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Automação e Controle em Refrigeração

e Climatização

Brasília-DF.
Elaboração

Rafael Ignácio Gonçales

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
ENERGIA E AUTOMAÇÃO...................................................................................................................... 11

CAPÍTULO 1
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA......................................................................................................... 11

CAPÍTULO 2
AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL..................................................................................................... 20

CAPÍTULO 3
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL........................................................................................................ 40

UNIDADE II
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO........................................................................................................ 47

CAPÍTULO 1
CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)...................................................................... 47

CAPÍTULO 2
INVERSOR DE FREQUÊNCIA..................................................................................................... 64

CAPÍTULO 3
PARTIDA SOFT-STARTER............................................................................................................. 79

CAPÍTULO 4
SISTEMAS SUPERVISÓRIOS........................................................................................................ 83

UNIDADE III
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO............................................................................................................... 89

CAPÍTULO 1
SISTEMAS DE VOLUME DE AR VARIÁVEL.................................................................................... 89

CAPÍTULO 2
SISTEMAS DE FLUIDO DE REFRIGERANTE VARIÁVEL.................................................................... 94

CAPÍTULO 3
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO E CONFORTO............................................................................ 104
UNIDADE IV
NORMALIZAÇÃO................................................................................................................................ 107

CAPÍTULO 1
NORMAS APLICÁVEIS AOS SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO........................................................... 107

CAPÍTULO 2
CONCEITO DE NORMALIZAÇÃO............................................................................................ 118

CAPÍTULO 3
NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS........................................................................................... 121

CAPÍTULO 4
NORMAS PARA ELETRICIDADE E ELETRÔNICA......................................................................... 124

CAPÍTULO 5
CONSUMIDOR E NORMA...................................................................................................... 126

CAPÍTULO 6
RESOLUÇÕES VIGENTES........................................................................................................ 128

CAPÍTULO 7
ESTUDO DE CASO E ARTIGOS................................................................................................ 130

PARA (NÃO) FINALIZAR.................................................................................................................... 137

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 138
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

6
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
As construções soldadas são empregadas em diversas aplicações, como na em
elementos de máquinas, equipamentos de como tratores, pás carregadeiras, moto
niveladora etc., componentes em geral, estruturas metálicas e de construção civil,
construção de navios e de aviões, e muitas outras aplicações e sistemas utilizados no
dia a dia.

Com o avanço das tecnologias e aplicações em diversos sistemas, o ramo de


refrigeração e climatização apresentou uma enorme evolução no decorrer dos
últimos anos.

Acompanhando uma tendência de mercado e um melhor anseio por qualidade,


métodos de automação e controle em refrigeração e climatização foram
desenvolvidos, podendo ser aplicados em residências, comércio e indústrias,
visando à qualidade dos produtos, à qualidade de vida e à redução de custos para
as empresas, indústrias e cidadãos.

A redução de custo nesses sistemas, que podem funcionar e operar de


maneira personalizada e não ininterrupta como no modelo convencional,
proporciona um melhor rendimento dos equipamentos, contribuindo para
a redução de custos em manutenções, bem como uma manutenção mais
eficiente, colaborando significativamente para o aumento da vida útil dos
equipamentos.

A automação e controle em refrigeração e climatização pode ser aplicada a diversos


segmentos:

» climatização de cômodos e residência;

» climatização em escritórios;

» climatização em condomínios;

» refrigeração e controle de temperaturas em espaços confinados, como


câmaras frias; entre outros.

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Objetivos
Após estudar a disciplina de automação e controle em refrigeração e climatização, o
aluno terá os seguintes conhecimentos:

» Noções sobre energia e automação.

» Conhecimento dos componentes empregados na automação.

» Conhecimento dos sistemas de refrigeração.

» Conhecimento em normalização.

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10
ENERGIA E UNIDADE I
AUTOMAÇÃO

CAPÍTULO 1
Eficiência energética

A energia, segundo a física, é a capacidade que um corpo, uma substância ou um


sistema físico tem de realizar trabalho. Com base nessa definição, é possível dizer
que a energia faz parte da vida de todos os seres humanos em diversas atividades
do dia a dia, como: dirigir um veículo, assistir a um programa de televisão ou
até mesmo cozinhar algum alimento. Em qualquer dessas atividades e em muitas
outras mais, as pessoas estão se beneficiando de algo provido por meio de um
fluxo energético.

A energia pode ser provida ou gerada por meio de diversos métodos, sendo que os
métodos que mais interessam aos seres humanos são os dispostos para o consumo
da sociedade em geral, como:

» energia elétrica;

» óleo;

» gás de cozinha;

» combustíveis em geral (gasolina, etanol, querosene, diesel); entre outros.

Conversões energéticas
A energia tem como uma de suas principais características as suas diversas formas
de conversões.

Isso quer dizer que determinado tipo de energia pode ser convertido
de uma forma para a outra, sendo essas conversões provenientes por
meios naturais (conversões energéticas espontâneas) ou realizadas
pelo homem por meio de mecanismos diversos (conversões
energéticas intencionais).

11
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

Na figura 1, é possível observar as conversões energéticas espontâneas e as


conversões energéticas intencionais:

Figura 1. Formas de conversão de energia.

Tubo catódico, lâmpada fluorescente

Músculo
Coletor solar Máquina térmica Dínamo alternado
Atrito Motor elétrico

Energia Energia Energia


Energia Energia Energia
térmica térmica mecânica
química nuclear elétrica
(radiação)

Fotossíntese Reator Nuclear Termopilha


Reação exotérmica Resistência
Quimioluminescência
Reação endotérmica

Eletrólise
Baterias

Célula fotovoltaica

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Para que ocorra um processo de conversão de energia, seja por meio das conversões
energéticas espontâneas ou intencionais, é necessária a aplicação de duas leis:

» lei da conservação de energia;

» lei da dissipação de energia.

A seguir, veremos uma breve definição de cada uma das leis supracitadas.

Lei da conservação de energia

Também chamada de primeira lei da termodinâmica, a lei da conservação da energia


tem como premissa a definição de que a energia não se cria, nem se destrói, salvo em

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ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

raras exceções em que ocorrem reações atômicas ou nucleares. A expressão da Lei da


Conservação de Energia é dada conforme a expressão a seguir:

ΣEentrada = ΣEsai + ΣEsistema

Por meio da Lei de Conservação de Energia, é possível definir os fluxos energéticos


de um sistema, bem como dimensionar as perdas e produzir o balanço energético.

Lei da dissipação de energia

A Lei da Dissipação de Energia tem como definição a geração de uma parcela de


energia térmica no produto final, independentemente do processo de conversão
escolhido/adotado.

Como exemplo, podem-se citar casos em que o escopo de determinado sistema


tenha a energia mecânica transformada em calor. Nesse caso, a transformação
é total. Porém, em casos em que o escopo de determinado sistema é invertido,
a transformação é parcial, uma vez que se perde parte da energia em calor
durante esse processo por meio da transformação de energia térmica em energia
mecânica.

Também há outros tipos de perdas de energia que se sucedem por diversos motivos,
entre os principais:

» deficiências de projetos;

» falta de conhecimentos técnicos;

» falta de capacitação de mão de obra;

» falta de dimensionamentos de isolamentos térmicos.

Matriz energética brasileira


A Matriz Energética Brasileira é definida de acordo com o valor total de energia
que é convertida e disposta para o consumo da sociedade, proveniente de todas as
fontes de produção de energia existentes no território nacional.

Temos, no Brasil, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A EPE é uma


instituição pública que possui vínculo com o Ministério de Minas e Energia
e tem como principal objetivo realizar pesquisas de campo a fim de coletar

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UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

dados e indicadores que contribuirão para o planejamento do setor energético


nacional. Entre os setores analisados pela EPE, podemos citar:

» carvão mineral;

» eficiência energética;

» energia elétrica;

» fontes de energia renováveis;

» petróleo e gás natural.

O Brasil é um país que possui diversificações em sua matriz energética, se


comparado a outros países do mundo. Estima-se que mais de 75% da produção
de energia elétrica brasileira provém de fontes renováveis.

Realizando um comparativo entre os dados de energia do Brasil com o restante


do mundo, visualiza-se que a aplicação do carvão mineral em geração de energia
representa 28,9% na média mundial, enquanto, no Brasil, a média de geração de
energia por meio desse recurso fica em 5,7%. Outro comparativo que imprime a
diversificação da matriz energética brasileira comparada ao restante do mundo
é a utilização da energia hidráulica. Enquanto, no restante no mundo, essa
fonte de geração de energia representa uma média de 2,4%, no Brasil, a média
de geração de energia por meio de fontes hidráulicas apresenta uma média de
11,5%, quase 5 vezes maior que a média mundial. Os dados comparativos da
matriz energética brasileira, comparados aos demais países do mundo, estão
apresentados nas figuras 2 e 3.

Figura 2. Dados mundiais de energia.

Carvão mineral Petróleo


28,9% 31,1%

Outras
1,2%
Fontes renováveis
10,2% Gás natural
Hidráulica Nuclear 21,4%
2,4% 4,8%
Fonte: Brasil, 2016.

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ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

Figura 3. Oferta brasileira de energia.

Hidráulica Derivados da cana


Lenha e carvão vegetal
11,5% 15,7%
8,1%
Outras não renováveis
0,6% Outras renováveis
Urânio 4,1%
1,3%
Carvão mineral e coque
5,7%

Petróleo e derivados
Gás natural 39,4%
13,5%

Fonte: BRASIL, 2016.

