Você está na página 1de 5

1. O QUE É LEITURA?

O homem se garante um membro da sociedade por meio da linguagem,


que é compreendida através da leitura, é por esse caminho que se
comunicam e se interagem trocando experiências. Desse modo a
leitura é importante e necessá ria, já que esta presente a todo momento
no dia-a-dia das pessoas.

A palavra leitura deriva do latim lego/legere, que significa recolher,


apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesse contexto a leitura pode
abranger mais situaçõ es além da leitura da palavra, como por exemplo,
a leitura dos sons, das palavras, das imagens, das coisas e das
situaçõ es, ela engloba a leitura do mundo. Dessa forma a leitura é
realizada de varias maneiras: a fase inicial que executamos quando
crianças, representada pelo os cinco sentidos, sendo nã o menos
complexa pois exige interpretaçã o e compreensã o.
Feita a interpretaçã o, é possível notar que a leitura nã o se restringe
somente à escrita. Em tempos passados, saber ler e escrever, era algo
muito valorizado entre os gregos e romanos, dessa maneira que se
integravam a sociedade, pois somente uma minoria possuía tal
privilegio. O método o utilizado para aprender era baseado em soletrar
e decodificar palavras isoladas, isso resulta na falta de interpretaçã o
das pessoas, que se contentam em apenas pronunciar uma palavra.
Educadores de décadas recentes começaram a incentivar a
necessidade de existir o habito de ler, para solucionar tal problema.
Entã o a leitura passa a ser o começo de um processo educacional e
deixa de ser apenas decodificar palavras.
Existem três níveis de leitura: a sensorial, que consiste no contato
visual, tá til, do leitor com texto. A leitura emocional, que desperta
sentimentos e emoçõ es ao leitor através do texto. E a terceira etapa é a
leitura racional, que faz existir uma reflexã o, complementando as
outras etapas, criando uma ponte entre o leitor e o conhecimento. É
uma condiçã o humana relacionar sensaçã o, emoçã o e razã o, por esse
motivo é muito difícil realizar uma leitura apenas sensorial, emocional
ou racional.
É notá vel que o processo de decodificaçã o e compreensã o do texto sã o
fundamentais. Porém, a leitura nã o se limita apenas nessas etapas. O
ato de ler é muito mais do que isso, e necessá ria a interpretaçã o e
reflexã o do texto.
ler é também interpretar, ou seja, criar significado não só a partir do
que
está dito no texto, mas do que não está dito e emerge nas entrelinhas,
nas lacunas textuais deixadas pelo autor, as quais podem também
possibilitar que vários sentidos aflorem.( kleiman- 1993)

O ato de ler é mais ainda do que interpretar. Existe mais um processo


para ser realizada uma leitura competente, é preciso ter uma posiçã o
reflexiva e critica sobre o texto, questionando o que esta escrito, nã o
ler apenas as palavras, mas também as situaçõ es que acompanham o
texto. Ler é um exercício que permite a formaçã o de conceitos
pró prios.

É a partir da relaçã o entre esses processos (decodificaçã o,


compreensã o, interpretaçã o e reflexã o) que a leitura se torna uma
atividade competente. O instaurar desses vá rios processos durante o
ato da leitura, estabelece um jogo entre leitores e autores, que permite
enlaçar e atravessar o texto de diversos sentidos. Um leitor competente
é aquele que consegue realizar todas as etapas no ato de ler, seja por
qual caminho for: revistas, jornais, novelas, mú sicas, filmes, livros,
quadrinhos, charges etc. Dessa forma, é necessá rio que escolas e
educadores reavaliem suas prá ticas pedagó gicas, acima de tudo
incentivando o gosto pela leitura.
2. O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR NO DESPERTAR DO GOSTO
PELA
LEITURA

É papel da escola, de maneira geral, proporcionar aos alunos o acesso


ao conhecimento, além de formar indivíduos motivados e aptos a
buscar o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuo;
Porém, formar um leitor competente nã o é fá cil, é necessá rio uma
escola preparada com professores também preparados. Segundo
Cunha (1999)

A leitura é estritamente ligada ao professor e se ele não


Tem uma atitude positiva perante essa
prática, acaba por causar o desinteresse ao aluno. (Cunha-1999)

Os maiores desafios da escola e fazer com que os alunos aprendam a


ler e adquiram gosto pela leitura. Esses desafios imprimem elevado
grau de seriedade e podem ser caracterizados como um processo
contínuo, de modo a permitir, pouco a pouco, que o estudante haja com
cará ter autô nomo na sociedade letrada.

A leitura no ambiente escolar tem chamado à atençã o de muitos


educadores que considera, ela uma atividade fundamental para a
formaçã o porque é através dela que cada pessoa desenvolve sua
capacidade intelectual. Muitas pesquisas sã o feitas com o objetivo de
despertar o gosto e o habito de ler nos alunos.

Na mesma perspectiva, os Parâ metros Curriculares Nacionais – PCNs


(1998), enfatizam que a leitura tem grande importâ ncia, por estar
relacionada à formaçã o de escritores – pessoas capazes de escrever
com eficá cia, e nã o, escritores no sentido de profissionais da escrita.
Segundo os PCNs, a formaçã o de escritores se dá devido à prá tica
constante da leitura.

