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FEV/2003
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CONTEÚDO
1. OBJETIVO
2. REFERÊNCIAS
3. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
4. ESTUDOS HIDROLÓGICOS
5. DETERMINAÇÃO DOS HIDROGRAMAS DE PROJETO
6. ASPECTOS FINAIS
7. ANEXO
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1. OBJETIVO
Este relatório tem por objetivo apresentar os estudos hidrológicos realizados para a
determinação dos hidrogramas das cheias da bacia do córrego Água do Sobrado até o ponto de
inserção da futura barragem de detenção de águas pluviais, atendendo às diretrizes da SEPLAN
– Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de Bauru.
2. REFERÊNCIAS
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3 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
O município de Bauru está distante 345 km de São Paulo, localizando no centro-oeste do
Estado, sendo que os principais acessos são as Rodovias Castello Branco (SP-280) e Mal.
Rondon (SP-300).
Ocupa uma área territorial de 702 Km2, localizando-se na latitude 25,2931472 e na longitude
49,06056. De acordo com último censo do IBGE de 2000, a população residente é de 315.835
habitantes, sendo que 90 % é urbana.
Faz divisa com os municípios de Reginópolis (Norte), Pederneiras (Leste), Arealva (Nordeste),
Avaí (Noroeste), Agudos (Sul) e Piratininga (Sudeste).
No entrocamento rodoviário, com as vias duplicadas, o município coloca o centro do Estado em
comunicação com a Alta Paulista, Alta Noroeste e Alta Sorocabana, além do Sul do Mato Grosso
do Sul e norte do Paraná. È pólo do setor comercial, industrial e de prestação de serviços.
Bauru drena suas águas para duas bacias hidrográficas que dividem o município: a do rio
Batalha, ocupando 504,7 km2 (cerca de 74,3 % da área territorial), conhecida regionalmente
como Bacia Tietê- Batalha e a do rio Bauru, conhecida como Bacia Tietê-Jacaré, ocupando
174,67 km2 (cerca de 25,7 % da área territorial), sendo que este intercepta o município,
desembocando no rio Tietê.
A bacia do córrego Água do Sobrado, afluente da margem direita do Rio Bauru, está localizada
no setor central na região metropolitana de Bauru, drenando uma área aproximada de 6,08 km 2.
Trata-se de uma região em processo crescente de urbanização, com predominância de
ocupação residencial, pequeno comércio localizado e expansão de loteamentos de loteamentos.
Em termos fisiográficos, a bacia tem a forma alongada, onde a extensão do talvegue principal é
da ordem de 4,10 km , com o desnível geométrico entre a foz e a cabeceira em torno de 95,00
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Os locais que representam a foz e a cabeceira de cada sub-bacia serão denominadas de nós.
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4 ESTUDOS HIDROLÓGICOS
Para obtenção dos dados de pluviometria, foi utilizada a equação de chuvas desenvolvida por
Félix Mero para o DAEE para o município de Bauru, com base nas informações do posto do IAG:
Onde:
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R = 100 x [1-(1-(1/T))n]
Onde:
R risco em porcentagem;
T período de retorno
n vida útil da obra em anos.
Exemplo:
Considerando a vida útil das obras de 50 anos, então a probabilidade de ocorrência de chuvas
com período de retorno de 100 anos é de 39%. Quanto maior a vida útil da obra, maior a
probabilidade de ocorrência de chuvas com intensidade igual ou superior daquela determinada
em projeto.
Para período de retorno de 1000 anos este risco cai para quase 5 %. Em caso de haver over top,
certamente a barragem irá romper, trazendo inúmeros prejuízos para o município.
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Ao longo do tempo, sabe-se que ocorrem grandes variações das chuvas durante um
determinado evento. Desta forma, a distribuição temporal das chuvas não é uniforme.
Com a finalidade de representar esta distribuição, podemos construir o hietograma, que pode ser
adimensional ou em forma de barras.
O hietograma de projeto é uma série de precipitações que são capazes de provocar a cheia de
projeto, a maior enchente para o qual a obra deva ser projetada. O mesmo será determinado
através da metodologia de Huf 2º. quartil.
