Você está na página 1de 30

LINEAR

Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

ESTUDOS HIDROLÓGICOS PARA DETERMINAÇÃO DOS HIDROGRAMAS DAS CHEIAS DO


CÓRREGO ÁGUA DO SOBRADO NO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DA FUTURA BARRAGEM
DE DETENÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

FEV/2003

_________________________________________________________________________ 1
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

CONTEÚDO

1. OBJETIVO
2. REFERÊNCIAS
3. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
4. ESTUDOS HIDROLÓGICOS
5. DETERMINAÇÃO DOS HIDROGRAMAS DE PROJETO
6. ASPECTOS FINAIS
7. ANEXO

_________________________________________________________________________ 2
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

1. OBJETIVO

Este relatório tem por objetivo apresentar os estudos hidrológicos realizados para a
determinação dos hidrogramas das cheias da bacia do córrego Água do Sobrado até o ponto de
inserção da futura barragem de detenção de águas pluviais, atendendo às diretrizes da SEPLAN
– Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de Bauru.

2. REFERÊNCIAS

Para elaboração deste relatório, foram utilizadas as seguintes referências:


2.1 Desenhos
a) Planta – Perímetro Urbano e Expansão de Bauru – Escala 1:20.000;
b) Levantamento aerofotogramétrico – esc..
2.2 Bibliografia:
a) Modelos Hidrológicos – Carlos E. M. Tucci;
b) Diretrizes Básicas para Projetos de Drenagem Urbana no Município de São Paulo -
FCTH;
c) Hydrologic Analysis and Design – Richard McCuen;
2.3 Modelos Computacionais
a) CABC 2002– Análise de Bacias Complexas- FCTH/EPUSP;
b) Modelo HEC–Ras – Estimativa das cotas de inundação.

_________________________________________________________________________ 3
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

3 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
O município de Bauru está distante 345 km de São Paulo, localizando no centro-oeste do
Estado, sendo que os principais acessos são as Rodovias Castello Branco (SP-280) e Mal.
Rondon (SP-300).
Ocupa uma área territorial de 702 Km2, localizando-se na latitude 25,2931472 e na longitude
49,06056. De acordo com último censo do IBGE de 2000, a população residente é de 315.835
habitantes, sendo que 90 % é urbana.
Faz divisa com os municípios de Reginópolis (Norte), Pederneiras (Leste), Arealva (Nordeste),
Avaí (Noroeste), Agudos (Sul) e Piratininga (Sudeste).
No entrocamento rodoviário, com as vias duplicadas, o município coloca o centro do Estado em
comunicação com a Alta Paulista, Alta Noroeste e Alta Sorocabana, além do Sul do Mato Grosso
do Sul e norte do Paraná. È pólo do setor comercial, industrial e de prestação de serviços.
Bauru drena suas águas para duas bacias hidrográficas que dividem o município: a do rio
Batalha, ocupando 504,7 km2 (cerca de 74,3 % da área territorial), conhecida regionalmente
como Bacia Tietê- Batalha e a do rio Bauru, conhecida como Bacia Tietê-Jacaré, ocupando
174,67 km2 (cerca de 25,7 % da área territorial), sendo que este intercepta o município,
desembocando no rio Tietê.

A nascente do rio Bauru localiza-se na antiga Fazenda Fortaleza (recentemente loteada no


Bairro Lago Sul) onde é chamado de córrego Água da Ressaca. Na zona sul da cidade encontra-
se com o Córrego Água da Forquilha e a partir daí é chamado Rio Bauru.Seus principais
afluentes são os córregos Água da Ressaca, Água da Forquilha, Água do Sobrado, da Grama,
Água do Castelo, Barreirinho, Vargem Limpa, Água das Flores e Ribeirão Vargem Limpa.

