Como se constituíam os métodos de produção da história na

antiguidade, na idade média e na moderna?

Historiografia na antiguidade

A historiografia helena (Grega), realizada entre o séc. V a.C. e o séc. IV d.C.

eram produzidas não só por historiadores, mas também mitógrafos e cronistas e estes
não praticavam o vivenciar para relatar, mas se utilizavam de fontes orais diversas e
não tinham cautela para analisar a veracidade do que era relatado acarretando em
um único caso ter inúmeras versões e cada relator defender a sua como mais
assertiva.
Os périplos1 tinham uma noção racional de mundo e suas produções
históricas eram baseadas na cartografia e gradualmente os mitos foram sendo
substituídos por estruturas mais coerentes a partir do ponto de vista dos grandes
Estados, das guerras e da política. Essa característica iniciada com os gregos serve
como inspiração e acentuada na historiografia romana.
A historiografia grega é uma produção que relata seu próprio tempo aos
historiadores, isso fica evidente analisando o tempo próximo ao que viviam e as
preferências das fontes orais ao invés às escritas.

A historiografia na Idade Média

A historiografia nesse período era produzida por religiosos europeus que

acabaram por dar origem a um estilo próprio para transmiti-la para as gerações
futuras:
A história na França se beneficiou logo de início de dois elementos: uma rede
de mosteiros, principalmente beneditinos, e um poder régio que procura[va]
afirmar sua legitimidade fundamentando-a na escrita de uma história
nacional.Desde o século XII lança[va]m-se as regras da erudição, mas a
história só se tornou uma paixão nacional nos séculos XIV e XV, quando ela
encontra um público laico.
[Além disso;]
A história possui um lugar de destaque dentro da cultura francesa, cuja
preocupação precoce --- desde o século XVIII --- tem sido estabelecê-la como
disciplina acadêmica, para a educação de jovens. A revolução Francesa e os
diferentes regimes que se sucederam durante o século XIX recorreram
amplamente à história em busca de fundamentação legitimadora, e os
franceses comungam desta certeza comum e solidamente estabelecida

1
Ação de relatar essas viagens; relato de viagens. (Sítio Dicio. Acesso em 03/09/2021)
 segundo a qual a história é um elemento essencial da cultura do cidadão
(CAIRE-JABINET, 2003, p.11)

Eles se utilizavam de fontes documentais de bibliotecas e arquivos, utilizados

para estudar os tempos antigos, sendo a bíblia uma das principais fontes. Essas
mesmas fontes sofriam falsificações e alterações com a intenção de adequá-las aos
ideais da sociedade daquele período.
Nesse momento histórico também se utilizavam de fontes orais, mas,
diferentemente do período anterior, optaram por pessoas que haviam presenciado os
acontecimentos a serem relatados, entretanto, não descartavam e se apoiavam
tradições antigas e crendices, quando necessário, que circulavam por aquele mundo.
É através destas diretrizes que a história conquista sua autonomia frente a
outras ciências e com isso surgem os gêneros históricos caracterizados por
oferecerem breves relatos de acontecimentos, do cotidiano, feitos políticos, entre
outros.

Historiografia no Renascimento

Como grande diferencial da historiografia da Idade Média, que vinha de cunho

religioso, a competência realizada na Idade Moderna tinha o antropocentrismo2 e o
individualismo3 como características principais.
Era uma prática realizada nas grandes cidades, por uma classe que não
possuía o controle político, mas era economicamente dominante.
Os relatos históricos no renascimento abandonam a religiosidade e
evidenciam o homem e suas experiências, seu livre-arbítrio.
Houve também um resgate aos valores encontrados nas obras greco-
romanas e toda essa evolução tinha o propósito de fazer da história uma narrativa
educacional para as sociedades, por isso métodos como uso da oralidade em relatos
são deixados abandonados e substituídos por fontes escritas e documentais, assim
como estudos de monumentos, ruínas e objetos de arte, ainda que sem tecnologia
para estudá-las já sabiam de sua importância.

2
Ideologia, ou doutrina, de acordo com a qual o ser humano é o centro do universo, de tudo, sendo
ele rodeado por todas as outras coisas. (Sítio Dicio. Acesso em 03/09/2021)
3
Pensamento ou corrente ideológica que reconhece o valor da autonomia individual, com o objetivo
de satisfazer características inatas de um indivíduo ou em busca da sua liberdade. (Sítio Dicio.
Acesso em 03/09/2021)