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VENDA PROIBIDA

Dia da Mulher
POR QUÊ?
Dia da Mulher
POR QUÊ?
Primeira Edição

VENDA PROIBIDA
Todo o material é disponibilizado gratuitamente pelo PIBID do Núcleo de Ciências e Humanidades -
E. E. Luís dos Santos, Metalúrgico/UFABC.

São Paulo

2021
Dia da Mulher - Por quê?

Olá, garotas/es!

Neste material, nós do PIBID Metalúrgico queremos abrir um espaço para


reflexão de temas que, infelizmente, não são tão abordados quanto deveriam:
o impacto do seu corpo na sociedade; os tipos de abuso, opressão e
violência; o que é e para que serve esse papel de mulher que você tem que
exercer e muitos outros assuntos que atravessam de alguma forma a sua
existência. A conscientização e a luta por mudança nos ajudam a alcançar
um mundo com mais igualdade. Esperamos que sejamos parceiras nessa
empreitada e que nossa cartilha (ela é do PIBID e de vocês também) possa
ser um instrumento nessa batalha!

Olá, garotos/es!

Neste material, nós do PIBID Metalúrgico pretendemos conversar com você,


que, mesmo sem saber, sofre e reproduz machismo no dia a dia e não sabe
como se livrar disso e desconstruir isso de si. Não se preocupe, não estamos
aqui para ditar o que fazer, dizer ou ser, muito pelo contrário! Estamos aqui
para deixar cada vez mais claro que não existe um manual do macho alpha, e
que você pode se construir, se descobrir e se permitir de forma totalmente
livre e masculina, sem precisar se rebaixar nem diminuir o "sexo oposto".
Seja você o seu próprio macho alpha, que sente, que chora e que respeita!

A sociedade ao nos dividir em homens e mulheres já pré-estabelece que as


nossas experiências serão as mesmas, a partir do gênero biológico que
ocupamos. No entanto, sabemos que não é assim. “A julgar pela crescente
ideologia da feminilidade do século XIX, que enfatiza o papel das mulheres
como mães protetoras, parceiras e donas de casa amáveis para seus
maridos, e as mulheres negras eram praticamente anomalias” (DAVIS, 2016,
p.84).

A filósofa Angela Davis nega a ideia de que a mulher pertence apenas à


Dia da Mulher - Por quê?

esfera doméstica, sem poder se relacionar com o mundo fora do rótulo de


“dona de casa”. Ou seja, sem poder trabalhar, estudar ou vivenciar outros
âmbitos públicos. Essa limitação dada às ações das mulheres convencionou-
se chamar de “mito do patriarcado”.
Vale frisar que nem toda a população feminina sofre o patriarcado da mesma
forma. Dentre a população escravizada, que, posteriormente à abolição, se
tornou a camada mais pobre da sociedade, homens e mulheres estavam
igualmente expostos ao trabalho pesado e a castigos e violências diversas.
Bell Hooks em seu livro E eu não sou uma mulher? problematiza a falta de
representatividade dos temas referentes às mulheres negras que não
reivindicavam o acesso ao trabalho, mas sim a um trabalho digno, por
exemplo. A categoria mulher não lhes incluía naquela esfera; a sua
experiência de vida e do seu corpo nada tinha a ver com o que aquelas
mulheres brancas reivindicavam. A partir disso, o feminismo negro
compreende que as categorias raça, gênero e classe não devem ser vistas de
forma separada, o que chamaram de feminismo interseccional. O conceito
de interseccionalidade considera que a discussão sobre o feminismo deve
levar em conta todas as categorias estruturais que influenciam o papel da
mulher na sociedade. Apesar de sermos mulheres e trabalhadoras, ocupamos
locais diferentes, temos formações educacionais e religiosas diferentes.
Sendo assim não ocupamos apenas um lugar. Então cada pessoa que tiver
acesso a esse material poderá perceber os modos como se relacionam com o
mundo e com as suas desigualdades. Aqui pretendemos aliar experiência a
teorias, para que possamos nos compreender e compreender o mundo por
diversos olhares e linguagens.
É importante ressaltar que o fato de que uma pessoa pertencer a uma certa
minoria vítima de opressão não a impede de agir de forma preconceituosa
em outros âmbitos. Dessa forma, a autoanálise e a escuta ativa de outros
grupos minoritários é essencial para que nos tornemos mais tolerantes e
empáticos em cada vez mais aspectos das nossas vidas. A nossa dor não é
igual a dor do outro, por isso devemos sempre tentar aprender com o
próximo.
Dia da Mulher - Por quê?

Esse material foi produzido coletivamente, por pessoas e corpos distintos,


com experiências distintas, mas que reconhecem a necessidade de
conversar, debater e refletir acerca das violências e de outros modos de vida.
Pensado a partir de um projeto que já é desenvolvido nesta Unidade Escolar
desde 2018, elaboramos esse material “Dia da mulher - Por quê?”
O projeto “Por que dia da mulher?” nasceu de provocações e
questionamentos vindos da comunidade estudantil: "Professora, existem
filósofas?" "Por que tem dia da mulher e não do homem?"
O Brasil é o quinto país com maior número de feminicídios. Uma mulher é
assassinada a cada duas horas no país. Esse projeto visa a refletir sobre a
condição da mulher em nossa sociedade em diversas épocas e territórios,
até chegar nos dias atuais e na nossa comunidade.
Os dados baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
do IBGE (2018), mostram que, entre os casais com filhos, o número de
mulheres chefes passou de 1 milhão, em 2001, para 6,8 milhões, em 2015, alta
de 551%. Já no caso dos casais sem filhos, o crescimento foi ainda maior, de
339 mil para 3,1 milhões, salto de 822%. Demonstra ainda que mulheres
ganham menos que homens em todos os cargos e áreas.
Em meio à pandemia de Covid–19 e do distanciamento social, precisamos
repensar nosso projeto e os modos de produzi-lo. Essa cartilha foi pensada
em conjunto para continuarmos refletindo acerca dessa temática ainda tão
necessária e que não pode ser debatida apenas uma vez por ano. Que
possamos conhecer e compreender a necessidade da Lei Maria da Penha,
atendendo a Lei Estadual nº 16.926 que instituiu a “Campanha Estadual Maria
da Penha”.

“O mais importante em meus livros é a substância e não quem


sou eu”.
– bell hooks. (Por isso, bell hooks escreve seu nome desta forma: somente com letras minúsculas).
https://ayalaboratorio.com/2020/10/15/ensinando-a-transgredir-bell-hooks/
Dia da Mulher - Por quê?

Alan M. Silva
Caroline Lucena
Gabriella M. Lunardelli
Milena G. Ludwig
Nicole de P. Cerqueira
Pedro A. Costa
Weslley D. Gomes

Revisão Textual: Elaine C. P. Fernandes

Supervisão: Nathalia de Oliveira


Núcleo de Ciências e Humanidades - E. E. Luís dos Santos, Metalúrgico/UFABC

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)


Sem fraturas: formação de professores/as para a produção de conhecimento e
transformação em práticas educativas.

Coordenador do Núcleo de Ciências Humanas: Bruno Reikdal Lima

Coordenadora Geral: Suze de Oliveira Piza


Dia da Mulher - Por quê?

Sumário...

Glossário 07

Agradecimentos 10

Corpo e Gênero! 11

Mulheres que Inspiram 19

Os Tipos de Violência 28

Quiz Lei Maria da Penha 32

Ciclo da violência 33

O Sistema Penitenciário Brasileiro e as Mulheres 36

Quiz Eu sou Machista? 39

Onde Procurar Ajuda? 41

A Busca por Referências 44

Respostas 48

Quem Somos? 49

Referências Bibliográficas 51
Dia da Mulher - Por quê?

Glossário

Sexo Biológico: Aspecto físico do ser humano; está diretamente


relacionado à presença de um pênis ou uma vagina.
Movimento Sufragista: Defende o direito de votar sem distinção de
raça, sexo, poder econômico e origem.
Matriarcado: Regime social em que a autoridade é exercida pelas
mulheres. A etimologia da palavra deriva do grego mater ou mãe e
archein (arca) ou reinar, governar.
Patriarcado: Um sistema social em que homens exercem a maior
autoridade política e moral, desfrutam de privilégio social e controle
das propriedades.
Igualdade: Inexistência de desarmonia sob determinado ponto de
vista, entre dois ou mais elementos comparados; não apresenta
diferença de valor.
Equidade: Respeito à igualdade de direito de todos. Não depende da
lei, mas de um sentimento do que alguém considera justo.

Ubuntu: Palavra nativa do idioma Zulu. Pode ser traduzida como “Eu
sou porque nós somos”, é uma ideia de que nos humanizamos por
meio de outras pessoas.
Cisgenero: É quem tem uma identidade de gênero idêntica ao sexo
biológico que foi atribuído à nascença. Uma oposição ao
transgênero.
Transgênero: Uma pessoa que não se identifica com o gênero que
lhe foi atribuído ao nascer por conta de seu sexo.

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Dia da Mulher - Por quê?

Família Nuclear: É um termo usado para definir um grupo familiar


composto por um homem e uma mulher (cisgêneros) e filhos, aquilo
que muitos em nossa sociedade costumam chamar de família
tradicional.

