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Estudos de solos lateríticos do Maranhão para aplicação em pavimento de


baixo custo

Conference Paper · June 2012

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4 authors:

Fabiana Bartalini von der Osten Antônio Carlos Rodrigues Guimarães

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Instituto Militar de Engenharia (IME)
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Bruno Guimarães Delgado Laura Motta


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18ª RPU – REUNIÃO DE PAVIMENTAÇÃO URBANA

São Luís, MA - 18 a 20 de junho de 2012

ESTUDOS DE SOLOS LATERÍTICOS DO MARANHÃO PARA


APLICAÇÃO EM PAVIMENTO DE BAIXO CUSTO

AUTOR 1 Fabiana Bartalini von der Osten ; CO-AUTOR 2 Antônio Carlos Rodrigues Guimarães & CO-
AUTOR 3 Bruno Guimarães Delgado & CO-AUTOR 4 Laura Maria Goretti da Motta

RESUMO
No presente trabalho são apresentados resultados de ensaios de caracterização geotécnica, classificação MCT e
avaliação do comportamento mecânico de solos lateríticos finos e pedregulhosos oriundos de várias jazidas localizadas
ao longo do traçado da Estrada de Ferro Carajás (EFC), no estado do Maranhão, e com potencial para serem
empregados como camadas de pavimentos de baixo custo em localidades situadas ao longo da referida via. São
apresentados os resultados referentes a três jazidas, sendo uma composta de solo pedregulhoso e as outras duas
compostas por solos lateríticos finos. Pesquisou-se o comportamento resiliente dos materiais através da realização de
ensaios triaxiais de cargas repetidas para a determinação do módulo resiliente, obtidos por meio de amostras de 10 cm
de diâmetro e 20 cm de altura, moldadas com energias de compactação variadas. São apresentados resultados de ensaios
de deformação permanente conduzidos com variados estados de tensões confinantes e desvio. A partir dos resultados
dos ensaios observamos que os solos analisados têm como propriedades, elevados valores de módulo resiliente e baixos
valores de deformação permanente total, portanto indicados para constituir camadas de pavimentos em geral.

PALAVRAS-CHAVE: Solos, Módulo de Resiliência, Deformação Permanente.

ABSTRACT

This study present results of geotechnical characterization tests, classification MCT and evaluation
of the mechanical behavior of thin and boulder lateritic soils from several mines located along the route of Carajás
Railroad (EFC), in the state of Maranhão, and with potential to be used as low cost pavement layers in locations along
the said path. We present the results of three mines, one being composed of boulder soils and the others composed of
thin lateritic soils. It was investigated the resilient behavior of the materials by performing triaxial tests of repeated
loads for determining the resilient module, obtained from samples of 10cm diameter and 20cm height, molded with
varied compression energy. Results are presented from permanent deformation tests conducted with varying states of
confining stresses and deviation. From the tests results we observed that the soil analyzed have the properties of, high
values of resilient module and low values of total permanent deformation, therefore we suggest that it is suitable to
build pavement layers in general.
KEY WORDS: Soils, Resilient Module, Permanent Deformation.
1
Afiliação: Instituto Militar de Engenharia, Praça General Tiburcio, 80, Urca, Rio de Janeiro, Brasil, fabiana.osten@gmail.com

2
Afiliação: Instituto Militar de Engenharia, Praça General Tiburcio, 80, Urca, Rio de Janeiro, Brasil, guimaraes@ime.eb.br

3
Afiliação: Escola de Minas/UFOP, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, bruno.delgado@vale.com

4
Afiliação: COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, laura@coc.ufrj.br

INTRODUÇÃO

Pavimentos de baixo custo são caracterizados por utilizar para a camada de base materiais cujos
custos de execução sejam mais baixos que os convencionais e revestimento betuminoso de tipo
tratamento superficial.
Um material bastante utilizado como camada de base para esse tipo de pavimento é o solo laterítico.
Esses solos são típicos de países tropicais e em função das variações climáticas e de temperatura a
região norte do Brasil, assim como o estado do Maranhão, apresenta uma ocorrência bem mais
intensa desse tipo característico de solo.
Solos lateríticos por serem característicos de regiões de clima tropical apresentam peculiaridades de
comportamento geotécnico, sendo necessário o desenvolvimento de metodologias e procedimentos
distintos daqueles usualmente empregados pela mecânica dos solos tradicionais, desenvolvida a
partir de solos de países de clima temperado. Destacam-se neste contexto abordagens mais
modernas baseadas nos ensaios mecanísticos de módulo resiliente e deformação permanente, além
da classificação MCT, mais adaptada a solos com esta gênese.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Pavimento de Baixo Custo

