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Alta idade média:

Na área política, era perceptível a fragmentação. Não havia um poder


centralizado que exercia um controle soberano. Cada senhor feudal obtinha poder
absoluto em sua terra, era a palavra final em todos os assuntos. Excessos eram
contidos pela Igreja,

Na Primeira Idade Média (Alta Idade Média), as dificuldades da época


estabeleceram caracteres culturais que se manteriam, com variações de
intensidade, nos séculos seguintes. Primeiro, alargamento do fosso entre a
elite culta e a massa inculta. Segundo, este corte cultural não coincidia com
a estratificação social: a linha de separação era entre clérigos e leigos,
realidade sociocultural que ficou registrada no francês moderno clerc
(“letrado”), no inglês (‘escrevente”) e no português leigo.
(FRANCO JÚNIOR, 2001, p. 104, grifos nossos)

A sociedade, até o século X, era formada por três grupos principais:


os oratores (membros da Igreja), os bellatores (senhores guerreiros) e
os laboratores (servos). Era uma sociedade estamental, com pouca mobilidade.

A economia era formada pela farta quantidade de impostos pagos pelos


servos aos senhores. Na ausência de um poder político centralizado a igreja passa a
ocupar esse lugar, responsável por ligar o Homem a Deus. Obtinha profundo
controle das mentes devido as confissões, absolvia e culpa.

O segundo grupo era o dos guerreiros, ou “bellatores”. Esse grupo era


formado pelos proprietários rurais que arrendavam parte da terra para os servos
mediante pagamento de impostos. A função mais importante desse grupo era a
guerra, ou seja, a defesa. A ausência de um poder político efetivo fez com que a
defesa ficasse a cargo de exércitos particulares. À frente de cada exército estava um
senhor.

Por fim, estava o último entre os principais grupos sociais do mundo medieval:
os servos, ou “laboratores”. Responsáveis por serem o motor da economia da Idade
Média, eles e suas famílias moravam nas propriedades dos senhores (feudo) e
pagavam impostos como forma de quitar sua permanência naquelas terras.

Na Alta Idade Média, surgiram as relações de vassalagem, que foram criadas


por Carlos Magno, rei franco que pretendia fazer renascer o império romano do
Ocidente. O reino franco foi o mais duradouro dos reinos criados pelos bárbaros.

Magno sempre se manteve aliado à Igreja Cristã. Como seu pai, Pepino, o
Breve, o criador do dízimo (imposto pago pelos fiéis à Igreja), via na instituição cristã
uma leal e forte parceira. Sendo assim, mostrou-se sempre como um cristão
participativo, mas, apesar do empenho, não obteve sucesso em sua empreitada. A
maior parte dos grandes proprietários não abraçou a ideia do rei, pois não se
interessava em se submeter a um poder central. Quando Carlos Magno morreu, em
814, seu projeto foi enterrado junto com ele.

O que se viu surgir, em seguida, foi a relação de suserania e vassalagem,


criação que foi fruto de uma sociedade sem poder político centralizado. Ela consistia
no comprometimento entre dois homens nobres, que firmavam um compromisso. O
suserano tinha que proteger seu vassalo e, muitas vezes, dava terras a ele. O
vassalo devia serviço militar ao suserano e tinha que disponibilizar suas tropas
sempre que fosse necessário. A cerimônia acontecia entre esses dois homens e era
finalizada com um beijo na boca entre ambos. Com o passar dos anos, a Igreja
passou a estar presente no ritual, e o juramento dos dois era feito com as mãos
sobre a Bíblia ou sobre um objeto sagrado.

Idade média central:

Época recorrente os séculos XI, XII e XIII, e o período de reação após o


império Carolíngio dissolver e a Europa sofre o maior momento de pilhagens e
invasões bárbaras pelos Vikings. Também ocorreu o surgimento da arte sacra
medieval e a arquitetura gótica e romântica,

Esse período fica marcado pelo surgimento de grandes invenções como as


universidades, que obteve de grande colaboração da igreja. Nessas universidades,
havia quatro cursos: Teologia, Direito, Artes (Filosofia) e Medicina. Esses cursos
foram as sementes para o ensino de terceiro grau nos tempos atuais. A Igreja na
Idade Média Central passou por momentos difíceis, graças ao surgimento de
diversas heresias.

Por conta dessas heresias surgidas, os papas resolveram criar ordens


religiosas que de alguma forma, atendessem ao apelo dos hereges; sendo assim,
foram criadas as ordens Franciscana e Dominicana para os crentes que desejassem
viver uma vida de pobreza e pudessem fazê-lo dentro da Igreja Católica. O colégio
de cardeais, responsável pela escolha do papa foi inventado também neste período,
seu objetivo principal era que não houvesse interferência do poder laico.

Por fim, este período, foi palco do movimento das Cruzadas que buscavam
libertar os lugares sagrados de Jerusalém que estavam nas mãos dos infiéis
muçulmanos. Homens, mulheres, crianças e idosos saíram do Ocidente para o
Oriente com este objetivo. Nem todas as cruzadas tiveram sucesso, mas, se não
libertaram os lugares sagrados cristãos, possibilitaram um aumento da atividade
comercial entre Ocidente e Oriente.

