EM CASA

ENSINO MÉDIO
NOVO MOMENTO, NOVAS AULAS

SENTA AQUI ANSIEDADE,
VAMOS CONVERSAR!
Até aqui a gente tratou bastante do quanto a
relação com o outro e com esse contexto nos
apresenta um monte de desafios. A diferença, a
divergência e as diversas posições que podemos
adotar diante delas, as coisas que a gente pode
tentar agenciar de alguma maneira e outras coi-
sas que a gente precisa escolher mais como rea-
gir do que tentar controlar como, por exemplo,
esse contexto no qual estamos agora.
Pois bem!
Agora vamos tratar de um afeto que marca pre-
sença na vida da gente: a ansiedade! O que é
ansiedade para você? É um sentimento agradável
ou desagradável? Se a gente tivesse a chance de,
tal qual o personagem do filme Matrix (chamado
Neo, interpretado pelo ator Keanu Reeves... Não
conhece?! Dá uma googlada!), tomar uma pílula
e acordar em um outro mundo, no nosso caso, um
mundo sem ansiedade, você tomaria? Como seria
esse mundo? Vamos imaginar isso?
ATIVIDADE 1
ADMIRÁVEL MUNDO SEM ANSIEDADE
Dê asas à imaginação. Pense como seria um mundo
sem que as pessoas ficassem ansiosas. Escolha uma
das atividades abaixo.
AULA 7
Escreva um pequeno conto fantástico de
como seria um mundo sem ansiedade. Pense
em como as pessoas reagiriam às coisas,
como se relacionariam, como fariam diante
de momentos em que hoje experimentamos an-
siedade em relação a tantas coisas, sendo
que ali isso não existiria.
Pense em uma situação em que a ansiedade
se fez bastante presente na sua vida e
reescreva como essa situação teria acon-
tecido caso não existisse ansiedade. Não
precisa contar como foi, apenas imagine
como teria sido nesse cenário fantástico
que estamos propondo e descreva.
Imagine que a ansiedade fosse uma pessoa
que estivesse sendo expulsa do mundo. Es-
creva uma carta de despedida para ela,
pense em como se despediria, o que diria
e quais seriam suas falas de adeus, suas
ideias, seus sentimentos expostos nessa
carta, que caráter essa personagem chamada
Ansiedade teria.
AULA 7
 AULA 7

E aí? Como ficou? Agora que imaginamos um mundo
sem ansiedade, este seria um mundo melhor ou
pior? Por quê?
De modo geral, o que podemos notar é que as pes-
soas costumam falar de seus momentos de ansieda-
de como algo desagradável. Sofrem inquietudes,
às vezes sentem dificuldades de concentração, di-
ficuldades para dormir, não conseguem parar de
pensar na razão pela qual estão se sentindo an-
siosas e, em casos mais graves, podem experimen-
tar falta de ar, sudorese, entre outros sintomas
bem duros. Mas será que a ansiedade é um afeto do
qual podemos nos livrar? Quais são os momentos
em que você se sente mais ansioso ou ansiosa? E o
que você faz para tentar aliviar essa ansiedade?
Sentir ansiedade é, de fato, inquietante. Mas
trata-se de um afeto natural e, pasmem, saudável
nosso. Nós temos no nosso corpo um mecanismo
muito prático que busca manter “as coisas cal-
mas”. É feito um sensor que, quando a pressão
sobe, nossa mente e nosso corpo trabalham para
restituir a tranquilidade. A ansiedade é como
uma sirene que nos avisa que tem algo aumen-
tando a pressão, perturbando a tranquilidade.
Essa sirene costuma parar de tocar somente quan-
do resolvemos a fonte da tensão ou conseguimos
construir um acordo com nossa mente/nosso cor-
po sobre quando vamos resolver a fonte daquela
tensão.
eu estudar bastante, se eu refletir sobre o fato
de que, por eu ter estudado, as coisas irão bem,
e de que, caso elas não saiam como eu espero,
poderei tentar de novo, por mais que não seja
meu mundo ideal.
Mas e se a sirene foge do controle?
E se, de repente, esses pensamentos que me lem-
bram da importância da minha nota se tornam um
pouco mais radicais, tais como “se eu não passar
nessa prova, está tudo perdido!”, o que fazer?
O que a experiência nos mostra é que é urgente
“conversar” com a nossa ansiedade, com esses
pensamentos automáticos e tentar fazê-los os
mais amigáveis possíveis. Porque às vezes o que
a sirene nos exige não é possível! Agora mesmo
estamos diante de um instante que produz muita
ansiedade. Uma pandemia global diante da qual a
gente não sabe como se comportar porque ninguém
nunca viveu isso antes. Como agir se a sirene
nos cobra solução de algo que não tem solução?
Conversar com ela pode ser uma excelente alter-
nativa! Vamos exercitar?!

