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SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
LUANA DE SOUSA LIMA
EDILENE DA CRUZ MOREIRA
EDNÚZIA DE JESUS NUNES

UMA GESTÃO PARTICIPATIVA EM AMBIENTES DIGITAIS

Vitória da Conquista - BA
2021
LUANA DE SOUSA LIMA
EDILENE DA CRUZ MOREIRA
EDNÚZIA DE JESUS NUNES

UMA GESTÃO PARTICIPATIVA EM AMBIENTES DIGITAIS

Trabalho apresentado à UNOPAR como requisito parcial


à aprovação no VII semestre do curso de Pedagogia.

Vitória da Conquista - BA
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................3
DESENVOLVIMENTO..................................................................................................4
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................9
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10
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INTRODUÇÃO

Atualmente, o ensino escolar vem exigindo dos gestores e educadores


uma adequação às transformações sociais, por se tratar de uma importante
ferramenta de comunicação social. De acordo com os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN, BRASIL, 1998), há uma falta de sintonia entre a realidade escolar e
as exigências da atual vida em sociedade. No intuito de criar esta “sintonia”, os
PCNs sugerem aos profissionais da educação que criem ações efetivas para que o
ensino se dê de modo contextualizado, a fim de preparar melhor o educando para
exercer sua cidadania de forma crítica e polivalente.
É perceptível que apenas a introdução das novas tecnologias no ensino não
trouxe consigo novas práticas, pois a maioria das escolas, bem como seus
educadores, ainda não se vem preparados para desenvolver uma aprendizagem
contextualizada e que integre recursos tecnológicos à prática pedagógica. Isso se
deve ao fato de que, para que tais ações se desenvolvam de fato, é preciso dominar
o uso das ferramentas digitais e ter a compreensão de que, para se educar em uma
sociedade que priorize a velocidade da informação, é preciso muito mais do que
treinar pessoas para utilizar tais tecnologias, é preciso também desenvolver
competências.
Dessa forma, é necessário que as instituições de ensino, através de uma
gestão participativa, se utilizem das novas tecnologias, tendo em vista a
necessidade de integrar nas práticas escolares os Recursos Educativos Digitais.
Assim, a presente proposta visa desenvolver a plena capacidade dos gestores e
educadores repensarem suas estratégias de ensino, a fim de se utilizar das
habilidades digitais para elaborar uma proposta de trabalho que esteja de acordo
com as especificidades das atuais práticas sociais da comunidade escolar.
Dessa forma que, ao implantar o Jornal Digital na escola, será possível
refletir sobre o novo contexto educacional que se apresenta na sala de aula e
construir uma nova proposta didática a partir do uso das novas tecnologias, que
tenha por base as orientações da Base Nacional Comum Curricular – BNCC, onde o
educador possa desenvolver uma prática pedagógica mais significativa e que
objetive a melhoria da aprendizagem como um todo.
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DESENVOLVIMENTO

No contexto da educação brasileira, percebemos uma grande atenção


direcionada à função do gestor escolar. Enquanto conceito novo, substituindo o de
administrador escolar, ele é um professor-educador, responsável pelo bom
funcionamento da escola e pelo seu bom desempenho. Ele é o responsável por
organizar, dirigir e coordenar todo o trabalho realizado na escola, e cuida para que
as ações convirjam aos objetivos educacionais que a comunidade escolar
estabeleceu (ALMEIDA e ALONSO, 2007).
Sabemos que a escola tem a tarefa de desenvolver em seus estudantes as
habilidades de criar, pesquisar, desenvolver diferentes habilidades por meio de
diferentes ambientes de aprendizagem, além de propiciar situações facilitadoras do
desenvolvimento de habilidades gerais, competências amplas, versatilidade e
capacidade de ajustar-se a novas situações de trabalho (ALONSO, 2003). Segundo
Perrenoud (2000):