A bacia do córrego Água do Sobrado, afluente da margem direita do Rio Bauru, está localizada
no setor central na região metropolitana de Bauru, drenando uma área aproximada de 6,08 km 2.
Trata-se de uma região em processo crescente de urbanização, com predominância de
ocupação residencial, pequeno comércio localizado e expansão de loteamentos de loteamentos.
Em termos fisiográficos, a bacia tem a forma alongada, onde a extensão do talvegue principal é
da ordem de 4,10 km , com o desnível geométrico entre a foz e a cabeceira em torno de 95,00

_________________________________________________________________________ 4
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

m. O trecho de cabeceira encontra-se nas proximidades no divisor da bacia do Rio Batalha,


aproximadamente na cota 600,00 m. A foz, já no rio Bauru, apresenta a cota em torno de 505,00
m. A declividade média do álveo está próxima de 2,30 %.
Para melhor identificação desta sub-bacia, discretizamos a mesma em três sub-bacias,
denominadas SB1, SB2 e SB3 (ver ilustração 1), cujas características físicas estão apresentadas
na tabela a seguir:
Quadro 1 – Características físicas da bacia Água do Sobrado
SUB-BACIA NÓ EXT. DO TALVEGUE DIFERENÇA DE ÁREA DE CONTRIB.
(m) COTAS (m) (Km2)
SB1 2 1.600 33 3,60
SB2 3 1.500 15 2,18
SB3 4 500 7 0,30
Os dados destas sub-bacias foram registrados no modelo CABC, conforme a configuração
projetada na tela do modelo:
Figura 1- Projeção em tela da discretização das sub-bacias

Os locais que representam a foz e a cabeceira de cada sub-bacia serão denominadas de nós.

_________________________________________________________________________ 5
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

O nó 1 corresponde à cabeceira do córrego Água do Sobrado. O nó 2 indica a posição do


reservatório a ser gerado pela construção da barragem.
O nó 3 encontra-se nas proximidades das rua Wenceslau Brás e Bernardino de Campos.
O nó 4 corresponde à foz do córrego, imediatamente antes do desemboque no rio Bauru,
próximo à Av. Alfredo Maia.
Assim, o local escolhido para a implantação do eixo da barragem representa quase 60 % da área
total da sub-bacia do córrego Água do Sobrado.
Conforme orienta o projeto básico fornecido pela Seplan, a crista da barragem será utilizada
como prolongamento da Av. Profa. Noracylde de Lima, unindo esta com a rua Alice A. Marques e
promovendo a interligação de bairros, tais como a Vila Celina e Vila Ipiranga.
Atualmente, o córrego Água do Sobrado apresenta-se em condições naturais, onde em seu
percurso observa-se grande número de focos erosivos nas margens e elevada taxa de
sedimentação.
Na pesquisa de campo, observamos a existência de algum sistema de micro-drenagem, em
particular nas Ruas Bernardino de Campos, Regente Feijó, Wenceslau Braz, Siqueira Campos,
Saldanha da Gama, Miguel Couto, Antônio Ponce, Agostinho Sanches, Pascoal Abiuzzi, Mário
Gonzaga, Genkiti Takahashi, Shimpei Okiyama, Mara Lucia Vieira entre outras, que acabam
representando um baixíssimo porcentual em relação à área total da sub-bacia.

_________________________________________________________________________ 6
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

4 ESTUDOS HIDROLÓGICOS

4.1 Equação de chuvas

Para obtenção dos dados de pluviometria, foi utilizada a equação de chuvas desenvolvida por
Félix Mero para o DAEE para o município de Bauru, com base nas informações do posto do IAG:

Para chuvas com 10  t  4320 min:

h t,T =(t+15)-0,719 {13,57 – 4,17 lnln (T/(T-1))}

Onde:

h t,T  altura pluviométrica (em mm), da duração da chuva t correspondente ao período de


retorno T;

t  duração da chuva em minutos;

T  período de retorno em anos.

Em projetos de macrodrenagem utiliza-se normalmente o período de retorno igual a 25 anos, em


função do risco de ocorrência de eventos iguais ou superiores a este. Sendo uma barragem de
terra, os riscos deverão ser os menores possíveis, onde as estruturas de controle de vazão
serão dimensionadas para TR =100 anos e ainda verificadas para eventos iguais ou inferiores a
1000 anos. Para melhor exemplificarmos o critério de risco, suponhamos que a vida útil das
obras da barragem do shopping seja de 50 anos. O risco é medido pela equação a seguir:

_________________________________________________________________________ 7
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

R = 100 x [1-(1-(1/T))n]

Onde:

R  risco em porcentagem;
T  período de retorno
n  vida útil da obra em anos.

