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A importância da Audiologia

A deficiência auditiva ocorre em um grande


número de pessoas e atinge crianças e
adultos. O impacto global da deficiência
auditiva é significativo, causando atraso no
progresso educacional das crianças e
acarretando sérias consequências
Profa. Karina Advíncula psicossociais para os que adquirem a perda
auditiva mais tarde em suas vidas.

Definição Definição

¾ Prevenção, identificação e avaliação de


“O Fonoaudiólogo é responsável pela
problemas na audição
função social da audição e aborda a utilidade
prática da capacidade auditiva, visando
¾Seleção e avaliação de aparelhos de
amplificação sonora aumentar a habilidade do deficiente auditivo
em lidar com situações de vida diária”.
¾Habilitação/reabilitação oral de indivíduos
com perda auditiva
Muller, 1979

Bess & Hummes,1998

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A história A história
“História deve ser tratada como uma área de
investigação preocupada com a explicação
das origens, com a análise das
transformações resultantes das ações
humanas, ocupando-se do estudo dos
acontecimentos em processos.”
Como chegamos até aqui?

A história Antiguidade
Embora audiômetros sejam relatados desde o final 525 a.C. – ALCMEÓN DE CROTONA sugere que a
orelha humana está ligada ao cérebro.
dos anos 1800, a disciplina de AUDIOLOGIA se
500 a.C. – ANAXÁGORAS menciona que o osso no qual
desenvolveu após a segunda guerra mundial a orelha se insere é vazio.
470 a.C. – DEMÓCRITO descreve a cavidade e membrana
timpânicas.
A audiologia como ciência data de menos de um
450 a.C. – EMPEDOCLES hipotetiza que o ar exterior põe
século, precisamente em 1945. Porém, o ouvido em movimento.
observações e estudos sobre a audição e seus 400 a.C. – Surgimento da Acústica como ciência que se
distúrbios são tão antigos com a Humanidade preocupa com o estudo do som. Historicamente ligada à
música.

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Antiguidade Antiguidade
384-322 a.C. – ARILTÓTELES disseca a orelha de vários 650 – PABLO DE EGINA escreve que a surdez congênita
animais e menciona a cóclea. é incurável.
30 – AULUS CORNELIUS CELSUS descreve afecções 1230 – ALBERTO EL MAGNO afirma que o sudro-mudo
da orelha externa, tais como, corpos estranho, cerumem, é mudo somente porque não escuta. 1290 – ARNALDO
tumores atresia... VILANOVA coloca pimenta no nariz do sujeito surdo.
50 – PLÍNIO relata a possibilidade da relação entre surdez Quando esse está com vontade de espirrar, tapa o nariz e o
e mudez. ar é obrigado a passar para a cavidade timpânica. É a
100 – ADRIANO, o Imperador coloca as mãos atrás da manobra de Valsava primitiva.
orelha para poder escutar menhor. 1546 – INGRASSIA nota que um diapasão pode ser
180 – GALENO utiliza pela primeira vez o termo labirinto. ouvido quando colocado entre os dentes.
Descreve que o nervo auditivo termina na MT, pois se 1550 – GERONIMUS CARDANO é o primeiro a afirmar
desconhecia a orelha interna. que o surdo-mudo pode ser instruído. Ele descreve a
audição por via óssea.
1550 – ANDREAS VESALIO descreve o martelo e a
bigorna, as janelas oval e redonda.

Antiguidade Antiguidade
1550 – BARTOLOMEUS EUSTACHIUS escreve o 1610 – TORRICELI constroi o primeiro aparelho a vácuo,
primeiro livro dedicado exclusivamente ao ouvido. possibilitando a descoberta de que o som não se propaga
Descreve a trompa que leva seu nome no vácuo.
1550 – GABRIEL FALLOPIUS descreve e dá nome a 1623 – Nasce BLAISE PASCAL, físico, matemático e
cóclea, labirinto tímpano nervo auditivo entre outras filósofo francês que em 1648 inventou a coluna de
coisas. mercúrio para medir a pressão atmosférica. Morreu em
1580 – VOLCHER COITER discípulo de FALLOPIUS, 1662.
descreve que o tímpano serve para conservar a pureza do 1642 – Nasce ISSAC NEWTON, matemático, físico e
ar dentro da caixa timpânica. Crê que a onda sonora entra astrônomo inglês, que descobriu a lei da gravidade e as 3
pela trompa de Eustachio e que quando abrimos a boca leis do movimento.
ouvimos melhor. SÉCULO XIX – 1800 - Instrumentos como o
1600 – GALILEU GALILEI faz os primeiros audiômetro, utilizados para medir a audição
experimentos sonoros não relacionados à música.

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Antiguidade Antiguidade
1855 – HELMHOLTZ na Alemanha estuda a teoria dos 1876 – ALEXANDER GRAHAM BELL, nos EUA,
ressonadores e da ressonância da orelha. inventa o telefone
1857 –nasce um físico alemão HEINRICH RUDOLPH
HERTZ, que estudou a teoria das ondas eletromagnéticas.
Morreu em 1894. 1880 – WEBER, criou uma lei conhecida hoje, como LEI
DE FECHNER-WEBER, que diz que um indivíduo ao
1850 – No dia 22 de outubro, GUSTAV THEODOR receber um estímulo, apresenta uma sensação que não é
FECHNER, um físico e filósofo alemão estava meditando diretamente proporcional a esse estímulo, mas ao seu
sobre a ciência e a tecnologia, pensando que ambas tinham
tornado o homem materialista, tendo interesse somente em logaritmo.
estudar os aspectos materiais sem levar em conta o
espírito. Meditou sobre a possibilidade da ciência poder
medir sensações. Mais tarde, outro filósofo alemão, E. H.
WEBER, estabeleceu a relação entre os estímulos e criou a
PSICOFÍSICA, ciência exata que estudas as relações
funcionais.