Quando o assunto trata da energia elétrica, a porcentagem de geração na matriz


energética é ainda maior: o setor de energia hidráulica é responsável por 64% da
provisão de energia elétrica brasileira.

Os estudos da EPE mostram que o maior consumidor de energia elétrica no Brasil


é o setor industrial, responsável pelo consumo de 33% do consumo de energia
elétrica brasileira contra um consumo de 21,2% do setor residencial.

A fiscalização e os meios regulamentadores dos serviços relacionados a


geração, transmissão e distribuição de energia elétrica são realizados pela
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica.

A ANEEL é uma agência autogerenciável, ou seja, que exerce poder sobre


si mesma, por meio de uma agência reguladora, criada em 26 de dezembro
de 1996, por meio da Lei n o 9427, que possui vínculo com o Ministério de
Minas e Energia brasileiro.

A ANEEL tem como principal finalidade produzir a energia elétrica


por meio do aproveitamento do potencial hidráulico nacional, além
de transmiti-la e comercializá-la, conforme as políticas e diretrizes
estabelecidas pelo governo federal brasileiro.

Resolução da ANEEL
A ANEEL, por meio da Resolução Normativa no 414, define os requisitos gerais do
fornecimento de energia elétrica. Os principais requisitos estão listados a seguir:

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UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

» XXI – demanda contratada: demanda de potência ativa a ser


obrigatória e continuamente disponibilizada pela distribuidora, no
ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados em
contrato, e que deve ser integralmente paga, seja ou não utilizada
durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW);

» XXII – demanda faturável: valor da demanda de potência ativa,


considerada para fins de faturamento, com aplicação da respectiva
tarifa, expressa em quilowatts (kW);

» XXIII – demanda medida: maior demanda de potência ativa, verificada


por medição, integralizada em intervalos de 15 (quinze) minutos
durante o período de faturamento;

» XXXII – estrutura tarifária: conjunto de tarifas aplicadas ao


faturamento do mercado de distribuição de energia elétrica
que refletem a diferenciação relativa dos custos regulatórios da
distribuidora entre os subgrupos, classes e subclasses tarifárias, de
acordo com as modalidades e postos tarifários;

» XXXVII – grupo A: grupamento composto de unidades consumidoras


com fornecimento em tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas
a partir de sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária,
caracterizado pela tarifa binômia e subdividido nos seguintes
subgrupos:

› subgrupo A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV;

› subgrupo A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV;

› subgrupo A3 – tensão de fornecimento de 69 kV;

› subgrupo A3a – tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV;

› subgrupo A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV; e

› subgrupo AS – tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, a partir de


sistema subterrâneo de distribuição;

» XXXVIII – grupo B: grupamento composto de unidades


consumidoras com fornecimento em tensão inferior a 2,3 kV,
caracterizado pela tarifa monômia e subdividido nos seguintes
subgrupos:

› subgrupo B1 – residencial;

› subgrupo B2 – rural;

16
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

› subgrupo B3 – demais classes; e

› subgrupo B4 – Iluminação Pública;

› LXXV-A – tarifa binômia de fornecimento: aquela constituída por


valores monetários aplicáveis ao consumo de energia elétrica ativa e
à demanda faturável;

› LXXV-B – Tarifa monômia de fornecimento: aquela constituída


por valor monetário aplicável unicamente ao consumo de energia
elétrica ativa, obtida pela conjunção da componente de demanda
de potência e de consumo de energia elétrica que compõem a tarifa
binômia.

» A modalidade tarifária convencional é aplicada sem distinção horária,


considerando-se o seguinte:

› para o grupo A, na forma binômia e constituída por: a) tarifa única


para a demanda de potência (R$/kW); e b) tarifa única para o
consumo de energia (R$/MWh).

› para o grupo B, na forma monômia, com tarifa única aplicável ao


consumo de energia (R$/MWh).

Diagnóstico energético
O gerenciamento de energia elétrica nacional é submetido a um processo de
avaliação realizado por meio de sua matriz energética, em que são definidas
estratégias que são divididas em 3 blocos, de acordo com o seu prazo: estratégias
de curto prazo; estratégias de médio prazo; e estratégias de longo prazo.

Sendo assim, é preciso ter o conhecimento da situação de consumo de energia


de determinado local ou região, por meio da realização de um diagnóstico, para
definir um plano de ação com o planejamento necessário para implementar as
ações para a redução dos índices de perdas de energia, visando otimizar a provisão
dos recursos de maneira contínua. Essa atividade contribui para que o diagnóstico
energético seja realizado em novas instalações, ou até mesmo em instalações que
já existem, de maneira preventiva ou, em casos específicos, de maneira corretiva
em determinado sistema ou aplicação.

17
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

Como exemplo, podemos visualizar na tabela 1 as análises que são realizadas em


um diagnóstico energético.

Tabela 1. Diagnóstico energético.

Etapa Análise geral Análise detalhada


(Auditoria de Energia) (Conceito de Energia)
Procedimentos » Preenchimento de questionário; » Extensa aquisição de dados;
» Primeira avaliação de dados; » Medidas e cálculos;
» Visita ao local e medidas menores; » Análise do processo e da planta;
» Análise e relatório. » Elaboração de propostas;
» Catálogo de medições;
» Documentação e apresentação.
Benefícios » Transparência; » Métodos concretos;
» Estimativa de potenciais. » Economia significativa.
Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

O diagnóstico energético é uma ferramenta que permite o aprofundamento dos


estudos relacionados a sistemas ou setores de determinada empresa, a saber:

» análise de carga;

» análise de contrato de fornecimento;

» análise de grandezas elétricas;

» análise de máquinas elétricas rotativas;

» análise de instalações elétricas em geral;

» análise de necessidade de capacitação;

» análise de sistemas de utilidades;

» adequação de instalações elétricas à NR 10 (Norma Regulamentadora


no 10);

» controle de fator de potência;

» fator de carga;

» inspeções termográficas;

» sistemas de iluminação;

» tarifação.

18
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

Por meio do diagnóstico energético, torna-se possível a elaboração de um plano


de ação utilizando os tópicos supracitados, com o objetivo de auxiliar a melhor
utilização da energia elétrica.

Análise de viabilidade econômica


A análise de viabilidade econômica é importante em se tratando de projetos de
energia elétrica. Dessa forma, para auxiliar na tomada de decisão referente à escolha
de determinado método ou sistema, todo investimento realizado em projetos
voltados para a eficiência energética deve ter como base para a sua escolha a análise
de viabilidade econômica.

Esse estudo tem como principal objetivo analisar o cenário proposto, com base
em dados técnicos e no retorno financeiro que será obtido com o objeto a ser
estudado, sendo assim necessária a definição e o monitoramento de alguns
indicadores vitais para a análise de viabilidade econômica, a saber:

» tempo de retorno de capital: também conhecido como payback,


o tempo de retorno de capital é um método que mostra, por meio de
cálculos, o tempo necessário para se obter o retorno financeiro de
determinado capital gasto ou investido;

» fluxo de caixa: o fluxo de caixa é um método utilizado para definir o


fluxo de receitas e despesas necessárias para a execução de um projeto
de eficiência energética.

Toda análise de viabilidade econômica deve ser acompanhada de uma


análise de riscos, com o objetivo de prever os impactos e possíveis
restrições de maneira preventiva. Essa análise contempla diversas
informações, como:

» o cenário econômico atual do pais;

» a tecnologia que será implantada e/ou utilizada;

» as leis trabalhistas;

» as normas vigentes;

» capacitação e treinamento dos profissionais;

» usuários do sistema; entre outros.

19
CAPÍTULO 2
Automação residencial

A palavra automação traz à mente a utilização de recursos modernos e tecnológicos,


utilizados para facilitar atividades do dia a dia.

Automação é um conjunto de sistemas e ferramentas utilizados para controlar, de


forma automática, uma máquina, equipamento ou processo.

A automação tem como principal objetivo minimizar a influência humana sobre


determinado sistema ou até eliminar essa influência, em casos elevados de
automação. Essa premissa pode apresentar variações de acordo com o meio em
que a automação está inserida ou a necessidade do processo em questão.

Da mesma forma, a definição de automação pode também apresentar variações,


de acordo com a necessidade ou aplicação do usuário. A seguir, podemos citar
alguns exemplos de automação:

» para uma dona de casa, a automação está presente, por exemplo,


nas máquinas de lavar roupa ou louça, em que é possível estabelecer
parâmetros de execução dos serviços em que as atividades são
executadas em grande parte de maneira autônoma pelo equipamento;

» para um jovem, a automação está presente no uso de um aparelho


smartphone para controlar equipamentos de áudio e televisores;

» para atividades diárias, a automação está presente em um caixa


eletrônico;

» para atividades residenciais, a automação está em portões eletrônicos,


que são acionados por meio de um controle para entrada e saída de
veículos de uma garagem;

» para as indústrias, a automação está presente em robôs e máquinas.

No atual cenário nacional, os projetos e construções residenciais não são


elaborados para prover de uma melhor eficiência energética. Esse fator
contribui significativamente para que a automação residencial não seja tão
desenvolvida no Brasil. Esse fato deve-se a alguns principais fatores:

20
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

» carência de ferramentas de engenharia para auxiliar os processos


automatizados;

» carência na realização de análise técnica econômica;

» falta de integração entre as empresas produtoras de tecnologia e os


profissionais do ramo;

» falta de informação dos consumidores em relação aos benefícios da


automação residencial;

» preço, que, em alguns casos e/ou regiões do país, podem ser elevados;

» dificuldade na obtenção de informações técnicas integradas e


organizadas.