Heterossexualidade Compulsória: Caracteriza o sentimento e


pensamento inconsciente de que você deve ser hétero, pois todas
as outras pessoas são, portanto isto é o “certo”. A
heterossexualidade está atrelada à heteronormatividade, pois a
sociedade vê algumas características como regra social, que são
esperadas de todas as pessoas.
Na perspectiva da filosofia decolonial, a heterossexualidade
compulsória foi imposta pelo sistema patriarcal como fundamental
para suprir as necessidades do capitalismo moderno e
eurocentrado.
A heterossexualidade pode ser compreendida como uma instituição
que atribui às mulheres a obrigação da reprodução da espécie
humana e a “opção sexual” pelo sexo oposto como o único
horizonte possível. Portanto, a norma da heterossexualidade
também está relacionada à construção da ideia de maternidade, de
família nuclear e da exploração das mulheres como algo natural.

Orientação Sexual: Por que falamos de orientação sexual e não


opção?
A Orientação Sexual refere-se à direção ou à inclinação do desejo
afetivo e erótico de cada pessoa. De maneira simplificada, pode-se

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Dia da Mulher - Por quê?

afirmar que esse desejo, ao direcionar-se, pode ter como único ou


principal objeto pessoas do sexo oposto (heterossexualidade),
pessoas do mesmo sexo (homossexualidade) ou de ambos os sexos
(bissexualidade).
O termo “orientação sexual” tem sido utilizado nos últimos anos, ao
invés de opção sexual, pois a ideia de “opção” permite a
compreensão de que o (a) homossexual escolheu sentir o desejo que
sente e, portanto, poderia ter optado por ser heterossexual. Se fosse
uma questão de opção, heterossexuais também poderiam escolher
sentir desejo por pessoas do mesmo sexo, o que pode ou não
acontecer. Por isso, o correto é dizer e utilizar "orientação sexual".
É importante lembrar também que não nascemos com uma
orientação sexual definida, pronta, acabada. Pelo contrário, ao longo
da vida vamos aprendendo e nos identificando com diferentes
formas de vivenciar nossos desejos de uma forma mais fixa ou mais
flexível, conforme as experiências vividas por cada um (a).
Disponível em: http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/orientacao-sexual Acesso em: 24 de maio de
2021

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Dia da Mulher - Por quê?

Agradecimentos

Rebecca Gaia

Militante comunista, estudante de humanidades na UFABC, comentarista de reality shows e


podcaster no Hora Queer.

Hainra Asabi

Professora de sociologia, arquiteta e mestra em sociologia. Ativista dos movimentos negros, de


educação e LGBTQIA+.

João Batista de Souza

Sociólogo, professor e Membro do Programa “E AGORA, JOSÉ?” Grupo socioeducativo com


homens autores de violência de gênero contra as mulheres

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Dia da Mulher - Por quê?

Corpo e Gênero!
Para dar início ao nosso material, decidimos abordar um tema que diz
respeito a todos nós, que se relaciona e se entrelaça com a nossa existência
e de, alguma forma, dita a nossa essência, exercendo controle em como
vivemos e como podemos viver. Atualmente o corpo exerce inúmeras
funções sociais, como dizer se você está dentro ou fora dos padrões de
beleza, em qual papel de gênero vão te colocar assim que você nascer, quem
e como você pode (ou não) desejar e assim por diante. Mas, será que todas
essas convenções sociais, de fato, deveriam exercer todo esse poder sob os
nossos corpos? Como nos livrar disso?

“Ninguém nasce mulher; torna-se mulher”


– BEAUVOIR, Simone. 1949, p. 9
http://www.blogletras.com/2014/06/cartas-nelson-algren-um-amor.html

1. O que é "ser uma mulher" para você?

Hora da Leitura!
O QUE (NÃO) É SER MULHER?
(Parte 1)
Não existe forma não sexista de responder “o que é ser mulher”. Essa
pergunta geralmente vem acompanhada de uma resposta cheia de
estereótipos/padrões de gênero. A resposta mais comum é: “eu me entendi
mulher, porque desde pequena minha mãe me mandava cumprir com todos os
afazeres domésticos
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Dia da Mulher - Por quê?

afazeres domésticos enquanto meu irmão poderia brincar à vontade sem se


preocupar com nada”. Refletindo a fundo sobre essas afirmações, temos uma
resposta sobre “o que não é ser mulher” e não “o que é ser mulher”, porque
não dá para resumir a figura da mulher a alguém que fica 24 horas por dia na
cozinha ou limpando o banheiro. Se entendemos que isso não faz parte de ser
e sim de padrões de gênero impostos, então o que é, de fato, ser mulher?
Essa naturalização da figura feminina ligada diretamente com o trabalho
doméstico é fruto de uma relação do sistema de dominação-exploração da
mulher pelo homem com o sistema capitalista, vem da “união estável” entre
patriarcado e capitalismo. Isso diz muito sobre o que Silvia Federici traz em O
Ponto Zero da Revolução, quando ela afirma que “a classe dominante, ou
aqueles que aspiram ao domínio pressupõem uma personalidade humana
natural e eterna, de modo a eternizar seu poder sobre nós”. É lucrativo para
os que estão lá em cima seguir com toda essa ideia.

"Eles dizem que é amor. Nós dizemos que é trabalho não


remunerado."
- FEDERICI, Silvia. 2019, p. 40.
https://revistamarieclaire.globo.com/Cultura/noticia/2019/10/silvia-federici-caca-bruxas-nao-e-uma-questao-apenas-do-passado.html

2. Na sua infância, quem era responsável pelos afazeres domésticos da


casa? E hoje em dia?

Hora da Leitura!
O QUE (NÃO) É SER MULHER?
(Parte 2)
Por esse (e por outros motivos) que dizemos que o patriarcado serve para
manter o capitalismo em pé: ele naturaliza toda essa relação de opressão que
desempenha um papel importantíssimo para o capital.

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Dia da Mulher - Por quê?

Historicamente falando, o sistema patriarcal não surgiu com o capitalismo e


sim antes dele, mas um abraçou o outro e seguiram andando de mãos dadas
para conseguirem se sustentar. Trazendo para o contexto histórico atual, o
trabalho doméstico é visto como um trabalho invisível, é algo essencial para
os capitalistas lucrarem cada vez mais e que mesmo assim é “ignorado”. Sem
ter uma comida pronta e roupa lavada, nenhum trabalhador, seja homem,
mulher ou pessoas não binárias, consegue acordar no outro dia para
continuar vendendo sua força de trabalho. O caráter invisível das tarefas de
casa está presente aqui: mesmo desempenhando um papel importante na
vida de qualquer ser humano, ele não é remunerado e sim visto como uma
obrigação da mulher com sua família.
É importante destacar novamente que nada disso é natural e sim
naturalizado. Natural é você sentir fome, isso faz parte da natureza humana,
assim como sentir sono e precisar de algum lugar confortável para dormir.
Agora, não é natural que corpos femininos sejam jogados para esse lugar de
submissão, não há nada que prove que isso é algo da natureza humana.

“Seja no âmbito do senso comum, seja revestida por uma


linguagem “científica”, a distinção biológica, ou melhor, a distinção
sexual serve para compreender e justificar a desigualdade social”
LOURO, Guacira. L. 1996, p. 34.
http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/professora-guacira-lopes-louro-recebe-premio-paulo-freire-1

PRODUTIVIDADE NO TRABALHO
Tempo de trabalho de homens Mulheres na pandemia
Tempo de trabalho de mulheres
relatam que a cada
hora trabalhada tem 26
Tempo produtivo de homens
minutos de
Tempo produtivo de mulheres improdutividade,
0 20 40 60 homens, 12.
Escola Nacional de Administração Pública (Enap)

3. Durante essa quarentena, os homens relatam que tiveram mais facilidade


para se adaptar ao home office que as mulheres. Estas, por sua vez, sofrem
cada vez mais de exaustão em uma rotina que exige habilidades como mãe,
"dona de casa" e profissional, o que provoca uma queda de produtividade

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Dia da Mulher - Por quê?

significante, segundo a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).


Nesse sentido, durante a quarentena como estão sendo divididos os afazeres
domésticos da sua casa? Quem fica com a maior parte das tarefas?

Hora da Leitura!
O QUE (NÃO) É SER MULHER?
(Parte 3)
Ainda a respeito do que é naturalizado, isso tudo se estende para “vários
campos” da vida da mulher, um deles é o campo da sexualidade. No sistema
capitalista, o importante é ter cada vez mais pessoas aptas a venderem sua
força de trabalho no mercado para contribuir com o lucro dos “grandões”,
então a cada nascimento (desde que não venha de uma família de herdeiros)
vem ao mundo um trabalhador que dará seu sangue para que esses
interesses sejam seguidos. É justamente nesse ponto do “nascer” que
encontramos mais uma característica da opressão feminina: são designadas
ao papel de mãe, é imposto que cada uma queira engravidar e, caso
questionem isso, são vistas como “não mulheres”. Há um controle sobre
corpos femininos em nome dos interesses desse sistema, pois a mulher não
pode decidir se quer ou não ter relações sexuais para contribuir com a vinda
de mais um ser humano no mundo, isso é visto como uma obrigação e “ai” de
quem questionar.
"Sem trabalho doméstico não remunerado, o Estado capitalista teria que arcar,
por exemplo, com restaurantes, lavanderias e escolas públicas em tempo integral
em grande escala, de modo a atender à massa da classe trabalhadora. Outra
opção seria aumentar significativamente o salário mínimo, de tal forma que um
trabalhador pudesse pagar por alguns serviços necessários à reprodução da sua
força de trabalho. Ambas as alternativas implicariam em um ônus significativo
que afetaria diretamente os lucros do capital"
- CISNE, Mirla. 2012, p. 116
http://www.uern.br/professor/mirlacisne

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Dia da Mulher - Por quê?

4. Em sua opinião, de onde vem o argumento que diz que se a mulher fez
sexo e engravidou ela tem a obrigação de arcar com o dever de "ser mãe" a
qualquer custo? E por que existe uma pressão social para as mulheres serem
mães?