A leitura deficiente ou quase inexistente é o maior problema do ensino


bá sico e superior. Isso ocorre justamente pelo fato de alguns
professores nã o promoverem a pratica da leitura diante de vá rios
suportes, eles nã o trabalham todas as possibilidades, as quais cada
aluno se identifica separadamente. Segundo os PCNs (1998), “[...] se a
prá tica de leitura que o professor leva para a sala de aula nã o desperta
e cultiva o desejo de ler, esta nã o é uma prá tica pedagó gica eficiente”.
Como consequência disso os alunos se afasta da leitura.

Outro motivo para a existência da leitura escassa ou quase inexistente


entre os alunos vem da escolarizaçã o das décadas passadas.
Antigamente o ensino era voltado para uma “ formaçã o geral” de todos,
oque impediu o incentivo a leitura. O perfil dessas escolas reflete no
perfil das escolas da atualidade. Isso pode ser notado em suas
bibliotecas pobres em exemplares.
No entanto, conforme Cagliari (1997) há mais um motivo para a
existência da leitura deficiente ou escassa entre os alunos:
o maior problema é que as escolas e professores não
têm conseguido localizar caminhos eficientes para
promover o encontro de seus alunos com
uma leitura prazerosa, pois quando a leitura
é transformada em obrigação, ela se resume em um simples
enfado. (Cagliari-1997)
É preciso que os professores excluam do aluno essa concepçã o de
leitura com obrigaçã o. Para que o interesse seja despertado é
necessá rio que cada um escolha o que quer ler e o que te agrada, em
qualquer lugar e em qualquer posiçã o física, é necessá rio respeitar o
modo que cada um lê.
3. O PAPEL DA FAMÍLIA NO INCENTIVO À LEITURA

A família é a primeira fase social em que a criança se desenvolve, e é


aos pais que se compete o primeiro incentivo a leitura. Um ambiente
familiar que incentiva o ato de ler contribui para a aprendizagem da
criança, além de favorecer a remoçã o de barreiras educacionais e
promover o desenvolvimento da linguagem.

O hábito da leitura dos pais pode exercer


grande influência sobre seus filhos, pois as crianças tenderão
fortemente a imitá-los e, com isso, a semente da leitura será
plantada desde a infância e, possivelmente, as acompanhará
por toda a vida afora. (Zilberman-1981)

Quando a criança tem um contato anterior com a leitura, o professor


consegue observar uma facilidade de aprendizagem em relaçã o aos
conhecimentos teó ricos. A leitura em casa facilita também a
compreensã o do mundo para estabelecer uma interpretaçã o cotidiana
com outras pessoas.

4. ESTRATÉGIAS DE MOTIVAÇÃO À LEITURA

Foram criadas políticas efetivas embasadas na promoçã o da leitura,


que podem ser utilizadas pela escola e por professores do ensino
médio como um recurso pedagó gico para a motivaçã o da atividade,
rumo a formaçã o de leitores competentes. A criaçã o de novos espaços
e condiçõ es que aumentam o prazer de ler, é uma boa alternativa.
Referindo-se aos espaços de leitura, acrescentando, que quando o
individuo gosta de ler, nã o a um lugar convencionado para isso. Uma
vez adquirido o habito de ler, o local se torna mero detalhe. Tudo
depende do interesse.

A pratica de teatro também é uma técnica de incentivo, já que as peças


sã o baseadas em obras literá rias ou em histó rias em quadrinhos. É
uma atividade sem necessidade de ser complexa, pois possui uma
distribuiçã o extensa de papéis e memorizaçã o de falas. Outra
alternativa é nomeada como “O livro da semana”. Nessa pratica, o
bibliotecá rio ou o professor aconselha, a cada semana, a leitura de um
determinado livro. Neste caso, é preciso que a biblioteca tenha vá rios
exemplares do mesmo livro. O “Cantinho da leitura” é mais uma
atividade informal que também é recomendado; nela, um espaço da
biblioteca é reservado e decorado com motivos aconchegantes para
que os alunos, leiam capítulos de um livro e quadrinhos.

Nota-se que das alternativas informais propostas para que a escola


desperte o interesse pela leitura, é realizada a utilizaçã o de vários
suportes de linguagem, ao invés de somente livros. Entre as opçõ es
estã o os jornais, quadrinhos, entre outros. Esses suportes variados sã o
propostos com o objetivo de se respeitar à liberdade de escolha do
aluno sobre o que ler:

A leitura só se torna livre quando se respeita o prazer ou a aversão de


cada
leitor em relação a cada suporte de linguagem. Ou seja, quando não se
obriga toda uma classe à leitura de um mesmo suporte, de um mesmo
livro
(LAJOLO, 1993).

5. Considerações finais

Formar leitores competentes e que gostam de ler é uma tarefa muito


difícil e que exige responsabilidade, esse objetivo pode ser alcançado
com inú meras possibilidades, conforme algumas já citadas. É
necessá rio, e fundamental o papel dos professores, das escolas e da
família, pois a sociedade precisa de leitores competentes, que saibam
ler os diversos tipos de textos, sendo eles imagens, sons, mú sicas e
coisas, que circulam diariamente entre as pessoas. É somente através
do gosto pela leitura que podemos chegar nesse tipo de leitor, um
leitor competente.

Você também pode gostar