Segundo Nogami e Villibor (1995) o pavimento do tipo baixo custo caracteriza-se por:
a. Utilizar bases constituídas de materiais cujos custos de execução são substancialmente
menores por m3 acabado, em relação às bases convencionais que vinham sendo usadas
extensiva e rotineiramente pelo DER-SP, na década de 70, constituídas quase sempre de
pedra britada ou de solo-cimento. Nesta época, o custo de uma base de solo arenoso fino
laterítico, considerado de tipo baixo custo, representava respectivamente cerca de 15% a
25% do custo das bases convencionais;
b. Utilizar revestimento betuminoso de tipo tratamento superficial, com espessura de, no
máximo, cerca de 0,03 m e, frequentemente, da ordem de cerca de 0,01 m;
c. Considerar um trânsito de tipo leve a, no máximo, médio, com VMD da ordem de 500
veículos, com cerca de 30% a 40% de caminhões e ônibus.
Mecânica dos Pavimentos

A mecânica dos pavimentos segundo MEDINA (1998) é uma disciplina da engenharia civil que
estuda os pavimentos como sistemas em camadas e sujeitos às cargas dos veículos. Combinar os
materiais e as espessuras das camadas conforme a rigidez de cada uma delas, de modo a
proporcionar uma resposta estrutural do conjunto condizente com as solicitações do tráfego
possibilita a análise da estrutura global do pavimento, que produz como resposta as tensões,
deformações e deslocamentos do sistema.
Para isto vem sendo utilizado o ensaio triaxial de cargas repetidas que possibilita avaliar tanto a
deformação resiliente como a deformação permanente de solos para fins de pavimentação, consiste
em aplicar cargas cíclicas semi-senoidais, que atuam sempre no mesmo sentido de compressão e se
aproximam do carregamento correspondente a passagem de roda, durante 0,1s intercalados por um
tempo de repouso de 0,9s. Utiliza-se para isto diferentes tensões solicitantes (σ1) em corpos-de-
prova de 0,1 m de diâmetro por 0,2 m de altura, que durante o repouso ficam sujeitos somente a
tensão confinante (σ3), sendo daí extraída a tensão desvio (σd = σ1 – σ3). Os deslocamentos sofridos
pelos corpos-de-prova são medidos através de transdutores mecânicos eletromagnéticos (linear
variable differential transducers – LVDTs), ao longo da dimensão de interesse. A principal
vantagem desse ensaio é que ele reproduz uma condição de tensão multiaxial mais próxima da
condição existente em campo.

Figura 1. Tensões aplicadas e deslocamentos no ensaio triaxial cíclico (BERNUCCI et al., 2008)

As camadas de solo podem apresentar deformações permanentes principalmente por densificação


adicional pelo tráfego e por ruptura ao cisalhamento. Para evitar esses problemas é necessário uma
seleção dos materiais e compactação adequada e um bom projeto estrutural de forma a limitar as
tensões atuantes aos níveis admissíveis e seguros.
O módulo de resiliência (MR) é obtido através da relação entre as tensões transientes verticais e a
correspondente deformação recuperável. Ele serve como parâmetro de entrada para o cálculo de
tensões e deformações no pavimento que é dado pela equação a seguir.

MR = σd / εr (1)
onde:

σd: tensão desvio em MPa;


εr: deformação específica axial resiliente em mm/mm;
Para determinação da deformação permanente serão realizados ensaios conduzidos com variados
estados de tensões confinantes e desvio, utilizando-se a metodologia desenvolvida por Guimarães
(2009).

Classificação MCT

A metodologia de classificação conhecida como MCT (Mini – Compactado – Tropical), tem se


mostrado eficiente aos fins propostos, consistindo basicamente em um conjunto de ensaios
laboratoriais que possibilitam a obtenção de parâmetros para se enquadrar o solo segundo o ábaco
classificatório próprio desta metodologia, que é apresentado na figura 2, a seguir.

Figura 2. Ábaco classificatório segundo metodologia MCT (NOGAMI E VILLIBOR, 1995).