1899 – nasce GEROGE VON BEKESY. Foi Ph.D. em física pela


Universidade de Budapest em 1923, onde permaneceu até o ano de
1946. Bekesy foi o primeiro homem a visualizar com a cóclea
Antiguidade humana respondia aos sons, através dos padrões da “ONDA
VIAJANTE”.

1894 – nasce HALLOWELL DAVIS – PAI DAS Von HELMHOLTZ sugeriu que cada tom puro gera na cóclea, um
RESPOSTAS EVOCADAS AUDITIVAS. Em 1918 fez local de vibração com amplitude máxima, e que esse padrão move-se
a graduação na Universidade de Havard e mestrado em para o ápice quando a frequência do tom é aumentada. Porém, foi von
Bekesy que encontrou os locais de amplitude de vibração máxima,
1922 Durante 1923 3 1946 Dr, Davis estudou as sugeridos por von Helmholtz. Ou seja, von Bekesy começou onde
propriedades elétricas dos impulsos nervosos, as respostas von Helmhotlz parou!!!!!!!!!!! Após a SGM, BEKESY partiu para
elétricas da orelha interna e nervo auditivo e o ritmo Estocolmo, onde inventou um método de medição psicofisiológica e
um audiômetro automático, ambos extensamente utilizados na
elétrico das atividades do cérebro humano. A primeira audiologia clínica e na pesquisa auditiva. Após Estocolmo, BEKESY
atividade elétrica do cérebro (EEG) captada nos EUA foi foi para Harvard University, onde modificou sua área de concentração
adquirida em um de seus estudantes. Em 1938, juntamente de pesquisa de mecânica da orelha para eletrofisiologia. A maior
contribuição do seu trabalho à ciência se concentra nos experimentos
com S.S.STEVENS publica um livro entitulado: Audição: biofísicos da cóclea, o que lhe rendeu, no ano de 1961 o PRÊMIO
Fisiologia e Psicologia. NOBEL de Medicina. Seus estudos, porém, vão desde a acústica,
passando por anatomia e fisiologia até psicoacústica. Von Bekesy
dedicou sua vida inteira à ciência. Ele chegava no laboratório de
manhã cedo e saia após o jantar. Ele era solteiro pois acreditava que o
casamento iria distraí-lo do trabalho!

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Áreas de Atuação Oportunidades Profissionais
Audiologia Clínica
Audiologia Educacional ¾ Hospitais ou Centros de Saúde

Equipe multidiciplinar
Audiologia Escolar
• ORL, Pediatras,Neurologistas, psicólogos,outros
Audiologia Industrial Diagnóstico audiológico
• Ambulatório
Audiologia Infantil Triagem auditiva em berçários
• Teste da orelhinha
Audiologia Neonatal Monitoramento audiológico em pacientes em UTI
• Uso de ototóxicos e/ou cirurgias neurais

Oportunidades Profissionais Oportunidades Profissionais

¾ Empresas de aparelhos auditivos ¾Consultórios


O audiologista deve ser o responsável pelo
Diagnóstico audiológico em adultos e crianças
processo de seleção e adaptação de aparelho de
• Audiologia Clínica e Infantil
amplificação sonora individual (AASI)
Seleção e adaptação de AASI
Área em crescimento devido à conscientização Parceria com Otorrinolaringologistas, Pediatras,
dos profissionais, ao avanço tecnológico e à Neurologistas, Fonoaudiólogos e outros
identificação precoce da perda auditiva
Reabilitação da audição e da fala

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Oportunidades Profissionais Oportunidades Profissionais

¾Escolas ¾ Centros de Reabilitação


Reabilitação da audição e da fala
Triagem escolar
¾ Indústrias
Assistência audiológica a crianças com ¾ Programa de Conservação Auditiva (PCA)
perda auditiva em escolas de ouvintes
• Sistema FM; adaptações ambientais, etc ¾ Universidades
Pesquisas
Orientação aos pais e professores Ensino superior

Seja mais que especialista!... Entendendo a Audição

“SÓ OS MUITO BONS SOBREVIVERÃO!”

“VOCÊ TEM QUE SER ESPECIAL EM AO


MENOS UMA COISA.”