Hora da Leitura!
O QUE (NÃO) É SER MULHER?
(Parte 4)
Desse controle da sexualidade, vem a cobrança de ser mãe e também a de
estar sempre atraente. A indústria da beleza adora essa ideia de que mulheres
precisam estar bem apresentadas para agradar os olhos de quem as vê, a
prova disso é a quantidade de mulheres, cis e trans, que morrem no meio de
procedimentos estéticos. Um caso recente e que ilustra muito bem isso tudo
é o de Lorena Muniz, uma mulher trans pernambucana que veio para São
Paulo para colocar próteses nos seios e acabou falecendo por
irresponsabilidade das pessoas que estavam trabalhando naquela cirurgia:
quando o ar condicionado da sala entrou em curto circuito e começou a pegar
fogo, todos se retiraram do local e a deixaram ali sozinha, sedada e
inconsciente. Essa mesma clínica é famosa por ter muitas complicações no
pós e/ou pré cirurgia, mas realiza esses procedimentos por um preço muito
baixo, então muitas acabam se arriscando mesmo assim. Longe de ser um
caso isolado, isso ilustra como toda essa imposição doentia faz com que
várias mulheres arrisquem a própria vida em nome de um padrão imposto, em
nome da regra de “estar sempre agradável aos olhos de quem a vê”. Com isso
tudo, muitos sonhos, como foi com Lorena, acabam se tornando pesadelo.

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Dia da Mulher - Por quê?

5. Os padrões de beleza que hoje dominam a nossa sociedade tem um papel


fundamental na dominação e controle do corpo dos homens e
(especialmente) das mulheres, o que acaba gerando quadros complexos
como compulsões, ansiedade, depressão, uso de dietas e medicamentos que
representam riscos à própria vida e, em casos mais graves, a tentativa de
suicídio.
O trabalho com a autoestima e a quebra desses padrões estéticos se torna
cada vez mais essencial para a saúde mental da população.
Pensando nisso, vamos trabalhar o amor próprio? Complete a tabela a seguir:
Coisas que eu preciso aprender a
Coisas que eu amo em mim
amar em mim

Hora da Leitura!
O QUE (NÃO) É SER MULHER?
(Parte 5)
Há várias outras formas de destacar a limitação em uma definição de
“mulher” ligada diretamente a tudo isso que nos é imposto. Antes de descobrir
o que somos, descobrimos o que não somos. É importante que cada pessoa se
questione e traga a mesma reflexão para as pessoas ao redor: quando foi que
você se entendeu como você? Com que certeza você se afirma como o que
você é? O ideal seria que cada um pudesse ser e agir como quiser, mas
sabemos que a realidade é outra: você precisa se afirmar enquanto alguma
coisa, porque o “alguma coisa” possui papéis importantes para a manutenção

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Dia da Mulher - Por quê?

de toda uma lógica carregada por essa estrutura social que, infelizmente,
ainda está em pé. De nada adianta também renunciar a essas imposições de
forma individual. Somos seres sociais, vivemos em uma sociedade e isso
significa que tudo é coletivo. A solução é, portanto, pensar em alternativas
coletivas que caminhem para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária.

"As categorias 'homem' e 'mulher' só conseguem existir no


âmbito das palavras, do simbólico, e não na realidade vasta e
complexa da natureza e muito menos da realidade mais vasta e
complexa das relações humanas concretas"
- HOMEM, Maria. L. 2019, p. 11.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/08/o-brasil-esta-doente-as-pulsoes-mais-delirantes-do-pais-vieram-a-tona.shtml

6. Em sua opinião, o que é a desconstrução desses padrões de gênero? Você


acredita que ela seja necessária para combatermos os diversos tipos de agressões
e preconceitos derivados do machismo? Como se dá a desconstruçaõ?

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Dia da Mulher - Por quê?

Minhas Reflexões...

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Dia da Mulher- Por quê?

Mulheres Que Inspiram!

É fato que hoje, devido à uma cultura patriarcal enraizada na nossa


sociedade, as mulheres ganham menos reconhecimento que homens. Tudo
isso mesmo que essas ganhem destaque em suas áreas por novas
descobertas, reformulação/refutação de teorias já existentes, dentre outras
situações. Nesse sentido, vamos trazer mulheres que nos inspiram, dar a elas
a visibilidade que merecem e ao mesmo tempo mostrar que a luta, por mais
difícil que seja, é totalmente possível!
Princesa Dandara dos Palmares Carolina Maria de Jesus
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Uma das mulheres negras mais importantes da Escritora brasileira. Quando criança chegou até
história do Brasil, uma verdadeira guerreira, um a ser acusada de bruxaria, pois as pessoas
símbolo de luta! Dandara caçava, lutava alegavam que ‘’uma menina negra não poderia
capoeira, montava estratégias de defesa para o saber tanto’’. Sendo subestimada a vida inteira,
Quilombo e ainda treinava outras pessoas para a chegou a trabalhar como catadora de latinhas e
luta. Tomou a frente de lutas e defendeu seu morava com sua família na favela do Canindé.
povo. Lutava pela liberdade de todos os Gostava de escrever diários e poesias. Seu livro
escravizados e, apesar de existirem muitos mais famoso é o Quarto de despejo: Diário de
ataques ao Quilombo, nunca desistiu. Mesmo uma Favelada.
quando foi cercada pelo exército portugues, Carolina foi a primeiríssima mulher negra do
continuou firme em seus ideais e deu sua vida Brasil a vender um milhão de cópias de livros no
pelo que acreditava, virando lenda e sendo mundo!
lembrada até hoje. Apesar de ter sido Através de sua literatura virou inspiração para
assassinada, suas ideias vivem até hoje. várias outras mulheres e meninas, mostrando
que é - sim! - possível ser uma escritora mesmo
com todas as dificuldades que uma mulher
negra periférica vive.

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Dia da Mulher - Por quê?

[...] eu luto contra a escravatura atual: a fome.


- MARIA, Carolina. Quarto de Despejo, 1960, p.32
https://observatorio3setor.org.br/noticias/hq-que-conta-historia-de-carolina-de-jesus-ganha-premio-internacional/

Anita Malfatti Patrícia Rehder Galvão (Pagu)


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Nascida em São Paulo, Anita sempre gostou de Musa rebelde. Foi poeta, escritora, dramaturga,
pintar. Não era nada fácil, pois a artista tinha cartunista, desenhista e militante política. Foi
uma atrofia em uma de suas mãos. Porém isso homenageada até mesmo por Rita Lee em uma
não era o suficiente para parar uma artista tão de suas músicas. Filiada ao partido comunista
talentosa. Apesar de todas as dificuldades, ela brasileiro. Em 1931, Pagu se torna a primeira
persistiu. Foi estudar arte na Alemanha, onde presa política do Brasil, por participar de um
conheceu obras como as de Van Gogh e muitos comício em defesa da greve dos Estivadores de
outros artistas. Voltou para o Brasil carregando Santos. Além de presa, foi torturada pela polícia
uma grande bagagem de conhecimentos de Getúlio Vargas. Dizem que chegou a ser presa
artísticos. Suas pinturas eram conhecidas por mais de 20 vezes durante toda sua vida! Mesmo
serem super coloridas e com muita com toda a repressão da ditadura da Era Vargas,
personalidade. Pagu é mais uma das mulheres inspiradoras que
Apesar de seu enorme talento, depois de sua não desistiu de seus ideais, lutou pelo que
primeira exibição, a artista foi fortemente acreditava com todas as forças e nos instiga até
criticada por Monteiro Lobato (o escritor hoje.
racista). Em sua crítica, o homem chegou a dizer
que as obras dela eram ‘’produto do cansaço e
do sadismo’’. As críticas foram tão fortes que
Anita pensou em desistir, porém uma mulher
forte segue sempre fazendo o que acredita,
mesmo tendo que nadar contra a corrente. Sua
coragem revolucionou o mundo da arte e, até
nos dias atuais, é considerada uma das pintoras
brasileiras mais importantes da história.

"Lembro minha submissão absoluta. Não ao homem. Ao amor."


- Patrícia Rehder Galvão: (RODRIGUES, Carla. Intensamente Pagu. Jornal da Poesia.
02/08/2005)
http://www.famososquepartiram.com/2011/11/pagu.html

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Dia da Mulher - Por quê?

Dona Ivone Lara Nise da Silveira


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Uma das mais importantes sambistas Nascida em Maceió, Nise revolucionou a história
brasileiras. da psiquiatria no Brasil e no mundo. Foi uma das
Dona Ivone ficou orfã ainda quando muito primeiras mulheres a se formar em medicina.
criança. Estudava em um internato onde Dedicou sua vida à sua profissão. Foi presa pela
participava do coral. Mais tarde, aprendeu a polícia de Getúlio Vargas, com acusação de ler
tocar cavaquinho com seu companheiro. livros comunistas em seu escritório. A psiquiatra
Trabalhou com Nise da Silveira, uma das era completamente contra os métodos cruéis
mulheres mais importantes do movimento usados nos tratamentos dos pacientes daquela
antimanicomial do Brasil. Lá eles travam a arte época, como o uso de camisa de força, a
como remédio para a mente. lobotomia, tratamento de choque, etc. Foi ela
O samba era um lugar muito machista, parecia quem fundou a sessão terapêutica ocupacional.
impossível o reconhecimento de uma mulher Acreditava que a arte era o remédio da mente
(ainda mais negra) nesse gênero musical. Mas doente. Criou ateliês de pintura para auxiliar em
não era impossível para Dona Ivone… ela se seus tratamentos.
tornou a primeira cantora e compositora de Em 1952 é criado o Museu do Inconsciente, que
samba-enredo do Brasil! Abriu caminho para expunha e preservava as pinturas de seus
muitas outras mulheres. Caminhou contra o pacientes, que existe até hoje!
vento e nos encantou com suas mais lindas Fundou a Casa das Palmeiras, que era uma casa
músicas. de reabilitação para antigos pacientes de
clínicas psiquiátricas, onde as pessoas podiam
usar de sua criatividade livremente e ser
possível que eles conseguissem voltar a
interagir socialmente.
Nise foi pioneira em psicologia Junguiana no
Brasil. Uma das figuras mais importantes na luta
antimanicomial. Revolucionária. Podemos ver e
sentir os afetos de sua luta até hoje! Nise é mais
uma das mulheres inspiradoras do Brasil!