O objetivo principal da automação residencial, também chamada de domótica, é


caracterizar a tecnologia embarcada em atividades essenciais do dia a dia visando
a otimizar as atividades e controles dentro de uma casa, de forma a quebrar um
paradigma muito forte dentro dessa aplicação: de que a automação residencial é um
artigo de luxo.

Domótica é o nome que se dá à tecnologia que é capaz de realizar a gestão


de recursos habitacionais. A palavra domótica vem da fusão da palavra
“domus”, que significa casa, com a palavra “robótica”, que está diretamente
ligada com a ação de automatizar, ou seja, realizar atividades de maneira
automática.

Histórico da automação residencial


Os primeiros sistemas de automação residencial começaram a ser desenvolvidos
nos Estados Unidos, na década de 1970. Naquela época, a tecnologia que deu
origem a esse segmento foi de pequenos módulos chamados X10, que faziam
ligação com a rede elétrica das residências, permitindo que o acionamento de
lâmpadas e eletrodomésticos fosse realizado a distância.

No final da década de 1980, os computadores pessoais (também conhecidos como


PC, do inglês Personal Computer) começaram a ganhar espaço no mercado e com
consumidores residenciais devido a investimentos na área que contribuíram para
o aumento da capacidade de processamento e em velocidade na execução das
tarefas. Mais acessíveis, os computadores pessoais também apresentaram queda
em seus preços, permitindo que fossem aplicados em atividades de automações
residenciais.

21
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

Os computadores pessoais tornaram-se populares no início da década de 1990,


contribuindo para o desenvolvimento de aplicações de softwares voltados para o
acionamento e monitoramento de equipamentos que eram utilizados no âmbito
doméstico. Foi nessa época que se iniciou o conceito de casas inteligentes, em que
era possível ter o controle de vários sistemas por meio do uso de um computador
pessoal.

A tabela 2, a seguir, mostra o histórico de desenvolvimento na automação


residencial.

Tabela 2. Histórico da automação residencial.

Ano Evento
1970 Módulos X10
1980 Casas inteligentes
1984 Alarmes
1988 Portões automáticos
1992 Telefonia móvel (celular)
2000 Tecnologia da informação
Fonte: adaptado de (OLIVETI E SILVA, 2016).

A automação residencial pode trazer inúmeros benefícios para os consumidores,


uma vez que os sistemas inteligentes contribuem diretamente para a economia de
energia e até mesmo para a integração de diversos tipos de sistemas, como:

» sistemas de áudio e som ambiente;

» sistemas de vídeo;

» TV por assinatura ou streaming;

» sistemas de vigilância por câmeras;

» alarmes e sistemas de monitoramento;

» Circuitos Fechados de Televisão (CFTV);

» controle de iluminação;

» telefonia;

» informática;

» rede de dados;

» cortinas e persianas automáticas;

22
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

» controle de sistemas de utilidades (gás, irrigação, bombas etc.);

» comando e operação de eletrodomésticos a distância;

» controle de ar-condicionado e sistemas de aquecimento;

» gerenciamento total da energia elétrica; entre outros.

A figura a seguir ilustra um exemplo de automação industrial.

Figura 4. Vista de uma casa com automação residencial.


Cortinas e Televisão
Sistema de
persianas
Iluminação áudio
Controle de Ar-condicionado
câmeras
Interruptor sem fio

Gráficos e

Biometria estatísticas

digital Tablet
Gráficos e
Controle de Celular
estatísticas
consumo
Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Por ser abrangente, a automação residencial é capaz de realizar diversas


atividades de supervisão, comandos e controles, de modo a otimizar os
equipamentos e até a segurança das edificações, uma vez que os sistemas
automatizados operam de maneira automática, de acordo com os parâmetros
que são definidos pelo usuário, possibilitando assim maior confiabilidade no
funcionamento de maneira em geral, contribuindo para a redução de falhas ou
de atividades que possam ser esquecidas pelos cidadãos.

Outro fator considerado muito importante na automação residencial é o


serviço de apoio às metodologias recentes de acompanhamento energético.
Se há gerenciamento da energia, ele está de acordo com as técnicas de
monitoração utilizadas pelas concessionárias atualmente. No Brasil, o Sistema
de Monitoramento Automático de Interrupção de Energia Elétrica (Argos)
contribui diretamente para esse gerenciamento.

23
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

O Sistema de Monitoramento Automático de Interrupção de Energia


Elétrica (Argos) é uma exigência da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), que por sua vez faz parte do governo federal brasileiro.

Para as residências que possuem um sistema de automação, também é possível


instalar medidores de energia elétrica próprios para essa finalidade, que tornam
possível efetuar um controle de demanda de energia elétrica mais apurado e
preciso, resultando em uma tarifação diferenciada para as casas que possuem
essa estrutura.

As características apresentadas em uma residência automatizada contribuem


para um aumento significativo na eficiência energética, pois a automação
residencial proporciona uma enorme variedade de aplicações e serviços, que
podem variar de acordo com o tipo de configuração de sistema instalada, uma
vez que cada tipo de consumidor pode exigir diferentes níveis de automação em
sua casa.

Pelo fato de a automação residencial poder ser aplicada de maneira


customizada em diferentes níveis, de acordo com a necessidade do
usuário, a decisão da implementação pode ser um problema no projeto
e/ou concepção da automação residencial, uma vez que é necessária
uma análise individual do perfil do consumidor e também uma análise a
ser realizada na edificação. Esses fatores, se não forem bem planejados
e executados, podem extrair um resultado ruim para o cliente em se
tratando de experiência e aproveitamento dos sistemas residenciais
automatizados.

Sendo assim, é preciso que os profissionais do ramo da automação


residencial sejam providos de ferramentas de engenharia e de um
conjunto de métodos que permitam a realização de uma análise
adequada que permita a escolha de um sistema de automação
residencial adequado ao perfil do consumidor.

Definição dos sistemas de automação


residencial
A automação residencial, também chamada de casa inteligente (ou smart home,
intelligent home e home control, em inglês), permite a integração de sistemas
diversos, como sistemas de iluminação, ar-condicionado, irrigação, segurança

24
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

eletrônica, entre outros, por meio de um sistema inteligente conectado e


centralizado. Esse sistema permite a execução de tarefas e serviços por meio do
emprego da tecnologia integrada, obtendo melhores resultados em se tratando de
conforto e segurança residencial.

A automação residencial também colabora diretamente para um ambiente com


estruturas mais propícias ao controle e gerenciamento de manutenção e vida útil
dos equipamentos residenciais, contribuindo para a obtenção de uma casa mais
produtiva e organizada.

Na automação residencial, em se tratando de casa inteligente, a quantidade


de sistemas automatizados em uma casa não é a única variável que deve ser
considerada na avaliação do grau de automação da residência, pois uma casa
pode ter um elevado nível de automação, porém não ser classificada como casa
inteligente.

Sendo assim, é necessário que seja desenvolvido e aplicado um projeto integrado


nas residências com os conceitos de inteligências nos seguintes aspectos:

» infraestrutura predial;

» infraestrutura de cabeamento;

» automação de sistemas;

» controle integrado de sistemas;

» gerenciamento e manutenção.

Para um melhor entendimento do conceito de casa inteligente, é preciso


compreender o termo “inteligência” como uma ação inerente e natural, provendo
de uma habilidade cognitiva presente nas habilidades de raciocínio lógico. Em
outras palavras, pode-se afirmar que a inteligência provém da habilidade de
processar informações em determinado ambiente ou sistema.

Sendo assim, as residências utilizam sistemas baseados em conhecimento


(knowledge-based systems, em inglês) que são empregados na realização de
atividades em que uma avaliação seja requerida, porém não necessariamente
essa avaliação necessita ser realizada por um ser humano. Em outras palavras,
uma residência com sistema de casa inteligente deve possuir uma demanda
aplicada na definição dos conceitos de desenvolvimento, que são criados de
acordo com as necessidades dos moradores por meio dos projetistas, para que a

25
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

maior facilidade de gerenciamento seja empregada de acordo com a necessidade


do consumidor.

Uma casa inteligente pode variar da sua simplicidade de automação até os mais
elevados graus de tecnologia, dependendo das circunstâncias, aplicações e
necessidades dos clientes.

Como existem vastas opções de aplicações automatizadas, o projetista


responsável deve avaliar as vantagens e desvantagens funcionais de cada
sistema, de acordo com a necessidade e com o que se espera de resultados. O
projetista também deve considerar, no ato do projeto e instalação do sistema,
disponibilizar interfaces adicionais que estejam prontas para integrações
futuras, permitindo que o usuário possa adicionar novas tecnologias em sua
residência com o passar do tempo, caso julgue necessário ou queira dispor do
recurso.

Tipos de automação residencial


Tratando-se da definição de automação, é possível classificá-la dentro de cinco níveis.
Essa mesma definição vale para a automação industrial e predial.

A tabela 3, a seguir, mostra a classificação e descrição dos respectivos níveis:

Tabela 3. Classificação de equipamentos de automação.