Dependendo da localização do ponto de coordenadas no referido ábaco, o solo recebe uma


classificação, conforme abaixo:
LG’: Argilas lateríticas e argilas lateríticas arenosas;
LA’: Areias argilosas lateríticas;
LA: Areias com pouca argila laterítica;
NG’: Argilas, argilas siltosas e argilas arenosas não-lateríticas;
NS’: Siltes cauliníticos e micáceos, siltes arenosos e siltes argilosos não-lateríticos;
NA’: Areias siltosas e areias argilosas não-lateríticas;
NA: Areias siltosas com siltes quartzosos e siltes argilosos não-lateríticos.

MATERIAIS

Foram selecionadas amostras de solos provenientes de 3 jazidas que estão sendo utilizadas na
duplicação da Estrada de Ferro Carajás. Estes materiais são da região oeste do estado do Maranhão
e foram selecionados face as suas peculiaridades genéticas.
Apesar das amostras terem sido coletadas na região oeste do Maranhão, estas ocorrências de solos
são representativas da região norte do Brasil. A figura 3 abaixo mostra um exemplo de ocorrência
de uma laterita pedregulhosa in situ em uma jazida da região.

Figura 3. Aspecto Geral do Perfil de ocorrência de uma Jazida de Laterita.


Amostra 1:

Corresponde a Jazida 1A – km 449 + 832. Esta área de empréstimo segundo sua caracterização
apresenta em sua composição granulométrica, como representada na tabela 1, uma grande
quantidade de argila (71%), silte (16%) e uma quantidade pequena de areia (7%) e pedregulho (6%)
sendo essa amostra classificada como uma argila siltosa.
Tabela 1. Composição Granulométrica – COPPE/UFRJ
Composição Granulométrica ( % ) ( Escala ABNT )
Areia
Argila Silte Pedregulho
Fina Média Grossa
71 16 4 2 1 6

Tabela 2. Mapa de Caracterização

CLASSIF.
ÍND. FÍSICOS COMPACTAÇÃO CBR
ST

DO SOLO IG
LL IP HRB SUCS h ótima d(g/cm3) EXP CBR
AES - 01A - Km 449,832 - LE -SEGMENTO 01
1 54,0 24,9 A7-6 SC 16,8 1784 7 0,2 50,0
1A 37,6 15,3 A-26 GC 10,3 2053 0 0,1 113,0
2 55,4 26,6 A2-7 GC 14,8 1912 2 0,1 42,0
2A 37,8 12,7 A2-6 SM 14,2 1961 0 0,1 135,0
3 35,5 13,4 A2-6 SC 13,7 1959 0 0,4 103,0
4 47,0 21,3 A7-6 SC 14,8 1839 2 0,4 62,0
5 52,5 24,8 A7-6 CL 15,5 1820 9 0,6 38,0
Amostra 2:

Corresponde a Jazida 6 – km 475 + 000. Esta área de empréstimo segundo sua caracterização
apresenta em sua composição granulométrica, como representada na tabela 3, uma quantidade
significativa de pedregulho (58%) e argila (35%) e uma quantidade muito pequena de areia (3%) e
silte (4%) sendo essa amostra classificada como um pedregulho argiloso.

Tabela 3. Composição Granulométrica – COPPE/UFRJ.


Composição Granulométrica ( % ) ( Escala ABNT )
Areia
Argila Silte Pedregulho
Fina Média Grossa
35 4 1 1 1 58

Tabela 4. Mapa de Caracterização


ÍND. CLASSIF.
COMPACTAÇÃO CBR
ST

FÍSICOS DO SOLO IG
LL IP HRB SUCS h ótima d(g/cm3) EXP CBR
AES - 06 - Km 475+000 - LD -SEGMENTO 02
1A 52,5 24,0 A2-7 GC 14,4 1885 3 0,1 56,0
2A 45,3 17,9 A7-6 SM 14,5 1855 3 0,2 62,0
3 56,5 28,5 A7-6 SC 17,4 1754 10 0,2 44,0
4 55,5 26,4 A7-6 MH 18,4 1756 13 0,2 34,0
5A 45,2 17,7 A7-6 ML 17,6 1751 9 0,6 33,7
6 54,2 25,5 A7-6 SC 17,3 1812 3 0,2 50,0
6A 46,8 20,1 A7-6 SC 16,9 1814 4 0,2 52,0
8 54,5 25,1 A7-6 SC 17,2 1779 5 0,3 36,0
10 44,6 21,6 A7-6 15,5 1847 12 0,2 24,0

Amostra 3:

Corresponde a Jazida 6 – km 475 + 428. Esta área de empréstimo segundo sua caracterização
apresenta em sua composição granulométrica, como representada na tabela, uma grande quantidade
de argila (77%), silte (17%) e uma quantidade muito pequena de areia (6%) sendo essa amostra
classificada como uma argila siltosa.
Tabela 5. Composição Granulométrica – COPPE/UFRJ
Composição Granulométrica ( % ) ( Escala ABNT )
Areia
Argila Silte Pedregulho
Fina Média Grossa
77 17 5 1 0 0

Como as amostra 3 e a amostra 2 pertencem a mesma jazida possuem o mesmo mapa de


caracterização representado pela tabela 4.
Os mapas de caracterização, representado nas tabelas 2 e 4, foram elaborados por uma empresa
contratada para realizar o ensaios pertinentes, porém todos os dados estão sendo refeitos.

