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A pele é uma estrutura muito extensa e representa muitos anexos e estruturas funcionais.

A
área total da pele em um adulto tem em torno de 2 m2, com uma espessura que varia de um a
quatro milímetros, apresentando maior espessura nas regiões dos dorsos, mãos e pés, e em
regiões mais delgadas, como nas superfícies ventrais, pálpebras e lábios. O pH da superfície
cutânea é por volta de seis, sendo diferente em algumas áreas do corpo, o que garante a
eficiência do corpo em ser menos permeável a substâncias externas, como patógenos.

ESTRUTURAS DA PELE

A constituição da pele se dá pelas estruturas da epiderme, derme, pelos, unhas,


glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e mama. O tecido adiposo
subcutâneo não faz parte diretamente da pele, e é composto por tecido
conjuntivo frouxo e células adiposas, os quais fazem a união entre a derme e
os órgãos subjacentes. O tecido adiposo subcutâneo está localizado no
panículo adiposo, que por sua vez tem papel importante na proteção de
choques físicos e funciona também como isolante térmico.

Algumas regiões do corpo apresentam estruturas e formatos diferentes da


pele, como as mãos e os pés, que, por sofrerem mais traumas e atrito, são
constituídos por camadas celulares mais espessas e em maior quantidade,
sendo que o espessamento se dá principalmente pela deposição maior de
queratina. Esses tipos de pele são chamados de pele grossa. Outra
característica da pele das mãos e dos pés é que elas não apresentam pelos nem
glândulas sebáceas, mas as glândulas sudoríparas são abundantes. Enquanto
essa pele grossa pode ter uma espessa de até 1,5 milímetros, a pele do restante
do corpo, chamada pele fina, não passa de 0,1 milímetro. A Figura 1, a seguir,
é uma foto de um corte histológico da pele com as respectivas camadas.

Figura 1. Estrutura da pele humana (foto de um corte histológico de pele apresentando as


respectivas camadas). Fonte: COPPINI, 2017 (Adaptado).

Fisiologia do sistema tegumentar

A pele forma um escudo protetor que envolve e isola nosso corpo de ameaças
externas, além de executar diversas funções vitais para nosso sistema, como a
proteção contra patógenos, atrito e raios ultravioletas, auxílio na
termorregulação, percepção e tato, secreção, excreção e produção de vitamina
D. A epiderme é a parte mais externa da pele, composta por diversas camadas,
sendo as mais basais compostas por células vivas que se multiplicam, e, as
mais externas, por células mortas. Abaixo da epiderme está presente a derme,
estrutura altamente vascularizada e com muitas terminações nervosas. Logo
abaixo da derme está a camada de tecido adiposo subcutâneo.
FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR

As funções exercidas pela pele são distintas em cada região do corpo, além de
apresentarem variações na sua conformação. A camada córnea, por exemplo,
que é a camada de células mortas mais externa da epiderme, tem relevância
para evitar a perda de água para o meio ambiente. Por essa camada apresentar
alta deposição de queratina, auxilia na proteção contra a desidratação,
patógenos e substâncias externas, além de limitar a passagem de eletrólitos e
moléculas. Outra função muito importante da pele é a proteção contra raios
ultravioletas emitidos pelo sol. Quem é responsável por essa proteção são os
melanócitos que produzem a melanina, pigmento que dá cor à pele,
absorvendo a energia dos raios solares e levando à sua dissipação sem
prejuízo para o tecido.

Outra função essencial para a manutenção da homeostase do nosso corpo é a


termorregulação. O processo é realizado principalmente pelas glândulas
sudoríparas, que produzem suor e resfriam o corpo, assim como pelos vasos
sanguíneos, que têm a propriedade de se dilatar, para dissipar o calor, e de
realizar a vasoconstrição, para reter calor. Além desses mecanismos, temos os
músculos eretores do pelo, que permitem a ereção dos pelos, formando uma
barreira através deles para reter calor próximo ao corpo, e as respostas
centrais, que culminam em tremores musculares para nos manter aquecidos.
Todos esses processos são controlados por vias centrais localizadas em
núcleos hipotalâmicos que mandam eferências através do sistema nervoso
periférico simpático e parassimpático para efetuar a ação necessária.

Como forma de manter o equilíbrio fisiológico, a pele exerce funções


secretoras. É um órgão que produz secreções exógenas, ou seja, expele seus
conteúdos para fora do corpo. Quando nos referimos às funções das glândulas
sudoríparas não descrevemos sua ação secretora a fim de eliminar líquidos,
mas é claro que uma parte dos líquidos são excretados através do suor, embora
essa não seja sua função primordial, e sim dos rins. As glândulas sebáceas
também excretam suas secreções na pele, conhecidas como sebo. Essa
secreção nada mais é que uma coleção de lipídeos, ésteres, triglicerídeos e
esteróis. O sebo é excretado juntamente com o pelo, pois os ductos das
glândulas sebáceas desembocam no folículo piloso e formam uma camada
lipídica na pele, que auxilia na proteção contra o ressecamento. Há muitos
questionamentos sobre a função do sebo no ser humano. No reino animal,
tem-se conhecimento de que o sebo possibilita uma barreira impermeável
entre os pelo e pele, favorecendo o controle da temperatura, assim como
podem secretar feromônios importantes para o comportamento sexual. Porém,
no homem, entra em questão se sua função é essencial.
É muito conhecida a importância da vitamina D para nosso organismo,

responsável pela calcificação dos ossos, ação muscular e aumento da

imunidade. A vitamina D é produzida na nossa pele quando tomamos sol. A

7-dehidrocolesterol é a precursora da vitamina D3 e está presente na nossa

pele, sendo convertida e absorvida quando tomamos sol. No fígado, ela é

transformada em calcidiol, o marcador dos níveis de vitamina D no nosso

organismo.

Em vista de todas essas funções realizadas e controladas pela pele, temos uma
pequena visão de sua importância e de como distúrbios que a prejudicam
podem causar sérias consequências.

Estruturas e funções das camadas da pele

Veremos a seguir as principais camadas da pele, divididas em epiderme e


derme. Cada camada é responsável por funções diferentes relacionadas à
proteção contra traumas físicos e raios ultravioleta, sistema sensorial e auxílio
da termorregulação. Estudos das camadas da pele, além de estruturas como
nervos e o tecido adiposo subcutâneo, são necessários para compreender as
funções do sistema tegumentar.
EPIDERME

Na camada mais superficial da pele se encontra a epiderme, um tecido


delgado que apresenta várias camadas de células e é denominado tecido
estratificado pavimentoso queratinizado. As células epiteliais da epiderme são
denominadas queratinócitos e a sua disposição forma “pilhas de células” uma
em cima da outra. A epiderme apresenta de quatro a cinco camadas ou estratos
divididos em, da mais externa para a interna: camada basal ou germinativa,
que é a mais profunda e responsável por dividir e renovar as células; camada
espinhosa, que tem um aspecto espinhoso e é responsável por manter as
células aderidas; camada granulosa, de células que estão em processo de
degeneração e perda do núcleo; lúcida, as células em degeneração com
presença de queratina (presente apenas na pele grossa dos pés e mãos); e a
camada córnea, a mais externa, que apresenta camadas de células mortas e
queratinizadas e possui função de barreira. A seguir temos a Figura 2, que
representa as camadas da epiderme.

Figura 2. Representação das camadas da epiderme (exemplo da pele grossa com a


camada lúcida). Fonte: PRASAD, 2018 (Adaptado).

A camada mais profunda da epiderme, chamada basal, contém as células


tronco responsáveis por se multiplicarem. São células colunares e estão
aderidas à membrana basal pelos hemidesmossomos, e entre as células há a
adesão por desmossomos. Quando as células se multiplicam, migram para
cima até que atinjam outras fases do desenvolvimento.

Além das células-tronco, no estrato basal estão presentes os melanócitos,


células responsáveis pela produção de melanina, que fornece a pigmentação à
nossa pele. São células com formato arredondado e com prolongamentos,
apresentando um citoplasma claro e um núcleo oval. São células que tem
capacidade de se dividir e se diferenciar, pois apresentam células-tronco nas
regiões basais da pele e nos folículos pilosos. Os melanócitos são células que
produzem a melanina, que se trata de um pigmento marrom-escuro produzido
em vesículas chamadas melanossomas. Dentro dos melanócitos ocorre a
oxidação da tirosina em 3,4-dihidroxifenilalanina (DOPA) através da enzima
tirosinase, e a DOPA é transformada no pigmento conhecido como melanina.
A melanina é liberada pelos prolongamentos dos melanócitos e atinge as
células basais e espinhosas. O pigmento se acumula no núcleo das células da
pele com o objetivo de proteger o seu material genético.

A pele humana apresenta variações conforme as etnias, porém não há


diferença no número de melanócitos. O que acontece é que em indivíduos de
pele clara há menor atividade da enzima tirosinase (enzima que oxidada a
tirosina e transforma a DOPA em melanina). Além disso, os melanócitos
desses indivíduos são menos desenvolvidos e a melanina produzida é
degradada antes de chegar a estratos superiores na pele, tornando-a menos
pigmentada. Diferente de afrodescendentes, que apresentam melanócitos
maiores e a melanina é mais estável, conseguindo chegar a estratos mais
externos, como na camada córnea. Nas Figuras 3 e 4 temos uma representação
do melanócito e seus grânulos de melanina.

 1
 2
Figura 3. Lâmina histológica de pele apresentando melanócitos e estruturas da pele. Fonte:
MCCOLL, 2019 (Adaptado).
Figura 4. Representação dos melanócitos e grânulos de melanina. Fonte: ResearchGate. Acesso em:
23 maio 2019 (Adaptado)

Outro tipo celular presente na camada basal são as células de Merkel. São
células nervosas diferenciadas em receptores táteis (mecanorreceptores), e
estão presentes principalmente nos folículos pilosos e nas pontas dos dedos.
As células de Merkel são parecidas com os melanócitos, pois se localizam na
camada basal e ambas apresentam prolongamentos. A semelhança se dá pela
mesma origem embrionária, sendo que, em um momento da diferenciação,
elas assumem modificações estruturais e funções diferentes.

Quando as células-tronco basais se diferenciam e se multiplicam, migrando


para as camadas superiores, tornam-se os queratinócitos, e, em camadas mais
internas, são poliédricas. Quando essas células vão migrando para camada
superiores, vão perdendo o núcleo e o citoplasma, se tornando compactadas.

Logo que os queratinócitos se diferenciam e migram para a região mais apical,


essas células apresentam prolongamentos ligados por desmossomos. Devido a
sua aparência no corte histológico, essa camada foi chamada espinhosa. Nela,
são encontradas também células do sistema imune, denominadas células de
Langerhans. São células que apresentam antígeno, responsáveis por fagocitar
antígenos na pele. Depois de fagocitarem os antígenos presentes na pele, as
células de Langerhans os apresentam para o linfócito T, também presente na
pele, que inicia o processo inflamatório. Em algumas doenças inflamatórias,
como as dermatites de contato, são as células de Langerhans que apresentam
os antígenos e iniciam o processo inflamatório.

No estrato espinhoso, os queratinócitos sofrem outra mudança e produzem


citoqueratinas de peso molecular maior, além de produzirem outras proteínas
que estão envolvidas na queratinização das células (involucrina, loricrina e
filagrina). Quando essas novas proteínas são formadas, ficam agrupadas em
forma de grânulos de querato-hialina no citoplasma, originando o nome da
camada granulosa. Pelo fato de essas células estarem em região apical com
maior pressão superficial, tornam-se pavimentosas. Os queratinócitos da
camada granulosa produzem ácidos graxos e ceramidas que as tornam
impermeáveis à água, protegendo-as contra a desidratação.

A camada mais externa da epiderme é chamada de córnea, composta por


células mortas e queratina. Essas células se tornam pavimentosas pela
compactação, perdendo seu núcleo e estruturas citoplasmáticas. Essas células
têm a função de proteger contra o atrito, e agem também contra a perda de
água e a entrada de microrganismos. Nesse processo de morte das células, os
lisossomos digerem o núcleo e organelas, que dão lugar à queratina. As
células da pele são ligadas por desmossomos, porém, na camada córnea, estes
são destruídos por peptidases ativas em pH mais ácido, característica dessa
camada. Pela perda dos desmossomos, essas células são desprendidas mais
facilmente, sendo parte da renovação da pele, que dura em torno de 25 a 50
dias.

DERME

A derme está localizada logo abaixo da epiderme, é um tecido altamente


vascularizado responsável por proporcionar nutrição e sustentação à epiderme.
A derme proporciona elasticidade à pele, e é composta principalmente por
fibras de colágeno, vasos sanguíneos e linfáticos e muitas terminações
nervosas. É principalmente essa camada que sofre o avanço da idade, pois o
envelhecimento causa perda do colágeno sem reconstituição. Como
consequência, a pele se torna flácida e aparecem as rugas.

A derme também é posta pelos anexos da pele, ou seja, glândulas sudoríparas


e sebáceas, pelos, cabelos e unhas. Nessa camada, estão inseridos os folículos
pilosos que originam os pelos, associados às glândulas sebáceas produtoras de
sebo, conjunto chamado de folículo pilossebáceo, o qual desemboca na pele.

A derme apresenta duas camadas, sendo a mais externa, em contato com a


epiderme, chamada camada papilar. Esta é uma camada delgada composta
principalmente por tecido frouxo, elastina e que não apresenta muitas fibras de
colágeno. A epiderme projeta prolongamentos, chamados cristas epidérmicas,
os quais aumentam a aderência à derme. Essa região de contato com as
camadas é denominada junção derme-epidérmica. Além de proporcionar
maior aderência, as cristas epidérmicas aumentam a superfície de contato para
facilitar as trocas de nutrientes. A derme também apresenta prolongamentos
em direção à epiderme chamados de papilas dérmicas, com o mesmo objetivo
de aumentar a superfície de contato e proporcionar resistência à epiderme. A
camada mais profunda da derme é a reticular, formada por tecido conjuntivo
denso, com muitas fibras de colágeno e elastina. Além dessas composições, a
derme também é constituída pela substância amorfa, um gel viscoso que
auxilia na resistência mecânica e protege contra compressões e estiramento. É
composta principalmente por ácido hialurônico, glicoproteínas e
proteoglicanas. Na Figura 5 temos a foto de um corte histológico apresentando
as camadas da derme.

Figura 5. Camadas da derme: camada papilar e reticular. Lâmina histológica corada com
hematoxilina e eosina. Fonte: MORENO, 2017 (Adaptado).
INERVAÇÃO DA PELE
A pele apresenta inúmeras terminações nervosas, que são responsáveis pelo
tato, percepção de calor, frio e agentes nocivos. Existem vários tipos de
receptores nervosos, em pele que apresenta pelos há terminações específicas
nos folículos pilosos que captam força mecânica. Os Receptores de Ruffini
por exemplo são terminações que captam as sensações de calor. Na pele
desprovida de pelos também apresentam receptores de calor, além de outros
tipos como os Corpúsculos de Paccini que percebem os estímulos táteis.
Quanto aos receptores de pressão temos os Discos de Merkel presentem em
toda a extensão da pele. A percepção de estímulos dolorosos é realizada pelas
terminações nervosas livres.

Existem outras terminações também responsáveis por perceber estímulos


táteis chamadas corpúslos de Meissner. Quando a sensação de frio são
percebidos pelos bulbos terminais de Krause. A seguir, na Tabela 1, temos
resumidamente os receptores da pele e suas funções, e na Figura 6 temos a
representação e a estrutura dos receptores nervosos.

 1
 2

Tabela 1. Resumo dos receptores nervosos da pele


Figura 6. Estrutura e disposição das camadas que formam a epiderme. Fonte: GERSON et al., 2011.
(Adaptado).
TECIDO ADIPOSO SUBCUTÂNEO

O tecido adiposo subcutâneo, também chamado de hipoderme, é a camada que


está logo abaixo da pele. É composto por fibras de tecido conjuntivo e
adipócitos (células de gordura), formando lobos. O tecido adiposo se liga à
derme na junção dermo-hipodérmica, região muito vascularizada e inervada.
O panículo adiposo também está ligado às fáscias de músculos. É um tecido
de reserva de energia que representa de 15 a 30% do nosso peso corporal, e
que pode ser utilizado para geração de ATP para as células. A principal
função do tecido adiposo é fornecer proteção contra traumas físicos, além de
ser um ótimo isolante térmico. A gordura é importante para modelar o
contorno do corpo e para dar preenchimento aos órgãos e cavidades.
O tecido adiposo é dividido em camadas que apresentam estruturas
diferenciadas. A camada areolar é a mais superficial e possui células
arredondadas e volumosas, sendo altamente vascularizada e a fonte primária
de energia utilizada quando há queima de gordura. Mais internamente, há a
fáscia superficial, uma camada de tecido conjuntivo frouxo entre as camadas
de gordura, responsável pelo suporte e elasticidade do tecido gorduroso. Por
fim, localiza-se a camada mais profunda, chamada lamelar, onde as células
gorduras são menores, apresentando vasos sanguíneos de pequeno calibre e
aumentando de espessura quando ganhamos peso. Na Figura 7 temos uma
figura ilustrando o tecido adiposo.

 1
 2
 3

Figura 7. Ilustração do tecido adiposo subcutâneo. Fonte: Tudo sobre Tatuagem, 2018 (Adaptado).
Figura 8. Representação dos adipócitos presentes na camada adiposa. Fonte: Só Biologia, 2008
(Adaptado).
Figura 9. Foto de lâmina histológica corada com hematoxilina eosina dos adipócitos do tecido
adiposo. Fonte: Só Biologia, 2008 (Adaptado).

Anexos cutâneos

A pele apresenta estruturas anexas que exercem funções importantes para a


homeostasia do organismo. Os pelos estão inseridos na pele em estruturas
chamadas folículos pilosos e apresentam a importante função de proteção em
áreas como olhos e ouvidos. Assim como as unhas, que promovem a proteção
dos dedos e auxiliam no manuseio de objetos.
CONTINUE
PELOS

Os pelos são células compactadas e queratinizadas que têm origem no folículo


piloso. Existem pelos em toda a extensão do nosso corpo, exceto na palma das
mãos e na planta dos pés, e podem ser classificados de duas formas: o pelo
lanugo e o terminal. Os pelos lanugos são finos, estão presentes em quase todo
corpo, enquanto o terminal se refere aos pelos grossos e desenvolvidos, que
compõem os cabelos, a barba, os pelos axilares e os pubianos. Eles
apresentam uma parte interna chamado bulbo, que é a raiz do pelo e onde há
células vivas responsáveis pela multiplicação e nutrição. A parte externa
aparente é a haste do pelo, formada por células compactadas e altamente
queratinizadas. O folículo piloso está associado a uma glândula sebácea com
seu ducto terminando no folículo. O sebo produzido pela glândula sebácea é
essencial para a hidratação e nutrição dos pelos. Outra estrutura associada são
os músculos eretores do pelo, responsáveis por eriçá-los quando sentimos frio.

Histologicamente, os pelos apresentam várias estruturas, a saber, da parte


mais externa para a interna: o acroníquio, porção mais externa que atravessa a
epiderme, seguido do infundíbulo, porção entre o óstio (abertura terminal) e a
inserção da glândula sebácea. O istmo é a região entre a abertura da glândula
sebácea e a conexão do músculo eretor do pelo. Mais profundamente, há uma
dilatação que é o bulbo do folículo piloso, a matriz do pelo, e no seu interior
há a papila, que é uma estrutura que conecta o pelo à derme, região altamente
vascularizada e com terminações nervosas.

