência elétrica e enunciou a lei que leva seu nome.
Destacam-se ainda, nas experiências com circuitos elétricos, os nomes de CLAUDE POUILLET (1790-1868),
i físico francês responsável pela lei que permite determinar a intensidade da corrente elétrica num circuito simples;
CHARLES WHEATSTONE (1802-1875), físico inglês que idealizou o circuito que leva seu nome para medir com
precisão a resistência elétrica de um resistor; e GUSTAV ROBERT KIRCHHOFF (1824-1887), físico alemão que
estabeleceu leis para o cálculo das intensidades das correntes que percorrem circuitos elétricos mais complexos.

Georg Simon Ohm. Gustav Kirchhoff.

Com a descoberta do efeito magnético da corrente elétrica, a história da Eletrodinâmica se entrelaça com a
do Magnetismo, surgindo então com destaque as pesquisas, estudos e experiências de cientistas como Oersted,
Ampere, Faraday, Maxwell e outros.
Entretanto, é necessário lembrar ainda o nome do grande inventor norte-americano THOMAS ALVA
EDISON (1847-1930), cujas contribuições no campo das aplicações práticas da Eletricidade foram essenciais
na construção do mundo tecnológico em que vivemos. Deve-se a Edison a invenção da lâmpada elétrica, do
fonógrafo (precursor do toca-discos), do microfone, do projetor cinematográfico, além do aperfeiçoamento
do telefone inventado por Alexander Graham Bell.

Modelo da
primeira lâmpada
de Edson, com
filamento de
algodão
carbonizado.
Thomas Alva Edison.

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