METODOLOGIA

Módulo de Resiliência

O módulo de resiliência é a relação entre a tensão de tração, aplicada repetidamente no plano


diametral vertical de uma amostra cilíndrica e a deformação específica recuperável correspondente
a tensão.
O ensaio consiste em colocar o corpo de prova, de 0,1 m de diâmetro por 0,2 m de altura, na base da
prensa, apoiado no friso côncavo inferior, logo após assentar o pistão de carga sobre o friso superior
em contato com o corpo de prova diametralmente oposto ao friso inferior, então fixar e ajustar os
transdutores LVDT, de modo a obter o registro no oscilógrafo, no início da escala linear dos
mesmos e por fim ajustar o oscilógrafo para registro de deslocamentos horizontais do corpo de
prova.

MCT

Face a deficiência dos sistemas convencionais de classificação geotécnica quando aplicadas a solos
desenvolvidos em ambientes tropicais, houve a necessidade de se desenvolver uma metodologia
mais adaptada à gênese destes solos. Surgiu então uma nova abordagem para o estudo e a
classificação geotécnica a ser aplicada a solos tropicais denominada Metodologia MCT (de
Miniatura, Compactado, Tropical).
Proposta por Nogami e Villibor (1981) esse método separa os solos em duas classes principais, uma
correspondente a solos de comportamento laterítico e outro de comportamento não – laterítico. Esta
metodologia foi concebida para solos que passam integralmente ou em grande porcentagem pela
peneira de n° 10 (2 x 10-3 m) envolve ensaios de compactação de corpos de prova de 0,05 m de
diâmetro denominado de mini – MCV (Moisture Condition Value), capacidade de suporte através
do ensaio de mini – CBR nas condições de corpo de prova com e sem imersão em água, expansão,
perda de massa por imersão, penetração dinâmica, permeabilidade e infiltração.

Deformação Permanente
Segundo Guimarães (2009) a deformação permanente em solos é afetada por 4 fatores principais:
tensão, carregamento, umidade e agregado.
O corpo de prova utilizado neste ensaio é moldado em um cilindro tripartido de 0,1 m de diâmetro
por 0,2 m de altura. Para realização do ensaio coloca-se uma pedra porosa na parte inferior do Top
Cap, o corpo de prova envolvido por uma membrana impermeável é inserido no equipamento
triaxial, conectam-se os transdutores de deslocamento (LVDT), a câmara de tensão confinante é
montada e por fim programa-se o estado de tensão do ensaio.

RESULTADOS

MCT

Os resultados mostraram que a amostra 1 e 3 correspondem a um solo laterítico argiloso (LG’),


enquanto que a amostra 2 corresponde a um solo não laterítico arenoso (NA’).

2,1

1,9 NS ' NG '


1,7 NA Amostra 1
1,5
Amostra 2
e'

1,3 NA'

1,1 Amostra 3
0,9 LA LA '
0,7 LG '

0,5
0 0,5 1 1,5 2 2,5
c'
Figura 4. Resultados dos ensaios de MCT.

Módulo de Resiliência

Segundo Bernucci (2008) pesquisas têm mostrado que os solos lateríticos podem apresentar
módulos de resiliência de cerca de 100 MPa a 500 MPa, ou mesmo, superiores, dependendo do tipo
de solo laterítico, sendo que os mais argilosos tendem a mostrar módulos menores que os arenosos.
A figura 5 representa a variação do módulo de resiliência das amostras em função da tensão desvio,
pois todas apresentaram um bom enquadramento neste modelo. E os valores de módulo obtidos
podem ser considerados elevados, pois as três amostras correspondem a solos predominantemente
finos compactados com energia equivalente a do ensaio proctor intermediário.
A tabela 6 apresenta a variação do módulo de resiliência das 3 amostras.
Tabela 6 – Variação do Módulo de Resiliência

Amostra Variação do Módulo de Resiliência


1 109 MPa à 307 MPa
2 266 MPa à 593 Mpa
3 247 MPa à 479 MPa

Módulo de Resiliência x Tensão


700
Desvio
Amostra 1
Módulo Resiliente (MPa)

600
Amostra 2
500
Amostra 3
400
300
200
100
0
0,01 0,10 1,00 10,00
Tensão Desvio (MPa)

Figura 5.. Variação do Módulo de resiliência em função da tensão desvio. Corpos de provas de 0,1 m de diâmetro por
0,2 m de altura.

