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É notório que em nosso cotidiano percebemos o grande desinteresse das

novas gerações pela leitura. O anseio da agilidade de informação que a tecnologia


tirou, de muitas deles, o delicioso deleite de folhear páginas e saborear as histórias.
Ler tornou-se uma obrigação.
As aulas de literatura do ensino médio são maçantes, sem atrativos que
suscitem aos jovens o mínimo de curiosidade ou de desejo em ler, mesmo que
superficialmente. Com o fast-food notícias e a tiktokização dos adolescentes, se a
aula e suas ferramentas não forem atrativas, obviamente o assunto será "passado
pra cima" assim como na famosa rede social das fotos instantâneas.
Mas quais as possíveis soluções para aguçar essa mocidade? Bem, tento
propor olhar para o entorno e encarar uma realidade: um jovem só chegará a ler
uma Conceição Evaristo com prazer se a ela for dada a possibilidade de ler algo
que lhe apaixone. Explico: lembremos de alguns anos atrás com o fenômeno da
saga Crepúsculo, adolescentes ficaram extremamente envolvidos com o romance
entre os vários e lobos; então, porque não utilizarmos este livro para desenvolver o
prazer da leitura?1
O caminho para desenvolver o letramento é a leitura e o exercício da escrita,
sendo esse segundo um hábito que até é muito comum aos jovens, mas eles podem
exceder 140 caracteres2, e assim ao ler textos realizados em aula podemos
encontrar palavras como "vc - ou em casos severos vc -, pq, bj,ctz" entre outras.

Outro calcanhar de Aquiles dos estudantes são as regras da Associação


Brasileira de Normas Técnicas, a temida ABNT 3. E é aqui que o ensino médio e os
universitários, praticamente, se equiparam: os primeiros saem do ensino médio sem
nunca terem ouvido falar sobre, os seguintes passam 4 anos se digladiando com as
regras e no trabalho de conclusão de curso ainda não dominaram as regras básicas.
Acredito que quanto antes se é familiarizado com estas normas, mais fácil é a
internalização e a utilização das mesmas. Imaginemos que se a partir do primeiro
ano do ensino médio se realiza uma disciplina de técnicas de redação e regras de
escrita acadêmica, por mais que esse aluno não tenha uma grande perícia

1 Obviamente observando a classificação etária do exemplar.


2 Número caracteres permitido na rede social Twitter até novembro de 2017. Atualmente a
plataforma permite até 280.
3 Órgão responsável pela padronização de textos científicos e tecnológicos.

Cpio1
intelectual, essa prática já lhe abre uma gama de benefícios, que serão reforçados
dentro da universidade.
Um outro ponto que esta prática pode evitar é plágio 4, pois desde que se
tenha conhecimento de como utilizar a produção intelectual de outra pessoa em seu
texto se valendo das devidas citações e referências, as possibilidades de se
cometer esse erro tornam-se muito ínfimas.
Por tanto, a escrita acadêmica carece de ser apresentada muito antes de se
estar, de fato, na academia para que desta forma sejam minimizados os grandes
conflitos com a elaboração textual.
Mas como não falamos de um mundo ideal, o que pode ser feito na
conjuntura atual é realizar um intercâmbio de experiências com os docentes de
letras, para que estes possam explanar e dissolver as dúvidas desde a tabulação
até a colocação das referências bibliográficas, dando assim, mais segurança aos
estudantes aos realizarem seus trabalhos.

4 Cópia integral e/ou parcial de produção intelectual de outrem.

Cpio2

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