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Há quatro anos tive ocasião de voltar a ler o meu primeiro livro (o Tractatus-
Logico-Philosophicus) e de explicar as suas teses. De súbito, pareceu - me então
que devia publicar conjuntamente a minha velha com a minha nova maneira de
pensar: que esta só podia ser verdadeiramente iluminada pelo contraste· e contra
o campo de fundo daquela (Wittgenstein, 2015, p.166).
Logo nos primeiros parágrafos das Investigações Filosóficas Wittgenstein discute sobre
os nomes e na proposição (S15,p. 181) vai dizer que designar uma coisa é pendurar-lhe
uma etiqueta e, mais adiante, na proposição (S27, p. 192) vai dizer que
Dar nome é apenas um processo que permite falarmos dos objectos, como ele diz, é
pendurar uma etiqueta aos objectos e, “quando dizemos «cada palavra da linguagem
designa algo»” (S13, p. 181) ainda de facto não dissemos nada, visto que podemos fazer
variadas coisas com as palavras. Nas investigações filosóficas Wittgenstein mostra que a
linguagem possui várias utilidades, para além de ser aplicada para falar sobre coisas.
Apresenta as exclamativas, as interrogativas entre outras, ele deixa evidente que um
nome pode fazer mais do que nomear algo visto que não demos todo o uso possível da
palavra. Ex: Socorro! água! água? “chamamos «nomes». a coisas muito diferentes; a
palavra «nome» caracteriza muitas espécies, diferentes, do uso de uma palavra” (S38, p.
202).
Sobre a denotação
«Os nomes designam apenas. aquilo que é elemento da realidade. Aquilo que
não pode ser destruído; o que permanece imutável». Mas o que é isso? É o que
ao pronunciarmos a frase já temos em mente! Já pomos em palavras uma
concepção · completamente determinada. Uma: imagem determinada que
queremos utilizar. Porque de facto a experiência não nos revela estes elementos.
“Se queres dizer que, por esse motivo, não são completas, então pergunta-te se a
nossa linguagem é completa; - Se o era antes de a notação da Química e de a
notação do cálculo infinitesimal terem sido nela incorporados, uma vez que estes
são, por assim dizer, os subúrbios da nossa Linguagem” (S18, p. 183)
O que Wittgenstein procura mostrar é que são concebíveis linguagens que consistam em
ordens, expressões para afirmação e negação e muitas outras cuja natureza das
expressões são proposições elípticas, por proposição elíptica wittgenstein entende como
sendo a proposição em forma de palavra, ou seja, uma proposição abreviada. Por
exemplo, na linguagem do pedreiro e seu servente, quando o pedreiro diz “bloco” ele dá
a ordem “traz-me um bloco”, essa expressão é perceptível somente por aqueles que
jogam esse jogo de linguagem. “A frase não é «elíptica», por deixar algo de fora,
aquilo que queremos dizer algo quando pronunciamos, mas porque está abreviada em
comparação com um certo paradigma da nossa gramática” (S20, p. 176).