As escolas não podem mais ignorar o que se passa no mundo, que o


desenvolvimento de novas tecnologias da informação e da comunicação
transforma espetacularmente não só como se comunicar, mas também, a
forma de trabalhar, de decidir e de pensar. (PERRENOUD, 2000, p.125)

Assim, é preciso desenvolver, na escola, habilidades que possibilitem a


todos que fazem parte dela interagirem com as novas tecnologias que estão ao
nosso redor e aprender por meio destas. Como disse Paiva (2002, p. 7), “uma
escola que não recorra, ou melhor, que não integre os novos meios informáticos,
corre o risco de se tornar obsoleta”. A inserção das novas tecnologias na escola e o
uso das mídias digitais não está associada apenas com mudanças tecnológicas,
mas também sociais. Conforme Libâneo (2001).

Atualmente, o modelo democrático-participativo tem sido influenciado por


uma corrente teórica que compreende a organização escolar como cultura.
Esta corrente afirma que a escola não é uma estrutura totalmente objetiva,
mensurável, independente das pessoas, ao contrário, ela depende muito
das experiências subjetivas das pessoas e de suas interações sociais, ou
seja, dos significados que as pessoas dão às coisas enquanto significados
socialmente produzidos e mantidos. Em outras palavras, dizer que a
organização é uma cultura significa que ela é construída pelos seus próprios
membros.
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Conforme Silva, Lima e Souza (2019), apesar dos avanços que as novas tecnologias
podem oportunizar ao contexto educacional, “percebe-se o descompasso nas
vivências e práticas dos gestores, professores e estudantes das escolas públicas”
(SILVA; LIMA; SOUZA, 2019, p.43), no que se refere à integração dessas
tecnologias nas práticas escolares, pois ainda há inúmeras barreiras a serem
superadas para que o uso da tecnologia nas escolas seja otimizado. Para Silva,
Lima e Souza (2019):

(...) vale ressaltar a importância da integração das Tecnologias da


Informação e Comunicação (TDIC) na prática pedagógica. As TDIC podem
auxiliar no desenvolvimento de habilidades e conhecimentos inerentes à
inserção dos estudantes, uma vez que estas têm relevância no processo de
transformações e desafios que permeiam a sociedade atual (SILVA; LIMA;
SOUZA, 2019, p. 43).

Assim, compreendemos que gestão escolar tem um papel fundamental de


mediação na inserção das novas tecnologias no ambiente escolar. Ela precisa
oportunizar e facilitar o acesso aos recursos tecnológicos disponíveis incentivando,
motivando o desenvolvimento dos profissionais, tornando mais fácil o envolvimento
de todos com as novas tecnologias (SILVA; LIMA; SOUZA, 2019)
Um dos grandes desafios da escola nos dias atuais é criar mecanismos
eficazes para que os alunos possam assumir o protagonismo do seu processo de
ensino aprendizagem. Segundo (MARTINS; MACHADO, 2016) a autonomia no
ambiente escolar é “construída com o intuito de possibilitar à população acesso à
cidadania por meio da educação, a instituição escolar ofereceria a todos os
indivíduos possibilidades de ascensão social com base na meritocracia”. De forma a
percebermos que as estratégias pedagógicas adotadas pelos educadores, não têm
sido suficientes para atingirem uma dimensão plena, ou seja, contribuir para que o
aluno adquira plena competência socioeducativa que lhe permita compreender o
mundo a sua volta com clareza e segurança.
Dessa forma, faz-se necessário romper com os paradigmas tradicionais e
acabar com as metodologias engessadas de aprendizagem. Veiga, (2013), postula
que “a escola, ao desencadear a organização instituinte, procura assumir um
conjunto de fatores políticos, sociais, culturais e educacionais criados e recriados
pelas relações entre os indivíduos e o dia a dia da escola”. Assim como Oliveira;
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Meyer (2008) acreditam que:


Em um contexto de sociedade da informação, a escola surge como espaço
natural de ensino e convivência com a cultura da informática e da
informação. Algumas vezes como suporte para o conteúdo previsto no
currículo formal, outras como atividade alternativa ao dia-a-dia escolar ou
até mesmo, como protagonistas da atividade educacional. Contudo, o uso
da Internet e, principalmente do computador dentro da escola, ainda é
incipiente pelos docentes. Parte dessa falta de iniciativa dos professores é
consequência da ausência de qualificação para aplicação da tecnologia em
sala de aula.