Nível Definição Aplicação


Controladores programáveis, Nível empregado a componentes, dispositivos e máquinas localizados em um chão de fábrica, onde
1 comandos, máquinas, motores é possível efetuar a automação por meio de controladores programáveis.
e inversores No nível 1 podemos citar como exemplo máquinas de embalagem e linhas de produção/manufatura.
Provém do nível em que existe algum tipo de supervisão agregada a um determinado processo. O
Supervisão e interface homem-
2 nível 2 pode atuar como um concentrador de informações sobre o nível 1 e também das interfaces
máquina
homem-máquina. Podemos citar como exemplo as salas de supervisão predial.
O nível 3 contribui diretamente para que ocorra o controle de determinado processo produtivo. Para que
isso ocorra, um banco de dados armazena e disponibiliza diversos tipos de informações, como os índices
de qualidade da produção, relatórios contendo os dados estatísticos de determinado posto de trabalho
3 Controle do processo produtivo
ou processo produtivo, índice de produtividade conforme as especificações do processo, além de possuir
algoritmos capazes de contribuir para que ocorra uma otimização da operação produtiva. Como exemplo
de nível 3, podemos citar um sistema de avaliação e controle de um sistema de água gelada.
Trata-se do nível responsável por efetuar e monitorar a programação e planejamento da produção
Programação, planejamento, por meio da utilização da logística e controle da cadeia de suprimentos. Esse tipo de nível costuma
4 logística e controle de ser aplicado em diversos tipos de controle de estoque e de suprimentos, principalmente de insumos
suprimentos e produtos que apresentam características sazonais ou que apresentam variação ou dependência de
acordo com as variações geográficas.
5 Gerenciamento dos recursos O nível cinco é o mais elevado do conjunto e é o responsável por administrar os recursos da
da empresa, vendas, finanças empresa voltados para a gestão financeira e gerenciamento de vendas, realizados por meio de
e custos softwares.
Fonte: adaptado de (MORAES e CASTRUCCI, 2007).

26
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

Qualquer sistema de automação é definido e implementado conforme as


necessidades dos usuários, sempre com o objetivo de obter resultados otimizados
nos quesitos segurança, qualidade, produtividade e manutenção. Porém, por
apresentar variações na complexidade dos sistemas e dos interesses comerciais
entre usuários e projetistas/empresas fornecedoras de serviços automatizados, a
classificação dos níveis supracitados também pode ser aplicada em hotéis, centros
comerciais, parques temáticos, shoppings, entre outros. Porém, tratando-se de
condomínios residenciais ou especificamente de casas, os níveis de automação
industrial não são aplicáveis.

Para a automação residencial, os níveis de automação são divididos em 3 níveis,


conforme definido pela Home Automation Association (HAA). A definição dos
3 níveis pode ser visualizada na tabela 4.

Tabela 4. Classificação dos níveis automação residencial.

Nível Definição Aplicação


1 Sistemas de Normalmente aplicado em sistemas individuais ou em subsistemas de funções independentes. Tem como
automação característica o funcionamento autônomo e individual, não realizando qualquer tipo de comunicação com outros
sistemas.
Como exemplo, pode-se citar o sensor de presença para o controle automático de iluminação em um cômodo
ou ambiente da casa.
2 Sistemas integrados É o nível de automação residencial utilizado para aplicações em que existem diversos sistemas de automação
integrados que usam um único controle. Porém, o nível 2 de automação residencial só é aplicado a
equipamentos que fazem parte de um sistema integrado, porém em que cada sistema ou equipamento
efetua suas operações de acordo com as especificações ou parâmetros estabelecidos pelos seus respectivos
fabricantes.
Como exemplo, pode-se citar o projeto de ambientes com adaptação luminosa para projeção de sistemas de
áudio e vídeo, em que é possível que todo o ambiente de uma sala seja preparado para a exibição de um filme
por meio de um único comando, por meio de uma central ou controle remoto, que dispara o comando para que
os equipamentos realizem suas adequações necessárias, porém sem interação entre os equipamentos.
3 Integração total dos O nível 3 é aplicado a sistemas de automação residencial em que existe total interação entre todos os sistemas
sistemas disponíveis e instalados em uma casa, por meio de sistemas de supervisão, sistemas abertos de comunicação
entre os equipamentos e por meio de nós inteligentes.
Fonte: adaptado de (OLIVETI E SILVA, 2016).

É importante, na concepção de um projeto de automação residencial, que


profissionais como engenheiros, técnicos, arquitetos e projetistas integradores
de sistemas definam, junto ao cliente/usuário, as funções que deverão ser
aplicadas à residência automatizada, contribuindo para que ocorra um processo
de implementação adequado aos usos dos produtos ou sistemas, sejam eles
individuais ou com integração total do sistema.

Outro fator importante a se considerar é referente à classificação dos níveis


da automação residencial. Deve-se considerar a tecnologia a ser aplicada
em um projeto ou a possibilidade de atualizações futuras, visto que existe
uma enorme variedade de opções em se tratando de avanço tecnológico em
qualquer dos níveis citados acima.

27
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

Aplicações da automação residencial


Segue abaixo uma vasta gama de aplicações de automação residencial e tendências
tecnológicas do setor, além de sistemas dos fabricantes de dispositivos de
automação residencial disponíveis no Brasil e em diversas partes do mundo:

» sensores de presença, dimerizadores, interruptores e minuterias: são


sistemas de automação desenvolvidos por inúmeros fabricantes que
permitem o controle da iluminação ambiente de maneira independente
a outros sistemas de automação residencial. Os sensores de presença
foram desenvolvidos com o objetivo de contribuir para economia
no consumo de energia elétrica e também para a comodidade do
usuário, pois, por exemplo, as luzes de determinado cômodo podem
se acender por meio do sensor de presença enquanto o usuário está
chegando do supermercado com as mãos cheias de sacola. Isso ocorre,
pois, ao detectar a presença de uma pessoa na área definida como
área controlada, os sensores de presença emitem um sinal para que
a lâmpada seja acesa imediatamente. Da mesma forma, o sistema
permite que as luzes sejam apagadas quando houver o afastamento de
pessoas da área controlada e os sinais parem de ser emitidos;

» raios infravermelhos passivos: também chamados de PIR (do inglês


Passive Infra-Red Rays), os raios infravermelhos passivos são capazes
de efetuar a detecção de presença por meio da diferença de emissão
de calor pelo corpo humano comparado ao ambiente que a tecnologia
está abrangendo. Os sensores de raios infravermelhos passivos são
providos de lentes Fresnel, que permitem a distribuição de raios
infravermelhos por diferentes zonas, fator que contribui para uma
maior abrangência do ambiente que se deseja controlar. Um fluxo de
luz também é empregado nos sistemas PIR, eliminando que falsas
detecções causadas pela luz dos raios solares ocorram, bem como são
constituídas de circuitos especiais que contribuem para imunidade a
ondas de radiofrequência, contribuindo assim para uma maior precisão
da área delimitada pelo sistema;

» tecnologia ultrassônica: a tecnologia ultrassônica utiliza o sistema


de sensores de movimentos volumétricos, popularmente conhecidos
como sensores Doppler. Esse tipo de sensor funciona a partir da
emissão de ondas ultrassônicas na área delimitada para o controle;
essas ondas rebatem nas paredes e/ou objetos presentes no ambiente e

28
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

retornam ao sensor receptor desse sinal. Quando ocorre o movimento


de uma pessoa na área controlada pelas ondas ultrassônicas, os sinais
ultrassônicos emitidos retornam com uma variação na sua frequência,
fazendo com que o sistema interprete essa diferença entre os dados
de emissão e recepção como uma detecção de presença. Os sensores
ultrassônicos são providos de um transmissor, podendo haver um ou
mais receptores, de acordo com a necessidade do consumidor ou com
o tamanho do ambiente a ser abrangido. A cobertura da tecnologia
ultrassônica é tão potente que apresenta um grau de sensibilidade entre
portas e divisórias. Porém, a instalação desse sistema deve ser realizada
de uma maneira adequada, a fim de que não ocorram detecções fora da
zona desejada ou delimitada. É importante saber que tapetes, carpetes
e alguns materiais antiacústicos absorvem as ondas ultrassônicas,
afetando a zona abrangente e contribuindo para uma menor área
de cobertura. A eficiência dos sensores ultrassônicos também pode
ser reduzida mediante ao uso de ares-condicionados, ventiladores e
qualquer outro sistema que gere um elevado fluxo de ar no ambiente;

» tecnologia dual: a tecnologia dual combina dois tipos de tecnologias


em sua utilização: a tecnologia de raios infravermelhos passivos e a
tecnologia ultrassônica. A vantagem da utilização da tecnologia duo
é a maior abrangência em se tratando dos controles de iluminação
nas áreas onde os sensores de apenas uma das tecnologias poderiam
apresentar falhas nos sistemas de detecção nos ambientes. A
combinação gerada entre os raios infravermelhos passivos e as
ondas de ultrassom gera a possibilidade de melhor aproveitamento
na detecção de presença, pois apresenta maior sensibilidade e
exatidão de funcionamento. A tecnologia duo funciona a partir do
acionamento da iluminação quando as duas tecnologias detectam a
presença de maneira simultânea, mantém a lâmpada acesa quando
ao menos uma das tecnologias detecta a presença humana e desliga
a luz quando as duas tecnologias detectam que não há mais presença
humana no ambiente. Essa é a configuração padrão da tecnologia
duo, porém o sistema permite que essa configuração seja alterada,
de acordo com as necessidades dos usuários em questão. Como
exemplo, pode-se citar o uso da tecnologia duo em uma sala onde
o fluxo de ar gerado por um ar-condicionado poderia provocar uma
falsa detecção de presença pelo sensor ultrassônico. Também se
podem citar escritórios em que as pessoas trabalham sentadas em