Com esta equação, podemos montar o quadro abaixo:

Quadro 2 – Risco e Probabilidades


TR VIDA ÚTIL DA OBRA (anos)
(anos) 2 5 25 50 100
RISCO (%)
2 75 97 99,9 99,9 99,9
5 36 67 99,9 99,9 99,9
10 19 41 93 99 99,9
25 8 18 64 87 98
50 4 10 40 64 87
100 2 5 22 39 63
1000 0,2 0,5 2,5 4,9 9,5

Este quadro apresenta a seguinte informação:

Exemplo:

Considerando a vida útil das obras de 50 anos, então a probabilidade de ocorrência de chuvas
com período de retorno de 100 anos é de 39%. Quanto maior a vida útil da obra, maior a
probabilidade de ocorrência de chuvas com intensidade igual ou superior daquela determinada
em projeto.

Para período de retorno de 1000 anos este risco cai para quase 5 %. Em caso de haver over top,
certamente a barragem irá romper, trazendo inúmeros prejuízos para o município.

_________________________________________________________________________ 8
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

4.2 Distribuição temporal - hietograma de projeto

Ao longo do tempo, sabe-se que ocorrem grandes variações das chuvas durante um
determinado evento. Desta forma, a distribuição temporal das chuvas não é uniforme.
Com a finalidade de representar esta distribuição, podemos construir o hietograma, que pode ser
adimensional ou em forma de barras.

O hietograma de projeto é uma série de precipitações que são capazes de provocar a cheia de
projeto, a maior enchente para o qual a obra deva ser projetada. O mesmo será determinado
através da metodologia de Huf 2º. quartil.

No nosso caso, a duração da chuva máxima será de 2 horas, discretizando em intervalos


regulares de 10 minutos. A figura 2 apresentada a seguir, indicam o dados referentes ao
hietograma de projeto:

Figura 2 – Método de Huf 2º. Quartil – Hietograma de projeto para TR = 100 anos

_________________________________________________________________________ 9
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

4.3 Distribuição espacial

Devido à dimensão da bacia em questão (6,08 km 2) e das características climáticas e


topográficas da região, as precipitações registradas no posto do IAG foram consideradas
representativas para a área desta bacia.

4.4 Tempo de concentração

Tempo de concentração é o tempo em que a chuva, que cai no ponto mais distante da seção
considerada de uma bacia, demora para atingir esta seção no trecho final. O tempo de
concentração mede o tempo que leva para que toda a bacia contribua para o escoamento
superficial na seção considerada.
No nosso caso, as sub-bacias do córrego Água do Sobrado foram sub-divididas em três: SB-1,
SB-2 e SB-3.

Apesar dos inúmeros processos para determinação do tempo de concentração, optamos por
utilizar a fórmula do “California Culverts Practice” de 1942:

Tc= 57 x L1,155 x H-0,385

Onde:

Tc  tempo de concentração em horas;

L  extensão do talvegue da bacia em km;

H  diferença de cotas entre os nós da cabeceira e da foz da bacia, em m.

Quadro 3 – Tempo de concentração de cada bacia.

SUB-BACIA NÓ EXT. DO TALVEGUE DIFERENÇA DE TEMPO DE


(m) COTAS (m) CONCENTRAÇÃO. (h)
SB1 2 1.600 33 0,391
SB2 3 1.500 15 0,535
SB3 4 500 7 0,202

_________________________________________________________________________ 10
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

4.4 Volume a ser armazenado no reservatório (Vr)


O volume a ser armazenado temporariamente no reservatório será inicialmente estimado
utilizando-se quatro parâmetros, considerando o período de retorno de 25 anos:
1º.) Utilizando-se a taxa de 508 m3/ha:
Considerando a área de 3,60 Km2 , ou 360 ha, o volume a ser reservado seria de:
Vr = 508 x 360 = 182.880 m3

2º.) Utilizando-se a altura de chuva de 4 cm em toda a área da bacia:


Vr = 360 x 10.000 x 0,04 = 144.000 m3

3º.) Utilizando-se a função Gama


Vr = (2 x  / n) 0,5 x ip. it
Onde:
n  fator de aspecto (n=8);
ip  vazão máxima do hidrograma de entrada (m 3/s);
tp tempo de pico do hidrograma afluente (s).
Para TR = 25 anos, teríamos:
ip = 88,68 m3/s
tp = 1,19 h

Vr = (2 x 3,14 / 8) 0,5 x 88,68 x 1,19 x 60 x 60 = 336.597 m3

Há muita discrepância entre os valores encontrados. O volume será determinada através do


routing do reservatório, de tal forma que a vazão efluente centenária amortecida seja reduzida
substancialmente e suficiente para escoar pela galeria da Av. Maria Lúcia Vieira, com dimensões
3,00 x 3,00 m e declividade longitudinal de 1%.

_________________________________________________________________________ 11
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

4.5 Determinação dos hidrogramas: Método do Soil Conservation Service (SCS).


A metodologia utilizada para este fim foi a do hidrograma sintético do “Soil
Conservation Service (SCS)”.
O método do Soil Conservation Service (SCS) é aplicável quando não se dispõe
de dados hidrológicos locais. Este método foi adaptado para os tipos de solos do
estado de São Paulo pela FCTH/USP.
Para determinação da precipitação excedente, o SCS propõe a seguinte
fórmula:

Q = (P – 0,2.S )2 , com P >0,2.S


P + 0,8.S

onde :
Q – escoamento superficial direto em mm;
P – precipitação em mm;
S – retenção potencial do solo em mm.

O valor de S depende do tipo e da ocupação do solo e pode ser determinado


através de tabelas.
Para facilitar a solução da equação acima, faz-se a seguinte mudança de
variável:

CN = 1000
10 + (S / 25,4)
onde :
CN é denominado de “número de curva”, variando entre 0 e 100.
Este parâmetro depende do tipo de solo, condições de uso e ocupação do solo e
da umidade antecedente.
O SCS distingue em seu método, quatro grupos hidrológicos de solos :

_________________________________________________________________________ 12
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

GRUPO A – Solos arenosos com baixo teor de argila total, inferior a 8 % , não
havendo rocha, nem camadas argilosas e nem mesmo densificadas até a
profundidade de 1,50 m. O teor de húmus é muito baixo, não atingindo 1%.
GRUPO B – Solos arenosos menos profundos que os do GRUPO A e com
menor teor de argila total, porém ainda inferior a 15 %. No caso de terras roxas,
esse limite pode subir a 20 % graças à maior porosidade. Os dois teores de
húmus podem subir, respectivamente, a 1,2 e 1,5 %. Não pode haver pedras e
nem camadas argilosas até 1,50 m, mas é, quase sempre, presente camada
mais densificada que a camada superficial.
GRUPO C – Solos barrentos com teor total de argila de 20 a 30 % , mas sem
camadas argilosas impermeáveis ou contendo pedras até profundidades de 1,20
m. No caso de terra roxas, esses dois limites máximos podem ser de 40 % e 1,5
m. Nota-se a cerca de 60 cm de profundidade , camada mais densificada que no
GRUPO B, mas ainda longe das condições de impermeabilidade.
GRUPO D – Solos argilosos (de 30 a 40% de argila total) e ainda com camada
densificada a uns 50 cm de profundidade. Os solos arenosos como B, mas com
camada argilosa quase impermeável, ou horizonte de seixos rolados.
Obs. : Através de tabelas específicas têm-se os valores de CN para diferentes
tipos e ocupação de solo.
O método do SCS distingue três condições de umidade antecedente do solo:
CONDIÇÃO I – Solos secos – as chuvas, nos últimos cinco dias, não
ultrapassaram 15 mm.
CONDIÇÃO II – Situação média na época das cheias – as chuvas, nos últimos
cinco dias, totalizaram de 15 a 40 mm.
CONDIÇÃO III – Solo úmido – as chuvas, nos últimos cinco dias, foram
superiores a 40 mm, e as condições meteorológicas foram desfavoráveis a altas
taxas de evaporação.