A matriz do pelo apresenta camadas de células, sendo a medular, mais


profunda, responsável pela atividade mitótica. Em volta da medula, existem
bainhas, sendo a mais interna a cutícula da bainha dividida em camada de
Huxley e a camada de Henle. Quando o pelo começa o processo de
queratinização, essas camadas da cutícula interna são degradadas e a bainha
externa se torna mais desenvolvida. Conforme o pelo se alonga em direção à
epiderme, torna-se mais fino. A camada celular mais externa é a camada basal
hialina.

Quando o pelo atinge a epiderme, temos a haste, que é a parte visível. A


camada mais exterior é formada pela cutícula externa e é dividida em córtex e
medula. O córtex é formado por queratinócitos compactados e unidos,
responsáveis pela resistência do pelo. Já a medula apresenta queratinócitos
com ligações mais fracas.

As principais funções dos pelos estão relacionados com o seu local. Por
exemplo, os pelos de orifícios, como os das narinas e orelhas, têm a função de
impedir a entrada de partículas como poeira e microrganismos, enquanto as
sobrancelhas e cílios evitam que o suor ou outra partícula entre nos olhos. Os
cabelos formam uma proteção para o nosso couro cabeludo, já que é a região
mais exposta ao sol. Nas narinas, os pelos também são importantes para
aquecer o ar que inalamos, pois os pelos participam da termorregulação de
uma forma mais modesta: eriçando-se para formar uma barreira de ar quente e
evitar que percamos calor. Além disso, fazem parte do sistema sensorial por
suas inúmeras terminações nervosas com percepção de tato LTe de pressão.
Na figura 10 temos uma representação dos pelos.

Figura 10. Representação do pelo e folículo piloso na pele. Fonte: SAMPAIO; RIVITTI;


2018, p. 16 (Adaptado).

Os pelos são compostos por vários aminoácidos, como arginina e cisteína,


além, é claro, da maior parte ser composta pela queratina. O pelo também
apresenta melanócitos na sua matriz, que são responsáveis por produzir
melanina e promover a pigmentação. São conhecidos pela sua força e
resistência, podendo suportar tensões de 40 a 160 g, além de serem
extremamente elásticos e flexíveis.

Como sabemos, nossos pelos e cabelos crescem, caem e são substituídos. No


entanto, apresentam fases características que compõem o ciclo do pelo: não
crescem continuamente, na verdade, têm fases de crescimento e de
estagnação. A fase de crescimento é denominada anágena, em que ocorre
atividade mitótica e pode durar de dois a cinco anos. Em seguida, há a fase de
interrupção do crescimento, denominada catágena, tendo duração de três a
quatro semanas. Por fim, há a queda do cabelo, denominada fase telógena,
durando de três a quatro meses. Essas fases caracterizam situações fisiológicas
normais. Muitos fatores, como estresse e exposição a produtos químicos,
podem interferir no crescimento e manutenção de um pelo ou cabelo saudável.
Na Figura 11 temos uma representação das fases do pelo.

Figura 11. Fases do pelo. Fonte: SAMPAIO; RIVITTI; 2018, p. 17 (Adaptado).

Nosso couro cabeludo contém em média 100 a 150 mil fios de cabelo, sendo
que 10% estão em fase telógena, ou seja, perdemos de 70 a 100 fios por dia.
Quanto ao crescimento, é de quase 0,5 milímetros por dia em homens,
enquanto em mulheres o crescimento é mais acentuado. Existem vários fatores
endógenos e exógenos que podem estar relacionados com o controle do ciclo e
crescimento do pelos e cabelos. Fatores emocionais e nutricionais estão
extremamente atrelados a questões de perda de cabelo, assim como fatores
hormonais e uso de produtos químicos.

Quando pensamos nas funções dos pelos e cabelos, podemos citar várias
funções fisiológicas, mas também existe a importância estética, que está muito
relacionada a questões emocionais.
CONTINUEUNHAS

As unhas, também denominadas lâminas ungueais, são placas de células


queratinizadas presentes nas pontas dos dedos como forma de proteção e
também manipulação de objetos. São células modificadas, com características
escamosas e altamente queratinizada, presentes nas falanges distais das mãos
e dos pés.

As unhas são formadas desde o período embrionário - já nascemos com elas e


continuam crescendo por toda a nossa vida. Apresentam uma matriz ungueal
em que estão presentes células proliferativas responsáveis pela atividade
mitótica e promoção do crescimento. A matriz está inserida na pele e apenas
uma pequena extremidade fica à mostra, chamada lúnula (região
esbranquiçada em forma de arco na base da unha). A lâmina ungueal é aderida
à pele pela dobra ungueal, e apresenta um prolongamento da camada córnea
da pele que veda essa adesão, chamada eponíquio (popularmente conhecida
como cutícula). Essas camadas são importantes pelo fato de que, quando
extirpadas, podem se tonar uma porta de entrada para possíveis infecções.

A estrutura das unhas é vascularizada e inervada, responsável pela nutrição e


manutenção do crescimento. A unhas das mãos (quirodáctilos) crescem mais
rapidamente que a dos pés (pododáctilos) e apresentam espessuras diferentes.
O leito ungueal, que é a região em que a lâmina ungueal está inserida, é uma
parte da pele que também está relacionada com o crescimento da unha.

As anormalidades que ocorrem nas unhas normalmente ocorrem por infecções


fúngicas ou bacterianas. Entretanto, deformidades e problemas no crescimento
também podem ocorrer por fatores hormonais, nutricionais e emocionais.

Podemos classificar as estruturas presentes nas unhas da seguinte forma:


Clique nos botões para saber mais
Lâmina ungueal
+

Matriz ungueal
+

Leito ungueal
+

Lúnula
+

Eponíquio
+

Hiponíquio
+

Borda Livre
+
Figura 12. Ilustração da anatomia da unha. Fonte: SANTOS, 2017 (Adaptado).

Seção  7 de 7
Glândulas do sistema tegumentar

O sistema tegumentar apresenta glândulas anexas especializadas em produzir


secreções importantes para a manutenção da homeostasia da pele. As
glândulas sudoríparas produzem o suor, que é excretado em ductos na
superfície da pele e faz parte da regulação da temperatura corporal. As
glândulas sebáceas também são estruturas anexas da pele, que secretam o sebo
nos pelos e na superfície da pele, e têm como principal função a hidratação.

GLÂNDULAS SUDORIPARAS

São glândulas, presentes em nosso corpo, especializadas em produzir suor,


substância composta principalmente por água e sais minerais e excretada
através de canalículos na pele. A glândula sudorípara tem uma parte interna
que produz o suor e um ducto que expele a secreção.

Existem milhões de glândulas sudoríparas espalhadas em nosso corpo, e sua


distribuição é variável: regiões com grande concentração, como mãos, pés e
rosto, e regiões com menos, como as costas. Além da variação na distribuição,
também existem dois tipos diferenciados de glândulas sudoríparas, a saber: as
glândulas apócrinas e as écrinas.
As glândulas sudoríparas do tipo écrinas são as mais frequentes, presentes em
quase todo o corpo, e produzem um suor mais aquoso, composto
principalmente por água e sais minerais. Já as glândulas apócrinas estão
distribuídas em regiões como axilas, mamilos e áreas genitais, e produzem
uma secreção mais leitosa, composta por água, sais e glicoproteínas. A
principal ação das glândulas sudoríparas é participar na termorregulação
corporal, pois a secreção de suor resfria nosso corpo em momentos de
elevação da temperatura. O suor também expele alguns minerais como sódio,
potássio, cloreto, ureia e, dependendo, alguns medicamentos ingeridos, mas
não é sua função primordial a excreção, já que essa função é assumida pelos
rins.

As glândulas écrinas apresentam duas partes distintas: um glomérulo


secretor presente na derme, que produz a secreção, e um ducto excretor, que
atravessa a epiderme e desemboca na pele em pequenos poros. A parte
secretora é envolta por células mioepiteliais, que auxiliam na expulsão do
conteúdo para o exterior. O suor produzido nessas glândulas é transparente,
aquoso, levemente salgado e sem odor. Em relação ao cheiro, na verdade são
as bactérias presentes na pele que proporcionam o odor característico.

O segundo tipo de glândula, das apócrinas, é mais volumoso que as écrinas e

presenta igualmente duas partes distintas: a parte secretora e o ducto excretor.

No entanto, os ductos das glândulas apócrinas não atingem a superfície,

estando associados aos folículos pilosos e excretando a sua secreção no

orifício do pelo. Essas glândulas estão presentes em determinadas regiões,

como as axilas, em volta do mamilo, genitais e orelhas.

Produzem uma secreção leitosa, composta por água, sais e glicoproteínas do


citoplasma das células secretoras, sendo uma secreção com aspecto opaco.
Essa secreção tem um odor característico pela sua composição e por
influências hormonais, além da degradação sofrida pelas bactérias presentes
na pele. Glândulas desse tipo estão inativadas durante a infância e só são
desenvolvidas a partir da puberdade e maturação dos pelos terminais.

A produção de suor é controlada por mecanismos fisiológicos, e,


principalmente, pelo sistema nervoso central, que através do sistema nervoso
periférico simpático e parassimpático exerce sua eferência. A condição
fisiológica que estimula a secreção de suor é o aumento da temperatura
corporal devido a situações em que o ambiente favorece a perda de calor ou
durante atividades físicas. Entretanto, situações como estresse, infecções ou
outras patologias podem ocasionar a produção de suor excessiva decorrente
de estímulos nervosos exacerbados ou pelo desbalanço da homeostasia
corporal que uma infeção pode ocasionar.

Os seres humanos são homeotermos, o que significa que nossa temperatura


corporal não sofre variações decorrentes do ambiente. A temperatura corporal
deve ser mantida em uma faixa estreita de 36,5 °C com pequenas variações
que não ultrapassam 0,5 °C. As glândulas sudoríparas também carregam
algumas substâncias para a superfície da pele para serem secretadas e
promovem uma pequena parte da excreção de água corporal, podendo excretar
meio litro de suor por dia. Em dias quentes e durante a atividade física, a
excreção de suor promove refrigeração no momento em que é evaporado da
pele e esta perde calor para o ambiente.
A produção de suor é altamente controlada centralmente por uma região do
cérebro chamada hipotálamo, a qual recebe aferências de calor por parte dos
sistemas periféricos e terminações nervosas e integra as informações
provocando ações para controlar a temperatura corporal. Quando a
temperatura sobe, o hipotálamo envia comando para as glândulas sudoríparas
produzirem suor e controlar a temperatura. O aumento da sudorese se inicia
principalmente nas mãos, pé, rosto e tronco, mas, em situações como
atividade física intensa, há produção de suor em todo o corpo. Durante
situações de desequilíbrio, como febre, essa via também é ativada pelo
organismo.

Quando temos febre, o organismo tenta corrigir essa elevação da temperatura


promovendo aumento da sudorese, mas em uma sudorese intensa, podemos
perder litros de água e muitos sais minerais, portanto, é muito importante que
haja reposição para não ocorrer desidratação. Em recém-nascidos é de
extrema importância que a febre seja controlada e feita a reposição hídrica,
pois nessa idade o controle sobre esses mecanismos ainda não está totalmente
desenvolvido.
Em algumas situações, a produção de suor pode ser desencadeada por

estímulos psíquicos, por exemplo, momentos de estresse e medo.

Desconfortos como o medo de falar em público podem gerar a produção de

suor em regiões como mãos, face e axilas, promovendo certo desconforto.

Esse mecanismo é desencadeado por reflexos de adaptação ao ambiente, de


luta ou fuga, sendo um resquício de mecanismos ancestrais, mas não está
relacionado a uma resposta direta para controlar a temperatura, portanto não
tem benefício aparente.

O suor promove o controle da temperatura corporal e é essencial para a


manutenção da homeostase do corpo. Entretanto, em algumas situações, pode
ser produzido de forma excessiva sem ter motivo aparente, gerando
desconforto e constrangimento no indivíduo. A condição conhecida como
hiperidrose pode causar esse excesso de produção de suor, em que os
indivíduos acometidos produzem muito suor, principalmente nas mãos e
axilas. Portadores dessa condição podem apresentar maior número de
glândulas sudoríparas ou controle central prejudicado.
Outra patologia causadora de muito constrangimento é a bromidose, que é a
intensa produção de suor e proliferação de bactérias e fungos, promovendo
odor fétido quando o indivíduo transpira. É uma condição que pode gerar
problemas emocionais, fazendo com que os indivíduos evitem certos
ambientes e atividades. Na Figura 13 temos uma representação das glândulas
sudoríparas.

Figura 13. Ilustração de uma glândula sudorípara-anexos da pele. Fonte: RICEVUTO,


2016 (Adaptado).
GLÂNDULA SEBÁCEA

As glândulas sebáceas são caracterizas por serem glândulas exócrinas, isto é,


por produzirem suas secreções e as expelirem através de ductos. São
alveolares, ramificadas e apresentam formato semelhante a cachos de uva.
Elas têm, como função, a produção de uma secreção lipídica chamada sebo, e
estão presentes em quase toda a extensão do corpo, exceto na palma das mãos
e na planta dos pés. Apresentam alta produção no couro cabeludo, pois o sebo
tem função de manter os fios hidratados.

O sebo produzido pela glândula sebácea é secretado diretamente no folículo


piloso, e forma um conjunto chamado de folículo pilossebáceo. O ducto da
glândula sebácea desemboca no folículo, e, através do orifício do pelo, o sebo
é excretado na pele. É constituído principalmente por substâncias oleosas
como ácidos graxos, ésteres e glicoproteínas; lubrifica os pelos e cabelos
formando uma camada lipídica, e, dessa forma, evita a perda de água e
mantem a hidratação adequada.

As glândulas sebáceas se modificam com o tempo, sofrendo transformações.


Na infância, são menos desenvolvidas e produzem pouco sebo, mas na
puberdade há um aumento significativo na sua produção devido a estímulos
hormonais elencados principalmente pelos androgênios, como testosterona.
Na vida adulta, a secreção se torna regular, ocorrendo diminuição em
mulheres após a menopausa. O envelhecimento pode causar variações em sua
forma, mas não interfere no número de glândulas.

Distúrbios na produção de sebo são muito conhecidas, como o excesso, que

leva aos casos de peles oleosas e seborreicas, além da formação de acne muito

frequente na adolescência. O acúmulo de sebo na pele pode elevar a


colonização de bactérias e fungos, ocasionando inflamações e pústulas

populares nesses casos.

A acne é um distúrbio que ocorre principalmente na puberdade por intermédio


da ação hormonal e excesso da produção do sebo. Entretanto, há indivíduos
que apresentam maior tendência a ter acne devido ao biotipo da pele ser
oleoso, com poros muito abertos e glândulas sebáceas numerosas e
volumosas. Estímulos hormonais e nutricionais estão diretamente ligados à
hiperprodução de sebo, assim como menor higiene pode aumentar a
proliferação de bactérias e causar a inflamação. A acne atinge principalmente
o rosto, costas e nádegas e está relacionada com problemas emocionais,
devido ao constrangimento das condições estéticas. No entanto, há peles que
apresentam distúrbios relacionados a pouca produção de sebo, tornando-se
ressecadas, opacas e com pouca elasticidade. Essa condição pode levar ao
envelhecimento precoce, além de irritações e infecções uma vez que o sebo
também atua como uma barreira. Na Figura 14 temos uma representação das
glândulas sebáceas.

Figura 14. Ilustração da glândula sebácea associada ao pelo-anexos da pele. Fonte:


SANTOS, 2015 (Adaptado).

Agora é a hora de sintetizar tudo


o que aprendemos nessa
unidade. Vamos lá?!
SINTETIZANDO
Nesta unidade, tivemos como objetivo adquirir conhecimentos sobre a
estrutura e as funções da pele humana, bem como estudar as suas camadas
constituintes e anexos cutâneos.
A pele é uma estrutura muito extensa e representa muitos anexos e estruturas
funcionais, sendo sua principal função a de proteger o organismo dos
patógenos e agentes externos. A constituição da pele se dá pelas estruturas:
epiderme, derme, pelos, unhas, glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e
mama. O tecido adiposo subcutâneo está logo abaixo da pele, e é composto
por tecido conjuntivo frouxo e células adiposas, os quais fazem a união entre a
derme e os órgãos subjacentes
Na camada mais superficial da pele se encontra a epiderme, um tecido
delgado que apresenta várias camadas de células e é denominado tecido
estratificado pavimentoso queratinizado. As células epiteliais da epiderme são
denominadas queratinócitos e a sua disposição forma “pilhas de células” uma
em cima da outra.
No estrato basal da epiderme, estão presentes os melanócitos, células de
formato arredondado e com prolongamentos, responsáveis pela produção de
melanina, que fornece pigmentação a nossa pele. A melanina é um pigmento
marrom-escuro produzida em vesículas chamadas melanossomas. Outro tipo
celular presente da camada basal são as células de Merkel, células nervosas
diferenciadas em receptores táteis (mecanorreceptores), presentes
principalmente nos folículos pilosos e nas pontas dos dedos.
Quando as células-tronco basais se diferenciam e se multiplicam, migrando
para as camadas superiores, tornam-se os queratinócitos. Quando, por sua vez,
vão migrando para camada superiores, vão perdendo parte do núcleo e
citoplasma, tornando-se compactadas. Na epiderme, também são encontradas
células do sistema imune denominadas células de Langerhans, as quais são
responsáveis por fagocitar antígenos na pele. Depois, as células de Langerhans
apresentam tais antígenos para o linfócito T, também presente na pele, que
inicia o processo inflamatório.
A derme está localizada logo abaixo da epiderme, e é um tecido altamente
vascularizado responsável por proporcionar nutrição e sustentação à epiderme.
A derme proporciona elasticidade à pele e é composta principalmente por
fibras de colágeno, vasos sanguíneos e linfáticos e muitas terminações
nervosas.
A pele apresenta inúmeras terminações nervosas, que são responsáveis pela
percepção de calor e agente nocivos, tato e frio. Existem vários tipos de
receptores nervosos; em regiões que apresentam pelos há terminações
específicas nos folículos pilosos que captam força mecânica. Os receptores de
Ruffini são terminações que captam as sensações de calor; os corpúsculos de
Paccini percebem os estímulos táteis; quanto aos receptores de pressão, temos
os discos de Merkel, presentes em toda a extensão da pele. A percepção de
estímulos dolorosos é realizada pelas terminações nervosas livres, e existem
outras terminações também responsáveis por perceber estímulos táteis,
chamadas de corpúslos de Meissner. Quanto à sensação de frio, é percebida
pelos bulbos terminais de Krause.
O tecido adiposo subcutâneo, também chamado de hipoderme, é a camada que
está logo abaixo da pele. É composto por fibras de tecido conjuntivo e
adipócitos (células de gordura), formando lobos. O tecido adiposo se liga à
derme na junção dermo-hipodérmica, região muito vascularizada e inervada.
O panículo adiposo também está ligado às fáscias de músculos. É um tecido
de reserva de energia que representa de 15 a 30% do nosso peso corporal e
pode ser utilizado para geração de ATP direcionada às células. As principais
funções do tecido adiposo são fornecer proteção contra traumas físicos e
servir como isolante térmico. A gordura é importante para modelar o contorno
do corpo e para preenchimento dos órgãos e cavidades.
Os pelos são células compactadas e queratinizadas que tem origem no folículo
piloso. Existem pelos em toda a extensão do nosso corpo, exceto na palma das
mãos e na planta dos pés. Eles podem ser classificados de duas formas, o pelo
Lanugo e o terminal. Os pelos lanugos são finos, estão presentes em quase
todo corpo. Já o terminal, são os pelos grossos e desenvolvidos e são os que
compõem os cabelos, a barba, os pelos axilares e os pubianos.
As unhas, também chamadas de lâminas ungueais, são placas de células
queratinizadas presentes nas pontas dos dedos como forma de proteção e
também para otimizar a manipulação de objetos. São células modificadas,
com características escamosas e altamente queratinizadas, presentes nas
falanges distais das mãos e dos pés.
As glândulas sudoríparas, por sua vez, estão presentes no nosso corpo e são
especializadas em produzir suor, substância composta principalmente por
água e sais minerais, excretada através de canalículos na pele. A glândula
sudorípara tem uma parte interna que produz o suor e um ducto que expele a
secreção.
Já as glândulas sebáceas são caracterizas por serem glândulas exócrinas, que
produzem suas secreções e as expelem através de ductos. São alveolares e
ramificadas e apresentam formato semelhante a cachos de uva. As glândulas
sebáceas tem como função produzir uma secreção lipídica chamada sebo, e
estão presente em quase toda a extensão do corpo, exceto na palma das mãos e
na planta dos pés. Apresentam alta produção no couro cabeludo, pois o sebo
tem função de manter os fios hidratados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio14.php>. Acesso em: 23 maio
2019.