Figura 2 – Método de Huf 2º. Quartil – Hietograma de projeto para TR = 100 anos
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Tempo de concentração é o tempo em que a chuva, que cai no ponto mais distante da seção
considerada de uma bacia, demora para atingir esta seção no trecho final. O tempo de
concentração mede o tempo que leva para que toda a bacia contribua para o escoamento
superficial na seção considerada.
No nosso caso, as sub-bacias do córrego Água do Sobrado foram sub-divididas em três: SB-1,
SB-2 e SB-3.
Apesar dos inúmeros processos para determinação do tempo de concentração, optamos por
utilizar a fórmula do “California Culverts Practice” de 1942:
Onde:
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onde :
Q – escoamento superficial direto em mm;
P – precipitação em mm;
S – retenção potencial do solo em mm.
CN = 1000
10 + (S / 25,4)
onde :
CN é denominado de “número de curva”, variando entre 0 e 100.
Este parâmetro depende do tipo de solo, condições de uso e ocupação do solo e
da umidade antecedente.
O SCS distingue em seu método, quatro grupos hidrológicos de solos :
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GRUPO A – Solos arenosos com baixo teor de argila total, inferior a 8 % , não
havendo rocha, nem camadas argilosas e nem mesmo densificadas até a
profundidade de 1,50 m. O teor de húmus é muito baixo, não atingindo 1%.
GRUPO B – Solos arenosos menos profundos que os do GRUPO A e com
menor teor de argila total, porém ainda inferior a 15 %. No caso de terras roxas,
esse limite pode subir a 20 % graças à maior porosidade. Os dois teores de
húmus podem subir, respectivamente, a 1,2 e 1,5 %. Não pode haver pedras e
nem camadas argilosas até 1,50 m, mas é, quase sempre, presente camada
mais densificada que a camada superficial.
GRUPO C – Solos barrentos com teor total de argila de 20 a 30 % , mas sem
camadas argilosas impermeáveis ou contendo pedras até profundidades de 1,20
m. No caso de terra roxas, esses dois limites máximos podem ser de 40 % e 1,5
m. Nota-se a cerca de 60 cm de profundidade , camada mais densificada que no
GRUPO B, mas ainda longe das condições de impermeabilidade.
GRUPO D – Solos argilosos (de 30 a 40% de argila total) e ainda com camada
densificada a uns 50 cm de profundidade. Os solos arenosos como B, mas com
camada argilosa quase impermeável, ou horizonte de seixos rolados.
Obs. : Através de tabelas específicas têm-se os valores de CN para diferentes
tipos e ocupação de solo.
O método do SCS distingue três condições de umidade antecedente do solo:
CONDIÇÃO I – Solos secos – as chuvas, nos últimos cinco dias, não
ultrapassaram 15 mm.
CONDIÇÃO II – Situação média na época das cheias – as chuvas, nos últimos
cinco dias, totalizaram de 15 a 40 mm.
CONDIÇÃO III – Solo úmido – as chuvas, nos últimos cinco dias, foram
superiores a 40 mm, e as condições meteorológicas foram desfavoráveis a altas
taxas de evaporação.
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Zonas industriais 81 88 91 93
Zonas residenciais
Lotes de (m2) (%) média impermeável
<500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84
Arruamentos e estradas
asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
paralelepípedos 76 85 89 91
terra 72 82 87 89
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5. HIDROGRAMAS DE PROJETO
Neste item, serão apresentados os hidrogramas de projeto no nó 2 referentes às condições
anteriores da ocupação da bacia, ou seja, onde a parcela permeável é de 100 % e aqueles
representativos prevendo-se a urbanização da bacia em taxa 70% para a parcela impermeável,
para um horizonte de 20 anos, não considerando o efeito de armazenamento do reservatório.
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TR = 25 ANOS
TR = 50 ANOS
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TR = 100 AN0S
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TR = 10 ANOS
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TR = 25 ANOS
TR= 50 ANOS
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Quadro 6 – Dados dos hidrogramas da bacia Água do Sobrado com ocupação de 70 % (Nó 2)
TR (ANOS) Qafl. (m3/s) Qefl. (m3/s)
10 44,04 23,62
25 58,17 31,50
50 69,05 37,76
100 80,10 44,01
O que se percebe é grade aumento das vazões pico, conforme apresentado no quadro abaixo:
Quadro 7 – Dados comparativos entre as vazões pico antes e após a ocupação da bacia,
TR Qantes Qapós Aumento
(anos) (m3/s) (m3/s) (%)
10 5,88 23,62 502
25 10,88 31,50 390
50 15,26 37,76 347
100 20,04 44,01 320
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O volume do reservatório será determinado tomando-se como premissa que a vazão efluente
para TR = 100 anos não poderá ser superior à vazão afluente para TR = 25 anos sem a
implantação do reservatório.
