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Pré-Projeto do TCC sobre Laboratório de PCTS

Técnico em açúcar e álcool 2° Modulo

Alunos: Lucas Garcia Da Costa Paiva e Ana Julia Silvestre Da Costa

Pré-Projeto do TCC sobre Laboratório de PCTS

1.1- Introdução

O desenvolvimento de novas tecnologias e a evolução das pesquisas e metodologias


de monitoramento de qualidade da cana-de-açúcar têm propiciado não só maior
precisão, produtividade analítica e confiabilidade nos resultados dos processos de
análise, como também vem contribuindo para aumentar a qualidade da gestão
industrial e agrícola de uma unidade sucroenergética.

Tudo começa no laboratório de sacarose ou PCTS. A sua estrutura, com interface


agroindustrial, fica localizada na entrada da usina, próximo à balança e sua função é
analisar a cana que está entrando na unidade e, através do teor de sacarose contida
na matéria-prima, fazer o pagamento da mesma. É importante saber que é gerado um
coeficiente nas análises que depois será multiplicado pelo valor de tonelada de cana.
Este coeficiente é o ATR (Açúcar Total Recuperáveis).

“Durante a safra é o laboratório que indica a quantidade e a qualidade da matéria-


prima processada, fornecendo informações para os boletins agroindustriais e
fechamento de alguns KPIs da indústria. Já durante a entressafra, é possível fazer a
análise da evolução do canavial prevendo e auxiliando no planejamento estratégico de
moagem, bem como indicando a necessidade de aplicação de maturadores”, explica o
coordenador da Divisão Industrial do CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e
Tecnologia do Biocombustível).

As avaliações realizadas neste laboratório são feitas de acordo com duas vertentes: o
PCTS – ATR, Fibras, AR%Cana e ART%Cana estimados) e a Eficiência Industrial
(Fibras, AR%Cana, ART%Cana determinados). As metodologias e tecnologias
aplicáveis para pagamento de cana são supervisionados e dependentes de
homologação pelos órgãos fiscalizadores responsáveis nos diferentes estados da
união, o que, de forma positiva, permitiu a estandardização e parametrização das
metodologias a fim de se promover um padrão analítico e gerar resultados confiáveis
que possibilitem o controle do pagamento de cana e a obtenção de rendimentos e
eficiências na indústria.

“Um importante avanço dessas metodologias foi que a partir de 2013 o processo de
caracterização, qualidade e análise da cana, que já era aplicado pelos órgãos de
fiscalização, passaram a ser atestados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), sendo assim, todos os procedimentos podem ser consultados a partir das
diferentes normas”, adiciona Beletti.

Parece ser algo complexo, mas a cana-de-açúcar coletada passará pelos seguintes
processos de análise: Balança; Amostragem; Desfibragem e Homogeneização da
amostra; Índice de impureza vegetal e mineral; PBU (Peso do Bolo Úmido) e Prensa
Hidráulica; ºBrix; pH; Clarificação do caldo; e Leitura

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“O caminhão canavieiro, ao chegar na usina, passa pela balança e uma pequena


quantidade de amostra é retirada – via sondas horizontais ou obliquas – para análise.
A amostra é dividida, sendo uma parte para a determinação da impureza vegetal
(palha, folhas, palmito etc) e a outra para a desfibragem e homogeneização. Uma
fração deste material é usado para a determinação de impurezas minerais (terra, areia
pedra etc.) em mufla e outra fração é usada na prensa para determinação do Peso do
Bolo Úmido (PBU) na parte fibrosa. Na fração líquida, determina-se o ºBrix (sólidos
solúveis) e pH antes da clarificação para então realizar a Leitura de Sacarimétrica.
Com as informações das análises de PBU, ºBrix, pH e Leitura Sacarimétrica, obtemos
o valor do ATR”, detalha Atala.

Utilizando técnicas clássicas como polarimetria, refratometria e aferição de massas é


possível determinar os valores de Pol. (valor de sacarose aparente a partir do desvio
da luz polarizada), °Brix e PBU. “Também são previstas nas normas, e de forma
facultativa, a obtenção da fibra diretamente pelo método de Tanimoto e também a
determinação do teor de Açúcares Redutores (AR) pelo método de Lane & Eynon. A
partir desses três parâmetros é que são estimados, através de cálculos, todos os
valores referentes à qualidade da cana: Pureza Aparente, AR%Caldo, Fibra%Cana,
Coeficiente C, PC%Cana e, assim, o ARC e ATR, fechando o balanço de entrada e
saída do açúcar na indústria”, afirma Beletti.

Em contrapartida, para fazer o cálculo das eficiências industriais é de extrema


importância determinar os valores reais de açúcares na cana e no processo. Assim, o
balanço por ART a partir da determinação dos açúcares redutores totais é o método
mais aplicado na indústria. “Um resultado analítico preciso e gerado a partir de uma
amostra representativa, irá reportar um valor proporcional ao volume de material que
passou pelo processo, que assim irá depender grandemente de um sistema de
medições de alta precisão provindo desde a cana que é pesada na entrada da usina
até volumes e massas de todos os subprodutos do processo, que são muito
importantes para os cálculos de perdas e os rendimentos individuais de cada estação
fabril da usina. Sem uma aferição precisa, se possível com medições redundantes
para atestar a eficácia de um equipamento de medição, o tripé não se sustenta”,
observa Beletti.