Seção  2 de 10
Cicatrização e reparo

Cicatrização é o processo de reparação tecidual que substitui o tecido lesado


por um tecido novo. Esse processo envolve a regeneração das células, a
formação de tecido de granulação e a restituição do tecido. A cicatriz é o
tecido novo formado durante a restituição de um trauma. O organismo a
utiliza como um meio para fechar as lesões quando não é possível a
regeneração perfeita dos tecidos. 

O processo de cicatrização pode ocorrer de duas formas conforme a ferida. A


cicatrização primária acontece quando um ferimento não contaminado possui
bordas próximas e não tem perda tecidual, como ocorre em procedimentos
cirúrgicos. Normalmente não há infecções, necrose cutânea ou presença de
hematoma.

Já a cicatrização secundária é caracterizada por afastamento entre as bordas do


corte e há perda de tecido, sendo preenchida por tecido de granulação.
Normalmente, resultam em cicatrizes com estética desfavorável. A Fig. 1
mostra os tipos de cicatrização.

Figura 1. Tipos de cicatrização. A primeira fileira representa a cicatrização primária e a


segunda, uma cicatrização secundária. Fonte: TAZIMA; VICENTE; MORIYA, 2008.
Acesso em: 12/06/2019. (Adaptado).
ETAPAS DA CICATRIZAÇÃO
A capacidade do tecido se regenerar é uma resposta organizada das reações
celulares e moleculares que convergem para a reconstrução dos tecidos. A
cicatrização é um processo para reestabelecer a integridade de um tecido
lesado e consiste em uma coordenada cascata de eventos celulares e
moleculares que interagem para que ocorra a reconstituição do tecido.
Após a lesão, ocorre a ativação da cascata da coagulação sanguínea, que é a
atividade plaquetária como forma de evitar a perda sanguínea, com o
tamponamento dos vasos destruídos. É formado um coágulo que cria uma
barreira impermeabilizante que protege da contaminação e que, além de
diminuir a perda sanguínea e isolar a lesão, fomenta a migração das células
responsáveis pelo desencadeamento do processo de reparo.

A primeira etapa da cicatrização é a inflamatória, que dura entre 48 e 72 horas


e apresenta a os sinais clássicos da inflamação: dor, calor, rubor e tumor. O
processo inflamatório combate os agentes patogênicos e desencadeia uma
série de acontecimentos para a restituição do tecido lesado e retorno da função
ou formação de um tecido cicatricial.

A inflamação começa no momento da lesão. Nessa fase, há recrutamento de


células do sistema imune, como os neutrófilos, monócitos e macrófagos,
responsáveis por deflagrar a reação inflamatória no local.

Os neutrófilos e os monócitos são as primeiras células a chegar ao local da


lesão. A ação dos neutrófilos neste processo é eliminar os microrganismos
pela fagocitose. Os neutrófilos migram para a superfície da ferida para formar
uma barreira contra a invasão de patógenos e promover o recrutamento de
mais neutrófilos a partir dos vasos mais próximos. Em apenas um dia após a
lesão, os neutrófilos constituirão 50% das células do local lesionado.

Os monócitos, que migram mais tardiamente, diferenciam-se em macrófagos,


e são essenciais no processo de cicatrização, pois são responsáveis pela
fagocitose dos microrganismos patogênicos e os restos teciduais e celulares,
inclusive os neutrófilos. Os macrófagos liberam colagenases e proteoglicanas,
que são enzimas que destroem o material necrosado e orientam a formação do
tecido de granulação. Nas primeiras 24 horas, há predominância de
neutrófilos, e nos próximos três dias há maior número de macrófagos no local.
Essas células imunes produzem exsudato, o que explica a formação de pus nas
feridas.

Em seguida, ocorre a etapa proliferativa, fase responsável pelo fechamento da


lesão propriamente dita. Com a presença dos macrófagos derivados de
monócitos e a produção e liberação de mediadores químicos, ocorre a ativação
de fibroblastos, que se inicia por volta do terceiro dia da fase proliferativa e
dura de duas a três semanas, caracterizando o início da formação do tecido de
granulação. Durante essa fase, ocorre a produção de fibroblastos, angiogênese
(formação de novos vasos) e contração da ferida. A fibroplasia ocorre quando
o tecido cicatricial é substituído por um tecido conjuntivo mais forte e mais
elástico.
Quando o tecido está reparado, ocorre a contração da ferida, que é a
restituição do tecido preexistente, e esse processo é responsável por diminuir o
tamanho da ferida, ocorrendo normalmente após duas semanas. A contração
da ferida é mediada normalmente por miofibroblastos. É um processo
importante para reduzir o tamanho da lesão e retornar à função fisiológica do
local afetado. Após essa fase, a lesão está preenchida pelo tecido de
granulação e a circulação restaurada pela neovascularização. Aos poucos, o
tecido de granulação é preenchido com mais fibras colágenas, e a região da
ferida apresenta um acúmulo de massa fibrosa.

A última etapa é a remodelação, que tem duração indeterminada e é


caracterizada pela reorganização do tecido cicatricial. Nessa fase, a cicatriz
apresenta uma coloração semelhante à da pele saudável. O tecido de
granulação formado é uma cicatriz com fibroblastos, colágeno, matriz
extracelular e vasos. No final dessa etapa, há diminuição do número de
fibroblastos e de macrófagos e aumento do conteúdo de colágeno, o que
auxilia na formação de um tecido elástico e com aspectos semelhantes ao
tecido adjacente.

A cicatrização é processo fisiológico de defesa do nosso organismo, sendo


importante para a manutenção da estrutura da pele e para evitar a exposição
do nosso corpo aos agentes patogênicos. Na Fig. 2, temos o exemplo das fases
da cicatrização representadas por inflamação, proliferação e remodelamento.

Figura 2. Representação das fases do processo de cicatrização da


pele. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/06/2019.

Seção  3 de 10
Biótipos cutâneos

Uma pele saudável é aquela que apresenta condições anatômicas, histológicas


e funcionais normais, que não apresenta sequelas ou distúrbios de suas
características de hidratação, produção de sebo e secreção de suor e mantém
sua estrutura e suas secreções dentro dos valores fisiológicos.
Existem parâmetros que nos permitem diagnosticar o biotipo cutâneo, e são
eles: sebo, pH e hidratação.

CURIOSIDADE
O equilíbrio dos três parâmetros está geneticamente determinado, mas

pode ser alterado por vários fatores como: clima, envelhecimento,

hormônios, alimentação, sol, estresse, alterações digestivas e uso

indevido de medicamentos.

São considerados valores normais de produção de sebo a ordem de 90 a 100


microgramas (µg) por cm² de pele. Valores acima indicam pele oleosa ou
seborreica, e valores abaixo indicam pele hipolipídica ou seca. Esses valores
também estão diretamente relacionados com o nível de hidratação da pele. O
nível de acidez também é um fator importante para a manutenção de uma pele
saudável, sendo um pH médio de 5,5 considerado uma acidez normal.

Os termos “normal” ou “eudérmica” são utilizados para se referir à uma pele


balanceada. Uma pele eudérmica apresenta poros finos, boa circulação
sanguínea, textura aveludada e suave, cor rosada, apresenta equilíbrio hídrico
e lipídico e não apresenta propensão à sensibilidade.

Já uma pele seca (Xerose) é uma pele incapaz de reter água no volume
necessário. Isso geralmente está associado à produção reduzida de lipídios na
pele. Por causa da falta de sebo, a pele seca não apresenta lipídios necessários
para reter umidade e construir uma barreira protetora contra influências
externas. Pele seca é causada pela falta de fatores de hidratação naturais
(FHNs), especialmente a ureia, aminoácidos e ácido láctico que ajudam a fixar
água. A falta de lipídios epidérmicos como ceramidas, ácidos graxos e
colesterol, que são necessários para uma função saudável da barreira cutânea,
resulta no comprometimento da função natural de barreira da pele contra
agentes externos.

A pele seca apresenta variações que vão desde o tipo de pele que se apresenta
um pouco mais seca que a normal, passam por pele muito seca e vão até a
extremamente seca. A pele levemente seca é áspera, apresenta-se menos
elástica e tem uma tonalidade opaca; a pele muito seca pode apresentar leve
descamação ou áreas escamosas com manchas, sendo rígida, além de ser mais
sensível à irritação; a pele extremamente seca normalmente ocorre em áreas
do corpo como mãos, pés, cotovelos e joelhos, e está propensa à formação de
rachaduras, calos, descamação e coceira frequente. Os casos de pele
extremamente seca são geralmente encontrados em pessoas com mais idade,
sendo um fator adquirido pela idade e exposição a situações insalubres. Na
Fig. 4, temos o exemplo de calcanhar com a pele extremamente seca e com
rachaduras, condições que podem predispor infecções e dor, e são muito
comuns em idosos e pessoas com diabetes. Esse ressecamento é comum
também nos cotovelos e joelhos.

Figura 4. Pés apresentando pele extremamente seca. Fonte: Shutterstock. Acesso em:


12/06/2019.

A pele oleosa tem alta produção de sebo, superfície úmida e gordurosa, com
poros dilatados com aspecto de “laranja”, e maior espessura epidérmica. É
facilmente irritável e observa-se alteração do pH, sendo esta, normalmente,
uma alcalinização da pele. A pele oleosa poderá evoluir para uma pele
seborreica, dependendo de fatores endógenos (hormonais, metabólicos,
psíquicos) e exógenos (uso de cosméticos e clima quente e úmido). A
seborreia pode ser classificada em vários graus conforme as alterações na
pele, sendo: leve, com secreção sebácea levemente aumentada, localizando-se
na zona T (queixo, nariz e testa); moderada, com secreção sebácea aumentada
que se estende a toda face, couro cabeludo e, às vezes, tórax; e intensa, com
secreção sebácea aumentada por toda a face, braços, parte anterior e posterior
do tórax, observando-se gotículas de gordura na superfície epidérmica.

A pele oleosa está propensa à formação de pontos negros e brancos (cravos) e


diversas formas de acne. Na acne suave, aparece um número significativo de
cravos, no rosto e frequentemente no pescoço, nos ombros, nas costas e
também no peito . Em casos moderados e graves, desenvolvem as pápulas
(protuberâncias com centro brancas ou pretas visíveis) e pústulas
(protuberâncias maiores com ponto branco ou amarelo perceptível no centro)
e a pele fica avermelhada e inflamada.

Um tipo muito comum é a pele mista, que apresenta diferentes regiões de


oleosidade, principalmente na zona T (testa, nariz e queixo).

A pele mista é caracterizada pela zona T com característica oleosa e poros


ampliados nesta área e pele normal à seca nas bochechas.

Seção  4 de 10
Disidrose, anidrose e hiperidrose

A disidrose é a formação de erupções devido à secreção de suor e ocorre


principalmente nas mãos e também pode ocorrer nos pés. É caracterizada pela
formação de vesículas (pequenas coleções líquidas na pele). Na maioria das
vezes, a disidrose desaparece de uma a três semanas, mas pode se tornar
crônica. Essa doença normalmente ocorre na vida adulta e atinge homens e
mulheres. É mais comum nos meses quentes e pode estar associada a fatores
emocionais e estresse, que podem agravá-la ou até mesmo desencadeá-la. A
causa é variada, podendo ser de origem exógena (fatores externos e
substâncias) ou origem endógena (fatores internos do indivíduo). Nos casos
desencadeados por agentes externos, teremos a dermatite de contato por
irritante primário, a dermatite de contato alérgica, alergênicos ingeridos ou
inalados, infecções por patógenos e as farmacodermias por medicamentos.
Quando a natureza é endógena, pode ter diagnóstico de psoríase, de dermatite
atópica e de outros quadros de dermatites ou eczemas.

Quando ocorre o desenvolvimento de disidrose, as vesículas têm um conteúdo


com líquido incolor e estão localizadas normalmente nas mãos ou pés. Elas
podem infeccionar e causar dor e prurido intenso. Quando ocorre disidrose na
região plantar, é necessário fazer exame micológico, pois nesse caso a origem
pode ser fúngica. O quadro clínico pode se tornar crônico com descamação e
levar a um aumento da espessura da pele e fissuras na região palmar ou
plantar.

Para o tratamento, normalmente são utilizadas pomadas tópicas de corticoide,


e é importante manter a pele hidratada e limpa. A Fig. 5 ilustra casos de
disidrose palmar e plantar.

Figura 5. Fotos de casos de disidrose palmar (esquerda) e plantar (direita). Fonte:


Shutterstock. Acesso em: 12/06/2019.

NIDROSE

A anidrose é caracterizada pela ausência da produção de suor, que deveria

ocorrer em resposta ao aumento da temperatura do corpo, pois o suor é um

mecanismo de regulação da temperatura que ocorre quando a mesma se

encontra aumentada. A manutenção da temperatura corporal nos

homeotérmicos é essencial para a ocorrência das reações e processos químicos

fisiológicos que mantêm nosso corpo saudável. Essa ausência de suor pode ser

parcial ou generalizada.
O sintoma mais comum da anidrose é a própria ausência de suor, porém
raramente ela é percebida. Além disso, pode ocorrer sensação de tontura, febre
e câimbras musculares. A dificuldade encontrada nesses distúrbios é que não
há substituição desta função no organismo.

A ausência de suor pode ter origem hereditária, mas também pode ocorrer
devido a ações externas. A utilização de certos medicamentos também pode
provocar uma disfunção na capacidade de suar. Outro fator que influi bastante
é o envelhecimento, pois o organismo pode perder a capacidade de regulação
da temperatura. De uma forma geral, essa condição é gerada pelo mau
funcionamento das glândulas sudoríparas. Os ductos das glândulas
sudoríparas também podem ser obstruídos mecanicamente ou serem
destruídos em casos de queimaduras, mas nesses casos a ausência de suor é
parcial por atingir algumas partes do corpo.

NIDROSE

A anidrose é caracterizada pela ausência da produção de suor, que deveria

ocorrer em resposta ao aumento da temperatura do corpo, pois o suor é um

mecanismo de regulação da temperatura que ocorre quando a mesma se

encontra aumentada. A manutenção da temperatura corporal nos

homeotérmicos é essencial para a ocorrência das reações e processos químicos

fisiológicos que mantêm nosso corpo saudável. Essa ausência de suor pode ser

parcial ou generalizada.

O sintoma mais comum da anidrose é a própria ausência de suor, porém


raramente ela é percebida. Além disso, pode ocorrer sensação de tontura, febre
e câimbras musculares. A dificuldade encontrada nesses distúrbios é que não
há substituição desta função no organismo.

A ausência de suor pode ter origem hereditária, mas também pode ocorrer
devido a ações externas. A utilização de certos medicamentos também pode
provocar uma disfunção na capacidade de suar. Outro fator que influi bastante
é o envelhecimento, pois o organismo pode perder a capacidade de regulação
da temperatura. De uma forma geral, essa condição é gerada pelo mau
funcionamento das glândulas sudoríparas. Os ductos das glândulas
sudoríparas também podem ser obstruídos mecanicamente ou serem
destruídos em casos de queimaduras, mas nesses casos a ausência de suor é
parcial por atingir algumas partes do corpo.

Patologias da pele

A pele é o maior e mais exposto órgão do corpo humano. Ele está exposto a
vários agentes patogênicos, portanto, as doenças da pele são os mais comuns e
recorrentes distúrbios que acometem o ser humano. As doenças da pele não
afetam apenas o estético, podendo também levar à morte.

Entre as patologias da pele, a mais incidente e agressiva é o câncer de pele.


No Brasil, há muitos casos registrados de câncer de pele e é uma doença
muito encontrada nos trópicos. A maioria dos casos são de câncer de pele, não
melanoma, e as chances de cura são altas por serem menos invasivas, porém
devem ser diagnosticadas cedo. O câncer é caracterizado pelo crescimento
excessivo e não controlado das células. Os cânceres de pele podem ser
diagnosticados e classificados conforme a camada que foi atingida. Os tipos
mais comuns são os carcinomas basocelular e o espinocelular.
O carcinoma basocelular é o tipo de câncer que atinge a camada mais
profunda da epiderme, sendo as mais afetadas o rosto, braços e pernas, que
são regiões mais expostas ao sol.  Nesse caso, o diagnóstico se faz analisando
o tumor que normalmente se forma como uma pápula inflamada e
avermelhada com aspecto brilhante e pode haver sangramento, seguido da
biópsia para confirmação.

Outro tipo de câncer de pele é o carcinoma espinocelular, que afeta a camada

espinhosa da epiderme e também se manifesta em áreas mais expostas ao sol,

podendo se manifestar também em regiões com feridas crônicas que não

cicatrizam, pois são regiões com renovação constante das células. A origem

também pode ser devido à exposição de radiação ionizante e produtos

químicos. É um câncer mais prevalente em mulheres do que em homens. A

ferida tem aspecto descamativo e avermelhada, com sangramentos frequentes.


O tipo mais agressivo do câncer de pele, porém menos incidente dos três, é o
melanoma, pois apresenta alta mortalidade devido às grandes chances de
causar metástases, entretanto, as chances de cura são altas se o diagnóstico for
precoce. Esse tipo de câncer é desenvolvido nos melanócitos, as células que
produzem melanina. O tumor se assemelha a uma pinta ou sinal da pele,
porém elas crescem, mudam de cor e podem causar dor. São manchas ou
verrugas marrom-escura, sem bordas, e que podem sangrar. Eles podem
atingir áreas difíceis de serem visualizadas, o que dificulta o diagnóstico
precoce.

No começo da doença, o câncer afeta estratos mais externos da pele, o que


aumenta a chance de cura e sucesso com a remoção do tumor, porém quando
está em estágios mais graves, esse tumor atinge áreas mais profundas e tem
maior chance de ocorrer metástase. Pessoas com pele branca são mais
suscetíveis ao desenvolvimento de melanomas, pois apresentam menos
proteção contra os raios ultravioletas, já que o sol pode causar constante
destruição das células da pele, podendo causar modificações no núcleo.

Também há a questão da hereditariedade do câncer, predispondo pessoas que


tiveram familiares com a doença. Esses indivíduos devem realizar exames
constantemente e se proteger do sol, mas é importante lembrar que todos os
tipos de pele devem se proteger do sol, das mais claras às mais escuras. Na
Fig. 6, temos casos de câncer de pele.

Figura 6. Casos de câncer de pele. A foto A representa um carcinoma basocelular e a B


representa um melanoma. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/06/2019.