‘’Sempre fui obediente; Mas não pude resistir; Foi numa roda de
samba; Que eu juntei-me aos bambas; Pra me distrair’’
- Dona Ivone Lara. Alguém me avisou. (5m04s)
https://www.terra.com.br/diversao/musica/aos-97-anos-morre-no-rio-dona-ivone-lara,cfda44673ba1a565d482e17f4c4aad37im4xe1tw.html

21
Dia da Mulher - Por quê?

"Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata.


Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido:
Vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda"
- PRADO, Lídia Reis. Nise da Silveira e o mundo das imagens. 01/2014- Nise da
Silveira.
PRADO, Lídia Reis. Nise da Silveira e o mundo das imagens. 01/2014

Erika Hilton Carolina Iara


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Erika é uma mulher negra e trans. Ativista dos Co-vereadora da bancada feminista do PSOL,
movimentos negro e LGBT+. Foi eleita como Carolina é travesti, negra, mulher intersexo e
vereadora de São Paulo, com 50.508 votos! Além convive com HIV. Até o ano passado, era a única
disso, foi a primeira mulher trans a ocupar um mulher trans inscrita no programa de pós-
lugarzinho na Câmara Municipal de São Paulo. graduação da UFABC, cursando mestrado em
Cresceu na periferia da grande cidade e passou Ciências Humanas e Sociais. Foi na periferia
por todos os sofrimentos que uma jovem, negra, onde morava que ela teve seus primeiros
periférica e trans poderia passar. Infelizmente, contatos com movimentos sociais. Junto com
como é a realidade de muitas garotas trans pelo outras pessoas LGBT+ foi que ela conseguiu
mundo, Erika foi expulsa de casa e o único passar por cima das opressões diárias que
caminho que viu foi a prostituição. Mas venceu sofriam na escola. Apesar de ter sofrido muito
esse caminho turbulento e hoje nos lembra que em sua infância, com várias mutilações por
corpos negros, trans e periféricos existem e conta de sua interssexualidade; de ter sofrido
resistem. Mostra que todas as mulheres podem machismo, homofobia, racismo e de todos esses
ocupar todos os lugares, pois todas temos o traumas, Carolina seguiu firme e hoje inspira
direito de viver com dignidade. muitas outras pessoas que podem olhá-la e ver
que existem sim pessoas como eles, que
seguem lutando.

"Meu feminismo é a favor de todas as mulheres. Sou a mulher mais votada da


cidade e do país. Negra, pobre, jovem periférica, TRANS! E meu projeto é pra
que TODAS nós sejamos verdadeiramente livres"
- Erika Hilton: (Retirado do Instagram HILTON, Erika (@hilton_erika) 17/11/2020
https://www.hypeness.com.br/2021/03/erika-hilton-faz-historia-e-e-1a-mulher-negra-e-trans-a-frente-da-comissao-de-direitos-humanos-da-camara/

"É importante ressaltar que na maior cidade da país a transfobia (seja ela
banal, articulada, feita pelo terror ou pela negligência médica) nos coloca
como alvo do ódio disseminado na sociedade por esse clima fascistóide.
Somos alvos na esquina, nas nossas casas ou em clínicas…"
Retirado do Twitter: IARA, Carolina (@Carolinalarade1). 23/03/2021, 19:33.
https://pt.org.br/nota-de-solidariedade-a-co-vereadora-carolina-iara/

22
Dia da Mulher - Por quê?

Erica Malunguinho Lélia Gonzales


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Deputada estadual de São Paulo, educadora e Professora de história e filosofia. Mestre em
artista plástica, Erica é também uma mulher comunicação social e doutora em antropologia
trans e negra. Criada em uma família de política e social. Dedicou seus trabalhos às
militantes. Mesmo com pouco dinheiro para sua questões de gênero e etnia. Sua participação no
candidatura e nenhum tempo na TV, Erica foi a Movimento Negro Unificado (MNU) foi de extrema
primeira mulher trans eleita como deputada em importância, ela foi uma das fundadoras desse
SP, com mais de 55 mil votos. Sua luta é contra a movimento. Também militou em muitas outras
homofobia, o racismo, o machismo e a organizações sociais. Foi até indicada para ser
transfobia. Fundadora do quilombo urbano membro do Conselho Nacional dos Direitos da
Aparelha Luzia, que é resistência negra e LGBT+, Mulher (CNDM), por conta de todo o seu histórico
que promove produções artísticas e intelectuais. de lutas em defesa das mulheres negras. Por
Em seu mandato, pensa também nas pessoas causa de suas lutas feministas e antirracistas
em situação de rua. tão importantes é que Lélia é uma mulher tão
inspiradora e revolucionária em sua época.

Djamila Ribeiro Katiúscia Ribeiro


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Djamila é professora, filósofa, escritora, Katiúscia Ribeiro é filósofa pela UFRJ, Mestra em
feminista negra e ativista social. Seus livros são ensino pela CEFET/RJ, atua como coordenadora
reflexo de como seus pensamentos são geral do Laboratório Geru Maa de Africologia e
importantes e reforçam as lutas feministas e Estudos Ameríndios da UFRJ. Além disso
antirracistas. Luta para que o racismo estrutural também é professora da Escola de Magistratura
seja mais entendido e, com isso as pessoas do Rio de Janeiro.
possam ter mais consciência dele e ter mais Vinda de uma família militante do movimento
condições de lutar contra ele. Ela faz denuncias negro, Katiúscia aprendeu sobre a sua realidade
sobre a realidade das mulheres e homens e as formas de transformação e lutas desde
negros na sociedade brasileira., onde, por jovem, hoje, além de continuar com a sua
muitas e muitas vezes o jovem negro sofre militância, usa de seus estudos sobre a Africa e
diversos tipos de agressão e exclusão. A filósofa a filosofia africana para colocar em prática os
mostra que a luta é para todas. seus ideais e levar conhecimento para a
comunidade.

23
Dia da Mulher - Por quê?

Raquel Trindade Jerá Guarani


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Era conhecida, também, como Rainha Kambinda, Jerá é pedagoga, foi professora e diretora da
nome que faz referência a uma nação africana escola indígena Gwyra Pepó, agricultora e
chamada Kabinda e também à Nação Cambinda liderança indigena no extremo sul de SP. Realiza
de maracatu. Raquel tinha uma herança cultural documentários e vários projetos culturais. Luta
muito forte, por ter vindo de uma família que já para mudar o cenário dentro das aldeias, onde a
estava muito inserida na cultura popular. Nos maioria dos líderes são homens, para que mais
anos 40, a cultura negra era muito perseguida mulheres indígenas possam ser ouvidas. Reflete
no Brasil, porém sua família sempre resistiu. Ao sobre coisas que vem de fora da aldeia, projetos
lado da bíblia, sua família deixava uma cópia do voltados para o fortalecimento cultural.
livro O Capital, de Marx! Raquel aprendeu várias Enfrentou o cacique e sua própria mãe, pois
danças folclóricas, jongo e muitas outras. queria dedicar sua vida a outras coisas além do
Participou do Teatro Popular Brasileiro e se casamento e da maternidade. Apesar disso, sua
apresentou em vários países. Criou o Teatro ligação com a aldeia se fortaleceu quando teve
Popular Solano Trindade, em homenagem ao seu contato com as pessoas de fora, quando viu que
pai, que era um espaço multicultural e de as culturas e costumes eram muito diferentes.
preservação da cultura negra. Foi uma das Na aldeia todo mundo se conhece e se ajudam,
fundadoras do Movimento de Artes da Praça da na cidade ninguém se conhece, há pessoas
República. Deu aula no Teatro Negro e na passando fome e morando na rua. Por conta
UNICAMP. Já foi carnavalesca e figurinista de disso, ela luta pelo fortalecimento cultural de
escola de samba. Raquel passou sua vida se seu povo, luta pela resistência de seu povo e sua
dedicando a todos os tipos de artes que podia, cultura, pelas mulheres e crianças. Jerá é uma
sua existência era sinônimo de resistência e mulher indigena que inspira muitas outras a
preservação de sua cultura. Hoje, ela é continuar e a mostrar suas vozes e as vozes de
inspiração para que seus projetos e muitos suas culturas.
outros sigam e surjam.

"Minha luta diária é para ser reconhecida como sujeito, impor minha
existência numa sociedade que insiste em negá-la."
- Djamila Ribeiro; (RIBEIRO, Djamila. A luta de Djamila Ribeiro. Uol, 06/03/2015.
https://istoe.com.br/djamila-ribeiro-vai-representar-o-twitter-no-mp-apos-filha-receber-ameaca/

‘’Para qualquer frente de luta o ser corpo e seu espírito tem que estar
fortalecidos’’
Jera Guarani: (Retirado do You Tube GUARANI, Jera. Modos de viver guarani e o cultivo de
sementes crioulas com Jera Guarani.
http://maranha.com.br/portfolio/cartografia/

24
Dia da Mulher - Por quê?

Essas são algumas mulheres que inspiram o nosso grupo editorial e


esperamos que tenham inspirado e que ainda inspirem muitas oustras
pessoas!
1. Nesse sentido, quem são as mulheres que te inspiram e ainda inspirarão
outras pessoas?