1.2- Justificativa

Esse tema foi escolhido na intenção de mostrar ao publico o valor do Laboratório de


PCTS ( pagamento da cana por teor de sacarose), onde tudo começa! A importância
dele em uma usina e fazer o pagamento de teor de uma cana-de-açúcar utilizando
técnicas clássicas como polarimetria, refratometria e aferição de massas são possível
determinar os valores de Pol. (valor de sacarose aparente a partir do desvio da luz
polarizada), °Brix e PBU.
1.3- Materiais

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1) Balança: é primeira fase do processo. Aqui, o caminhão é pesado e é emitido um


Boletim para Análise (B.A.).

2) Amostragem da cana: assim que sai da balança, o caminhão carregado de cana


posiciona-se próximo a uma sonda, que pode ser horizontal ou oblíqua, onde é
coletada uma amostra de cerca de 10 kg de cana.

3) Desfibragem e homogeneização da amostra: a cana passa por uma


forrageira, equipada de pás, facas e martelos, que desfibram a matéria-prima que vai
para uma betoneira que irá homogeneizar toda a amostra de cana desfibrada.

4) Impureza vegetal e mineral: a coleta da impureza vegetal é feita manualmente


retirando-se dos colmos da cana a palha, as folhas e alguns eventuais restos de
árvores que podem vir junto na colheita. Já a mineral é um pouco diferente. Após a

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amostra ser desfibrada é reservado um pouco de cada amostra de cada talhão que
entra na usina. Destas, se pega 30g e coloca-se em um cadim que será incinerado em
um forno mufla a uma temperatura de 600 a 800ºC durante 8 horas.

5) PBU e Prensa Hidráulica: nada mais é do que 500g de amostra, prensados a uma


força de 250kg/cm³ durante 1 minuto.

6)ºBrix: depois de sofrer a prensagem, a amostra gera o PBU e o caldo. Primeiro


afere-se o ºBrix, através do refratômetro, que tem como objetivo medir a refração dos
sólidos solúveis contido naquela solução açucarada.

7) pH: o pH do caldo é crucial para identificar a cana que está chegando na usina.
Através do pH é possível apontar se a cana está “azeda” ou até mesmo “velha”. A
faixa ideal de pH é de 5,2 a 5,5.

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8) Clarificação do Caldo: é feita através de uma mistura de hidróxido de cálcio


[Ca(OH)2], cloreto de alumínio [AlCl3] e celite. A mistura é adicionada ao caldo que é
agitado para que haja a homogeneização da amostra. Após isso, a mistura é passada
em um filtro.

9) Leitura Sacarimétrica: após clarificado, o caldo é passado em um sacarímetro


para medir o seu teor de sacarose. Após todo esse processo, é gerado através do
PBU, ºBrix, pH e Leitura Sacarimétrica, o ATR, que é o coeficiente de pagamento aos
fornecedores de cana.

1.4. Metodologia e Resultados Esperados

Este trabalho é ressultante da revisão de literatura sobre Parques Científicos e


Tecnológicos e análise documental de relatórios elaborados pela Fundação Parque

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Tecnológico da Paraíba e Incubadora Tecnológica de Campina Grande e de pesquisa


de campo com uma amostra de empresas incubadas e pós-incubadas. A pesquisa
bibliográfica teve a finalidade de explicitar os pressupostos teóricos, conceitos e ideias
que norteiam a temática. Ou seja, a construção da fundamentação teórica. Neste
sentido, foram utilizados livros, teses, artigos, revistas e outros documentos para
construção de uma base de dados. Além disso, esta metodologia possibilitou
identificar, descrever e entender a organização e as principais características dos
Parques Científicos e Tecnológicos. A pesquisa documental foi realizada através da
análise de relatórios, projetos, convênios, contratos e acordos de cooperação
arquivados na Fundação Parque Tecnológico da Paraíba – PAQTCPB ou publicados
em meios eletrônicos. Este procedimento possibilitou identificar as parcerias e as
empresas criadas em torno deste arranjo e verificar os resultados destas iniciativas. A
pesquisa de campo possibilitou o aprofundamento de uma realidade específica,
realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado, de
questionário para captar as explicações e interpretações do que ocorre naquela
realidade. Neste contexto, a coleta de dados por meio da pesquisa de campo permitiu
analisar a hibridização das relações entre o PAQTCPB e as empresas, bem como,
analisar o perfil de empresas de base tecnológica e outros empreendimentos sociais
que fizeram e/ou fazem parte do processo de incubação. Assim, as discussões
apresentadas neste trabalho têm origem no arcabouço teórico sobre Ciência,
Tecnologia e Desenvolvimento, Parques Científicos e Tecnológicos, aliado à pesquisa
documental e de campo realizada no PAQTCPB e na ITCG.

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