O homem se garante um membro da sociedade por meio da linguagem,
que é compreendida através da leitura, é por esse caminho que se comunicam e se interagem trocando experiências. Desse modo a leitura é importante e necessá ria, já que esta presente a todo momento no dia-a-dia das pessoas.
A palavra leitura deriva do latim lego/legere, que significa recolher,
apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesse contexto a leitura pode abranger mais situaçõ es além da leitura da palavra, como por exemplo, a leitura dos sons, das palavras, das imagens, das coisas e das situaçõ es, ela engloba a leitura do mundo. Dessa forma a leitura é realizada de varias maneiras: a fase inicial que executamos quando crianças, representada pelo os cinco sentidos, sendo nã o menos complexa pois exige interpretaçã o e compreensã o. Feita a interpretaçã o, é possível notar que a leitura nã o se restringe somente à escrita. Em tempos passados, saber ler e escrever, era algo muito valorizado entre os gregos e romanos, dessa maneira que se integravam a sociedade, pois somente uma minoria possuía tal privilegio. O método o utilizado para aprender era baseado em soletrar e decodificar palavras isoladas, isso resulta na falta de interpretaçã o das pessoas, que se contentam em apenas pronunciar uma palavra. Educadores de décadas recentes começaram a incentivar a necessidade de existir o habito de ler, para solucionar tal problema. Entã o a leitura passa a ser o começo de um processo educacional e deixa de ser apenas decodificar palavras. Existem três níveis de leitura: a sensorial, que consiste no contato visual, tá til, do leitor com texto. A leitura emocional, que desperta sentimentos e emoçõ es ao leitor através do texto. E a terceira etapa é a leitura racional, que faz existir uma reflexã o, complementando as outras etapas, criando uma ponte entre o leitor e o conhecimento. É uma condiçã o humana relacionar sensaçã o, emoçã o e razã o, por esse motivo é muito difícil realizar uma leitura apenas sensorial, emocional ou racional. É notá vel que o processo de decodificaçã o e compreensã o do texto sã o fundamentais. Porém, a leitura nã o se limita apenas nessas etapas. O ato de ler é muito mais do que isso, e necessá ria a interpretaçã o e reflexã o do texto. ler é também interpretar, ou seja, criar significado não só a partir do que está dito no texto, mas do que não está dito e emerge nas entrelinhas, nas lacunas textuais deixadas pelo autor, as quais podem também possibilitar que vários sentidos aflorem.( kleiman- 1993)
O ato de ler é mais ainda do que interpretar. Existe mais um processo
para ser realizada uma leitura competente, é preciso ter uma posiçã o reflexiva e critica sobre o texto, questionando o que esta escrito, nã o ler apenas as palavras, mas também as situaçõ es que acompanham o texto. Ler é um exercício que permite a formaçã o de conceitos pró prios.
É a partir da relaçã o entre esses processos (decodificaçã o,
compreensã o, interpretaçã o e reflexã o) que a leitura se torna uma atividade competente. O instaurar desses vá rios processos durante o ato da leitura, estabelece um jogo entre leitores e autores, que permite enlaçar e atravessar o texto de diversos sentidos. Um leitor competente é aquele que consegue realizar todas as etapas no ato de ler, seja por qual caminho for: revistas, jornais, novelas, mú sicas, filmes, livros, quadrinhos, charges etc. Dessa forma, é necessá rio que escolas e educadores reavaliem suas prá ticas pedagó gicas, acima de tudo incentivando o gosto pela leitura. 2. O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR NO DESPERTAR DO GOSTO PELA LEITURA
É papel da escola, de maneira geral, proporcionar aos alunos o acesso
ao conhecimento, além de formar indivíduos motivados e aptos a buscar o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuo; Porém, formar um leitor competente nã o é fá cil, é necessá rio uma escola preparada com professores também preparados. Segundo Cunha (1999)
A leitura é estritamente ligada ao professor e se ele não
Tem uma atitude positiva perante essa prática, acaba por causar o desinteresse ao aluno. (Cunha-1999)
Os maiores desafios da escola e fazer com que os alunos aprendam a
ler e adquiram gosto pela leitura. Esses desafios imprimem elevado grau de seriedade e podem ser caracterizados como um processo contínuo, de modo a permitir, pouco a pouco, que o estudante haja com cará ter autô nomo na sociedade letrada.
A leitura no ambiente escolar tem chamado à atençã o de muitos
educadores que considera, ela uma atividade fundamental para a formaçã o porque é através dela que cada pessoa desenvolve sua capacidade intelectual. Muitas pesquisas sã o feitas com o objetivo de despertar o gosto e o habito de ler nos alunos.
Na mesma perspectiva, os Parâ metros Curriculares Nacionais – PCNs
(1998), enfatizam que a leitura tem grande importâ ncia, por estar relacionada à formaçã o de escritores – pessoas capazes de escrever com eficá cia, e nã o, escritores no sentido de profissionais da escrita. Segundo os PCNs, a formaçã o de escritores se dá devido à prá tica constante da leitura.