Insira o nome Insira o nome

Desenhe ou Desenhe ou
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Dia da Mulher - Por quê?

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26
Dia da Mulher - Por quê?

Hora da Leitura!
O Que seria um ato de violência contra as pessoas que se identificam
com o gênero feminino?
As violências praticadas contra as pessoas que se identificam com o gênero
feminino se traduzem nos mais adversos cenários, tanto em uma família,
quanto em um ambiente de trabalho. Essa opressão é um ato que produz
qualquer tipo de dano físico, psicológico ou emocional. Todas essas formas de
violência não possuem uma hierarquia, pois todos acabam influenciando nas
demais etapas. São raras as exceções em que podemos afirmar que, em um
feminicídio, antes não ocorreu eventos de dano psicológico, menosprezo,
agressão física, sexual, etc. Todas as etapas de violência sobre o gênero
feminino acabam por gerar riscos à vida, de modo a não ser cabível uma
hierarquização. Devido a isso, devemos saber identificar quando estamos
presenciando ou vivenciando uma situação de violência, de modo a precaver
a possibilidade de ocorrer dano ao bem-estar psicológico, físico ou até o óbito
da vítima.

Após a leitura do texto responda:

1. Você já sofreu ou viu alguém sofrendo algum tipo de violência? Se sim, o


que você fez?

27
Dia da Mulher - Por quê?

Tipos de violência
Até esse momento, podemos perceber que há várias ocorrências
relacionadas contra as mulheres. Vemos corriqueiramente nos noticiários
reportagens sobre agressões, práticas de feminicídios e atos misóginos,
entretanto devemos ter em aquiescência que não são somente esses atos
que são considerados como agressões.O o ato de ferir alguém não começa e
termina somente na agressão física, mas também na violência moral,
psicológica, econômica, sexual e simbólica. Compreender essas formas de
violência nos ajuda a fortalecer a nossa percepção para saber identificar
esses atos nos outros e também na gente, de modo a buscar sempre evitar a
prática de qualquer tipo de violência

Violência Econômica domiciliar:


Essa violência se dá pela prática da restrição da pessoa que se identifica
com o gênero feminino aos recursos econômicos, por exemplo, em situações
em que as mulheres, apesar de casadas, não possuem o direito de utilizar o
seu dinheiro para adquirir qualquer coisa da sua vontade. Essa violência não
é somente presente em ambientes cuja renda financeira é baixa, mas se
categoriza como uma forma de hierarquia de poder presente em um
ambiente residencial. Nesse cenário a mulher se torna amplamente
submissa, de modo a não possuir meios para sobreviver sem o companheiro.
O homem que priva a mulher de deter um salário individual com a intenção
de controlar o dinheiro, torna-a submissa a práticas de novas violências, pois
a primeiro modo, dá a entender que a sobrevivência da mulher se dá
unicamente pelo marido. Essa circunstância permite um ambiente favorável
à opressão feita pelo homem.

28
Dia da Mulher - Por quê?

Violência Econômica trabalhista:


Essa violência é mais observada em ambientes de trabalho, onde não se
encontram mulheres em posições ou cargos de alta responsabilidade e
remuneração. Aqui se tem a privação do desenvolvimento do indivíduo que se
identifica com o gênero feminino a partir de determinadas discriminações,
não permitindo a ela ascender no seu cargo, restringindo o seu salário e
inclusive o reduzindo em comparação aos homens que cumprem a mesma
função, por conta da possibilidade de gravidez das mulheres cis. Nesse
cenário as mulheres, independente das competências individuais, dependem
do homem em algum momento para conseguir posições mais influentes nas
empresas nas quais trabalham, sendo isso devido ao fato desses ambientes
serem sempre ocupados em sua maioria por homens. Essa problemática
acaba gerando a possibilidade de outras violências contra as mulheres, tanto
psicológica, quanto fisicamente.

Violência psicológica:

Essa violência se encontra nos mais diversos âmbitos, tanto residencial,


envolvendo o marido e até mesmo a família, quanto no exercício de alguma
profissão. Ela consiste em qualquer ação que visa a desagradar a mulher como
pessoa, focando em as suas ações e decisões. Essa violência não está contida
unicamente em ações em que ocorrem xingamentos ou humilhações públicas,
mas também em situações menos explícitas, por exemplo, em cenários em que
ocorrem restrições, manipulações, assédios, produzindo danos emocionais e
prejudicando o desenvolvimento pessoal. Essas circunstâncias, além de
danosas para a saúde mental, podem gerar princípios de depressão e
ressentimento sobre si mesma, gerando questões constantes sobre sua
capacidade e sua autoestima, podendo influenciar um possível suicídio. A
violência psicológica surge também como possibilidade para a permissão de
outras violências, como a física ou a sexual. Dessa forma, esse tipo de
violência deve ser um ao qual devemos estar sempre atentos, pois a partir dele
já podemos ter consequências que não admitem retornos.
29
Dia da Mulher - Por quê?

Ficam aqui citados alguns tipos de violência psicológica: ameaças,


constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento (proibir de estudar,
viajar, falar com amigos e parentes, vigilância constante, perseguição
contumaz, insultos, chantagem, exploração, limitação do direito de ir e vir,
ridicularização, tirar a liberdade de crença, distorcer e omitir fatos para
deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade (gaslighting).

Violência Física:
Essa ação remete a qualquer tipo de dano ou sofrimento físico que infrinja a
integridade da mulher. Ela se traduz de muitas maneiras, por meio de
espancamentos, estrangulamentos ou sufocamentos, lesões com objetos
cortantes ou perfurantes, queimaduras, tortura, desde a aparição de
hematomas, feridas, queimaduras até a um empurrão, ações de sacudir,
apertar os braços etc.
A violência física geralmente é um dos estágios mais graves, quando o
agressor está na fase mais avançada a forçar a morte da mulher. Em
situações como essa, o recomendado é a denúncia na delegacia das
mulheres, um ambiente voltado justamente para a melhor condução da
ocorrência.

Violência Sexual:
Essa prática engloba tudo o que envolve o direito da mulher de decidir sobre
a sua sexualidade e gênero, desde as mulheres trans quanto as cis, ela inclui
todo tipo de contato da mulher com o ato sexual e com a sua sexualidade. Ou
seja, nesse sentido a violência sexual se expõe em casos em que se força a
mulher a praticar qualquer ato sexual sem o seu consentimento, sendo isso
denominado estupro. Vale ressaltar que a violência sexual pode ocorrer em
todos os cenários, dentro de um casamento, de uma família e de um
ambiente de trabalho. Seguem mais alguns exemplos de violência sexual:
impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar, forçar
o matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem,

30
Dia da Mulher - Por quê?

suborno ou manipulação, limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e


reprodutivos da mulher.

Violência Simbólica:
É a ação de reconhecer e transmitir estereótipos e mensagens que
transmitem e favorecem a discriminação sobre as mulheres. Quando se
reconhecem estereótipos do tipo: “meninas não brincam de carrinho”,
“mulheres não dirigem” ,“lugar de mulher é na cozinha”, “mulher não joga
bola” se contribui com a naturalização de todas as violências citadas acima,
pois a partir do momento em que se tira o direito das mulheres escolherem
as suas vontades, se retira o bem mais precioso que é a sua liberdade de
expressão.

31
Dia da Mulher - Por quê?

Quiz Lei Maria da Penha

Com certeza você já ouviu falar da lei Maria da Penha. Mas vamos ver
o quanto você sabe sobre ela?
1. Você sabe quando a lei foi criada?
(a) 27 de fevereiro de 1996
(b) 5 de janeiro de 1992
(c) 6 de outubro de 1985
(d) 7 de agosto de 2006
(e) 2 de dezembro de 1999

2. Homens podem ser protegidos pela Lei Maria da Penha?


(a) Verdadeiro
(b) Falso

3. A Lei Maria da Penha protege mulheres, independentemente de sua


orientação sexual?
(a) Verdadeiro
(b) Falso
4. Apenas a Delegacia Especializada na Defesa da Mulher recebe denúncias
de violência de gênero?
(a) Verdadeiro
(b) Falso
5. Violências cometidas por ex-companheiros podem ser punidas por esta
Lei?
Respostas na página 39

(a) Verdadeiro
(b) Falso

32
Dia da Mulher - Por quê?

Você Sabia?
De acordo com a ONU, a Lei Maria da Penha é uma das mais avançadas no
mundo para a proteção da mulher. No Brasil, essa Lei é a principal ferramenta
legislativa na luta contra a violência de gênero.

Decreto nº 7.958/2013 estabelece diretrizes para o atendimento humanizado


às vítimas de violência sexual na área de segurança pública e do SUS.

A lei de feminicídio tem apenas seis anos:


No dia nove de março de 2015, entrava em vigor a lei do feminicídio (Lei
13.104/15), o assassinato de mulheres por serem mulheres. A lei considera
feminicídio quando o assassinato envolve violência de gênero e familiar,
menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.

Ciclo da Violência :

AUMENTO DA TENSÃO:
Nesse primeiro momento, o agressor mostra-se tenso e irritado por coisas
insignificantes, chegando a ter acessos de raiva. Ele também humilha a
vítima, faz ameaças e destrói objetos.