AS DOENÇAS DE PELE COM MAIOR


INCIDÊNCIA

Uma das doenças de pele mais incidentes são as dermatites. Existem várias
causas e variações na sintomatologia. A dermatite atópica é um dos tipos mais
comuns de alergia cutânea caracterizada por eczema atópico. É uma doença
genética e crônica, apresentando pele seca e erupções com prurido. Seu
surgimento é mais comum nas dobras dos braços e da parte de trás dos joelhos
e não é uma doença contagiosa. Alguns fatores de risco para o
desenvolvimento de dermatite atópica podem incluir: alergia a pólen, a mofo,
a ácaros ou a animais ou contato com materiais ásperos.
Já a dermatite de contato (ou eczema de contato) é uma reação inflamatória na
pele através da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia.
Existem dois tipos de dermatite de contato: a irritativa e a alérgica. A irritativa
é causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes, detergentes,
solventes ou outras substâncias químicas. Pode aparecer na primeira vez em
que entramos em contato com o agente causador, e as lesões da pele
geralmente são restritas ao local do contato. A alergia só surge após repetidas
exposições a um produto ou substância. Depende das ações do sistema
imunológico e, por esse motivo, pode demorar de meses a anos para ocorrer,
após o contato inicial. Essa forma de dermatite de contato aparece, em geral,
pelo contato com produtos de uso diário e frequente. As lesões da pele
acometem o local de contato, podendo se estender por todo o corpo.  

Existe também a dermatite seborreica, que é uma inflamação na pele em que

ocorre descamação e vermelhidão em áreas da face, como sobrancelhas, couro

cabeludo e orelhas. É uma doença crônica e a sua causa não é totalmente

conhecida. A inflamação pode ter origem genética ou ser desencadeada por

agentes patogênicos, estresse emocional, frio e excesso de oleosidade. É uma

doença que pode afetar tanto adultos quanto crianças e não se trata de uma

doença contagiosa, não é uma alergia e não causa riscos à saúde. Na Fig. 7,

temos fotos dos tipos mais comuns de dermatites.

Figura 7. Fotos de casos de dermatites. A foto A mostra um caso de dermatite atópica e a


foto B mostra a dermatite de contato. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention.
Acesso em: 12/06/2019.
Alergias e irritações à pele são muito comuns ao longo da vida. Muitas vezes
são classificadas erroneamente apenas como alergia, porém muitas são
perigosas, podendo levar um indivíduo ao choque anafilático seguido de
morte. Um distúrbio da pele muito comum é a urticária, uma irritação que
aparece como vergões avermelhados e inchados, causando muito prurido e
podendo aparecer em toda a extensão do corpo. É de origem idiopática, ou
seja, a origem não é definida, e muitas substâncias, medicamentos e patógenos
podem causar a urticária. Existe a urticária aguda, apresentando os sintomas e
obtendo melhora em menos de seis semanas, e a crônica, que tem duração de
mais de seis semanas e é recorrente. Os principais sintomas são coceira e
ardência e pode depender do estado de saúde do indivíduo e o agente
causador. Porém, em casos mais graves, pode ocorrer edema de glote
(garganta), prejudicando a respiração e até levando à morte. A dieta pode
influenciar ou até mesmo causar as urticárias, pois muitos alimentos
considerados alergênicos podem ser gatilhos para desencadeá-la. Na Fig. 8, é
possível ver um exemplo de urticária.

Figura 8. Urticária. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/06/2019.


FOLICULITE
A foliculite é um distúrbio muito comum, atingindo homens e mulheres na
fase adulta. É uma infecção da pele que ocorre no folículo piloso, e
normalmente se origina pela infecção de fungos e bactérias. Na foliculite,
ocorre inflamação local formando pequenas erupções com acúmulo de pus,
coceira e vermelhidão, mas apesar de ser local, pode ocorrer casos mais
graves, levando a lesões na pele que devem ser tratadas devidamente. A maior
incidência é nas regiões da virilha, das axilas e da barba, e, dependendo da
intensidade da infecção, pode causar alterações estéticas como cicatrizes e
manchas da pele.

A forma mais comum de foliculite é a superficial, acometendo apenas o pelo e

camadas mais superficiais da pele, ocorrendo formação de pequenas pústulas,

e o principal agente causador são as bactérias Staphylococcus aureus. Existem

condições que podem levar a um diagnóstico errôneo, como é o caso da

pseudofoliculite, que nada mais é que um pelo que se desenvolver para dentro

da pele e desenvolve uma pequena inflamação no local. Isso pode ocorrer com

pelos que são extraídos constantemente.

Indivíduos que apresentam doenças crônicas que comprometem a imunidade, como


portadores do vírus HIV e diabéticos, podem desenvolver complicações decorrentes da
foliculite. Esses pacientes podem desenvolver infecções profusas nos folículos por
bactérias gram-negativas, ocorrendo reações inflamatórias sérias e dificuldade de
cicatrização nos locais acometidos pela infecção. Na Fig. 9, temos foto de regiões
acometidas por foliculite.

Figura 9. Folículos infeccionados com formação de pústulas


(foliculite). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/06/2019.
Seção  6 de 10
Vitiligo

O vitiligo é uma doença que apresenta perda da pigmentação da pele e pode


ocorrer em várias partes do corpo. Nesses casos, ocorre perda ou diminuição
dos melanócitos, que são as células responsáveis por produzir a melanina e
formam a pigmentação da pele.

A origem dessa doença ainda é desconhecida, mas é classificada como


autoimune e tem grandes chances de ser hereditária. Os portadores apresentam
uma reação autoimune que destrói os melanócitos e, dessa forma, ocorrem as
manchas na pele. Por ser uma doença que destrói os melanócitos e,
subsequentemente, a melanina, as regiões afetadas apresentam áreas de
hipopigmentação, ou seja, manchas brancas na pele. Não só a pele, mas os
folículos pilosos são atingidos também e as áreas afetadas apresentam pelos e
cabelos brancos.
O vitiligo pode afetar todos os tipos de pele, abrangendo peles claras e

escuras. Obviamente que, na pele escura, as manchas serão mais evidentes do

que em uma pele mais clara. Essa doença atinge ambos os sexos e pode

aparecer em qualquer idade, da infância à velhice, assim como pode atingir

todas as etnias, ou seja, a incidência é igual em negros, brancos, orientais e

ocidentais.

O desenvolvimento do vitiligo está resumido principalmente no aparecimento


de manchas brancas na pele, porém há pacientes que apresentam dor e
sensibilidade na área afetada. O maior comprometimento causado pelo vitiligo
é o psicológico, pois muitos pacientes podem desenvolver depressão e
autoestima baixa por conta da aparência.

Existem duas classificações para o vitiligo, sendo segmentar, ou unilateral –


em que as lesões se manifestam apenas um lado do corpo, e aparecem nos
primeiros estágios da doença – ou não segmentar, ou bilateral – que é o tipo
mais comum, no qual as manchas aparecem nos dois lados do corpo. Nesses
casos, as lesões ocorrem primeiro nas extremidades das mãos, dos pés, do
nariz e da boca. É uma doença cíclica, com momentos de desenvolvimento
das manchas e períodos de estagnação, porém esses ciclos vão ocorrer ao
longo da vida e a evolução é imprevisível. Se não tratadas, as manchas tendem
a aumentar e se espalhar por todo o corpo.

Existem duas teorias que podem explicar a origem do vitiligo. A primeira é a


teoria neural, na qual as lesões incidem em regiões de um nervo que libera
neuropeptídeos para destruir os melanócitos. Essa teoria explica o vitiligo
unilateral, porque as manchas respeitam o trajeto do nervo e não atravessam a
linha média corporal. A segunda teoria é a citotóxica, que se aplica ao
desenvolvimento do vitiligo por substâncias exógenas, como a hidroquinona
presente em matérias de borracha. Essa teoria se aplica a indivíduos que já
apresentam tendência a desenvolver a doença e são sensíveis a essa
substância, e a manipulação ou uso de roupas e calçados levou ao
aparecimento das lesões nas áreas em contato com o material.

É importante fazer o diagnóstico precoce e se fazem necessários exames


imunológicos para se buscar uma possível causa do desenvolvimento do
vitiligo. Outras doenças autoimunes como diabetes e lúpus podem estar
relacionadas com o aparecimento da despigmentação da pele, mas tratando
essas doenças primárias, pode-se, possivelmente, controlar a evolução do
vitiligo. O histórico familiar também deve ser investigado, pois cerca de 30%
dos portadores apresentam familiares com a doença. É conhecido que
distúrbios emocionais também podem desencadear ou piorar o quadro do
vitiligo.

Existem muitos tratamentos para o vitiligo e depende do grau das lesões.


Normalmente, há uso de corticoides tópicos e orais para estagnar o ataque aos
melanócitos. O tratamento convencional é a fototerapia, que consiste na
exposição a raios ultravioletas em cabines, ou ao ar livre, utilizando produtos
fotossensibilizantes nas áreas afetadas, porém, os pacientes devem fazer uso
do protetor solar na maior parte do tempo, pois expor as manchas ao sol pode
ocasionar queimaduras e piora do quadro clínico. Além disso, como já
dissemos, é muito importante que os pacientes com vitiligo façam
acompanhamento psicológico, pois é uma doença que pode diminuir a
autoestima, e a instabilidade emocional pode levar ao desenvolvimento mais
rápido das manchas pelo corpo. Na Fig. 10, há um exemplo de caso de
vitiligo.

Figura 10. Vitiligo. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/06/2019.

Seção 6 - 
Vitiligo

Seção  7 de 10
Psoríase
A psoríase é uma doença inflamatória que afeta a pele de todo o corpo e é
caracterizada por manchas avermelhadas com escamas esbranquiçadas. É uma
condição que pode atingir toda a extensão do corpo, porém há áreas de
predição que são couro cabeludo, cotovelos e joelhos. O portador pode
apresentar ressecamento da pele acompanhada de fissuras e nas áreas afetadas
é possível ter dor, prurido e sangramento.

ASSISTA

A Sociedade Brasileira de Dermatologia produziu, em 2016, um vídeo

para a Campanha Nacional de Conscientização da psoríase, doença

com acentuada incidência genética.

ASSISTA

É uma doença crônica e não contagiosa se manifestando de forma cíclica ao


longo da vida. É importante salientar que não se trata de uma doença
contagiosa, não há fator de virulência nas escamas ou nas lesões e os pacientes
não devem ser isolados, pelo contrário, devem ser acolhidos para evitar
problemas psicológicos e de autoestima.

A causa da psoríase ainda é desconhecida, sendo uma doença de origem


multifatorial, porém sabe-se que está relacionada a alterações imunológicas e
apresenta características hereditárias. Há hipótese de que os linfócitos T
(células de defesa do sistema imune) liberam mediadores inflamatórios na
corrente sanguínea e estes iniciam uma resposta imunológica que dilata os
vasos da pele e permitem infiltração de células de defesa na pele. Esse ataque
é realizado pelo infiltrado de neutrófilos (células de ataque do sistema
imunológico) e, como as células da pele estão sendo destruídas, há aumento
da sua produção, porém quando essas células são estimuladas a se multiplicar
rápido, ocorre imaturidade das mesmas. Esse processo faz com que haja
dificuldade em eliminar as células da pele mortas e ocorre deposição de
escamas na pele.
Existem fatores de risco que podem desenvolver a psoríase ou piorar o quadro
clínico, como estresse, obesidade e pacientes que apresentam doenças
preexistentes que comprometem o sistema imune como diabetes e HIV. Além
disso, o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas também podem piorar a
doença.

É de suma importância que o paciente seja diagnosticado precocemente, para

classificar o tipo de psoríase e elencar o melhor tratamento. O tipo mais

comum é a psoríase em placas, na qual se formam placas escamosas

esbranquiçadas com bordas avermelhadas e pode causar prurido e dor

acometendo qualquer área do corpo.

A psoríase ungueal atinge as unhas das mãos e pés e faz com que a unha tenha
um crescimento exacerbado, se torne espessa e cause deformidades nas unhas.
Outra classificação é a psoríase do couro cabelo, que como o próprio nome
descreve, afeta o couro cabeludo, formando placas escamosas e se assemelha
à caspa. A psoríase gutata é desencadeada por infecções bacterianas e se
apresenta como feridas no corpo, porém com uma camada fina de células
mortas. A psoríase invertida são manchas avermelhadas e inflamadas que
atingem regiões com maior sudorese, como axilas e virilha e é um tipo que
acomete mais pessoas obesas. A psoríase pustulosa é uma forma mais grave
que apresenta formações de bolhas e pústulas (formação de pus) e pode causar
dor, prurido intenso e febre.

Uma condição que é comum nos casos de psoríase e que pode causar
complicações no quadro clínico é a psoríase artropática. Além da inflamação
na pele, essa condição causa inflamação nas articulações e dor nas
articulações, principalmente dos dedos dos pés e das mãos, podendo progredir
para deformidades permanentes.

Os tratamentos existentes para psoríase promovem a estabilidade das lesões e


alívio de dores e coceira. Infelizmente, é uma doença que não tem cura, mas
os tratamentos proporcionam melhora da qualidade de vida do paciente. Os
mais comuns são o uso tópico de pomadas e sabonetes e medicamentos
injetáveis e por via oral, que promovem o tratamento das lesões. A fototerapia
também é bastante recomendada, assim como a alimentação balanceada e
terapias psicológicas. Na Fig. 11, mostramos fotos de portadores de psoríase.

Figura 11. Fotos de casos de psoríase. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/06/2019.


Seção  8 de 10
Dermatomicoses

As micoses são infecções desenvolvidas por fungos e podem atingir várias


partes do corpo como pele, unhas e couro cabeludo. São doenças muito
comuns em crianças e jovens e podem estar relacionadas à pouca higiene e à
exposição a lugares endêmicos. Os fungos têm propensão a se desenvolver em
áreas do nosso corpo que são quentes e úmidas, e, dessa forma, apresentam
um ambiente propício para seu desenvolvimento. Os fungos patogênicos são
parasitas oportunistas, ou seja, usufruem dos recursos no nosso corpo para se
alimentar e se desenvolver e, portanto, aproveitam quando nosso sistema
imune está debilitado para invadir nosso organismo e, consequentemente,
causar doenças, pois a pele e a flora constituinte da pele formam uma barreira
que impede que tenhamos infecções.

Nós vivemos constantemente cobertos por fungos e bactérias e nosso sistema


imune e a pele mantêm o equilíbrio para não termos nenhuma doença. Porém,
em algum momento, pode se abrir alguma porta nesse sistema de defesa, por
diversos motivos, como machucados ou simplesmente pela queda da
imunidade, que é suficiente para esses fungos penetrarem e provocarem
infecções.
CANDIDOSE

A candidíase é uma das infecções por fungos mais comuns e recorrentes na


população. Pode atingir crianças, jovens e adultos e acomete várias regiões do
corpo. O fungo Cândida é o responsável por causar o popular “sapinho”, a
infecção é chamada de candidose e é caracterizada por pequenos aglomerados
e placas brancas na boca e faringe, e atinge, principalmente, recém-nascidos.

A candidose, ou candidíase, é uma doença de caráter primariamente


endógena, ou seja, a cândida está em nossas peles, porém é controlada pelo
sistema imune. Pode ser adquirida pelo contato com superfícies contaminadas
ou sexualmente. Na vida adulta, é muito recorrente a candidíase vaginal, pois
é uma região quente e úmida, o que favorece a proliferação do fungo. A
vagina apresenta uma flora própria que protege dos patógenos, porém,
ocorrendo uma falha nessa barreira imunológica, a candidíase é facilmente
deflagrada. Nesse caso, o quadro clínico apresenta corrimento, ardência e
prurido intenso, e o tratamento normalmente é realizado com antimicóticos
locais.
A cândida também pode causar uma infecção nas unhas chamada de
paroníquia. Nessa infecção, ocorre inflamação principalmente do leito ungueal
e no eponíquio (cutícula), causando inchaço e dor na região.
TINEAS

As tineas, mais conhecidas por tinhas, são micoses que afetam principalmente
o couro cabeludo, causando manchas vermelhas com prurido e falhas no
cabelo. É uma doença que acomete mais crianças, mas adultos com sistema
imune debilitado também podem ser afetados. A lesões são escamosas e
avermelhadas, levando à inflamação do folículo e perda do cabelo no local
afetado. O tratamento, normalmente, é feito com antimicóticos tópicos, e a
perda capilar pode ser revertida com tratamento. É uma condição diferente da
alopecia (perda de cabelo), pois nesse caso não ocorre descamação e a perda
capilar pode ser definitiva, com morte dos folículos.

As tinhas podem afetar outras regiões do corpo, como a virilha e, nesse caso, é
conhecida por tinha crural. São conhecidas por acometerem nadadores, que
compartilham piscinas e permanecem vários períodos com sungas e maiôs
molhados, o que propicia o surgimento de infecção fúngica no local. Outra
região bastante acometida pelas tinhas são os pés, em uma condição bastante
conhecida como pé de atleta ou frieira. O pé de atleta se manifesta entre os
dedos dos pés com formação de bolhas e rachaduras, causando coceira e
ardência. É uma doença facilmente transmitida através de piscinas e vestiários
públicos e compartilhamento de toalhas.
PITIRÍASE VERSICOLOR

A pitiríase versicolor é uma infecção da pele causada por uma levedura


chamada Malassezia furfur. Assim como a cândida, a nossa pele apresenta
essa levedura e vivemos em equilíbrio, porém, em momentos favoráveis para
sua proliferação, como calor, umidade, excesso de oleosidade e baixa
imunidade, ela se manifesta como manchas avermelhadas que podem
escurecer e mudar de cor, daí surgiu o nome de versicolor. Essa infecção
acomete principalmente regiões com produção de sebo, como couro cabeludo,
rosto e pescoço.
ONICOMICOSES

As onicomicoses são infecções fúngicas que acometem as unhas, causando


deformidades, dor e descolamento das unhas. São fungos que se alimentam de
queratina, que é a proteína principal que constitui as unhas. Esse
acometimento ocorre principalmente por uso de sapatos que não são
ventilados, proporcionando um ambiente quente e úmido. É uma doença
facilmente transmissível pelo compartilhamento de utensílios pessoais como
alicates de unha. Na Fig. 13, temos fotos de casos de candidose, tinhas,
pitiríase e onicomicoses.

Máculas hipercrômicas

Máculas hipercrômicas são também chamadas


de melasma, e representam um distúrbio
caracterizado pela hiperpigmentação da pele
decorrente do acúmulo de melanina nas
regiões afetadas.
Não é uma doença que afeta outros sistemas e não compromete funções da
pele, porém está ligada à estética e à autoestima dos portadores. Esse
transtorno causa manchas escuras, principalmente no rosto, porém também
pode ocorrer em outras regiões do corpo.

O melasma é um distúrbio crônico que afeta principalmente mulheres na idade


reprodutiva, especialmente aquelas que tomam anticoncepcionais e as que
estão grávidas, portanto, está relacionado com hormônios femininos.

A causa do aparecimento do melasma ainda não está bem definida, mas sabe-
se que a exposição solar favorece o surgimento dessas manchas. Mulheres
negras têm maior chance de desenvolverem melasma por apresentarem
melanócitos mais ativos.

O diagnóstico é realizado analisando as áreas afetadas e é necessário


investigar se existem casos na família, se a mulher está grávida ou se toma
reposição hormonal. É importante distinguir de outras doenças que também
causam hiperpigmentação na pele. O principal fator de prevenção contra o
melasma é a proteção solar adequada. Quanto ao tratamento, existem muitas
formas, como o uso de pomadas tópicas que auxiliam no clareamento da pele,
intervenções estéticas, como peelings, e tratamentos químicos. Na Fig. 12, é
possível ver um paciente com melasma.

Figura 12. Foto de paciente com máculas hipercrômicas (melasma). Fonte: Shutterstock.