Luíz Marins, Antropólogo Social

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Principais Exames Audiológicos Imitanciometria
Audiometria (tonal e vocal) - Avalia a integridade da orelha média e arco
- Avalia a função auditiva reflexo

Potenciais Auditivos Evocados


Emissões Otoacústicas
- Avalia a integridade da cóclea - Avalia a integridade das vias auditivas
aferentes (tronco encefálico)

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Exames Vestibulares Avaliação do Processamento Auditivo

Estuda a função auditiva e vestibular da Estuda a integridade e maturação do sistema


orelha interna, assim como suas inter- auditivo central
relações encefálicas
Identifica disfunções auditivas centrais e
estabelece diretrizes para o programa de
Bateria de testes audiológicos e reabilitação
otoneurológicos
Composto por uma bateria de exames

Indicações para
Avaliação Audiológica Avaliação Audiológica

“A avaliação da função auditiva é realizada por testes Queixa de dificuldade auditiva


Presença de sinais ou sintomas auditivos
subjetivos e objetivos, que buscam informações
Presença de sinais ou sintomas otológicos
sobre a audição periférica e central.” ( Frota, 1998, Antecedentes familiares com problemas auditivos
p.42) Desenvolvimento de linguagem alterado

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Entrevista Inicial Entrevista Inicial

Primeiro contato com o paciente A partir das informações trazidas pelo paciente é possível

• Avaliar qualitativamente a audição do paciente


Primeiro procedimento da avaliação audiológica
• Determinar o impacto da audição na comunicação
Levantamento de informações sobre as condições
• Elaborar hipótese sobre os possíveis resultados
da função auditiva

Entrevista Inicial Entrevista Inicial

• Estabelecer uma relação de confiança e respeito entre • Queixa


paciente e audiologista • Crianças:
• Sintomas e Sinais
• Início e evolução do • Desenvolvimento
• Obter informações sobre o início e a evolução do
problema linguístico
problema; sintomas e sinais; e possíveis causas para ajudar
no diagnóstico audiológico • Etiologia: • Desenvolvimento
• período de gestação escolar
• Obter informações subjetivas (através da observação) • nascimento • Dificuldades em se
sobre o tipo de perda e pricipalmente o grau de • infância relacionar
comprometimento • Fator hereditário • Comunicação
• Exposição a ruído

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Inspeção Visual do
Entrevista Inicial Canal Auditivo Externo
• Intensidade da voz do paciente
Procedimento realizado após a entrevista
• Entonação e articulação dos fonemas da fala
(ou vocalizações) Objetivo: inspecionar o CAE

Não tem como objetivo realizar o diagnóstico otológico


• Dificuldade do paciente enteder o que foi dito Meatoscopia X Otoscopia

• Comportamento (principalmente em crianças) Consultar o ORL, na presença de qualquer alteração ou


dúvida

Testes com Diapasão Testes com diapasões


Objetivos Histórico
Estudo quantitativo e qualitativo Técnica utilizada para saber se o paciente
Provas comparativas escutava sons em diferentes frequências
Definição Técnica mais antiga utilizada para
São instrumentos metálicos capazes de serem colocados
diferenciar PA condutivas e sensórioneurais
em vibração em freqüências determinadas e estáveis, Utilizados atualmente como teste rápido
devido a suas características estruturais para comparar com a VO – porque????

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Condução óssea (VO) Condução óssea
“Sempre que existe contato físico direto Curiosidade: porque estranhamos quando
entre o crânio e um corpo vibratório ou ouvimos nossa própria voz gravada?
quando os sons transmitidos pelo ar são
suficientemente intensos, a energia Perdem-se os componentes de baixa
vibratória produz uma compressão nos frequências transmitidos pela laringe
ossos do crânio e, em consequência, Diferença de fase entre o som conduzidos pelo
agitação na cadeia ossicular e na orelha ar e pelos ossos
interna” Zemlin, 2000

Condução óssea Condução óssea


Os padrões vibratórios da membrana basilar Deslocamento do crânio
para os sons transmitidos pelo ar ou Compressão do liquido no labirinto
conduzidos pelos ossos são os mesmos membranoso
(Békésy, 1932) Complacência da membrana basilar –
desigualdade entre a rampa vestibular e
timpânica
Mecanismos diferentes de vibração
Deslocamento do crânio
Reação inercial da cadeia ossicular
Efeito de oclusão

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Compressão dos canais do labirinto e dos ductos cocleares

Condução óssea
Pressão do líquido na rampa vestibular Reação inercial da cadeia ossicular
Vibração da cavidade da orelha média mediante
a vibração óssea

Aumento correspondente da membrana basilar


Cadeia ossicular imóvel – efeito igual ao
movimento da cadeia ossicular quando o osso
temporal está imóvel – alteração na rampa
O liquido adicional resultante da compressão do labirinto aumenta a
vestibular
compressão dos líquidos cocleares, resultando em aumento de atividade da
membrana basilar
Zemlin, 2000

Condução óssea
Efeito de oclusão
- Base para o teste de Weber

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O Diapasão Diapasão
Força da percussão e material determina a intensidade e
período do som
Não quantifica a sensibilidade auditiva
Com o uso de equipamentos eletroacústicos, o diapasão entrou
em desuso. Hoje em dia é usado esporáticamente para
confirmação de diagnóstico
Podem ser feitos de metal, aço, alumínio ou magnésio.
Só precisam ser calibrados quando feitos, a não ser que
sofram alguma queda, ou danificação.
Frequências: 128, 256, 512, 1024, 2048, 4046, 8192. Tons das
oitavas de Dó da escala musical
Muito perto de tom puro.

