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MATERIAIS DE CONTRUÇÃO I
Telhas Cerâmicas
BELO HORIZONTE
2010
Todavia, a partir da década de 1970, diante dos acontecimentos das crises fiscal do Estado e do
petróleo, do recrudescimento do desemprego, da terceira revolução tecnológica, da acentuação da
concorrência internacional, da reestruturação empresarial, entre outros, bem como diante da
incapacidade de reação imediata dos keynesianos na superação destes fatos, verifica-se, no sistema
capitalista, um processo de desconstrução cultural em torno da essencialidade do valor-trabalho, por
meio da "internalização acrítica do pensamento ultraliberal", pressuposto do globalismo.
O Fordismo é entendido como um padrão produtivo dentro do modo de produção capitalista. Deve
ser compreendido para além de seu modo de produção, dentro da racionalidade da totalidade social,
criando quase um modo de vida. Exige-se uma disciplina específica, a divisão racional do trabalho,
propriamente a disciplina
ultrafabril. O capitalismo até o final de século XIX era concorrencial, uma vez que
determinado número de empresários concorriam endogenamente. Este processo
gerava crise no lucro e redução do valor de troca, devido à busca de novas máquinas e diferenças de
tempo socialmente necessário para a produção.
A linha de produção articulava os diferentes trabalhos, criando vínculos
que davam o ritmo necessário para execução das tarefas pré-determinadas. Esse
processo foi resultado da relação entre a produção em série – característica fordista – e a regulação
do tempo necessário para realização do trabalho – inovação taylorista. O trabalho operário era
reduzido apenas a uma ação repetitiva e mecânica, devido à distinção entre atividades manuais e
intelectuais. Cabia à gerência o trabalho intelectual, característica marcante da separação do
processo de elaboração das tarefas de execução. Ford também introduziu a produção em escala,
constituindo este modelo produtivo como o início da interação de mercado consumidor e indústrias.
Contudo, esse modelo desencadeou, após promissor período de expansão, uma grave crise
referente às suas contradições inerentes:
_ Baixa taxa de desemprego: aumento do poder de compra dos
trabalhadores e do capital variável;
_ Aumento da produtividade não acompanhada pelo consumo;
_ Hipertrofia da esfera financeira, migração da produção para outros papéis do sistema financeiro,
conseguindo maior remuneração de capital;
_ Maior concentração de capital em empresas monopolistas;
_ Crise do Welfare State;
_ Crise fiscal gerada pelo aumento dos gastos públicos;
_ Aumento de privatizações.
As mudanças no contexto político-econômico provocaram uma reestruturação drástica no modelo
até então vigente. A social democracia perde seus pilares fundamentais, abrindo espaço para o
retorno dos elementos fundamentais do liberalismo clássico com roupagens contemporâneas
Os anos entre 1945 e 1975 são conhecidos como “os anos dourados do capitalismo”, período em
que se observou grande democracia nos países centrais. Porém, observou-se no início dos anos 70 a
crise de acumulação de capital e a necessidade de reestruturar o plano da produção e, em
consequência disto, o plano de idéias, com exigência de mudanças na economia (neoliberalismo).
O Toyotismo emergiu como uma resposta à crise do Fordismo nos anos 70, ao invés do trabalhador
nespecialista, criou-se o operário polivalente, adequado às metamorfoses do capital. O processo de
produção introduzido na Toyota ocorreu quando o Japão emergia-se enquanto potência econômica.
Havia a preocupação em aumentar a produtividade sem alterar a quantidade de trabalhadores, aliada
à fabricação de produtos competitivos. Este é conhecido como sistema de produção flexível.