Acesso em: 12/06/2019.

Seção  10 de 10
Erisipela
A erisipela é uma doença inflamatória causada, principalmente, pela

bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A. É uma infecção que atinge o

tecido adiposo subcutâneo e também pode atingir os vasos linfáticos. As

lesões na pele são feridas ou bolhas com aspecto brilhante, acompanhadas por

rubor, dor e edema. Normalmente as feridas afetam os membros inferiores,

mas podem aparecer nos braços e rosto.

A bactéria que causa a erisipela é oportunista


e seu aparecimento está relacionado a
defeitos nas barreiras de proteção do nosso
corpo, como queda da imunidade e feridas.
Essa quebra das barreiras naturais forma uma
“porta de entrada” para fungos e bactérias
oportunistas, levando à infecção.
Até feridas, como picadas de inseto, e infecções preexistentes, como pé de
atleta, são suficientes para que a bactérias da erisipela penetre em camadas
mais profundas da pele e se espalhe rapidamente.

Pessoas com o sistema imunológico debilitado são mais propensas a


desenvolverem erisipela, como pacientes diabéticos e portadores do vírus
HIV. Esses pacientes podem apresentar complicações sérias, como o risco de
septicemia, ou seja, infecção generalizada e morte.

Além das erupções cutâneas, a infecção por erisipela pode causar mal-estar,
febre e cansaço. Os tratamentos convencionais são a utilização de antibióticos
orais e repouso. Em casos mais graves, é necessário remover cirurgicamente
as áreas infeccionadas e necróticas. A principal forma de prevenção é manter
a higiene pessoal para se evitar infecções como pé de atleta e micoses, que são
a porta de entrada para infecções mais graves. Na Fig. 13, temos a foto de um
caso de erisipela.
Figura 13. Paciente com erisipela. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention.
Acesso em: 12/06/2019.

 a hora de sintetizar tudo o que


aprendemos nessa unidade. Vamos
lá?!
SINTETIZANDO
Nesta unidade, abordamos as funções fisiológicas de reparo da pele e as
principais doenças que acometem o tegumento.

Cicatrização é o processo de reparação tecidual que substitui o tecido lesado


por um tecido novo. Esse processo envolve a regeneração das células, a
formação de tecido de granulação e a restituição do tecido. A cicatriz é o
tecido novo formado durante a restituição de um trauma. O organismo a
utiliza como um meio para fechar as lesões quando não é possível a
regeneração perfeita dos tecidos. 

Os mecanismos de reparação e cicatrização são extremamente controlados por


vias celulares e imunológicas e apresentam padrões e fases já descritas. Se
algum mecanismo de reparação falha, pode levar a um desequilíbrio no curso
da cicatrização. Os queloides são distúrbios da cicatrização difusos e com
crescimento excessivo, que ultrapassam o local do trauma, e são uma
condição que pode ter origem genética, e existem indivíduos com
predisposição a desenvolvê-la.

Quanto aos biotipos cutâneos, temos a pele “normal”, ou Eudérmica, que é


um termo utilizado para se referir a uma pele balanceada. Uma pele eudérmica
apresenta poros finos, boa circulação sanguínea, textura aveludada e suave,
cor rosada, apresenta equilíbrio hídrico e lipídico e não apresenta propensão à
sensibilidade. A pele seca (Xerose) se refere a uma pele incapaz de reter água
no volume necessário. Isso geralmente está associado à produção reduzida de
lipídios na pele. Por causa da falta de sebo, a pele seca não apresenta lipídios
necessários para reter umidade e construir uma barreira protetora contra
influências externas. A pele oleosa é um tipo de pele com alta produção de
sebo, apresenta uma superfície úmida e gordurosa, com poros dilatados com
aspecto de “laranja” e maior espessura epidérmica.

A disidrose é a formação de erupções devido à secreção de suor e ocorre


principalmente nas mãos e também pode ocorrer nos pés. É caracterizada pela
formação de vesículas (pequenas coleções líquidas na pele). A anidrose é
caracterizada pela ausência da produção de suor que deveria ocorrer em
resposta ao aumento da temperatura do corpo. O suor é um mecanismo de
regulação da temperatura, que ocorre quando a mesma se encontra aumentada.
A hiperidrose é um distúrbio que provoca suor excessivo, e os portadores
podem transpirar muito, até mesmo em repouso.

Existem muitas patologias que atingem a pele, como o carcinoma


basocelular (CBC), mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas
células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme.
O carcinoma espinocelular (CEC) é o segundo mais prevalente dos cânceres
de pele, e ocorre nas células escamosas, podendo se desenvolver em todas as
partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol. O
melanoma é o tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, porém
tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade, atingindo os
melanócitos, células responsáveis por produzir melanina.

Uma das doenças de pele mais incidentes é a dermatite, e existem várias


causas e variações na sintomatologia. A dermatite atópica é um dos tipos mais
comuns de alergia cutânea, caracterizada por eczema atópico. É uma doença
genética e crônica, que apresenta pele seca e erupções com prurido. Já a
dermatite de contato (ou eczema de contato) é uma reação inflamatória na pele
através da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Existe
também a dermatite seborreica, que é uma inflamação na pele em que ocorre
descamação e vermelhidão em áreas da face, como sobrancelhas, couro
cabeludo e orelhas.

A foliculite é um distúrbio muito comum, atingindo homens e mulheres na


fase adulta. É uma infecção da pele que ocorre no folículo piloso, e
normalmente se origina pela infecção de fungos e bactérias.

O vitiligo é uma doença que apresenta perda da pigmentação da pele, e pode


ocorrer em várias partes do corpo. Nesses casos, ocorre perda ou diminuição
dos melanócitos, que são as células responsáveis por produzir a melanina e
formar a pigmentação da pele.

A psoríase é uma doença inflamatória que afeta a pele de todo o corpo e é


caracterizada por manchas avermelhadas com escamas esbranquiçadas. É uma
condição que pode atingir toda a extensão do corpo, porém há áreas de
predição que são couro cabeludo, cotovelos e joelhos.

As micoses são infecções desenvolvidas por fungos e podem atingir várias


partes do corpo como pele, unhas e couro cabeludo. A candidíase é uma das
infecções por fungos mais comuns e recorrentes na população, podendo
causar o “sapinho” em crianças, a candidíase vaginal e as infecções ungueais.
A tinea, ou mais conhecida por tinhas, é uma micose que afeta principalmente
o couro cabeludo, causando manchas vermelhas com prurido e falhas no
cabelo, sendo também a causadora do pé de atleta.
A pitiríase versicolor é uma infecção da pele causada por uma levedura que
acomete principalmente regiões com produção de sebo, como couro cabeludo,
rosto e pescoço. Ela se manifesta como manchas avermelhadas que podem
escurecer e mudar de cor. As onicomicoses são infecções fúngicas que
acometem as unhas, causando deformidades, dor e descolamento. São fungos
que se alimentam de queratina, proteína principal que constitui as unhas.

O melasma é um distúrbio caracterizado pela hiperpigmentação da pele,


decorrente do acúmulo de melanina nas regiões afetadas.

A erisipela é uma doença inflamatória causada principalmente pela


bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A. É uma infecção que atinge o
tecido adiposo subcutâneo e pode atingir os vasos linfáticos. As lesões na pele
são feridas ou bolhas com aspecto brilhante e é acompanhada por rubor, dor e
edema. Normalmente, as feridas afetam os membros inferiores, mas podem
aparecer nos braços e rosto.

C a hora de sintetizar tudo o que


aprendemos nessa unidade. Vamos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ONTINUE

Seção 1 - 

Objetivos

Seção  2  de  4

Patologias ungueais

As unhas são placas de células compactadas e queratinizadas que recobrem as


falanges distais dos dedos, com função de proteção e auxílio na manipulação
de objetos. Elas são compostas principalmente pela lâmina ungueal, as pregas
laterais, próximas e subungueais, o eponíquio (cutícula), hiponíquio (tecido
subungueal que fixa a lâmina na pele), leito ungueal, lúnula e matriz ungueal.
A lâmina é formada por células organizadas em camadas, o que promove a
resistência dela. Bordas e tecido subungueal, como eponíquio e hiponíquio,
são extensões da pele que auxiliam na fixação da lâmina ungueal e também
conferem proteção contra a entrada de patógenos ou substâncias externas.
A matriz ungueal é composta por células germinativas responsáveis pela
atividade mitótica, portanto, conforme a produção das células, elas são
empurradas, o que promove o crescimento. Não se sabe por que as unhas
crescem de forma plana, respeitando as bordas, mas algumas hipóteses
sugerem que esse crescimento é controlado pelas pregas que delimitam seu
crescimento. É sabido que, em condições fisiológicas, as unhas crescem
frequentemente, apresentam uma coloração rosada e uniforme e são
resistentes. Quando há alterações no formato ou coloração, sabemos que há
alguma alteração fisiológica. Com a observação das nossas unhas, podemos
tirar conclusões sobre nossa saúde, já que algumas alterações nas lâminas
ungueais podem significar distúrbios sistêmicos.
Existem muitas doenças que acometem as lâminas ungueais e seus arredores.
Distúrbios na forma da unha são comuns, como mudanças na estrutura, na
coloração e em estruturas que compõem a lâmina, podendo causar
deformidades com comprometimento da unha e favorecer inflamações e
dores. As principais recomendações para evitar doenças nas unhas são mantê-
las limpas e secas, impedindo a proliferação de patógenos e inflamações,
evitando dor e constrangimento.
DISTÚRBIOS CONFORMACIONAIS DA UNHA

// Unhas hipocráticas
As unhas hipocráticas são deformidades que apresentam uma curvatura
elevada, popularmente conhecidas por “unhas de vidro de relógio”. Esse
acometimento pode estar relacionado com distúrbios nas falanges distais,
conhecido como hipocratismo digital, ou “dedos em baqueta”, e acompanhado
de edema dos dedos e regiões periungueais. A fisiopatologia dessas
deformidades é multifatorial e normalmente elas estão relacionadas com
doenças sistêmicas, como cardiopatias, distúrbios pulmonares, doenças
endócrinas e neoplásicas. Neoplasias pulmonares e cardíacas podem causar
esses distúrbios, porém, em casos mais raros, podem ser congênitas.
O diagnóstico é realizado através da anamnese com a presença de edema das
falanges distais e aumento do ângulo devido à curvatura da unha. É necessária
a busca das causas desse problema, já que podem ser indícios de doenças
graves.
Existem algumas hipóteses que circundam a relação entre certas patologias
sistêmicas e as unhas hipocráticas, como a formação plaquetária, que ocorre
em doenças crônicas, e os fragmentos de plaquetas, que impactam a
circulação pulmonar e sistêmica. Na circulação periférica dos dedos, esses
fragmentos de plaquetas podem ativar fatores de crescimento que promovem
proliferação dos tecidos. O resultado é hipertrofia das pontas dos dedos,
inchaço e alterações na lâmina ungueal. São deformidades que refletem
doenças sistêmicas sérias e que devem ser diagnosticadas, além de
comprometerem a estética e provocarem problemas emocionais e de baixa
autoestima.

Figura 1. Casos de unhas hipocráticas e dedos com hipocratismo. Fonte: BRADY, 2019.


Acesso em: 17/06/2019. (Adaptado).
// Coiloníquia
Outro acometimento que altera a forma da unha é a chamada coiloníquia, ou
“unha em colher”. Nesse caso, ocorre uma inversão da curvatura da unha e ela
se torna côncava. O problema também apresenta uma origem multifatorial. Na
infância pode ser fisiológico; nesse caso, com o desenvolvimento do
indivíduo, a unha recupera o formato normal. Porém, pode estar relacionado
com doenças preexistentes como anemia ferropriva, desnutrição e câncer
gastrintestinal. Fenômenos físicos também podem levar à formação de
coiloníquia, como exposição a grandes altitudes e traumas.
As unhas com esse distúrbio comumente são frágeis e quebradiças. Para o
tratamento, é necessário diagnosticar a causa para se buscar a melhor forma de
combater o problema. Por exemplo, em casos de anemia ferropriva, deve ser
feita a reposição nutricional de ferro. É uma doença que tem característica
hereditária autossômica, não é de causa infecciosa, portanto, não é contagiosa.
Na figura 2, temos fotos de casos de unhas coiloníquias.

EXPLICANDO
É o tipo mais comum de anemia e ocorre por causa da falta de ferro no

organismo. Por conta disso, a produção de glóbulos vermelhos é

comprometida.

Figura 2. Casos de unhas coiloníquias. Fonte: MSD, 2018. Acesso em: 17/06/2019.


(Adaptado).
Há alterações morfológicas da placa ungueal quanto à curvatura transversa,
como as unhas em telha com uma curvatura bilateral. Nesse caso, a unha
cresce e apresenta dobras em direção às pregas ungueais, podendo causar dor
e inflamações. Outra conformação são as unhas em garra, quando a curvatura
se acentua com o comprimento, apresentando deformidades excessivas para
cima ou para baixo. O distúrbio chamado de unha plicata é a formação de uma
dobra unilateral bem proeminente em que a unha cresce em direção às dobras
laterais. São características que podem comprometer a estrutura subungueal,
causando possíveis complicações e inflamações. As causas podem ser
diversas, como doenças preexistentes que afetam as unhas (psoríase e
onicomicoses) e também podem ser hereditárias.
Outra deformidade da lâmina é a unha em bico de papagaio, uma alteração na
curvatura da borda livre que contorna a falange distal. Esse formato de unha
pode ser considerado fisiológico em unhas compridas, porém podem ocorrer
devido a traumas na borda livre ou a uma perda óssea da ponta do dedo. 
Em casos mais raros, existem deformidades que causam distrofia das unhas ou
até mesma a sua ausência. A onicoatrofia é uma condição em que há redução
do tamanho e espessura e a unha se torna muito frágil e quebradiça. É uma
condição normalmente congênita ou que acontece em casos de falta de suporte
sanguíneo. Essas deformidades podem ocorrer em doenças em que existe
comprometimento da matriz ungueal ou do leito ungueal, pois são regiões
responsáveis pelo crescimento e nutrição da unha.
O caso menos comum é a anoníquia, que é a ausência da placa ungueal.
Normalmente, é uma condição de origem congênita, em razão de alguma
mutação ou má formação. Também pode ser desenvolvida por doenças, como
o líquen plano, que causa atrofia das células na matriz provocando constantes
lesões na lâmina.

 1
 2

Figura 3. Deformidades morfológicas das unhas. A = unhas; B = unhas; C = unhas; D =


unhas. Fonte: NAKAMURA; ROBERT, 2018. (Adaptado).
Figura 4. Casos de deformidades das unhas. A = Atrofia; B = ausência. Fonte: Stockwood, 2016.
Acesso em: 17/06/2019. (Adaptado).
// Sulcos ungueais
Algumas deformidades das unhas se apresentam como sulcos ou estrias, como
os sulcos longitudinais. Essas alterações podem aparecer na síndrome das
unhas frágeis, em doenças inflamatórias que atingem a lâmina ungueal, como
o líquen plano, ou por tumores que afetam as células da matriz ungueal. Na
síndrome das unhas frágeis, as células da lâmina ungueal perdem a adesão
intercelular, causando desgaste frequente. Há uma condição chamada de
distrofia de Heller, em que o eponíquio é atrofiado e a lâmina ungueal
apresenta várias ondulações tornando-se mais fraca e quebradiça. Existem
também sulcos transversais, também conhecidos como sulco de Beau,
causados pela disfunção da matriz da unha. Nesse caso, há deformidades nas
unhas que podem levar ao descolamento da lâmina ungueal, devido aos sulcos
profundos que comprometem a fixação das unhas. Existe uma correlação entre
a formação de sulcos nas unhas e a presença de doenças infecciosas, assim
como doenças crônicas relacionadas a cardiopatias e pulmonares.
Outra alteração conformacional é o pitting, ou picotado ungueal, em que há
pequenas depressões na superfície da unha, formando pequenos buracos. É
uma condição que pode revelar patologias como psoríase, eczema e líquen
plano. Nesse caso, há comprometimento da matriz na formação ungueal e ela
apresenta a superfície perfurada.
// Traquioníquia
A traquioníquia, ou unhas rugosas, também são alterações da superfície da
unha que provocam rugosidade, opacidade e mudanças na espessura. A sua
classificação se dá pela sua fisiopatologia, com a traquioníquia com sinal de
dermatose desenvolvida em doenças inflamatórias, como psoríase, alopecia
areata e líquen plano. Já a traquioníquia idiopática tem etiologia desconhecida,
ocorre na infância e também é chamada de ''distrofia das 20 unhas'' por afetar
todas as unhas das mãos e dos pés. Também existe a traquioníquia de origem
secundária, desenvolvida com a exposição a produtos químicos.
// Onicólise
Existem distúrbios ungueais que podem afetar a morfologia do hiponíquio
com causas associadas a traumas físicos ou por doenças preexistentes. A
onicólise é um distúrbio que pode levar ao descolamento da unha. Nesse caso,
a unha adquire manchas conhecidas por “mancha de óleo” e a lâmina se
descola do leito ungueal se tornando “oca”. É muito comum em traumas
físicos, porém podem estar associados a infecções por fungos e bactérias ou a
doenças como a psoríase ungueal e o líquen plano. O uso de determinados
medicamentos, como quimioterápicos, e o excesso de ureia na circulação
podem ser responsáveis por causá-la. A presença da onicólise nas unhas pode
ser uma “porta de entrada” para outras infecções por fungos ou bactérias, pois
expõem os tecidos subungueais e matriz aos patógenos.

Figura 5. Disfunções na forma da unha. A = sulcos; B = sulcos; C = pitting; D =


traquioníquia. Fonte: REHMUS, 2013. Acesso em: 17/06/2019. (Adaptado).
// Onicomadese
Um caso mais severo de descolamento da unha é a onicomadese, caracterizada
como um descolamento da placa a partir da matriz ungueal. Nesses casos, há
agressão das células da matriz e isso pode levar ao descolamento espontâneo
de toda a unha. É um distúrbio que acomete indivíduos com doenças
autoimunes, como a alopecia areata, ou por doenças inflamatórias. O
descolamento da lâmina ungueal é iniciado pela borda proximal devido aos
danos na matriz.
// Ceratose subungueal
A ceratose subungueal é um distúrbio que afeta a placa ungueal causando
espessamento excessivo dessa camada e deformação da unha. Algumas
doenças inflamatórias podem causar hiperplasia do tecido epitelial e
subungueal, como eczema crônico, psoríase pitiríase e doenças congênitas.
Traumas constantes devido a sapatos ou trabalhos manuais também podem
desenvolver a ceratose.
Um acometimento mais raro, porém, com deformidades extremas, é a
onicogrifose, também conhecida como unha “chifre de carneiro”. Nesse caso,
há um espessamento e alongamento da placa ungueal, acompanhada de
distorções. Acomete mais idosos, mas a sua fisiopatologia é desconhecida,
podendo estar associada a traumas crônicos, distúrbios circulatórios e algumas
doenças, como pé diabético e ictiose. Atinge normalmente o hálux e pode
comprometer a qualidade de vida dos portadores. É uma questão difícil de
tratar devido à espessura das unhas e a prevenção se dá por meio de higiene e
cuidados com as unhas dos pés, principalmente.
// Pterígeo dorsal
O pterígeo dorsal causa um crescimento da dobra proximal, afetando a placa
ungueal. Pode ocorrer devido a uma atrofia nas células da matriz e leva a uma
deformidade que a separa da lâmina ungueal. Pode ser congênita ou adquirida
por traumas e doenças que afetam o nervo mediano ou a produção de
colágeno. Ocorre deposição de colágeno e formação de cicatriz e, além disso,
a maioria dos tratamentos são ineficazes.
// Cromoníquias
Existem distúrbios que causam alterações na coloração da unha. Eles devem
ser investigados, pois podem evidenciar doenças sistêmicas. A cromoníquia é
um deles e consiste em alterações da cor da unha, causadas normalmente por
agentes externos, como produtos químicos, fungos, bactérias e traumas. Essas
alterações podem evidenciar doenças como diabete, câncer, cirrose hepática,
doenças pulmonares e cardíacas. As unhas podem apresentar coloração
diversa, dependendo da causa.