A leitura deficiente ou quase inexistente é o maior problema do ensino
bá sico e superior. Isso ocorre justamente pelo fato de alguns professores nã o promoverem a pratica da leitura diante de vá rios suportes, eles nã o trabalham todas as possibilidades, as quais cada aluno se identifica separadamente. Segundo os PCNs (1998), “[...] se a prá tica de leitura que o professor leva para a sala de aula nã o desperta e cultiva o desejo de ler, esta nã o é uma prá tica pedagó gica eficiente”. Como consequência disso os alunos se afasta da leitura.
Outro motivo para a existência da leitura escassa ou quase inexistente
entre os alunos vem da escolarizaçã o das décadas passadas. Antigamente o ensino era voltado para uma “ formaçã o geral” de todos, oque impediu o incentivo a leitura. O perfil dessas escolas reflete no perfil das escolas da atualidade. Isso pode ser notado em suas bibliotecas pobres em exemplares. No entanto, conforme Cagliari (1997) há mais um motivo para a existência da leitura deficiente ou escassa entre os alunos: o maior problema é que as escolas e professores não têm conseguido localizar caminhos eficientes para promover o encontro de seus alunos com uma leitura prazerosa, pois quando a leitura é transformada em obrigação, ela se resume em um simples enfado. (Cagliari-1997) É preciso que os professores excluam do aluno essa concepçã o de leitura com obrigaçã o. Para que o interesse seja despertado é necessá rio que cada um escolha o que quer ler e o que te agrada, em qualquer lugar e em qualquer posiçã o física, é necessá rio respeitar o modo que cada um lê. 3. O PAPEL DA FAMÍLIA NO INCENTIVO À LEITURA
A família é a primeira fase social em que a criança se desenvolve, e é
aos pais que se compete o primeiro incentivo a leitura. Um ambiente familiar que incentiva o ato de ler contribui para a aprendizagem da criança, além de favorecer a remoçã o de barreiras educacionais e promover o desenvolvimento da linguagem.
O hábito da leitura dos pais pode exercer
grande influência sobre seus filhos, pois as crianças tenderão fortemente a imitá-los e, com isso, a semente da leitura será plantada desde a infância e, possivelmente, as acompanhará por toda a vida afora. (Zilberman-1981)
Quando a criança tem um contato anterior com a leitura, o professor
consegue observar uma facilidade de aprendizagem em relaçã o aos conhecimentos teó ricos. A leitura em casa facilita também a compreensã o do mundo para estabelecer uma interpretaçã o cotidiana com outras pessoas.
4. ESTRATÉGIAS DE MOTIVAÇÃO À LEITURA
Foram criadas políticas efetivas embasadas na promoçã o da leitura,
que podem ser utilizadas pela escola e por professores do ensino médio como um recurso pedagó gico para a motivaçã o da atividade, rumo a formaçã o de leitores competentes. A criaçã o de novos espaços e condiçõ es que aumentam o prazer de ler, é uma boa alternativa. Referindo-se aos espaços de leitura, acrescentando, que quando o individuo gosta de ler, nã o a um lugar convencionado para isso. Uma vez adquirido o habito de ler, o local se torna mero detalhe. Tudo depende do interesse.
A pratica de teatro também é uma técnica de incentivo, já que as peças
sã o baseadas em obras literá rias ou em histó rias em quadrinhos. É uma atividade sem necessidade de ser complexa, pois possui uma distribuiçã o extensa de papéis e memorizaçã o de falas. Outra alternativa é nomeada como “O livro da semana”. Nessa pratica, o bibliotecá rio ou o professor aconselha, a cada semana, a leitura de um determinado livro. Neste caso, é preciso que a biblioteca tenha vá rios exemplares do mesmo livro. O “Cantinho da leitura” é mais uma atividade informal que também é recomendado; nela, um espaço da biblioteca é reservado e decorado com motivos aconchegantes para que os alunos, leiam capítulos de um livro e quadrinhos.
Nota-se que das alternativas informais propostas para que a escola
desperte o interesse pela leitura, é realizada a utilizaçã o de vários suportes de linguagem, ao invés de somente livros. Entre as opçõ es estã o os jornais, quadrinhos, entre outros. Esses suportes variados sã o propostos com o objetivo de se respeitar à liberdade de escolha do aluno sobre o que ler:
A leitura só se torna livre quando se respeita o prazer ou a aversão de
cada leitor em relação a cada suporte de linguagem. Ou seja, quando não se obriga toda uma classe à leitura de um mesmo suporte, de um mesmo livro (LAJOLO, 1993).
5. Considerações finais
Formar leitores competentes e que gostam de ler é uma tarefa muito
difícil e que exige responsabilidade, esse objetivo pode ser alcançado com inú meras possibilidades, conforme algumas já citadas. É necessá rio, e fundamental o papel dos professores, das escolas e da família, pois a sociedade precisa de leitores competentes, que saibam ler os diversos tipos de textos, sendo eles imagens, sons, mú sicas e coisas, que circulam diariamente entre as pessoas. É somente através do gosto pela leitura que podemos chegar nesse tipo de leitor, um leitor competente.
O resgate da leitura prazerosa no Ensino Fundamental I: o incentivo da leitura através de projetos e práticas de vivência de diferentes gêneros textuais