Nesse contexto, a produção de um jornal digital oportunizaria aos alunos


trabalhar o conhecimento de forma autêntica, através da diversidade de tipologias e
gêneros discursivos que esse suporte traz, como: notícias, reportagens, entrevistas,
notas, artigos de opinião, editorial, propagandas, carta do leitor, charge, cartum,
dentre outros, distribuídos em textos informativos e opinativos, o aluno poderá
trabalhar as novas tecnologias digitais e maneira contextualizada, dinâmica e
divertida. Além disso, seria possível divulgar o trabalho colaborativo que está sendo
desenvolvido por todos na escola, apresentando um balanço de tudo que está sendo
feito e os resultados obtidos.
Sabemos que, para o aluno ter uma formação integral, eles precisam
desenvolver habilidades e ampliar os seus conhecimentos além da rotina escolar.
Por conta disso, as instituições de ensino estão cada vez mais focadas em oferecer
aos estudantes experiências complementares e o jornal digital é uma delas. Ao
envolver os alunos em algo tão significativo, os educadores repassam conceitos
importantes como responsabilidade, organização, disciplina e comprometimento.
Além disso, um jornal digital é uma excelente maneira de ajudar os estudantes no
treino e no aprimoramento da escrita, da leitura e da comunicação.
Quando o aluno começar a se integrar a equipe do jornal, ele estará
assumindo uma responsabilidade necessária para se desenvolvimento. Além de ter
um cargo na redação, que pode ser repórter, produtor de pautas, revisor ou editor,
assim, o estudante terá a chance de desenvolver as suas habilidades para trabalhar
em equipe, aprendendo a gerenciar o seu tempo e a cumprir prazos também fora da
sala de aula. Vale destacar que esse tipo de trabalho permite uma maior interação
da gestão escolar com a comunidade escolar, visto que os pais e funcionários da
instituição de ensino podem participar ativamente. Assim, o Jornal Digital se dará da
seguinte forma:
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JORNAL DIGITAL

 Utilizar instrumentos e informações


proporcionados pela tecnologia;
Objetivos
 Concretizar o trabalho interdisciplinar,
envolvendo as disciplinas, seus professores e
alunos;

 Comprometer e envolver os diversos segmentos


da comunidade escolar na criação, elaboração e
edição do jornal, a fim de divulgar o que tem
sido feito na escola e fora dela.

A construção do Jornal Digital propiciará um espaço


interativo entre as práticas cotidianas dos alunos e a
prática escolar, além de trazer a torna
conhecimentos sobre o que se realiza no espaço
educativo. A construção do jornal exige dos alunos a
análise das informações em diferentes perspectivas.
Assim, os resultados conseguidos por meio desse
projeto podem demonstrar que a utilização das
mídias digitais pode auxiliar na compreensão do
contexto social em que o aluno está inserido de
Justificativa forma mais ampla.

Estratégias
A organização da equipe e definição dos
cargos será uma etapa importante para fazer o jornal
funcionar. Precisaremos definir os repórteres,
revisores, editores, fotógrafos e ilustradores. Os
professores podem apresentar as características de
cada cargo para os alunos, criando um sistema de
rodízio, no qual todos passem por todos os cargos
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do jornal escolar, garantindo que aprendam sobre o


funcionamento total do projeto. Feito isso, a equipe já
poderá começar o trabalho de produção, lembrando
que é importante incentivar os alunos a tornarem
esse meio de comunicação o mais democrático
possível, dando espaço para que outros estudantes
e membros da comunidade escolar possam se
expressar.