Figura 6. Deformidades da placa ungueal. A = onicólise; B = onicomadese; C = ceratose; D =


onicogrifose. Fonte: Hospital dos Pés, [s. d.]. Acesso em: 17/06/2019. (Adaptado).
A leuconíquia é uma alteração da coloração das unhas, causando o surgimento
de placas brancas sobre a lâmina. Nesse caso há disfunção das células da
matriz e normalmente é de causa hereditária. Porém, há casos de leuconíquia
em formas puntiformes, ou aparentes com forma de faixas, que podem estar
associadas com disfunções hepáticas e cirrose. São muito comuns em
pacientes com síndrome nefrótica e insuficiência cardíaca.
Há casos de manchas escuras nas unhas, o que caracteriza a melanoníquia.
Essa coloração pode ocorrer por conta da produção de melanina na matriz
ungueal, estimulada por fatores externos como traumas e medicamentos, ou
em casos de gravidez, quando podem indicar o melanoma ungueal. As
manchas podem aparecer como faixas ou se estender por toda a unha. Em
pessoas de pele negra, isso pode ser um acometimento normal devido à
produção de melanina, porém, tudo deve ser investigado por conta da
possibilidade de ser um tumor maligno.
Figura 7. Distúrbios da unha. A = pterígeo; B = cromoníquia; C = leuconíquia; D =
melanoníquia. Fonte: GABBI, [s.d.]. Acesso em: 17/06/2019. (Adaptado).
// Síndrome de Darier
Algumas síndromes congênitas e sistêmicas podem causar alterações na parte
inferior da unha. É o caso da síndrome de Darier, ou ceratose folicular. É uma
doença rara com mutação genética que causa distúrbios na bomba de cálcio
das células. O quadro clínico apresenta pápulas e crostas na pele em várias
regiões no corpo, mas normalmente as lesões se concentram na palma das
mãos e na planta dos pés. É comum ocorrer deformações ungueais, como
cristas ou linhas longitudinais, unhas frágeis e muito quebradiças no sentido
distal, levando a uma formação de V. É passível de tratamento com uso de
medicamentos orais e tópicos, minimizando a ocorrência das pápulas e crostas
na pele.
// Alopecia areata
Outra condição que pode afetar as unhas é a alopecia areata. É uma doença
comum, que pode se manifestar em homens e mulheres. Sua fisiopatologia é
multifatorial, porém, são apontadas reações autoimunes que atacam os
folículos pilosos. Como consequência principal do problema, está a queda de
cabelo. Esses indivíduos também apresentam deformidades nas lâminas
ungueais, provocando cavidades nas unhas e enfraquecimento. A condição é
semelhante ao pitting, em que ocorrem pequenas cavidades ou perfurações nas
unhas.
PSORÍASE UNGUEAL

É uma doença crônica com caráter inflamatório. Sua origem é idiopática


(múltiplas origens), mas é comumente associada à resposta imune
desregulada. Os sintomas envolvem o surgimento de lesões avermelhadas na
pele com formação de placas escamosas esbranquiçadas ou prateadas. Não é
uma doença contagiosa e os portadores podem desencadear distúrbios
emocionais devido ao isolamento do convívio social e pela estética, fatores
que podem piorar o quadro. Acomete regiões como rosto, couro cabeludo,
mãos e pés.
Nessa condição, o sistema imune apresenta resposta de proliferação e
migração de células de defesa, como os linfócitos T, para a pele. O linfócito T
ativa cascatas de respostas imunológicas, como dilatação dos vasos
sanguíneos e migração de células de ataque como os neutrófilos. Dessa forma,
os neutrófilos infiltram no tegumento e este apresenta resposta inflamatória,
proporcionando a proliferação de mais células da pele. Apesar disso, esse
ciclo afeta o processo de renovação da pele acumulando células escamosas na
superfície, tornando-a espessa e com as lesões em escama.
As lesões da psoríase provocam prurido e desconforto, além de pele
ressecada. Também pode causar inchaço e dor nas articulações, levando ao
quadro de artrite psoriática.
Existem alguns tipos de psoríase que variam de acordo com os locais e a
gravidades das lesões. A psoríase ungueal é um problema comum em
portadores de psoríase, afetando as unhas das mãos e dos pés. Nesse caso, há
deformidade da espessura e a unha se torna grossa devido a deposição de
células, além de poderem apresentar escamas e mudança de cor. A psoríase
pode causar disfunções na matriz ungueal e produzir deformidades na lâmina,
como o aparecimento de pequenos sulcos chamados de pitting. Pode afetar
também o leito ungueal e causar onicólise, que é o surgimento das “manchas
de óleo” (manchas amareladas e irregulares) que levam ao descolamento das
unhas. Acometimentos comuns na psoríase ungueal são as hemorragias em
estilhaço, aparecendo como machas avermelhadas que são resultado do
extravasamento dos capilares no leito ungueal. Quanto ao espessamento da
unha, este pode ser originado pela hiperqueratose subungueal que causa
proliferação das células e espessamento do leito, provocando deformidades na
lâmina.
Existem vários tratamentos eficazes para psoríase, mas não há cura, e o
tratamento apenas evita a evolução das lesões na pele. Há uma associação de
medicamentos tópicos e orais que auxiliam no tratamento das lesões e, nos
casos das unhas, são utilizadas pomadas tópicas e é recomendado banho de
sol.

Figura 8. Casos de psoríase ungueal nas unhas das mãos e dos pés. Fonte: SBD, 2017.
Acesso em: 17/06/2019. (Adaptado).
ECZEMA ATÓPICA
Também conhecida como dermatite atópica, é uma doença inflamatória
crônica que causa prurido intenso e lesões avermelhadas, além de
ressecamento e descamação da pele. É muito mais comum em crianças e
imunodeprimidos (como portadores de diabetes e HIV) e sua etiologia é
multifatorial. Agentes externos, como ácaros e pelos de animais, normalmente
são desencadeantes dessa reação inflamatória, que normalmente ocorre em
pacientes que apresentam doenças preexistentes, como asma e rinite. Pode
afetar as unhas causando deformidades na lâmina e em estruturas
subungueais. Indivíduos com eczema crônico podem apresentar unhas com
pittings e depressões na lâmina ungueal, assim como desenvolver ceratose
subungueal, levando ao espessamento das unhas. Não é uma doença
contagiosa e está relacionada com reações imunológicas do indivíduo. O
apoio psicológico é importante para o tratamento do paciente, já que o quadro
clínico pode piorar com estresse e problemas emocionais. O tratamento
sistêmico e tópico é aconselhável, assim como a busca de fatores
desencadeantes.
MELANOMA UNGUEAL
O melanoma é um câncer muito incidente em países tropicais, caracterizado
pelo crescimento descontrolado das células que produzem a melanina, os
melanócitos. É um câncer que pode afetar qualquer área do corpo, muitas
vezes áreas de difícil visualização, dificultando o diagnóstico precoce. Esse
tipo de tumor maligno pode afetar as unhas, causando tumores chamados de
melanoma ungueal. Nesse caso, o câncer pode atingir a lâmina, o leito, o
hiponíquio e a matriz ungueal. É mais comum afetar o hálux e o polegar, além
de aparecer com mais frequência nas mãos do que nos pés.

EXPLICANDO
O tipo mais raro de câncer melanocítico é o melanoma acral, que

atinge principalmente a planta dos pés e o leito ungueal. É um câncer

com alta letalidade devido à dificuldade do diagnóstico precoce e

apresenta altas chances de ocorrência de metástase.

A característica principal do melanoma ungueal é uma mudança da coloração


da unha, apresentando uma faixa escura, semelhante à melanoníquia estriada.
Pode ser confundida com a cromoníquia por traumas ou por exposição a
produtos químicos. A origem do tumor se dá principalmente na matriz
ungueal, promovendo deformidades na lâmina e eponíquio (ambas podem
apresentar manchas enegrecidas e sinais de inflamação), assim como o leito
ungueal e o hiponíquio.
A prevalência é alta em idosos, afrodescendentes e orientais. A etiologia ainda
é discutida, pois a unha forma um escudo de queratina que protege a matriz
ungueal dos raios solares, portanto, a hipótese de a origem do problema ser
por conta dos raios ultravioletas é pouco provável. Estudos de casos relatam
que muitos pacientes relataram traumas nas unhas, algumas vezes de forma
crônica. Logo, existem vários fatores que podem induzir a mutação e levar ao
desenvolvimento do câncer.
No exame clínico, alguns sinais devem ser observados, como manchas
enegrecidas nas unhas que se estendem para o leito, a matriz e o eponíquio
ungueal, chamada de sinal de Hutchinson. Além dessas alterações, podem
ocorrer distrofia da placa, lesões ao redor da unha que sangram e estão com
inflamação.
O diagnóstico é realizado de análise clínica seguida de biópsia. Os sinais
clínicos seguem a regra do ABCDEF:
 A (age ou idade): acomete mais idosos com 50 a 70 anos e mais afro-
americanos e asiáticos.
 B (band ou banda): tamanho e borda das manchas;
 C (change ou mudança): Aumento ou distrofia das unhas;
 D (digit ou dedo): atinge principalmente o hálux e polegar;
 E (extension ou extensão): bordas e estruturas adjacentes às unhas
afetadas;
 F (family ou família): casos de melanoma ou outro câncer na família.
O tratamento principal ainda é o cirúrgico, com a extirpação do tumor e
normalmente amputação da falange afetada. As amputações dos dedos,
principalmente dos pés, comprometem a pisada e o equilíbrio, além de causar
problemas emocionais devido à estética.

Figura 9. Melanomas ungueais nas unhas dos pés e das mãos. Fonte: SILVINO, 2014.
Acesso em: 17/06/2019. (Adaptado).
Interaja com a dinâmica abaixo:

Seção  3 de 4
Paroníquias

É um conjunto de distúrbios inflamatórios que atingem as regiões periungueal


(normalmente o eponíquio e hiponíquio). As principais causas são externas,
como infecções por fungos e bactérias, por exposição à substâncias ou em
rotinas de trabalho manuais com água. Podem acometer pacientes com
psoríase ungueal, eczema e pessoas imunodeprimidas e também existe a
possibilidade de ocorrer em conjunto com a onicocriptose (unha encravada)
devido ao trauma das regiões periféricas da unha.

A paroníquia aguda tem como etiologia comum agentes externos, como as


infecções por fungos, bactérias e exposição a substâncias. Já a crônica está
relacionada a eventos inflamatórios, portanto, sua etiologia é multifatorial e é
um acometimento com muitas recorrências. Essa inflamação causa inchaço,
dor e formação de fibrose no tecido periungueal.

A paroníquia pode ser desencadeada pela remoção constante do eponíquio


(cutícula) ou por traumas recorrentes nessa região. A cutícula tem a função de
unir a lâmina ungueal à pele na região proximal. Quando ela é extraída, pode
constituir uma porta de entrada a patógenos e produtos químicos, causando
uma inflamação desse tecido com vermelhidão, dor e formação de pus.
Trabalhos manuais com água podem levar ao desenvolvimento de
paroníquias, principalmente pela infecção por bactérias ou por exposição a
produtos químicos. Alguns hábitos, como chupar ou morder o dedo, também
podem ser causasde infecções no tecido periungueal.
AGUDA
A paroníquiaaguda é um acometimento mais comum e ocorre por conta de
infecções por bactérias. A infecção atinge regiões periungueais machucadas
ou quando há remoção excessiva dessa área (como a remoção da cutícula por
alicate). Os principais agentes causadores são as bactérias Staphylococcus
aureus, Proteus vulgares, Escherichia coli e Pseudomonas pyocyanea. Dentre
essas bactérias, a primeiraé a principal causa da paroníquia.

EXPLICANDO

A Staphylococcus aureus pertence à microflora da pele e é controlada

pelo nosso sistema imune.São oportunistas e necessitam de uma

“porta de entrada” para conseguirem causar uma inflamação. 

Quando a lesão ocorre na base da unha (região proximal), ela é chamada de


eponíquia; quando atinge toda a dobra ungueal, chama-se peroníquia. A
sintomatologia consiste em inchaço, dor, vermelhidão, calor e acúmulo de pus
no local afetado.

As infecções por S. aureus são muito comuns, pois são bactérias presentes no


ambiente e na nossa própria pele e mucosas. Normalmente, não causam
problemas graves, porém, podem causar infecções generalizadas em
indivíduos imunodeprimidos, portadores de doenças como HIV e diabetes e
em casos de infecções graves. Indivíduos que apresentam feridas nas unhas e
em regiões periungueais podem desenvolver infecções nessas regiões, como
paroníquia aguda. Indivíduos que apresentam rachaduras e que não possuem
as dobras ungueais também podem adquirir essa inflamação. Inflamações nas
unhas preexistentes, como unhas encravadas, podem facilitar o
desenvolvimento de paroníquia.
CRÔNICA
Aparoníquia crônica é um acometimento recorrente que causa inflamação e
inchaço progressivo, as bordas das unhas ficam avermelhadas e sensíveis,
além da presença de pus. É comumente causada por infecção de fungos, como
a Candida albicans. A Candida também é um fungo oportunista que entra em
nosso organismo quando há “portas abertas” para infecção, como cortes e
processo inflamatórios. Esse tipo de paroníquia ocorre principalmente em
trabalhadores manuais que estão sempre com as mãos molhadas.

A paroníquia tem maior incidência em pessoas entre 30 de 60 anos, porém


pode ocorrer em crianças com hábito de chupar ou morder os dedos. Para os
pacientes que apresentam a inflamação de forma crônica, é recomendado que
utilizem luvas de borracha para evitar o contato com água ou produtos
químicos.

As principais consequências da paroníquiasão a perda da cutícula e o acúmulo


de pus abaixo da dobra ungueal. Isso causa distúrbios na matriz, levando a
deformidades na lâmina ungueal. São comuns o aparecimento de sulcos
transversais e a mudança na pigmentação da unha. Quando a paroníquia surge
por traumas físicos ou por agentes químicos, a retração da cutícula e as
alterações da conformação da unha podem causar infecções secundárias,
piorando o quadro crônico.

Os principais tratamentos envolvem o uso tópico de antifúngicos ou


antibióticos orais, assim como mudanças de hábito, como manter as mãos
secas e usar luvas. Quando há produção de pus, é necessário realizar a
drenagem para aliviar a dor e diminuir a inflamação. A paroníquia ocorre
tanto nas mãos como nos pés e atinge normalmente o polegar e o hálux. Nas
mãos, as principais causas são o manuseio constante de água e produtos
químicos. Nos pés, estão muito relacionadas com unhas encravadas.
PIOGÊNICA
Uma complicação da paroníquia é o surgimento do granuloma piogênico,
popularmente conhecido por “carne esponjosa”. É uma manifestação
inflamatória em que há proliferação de vasos sanguíneos,que formam uma
lesão tumoral (benigna) em regiões com constantes traumatismos. É uma
formação avermelhada com edema, dor e com sangramento. Nos casos de
paroníquia piogênica, devem ser realizados cauterização e uso de antibióticos.
 1
 2
 3
 4

Figura 10. Caso de paroníquia aguda no hálux associada a onigrifose (unha encravada). Fonte:
REHMUS, 2019. Acesso em: 17/06/2019.
Figura 11. Paroníquia aguda no polegar apresentando coleção de pus, porém sem mudanças
estruturais na lâmina ungueal. Fonte: ADIGUN, 2019. Acesso em: 17/06/2019.
Figura 12. Paroníquia crônica no hálux apresentando coleção de pus e inflamação no tecido
periungueal e mudanças estruturais na unha. Fonte: PINHEIRO, 2019. Acesso em: 17/06/2019.
 Figura 13. Paroníquiapiogênica no polegar. Fonte: Dermatologia.net., [s.d.]. Acesso em:
17/06/2019.
CONTINUE

Seção  4 de 4
Líquen plano

É uma doença com característica inflamatória,


de origem multifatorial, que atinge vários
tecidos, como pele, unhas, mucosas e sistema
genital. A prevalência na população é baixa,
ocorrendo em homens e mulheres entre 30 e
60 anos.
A fisiopatologia do líquen plano envolve reações autoimunes com a ativação
das células T. Essas células ativadas nesse processo são principalmente CD8
e, com isso, ampliam a produção de citocinas, fazendo com que aumente a
adesão celular ao infiltrado como as células de Langerhans (células imunes da
pele) e macrófagos. Essas células são responsáveis por apresentar antígenos e
fagocitar, porém, possuem uma resposta imune alterada e atacam os próprios
queratinócitos. Existem outras hipóteses referentes a desgranulação de
mastócitos e inicio da reação autoimune nas células basais, além de distúrbios
em fatores de imunossupressão. Contudo, ainda não é sabido como essas
reações são desencadeadas para iniciar a resposta autoimune.
SINTOMAS
A principal manifestação clínica do líquen plano na pele é a formação de

placas roxas ou avermelhadas, delimitadas e achatadas, que podem causar

prurido intenso. Quando atinge a boca e a língua, as placas são

esbranquiçadas, porém não descamam. Em casos mais agressivos, ocorre a

forma erosiva, em que as lesões são vermelhas e brilhantes podendo formar

bolhas. 

CONSEQUÊNCIAS NAS UNHAS


Nas unhas, os locais afetados são a matriz, o leito e a região periungueal.
Várias deformidades na unha causadas por essa doença podem ser
irreversíveis. Quando as células da matriz são afetadas, pode ocorrer estrias e
diminuição da espessura da unha e, além disso, a alteração dessas células pode
causar descolamento da lâmina e a formação de fendas, pitting, ranhuras e
aspereza nas unhas. Quando as células do leito são atingindas, pode haver
mudança na cor da unha (cromoníquia e melanoníquia) e ceratose subungueal,
levando ao espessamento da placa ungueal.

Figura 14. Casos de líquen plano. À esquerda, pápulas esbranquiçadas na língua. À direita,
pápulas arroxeadas no pé. Fonte: PINTO, 2016. Acesso em: 17/06/2019. (Adaptado).

Agora é a hora de sintetizar tudo o


que aprendemos nessa unidade.
Vamos lá?!
SINTETIZANDO
Esta unidade mostrou que as unhas são placas de células compactadas e
queratinizadas; servem para proteger o corpo e manipular objetos. Existem
muitas doenças que acometem as lâminas ungueais e distúrbios na forma da
unha são comuns, como mudanças na estrutura, coloração e em estruturas que
compõem a lâmina. Elas podem causar deformidades com comprometimento
da unha e favorecer inflamações e dores.

As unhas hipocráticas apresentam uma curvatura elevada, popularmente


conhecida como “unhas de vidro de relógio”. Esse acometimento pode se
relacionar a distúrbios nas falanges distais, conhecidos como hipocratismo
digital. Essas deformidades normalmente estão relacionadas com cardiopatias,
distúrbios pulmonares, doenças endócrinas e neoplásicas. Também foi
possível saber mais sobre a coiloníquia (ou “unha em colher”), que também
tem origem multifatorial e cuja principal característica é a inversão da
curvatura da unha, fazendo com que ela se torne côncava.