Testes acumétricos Testes acumétricos


Condições para testes: Ambiente silencioso,
Mais usado clinicamente na década de 20, não tocar na haste vibrante, segurar na outra
antes da invenção do audiometro haste, bater no cotovelo, joelho, dorso da
Alguns pesquisadores que desenvolveram mão (não em superfícies muito rígidas para
testes: evitar sobretons
Weber
Rinne
Oferece informacão qualitativa, porém não
Schwabach
muito quantitativa
Bing

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Teste de Weber Teste de Weber
Resultado:
Perda condutiva – resposta do lado com maior
comprometimento
Perda sensórioneural – resposta na orelha
melhor
Audição normal ou perdas simétricas –
respostas indiferentes

Teste de Rinne Teste de Rinne


Resultado – tempo de percepção:
Positivo
VA > VO = AUDIÇÃO NORMAL
Positivo patológico ou encurtado
VA>VO, porém ambos são diminuídos = Perda
sensórioneural
Negativo - VA<VO = Perda Condutiva
Possível erro:
Uma via óssea responder pela outra

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Teste de Schwabach Teste de Bing
Objetivo: Analisar a condição óssea Testar o efeito de oclusão ao fechar o meato
Compara a VO do paciente com a do examinador externo.
(este TEM que ter audição normal)
Resultado: Resultado:
- Encurtado = VO (do paciente) < 20s (VO - Positivo = Maior oclusão ao fechar o
examinador) > VO paciente: Perda
neurosenssorial conduto: Audição normal ou perda
- Prolongado = >20s. (VO examinador < VO neurossensorial
paciente: Perda condutiva)
- Normal = VO = 20s (VO examinador = VO - Negativo = Nenhuma diferença: Perda
paciente) condutiva.

Audiometria Tonal Audiometria Tonal


Valores Mascarados

VAOD:
VAOE:
VOOD:
VOOE:

Ausência de respostas
Puxar setinha para baixo

Campo Livre
S
CL

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Audiometria Tonal Limiar auditivo
Exame subjetivo
Determina o Limiar Auditivo Limiar auditivo é o nível mínimo de intensidade
Avalia a condução do som por VA e sonora capaz de produzir uma sensação auditiva
VO
Estímulo acústico: Tom Puro ANSI, 1973

Limiar auditivo Limiar Auditivo


Variabilidade
Menor nível de intensidade sonora no qual o paciente responde Variáveis endógenas- relativas ao paciente
consistentemente (pelo menos 50% das apresentações) à Variáveis exógenas – relativas ao ambiente e examinador
presença de um estímulo sonoro específico, utilizando uma
Probabilidade
técnica específica
“O menor estímulo que evoca uma resposta (50% das
apresentações) num determinado número de tentativas”

Wilber, 2001 ANSI, 1995

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Variáveis que Interferem na Variáveis que Interferem na
Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo

Variáveis exógenas Variáveis endógenas


Temperatura Condições de saúde geral
Umidade Motivação
Luminosidade Atenção
Ruído ambiental Interpretação da instrução
Calibração do equipamento Colaboração –Resposta falso-positivas/falso-negativas
Metodologia do exame
Habilidade do examinador

Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo

Test- retest Reliability

Estudos mostram variações de 5 a 10 dB NA Instrução para o paciente

Em alguns casos a variação pode aumentar Método de pesquisa do limiar auditivo


• Zumbido
• Alterações centrais

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Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo

Método de pesquisa do limiar auditivo


Instrução para o paciente Fones (ANSI S3.6-1969)
Clareza e objetividade • Escolha do fone

Informar em que consiste o exame Œ Supra-aural, circum-aural ou de inserção


Œ Vibrador ósseo
Informar qual é a resposta esperada
• Colocação dos fones
A resposta do paciente pode ser: Œ Diafragma » CAE
• Ato motor Œ Vibrador ósseo » mastóide/fronte
• Verbal Œ Pressão dos fones

Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo

Método de pesquisa do limiar auditivo Método de pesquisa do limiar auditivo


Colocação dos fones Ambiente (ANSI S3.1 -1977)
• Colabamento do CAE Orelha de teste
ΠIdosos
Intensidade para iniciar o teste
Œ Perda condutiva nas freqüências agudas
Œ Fones de inserção Tipo de estímulo
Duração do estímulo

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Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo
Método de pesquisa do limiar auditivo
Método de pesquisa do limiar auditivo Freqüência de teste
Técnica • Iniciar o exame testando a freqüência de 100O Hz –
pode haver exceções
• Ascendente • Interoitavas
• Descendente Œ Sempre testar?
Œ Queixa específica?
• Descendente-ascendente Œ Diferença de 20 dB entre freqüências próximas?
• Seqüência
Œ 1000 Hz » freqüências agudas
Œ 1000 Hz » freqüências graves

Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo

Considerações fisiológicas Considerações fisiológicas


Patologia retrococlear Pacientes com zumbido
• Pode ocorrer adaptação • Pode ser observada perda auditiva associada ou

• Modificar a duração do estímulo - breves audição normal

• Modificar o intervalo entre os estímulos –mais • Incluir a pesquisa dos limiares auditivos das
longos freqüências intermediárias (750, 1500, 3000 e 6000

• Usar a técnica ascendente Hz)


Branco-Barreiro, 2004

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Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo

Considerações fisiológicas Considerações fisiológicas


Pacientes com zumbido
Tipo de estímulo
Pacientes com zumbido
• Não há diferenças entre tom puro contínuo e pulsátil (Mineau e • Audiometria de altas freqüências - pode apresentar
Schlauch, 1997) piores limiares de audibilidade (Domènech, 1998; McKee e
• Pacientes com zumbido tonal - ao usar o tom contínuo, Stephens, 1992)
encontram-se mais respostas falso-positivas (Mineau e Schlauch,
• Audiometria vocal – nível de maior conforto (Branco-
1997)
Barreiro, 2004)
• Usar o tom pulsátil ou modulado (Frazza et al., 2000)

Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo

Considerações fisiológicas Considerações fisiológicas


Pacientes com zumbido Pacientes com hipersensibilidade auditiva
• Avaliação psicoacústica do zumbido • Não expor a estímulos que provoquem desconforto

Œ Medida do pitch do zumbido • Iniciar a apresentação do estímulo a intensidades moderadas

Œ Medida de loudness do zumbido • Solicitar informação do paciente

Œ Nível de desconforto (LDL) • Na audiometria vocal, utilizar o nível de maior conforto

Œ Questionários de handicap (Branco- Barreiro, 2004)

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Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo

Considerações fisiológicas Considerações fisiológicas


Pacientes com hipersensibilidade auditiva Condução óssea
Œ Tom puro pulsátil (Hawkins, 1980)
Acoustic radiation
• A estimulação dada por condução óssea é percebida por
Œ Freqüências de 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz condução aérea
(Jastreboff et al., 1998) • Comum nas freqüências agudas (> 2000 Hz)
Œ Apresentar os estímulos a 50 dB NA, com aumentos de 5 dB • Resulta num gap aéreo-ósseo não compatível com a história
(Jastreboff et al., 1998)
clínica e com outros achados
• Sugestão: determinar o limiar auditivo com oclusão do CAE
Œ Uso de questionários de auto-avaliação (Branco- Barreiro, 2004)

Determinação do Limiar Auditivo Determinação do Limiar Auditivo


Considerações fisiológicas Considerações fisiológicas
Condução óssea
Condução óssea
Efeitos das patologias da orelha média
• Fixação da cadeia ossicular (otosclerose)
Efeito de Oclusão Œ Diminuição da sensibilidade auditiva em 2000 Hz
Melhora de limiares por via óssea Œ Ausência da inércia dos ossículos na condução do som

Freqüências graves Œ Carhart Notch

• Otite média
Reverberação
Œ Limiares por VO: graves Æ melhora; agudasÆ piora
• Mastoidectomia radical
ΠResultados similares aos encontrados em otosclerose

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Determinação do Limiar Auditivo Avaliação Audiológica no Adulto

Considerações fisiológicas
Condução óssea

Modificações da mastóide
• Procurar um local para melhor condução óssea

• Ossificação da mastóide em pacientes idosos

Sensação tátil -250 e/ou 500 Hz

Tipos de Perdas Auditivas Tipo de Perdas Auditivas


Condutivos
Existe Alteração da Limiares de via óssea
Função Auditiva? normais – até 15 dB NA
Limiares de via aérea
Pseudo-hipoacusia rebaixados
Perda Auditiva Perda Perda Auditiva Gap de aérea/óssea igual ou
Condutiva Auditiva Sensório-Neural maior que 15 dB
Mista • Ausência de problema
neurossensorial
• Gap significante entre
aérea/óssea
Patologia Patologia
Gap aéreo-ósseo Coclear Retrococlear
significativo >/= 15 dB

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Tipos de Perda Auditiva Tipo de Perda Auditiva
Neurossensorial Mista
Limiar de via óssea abaixo
dos limites da normalidade Limiar de via óssea abaixo do normal
( > 15 dB)
Limiar de via aérea abaixo
(>15dBNA)
dos limites da normalidade Limiar de via aérea abaixo do normal
(>25dB)
Gap aéreo/ósseo sem gap (>25dBNA)
significante (não maior que
10 dB)
Gap aérea/óssea maior que 10 dB
• Presença de • Presença de comprometimento neurossensorial
comprometimento
neurossensorial • Boa sensibilidade por via óssea
• Limiar ósseo rebaixado

Grau da perda auditiva Configuração Audiométrica


Descreve a forma da curva
Em que parâmetro se basear? audiométrica
Média tritonal (Davis e Silverman, 1970; Jerger, Deve ser usado em
1980; Goodman, 1965) associação ao grau de
perda auditiva
Várias classificações para o grau da perda
Refere-se às dificuldades
auditiva de inteligibilidade de fala
• Davis e Silverman, 1970 que o paciente pode
• Jerger, 1980 apresentar
Perda de pistas acústicas -
• Goodman, 1965 formantes
• BIAP, 1996

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Horizontal Descendente
<5dB de melhora 5 – 12 dB de
ou piora por piora/oitava
oitava

Descendente
Descendente em rampa
súbito Horizontal ou
15 – 20 dB de descendente
leve depois
piora/oitava piora de 25 ou
+/oitava

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Ascendente U – convexo
5dB ou + de Perda 20 dB
melhora/oitava ou + nas
freqüências
médias pior
do que nas
freqüências
extremas

Entalhe Curva em U
Perda acentuada em invertido – côncava
uma freqüência com Perda de 20dB ou +
recuperação nas nas freqüências
freqüências extremas pior do
imediatamente que nas
adjacentes freqüências médias.

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Grau da Perda Auditiva Grau da Perda Auditiva
Grau – refere-se ao impacto psicossocial Classificação do grau de perda , em geral, é feita a partir da
média tonal de 500, 1000 e 2000 Hz. (Lloyd e Kaplan
que a perda auditiva tem sobre a vida do 1978)
indivíduo. Outros autores sugerem a média das duas ou três melhores
freqüências
• Crianças – 500 a 4000Hz BIAP ( Bureau International du Audio-phonologie)
• Adultos – 500 a 2000 Hz Média de 500 a 4000Hz
Silman e Silverman 1997 sugerem classificar grau de
• Normal, discreta, leve, moderada, perda para freqüências baixas e médias (500,1000 e
moderadamente severa, severa e profunda 2000Hz) e para freqüências altas (3000 e 4000Hz) para
curvas audiométricas descendentes.