29
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

frente ao computador. Por estarem, na maioria do tempo, paradas,


utilizando apenas a digitação como atividade em movimento, os
sensores de raios infravermelhos passivos podem falhar na leitura
dos movimentos, tornando assim o sistema de sensores de ultrassom
mais eficientes para esse tipo de ambiente;

» resistor dependente de luz: conhecido também como fotocélula ou


como LDR, do inglês Lighting Dependent Resistor, essa tecnologia
é provida de um dispositivo que funciona de acordo com a variação
de luz em determinado ambiente. Utilizados amplamente em postes
da rede urbana, ao efetuar a leitura de que um ambiente fica mais
escuro ou claro, um sinal é emitido, e esse sistema realiza a função de
alterar o liga e desliga dos sistemas de iluminação ao anoitecer e ao
amanhecer respectivamente. Da mesma forma que a tecnologia duo
é empregada, a combinação dessa tecnologia (raios infravermelhos
passivos e ondas de ultrassom + fotocélulas) contribui para que ocorra
um maior grau de aproveitamento das tecnologias embarcadas,
resultando em melhores resultados ligados à sensibilidade do
ambiente e extraindo melhores resultados no quesito de exatidão
de funcionamento. Como exemplo, pode-se citar o acionamento de
lâmpadas quando ocorrer a detecção de presença considerando a luz
natural do ambiente delimitado;

» dimerização: é um sistema que controla a intensidade luminosa de um


ambiente por meio da eletrônica;

» minuteria convencional: é um sistema que mantém uma lâmpada ou


conjunto de lâmpadas acesas por um tempo preestabelecido após o
acionamento do comando;

» minuteria digital: também conhecida como interruptor inteligente, a


minuteria digital contribui para o funcionamento do sistema de liga e
desliga de lâmpadas de maneira integrada, e são permitidos diversos
fatores, como:

› a diminuição da intensidade da luz, dentro de um período definido


por meio de pré-ajustes;

› desligar as lâmpadas automaticamente por meio da parametrização


de um temporizador;

30
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

› a função de simulador de presença, mantendo as lâmpadas ligadas


por um tempo e desligadas em outro período, com alternância de seus
intervalos. É um sistema muito utilizado para inibir a ação de bandidos
nos momentos em que as residências estão sem a presença de seus
moradores;

› a função dimerização também pode ser empregada, permitindo


o controle da intensidade das lâmpadas de acordo com os modelos
incandescentes, fluorescentes, lâmpadas de LED, entre outras.

Conforme observado, existem muitos sistemas e dispositivos na automação


residencial que permitem que ocorra uma abrangência total de diversas áreas
a serem controladas. O que difere a escolha entre os tipos de tecnologia é o
atendimento das necessidades em função das características do ambiente que se
deseja controlar, bem como as circunstâncias presentes em cada aplicação e a
relação custo-benefício.

As tecnologias de controle de iluminação em um sistema de automação


presidencial podem ser classificadas como nível 1, uma vez que suas
aplicações são providas de sistemas individuais ou subsistemas que
realizam suas funções de maneira independente, não havendo assim
relação ou interação direta entre os equipamentos.

Nos casos da tecnologia duo e tecnologia duo + fotocélulas, em que as ações


se dão por meio da leitura de dois sistemas, não há interação direta, pois é
permitido que haja a execução da regulagem padrão, bem como a regulagem
customizada. Nesse caso, os equipamentos se comunicam de maneira
independente, e a ação é tomada por meio de um comando executado de
maneira automática, por meio da leitura desses dois sinais.

Tecnologia com comunicação de dados por meio


da rede elétrica

A transmissão de dados por meio da rede elétrica iniciou-se nos Estados Unidos,
no final da década de 1970, por meio do protocolo X10, desenvolvido com o
objetivo de transmitir dados elétricos por meio das linhas de baixa tensão de
115 V, 127 V, 230 V (220 V no Brasil) por baixa velocidade (60 bps nos Estados
Unidos e Brasil e 50 bps na Europa) e de baixo custo.

31
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

Quando conectado a uma rede elétrica, o protocolo X10 não tem a necessidade de
que existam novos cabos para realizar as conexões com os dispositivos por meio da
tecnologia de comunicação via rede elétrica (PLC, do inglês Power Line Carrier).

O protocolo X10 apresenta seu código aberto, ou seja, qualquer fabricante pode
desenvolver e comercializar produtos com esse protocolo. O protocolo X10
é composto de um módulo que contém um transmissor/receptor do X10 que
introduz o dado depois que a senoide da rede elétrica passa pelo ponto zero (60
Hz no Brasil). Esse sinal apresenta a frequência fixa, apesar de ser um sinal muito
pequeno.

É possível introduzir esse sinal nos ciclos positivos ou negativos de determinada


onda senoidal. A codificação desse sinal é binária, ou seja, são classificados em
sinal de bit 0 e sinal de bit 1, conforme o sinal é emitido nos semiciclos da senoide.

O sinal de bit 1 representa um impulso de 120 kHz durante 1 ms. Já o sinal de bit 0 é
representado pela ausência no impulso de 120 kHz no mesmo intervalo de tempo.

Em sistemas de energia trifásica, a transmissão de um impulso de 1 ms é


realizada três vezes para que a passagem pelo ponto zero das três fases
ocorra de forma sincronizada.

Existem três tipos de dispositivos que utilizam o protocolo X10:

» dispositivos transmissores de ordens (apenas enviam ordens);

» dispositivos receptores de ordens (apenas recebem ordens);

» dispositivos transmissores e receptores de ordens (enviam e recebem


ordens).

Os dispositivos transmissores de ordens têm a capacidade de direcionar até 256


receptores. Cada receptor é constituído de dois comutadores, sendo um comutador
provido de 16 números, e outro provido de 16 letras, permitindo que ocorram 255
identificações possíveis.

Dentro de uma mesma instalação, podem existir diversos receptores


configurados para a mesma direção, e todos os receptores realizam uma
função de acordo com o envio da direção realizado pelo dispositivo
transmissor.

Um dispositivo receptor pode receber ordens de diversos transmissores

32
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

Esse tipo de tecnologia, quando aplicado de forma padrão, é classificado


como nível 1 de automação presidencial, porém há casos específicos em que o
sistema permite que a programação e a supervisão sejam realizadas por meio
de computadores, elevando então essa tecnologia para o nível 2 de automação
residencial.

Tecnologia para automação de cortinas, persianas


e toldos

A tecnologia para a automação de cortinas, persianas e toldos ocorre a partir


da motorização desses sistemas por meio da utilização de motores de 110/220
VCA ou 24 VCC, permitindo que ocorra a movimentação desses dispositivos
por meio de um simples clique. Por possuir interfaces compatíveis com alguns
dos principais protocolos de comunicação que são empregados nos sistemas de
automação residencial, esse tipo de aplicação permite que ocorra a integração
entre as interfaces de automação residenciais existentes no mercado.

Esse tipo de tecnologia é classificado de acordo com o seu tipo de aplicação.


Quando o sistema de automação de cortinas, toldos e persianas for independente,
é classificado no nível 1 de automação residencial. Porém, quando o sistema for
integrado por meio de protocolos da automação residencial, essa tecnologia é
classificada como nível 2 de automação residencial.

Tecnologia de sistemas de controle de iluminação


e outros subsistemas

Esse tipo de tecnologia provém de sistemas em que é possível executar a


programação da luminosidade de determinado ambiente. Por apresentar uma
interface amigável, a tecnologia de controle de iluminação e outros subsistemas
permitem que até oito pontos de ambientação luminosa sejam criados e que
ocorram até 48 zonas de iluminação.

A tecnologia de sistemas de controle e iluminação e outros subsistemas


também permite que os controles de outros equipamentos sejam inclusos
no controle de determinado ambiente, como telas de proteção. O sistema é
capaz de comportar 16 presets de ambientação armazenados na memória da
interface.

Também podem ser encontrados outros dispositivos dessa tecnologia que são
constituídos com painéis de dimerização, possibilitando que a abrangência de

33
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

automação de cortinas, persianas e toldos seja maior, resultando em automações


de maiores portes. Esses dispositivos também possibilitam a integração
com sistemas de automação predial, podendo atender de 128 a 512 zonas de
iluminação.

Tecnologia de central de controle e automação


para edifícios e residências

A tecnologia de central de controle e automação para edifícios e residências foi


desenvolvida nos Estados Unidos por meio da criação da tecnologia integrada
AMX, em que uma central realiza o controle de diversos subsistemas como áudio e
vídeo, iluminação, cortinas e diversos outros equipamentos por meio de um painel
de comando integrador no qual é possível efetuar as configurações e controles dos
recursos integrados.

Por meio da utilização de um painel equipado de radiofrequência, esse tipo de


tecnologia é classificado como nível 2 na automação residencial pelo fato de que
a central AMX utiliza um único controle de automação dos sistemas integrados.

Outra possibilidade é a aplicação da tecnologia Creston, um sistema de controle


de automação que realiza a comunicação com outros subsistemas de refrigeração
e climatização, também desenvolvido nos Estados Unidos, além de permitir a
comunicação com outros subsistemas de automação residencial como áudio e vídeo,
iluminação etc.