Baixa idade média:


Essa época foi marcada pelo renascimento comercial e a formação dos
grandes centros urbanos, teve início no depois do ano 1000. A Europa sofria um
crescimento demográfico e o comércio aflorava pelo desenvolvimento de novas
técnicas agrícolas que possibilitavam uma maior produtividade.

Neste período se estabeleceram duas estruturas sociais que obtinham o


controle da Europa até a era renascentista: o senhorialismo – onde camponeses
organizados em aldeias pagavam e prestavam vassalagem a um nobre, e o
feudalismo – sistema político em que os nobres de posição inferior prestavam
serviço militar aos seus senhores em retribuição recebiam um feudo e o direito de
administra-lo cobrando impostos.

Esse momento do medievo houve uma considerável queda dos conflitos


feudais e as invasões de outros povos à Europa, marca também desse período e o
desenvolvimento de novas técnicas, como os moinhos eólicos e hidráulicos, a
manutenção dos campos por triênio, o preparo terremos para se tornarem campos
agrícolas e o progresso da metalurgia devido ao início das cruzadas.

Umas das grandes consequências da Baixa Idade Média, em um momento de


estabilidade foi o início das cruzadas que reuniu todas as forças Europeias contra os
muçulmanos. Elas se apresentaram como solução para um momento de crise
demográfica, transformando a sociedade feudal.

Causas por trás do Movimento Cruzadista:

• Aumento populacional: haviam na Europa, no início da Baixa Idade


Média, muitas bocas para alimentar e uma quantidade enorme de nobres
ociosos a procura de terras para governar. Era necessário direcionar toda
essa população para outro lugar, o Oriente Próximo, que serviu para tais
fins.

• Cisma do Oriente: a divisão da Igreja Cristã (1054) enfraqueceu a


instituição ocidental, levando o Papa a considerar o Movimento Cruzadista
um artifício político eficiente para pressionar o Patriarca de Constantinopla a
reunificar as duas sedes eclesiásticas sob a liderança de Roma.

• Interesses comerciais: as Cruzadas serviam como uma forma de


reaproximar ainda mais o Oriente do Ocidente, levando os comerciantes da
Península Itálica, principalmente venezianos e florentinos, interessados nas
rotas das especiarias do Leste, a financiar o movimento.

• Interesses do Imperador Bizantino: o Império Bizantino vinha


perdendo territórios para o Islã e as Cruzadas poderiam inverter tal situação,
já que jogaria os Ocidentais, também Cristãos, contra os muçulmanos.
(MENDES,2021)

As cruzadas possibilitaram o crescimento demográfico e a catalisação do


comércio, a baixa Idade Média não significou a inexistência das atividades
comerciais e urbanas, mas houve uma queda. Ainda ocorriam negociações com o
Oriente após o fim do Império Romano, acentuado após as cruzadas.

Gênova e Veneza controlavam rotas comerciais das especiarias para


tanto para oriente quanto para o ocidente, os comerciantes locais faturavam ainda
mais devido as incursões dos nobres para a Terra Santa. E a prosperidade só
aumentou quando passaram a controlar Constantinopla.

Durante a Baixa Idade Média, as reduzidas atividades comerciais eram praticadas


nas feiras próximas aos castelos dos senhores feudais, uma forma das pessoas
que por elas perambulavam obterem alguma segurança frente aos bandidos,
batedores ou povos invasores.

O aumento da circulação das moedas, principalmente nas cidades, reduziu o


sistema de trocas de mercadorias, 
característica principal do feudalismo.

A queda do feudalismo ocorreu durante os séculos XI a XV. Trata-se de um


processo que levou à formação das Monarquias Nacionais Europeias e
consequentemente, do Estado Moderno, além do crescimento do comércio e da
burguesia. A nobreza e a burguesia teriam que se rearticular para resolver essa
crise.

Era uma crise vista como inerente ao próprio sistema e suas contradições internas,
uma vez que o feudalismo por si só era de produção para subsistência, mas assistia
a um crescimento populacional muito grande e via o embrionário capitalismo surgir,
com a burguesia e o comércio internacional, seja de especiarias ou artigos regionais.

Mas o que desencadeou de fato o desequilíbrio foi a crise ecológica/agrícola da


década de 1330, quando a produção mal dava para alimentar os camponeses, que,
subnutridos, ainda tinham que sustentar clero e nobreza. Dessa forma, iniciou a
crise de fome, seguido do surgimento de pestes e revoltas. Pode-se destacar ainda
a Guerra dos Cem Anos. 

A baixa Idade Média foi o período de complicações financeiras para a igreja,


Com a formação das monarquias, a instituição acostumada a estar no poder acima
de outros, se vê perdendo forças com a formação das monarquias, a chegada da
idade moderna.

Referência:

BAIXA IDADE MÉDIA Elaine Mendes em 25/03/2019 e atualizado pela última


vez em 02/02/2021< https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/baixa-idade-
media >

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