Grau de perda auditiva - Lloyd e


Kaplan 1978 Grau de perda auditiva - BIAP
Média de 500 a 2000 Denominação Média de 500a 4000 Denominação
Hz
dBNA
< 20 dB NA Normal

< 26 Audição normal 21 – 40 dB NA Perda auditiva Leve


41 – 55 dB NA Perda auditiva Moderada grau I
26 – 40 Perda auditiva leve
56 – 70 dB NA Perda auditiva Moderada Grau II
41 – 55 Perda auditiva moderada
71 – 80 dB NA Perda auditiva Severa grau I
56 – 70 Perda auditiva moderadamente
81 – 90 dB NA Perda auditiva Severa grau II
severa
91 –100 dB NA Perda auditiva muito severa grau I
71 – 90 Perda auditiva severa
101 – 110 dB NA Perda auditiva muito severa grau II
> 90 Perda auditiva profunda
111 – 119 dB NA Perda auditiva muito severa grau III
> 120 dB NA Perda auditiva total - cofose

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Avaliação Audiológica no Adulto Considerações

Simplicidade Complexidade

Compreensão Falta de compreensão/

Cooperação cooperação

Precisão Incompatibilidade entre os

Disponibilidade de recursos achados

Complementação

Interpretação de audiograma:
Para Santos... outros aspectos
O laudo audiológico deve conter: Bilateral
Grau Unilateral
Simétrico
Tipo,
Assimétrico
Configuração
Flutuante
Simetria
Súbito
Descrever qual a referência usada para a Progressiva
classificação. Congênito
Adquirido

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Conteúdo Conclusão
Mudanças no estado da audição
Função da orelha média Existem fatores decisivos na avaliação audiológica
Resultados da logoaudiometria escolha adequada dos recursos disponíveis
Os índices de reconhecimento de fala estão controle de variáveis
abaixo do esperado para o grau de perda
auditiva . interpretação dos resultados de todos os exames
realizados

Audiometria Vocal
Audiometria Vocal

Compõe a bateria de testes da avaliação


audiológica básica
Tem como objetivo investigar a habilidade
de perceber e reconhecer os sons de fala

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Audiometria Vocal LRF

Testes
Conceito
Limiar de Reconhecimento da Fala (LRF)
Corresponde a menor intensidade para que
Índice Percentual de Reconhecimento de Fala
o indivíduo identifique e reconheça 50%
(IPRF)
das palavras apresentadas
Limiar de Detecção de Fala (LDF)

LRF LRF
Objetivo Objetivo
Confirmar e validar os limiares tonais por VA Estimar a sensibilidade auditiva, na área das
Proporcionar um nível de intensidade- “freqüências da fala”, em pacientes de difícil
referência para os testes supraliminares de testagem

reconhecimento da fala Avaliar a performance do usuário de AASI e


monitorar seu progresso em programa de
habilitação/reabilitação

29
LRF LRF

Material Procedimento
Lista de trissílabos
Tillman e Olsen (1973)
Procedimento • Iniciar a 30 dB NS
ASHA (1977) • Método descendente (10 dB) - 2 palavras/intens.
• Método ascendente – aumento 10 dB, 1 palavra • Erro – aumentar 2 dB
• Erro – aumento de 15 dB, 4 palavras • Resultado – acertar 5 palavras de 6 apresentações
• Pesquisa do menor nível de intensidade

LRF LRF

Procedimento
Procedimento
ASHA (1987) ASHA (1987)
Fase preliminar para determinar o nível de intensidade inicial Fase de teste
• Iniciar a 30-40 dB NS do valor estimado para o LRF • Iniciar o teste no nível de intensidade determinado na fase
• Apresentar 1 palavra anterior
• Método descendente (10 dB) • Apresentar 2 palavras
• Erro – aumentar 20 dB até obter 1 palavra correta
• Aumentar a intensidade em 5 dB
• Se acertar, diminuir 10 dB
• Apresentar novas palavras
• Determinar o nível inicial – última intensidade em que não há 2 erros
consecutivos
• Resultado – acertar 5 palavras das 6 apresentações

30
LRF LRF
Resultado
Procedimento
Corresponde ao valor (intensidade) em que o
• Gravação ou viva voz
paciente repetiu corretamente 50% das
• Uso de frase introdutória
apresentações
• Intensidade referência – 30 ou 40 dB NS
• Método – descendente ou ascendente Deve concordar com a média tritonal das
• 1 ou 4 palavras por intensidade freqüências de 500, 1000 e 2000 Hz (ASHA,
• Material – polissílabos, ordens simples, gravuras 1978; Frota e Sampaio, 1998; Munhoz et al., 2000)

LRF LRF
Resultado Resultado
Neste caso, o LRF também pode concordar com a
Alguns audiologistas optam por usar a média
freqüência de 500 Hz (Silman e Silverman, 1997)
quadritonal, incluindo a freqüência de 250 Hz
(Redondo e Lopes, 1997) LRF concorda com a média tritonal quando a diferença
entre os limiares auditivos de 500, 1000 e 2000 Hz não
Em audiogramas com curvas descendentes, com perdas
ultrapassa 5 dB (Ventry e Chaiklin, 1965)
abruptas nas freqüências agudas, o LRF pode concordar
Se a diferença excede 5 dB, então o LRF deve
com a média das duas melhores freqüências (500, 1000
concordar com as duas melhores freqüências (Ventry e
e 2000 Hz) (Carhart, 1946; Katz, 1989) Chaiklin, 1965)