Exemplo: tenho uma prova muito importante para

fazer. O que eu sinto? Muitas vezes, ansiedade.
Significa que estou doente? Que devo suprimir
esse sentimento, fingir que não existe? Não! Essa
sirene te adverte sobre os riscos que essa si-
tuação esconde. A necessidade de tirar uma boa
nota, as implicações que não tirar uma boa nota
podem ter e por aí vai. A ansiedade me adverte da
importância das coisas e da necessidade de que
eu tome ações para garantir o nível de êxito que
eu estou buscando. Posso acalmar essa sirene se
 AULA 7

ATIVIDADE 2 CONTRA A ANSIEDADE

SENTA AQUI ANSIEDADE,

VAMOS CONVERSAR!

Pense nas suas principais “sirenes” neste ins-

tante. Pode ser de tudo, desde coisas complexas
até coisas mais simples. Logo em seguida, le-
vante os argumentos que você poderia usar para
conversar com elas.

Por exemplo: aquela vontade de ir na geladei-

ra pegar uma guloseima. Argumento: você precisa
adiar porque acabou de comer. Ou ainda: aquela
vontade de receber logo uma encomenda. Argumen-
to: neste cenário, as entregas do correio estão
com os prazos estendidos e podem demorar mais
para acontecer.

Liste as ansiedades na coluna de cima. Agora HÁ ARGUMENTOS

você vai colocar na linha correspondente na
coluna de baixo os argumentos que você pode-
ria usar para “acalmar sua sirene”. Caso
para alguma(s) dela(s) você não consiga
propor um argumento, tudo bem. Às vezes
isso será mais difícil mesmo.
 AULA 7

Terminou? Como foi? Conseguiu apontar argumentos

para cada uma das suas ansiedades desse momento? ATIVIDADE 3
Como dissemos acima, tudo bem se não te ocorreu
nenhuma proposta de solução para alguma das suas VOLTANDO AO COMEÇO COM UM POUCO
sirenes nesse instante. Às vezes não saberemos o
que fazer com algumas delas. E nesses momentos é
DE PENSAMENTO CRÍTICO.
onde podemos conversar com outras pessoas.
Você tinha pensado nessa face da ansiedade quan-
Dividir nossas ansiedades com alguém costuma do te propusemos a Atividade 1? Que tal agora,
ajudar muito a reduzir o zumbido dessas sirenes de posse de toda essa reflexão, revisitar aquela
mais difíceis na nossa mente, além de, às vezes, atividade? Dê uma olhada no que escreveu. Uti-
essas pessoas nos ajudarem a pensar em argumen- lizando de uma boa dose de pensamento crítico
tos que não tínhamos pensado antes. Mas quando sobre o tema, você alteraria seu texto? Se sim,
eu sei que devo buscar ajuda para lidar com uma faça uma nova versão com essas alterações. Se
ansiedade? Quando eu defino que já passou do não, descreva o porquê de você não ter nada a
limite do que eu mesmo consigo aceitar? Apenas alterar no texto que você havia feito.
você pode dizer isso! Só nós sabemos qual é o
momento em que não dá mais para gerenciar sozi-
nho, e, nesses momentos, é essencial procurarmos
o apoio de outros. Pode ser o apoio de amigos,
familiares ou até mesmo de um profissional da
área. O importante é que você confie na pessoa e
que funcione para você.