Conforme indicado no quadro 6 deste relatório, a vazão afluente para TR = 25 anos é igual a
58,17 m3/s e a vazão efluente para TR = 100 anos é igual a 44,01 m 3/s, compatível portanto com
a premissa de projeto.
A barragem será dimensionada de tal forma que a vazão afluente centenária deverá ser
amortecida de tal forma que a vazão efluente corresponda ao período de retorno de 25 anos e
que ainda possa ser escoada pela galeria celular quadrada, de dimensão 3,00 m, executada na
Av. Maria Lucia Vieira.
Com estas premissas, foram realizadas três simulações, partindo-se das seguintes dimensões
das estruturas de controle de vazão:
1ª.) Descarregador de fundo quadrado: 1,50 x 1,50 m e vertedor retangular de largura 4,00 m.
2ª.) Descarregador de fundo quadrado : 1,80 x 1,80 m e vertedor retangular de largura 2,00 m.
3ª.) Descarregador de fundo quadrado : 1,80 x 1,80 m e vertedor de largura 3,00 m.
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Cada simulação levou em consideração a condição de altura a ser imposta para a crista da
barragem, estimando-se o NA máximo (TR = 100 anos) e NA máximo maximorum (TR = 1000
anos). Partindo-se destas premissas, tem-se no quadro 6 abaixo os resultados das vazões
amortecidas e os respectivos níveis d´água:
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A 1ª. alternativa, com descarregador de fundo de dimensões (1,50 x 1,50) m é viável, porém,
devido às dimensões reduzidas deste orifício e à sua extensão (60 m), seria mais difícil a
limpeza e manutenção do mesmo. Além disto, o vertedor com largura de 4,00 m teria que ser
construído um pilar no centro, prejudicando a performance hidráulica.
A 3ª. alternativa, com descarregador de fundo de dimensões (1,80 x 1,80)m e vertedor com
largura de 3,00 m, indica uma situação em que NA max maximorum atingiria a cota 534,68 m. Desta
forma, a barragem poderia ser implantada com a cota 535,00 m na crista, prevendo-se ainda
uma mureta de segurança com 0,50 m de altura. A cota de fundo do orifício parte de 526,69 m e
o vertedor será implantado com a soleira na cota 531,00 m.
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Com a redução da vazão centenária (Q ef,100 = 44,47 m3/s) em 45 %, é possível que a mesma seja
escoada pela galeria da Rua Maria Lúcia Vieira, apesar do regime de escoamento ser
supercrítico (ver cálculo hidráulico no item 7 – Anexo).
A situação final para a bacia do córrego Água do Sobrado indica as seguintes vazões:
Quadro 13 – Situação final das vazões nos nós
TR (anos) NÓS / VAZÕES (m3/s)
2 3 4
10 23,62 43,61 45,95
25 31,51 58,14 61,12
50 37,89 69,89 72,72
100 44,11 80,90 84,84
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6. ASPECTOS FINAIS
A barragem do córrego Água do Sobrado foi projetada para reservatório de detenção de águas
pluviais, amortecendo os picos dos hidrogramas de jusante, mitigando os problemas de
inundação da Av. Alfredo Maia.
O projeto foi concebido com um descarregador de fundo e um vertedor de emergência,
posicionados nas cotas 525,69 m e 531,00 m respectivamente. Em seu trecho de montante, o
descarregador prolonga-se por 4 m, projetando-se para fora da saia da barragem. Esta condição
permitirá que futuramente seja incorporado à esta estrutura um vertedor do tipo Tulipa, passando
então o reservatório de detenção para retenção.
Foram previstas estruturas de dissipação de energia cinética no final de cada estrutura, bem
como a proteção com enrocamento no talude da barragem.
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7. ANEXO
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2.4 8 m
3.0 0 m
V:1
H:1
NT S
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