31
Limiar auditivo em
decibels (dB)
Grau de perda
auditiva
Habilidade para ouvir a fala
Escute!
0–25 dB Normal Nenhuma dificuldade significante

Fala com todas as freqüências


26–40 dB leve Dificuldade com fala fraca ou distante

41–55 dB Moderada Dificuldade com fala em nível de conversação


Perda auditiva em 500 Hz

Perda auditiva em 500 e 1000 Hz


56–70 dB Moderadamente Fala deve ser intensa; dificuldade para entender
severa fala em grupo
Perda auditiva em 1000 e 2000 Hz
71–90 dB Severa Dificuldade com fala intensa: entende somente fala
gritada ou amplificada.

91+ dB Profunda Pode não entender fala amplificada.


Perda auditiva em 4000 e 8000 Hz

LDF LDF
Objetivo
Conceito Realizado quando não é possível fazer o LRF

Realizado com pacientes que não apresentam


Corresponde a menor intensidade para que
linguagem oral
o indivíduo detecta o sinal de fala Realizado com paciente que tem perda auditiva
sensórioneural profunda

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LDF LDF
Resultado
Material
Corresponde ao valor (intensidade) em que o paciente
Sílabas identificou a presença do estímulo em 50% das
Procedimento apresentações
Deve concordar com o melhor limiar auditivo entre as
ASHA (1978)
freqüências de 500 a 4000 Hz (Olsen e Matkin, 1979)
• Semelhante à pesquisa do limiar auditivo
Relação:LDF > LRF ~ 9 dB (Chaiklin, 1959; Thurlow et al.,
1948)

IPRF IPRF
Objetivo
Conceito Auxilia no topodiagnóstico da perdas auditivas
Corresponde ao índice de inteligibilidade Auxilia no processo de seleção e indicação do
para o sinal de fala em uma intensidade fixa ASSI

33
IPRF IPRF
Material Resultado
Lista de palavras – monossílabos
Caso o resultado seja igual ou menor que 88%,
Lista com 25 palavras para cada orelha
Procedimento sugere-se realizar nova testagem com
Instrução ao paciente dissílabos (trissílabos)
Intensidade: 30 dB NS, 40 dB NS, ou nível de maior
Em perda auditiva condutiva, o resultado é
conforto
Contabilizar os acertos semelhante ao de indivíduos com audição
Aplicar o percentual ao número de acertos normal
Em crianças, pode usar figuras

Relação entre o desempenho no teste de


reconhecimento de fala e
IPRF dificuldades de compreensão de fala

Resultado Desempenho Dificuldade


Em perda auditiva sensórioneural de origem 100 a 90% Nenhuma
90 a 75% Ligeira
coclear, o resultado varia de acordo com a
75 a 60% Moderada
configuração do audiograma
60 a 50% Acentuada para conversação
Em perda auditiva sensórioneural de origem 50 % < Incapaz de acompanhar a
retrococlear, o IPRF apresenta resultado conversação
incompatível com o grau da perda auditiva
Jerger, Speaks e Trammel, 1968

34
Curva de Inteligibilidade Curva de Inteligibilidade
Três pontos de interesse
Definição 1º - corresponde a menor intensidade para
Corresponde a um gráfico onde as abscissas detecção da fala, reconhecimento mínimo
representam as intensidades (0 a 100 dB) e as 2º - corresponde a uma intensidade onde há
ordenadas expressam o percentual de palavras cerca de 50% de índice de reconhecimento
reconhecidas (0 a 100%) 3º - representa a intensidade de máximo índice
de reconhecimento das palavras

Média tonal Índice máximo de reconhecimento de fala

0 100
5 96
10 96
Dubno,Lee,Klein,Mathews e Lam (1995) 15 92
apresentaram os limites de confiança para o 20 88

índice máximo de reconhecimento de fala 25 80


30 76
segundo o grau de perda auditiva para a
35 68
média de 500 a 2000 Hz.(Confidence limits for 40 64
maximum word-recognition scores – Journal of speech
45 56
and hearing research38: 490-502, 1995)
50 48
55 44
60 36
65 32
70 28

35
Rollover Rollover
Procedimento
Pesquisar o índice de reconhecimento de palavras para
Definição 50 dB NS, 60 dB NS e 70 dB NS ou até que o paciente
apresente diminuição no índice de inteligibilidade
Corresponde à intensidade acima do índice de
(Santos, 1999)
máximo acerto em que se observa diminuição do Pesquisar o índice de reconhecimento na intensidade
referente ao valor do LRF, IPRF e a 90 dB NA (Gomes e
desempenho no reconhecimento da palavra
Pedalini, 1997)

Rollover LEMBRETE
Resultado Freqüências acima de 3000 Hz são tão
Rollover positivo ocorre quando a diferença importantes quanto a de 1000 Hz para o
entre o percentual obtido na intensidade reconhecimento da fala (Fletcher, 1929)
referente ao IPRF e o percentual obtido a 90 dB
NA for maior que 20% Freqüências entre 4000 e 6000 Hz são
Este resultado é sugestivo de patologia importantes no reconhecimento das consoantes
retrococlear (Bornstein e Rodolph, 1983; Lawton e Cafarelli, 1978;
(Gomes e Pedalini, 1997)
Skinner e Miller, 1983 e outros)