A tecnologia Creston permite também que ocorra o acionamento de aquecedores,


banheiras e demais equipamentos, por meio de saídas de relés em seu sistema de
comunicação por radiofrequência.

A classificação da tecnologia Creston está em nível 2 na automação residencial,


pois permite que ocorra a integração de sistemas entre si por meio da utilização
de um único controle, no caso, a central Creston.

Tecnologia de sistemas de automação integrados


em residências

Também conhecida como IHC (do inglês Intelligent Home Control), a tecnologia de
sistemas de automação integrados em residências permite que ocorra o controle da
casa inteligente.

34
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

A tecnologia IHC possui uma central de automação com um sistema de entrada e


saídas composto por sensores e um sistema supervisório que permite que diversos
sistemas sejam controlados, como: sistemas de aquecimento, ar-condicionado,
climatização, iluminação, eletrodomésticos, sistemas de irrigação, cortinas e outros
subsistemas.

O funcionamento da tecnologia IHC é realizado por meio de um


microprocessador que efetua as leituras de entrada, leva os dados coletados
na leitura até o programa do usuário, e as informações são checadas. Havendo
conformidade entre os dados de entrada e as informações, o sistema emite
uma saída dos dados e a execução automática de determinado sistema.

Para esse tipo de tecnóloga, o nível de automação residencial pode ser


classificado como nível 2, em que existe múltiplos sistemas integrados entre
si, ou nível 3, em que ocorre a integração total do sistema.

Tecnologia com utilização da internet

As casas inteligentes também permitem que ocorra o controle do sistema de


iluminação e de aparelhos que estão conectados à rede elétrica por meio do
controle remoto realizado via internet.

Desenvolvida pela International Business Machines (IBM), essa tecnologia


é conhecida como Home Net Center Package e promove total integração dos
sistemas recebidos por um dispositivo chamado Webdyn, permitindo a utilização
da internet para o monitoramento ou controle dos sistemas integrados.

O Webdyn apresenta códigos abertos e permite que os usuários realizem o


controle de eletrodomésticos via rede ethernet por meio da utilização da internet,
utilizando para isso outras tecnologias, como o X10 Modem ou CAD AC Modem.

O Home Net Center Package contribui diretamente para a integração e otimização


de diversos sistemas, a saber:

» sistemas de distribuição de internet com alta velocidade;

» monitoramento remoto de computadores;

» controle de eletrodomésticos;

» conexões para sistemas de comunicação de TV, fax e telefone;

35
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

» acesso e controles de aquecedores, ares-condicionados, ventilação e


sistemas de iluminação;

» sistemas integrados de segurança.

O Home Net Center Package tem seu nível de automação residencial


classificado como nível 2 por utilizar a tecnologia centralizada, que permite
a integração dos sistemas entre si, ou classificado como nível 3, pois realiza
o compartilhamento total de informações por meio do dispositivo Webdyn,
contribuindo para integração total de sistemas como segurança, energia e
diversos outros que contribuem para um gerenciamento mais eficaz de uma
residência.

Tecnologias descentralizadas para sistemas de


automação residencial
Existem também algumas tecnologias capazes de promover a comunicação entre os
dispositivos por meio de um sistema aberto, conforme apresentado a seguir:

» Tecnologia Instabus EIB: trata-se de um protocolo chamado


European Installation Bus de comunicação, desenvolvido por
empresas líderes do mercado de materiais elétricos na Europa, que
formam a EIBA – European Installation BUS Association. Essa
tecnologia foi desenvolvida com o objetivo de se estabelecer um
padrão na comunicação de todos os dispositivos de uma instalação
residencial na Europa.

» Tecnologia LonWorks: é uma tecnologia provida de uma topologia de


rede desenvolvida pela Echelon, no início da década de 1990, com o
principal objetivo de solucionar problemas de controle e automação.
A tecnologia LongWorks apresenta uma plataforma tecnológica
de redes de controle por meio de nós. Cada nó é provido de um
computador, fonte própria, e pode ser conectado a aplicativos que
apresentem o sistema de entrada e saídas de dados em sua estrutura,
conhecidos como fontes de I/O (do inglês input/output), permitindo
que os processamentos dos dados de entrada de sensores transmitam
comandos para os atuadores do sistema.

» Tecnolologia Heading: é uma tecnologia que provém de


diversos tipos de sensores de presença e dímeros com diversas
possibilidades. Sua estrutura é composta por um sistema
de automação predial completo que pode ser aplicado nas
residências.

36
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

Tendências tecnológicas de sistemas de


automação residencial

Apesar de pouco difundidas no Brasil, as tendências tecnológicas que serão estudadas


a seguir apresentam um protocolo aberto de comunicação e são reconhecidas
mundialmente, provendo uma das principais tendências no segmento de automação
residencial. A seguir, conheceremos as principais tendências:

» Tecnologia Batibus: trata-se de um protocolo de comunicação entre


os dispositivos de automação residencial com uma velocidade binária
única de 4800 bps, permitindo assim total abrangência das aplicações
de controle e automação residencial e até predial. A tecnologia batibus
utiliza cabo blindado e permite que ocorra conexão ethernet por meio
de cabos de rede coaxial. A única restrição apresentada na tecnologia
batibus é a não capacidade de atribuição de direções físicas idênticas a
dois dispositivos em uma mesma instalação.

» Tecnologia EHS: conhecida como European Home System, trata-


se de uma tecnologia desenvolvida pela Associação Europeia
Home System, abrangendo os maiores fabricantes de produtos
eletrodomésticos, áudio e vídeo, distribuição de energia elétrica, água
e gás, fabricantes de equipamentos elétricos e eletrônicos e operadoras
de telecomunicação, por meio da utilização de um protocolo aberto,
permitindo a possibilidade de conectividade de diversos produtos de
todos os fabricantes envolvidos.

» Tecnologia Konnex: é um tipo de tecnologia desenvolvida para que um


único padrão europeu seja estabelecido, visando à melhoria na qualidade
e na segurança dos dispositivos, sistemas e serviços prestados no âmbito
da automação residencial.

Exemplo de casa inteligente


Para melhor ilustrar as tecnologias citadas neste capítulo, podemos mencionar o
exemplo de algumas funções de casa inteligente por meio de vários sistemas, a saber:

» acionamento de portas, janelas, cortinas e toldos por meio de controle


remoto;

» controle de luminosidade interna por meio da leitura da luminosidade


externa;

37
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

» acesso à casa por meio de sistemas de leitura biométrica ou leitura da


íris, em substituição das fechaduras com chaves tradicionais;

» integração dos sistemas de telefonia e comunicação, permitindo que o


morador possa cessar a secretária eletrônica ou atender o interfone
usando qualquer telefone disponível dentro de casa;

» acionamento integrado de todas as luzes de uma casa, podendo ser


internas, externas ou ambos os ambientes, por meio da utilização de
um controlador digital. Esse controlador digital permite que diversas
funções possam ser parametrizadas, podendo assim definir funções
específicas para o horário diurno, noturno, festas, entre outros;

» sistemas de irrigação em que é possível dosar a quantidade de água por


meio da criação de parâmetros de zonas de irrigação, permitindo que
a quantidade necessária de água seja dosada de acordo com o tipo de
planta ou conforme horários definidos nos parâmetros. Esse sistema
também é capaz de identificar períodos em que não ocorram chuvas e
realizar o sistema de irrigação de maneira diferenciada;

» monitoramento de áudio integrado, possibilitando a parametrização


e controle do som de qualquer ambiente a partir de qualquer lugar
da casa;

» sistemas de climatização que contribuem para que a temperatura


dentro da residência seja controlada a distância ou seja programada
para resfriar ou aquecer em determinadas horas do dia ou por meio da
leitura da temperatura do ambiente externo;

» sistemas de aquecimento de piso, que podem ser instalados nos


ambientes mais frios da casa ou mesmo na casa toda, cujo acionamento
ocorre quando a pessoa chega em casa, acorda ou adentra em
determinado cômodo;

» sistema de integração dos sistemas de áudio e vídeo com o sistema de


iluminação, de segurança e de telefonia, em que é possível realizar o
ajuste automático do ambiente mais adequado para aquele momento
ou hora do dia por meio da escolha do filme. Essa integração permite
também que uma mensagem de atenção seja emitida caso a campainha
ou telefone sejam tocados; as luzes se acendem imediatamente e o filme é
pausado de maneira automática;

38
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

» fechaduras inteligentes, que funcionam por meio de senha, cartão


magnético ou cartão de aproximação, em que é possível armazenar
informações de datas e horário, bem como de quem acessou os
ambientes da casa;

» controle periférico, em que um alarme é disparado caso haja


interrupção do sistema emissor de infravermelho. Seu uso é comum
para substituir as cercas elétricas, por exemplo;

» sistema de cofre eletrônico, em que ocorre o registro de data e horário


de sua abertura por meio de um teclado digital;

» regulagem e ajuste de posição e temperatura de cama, conforme


especificado pelo usuário;

» sistema de purificador de ar que identifica a qualidade do ar ambiente


e liga o purificador automaticamente;

» sistema de aspiração a vácuo, realizado por meio de uma central, em


que é possível realizar a sucção do ar por meio de uma tubulação com
baixíssimo grau de ruído, com a vantagem de não ser necessário o
deslocamento do aspirador de pó.