Falando desse modo faz parecer que a ansiedade

é um afeto bem problemático, não é mesmo? Bem,
dizer que a ansiedade é um problema não está de
todo errado, mas, definitivamente, não está de
todo certo! A ansiedade pode ser um afeto sau-
dável, demonstra que estamos vivos e conectados
com a realidade e muitos dos desdobramentos pro-
blemáticos da ansiedade têm mais a ver com nossa
falta de habilidade para lidar com ela do que
com a ansiedade propriamente dita. A ansiedade
nos incomoda e nos exige movimento. Nos atazana
até que a gente se mexa! A ansiedade é força
motriz, produz incômodos que podem dar o tom de
mudanças, às vezes duras, mas quase sempre es-
senciais!
AULA 7
 AULA 7

Concluindo, a ansiedade é um afeto que funciona

como uma ferramenta mental muito potente, porém
sensível. É preciso usá-la com cuidado e aten-
ção. É importante estarmos atentos às coisas
que nos geram mais ansiedade, aprender nossas
situações-limite, nossos funcionamentos, acei-
tar que em diversos momentos da vida nós vamos
experimentar ansiedade e que isso faz parte de
nossa experiência humana. E olha, com uma boa
dose de autoacolhimento e reflexão, estará tudo
bem. Não é necessariamente prazeroso sentir an-
siedade, mas nem tudo que sentimos é prazeroso,
porém tudo que sentimos tem uma razão de ser,
uma função importante, um lugar na nossa histó-
ria e na construção de quem somos. O diferencial
está no que eu faço com o que eu sinto. O que eu
faço com a minha ansiedade.

E aí? O que você faz com a sua ansiedade?

ATIVIDADE-CONVITE

Se desejar, compartilhe em suas redes sociais a

pergunta “O que eu faço com a minha ansiedade?”.
Pode ser com uma foto, um texto ou ambos. Você,
além de se expressar, pode inspirar outras pes-
soas a acalmarem suas sirenes mais difíceis nes-
se momento.
Pode marcar o @laboratoriointeligenciadevida e
usar a hashtag #livemcasa, a gente quer muito
saber como foi a atividade para você!

NÃO SE ESQUEÇA
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
(E DE TUDO O QUE VENHA DE FORA DE CASA)
Algumas pessoas têm separado ape-
nas um calçado para ir à rua levar
o lixo ou pegar uma encomenda. Se
você também fez isso, deixe esse
calçado do lado de fora da casa,
caso seja possível. Outra possi-
bilidade é construir uma rotina
para limpar esse calçado imedia-
tamente após voltar da rua.
ISOLAMENTO SOCIAL
Precisamos garantir que nossos hospi-
tais possam receber a todas as pessoas
que precisem de atendimento. O isola-
mento social garante que não fiquemos
todos doentes ao mesmo tempo e esgo-
temos a capacidade de nossa rede de
saúde. Essa é a recomendação da Orga-
nização Mundial da Saúde (OMS).
AULA 7
SAÚDE MENTAL
Em nossas vidas, temos hábitos que vão fi-
cando para trás! Alguns começaram aulas de
idiomas, escreviam poesias, liam determi-
nados tipos de literatura ou fizeram aulas
de algum instrumento, mas não deram conti-
nuidade. E se você retomasse alguma dessas
atividades nesse momento? Velhos hábitos em
novos momentos podem nos surpreender pelas
diferenças que podem se apresentar com eles
e com quem somos e como estamos hoje.
CUIDAR E SER CUIDADO:
Cuidar da gente é também cuidar do outro. É hora
de fazer aquele contato de cuidado que a gente
sempre recomenda. Fique sabendo se quem você gos-
ta está bem! Fazer-se presente vai além de estar
perto fisicamente!
Até semana que vem!
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