A mulher tenta acalmar o agressor, fica aflita e evita qualquer conduta que
possa “provocá-lo”. As sensações são muitas: tristeza, angústia, ansiedade,
medo e desilusão são apenas algumas.

Em geral, a vítima tende a negar que isso está acontecendo com ela, esconde
os fatos das demais pessoas e, muitas vezes, acha que fez algo de errado
para justificar o comportamento violento do agressor ou que “ele teve um dia
ruim no trabalho”, por exemplo. Essa tensão pode durar dias ou anos, mas
como ela aumenta cada vez mais, é muito provável que a situação levará à
Fase 2.

33
Dia da Mulher - Por quê?

ATO DE VIOLÊNCIA:
Esta fase corresponde à explosão do agressor, ou seja, a falta de controle
chega ao limite e leva ao ato violento. Aqui, toda a tensão acumulada na Fase
1 se materializa em violência verbal, física, psicológica, moral ou patrimonial.

Mesmo tendo consciência de que o agressor está fora de controle e tem um


poder destrutivo grande em relação à sua vida, o sentimento da mulher é de
paralisia e impossibilidade de reação. Aqui, ela sofre de uma tensão
psicológica severa (insônia, perda de peso, fadiga constante, ansiedade) e
sente medo, ódio, solidão, pena de si mesma, vergonha, confusão e dor.

Nesse momento, ela também pode tomar decisões − as mais comuns são:
buscar ajuda, denunciar, esconder-se na casa de amigos e parentes, pedir a
separação e até mesmo suicidar-se. Geralmente, há um distanciamento do
agressor.

ARREPENDIMENTO E COMPORTAMENTO
CARINHOSO:
Também conhecida como “lua de mel”, essa fase se caracteriza pelo
arrependimento do agressor, que se torna amável para conseguir a
reconciliação. A mulher se sente confusa e pressionada a manter o seu
relacionamento diante da sociedade, sobretudo quando o casal tem filhos.
Em outras palavras: ela abre mão de seus direitos e recursos, enquanto ele
diz que “vai mudar”.

Há um período relativamente calmo, em que a mulher se sente feliz por


constatar os esforços e as mudanças de atitude, lembrando também os
momentos bons que tiveram juntos. Como há a demonstração de remorso,
ela se sente responsável por ele, o que estreita a relação de dependência
entre vítima e agressor.

34
Dia da Mulher - Por quê?

Um misto de medo, confusão, culpa e ilusão faz parte dos sentimentos da


mulher. Por fim, a tensão volta e, com ela, as agressões da Fase 1.

É PRECISO QUEBRAR ESSE CICLO. E A LEI MARIA DA


PENHA ESTÁ AO LADO DAS MULHERES PARA ISSO
As mulheres que sofrem violência não falam sobre o problema por um misto de
sentimentos: vergonha, medo, constrangimento. Os agressores, por sua vez,
não raro, constroem uma autoimagem de parceiros perfeitos e bons pais,
dificultando a revelação da violência pela mulher. Por isso, é inaceitável a ideia
de que a mulher permanece na relação violenta por gostar de apanhar.

NÃO SE CALE!
Quando a vítima silencia diante da violência, o agressor não se sente
responsabilizado pelos seus atos – isso sem contar o fato de que a sociedade,
em suas diversas práticas, reforça a cultura patriarcal e machista, o que
dificulta a percepção da mulher de que está vivenciando o ciclo da violência.

SAIA DO CICLO!
Com o tempo, os intervalos entre uma fase e outra ficam menores, e as
agressões passam a acontecer sem obedecer à ordem das fases. Em alguns
casos, o ciclo da violência termina com o feminicídio, que é o assassinato da
vítima.

35
Dia da Mulher - Por quê?

O Sistema Penitenciário Brasileiro e as Mulheres

O conceito de violência, tão banalizado ultimamente, tem sido alvo de


discussões a medida em que temas são trazidos a público pelos meios de
comunicação, entretanto a análise das diversas formas de violência ainda
carece de efetivas ações por parte do poder público, não somente sob o
conceito de “Vigiar e Punir”, mas principalmente na conscientização da
população quanto aos danos causados naqueles que a sofrem, sobretudo, as
mulheres.
Diversas são as formas de violência contra as mulheres, como as já
destacadas neste material, mas uma que, sobretudo, causa danos quase que
irreversíveis à dignidade da mulher, ocorre no sistema carcerário brasileiro.
O Brasil conta com um total de presos e monitorados eletronicamente pelo
sistema penitenciário de 759.518; destes 42.355 são mulheres, dados do
Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) órgão do governo federal. O que
por si só já demonstra um atraso quanto às medidas de segurança públicas,
mas escancara ainda mais a fragilidade social que acomete as mulheres,
esposas, mães, irmãs etc, não somentes as mulheres presas, mas também as
mulheres que, na imensa maioria das vezes, são as que mais visitam seus
parentes presidiários. O que todas relatam é com relação ao sofrimento que
passam durante os procedimentos de revista, que na maioria das vezes, é
degradante e extremamente vexatório. Não basta o sofrimento de ver um ente
querido, que muito embora esteja cumprindo com sanções penais oriundas de
más condutas, quando este estava em liberdade, essas mulheres ainda são
obrigadas a se submeterem a procedimentos por vezes de extrema violência
psicológica.
A notícia boa, se é que exista alguma nestes casos, é que uma série de
medidas estão sendo implementadas com vistas a minimizar estes danos.
Com o debate sendo levado aos tribunais, tramita no STF uma série de
medidas quanto à proibição das práticas "manuais" de revista. Só quem já
passou ou conhece os procedimentos aos quais essas mulheres são
submetidas pode entender a dimensão dos traumas adquiridos por elas.

36
Dia da Mulher - Por quê?

O que se sugere seria a implementação de aparelhos de scanners, como


de aeroportos, por exemplo. As pessoas passariam pelo aparelho e
poderia ser detectado visualmente e por indicativos da própria
máquina, se a pessoas estariam portando qualquer tipo de substância
ou objeto em desacordo com a lei. As unidades da Fundação Casa
(sistema socioeducativo de São Paulo) já contam com esses aparelhos
de identificação, o que se considera um grande avanço nesse sentido.
Porém, o sistema penitenciário brasileiro afirma que não há como
implementar tal sistema em todos os presídios do país.
Óbvio que o que se busca não é a impunidade, até mesmo porque, caso
não ocorram tais procedimentos nas unidades prisionais, outro tipo de
violência ocorrerá contra as mulheres, desta vez ocasionada pelo
tráfico, que as usaria como "mulas", levando drogas aos presídios, mas
sim maneiras dignas e que causem o menor constrangimento possível à
imensa maioria de mulheres, que querem apenas diminuir seu
sofrimento e daqueles que amam.

37
Dia da Mulher - Por quê?

Minhas Reflexões...

38
Dia da Mulher - Por quê?

QUIZ - Eu sou Machista?

Ainda hoje, o corpo e o gênero femininos sofrem de diversos tipos de


violência; alguns são mais explícitos, enquanto outros se manifestam de
formas mais implícitas, e por isso acabam sendo muitas vezes ignorados e
até mesmo negados. Na presente temática vamos abordar quais são os tipos
de violência e como se dão.

Para justificar o fato do corpo feminino ser cotidianamente visto como não
merecedor de respeito, trouxemos um Quiz com algumas situações que
provavelmente todos conhecemos, para que você marque as coisas que já
fez. Levando em consideração que fomos criados em uma sociedade
machista, racista e classista, nossos atos e pensamentos podem ainda estar
impregnados com esse tipo de valores. Para que possamos pensar em como
melhorar a sociedade, devemos primeiro mudar nossos próprios hábitos e
desconstruir esses pensamentos. Por isso alguns exemplos de atos e ideias
machistas corriqueiros foram colocados no Quiz para que possamos
repensá-los e trabalhar na mudança dos mesmos. Lembramos que não existe
resposta certa e há também outros tipos de machismo que podem estar
mais escondidos e velados dentro dos indivíduos. Não se esqueça: o
machismo machuca, humilha e mata!

39
Dia da Mulher - Por quê?

Quiz - Eu sou machista?


Já chamou uma mulher de puta, devido ao Tirou sarro de uma mulher que teve nudes
número de relacionamentos que ela já teve? “vazado”?

Justificou o assédio que uma mulher sofreu por Disse que um homem condenado por estupro vai
conta da roupa que ela vestia? virar “mulherzinha” na cadeia?

Disse que algo era inferior, e disse que era algo de Considerou vergonhoso um homem com salário
“menininha”? inferior de uma mulher?

Deixou que as mulheres da sua casa (mãe, filha, Disse que fofoca é coisa de mulher?
esposa, irmã e outras) fizessem todas tarefas da
casa sozinhas? Já disse que Futebol e Carro são coisas de
homem?
Disse que homens são melhores amigos que
mulheres? Chamou de grossa uma mulher que falou de
maneira assertiva?
Sugeriu que a mulher precisava de sexo pra ficar
mais calma?

Disse que a responsabilidade financeira é do


homem?

Responsabilizou a mãe por alguma atitude da


criança?

Disse que é feio mulher beber bebidas alcóolicas?

Disse que profissões como enfermeiro, professor


e secretário são profissões femininas?

Disse para uma garota sentar igual “mocinha”?

40
Dia da Mulher - Por quê?

Onde Procurar Ajuda?