_________________________________________________________________________ 13
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

4.1.1) “Curve Number“ (CN):


A condição de umidade antecedente do solo utilizada foi à condição II, ou seja, é

uma situação média em épocas de cheias onde as alturas de chuvas, nos

últimos cinco dias, totalizaram entre 15 e 40 mm.

Para efeito de cálculo e devido às condições de solo e urbanização das sub-


bacias, tomamos dois valores de CN: um para a parte permeável e outro para a
parte impermeável, considerando um horizonte de expansão urbana de até 20
anos. Estes valores podem ser identificados no Quadro 4 da página 15 deste
relatório.De acordo com a classificação da geologia da bacia, podemos
enquadrar o tipo de solo da área permeável no Grupo Hidrológico “A”, com a
seguinte indicação:
CN = 56 (chácaras estradas de terra em condições normais)
Foram realizadas duas simulações com as seguintes considerações:
(1ª.) Determinação dos hidrogramas antes da ocupação da bacia;
(2ª) Determinação dos hidrogramas prevendo-se um horizonte de expansão
urbana de 20 anos, consideramos uma taxa de impermeabilização futura de 70
%, conforme diretrizes da legislação municipal de Bauru.
Para determinação das vazões de projeto, foi utilizado o modelo CABC 2002 –
Análise de Bacias Complexas, elaborado pela FCTH da USP.

_________________________________________________________________________ 14
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

Quadro 4 – Valores de CN em função do Grupo Hidrológico


Utilização ou cobertura do solo A B C D
Zonas cultivadas: sem conservação do solo 72 81 88 91
com conservação do solo 62 71 78 81
Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89

Baldios boas condições 39 61 74 80

Prado em boas condições 30 58 71 78

Bosques ou zonas cobertura ruim 45 66 77 83


Florestais cobertura boa 25 55 70 77

Espaços abertos, relvados, parques, campos de


Golfe, cemitérios, boas condições com relva
em mais de 75% da área com relva de 39 61 74 80
50 a 75 % da área 49 69 79 84

Chácaras e estradas de terra


Normais 56 75 86 91
Más 72 82 87 89
De superfície dura 74 84 90 92

Zonas comerciais e de escritórios 89 92 94 95

Zonas industriais 81 88 91 93

Zonas residenciais
Lotes de (m2) (%) média impermeável
<500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84

Parques de estacionamentos, telhados, viadutos,etc. 98 98 98 98

Arruamentos e estradas
asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
paralelepípedos 76 85 89 91
terra 72 82 87 89

_________________________________________________________________________ 15
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

5. HIDROGRAMAS DE PROJETO
Neste item, serão apresentados os hidrogramas de projeto no nó 2 referentes às condições
anteriores da ocupação da bacia, ou seja, onde a parcela permeável é de 100 % e aqueles
representativos prevendo-se a urbanização da bacia em taxa 70% para a parcela impermeável,
para um horizonte de 20 anos, não considerando o efeito de armazenamento do reservatório.

5.1 Hidrogramas de projeto antes da ocupação da bacia (Nó 2)


TR = 10 ANOS

_________________________________________________________________________ 16
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

TR = 25 ANOS

TR = 50 ANOS

_________________________________________________________________________ 17
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

TR = 100 AN0S

Quadro 5 – Vazões pico antes da ocupação da bacia (Nó 2)


TR (ANOS) Qafl. (m3/s)
10 5,88
25 10,88
50 15,26
100 20,04

_________________________________________________________________________ 18
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

5.2 Hidrogramas de projeto prevendo-se a ocupação de 70% da bacia e com implantação da


barragem (Nó 2)

TR = 10 ANOS

_________________________________________________________________________ 19
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

TR = 25 ANOS

TR= 50 ANOS

_________________________________________________________________________ 20
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

TR= 100 ANOS

Quadro 6 – Dados dos hidrogramas da bacia Água do Sobrado com ocupação de 70 % (Nó 2)
TR (ANOS) Qafl. (m3/s) Qefl. (m3/s)
10 44,04 23,62
25 58,17 31,50
50 69,05 37,76
100 80,10 44,01

O que se percebe é grade aumento das vazões pico, conforme apresentado no quadro abaixo:
Quadro 7 – Dados comparativos entre as vazões pico antes e após a ocupação da bacia,
TR Qantes Qapós Aumento
(anos) (m3/s) (m3/s) (%)
10 5,88 23,62 502
25 10,88 31,50 390
50 15,26 37,76 347
100 20,04 44,01 320