Existem alterações morfológicas da placa ungueal quanto à curvatura


transversa, como a unha em telha, a unha em garra e a unha plicata. Outra
deformidade da lâmina é a unha em bico de papagaio, quando há alteração na
curvatura da borda livre.

Também existem casos raros de deformidades que causam distrofia das unhas
ou a sua ausência. A onicoatrofia é uma condição em que há redução do
tamanho e espessura da unha, que se torna frágil. Já a anoníquia é a ausência
da placa ungueal.

Algumas alterações se apresentam como sulcos ou estrias. Elas podem


aparecer em síndromes ou em doenças inflamatórias que atingem a lâmina
ungueal. Existem sulcos transversais, conhecidos como sulco de Beau,
causados pela disfunção da matriz da unha. Também podem ocorrer sulcos
profundos que dificultam a fixação das unhas.

Outra alteração conformacional é o pitting (ou ''unha punctata''), quando há


pequenas depressões na superfície da unha, formando pequenos buracos. É
uma condição que pode revelar doenças como psoríase, eczema e líquen
plano. A traquioníquia também causa alterações, como rugosidade, opacidade
e mudanças na espessura.

Existem distúrbios ungueais que podem afetar a morfologia do hiponíquio


com causas associadas a traumas físicos ou doenças já existentes. A onicólise
é um distúrbio que pode descolar a unha. Nesse caso, ela adquire manchas
conhecidas por “mancha de óleo”. Um caso mais severo de descolamento é a
onicomadese, conhecido por um descolamento da placa a partir da matriz
ungueal.

A ceratose subungueal afeta a placa ungueal e causa um espessamento


excessivo dessa camada, deformando a unha. Algumas doenças inflamatórias
podem causar hiperplasia do tecido epitelial e subungueal, como eczema
crônico, psoríase pitiríase e doenças congênitas. Já o pterígeo dorsal causa
crescimento da dobra proximal, que também afeta a placa ungueal. Pode
ocorrer devido a uma atrofia nas células da matriz e cria uma deformidade que
a separa da lâmina ungueal.
Apesar de rara, a onicogrifose tem como principal resultado o espessamento e
alongamento da placa ungueal acompanhada de distorções. Acomete mais
idosos, mas a sua fisiopatologia é desconhecida.

A cromoníquia é caracterizada por alterações de cor causadas normalmente


por agentes externos e pode evidenciar doenças como diabetes e anemia. A
leuconíquia é uma alteração da colocação das unhas em placas brancas sobre a
lâmina e de causa normalmente hereditária. Há casos de manchas escuras nas
unhas, o que caracteriza a melanoníquia. Essa coloração escura pode ocorrer
devido à produção de melanina na matriz ungueal estimulada por fatores
externos.

A psoríase ungueal pode afetar as unhas das mãos e dos pés, causando
deformidade da espessura e tornando as unhas mais grossas por conta da
deposição de células, além de apresentar escamas e mudanças de cor. A
psoríase causa disfunções na matriz ungueal e cria deformidades na lâmina.

O eczema atópico pode afetar as unhas, causando deformidades na lâmina e


em estruturas subungueais. Indivíduos com eczema crônico podem apresentar
unhas pittings com depressões na lâmina ungueal.

A característica principal do melanoma ungueal é uma mudança da coloração


da unha, apresentando uma faixa ou mancha castanho-escura ou preta,
semelhante à melanoníquia estriada.

A paroníquia é um conjunto de distúrbios inflamatórios que atingem as


regiões periungueais (normalmente o eponíquio e hiponíquio). As principais
causas são externas, como infecções por fungos e bactérias.

Por fim, vimos que o líquen plano é uma doença com característica
inflamatória, de origem multifatorial, que atinge vários tecidos como pele,
unhas, mucosas e sistema genital. Nas unhas pode afetar a matriz, o leito e a
região periungueal; é responsável por várias deformidades irreversíveis.
Quando as células da matriz são afetadas, podem ocorrer estrias e diminuição
da espessura da unha. A alteração dessas células pode formar fendas nas
unhas, além de problemas como pitting, ranhuras, aspereza e até mesmo
deslocamento da lâmina.
CONTINUE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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jun. 2019.

Seção  2 de 6
Alterações da pele: calos e calosidades

Os pés são as estruturas do corpo que sofrem constante pressão e desgaste,


pois suportam o peso corporal diariamente e estão envolvidos por calçados
que podem, além da pressão, causar excesso de sudorese. O cuidado na área
deve ser frequente, principalmente em idosos e indivíduos com doenças
crônicas.

Todas as pessoas podem desenvolver calos, porém a ocorrência é mais comum


em indivíduos que já apresentam problemas nos pés. Em idosos, por exemplo,
é comum ocorrer desgaste, ressecamento e dificuldade na cicatrização devido,
normalmente, à má circulação. O diabetes é um exemplo de doença crônica
que causa acometimentos graves nos pés, podendo iniciar com pequenas
rachaduras e evoluir para amputações. Indivíduos com ocupação laboral que
exige ficar de pé por longos períodos também estão passíveis a desenvolver
problemas nos pés, como a formação de calos.

A maioria das alterações que acometem os


pés está relacionada com o uso inadequado
de sapatos. Sapatos muito apertados ou
desconfortáveis causam fricção e excesso de
pressão em várias regiões do pé. 
A fricção constante pode desenvolver o espessamento da pele seguida de
endurecimento, o que leva à formação das calosidades. Esse espessamento da
pele em regiões que sofrem fricção constante é um mecanismo de defesa do
organismo, que estimula a proliferação celular e espessamento das camadas
externas da epiderme.

Os calos e as calosidades ocorrem em decorrência do excesso de atrito e


pressão e atingem principalmente os pés. Ocorrem normalmente devido ao
uso inadequado de calçados, atividades esportivas ou profissionais. Porém, em
casos mais graves, podem ocorrer devido a deformações ósseas ou distúrbios
da pisada ou postura corporal.

Quando as pressões e atrito atingem regiões de osso, levam à formação do


chamado calo “duro”, que apresenta um centro duro e com forma cerosa. Esse
tipo de calo pode atingir camadas mais profundas da pele, atingindo nervo e
causando desconforto e dor. Já os calos “moles” ocorrem normalmente entre
os dedos, apresenta um tecido endurecido e esbranquiçado e também é gerado
pelo excesso de atrito no local.

Figura 1. Casos de calosidades nos pés. Em A e B, temos calos “duros”; em C e D, temos


exemplos de calos “moles”. Fonte: CARLOS, 2012. Acesso em: 11/06/2019. (Adaptado).

A prevenção de formação do calo e o seu tratamento são responsabilidades do


podologista, profissional qualificado para diagnosticar a causa da formação de
calosidades e tratá-las de forma eficaz. Alguns calos podem ser dolosos e
causar desconforto, e deve-se analisar se não há alguma deformidade óssea.
Descartada essa hipótese, analisa-se o tipo de calçado utilizado e se o paciente
enfrenta rotinas laborais com longos períodos de pé. O tratamento,
normalmente, arranca-se a formação calosa, com remoção do núcleo do calo,
num procedimento realizado em área estéril para evitar infecções. Após o
tratamento, devem-se seguir as indicações do profissional podologista para
evitar a recorrência dos calos ou piora do ferimento após a remoção.

A melhor forma de prevenção é a análise diária dos pés para notar as


primeiras alterações, como ressecamento, rachaduras e início da formação das
calosidades. É recomendado o uso de sapatos confortáveis ou uso de
palmilhas que dissipam a pressão sobre os pés. A hidratação é uma
recomendação muito importante para esses pacientes.

Seção 2 - 
Alterações da pele: calos e calosidades

Seção  3  de  6

Alterações da pele: dermatoviroses

As dermatoviroses são causadas por vírus, organismos intracelulares


obrigatórios que necessitam de um organismo parasita para se multiplicarem.
Os vírus apresentam apenas um tipo de ácido nucleico (DNA ou RNA) e
material genético envolvido por uma cápsula proteica chamada capsídeo. A
formação de um conjunto de material genético com o capsídeo ganha o nome
de nucleocapsídeo. Este último pode ser envolvido por um envelope
lipoproteico em alguns tipos de vírus.
O vírus necessita de um organismo parasita para replicar seu material
genético, pois são organismos simples e não apresentam estrutura necessária
para a replicação. Os vírus que apresentam material genético composto por
DNA utilizam o núcleo da célula hospedeira para replicar seu material
genético, e a síntese de materiais proteicos é realizada no citoplasma. Já os
vírus com RNA utilizam apenas o citoplasma da célula hospedeira para a
replicação dos materiais. Os vírus DNA sofrem menos mutações, são mais
estáveis e com eles é mais fácil produzir vacinas, porém apresentam
propriedade quiescente que causa infecções remanescentes (por exemplo, o
papilomavírus humano, ou HPV). Os vírus RNA sofrem mais mutações e, por
isso, a produção de vacinas é mais difícil, além de também terem a capacidade
quiescente (por exemplo, o HIV).

Os vírus têm a particularidade de alterar o metabolismo da célula hospedeira,


modificando a síntese de materiais que favorecem sua replicação. Existem três
principais tipos de infecções virais, caracterizadas pela capacidade citolítica,
infecção permanente ou integrada. Na infecção citolítica, o vírus causa a
morte celular após sua replicação, possibilitando sua liberação e a
consequente invasão de outras células. Na infecção permanente, o vírus não
mata a célula e o processo de replicação é mais lento. Nesse caso, o vírus é
exocitado e invade outras células. Já na infecção integrada, o vírus se integra
ao DNA da célula hospedeira e muda o metabolismo, promovendo a síntese
de materiais e sua replicação. Neste último, o vírus pode provocar mutações
na célula hospedeira.
Os principais vírus que causam doenças dermatológicas são os vírus DNA,
principalmente de três famílias: papilomas, herpesvírus e poxvírus.
PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV)
O HPV é uma família de vírus DNA dividida em dois gêneros: o
papilomavírus e o poliomavírus. O papiloma atinge principalmente epitélios
de superfície, como verrugas na pele e mucosas, enquanto o polioma afeta
órgãos internos, causando, por exemplo, danos em células nervosas. Há uma
prevalência muito alta de verrugas na população jovem entre 12 e 16 anos. A
maioria das afecções ocorre em forma de verrugas vulgares, plantares e
planas. Pessoas com alguma deficiência imunológica são comumente afetadas,
como indivíduos com HIV ou transplantados.
O vírus HPV é uma família de vírus com mais de 150 tipos, que apresentam
pequenas diferenças em seu DNA, porém causam doenças diversas. São
identificados por números e os que causam afecções cutâneas causam
principalmente a formação de verrugas. A transmissão ocorre através de
contato íntimo ou por queratinócitos descamados de uma pessoa infectada,
sendo que a infecção pode ficar incubada e se manifestar depois de algum
tempo.

A infecção por HPV pode resultar em dois


tipos de afecções: a cutânea e a extracutânea.
A cutânea ocorre com formações de verrugas
comuns (também chamadas de vulgares),
filiformes ou plantares e anogenitais também.
As lesões extracutâneas ocorrem
principalmente em mucosas.
As verrugas vulgares são as mais comuns, ocorrem na superfície da pele e
atingem principalmente mãos e dedos. Existem as verrugas periungueais, que
afetam o hiponíquio ou leito ungueal, causando alterações e deformidades nas
unhas. Esse tipo de verruga é muito comum em crianças e em
imunodeprimidos.
A verruga plantar é uma lesão que atinge os pés formando pequenas pápulas
ceratósicas doloridas, podendo causar dificuldade para andar. Esse tipo de
verruga é chamado popularmente de “olho de peixe” e pode causar
espessamento da pele dos pés.
O tratamento consiste em várias frentes terapêuticas, já que não há um
fármaco antiviral para HPV. Normalmente há remoção das lesões ou uso de
remédios que induzem a morte das células infectadas. Existe uma vacina para
prevenção dos casos mais graves de infecção do HPV, como o subtipo que
causa câncer do colo de útero. Essa vacina é recomendada para crianças entre
9 e 12 anos, ou seja, antes do início da vida sexual. Na Fig. 2, temos casos de
verrugas vulgares, periungueais e plantares.
Figura 2. Casos de verrugas causadas por papilomas. A = verruga vulgar nos dedos; B =
verruga periungueal; C = verruga plantar. Fonte: LETO, 2011.
HERPESVÍRUS HUMANO

O herpesvírus é uma família com mais de 100 subtipos de vírus, sendo que

oito são vírus que infectam os humanos. São vírus DNA com capsídio

icosaédrico envolvidos por um envelope lipídico. Quando infecta uma célula,

esse tipo viral utiliza o núcleo da célula hospedeira para replicar seu DNA e

tem a capacidade de permanecer inerte por anos no organismo hospedeiro. É

comum ser recidivante, ou seja, apresenta reativação periódica e causa os

sintomas clínicos.

Podemos dividir os herpesvírus que atingem os humanos em três


subfamílias: Alphaheroesvirinae, composto pelo herpesvírus simples (feridas
labiais e genitais) e o varicela-zóster (herpes-zóster), que apresenta ciclo de
vida curto; a Betaherpesvirinae, que apresenta um ciclo de vida longo e
contempla os tipos citomegalovírus e vírus Epstein-Barr (mononucleose); e
a Gammaherpesvirinae, um subtipo de vírus que tem potência oncogênica e
afinidade por células epiteliais e linfócitos. No Quadro 1, temos um resumo
dos herpesvírus.

Quadro 1. Tipos de herpesvírus humano.


A infecção por herpes simples tem como manifestação clínica a formação de
vesículas bolhosas e atinge régios de orifícios, como boca e região anogenital.
Tem um padrão de se “proliferar” nessas regiões seguindo os caminhos dos
nervos, normalmente são recidivantes e têm um ciclo curto de cinco dias. O
tipo 1, também chamado de herpes labial, atinge o lábio e a mucosa da boca,
já o tipo 2, também chamado de herpes genital, atinge a região anogenital. A
infecção ocorre pelo contato íntimo com indivíduos contaminados com a
presença das vesículas. O compartilhamento de toalhas, talheres e relações
sexuais podem transmitir o vírus. A infecção apresenta um período de
incubação e após um longo período pode manifestar os sinais clínicos.
Indivíduos imunodeprimidos podem desenvolver infecções recorrentes por
herpes, além de desenvolverem complicações como formações purulentas e
dolorosas. É estimado que 75 a 90% da população já teve contato com o vírus
herpes, porém nunca manifestaram qualquer quadro clínico, ou seja, pessoas
imunocompetentes podem ter infecção assintomática pelo herpesvírus.
O diagnóstico é comumente clínico com a análise das vesículas e a
confirmação pode ser realizada através de citologia e histopatologia. O
tratamento consiste em uso de antivirais, antissépticos e manutenção da
higiene no local afetado. Na Fig. 3, temos casos de infecções por herpesvírus.

Figura 3. Manifestações clínicas de infecção por herpesvírus. A = herpes labial; B = herpes


genital no pênis; C = herpes genital na vulva. Fonte: KAYE, 2016. Acesso em: 11/06/2019.
(Adaptado).
Uma doença causada pelo vírus herpes do tipo 3 é a herpes-zóster. É mais
comum em adultos depois dos 50 anos, mas também pode ocorrer em jovens.
O vírus acomete gânglios nervosos e o quadro é caracterizado por lesões
cutâneas que seguem terminações nervosas. Nas lesões cutâneas ocorrem
erupções e são comuns prurido e dor. É muito comum acometer o rosto e o
dorso; nesses casos, as lesões acompanham o caminho dos nervos. Quando a
infecção atinge nervos da face, como o trigêmeo, pode levar a complicações
oculares e no maxilar. O tratamento se dá pelo uso de antivirais e analgésicos
para controlar a dor, além de tratamento das erupções com antissépticos e boa
higiene.
A varicela é uma infecção viral também causada pelo vírus herpes do tipo 3 e
acomete principalmente crianças, essa infecção também tem o nome de
catapora. O quadro clínico é caracterizado por máculas eritematosas
espalhadas no corpo, principalmente rosto e dorso, além de provocar febre alta
e tosse. As complicações são raras e o tratamento é realizado com uso de
medicamentos paliativos para controle da febre e da dor. A prevenção é muito
recomendada e feita através de vacinas contra varicela que são administradas
em crianças.

O vírus Epstein-Barr (tipo 4), da subfamília do herpesvírus, é conhecido por


causar a mononucleose infecciosa, também popularmente conhecida por
“doença do beijo”. Normalmente, a infecção ocorre na infância de
assintomática; na vida adulta, pode ocorrer o quadro clínico caracterizador por
febre, infecções na faringe e palato e infecções nos linfonodos. Há formação
de erupções cutâneas nos troncos e membros superiores.
O citomegalovírus é o herpesvírus tipo 5 e apresenta incidência alta em
indivíduos imunodeficientes e recém-nascidos. A infecção pode levar à
formação de lesões cutâneas, como púrpuras e ulcerações, e pode acometer
genitálias, nádegas e coxas. É uma das infecções da síndrome TORCH
(toxoplasmose, outros, rubéola, citomegalovírus, herpesvírus) e a transmissão
se dá pelo contato com saliva ou sangue.
O exantema, ou "febre dos três dias", é causado pelo herpesvírus tipo 6 e
desencadeia principalmente febre alta em crianças de até três anos. Também
há formação de erupções e lesões eritematosas e pode atingir face, pescoço e
tronco. A infecção se dá principalmente pelas vias orais.
O sarcoma de Kaposi é uma infecção causada pelo herpesvírus tipo 8 e pode
levar ao desenvolvimento de tumores malignos nos linfonodos. A transmissão
pode ocorrer por contato sexual e, em alguns casos, pela saliva. Na Fig. 4,
temos casos clínicos de infecção por vários tipos de herpesvírus.

Figura 4. Quadro clínico de infecções por herpesvírus. A = herpes-zóster; B = varicela; C =


mononucleose; D = sarcoma Kaposi. Fonte: KAYE, 2016.
POXVÍRUS

Os poxvírus são vírus DNA e apresentam quatro gêneros distintos como

o Orthopoxvirus (varíola e vaccínia), Parapoxvirus (nódulo de ordenhadores

e Orf), Molluscipoxvirus (molusco contagioso) e Yatapox (tanapox).

A varíola é causada pelo vírus Orthopoxvirus e é uma doença considerada


erradicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde a década de
1980. É altamente contagiosa através das vias aéreas e contato com doentes. O
início das manifestações ocorre com a formação de pápulas e pústulas na pele
e as lesões se agravam num período curto. As formas hemorrágicas e malignas
são as mais graves e com maior casos de óbito. A prevenção é feita através da
vacina, que tem total eficiência.
O gênero Parapoxvirus causa os nódulos dos ordenadores, uma doença
ocupacional que atinge trabalhadores que têm contato com animais
contaminados. O quadro clínico se manifesta como ulcerações e nódulos
ulcerados nas mãos e braços. O vírus Orf, também pertencente a essa família,
causa pápulas eritematosas e também é uma doença ocupacional.
O poxvírus também é responsável por causar uma dermatose chamada
“molusco contagioso”. Essa doença é caracterizada pela formação de pápulas
arredondadas, translúcidas e brilhantes, que se espalham em regiões do corpo.
É comum em crianças e em imunodeprimidos, porém em adultos
imunocompetentes pode ocorrer transmissão através do contato sexual. Na
figura 5 temos casos de infecção por poxvírus.