Diante das altas taxas de abusos, agressões e até feminicídios, algumas
instituições buscam achar formas de ajudar as mulheres vítimas do
machismo. Esses métodos de ajuda se apresentam das mais variadas
formas, como grupos de apoio e reeducação do agressor, delegacias da
mulher, leis que reconhecem atitudes machistas como crimes, dentre outras.
Com isso, abordaremos aqui algumas dessas instituições que tem como
objetivo a transformação.
Delegacia da Mulher
Rua José Meza Mendonça,
São Bernardo do (11) 4368-2032
40 - Jardim do Mar 9h - 18h
Campo CEP 09750-390 (11) 4368-9980

Centro de Referência e Apoio à Mulher


Márcia Dangremon
R. Dr. Fláquer, 208 - 2°
São Bernardo do
Andar - Centro (11) 2630-7021
Campo 09710-180

Delegacia da Mulher - ABCDRRM


Rua Santa Rita de Cássia,
Diadema 42, Centro 9h - 18h (11) 4044-9224
CEP 09911-270

Praça Ministro Salgado


Santo André Filho, 674, Vila Guiomar 9h - 18h (11) 4432-2379
CEP 09071-140

Rua Campos Sales, 160,


Mauá Vila Bocaina 9h - 18h (11) 4514-1595
CEP 09310-040

41
Dia da Mulher - Por quê?

Capital - SP
1º Delegacia de Polícia Rua Vieira Ravasco, 26,
de Defesa da Mulher - Cambuci 24 horas (11) 3275-8000
Centro CEP 01518-030

Avenida Onze de Junho,


2º Delegacia de
89, fundos, Vila (11) 5084-2579
Polícia de Defesa da 9h - 18h
Clementino (11) 5081-5204
Mulher - Sul
CEP 04041-050
Avenida Corifeu de
3º Delegacia de
Azevedo Marques, 4300, 2º
Polícia de Defesa da 9h - 18h (11) 3768-4664
andar, Vila Lageado
Mulher - Oeste
CEP 05340-020

4º Delegacia de Avenida Itaberaba, 731, 1º


Polícia de Defesa da andar, Freguesia do Ó 24 horas (11) 3976-2908
Mulher - Norte CEP 02734-000

Rua Dr. Coryntho Baldoíno


5º Delegacia de
Costa, 400 - Parque São (11) 2293-3816
Polícia de Defesa da 24 horas
Jorge (11) 2941-9770
Mulher - Leste
CEP 03069-070
Rua Padre José de
6º Delegacia de
Anchieta, 138, Santo
Polícia de Defesa da 24 horas (11) 5687-4004
Amaro, SP
Mulher - Sul
CEP 04723-001

7º Delegacia de Rua Sábbado D’Ângelo, 64-


(11) 2071-3488
Polícia de Defesa da A, Itaquera 24 horas
Mulher - Leste CEP 08210-790 (11) 2071-4707

Avenida Osvaldo Valle


8º Delegacia de
Cordeiro, 190, Jardim
Polícia de Defesa da 24 horas (11) 2742-1701
Marília
Mulher - Leste
CEP 27421-701

9º Delegacia de Avenida Menotti Laudisio,


Polícia de Defesa da 286, Pirituba 9h - 18h (11) 3974-8890
Mulher - Oeste CEP 02045-000

42
Dia da Mulher - Por quê?

Mapa do Acolhimento
Somos uma rede de solidariedade que conecta mulheres que sofrem ou sofreram
violência de gênero. Há psicólogas e advogadas dispostas a ajudá-las de forma
voluntária.

E Agora, José?
O Programa “E Agora, José?” é um trabalho desenvolvido na ampliação e fortalecimento
da Rede de Proteção às mulheres e no desenvolvimento de projetos educacionais e de
formação para mulheres e homens, visando a equidade de gênero e investindo no
trabalho com homens autores de violência de gênero.

Promotoras Legais Populares - SBC


O Curso de Promotoras Legais Populares visa construir o empoderamento das mulheres
por meio do acesso à informação e a formação sobre a igualdade e o respeito aos seus
direitos, como cidadã. Tem como objetivo promover a autonomia das mulheres e a
busca dos seus direitos, visando também o fortalecimento da organização e da
participação nos movimentos sociais e na sociedade. O curso é realizado em parceria
entre entidades da sociedade civil e do poder público e é aberto a todas as mulheres.

https://proec.ufabc.edu.br/cursos/cursos-de-extensao/17-curso-de-promotoras-legais-populares-sbc

43
Dia da Mulher - Por quê?

A Busca por Referências

Moxie: Quando as garotas vão à luta (2021)


Moxie é um filme jovem que aborda o
feminismo na nova geração em um
contexto escolar. Apesar de ser um filme
leve, coloca em foco diversas questões de
extrema importância. https://cinepop.com.br/critica-moxie-quando-as-garotas-vao-a-luta-
filme-da-netflix-exalta-o-feminismo-jovem-nas-escolas-285940/

Violência contra a mulher: dados e definições


Um vídeo produzido pelo Politize! sobre
violência contra a mulher que traz diversos
dados importantissímos. Perfeito para
enviar para os amigos com pouco https://www.cliccamaqua.com.br/noticia/54917/na
o-se-cale-denuncie-a-violencia-contra-

conhecimento sobre o assunto.


mulheres.html

Por que dia da mulher? (playlist)


https://open.spotify.com/user/8aty27rv5kaudc0ch
kkxx30ny/playlist/24voZIcuooBLtpkROSdxxR?
si=NwjEahqwQpWdlo_EfnxsUg

Uma seleção de músicas feita


especialmente por nossa comunidade
editorial para você, com diversas cantoras
e músicas temáticas para você se inspirar.

44
Dia da Mulher - Por quê?

Uma Mulher Fantástica (2017)


Marina, uma mulher transgênero, vive um
relacionamento com Orlando, um homem
20 anos mais velho que deixou sua família
para ficar com ela. Após a morte súbita de
seu parceiro, Marina é confrontada pelos
parentes de Orlando, que lhe tratam com https://ims.com.br/filme/uma-mulher-fantastica/

preconceito e desconfiança.

Nise - O Coração da Loucura (2016)


Ao voltar a trabalhar em um hospital
psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro,
após sair da prisão, a doutora Nise da
Silveira (Gloria Pires) propõe uma nova
forma de tratamento aos pacientes que
sofrem da esquizofrenia, eliminando o http://www.adorocinema.com/filmes/filme-240724/

eletrochoque e lobotomia.

Estrelas Além do Tempo (2017)


1961. Em plena Guerra Fria, Estados Unidos
e União Soviética disputam a supremacia
na corrida espacial ao mesmo tempo em
que a sociedade norte-americana lida com
uma profunda cisão racial, entre brancos
e negros. Tal situação é refletida também http://www.adorocinema.com/filmes/filme-240724/

na NASA, onde um grupo de funcionárias


negras é obrigada a trabalhar a parte.

45
Dia da Mulher - Por quê?

Malala (2015)
O documentário coloca um olhar sobre os
eventos que aconteceram com Malala
Yousafzai, uma jovem paquistanesa
atacada pelo Talibã por falar sobre a
educação das mulheres e suas
consequências, incluindo seu discurso na http://www.adorocinema.com/filmes/filme-236619/

ONU.

O Conto de Aia (1985)


ambientada num Estado teocrático e

http://leitorcompulsivo.com.br/2017/08/15/resenha
totalitário em que as mulheres são vítimas

-o-conto-da-aia-margaret-atwood/
preferenciais de opressão, tornando-se
propriedade do governo, e o
fundamentalismo se fortalece como força
política, ganhou status de oráculo dos EUA
da era Trump.

The Handmaid's Tale (2017)


Adaptação do livro "O Conto de Aia", a série
The Handmaid´s Tale dá cor e solidez aos
assuntos e sentimentos abordados em seu
livro de origem, a série ainda está em
produção e se encontra na 4ª temporada
(2021). http://www.adorocinema.com/series/serie-20677/

46
Dia da Mulher - Por quê?

Hibisco Roxo (2003)


A voz de “Hibisco Roxo” é dada a Kambili,
uma adolescente tímida, sem amigos, que
mal consegue formar frases distintas e
completar diálogos com aqueles que se
aproximam dela. O motivo disso, fica claro
logo nas primeiras páginas, o regime de
tirania, opressão e extrema violência
dentro da sua casa. Beatrice (a mãe) é
submissa e se rende a todas as vontades
do marido, assim como os filhos — Jaja o
mais velho e a caçula Kambili. Mãe e filhos
são reféns do fanatismo religioso do pai. https://www.literalmenteuai.com.br/resenha-
hibisco-roxo-chimamanda-ngozi-adichie/

Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil (2011)


Entre 2001 e 2010, a ativista e feminista
negra Sueli Carneiro produziu inúmeros
artigos publicados na imprensa brasileira.
Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil
reúne, pela primeira vez, os melhores
textos desse período. Neles, a autora nos
convida a refletir criticamente a
sociedade brasileira, explicitando de
forma contundente como o racismo e o
sexismo têm estruturado as relações https://www.edufscar.com.br/farol/edufscar/produ

sociais, políticas e de gênero. to/racismo-sexismo-e-desigualdade-no-


brasil/1331912/

47
Dia da Mulher- Por quê?

Respostas
Quiz Você é machista? (p. 22 )
Resposta: Com certeza você disse sim para pelo menos uma das
questões. Todos nós somos machistas. O machismo é estrutural, ou
seja, é cultural e pertencente à nossa sociedade, tendo sido
normalizado por muitas décadas. Tenho certeza de que agora você irá
repensar muitas dessas falas.

Quiz Lei Maria da Penha (p. 25 )


1. D

2. Verdadeiro. De acordo com o juiz Mário Roberto Kono de


Oliveira, mesmo que a Lei tenha sido criada com foco na
proteção da mulher, ela pode ser aplicada também para
proteger o homem, dependendo então da interpretação do juiz
a lei poderá ser aplicada.