Analisando os exemplos supracitados, pode-se notar que as aplicações de


automação residencial não apresentam aspectos corporativos, como apresentam
os sistemas de automação industrial e predial. Essa diferença ocorre devido
à opção de customização dos ambientes residenciais de acordo com os hábitos
particulares do usuário ou até mesmo dos costumes da família.

Apesar dessa diferença, em alguns casos específicos, podem ser aplicado alguns
sistemas de automação que apresentem aspectos industriais, como em alguns
condomínios residenciais de alto padrão, por exemplo, em virtude da otimização
de processos e de melhor grau de planejamento sistêmico com foco na qualidade
e no lucro que esses sistemas podem proporcionar.

39
CAPÍTULO 3
Automação industrial

Conforme estudado no capítulo anterior, a automação é uma palavra que traz


à mente o pensamento de aplicações futuristas, modernas e com certo grau de
independência na execução de suas atividades, tudo isso graças ao elevado grau de
desenvolvimento de produtos e processos com avanço tecnológico.

No mercado de trabalho, atualmente, o ramo industrial vem expandindo a aplicação


de automação nos últimos anos, seja na automação de um processo de fabricação,
em uma linha de montagem, em máquinas injetoras, usinagem, robôs, entre outros.
Também é possível a aplicação da automação nas indústrias com o objetivo de
controlar a comunicação de dados, como a gestão de paradas de máquinas em tempo
real, monitoramento de OEE, leitura de código de barras de componentes a serem
montados em uma linha de produção, dados de produtividade e manutenção de
equipamentos, entre outros, que são executados, em sua grande maioria, por meio
dos Controladores Lógicos Programáveis (CLPs), conectados a sistemas de controle
eletrônicos.

Os equipamentos realizam a comunicação de dados por meio dessa estrutura CLP


se conectando às máquinas em uma rede de área local LAN (Local Area Network,
em inglês). Toda essa estrutura é conectada em um terminal ou servidor, que
geralmente distribui as informações para os setores pertinentes da indústria,
principalmente os setores de gestão de produção e de manutenção. Em outras
palavras, cada CLP é conectado a uma rede de dados, que envia as informações
desejadas para os outros setores por uma conexão ethernet.

No exemplo supracitado, o setor de gestão da produção alimenta o sistema


automatizado com, por exemplo, a informação de uma meta com o número total
de peças que deverão ser produzidas em determinado dia ou turno de trabalho. Os
CLPs retornam a leitura realizada em todo mapeamento produtivo automatizado
para o setor de gestão de produção, com a quantidade de peças boas e de peças
não conformes que uma máquina ou posto de trabalho produziu, a indicação se
equipamento está parado ou em funcionamento. Já o setor de manutenção costuma
receber as informações pertinentes a paradas de máquinas, o tempo e o motivo dessas
paradas, a taxa do tempo de manutenção pelo tempo de produção, e também pode
emitir o controle de manutenção periódica, contribuindo para uma melhor gestão de
manutenção preventiva.

40
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

Esses dados, por exemplo, podem prover informações a um novo programa de


CLP que será inserido em uma máquina por uma unidade remota, permitindo
que essa comunicação de dados contribua para um maior grau de automação da
indústria, gerando mais comunicação de dados semelhante aos sistemas de LANs
e e-mail entre os departamentos.

Dessa forma, a automação contribui diretamente para que algumas funções


específicas utilizem o sistema de comunicação de dados automatizados, como:

» relatórios de projetos;

» instalações de equipamentos;

» produção de um turno ou dia de trabalho;

» compartilhamento de tempo de paradas, tempo produtivo;

» datas e prazos;

» entre outros.

No ramo industrial, o método utilizado para facilitar a compreensão referente à


comunicação de dados e como ela ocorre é a utilização do modelo de referência de
interconexão de sistemas abertos OSI (Open Systems Interconect, em inglês), descrito
na norma internacional de qualidade ISO (International Organization for Standards,
em inglês).

Tipos de automação industrial


No início do desenvolvimento e aplicação dos CLPs, as empresas fabricantes de
computadores criaram métodos em que era possível executar os trabalhos somente
com os controladores de suas próprias marcas. Porém, com o passar do tempo,
tornou-se necessário que o desenvolvimento de uma arquitetura comum fosse
realizado, com o objetivo de permitir a conexão entre os equipamentos de diversas
máquinas diferentes em uma rede empresarial. Esse desenvolvimento tornou-se
necessário, pois a maioria das indústrias possuía em seus equipamentos de chão de
fábrica diversas máquinas de controladores diferentes para os seus robôs, além do
aumento da utilização de máquinas de comando numérico computadorizado (CNC).

Atualmente, as empresas utilizam o modelo OSI de sete níveis em suas


comunicações de dados eletrônicos. Essa estrutura colabora para que
determinada aplicação utilize o melhor nível, de acordo com a aplicação

41
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

desejada. É permitido que um sistema utilize quantos níveis de OSI forem


necessários, sendo os níveis de OSI mais baixos classificados como níveis
mais simples e utilizados praticamente em quase todos os tipos de aplicações.

A tabela 5 mostra os sete níveis de OSI existentes.

Tabela 5. Níveis do modelo OSI.

Nível Nome (português) Nome (inglês)


1 Físico Physical
2 Linha de dados Data link
3 Rede Network
4 Transporte Transport
5 Sessão Session
6 Apresentação Presentation
7 Aplicação Application
Fonte: adaptado de (OLIVETI E SILVA, 2016).

Os níveis 4, 5, 6 e 7 são classificados como os níveis mais complexos de OSI e são


empregados somente em sistemas com maior grau de sofisticação ou automação.
Nesses tipos de sistemas, as trocas de sinais realizadas na transmissão de dados
são consideradas os meios de organização e sincronismo do compartilhamento das
informações, uma vez que os níveis mais elevados de OSI realizam a troca ordenada
de dados e a solução de problemas de diferentes tipos de informações de maneira
assegurada, permitindo que os processos de aplicação sejam capazes de realizar o
acesso ao ambiente de comunicação OSI.

Esses tipos de sistemas são facilmente encontrados em fábricas com elevado grau
de automação e também na manufatura integrada por computador (CIM, do inglês
Computer Integrated Manufacturing), permitindo um maior grau de conexão às
redes de fábricas, indústrias, escritórios, entre outros.

Aplicação da automação industrial

O formato de dados que são utilizados em processos de automação industrial é


um aspecto muito importante em um sistema, pois assegura maior confiabilidade
na transmissão das informações de um sistema para o outro. Sendo assim, para
assegurar essa premissa, existem dois principais formatos de dados que são
empregados na automação industrial, a saber:

» American Standard Code for Information Interchange


(ASCII): é um sistema desenvolvido pelo Instituto Americano de
Normas (ANSI, do inglês American National Standards Institute),
42
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

que permite a comunicação de dados por meio do código padrão


americano para troca de informações;

» Extended Binary Coded Decimal Interchange Code


(EBCDIC): desenvolvido pela International Business Machines
(IBM), o EBCDIC foi criado para a troca de informações de códigos
decimais binários.

O padrão EBCDIC tornou-se o mais aceito entre os usuários de automação


industrial. Porém, o ASCII também obteve uma boa taxa de utilização pelas
fábricas.

Ethernet e IEEE 802

No início da década de 1990, um grupo de fabricantes da Intel, da Digital


Equipment Corporation (DEC) e da Xerox uniu-se para desenvolver um conjunto
de normas para as LANs por meio da elaboração de normas chamada ethernet,
cuja referência é o nível 1 de linha de dados do modelo OSI.

Na mesma década, o Institute of electrical and Electronics Engineers (IEEE) criou


um comitê para elaborar normas para as LANs, de nome IEEE 802.

Após a aprovação desses respectivos conjuntos de normas, os dois padrões de


normas foram aplicados a uma série de produtos correntes à época.

Protocolo MAP

O protocolo de automação da Manufatura (MAP, do inglês Manufacturing


Automation Protocol) foi desenvolvido pela empresa GM (General Motors) com
o objetivo de tornar compatíveis todos os demais protocolos que eram aplicados
em seus diversos equipamentos de sua linha de montagem. O protocolo MAP
permitia que os equipamentos de diferentes marcas e aplicações presentes em
seu chão de fábrica realizassem uma comunicação direta e assertiva por meio
de um sistema LAN.

A padronização do protocolo MAP contribuiu para grande expansão desse


sistema, que posteriormente foi empregado em empresas do segmento
automotivo concorrentes da GM, como a Ford e a Chrysler.

43
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

O protocolo MAP foi muito importante no desenvolvimento da automação


industrial e serviu como base para o estabelecimento de padrões LANs utilizados
e empregados na automação até os dias de hoje.

Protocolo TOP

O protocolo TOP foi desenvolvido no final da década de 1980 pela companhia


aérea Boing Aircraft Company. Do inglês Techical Office Protocol, o protocolo
TOP permitiu que ocorresse a conexão entre um enorme número de computadores,
contribuindo para a otimização na concepção de projeto e de manufatura de
aeronaves.

Apesar de ser um protocolo utilizado na manufatura, o protocolo TOP destaca-se


por ser mais empregado a projetos. Sendo assim, o protocolo TOP apresenta
padrões que facilitam sua empregabilidade em sistemas CADD (Comuter Aided
Design and Drafting – Projeto e Desenho Auxiliados por Computador, em
Português), CAM (Computer Aided Manufacturing – Manufatura Auxiliada
por Computador, em português) e diversas funções que eram relacionadas a
atividades de escritório, como envios, recebimentos e contabilidade.