Para o sucesso desse Jornal, será necessário


um trabalho de divulgação para toda a comunidade
escolar, seja através de panfletos e divulgação das
redes sociais da escola, além da disponibilização do
endereço do jornal em todos os grupos de
Forma de divulgação professores e alunos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A proposta de um Jornal Digital se dá a partir da necessidade de se utilizar


ferramentas tecnológicas em sala de aula, onde o educador poderá viabilizar a
formação de indivíduos capazes de interagir melhor com o meio em que vivem,
através de uma atitude mais atuante e que precisa ser incentivada pela escola e
seus educadores.
Trata-se de um desafio para os gestores que buscam por uma gestão mais
participativa, uma vez que o acesso a tais ferramentas tecnológicas ainda é uma
distante realidade para a maioria das escolas. Porém, é perceptível que o uso das
novas tecnologias, auxilia na formação de alunos mais críticos e conscientes.
Porém, não basta apenas que a escola se utilize dessas ferramentas, é necessário
que ela também reformule suas metodologias de forma a mediar à produção de
sentidos de todas as formas possíveis.
O que se pode concluir é que, a inserção de novas tecnologias ainda carece
de maiores treinamentos teórico-metodológicos que possibilitem a efetiva exploração
desses recursos na produção de sentidos e não que sejam utilizados apenas para o
entretenimento descompromissado. Ainda que se reconheça a necessidade dessas
metodologias, cabe aos educadores problematizarem a realidade das escolas
brasileiras, normalmente composta por salas numerosas, recursos tecnológicos
sucateados, aliados a uma sobrecarga de trabalho dos professores, que, muitas
vezes, impedem que práticas pedagógicas diferenciadas sejam levadas adiante.
Porém, é preciso que a pluralidade de perspectivas na educação favoreça o
ensino e o transforme em uma atividade interativa e social, fazendo com que o aluno
seja capaz de novas interpretações, novos focos e novas formas de se praticar o
conhecimento em suas múltiplas facetas. Iniciativas como estas, reafirmam a
necessidade do gestor investir na formação dos educadores enquanto mediadores
críticos de uma formação múltipla e heterogênea.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. E. B. Escola em mudança: experiências em construção e redes


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colaborativas de aprendizagem. In: ALONSO, M.; ALMEIDA, M. E. B. (Orgs.)


Formação de Gestores Escolares para Utilização de Tecnologias de Informação e
Comunicação. São Paulo: Programa de Pós-graduação em Educação: Currículo,
PUC/SP, 2002.

ALONSO, M. O trabalho coletivo na escola e o exercício da liderança. In: Gestão


educacional e tecnologias. São Paulo: Avercamp, 2003.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares


Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. 106 p2.

LIBÂNEO, José Carlos. O sistema de organização e gestão da escola. In:


LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola - teoria e prática. 4ª ed.
Goiânia: Alternativa, 2001. Disponível em:
http://www.faal.com.br/arquivos/complm/Semana2Texto4.pdf

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OLIVEIRA, Elaine de Abel; MEYER, Patrícia. Jornal eletrônico escolar: uma nova
abordagem de produção de conhecimento. Congresso Nacional de Educação.
São Carlos. 2008. Disponível em:
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2008/639_717.pdf.

PAIVA, J. As tecnologias de informação e comunicação: utilização pelos


professores. 2002. Disponível em: <
http://nautilus.fis.uc.pt/cec/estudo/dados/estudo.pdf>

PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Tradução: Patrícia


Chittoni Ramos. – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

SILVA, Jaciane G.S.L.; LIMA, S.F.; SOUZA, V.M. A gestão escolar e a inserção
das tecnologias digitais de informação e comunicação na prática pedagógica.
Revista Mais Educação - Editora Centro Educacional Sem Fronteiras, V.2, N.6, São
Paulo, 2019.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. A escola em debate Gestão, projeto político-


pedagógico e avaliação. Revista Retratos da Escola. v. 07, n. 12. p. 159-166.
Brasília. 2013. Disponível em:
http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/270/446.

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