Figura 5. Casos clínicos de infecções por poxvírus. A = varíola; B = nódulo de ordenhador; C


= molusco contagioso. Fonte: GODOY, 2019. 
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Seção 3 - 

Alterações da pele: dermatoviroses

Seção  4  de  6

Alterações plantares: fissuras plantares

Os pés são estruturas que suportam pressão todos os dias e, se não receberem
os devidos cuidados, podem sofrer podopatias diversas, com consequências
sérias se não tratadas com especialistas. As fissuras plantares são rachaduras
lineares na epiderme, gerando lesões da pele que podem atingir níveis mais
profundos e causar infecções. A principal causa das fissuras é o ressecamento
da pele, portanto a hidratação é essencial para a pele dos pés.
Os pés apresentam estruturas ósseas, musculares, ligamentos e terminações
nervosas; todas essas estruturas são revestidas pelas camadas da pele.
Alterações nessas estruturas podem comprometer a marcha, a postura e outras
estruturas no corpo que possibilitam aos seres humanos a postura bípede.
Como já dito, a pele exerce a importante função de proteção, assim como faz
parte dos órgãos sensoriais. A pele dos pés é classificada como pele grossa,
pois apresenta mais camadas da epiderme, o que confere mais resistência a
essa estrutura que sofre pressão e atrito diariamente. A pele dos pés e a das
mãos não apresentam pelos e, portanto, glândulas sebáceas, sendo assim,
podem sofrer mais com o ressecamento e necessitam de atenção quanto à
hidratação.
As fissuras podem ocorrer em decorrência de deformidades ósseas, doenças
crônicas que afetam a circulação, como o diabetes, por agressões e atritos
constantes, assim como por causas hereditárias. As fissuras são lesões que
atingem principalmente a epiderme, a camada mais externa da pele, porém
podem afetar camadas mais profundas e causar sangramentos e dor. Essas
lesões levam ao espessamento da pele, tornando-a mais rígida, e podem
comprometer a pisada. Esse espessamento excessivo da pele é chamado de
hiperqueratose, em que a pele se torna rígida e ressecada.

As fissuras plantares podem ter várias causas,


como a condição climática. Em tempo frio, a
pele fica mais seca e desidratada, o que
favorece a formação das fissuras. A
desidratação é um elemento-chave em
distúrbios da pele, pois quando não ingerimos
a quantidade de água necessária a pele sofre
as consequências da desidratação, tornando-
se opaca e ressecada.
O uso de produtos químicos também pode causar ressecamento e predispor a
distúrbios na pele, como as fissuras. O uso de sapatos apertados ou
inapropriados é outro fator que leva à formação de rachaduras e lesões nos
pés, pois aumenta a pressão e o atrito sobre os pés.
Algumas doenças crônicas podem predispor a formação de fissuras plantares e
distúrbios na pele. A psoríase é uma doença da pele com origem heterogênea
e pode ser hereditária. Nessa doença, há formação de placas escamosas no
corpo.
Portadores de doenças crônicas, com ênfase ao diabetes, podem desenvolver o
chamado pé diabético. Esse acometimento causa ressecamento, enrijecimento
e formação das fissuras, que podem evoluir para úlceras e culminar em
amputações.
Os principais tratamentos das fissuras plantares se concentram na hidratação
da pele. Existem várias formulações cosméticas que apresentam resultado
satisfatório no tratamento das fissuras, como a ureia. A ureia tem a capacidade
de reter água no estrato córneo, além de promover ação antimicrobiana e anti-
inflamatória. Cremes esfoliantes e hidratantes à base de ureia são indicados no
tratamento das fissuras plantares.
Obviamente, o tratamento de distúrbios na pele dos pés deve ser realizado por
um profissional especializado, como um podologista. O podólogo saberá
diagnosticar e prescrever o tratamento adequado em casos de fissuras
plantares. Deve-se evitar tratamentos caseiros, pois sem o cuidado e
esterilização do material é possível adquirir sérias infecções. O podologista é
altamente indicado em casos de pés diabéticos, pois nesse caso o profissional
vai indicar o melhor tratamento e pode evitar complicações futuras, como
amputações. A seguir, na Fig. 6, temos casos de fissuras plantares.

Figura 6. Casos clínicos de fissuras plantares. Fonte: OLIVEIRA, 2012.


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Seção 4 - 

Alterações plantares: fissuras plantares


Seção  5  de  6

Alterações ungueais: onicomicoses

As onicomicoses são infecções crônicas por vários tipos de fungos e leveduras


que atingem as unhas e levam a deformidades ungueais. São as doenças mais
prevalentes das unhas e atingem pessoas de todas as etnias e idades, mudando
a incidência conforme alterações climáticas e geográficas. Alguns fatores
podem facilitar o desenvolvimento de micoses nas unhas, como o uso de
sapatos apertados e abafados, predisposição genética, doenças crônicas, como
o diabetes, e doenças imunológicas.
É muito importante realizar o exame micológico para diagnosticar o agente
causador da micose e promover o melhor e mais eficaz tratamento. O
tratamento de fungos nas unhas é difícil e longo, pois as unhas apresentam
pouca absorção de medicamentos e, portanto, apenas administração tópica de
remédios não irá resolver o problema. O plano terapêutico normalmente
consiste em uso de agentes antifúngicos orais por longo período. O tratamento
de onicomicoses é difícil e pode comprometer a qualidade de vida dos
pacientes por questões emocionais e estéticas e também por conta da dor.
As micoses nas unhas podem atingir qualquer pessoa, porém apresenta uma
incidência maior em idosos, indivíduos que frequentam piscinas e saunas
públicas, pacientes diabéticos ou com imunodeficiência. Cerca de 30% de
indivíduos diabéticos apresentam micoses nas unhas dos pés, portanto há uma
alta prevalência de micoses ungueais nesses pacientes. A ocorrência de
onicomicoses é maior nas unhas dos pés do que das mãos, isso porque os pés
sofrem mais pressão pelo uso de sapatos, pelo abafamento e também porque
as unhas dos pés crescem menos.
As infecções por fungos podem diferir pelo acometimento e extensão da lesão
na unha. A mais comum é a onicomicose subungueal distal, na qual o fundo
acomete o leito ungueal e começa pelo hiponíquio. Nesse caso, a infecção
pode causar onicólise, que é o descolamento da lâmina, além de causar
espessamento da unha na região proximal. É um caso um pouco difícil de
tratar, pois o fungo se prolifera embaixo da unha.
A onicomicose subungueal proximal é um caso mais raro, pois o fungo invade
a unha pela parte proximal e migra para a região distal. Nesse tipo de
infecção, podem ocorrer descolamento (onicólise) e deformação da parte
proximal da unha. É uma condição mais comum em pessoas com deficiência
imunológica, como em pacientes com HIV.
A onicomicose superficial branca também é uma infecção ungueal menos
comum e é caracterizada pela infecção do fungo na camada superficial da
unha, causando manchas brancas. Essas regiões afetadas pelo fungo tornam a
unha opaca e frágil, o que pode levar a deformidades ungueais.
A Candida é um fungo que pode infectar as unhas, provocando a candidíase
ungueal. A infecção é caracterizada por causar paroníquia (infecção das
bordas laterais e proximais da unha) e, quando atinge a matriz ungueal, pode
causar deformidades nas unhas.
Quanto à etiologia das onicomicoses, os fungos dermatófitos são os mais
prevalentes e mais comuns nas unhas dos pés; são responsáveis por mais de
80% dos casos de infecção. Em seguida, temos as infecções por leveduras,
que ocorrem em até 15% dos casos de onicomicoses. Os fungos filamentosos
não dermatófitos são os menos comuns, representando até 10% dos casos. Na
Fig. 7, temos uma representação dos tipos de acometimento nas unhas
causados por onicomicoses.

Figura 7. Representação das infecções por fungos que causam onicomicose e as


manifestações clínicas distal, proximal e superficial branca. Fonte: LIMA, 2003. Acesso em:
11/06/2019. (Adaptado).
ONICOMICOSE POR FUNGOS DERMATÓFITOS
Os fungos dermatófitos são divididos em três gêneros,
denominados Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. Esses fungos
têm a capacidade queratinolítica, ou seja, alimentam-se da queratina e
infectam as unhas. Estão presentes na natureza e causam as chamadas
dermatofitoses, ou “tinhas”.
Dentre os fungos dermatófitos, os Trichophyton rubrum e Trichophyton
interdigitale são os patógenos com maior incidência nos casos de
onicomicoses nos pés. As onicomicoses causadas por fungos dermatófitos
podem atingir a área subungueal proximal e distal, assim como a superfície da
unha, causando a infecção superficial branca. A onicomicose subungueal
distal é causada principalmente pelo fungo dermatófito T. rubrum e, nesse
caso, pode ocorrer uma infecção mista pelo fungo Tinea pedis. A onicomicose
superficial branca é principalmente causada pelo fungo T. interdigitale. Na
Fig. 8, temos um caso clínico de infecção nas unhas por fungos dermatófitos.

Figura 8. Caso clínico de infecção nas unhas dos pés por fungos dermatófitos. Fonte:
ADIGUN, [s.d.]. Acesso em: 11/06/2019.
ONICOMICOSE POR LEVEDURAS
As infecções ungueais por leveduras são causadas predominantemente
pela Candida albicans, pois é a espécie mais frequente e está presente em
nossa microflora da pele. A infecção por Candida nas unhas, também
chamada de candidíase ungueal, ocorre principalmente nas unhas das mãos,
mas pode acometer também as unhas dos pés. É comum ocorrer em pessoas
expostas constantemente a água, principalmente as que trabalham diretamente
em contato com ela. Nesses casos, a infecção pode se tornar crônica.
A infecção por Candida na unha afeta a região subungueal proximal e pode
desencadear o onicólise. Nesse caso, o descolamento da unha do leito ungueal
se inicia na região distal e pode progredir em direção à região proximal e
lateral. A paroníquia é um acometimento muito comum em infecções por
Candida, caracterizada pela infecção e inflamação da região peringueal e das
pregas laterais e distais da unha. A infecção por Candida pode causar danos
irreversíveis nas unhas, como espessamento da borda ungueal e distrofias das
unhas. Na Fig. 9, temos caso clínico de infecção nas unhas por Candida
albicans.

Figura 9. Caso clínico de onicomicose causada pela levedura Candida albicans. Fonte: LIMA,


2003. Acesso em: 11/06/2019.
ONICOMICOSE POR FUNGOS FILAMENTOSOS
NÃO DERMATÓFITOS
Os fungos filamentosos não dermatófitos estão presentes na natureza, no solo
e em plantas e são descritos por causarem infecções principalmente nas unhas
dos pés. Esses fungos produzem enzimas proteolíticas, como a queratinase,
que tem a função de degradar a queratina. Dessa forma, os fungos conseguem
infectar e se alimentar das unhas.
As principais espécies de fungos não dermatófitos causadoras de
onicomicoses são o Scytalidium dimidiatum e o Scytalidium hyalinum, que
apresentam manifestações clínicas semelhantes às infecções causadas pelo T.
Rubrum. As infecções nas unhas causadas pelo Scytalidium dimidiatum são
mais comuns em países tropicais e subtropicais. A onicomicose causada por
este fungo provoca onicólise, espessamentos da placa ungueal e pode causar
escurecimento das unhas. A inflamação é menos profusa que a causada por
fungos dermatófitos, porém também pode provocar descolamento da unha e
deformidades irreversíveis.
Outra espécie de fungos não dermatófitos que causam onicomicoses é
a Fusarium.Ela causa infecções principalmente nas unhas dos pés e provoca
infecção subungueal distal e lateral, assim como a infecção superficial branca.
A infecção por Fusarium é caracterizada por uma coloração amarelada e
opaca nas unhas, e pode ocorrer paroníquia (infecção das pregas ungueais) e
leuconíquia.
O Scopulariopsis brevicaulis é outro gênero de fungos causadores de
onicomicoses. Também apresenta a capacidade proteolítica de degradar a
queratina, e é comum causar infecção secundária após infecção por fungos
dermatófitos. É encontrado na natureza, no solo e nas plantas e apresenta
prevalência maior em países de clima temperado.
O diagnóstico de onicomicoses deve ser feito através de exame clínico e
micolótico para descobrir a origem da infecção e o tipo de fungo, e assim
prescrever o melhor plano terapêutico. Algumas análises do exame clínico
podem auxiliar, como observar se a micose ungueal está associada a infecções
interdigitais, pois isso pode estar relacionado com fungos dermatófitos.
Onicomicoses que apresentam paroníquia normalmente estão relacionadas
com infecção por leveduras, como a Candida albicans. Já quando as unhas
apresentam coloração amarelada ou escurecida é provável que a infecção seja
causada pelo gênero Fusarium.
O tratamento das onicomicoses é difícil, demanda tempo e várias frentes
terapêuticas. Entre as principais causas da dificuldade do tratamento estão a
baixa resposta terapêutica aos antifúngicos, alto custo e longa duração do
tratamento, crescimento lento das unhas dos pés, dificuldade na absorção dos
fármacos pelas unhas devido a sua espessura e presença de queratina.
A principal escolha terapêutica consiste na administração de antifúngicos
orais e tópicos. A escolha também é feita através da análise, extensão e
localização da infecção, indicando o melhor fármaco que irá atender ao plano
terapêutico escolhido. Na Fig. 10, temos exemplos de casos de infecções nas
unhas causadas por fungos não dermatófitos.

Figura 10. Caso de infecção nas unhas dos pés por fungo não dermatófito. Fonte: RÊGO,
[s.d.]. Acesso em: 11/06/2019.
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Seção 5 - 

Alterações ungueais: onicomicoses

Seção  6  de  6

Alterações ungueais: onicocriptoses

A onicocriptose, também chamada de unha encravada, é um acometimento da


unha em que há uma invasão da placa ungueal no tecido subungueal,
causando trauma e inflamação desse tecido. É uma condição que gera dor,
inchaço e comumente há infecção por patógenos oportunistas se não tratada.
A unha encravada ocorre principalmente no hálux e tem etiologia
multifatorial. Há prevalência em homens e tem mais ocorrência na vida
adulta. É muito comum ocorrer devido ao corte errado das unhas, ao retirar as
bordas da placa ungueal, formando espículas laterais. Quando a unha cresce,
essas espículas são empurradas em direção ao tecido subungueal, que percebe
o corpo estranho e inicia o processo inflamatório.
A onicocriptose também pode ser genética e, nesses casos, originada pelo
formato congênito das unhas que favorece essa condição. Algumas
deformidades das unhas, como as unhas em pinça ou em telha comumente
apresentam episódios de onicocriptose. Traumas físicos constantes também
predispõem a unha encravada, como o uso de sapatos apertados.
Em casos mais graves de unha encravada, pode ocorrer a formação de um
tecido de granulação chamado de carne esponjosa, que se forma sobre a placa
ungueal com coleção de pus e dor.
Podemos classificar a unha encravada em três graus: o grau 1 é caracterizado
pela formação da onicocriptose devido ao corte errado, com invasão da
espícula na borda lateral, causando dor e inflamação local. No grau 2, há
aumento da inflamação e coleção de pus. Já no grau 3 ocorre a formação do
tecido de granulação, intumescimento dos tecidos subungueais e aumento dos
sintomas da inflamação.
Em casos mais simples de onicocriptose é indicado, tratamento em que há
retirada da espícula para aliviar a dor e tratamento da inflamação com
medicamentos orais e locais. Nesses casos pode-se realizar a técnica de
lixamento para diminuir a unha e utilizar órteses de acrílico para dar suporte à
unha e auxiliar o crescimento correto. Esse tratamento costuma ser efetivo,
porém a recuperação é mais demorada. Outra técnica utilizada é o
acolchoamento, em na qual o profissional insere algodão na região em que há
crescimento da espícula para diminuir o trauma no tecido subungueal.
Em casos mais graves é indicado o tratamento cirúrgico, em que há remoção
de parte da unha, assim como curetagem do tecido de granulação e regiões
com trauma. Esse procedimento exige anestesia e ambiente estéril para
realizar a cirurgia. Quando há deformidades no formato da unha, como nos
casos da unha em telha ou em garra, é indicada a cirurgia de correção. Porém,
o procedimento exige mais cuidados para afastar a placa do leito ungueal e
realizar a correção da unha. Nas Figs. 11, 12 e 13, temos casos de
onicocriptose e tratamentos para correção.

 1
 2
 3

Figura 11. Caso de onicocriptose no hálux. Fonte: HENKE, 2015. Acesso em: 11/06/2019.
Figura 12. Caso de onicocriptose no hálux com presença de tecido de granulação sobre a placa
ungueal. Fonte: AZULAY, 2007.
Figura 13. Caso de onicocriptose no hálux com tratamento utilizando órtese de acrílico. Fonte:
AZULAY, 2007.

Agora é a hora de sintetizar tudo o


que aprendemos nessa unidade.
Vamos lá?!
SINTETIZANDO
Os calos e as calosidades ocorrem em decorrência do excesso de atrito e
pressão; atingem principalmente os pés, normalmente pelo uso inadequado de
calçados, atividades esportivas ou profissionais. Porém, casos mais graves
podem ocorrer devido a deformações ósseas ou distúrbios da pisada e postura
corporal. Quando as pressões e atrito atingem regiões de osso, pode-se formar
o chamado calo “duro”, que apresenta um centro duro e com forma cerosa.
Esse tipo de calo pode atingir camadas mais profundas da pele, chegando ao
nervo e causando desconforto e dor. Já os calos “moles” ocorrem
normalmente entre os dedos, apresentam um tecido endurecido e
esbranquiçado e são gerados pelo excesso de atrito no local. O tratamento das
calosidades normalmente é a retirada da formação calosa, com remoção do
núcleo do calo.
As dermatoviroses são causadas por vírus, organismos intracelulares
obrigatórios que necessitam de um organismo parasita para se multiplicarem.
Os vírus apresentam apenas um tipo de ácido nucleico (DNA ou RNA). O
HPV é uma família de vírus DNA dividida em dois gêneros: o papilomavírus
e o poliomavírus. O papiloma atinge principalmente epitélios de superfície,
como verrugas na pele e mucosas, enquanto que o polioma afeta órgãos
internos, causando, por exemplo, danos em células nervosas. A infecção por
HPV pode resultar em dois tipos de afecções: a cutânea e a extracutânea. A
cutânea ocorre com formações de verrugas comuns (também chamadas de
vulgares), filiformes ou plantares e anogenitais também. As lesões
extracutâneas ocorrem principalmente em mucosas.
As fissuras plantares são rachaduras lineares na epiderme, causando lesões
da pele que podem atingir níveis mais profundos e levar a infecções. A
principal causa das fissuras é o ressecamento da pele, portanto a hidratação é
essencial para a pele dos pés. As fissuras podem ocorrer em decorrência de
deformidades ósseas, doenças crônicas que afetam a circulação, como o
diabetes, por agressões e atritos constantes, assim como por causas
hereditárias.
As onicomicoses são infecções crônicas por vários tipos de fungos e
leveduras que atingem as unhas e levam a deformidades ungueais. As
onicomicoses são as doenças mais prevalentes das unhas e atingem pessoas de
todas as etnias e idades. A onicomicose subungueal proximal é um caso mais
raro, pois o fungo invade a unha pela parte proximal e migra para a região
distal. Nesse tipo de infecção, pode ocorrer descolamento (onicólise) e
deformação da parte proximal da unha. A onicomicose superficial branca
também é uma infecção ungueal menos comum e é caracterizada pela
infecção do fungo na camada superficial da unha, causando manchas brancas.
A onicocriptose, também chamada de unhas encravada, é um acometimento
da unha em que há uma invasão da placa ungueal no tecido subungueal,
causando trauma e inflamação desse tecido. É uma condição que gera dor,
inchaço e até infecção por patógenos oportunistas, se não tratada. Em casos
mais graves, pode formar um tecido de granulação, chamado de “carne
esponjosa”, que se forma sobre a placa ungueal com coleção de pus e dor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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