Deformação Permanente

O ensaio triaxial de cargas repetidas é realizado para avaliar a deformação permanente do material,
os gráficos 6 e 7 representam os resultados desse ensaio que foram realizados para as amostras 2 e
3. Foram utilizados corpos de prova de 0,1 m de diâmetro e 0,2 m de altura e 2 frequencias de
carregamento de 1 Hz.
Para ambas as amostras foram realizados ensaios com 4 estados distintos
intos de tensões:
tensões
Tabela 7 – Estados de Tensões
σd σ3
Ensaios
(MPa) (MPA)
1 200 100
2 280 140
3 400 100
4 420 140
Como podemos observar, no gráfico 6 abaixo, para os ensaios 1 e 2, a amostra apresentou
deformações inferiores a 1 mm. Já para os ensaios 3 e 4 as deformações foram superiores a 1mm.

3,5

2,5

2
Ep (mm)

1,5

0,5

0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
N
Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4
Figura 6. Gráfico de avaliação da deformação permanente total da amostra 2.

Como podemos observar, no gráfico 7 abaixo, para os ensaio 1 e 2, a amostra apresentou


deformações inferiores a 1,0 mm e para o ensaio 3 a deformação apresentada foi superior a 1mm.
Já no ensaio 4 a amostra deformou completamente com apenas 1318 ciclos, ou seja, ainda no início
do ensaio.
4

3,5

2,5
Ep (mm)

1,5

0,5

0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000
N
Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4
Figura 7. Gráfico de avaliação da deformação permanente total da amostra 3.
CONCLUSÕES

Os módulos de resiliência apresentaram bons resultados. As amostras 1 e 3, que correspondem a


solos lateríticos, apresentaram resultados compatíveis aos valores encontrados na literatura para
esse tipo especifico de solo. Os resultados obtidos para a amostra 2 mostram que, esse solo não
laterítico, apresenta elevados valores de módulo de resiliência, se comparado a outros materiais
usualmente empregados em pavimentação.
Foi constatada grande influencia da tensão desvio no módulo de resiliência dos solos estudados,
conforme era de se esperar para o caso de solos predominantemente coesivos.
Os resultados obtidos através dos ensaios de deformação permanente acumulada total mostram que
para os primeiros estados de tensões, ensaios 1 e 2, as duas amostras estudadas apresentaram baixa
deformação permanente,ou seja, inferior a 1 mm. No ensaio 3, já com um aumento considerável do
estado de tensões a amostra 2 apresentou deformação permanente próxima a 3 mm, enquanto que, a
amostra 3 apresentou para o mesmo ensaio uma deformação permanente de 2 mm. Porém para o
ensaio 4, também com estado de tensões elevado, a amostra 2 apresentou deformação permanente
superior a 2,5 mm, enquanto que, a amostra 3 deformou completamente, o que ocasionou a
interrupção do ensaio.

REFERÊNCIAS

BERNUCCI, L.B.; MOTTA, L.M.G.; CERATTI, J.A.P.; SOARES, J.B. Pavimentação asfáltica:
formação básica para engenheiros. Petrobras, ABEDA: Rio de Janeiro, Brasil, 2008.

DNIT. Pavimentos flexíveis – Misturas Betuminosas – Determinação do Módulo de Resiliência –


Método de ensaio. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – Especificação de
Serviço: Rio de Janeiro, Brasil, 2009.

GUIMARÃES, A. C. R. (2009). Um método mecanístico-empírico para a previsão da deformação


permanente em solos tropicais constituintes de pavimentos. Tese de Doutorado, COPPE/UFRJ:
Rio de Janeiro, Brasil, 2009.

MEDINA, J.; MOTTA, L.M.G. Mecânica dos pavimentos. COPPE/UFRJ: Rio de Janeiro, Brasil,
2005.

NOGAMI, J.S.; VILLIBOR, D. F. Pavimentação de baixo custo com solos lateríticos. Ed. Villibor:
São Paulo, Brasil, 1995.
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