3.Verdadeiro

4.Falso

5.Verdadeiro

48
Dia da Mulher- Por quê?

Quem somos?

PIBID - Metalúrgico - UFABC


O PIBID- UFABC é o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da
Universidade Federal do ABC. Em parceira com escolas da região, como a E.E. Luís dos
Santos, Metalúrgico. O PIBID permite que estudantes da licenciatura tenham experiências na
sala de aula sob supervisão de docentes da rede pública. Desenvolvemos diversos projetos
nas escolas para experienciar as salas de aulas, os diversos espaços e modos de existir
dentro de uma escola. Nós queremos que estudantes do Metalúrgico saibam que somos um
elo com as universidades e que esse sonho é possível!

Caroline Lucena
Tenho 22 anos e curso Bacharelado em Ciências e
Humanidades na UFABC desde 2019. Entrei como bolsista do
PIBID em 2020. Meu objetivo é devolver pra comunidade
aquilo que um dia me beneficiou e tentar ajudar de alguma
forma as pessoas que se parecem comigo.

Gabriella Masi Lunardelli


Tenho 22 anos. Em 2017 ingressei na UFABC, com cotas de
renda e para estudantes de escolas públicas. Curso filosofia.
Participo do PIBID. Meu objetivo agora é mostrar para os
estudantes da escola pública a importância da filosofia e que
ela pode ser divertida e interessante

Milena Gonçalves Ludwig


Tenho 22 anos, sou mestranda em Relações Internacionais na
USP. Graduanda do Bacharelado em Relações Internacionais
da UFABC. Depois de ingressar na UFABC em 2016, vinda de
uma escola pública, me dediquei à carreira acadêmica: fiz
duas iniciações científicas, participei do Observatório de
Política Externa, Grupo de Estudos do Sul Global e fundei o
Literando - Clube Literário da UFABC. Ex-bolsista do PIBID e
bolsista CAPES no mestrado em Relações Internacionais na
USP.

49
Dia da Mulher- Por quê?

Nathalia de Oliveira
Tenho 29 anos. Sou Supervisora PIBID, Professora de Filosofia e
Professora Coordenadora de área na E.E Luís dos Santos,
Metalúrgico. Sou também Mestranda em Filosofia na UFABC,
Diretora de Relações Pedagógicas da APROFFIB, Especialista em
Ensino de Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos
(2019) e Licenciada em Filosofia pela Universidade Metodista de
São Paulo (2014). Fui estudante bolsista do subprojeto de
Filosofia no PIBID Metodista de 2012 à 2014.

Nicole de Paula Cerqueira


Tenho 18 anos, sou ingressante de 2020 no curso de
Licenciaturas em Ciências Humanas da UFABC. Minha vontade de
participar do PIBID veio quando me lembrei da fala de uma
professora muito importante pra mim e me dei conta da
importância da troca entre alunos e professores.

Pedro Augusto da Costa


Tenho 20 anos, sou aluno ingressante da Licenciatura em
Ciências e Humanidades da UFABC, bolsista do PIBID e venho
direto de uma graduação de Filosofia na Universidade São Judas
Tadeu.
Com origem em escola pública, o meu amor pela educação surge
diante de uma necessidade que toma conta de mim enquanto
sujeito e ao mesmo tempo da crença de que através da
educação poderei transformar pessoas, para que um dia essas
pessoas possam transformar o mundo.

Weslley Dias Gomes


Tenho 23 anos e sou estudante da Universidade Federal do ABC.
Atualmente no ano de 2021 faço parte da monitoria inclusiva
voltada para alunos PcD, representação discente da COPA e por
fim, o maravilhoso PIBID. Sempre estudei em escola pública e
desde o meu ingresso na UFABC venho buscando meios e formas
de propagar todo o conhecimento recebido nessa instituição
para a periferia, um ambiente no qual o acesso à educação de
qualidade deveria ser prioridade.

Alan Moreno Silva


Alan Santos, graduado em petroleo e gás pela faculdade São
Judas, e graduando em Ciências e Humanidades pela
Universidade Federal do ABC.

50
Dia da Mulher- Por quê?

Referências Bibliográficas

A guerreira que viveu no Brasil e preferiu a morte a escravidão. Observatório do terceiro setor,
24/01/2018, disponível em:
https://www.google.com/amp/s/observatorio3setor.org.br/noticias/dandara-guerreira-queviveu-no-
brasil-e-preferiu-morte-a-escravidao/amp/ Acesso em 28 de março de 2021

Anita Malfatti. Enciclopédia Itaú Cultural 01/02/2021, disponível em:


http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8938/anita-malfatti Acesso em 28 de março de 2021

Angela Davis. Mulheres, raça e classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016

BEAUVOIR, Simone. O Segundo sexo – fatos e mitos; tradução de Sérgio Milliet. 4 ed.
São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1949

Carolina Maria de Jesus. Literafro, 01/04/2020, disponível em:


https://m.brasilescola.uol.com.br/literatura/carolina-maria-jesus.htm Acesso em 28 de março de 2021

Carolina Maria de Jesus. Pedro Sevylla, 20/05/2017, disponível em: https://pedrosevylla.com/carolina-


maria-jesus/ Acesso em 19/05

Carolina Iara. Híbrida, A covereadora de São Paulo, Carolina Iara (PSOL) 19/01/2021, disponível em:
https://revistahibrida.com.br/2021/01/29/visibilidade-trans-13-artistas-ativistas-e-influenciadores-
para-conhecer/caroliara/

Ciclo da violência. Instituto Maria da Penha (IMP). Disponível


em:https://www.institutomariadapenha.org.br/violencia-domestica/ciclo-da-violencia.html. Acesso em
24 de março de 2021.

CISNE, Mirla. Gênero, divisão sexual do trabalho e serviço social. 1. ed. São Paulo: Outras Expressões, 2012.

Djamila Ribeiro. Isto é, Filósofa Djamila Ribeiro faz boletim de ocorrência após ameaças contra a filha
28/07/2020, disponível em: https://istoe.com.br/djamila-ribeiro-vai-representar-o-twitter-no-mp-apos-
filha-receber-ameaca/ acesso em 19/05/2021

51
Dia da Mulher- Por quê?

Dona Ivone Lara. Terra, Rainha do samba, Dona Ivone Lara morre aos 97 anos
17/04/2018, disponível em:https://www.terra.com.br/diversao/musica/aos-97-anos-morre-no-rio-
dona-ivone-lara,cfda44673ba1a565d482e17f4c4aad37im4xe1tw.html acesso em 19/05/2021

Erika Hilton. elástica, Eu sou uma sobrevivente 13/11/2020, disponível em:


https://elasticaoficial.com.br/especiais/erika-hilton-vereadora-negra-trans/

FEDERICI, Silvia. "O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista", Tradução
Coletivo Sycorax.

Hibisco Roxo – Chimamanda Ngozi Adichie, Literalmente Uai, 13/09/2017 disponível em:
https://www.literalmenteuai.com.br/resenha-hibisco-roxo-chimamanda-ngozi-adichie/

Homem, Maria., & Calligaris, Contardo. (2019). Coisa de menina? Uma conversa sobre gênero,
sexualidade, maternidade e feminismo. Campinas, SP: Papirus 7 Mares. (Coleção Papirus Debates)

HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir. A teoria como prática libertadora. Editora: WMF MARTINS FONTES,
2017, p. 83 – 102.

Jerá Guarani. Maranha, Cartografia de Direitos Humanos 2017, disponível em: acesso em 19/05/2021

JESUS, Carolina Maria. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2005.

LOURO, Guacira. L. 1996, p. 34. Disponível em http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/professora-guacira-


lopes-louro-recebe-premio-paulo-freire-1

Malala. Adoro Cinema, disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-236619/ Acesso em 26


de março de 2021 Nenhuma mulher deve sofrer sozinha. Mapa do Acolhimento, Disponível em:
https://www.mapadoacolhimento.org/ Acesso em 28 de março de 2021

Nise - O coração da Loucura. Adoro Cinema, disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-


240724/ Acesso em 26 de março de 2021

Pagu, primeira presa política do Brasil. Mundo educação, disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/pagu-primeira-presa-politica brasil.htm Acesso em
28 de março de 2021

52
Dia da Mulher- Por quê?

Resenha: O conto da Aia - Margaret Atwood. Leitor compulsivo, disponível em:


http://leitorcompulsivo.com.br/2017/08/15/resenha-o-conto-da-aia-margaret-atwood/

Tipos de violência contra las mujeres. Ayuda en Accíon, 05/07/2018. Disponível em:
https://ayudaenaccion.org/ong/blog/mujer/tipos-violencia-mujeres/ Acesso em 29 de março de 2021

Tipos de violência. Instituto Maria da Penha (IMP). Disponível em:


https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/tipos-de-violencia.html Acesso em 29 de março de
2021

Uma mulher fantástica. IMS. Disponível em: https://ims.com.br/filme/uma-mulher-fantastica/. Acesso


em 26 de março de 2021

53
DIA DA MULHER - Por quê?
Este material foi pensado especialmente por nós do PIBID, para
colocar em pauta assuntos muito importantes, mas
infelizmente não tão discutidos quanto deveriam ser:
machismo, abuso e opressão.
Apesar de dar uma atenção especial à violência contra a
mulher, é importante lembrar que qualquer pessoa, de
qualquer gênero pode sofrer os abusos aqui mencionados. A
violência pode ocorrer de diversas formas e esperamos que o
uso deste material facilite o seu reconhecimento. Desejamos
também ajudar as pessoas a analisar sua realidade e a si
mesmas e a questionar os comportamentos e os ideais que
sustentam a nossa sociedade.

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