_________________________________________________________________________ 21
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

O volume do reservatório será determinado tomando-se como premissa que a vazão efluente
para TR = 100 anos não poderá ser superior à vazão afluente para TR = 25 anos sem a
implantação do reservatório.
Conforme indicado no quadro 6 deste relatório, a vazão afluente para TR = 25 anos é igual a
58,17 m3/s e a vazão efluente para TR = 100 anos é igual a 44,01 m 3/s, compatível portanto com
a premissa de projeto.

Com estas informações, partimos para o estudo da viabilidade técnico-econômica de se


implantar uma barragem de detenção de águas pluviais no prolongamento do eixo da Av. Prof a.
Noracylde de Lima, unindo esta com a rua Alice A. Marques. As estruturas de controle da
barragem serão duas:
 Descarregador (orifício) de fundo;
 Vertedor de emergência para TR = 100 anos.

A barragem será dimensionada de tal forma que a vazão afluente centenária deverá ser
amortecida de tal forma que a vazão efluente corresponda ao período de retorno de 25 anos e
que ainda possa ser escoada pela galeria celular quadrada, de dimensão 3,00 m, executada na
Av. Maria Lucia Vieira.
Com estas premissas, foram realizadas três simulações, partindo-se das seguintes dimensões
das estruturas de controle de vazão:
1ª.) Descarregador de fundo quadrado: 1,50 x 1,50 m e vertedor retangular de largura 4,00 m.
2ª.) Descarregador de fundo quadrado : 1,80 x 1,80 m e vertedor retangular de largura 2,00 m.
3ª.) Descarregador de fundo quadrado : 1,80 x 1,80 m e vertedor de largura 3,00 m.

_________________________________________________________________________ 22
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

Os dados de partida para a simulação foram os seguintes:


Quadro 8 - CURVA COTA X VOLUME
COTA (m) VOLUME (m3)
525,00 0,00
526,00 200,00
527,00 1.000,00
528,00 2.800,00
529,00 6.400,00
530,00 13.600,00
531,00 25400,00
532,00 42.000,00
533,00 64.100,00
533,50 77.650,00
534,00 93.450,00
534,5 111.550,00
535 131.850,00

Quadro 9 – CURVA COTA X DESCARGA (Para alternativa 3)


COTA (m) DESCARGA (m3/s)
526,69 0,00
527,59 8,45
528,00 10,19
529,00 13,53
530,00 16,20
531,00 18,48
532,00 25,92
532,50 31,38
533,00 37,27
534,00 52,13

Cada simulação levou em consideração a condição de altura a ser imposta para a crista da
barragem, estimando-se o NA máximo (TR = 100 anos) e NA máximo maximorum (TR = 1000
anos). Partindo-se destas premissas, tem-se no quadro 6 abaixo os resultados das vazões
amortecidas e os respectivos níveis d´água:

Quadro 10 – Resultados das simulações


Estruturas de controle de vazão NA (m )
TR = 100 anos TR = 1000 anos
Orifício 1,50 x 1,50 + vert. 4,00 m 533,56 534,66
Orifício 1,80 x 1,80 + vert. 2,00 m 533,64 535,00
Orifício 1,80 x 1,80 + vert. 3,00 m 533,45 534,68

_________________________________________________________________________ 23
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

A 1ª. alternativa, com descarregador de fundo de dimensões (1,50 x 1,50) m é viável, porém,
devido às dimensões reduzidas deste orifício e à sua extensão (60 m), seria mais difícil a
limpeza e manutenção do mesmo. Além disto, o vertedor com largura de 4,00 m teria que ser
construído um pilar no centro, prejudicando a performance hidráulica.

A 2ª. alternativa , com descarregador de fundo de dimensões (1,80 x 1,80) m e largura de


vertedor com 2,00 m, seria atingido atingiria um nível d’ água elevado para TR = 1000 anos, que
encareceria a barragem.