36
Princípios Desafios
Uma vez que a avaliação audiológica Descrever o que foi encontrado e o que
está concluída, os resultados devem ser foi feito, em linguagem clara, concisa e
relatados para a fonte de referência, de maneira consistente.
para os familiares e para os outros
profissionais envolvidos Escrever para o leitor, não para si
Os encaminhamentos devem ser feitos mesmo.
com base nos resultados dos testes. Linguagem correta mas não
excessivamente técnica

Mal entendidos Modelos de relatórios


1. cada aspecto da avaliação deve ser Relatório em audiograma:
relatado, de alguma forma: Audiograma + tabela com outras informações
Excesso de dados “acredita-se” que quem audiométricas + espaço para resumo e
enviou o paciente vai saber encontrar a impressões do caso
informação que queria. Usado em clínicas e hospitais – faz parte do
2.o relatório deve descrever a natureza do prontuário do paciente
caso e de todos os testes aplicados: Cuidados
“fala-se muito sobre a introdução e o método, • – exatidão do gráfico
mas pouco sobre os resultados e a conclusão”. • - promover a comunicação entre o fonoaudiólogo e
os consumidores do relatório

37
Unilateral Bilateral Simétrica Assimétrica
Tipo de perda auditiva ( Silman e Silverman 1997)
OD OE
Condutiva Aérea >25 Óssea ≤ 15
Neurossensorial Aérea >25 Óssea ≥ 15 gap ≤ 10 dB
Mista Aérea >25 Óssea ≥ 15 gap > 10 dB
Grau de perda (Lloyd e Kaplan 1978)
Média 500,1000 e 2000Hz OD OE
Normal 0- 25 dB NA
Leve 26 – 40 dB NA
Moderada 41 – 55 dB NA
Moderada/severa 56 – 70 dB NA
Severa 71 – 90 dB NA
Profunda > 90 dB NA
Configuração audiométrica ( Carhart, 1936 )
OD OE
Ascendente Melhora de 5 dB/oitava em direção às freqüências altas
Descendente leve Piora de 5 a 12 dB/oitava em direção às freqüências altas
Descendente acentuada Piora de 15 a 20 dB/oitava em direção às freqüências altas
Descendente em rampa Horizontal ou descendente leve nas freqüências baixas e piora maior que 20 dB em
direção às freqüências altas
Horizontal Limiar muda em torno de 5 dB para mais ou para menos em todas as freqüências
Em U Limiar 20 dB pior nas freqüências médias em relação às extremas
Em U invertido Limiar 20 dB melhor nas freqüências médias em relação às extremas
Com entalhe Curva horizontal com piora de 15 dB ou mais em uma freqüência com melhora
adjacente na freqüência.
Atípica/irregular Não se aplica a nenhuma das anteriores
Audiometria Vocal
Índice de reconhecimento de palavras (IPRF) OD OE
90 – 100 % Limites normais
75 – 90 % Discreta dificuldade
60 – 75% Dificuldade moderada
50 – 60 % Dificuldade para acompanhar uma conversa
< 50% Muita dificuldade – provavelmente não consegue acompanhar fala
Medida da Imitância Acústica
Timpanometria OD OE
Tipo A Mobilidade do sistema tímpano-ossicular normal
Tipo Ad Hiper mobilidade do sistema tímpano-ossicular
Tipo Ar Baixa mobilidade do sistema tímpano-ossicular
Tipo B Orelha média sem mobilidade
Tipo C Pressão de ar da orelha média desviada para pressão negativa
Reflexo acústico OD OE
Aferente contralateral Normal
Alterado
Aferente ipsilateral Normal
Alterado

Audiometria de Altas
Freqüências
Indicação

Detecção de estágios iniciais da ototoxidade


Testes Especiais
Diagnóstico diferencial
• PAIR X Presbiacusia

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Audiometria de Altas
Freqüências Teste de Stenger
Freqüências Identificação de limiares em perdas
De 8000 Hz a 20.000 Hz funcionais unilaterais

Problemas com calibração Princípio


Fones calibrados Sempre que se evocar dois estímulos iguais e
simultâneos em ambas as orelhas, o indivíduo
perceberá apenas a orelha que obtiver melhor
nível de sensação sonora

Teste de Stenger Teste de Adaptação


Rosenberg Tone-Decay Test

OD: 100 dB NA OE: 10 dB NA Paciente é instruído a levantar a mão assim que


escutar um som e mantê-la levantada até não o
ouvir mais. Abaixar assim que parar de ouvir.
80 20
O tom é apresentado na intensidade do limiar.

Inicia-se a marcar o tempo.


Diminuir a Intensidade na orelha pior
até encontrar o limiar

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Teste de Adaptação Teste de Adaptação
Rosenberg Tone-Decay Test
Rosenberg Tone-Decay Test
Diminui-se a intensidade inicial (limiar) da
Se o paciente ouvir o tom por 1 minuto, o teste está intensidade final
terminado.
0-5 dB: Normal
Se parar de ouvir antes disso, deve-se aumentar a 10-15 dB: Adaptação Leve
intensidade em incrementos de 5 dB NA. 20-25 dB: Adaptação Moderada
Mais de 30 dB: Adaptação Severa (significante)
Inicia-se nova marcação.

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