A 3ª. alternativa, com descarregador de fundo de dimensões (1,80 x 1,80)m e vertedor com
largura de 3,00 m, indica uma situação em que NA max maximorum atingiria a cota 534,68 m. Desta
forma, a barragem poderia ser implantada com a cota 535,00 m na crista, prevendo-se ainda
uma mureta de segurança com 0,50 m de altura. A cota de fundo do orifício parte de 526,69 m e
o vertedor será implantado com a soleira na cota 531,00 m.

_________________________________________________________________________ 24
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

Esta alternativa apresentou os seguintes elementos:

Quadro 11 – Resultados finais da simulação da 3ª. Alternativa (Nó2)


TR Qentrada Qsaída Volume NA
3 3 3
(anos) (m /s) (m /s) armazenado (m ) (m )
10 44,04 23,62 37.750,00 531,74
25 58,77 31,51 53.275,00 532,51
50 69,05 37,90 64.590,00 533,02
100 80,10 44,47 76.203,00 533,47
Obs.: os elementos hidráulicos utilizados neste modelo estão apresentados no item 7 – Anexo.

Com a implantação da barragem teríamos as seguintes reduções de pico:


Quadro 12 – Redução do pico (%)
TR Redução do pico
(anos) (%)
10 46
25 46
50 45
100 45

Com a redução da vazão centenária (Q ef,100 = 44,47 m3/s) em 45 %, é possível que a mesma seja
escoada pela galeria da Rua Maria Lúcia Vieira, apesar do regime de escoamento ser
supercrítico (ver cálculo hidráulico no item 7 – Anexo).

A situação final para a bacia do córrego Água do Sobrado indica as seguintes vazões:
Quadro 13 – Situação final das vazões nos nós
TR (anos) NÓS / VAZÕES (m3/s)
2 3 4
10 23,62 43,61 45,95
25 31,51 58,14 61,12
50 37,89 69,89 72,72
100 44,11 80,90 84,84

_________________________________________________________________________ 25
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

6. ASPECTOS FINAIS

A barragem do córrego Água do Sobrado foi projetada para reservatório de detenção de águas
pluviais, amortecendo os picos dos hidrogramas de jusante, mitigando os problemas de
inundação da Av. Alfredo Maia.
O projeto foi concebido com um descarregador de fundo e um vertedor de emergência,
posicionados nas cotas 525,69 m e 531,00 m respectivamente. Em seu trecho de montante, o
descarregador prolonga-se por 4 m, projetando-se para fora da saia da barragem. Esta condição
permitirá que futuramente seja incorporado à esta estrutura um vertedor do tipo Tulipa, passando
então o reservatório de detenção para retenção.
Foram previstas estruturas de dissipação de energia cinética no final de cada estrutura, bem
como a proteção com enrocamento no talude da barragem.

São Paulo, 20 de março de 2003

Eng. Márcio Luiz B. de M. de Souza Pacheco


CREA – 060139332-4/SP

_________________________________________________________________________ 26
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

7. ANEXO

_________________________________________________________________________ 27
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

7.1 Planta geral com a delimitação das sub-bacias

_________________________________________________________________________ 28
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

7.2 Verificação hidráulica da galeria da r. Maria Lúcia Vieira

_________________________________________________________________________ 29
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br
LINEAR
Linear Engenharia e Tecnologia S/C Ltda

Worksheet Gal. da rua Maria L. Vieira


Flow Element Rectangular Channel
Method Manning's Formula
Solve For Channel Depth
Input Data
Mannings Coefficient 0.016
Slope 0.010000 m/m
Bottom Width 3.00 m
Discharge 44.4700 m³/s
Results
Depth 2.48 m
Flow Area 7.4 m²
Wetted Perimeter 7.96 m
Top Width 3.00 m
Critical Depth 2.82 m
Critical Slope 0.007280 m/m
Velocity 5.98 m/s
Velocity Head 1.82 m
Specific Energy 4.30 m
Froude Number 1.21
Flow Type Supercritical

2.4 8 m

3.0 0 m

V:1
H:1
NT S

_________________________________________________________________________ 30
Rua Joaquim Antunes, 470 – Conj. 4 – Pinheiros – Tel –(011) 3068 9573
lineartec@terra.com.br

Você também pode gostar