O protocolo TOP tornou-se uma linguagem padrão para as LANs utilizadas em


escritórios de fábricas e indústrias, uma vez que é possível conectar as células de
trabalho com a manufatura tradicional, permitindo que tarefas sejam executadas
de acordo com a sua aplicabilidade em equipamentos que sejam compatíveis com
o protocolo TOP, contribuindo assim para que ocorram conexões a redes com
equipamentos que apresentem conformidade com o protocolo MAP e até mesmo
outros protocolos.

Protocolo de controle de transmissão e protocolo


internet

Também conhecido como TCP/IP (do inglês Transmission Control Protocol/


Internet Protocol), o protocolo de controle de transmissão e protocolo de internet
foram desenvolvidos para aplicação nos níveis de rede e transporte (níveis 3 e 4,
respectivamente) do modelo OSI.

O protocolo de transmissão TCP foi criado para o nível de transporte do modelo OSI.
Já o protocolo de IP foi criado para o nível de rede do modelo OSI. Juntos, formam
o protocolo TCP/IP e contribuem para que equipamentos de diversas marcas, de
diversos fabricantes, possam enviar e receber dados por uma ou mais redes.

44
ENERGIA E AUTOMAÇÃO │ UNIDADE I

O conjunto de protocolos TCP/IP foi desenvolvido pelo Department of Defense


(DOD) dos Estados Unidos, partindo da necessidade de que os computadores
utilizados nas faculdades americanas pudessem se conectar a um enorme conjunto
de equipamentos localizados em diversos departamentos do governo norte-
americano, contribuindo para diversas pesquisas para os órgãos governamentais
dos Estados Unidos.

O DOD criou uma rede de projetos de pesquisas avançadas chamados de


Arpanet, do inglês Advanced Research Projects Network, que utilizou o
protocolo TCP/IP para que todos os tipos de computadores pudessem acessar
diversos tipos de informações disponíveis em outras redes que eram operadas
por agencias governamentais e até por empresas que prestavam serviços ao
governo norte-americano.

Sistema MMS
O sistema MMS, do inglês Manufacturing Message Specificatin (MMS), apresenta
uma estrutura similar ao modelo OSI, por também apresentar sete níveis em
sua estrutura. O sistema MMS foi desenvolvido com o objetivo de melhorar a
comunicação entre os dispositivos que não eram similares dentro de uma mesma
rede, contribuindo para que houvesse o compartilhamento de dados entre esses
dispositivos.

Dessa forma, tornou-se possível a comunicação entre um dispositivo que realiza


medidas dimensionais e inspeção de peças com as máquinas, equipamentos e
dispositivos de usinagem e manufatura, assegurando melhor índice de qualidade
e atendimento às especificações nos processos de fabricação de determinado item,
componente ou produto.

O sistema MMS também contribuiu também para que um controlador


pudesse enviar dados para um robô, permitindo a manipulação de matérias
e de computadores utilizados no controle de qualidade, permitindo que
dados e rastreabilidade pudessem ser arquivados e consultados a qualquer
momento, seja para investigar um problema ocorrido em campo, para melhorar
performance e processos existentes, ou até mesmo para desenvolver novo
produtos manufaturados.

Padrões Europeus: Fieldbus


Da mesma forma que novos protocolos de rede estavam sendo desenvolvidos
e aplicados nos Estados Unidos, a Europa também desenvolveu um sistema
semelhante ao modelo OSI de sete níveis, chamado de sistema Fieldbus.

45
UNIDADE I │ ENERGIA E AUTOMAÇÃO

O Fieldbus utiliza cinco níveis de seu sistema para alcançar as mesmas normas
norte-americanas por meio da combinação do nível físico com o nível de linha de
dados pelo conjunto de normas IEC 61158 e IEC 61784.

O sistema Fieldbus também permite que ocorra uma combinação entre os níveis
de sessão presentes no Automation Protocol, de modo que a parte mais baixa do
nível de aplicação dentro do modelo possa ser aplicada ao protocolo de automação.

Padrão Profibus

O padrão Profibus é uma rede de dados desenvolvida pela Siemens com base nos
protocolos estabelecidos no padrão Fieldbus, elevando o nível de conhecimento para
a concepção de novos softwares e equipamentos que podem se conectar com os
sistemas existentes nos Estados Unidos.

Modem
Modem é o um equipamento responsável por realizar a transmissão de informações
de um computador pela rede telefônica, por meio de uma ligação remota.

A principal função de um modem é realizar uma codificação por meio do sinal


modulador da informação serial de determinado computador. Existem diversas
técnicas de codificação e, por consequência, diversos tipos de modem. Dos principais,
podem-se citar dois tipos:

» modem banda larga (broadband): também conhecido como


modem analógico, o modem de banda larga tem a capacidade de
ocupar uma banda do canal de telefonia por meio de uma banda bem
mais larga, de acordo com a frequência da portadora e o método da
modulação;

» modem banda-base (base-band): também chamado de modem


digital, utiliza uma codificação que mantém a banda original, não
ocorrendo assim modulação da banda original.

46
COMPONENTES DE UNIDADE II
AUTOMAÇÃO

CAPÍTULO 1
Controlador Lógico Programável (CLP)

O controlador lógico programável (CLP) é um equipamento eletrônico muito


utilizado em sistemas de automação em virtude de ser um dispositivo muito eficaz
e versátil para acionar ou controlar sistemas.

Um CLP permite que a lógica de programação seja desenvolvida e customizada de


acordo com a necessidade de aplicação e com o acionamento das saídas (outputs) em
função das entradas (inputs), permitindo que ocorra a associação dos sinais de entrada
para o controle de atuadores ligados aos pontos de saída.

O CLP foi desenvolvido no final dos anos 1960, em virtude de necessidades da


indústria automobilística, que empregava muito tempo e dinheiro na modificação
da lógica de controle dos seus painéis de comando para cada alteração necessária
nas linhas de produção e montagem. Para sanar esse cenário e otimizar os recursos,
tornou-se necessário encontrar um sistema que atendesse a alguns requisitos e
características, a saber:

» permitir uma linguagem de programação familiar e intuitiva aos


comandos elétricos;

» facilidade na programação;

» permitir alterações nos programas sem que houvesse necessidade de


mexer na parte física;

» ser mais confiável em comparação aos painéis de comando a relé, muito


popular na época;

» apresentar tamanho compacto e custo reduzido;

» ter manutenção fácil e de baixo custo.


47
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Foi pelas necessidades supracitadas que surgiu o CLP.

O CLP é um controle universal que permite sua aplicação em diversos sistemas no


mundo todo, por meio do qual é possível alterar, ampliar e otimizar os processos
de comando, além de apresentar um programa de armazenamento de memória,
permitindo que algumas lógicas de programação sejam salvas no dispositivo.

Em processos de controle com CLP, é possível reconhecer uma sequência de


operações, a saber:

» efetuar a medição das alterações realizadas em variáveis controladas;

» traduzir as mudanças ocorridas nas variáveis para sinais que podem ser
utilizados pelos elementos finais de controle;

» transmitir sinais até os atuadores, responsáveis por realizar as operações


de processo e controle;

» aplicar os sinais traduzidos aos elementos finais de controle, com o


objetivo de efetuar correções necessárias;

» efetuar a confirmação da realização dessas correções;

» monitorar o sistema controlado;

» realizar manutenção no sistema de acordo com as condições de controle


iniciais.

Estrutura básica de um CLP


Na figura 5, pode-se observar um diagrama que identifica os componentes básicos
de um CLP.

Figura 5. Estrutura básica de um CLP.

Programa
do CLP

Módulo de Módulo de
CPU
entrada saída
Módulo de
entrada

Variáveis de Variáveis de
entrada saída

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

48
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

Os componentes presentes no diagrama são descritos a seguir:

» variáveis de entrada: são os sinais recebidos pelo CLP. Esses sinais são
externos e podem ter origem nos sensores de determinado processo
controlado ou em comandos que são gerados por um operador;

» módulo de entrada: é o dispositivo responsável por converter os sinais


externos em sinais capazes de serem processados por um CLP;

» programa do CLP: é a sequência de instruções que define a maneira


como o CLP executará as ações de controle programadas;

» CPU (Central Process Unit): é a central de processamento em que os


sinais externos são processados, em conformidade com a programação
disponível ou armazenada em sua memória;

» modulo de saída: trata-se do dispositivo responsável por converter os


sinais gerados pela CPU para que possam ser utilizados pelos atuadores;

» variáveis de saída: são dispositivos que estão conectados aos pontos de


saída de um CLP, com a função de executar as funções de comando no
processo controlado.

Sistemas de malha de controle


Em qualquer sistema de controle, utilizam-se dois tipos de malha de controle: a malha
aberta e a malha fechada. A seguir, uma definição sobre cada uma dessas malhas:

» malha aberta: é o tipo de malha utilizada quando o sistema é executado


com base no tempo. Ou seja, a malha aberta é empregada quando o
sistema realiza todo o processo de controle e não analisa as condições
finais do processo. Como exemplo, pode-se citar uma máquina de lavar
roupas, em que o ciclo realizado é sempre o mesmo, independentemente
de a roupa estar limpa ou suja no final da operação;

» malha fechada: é o tipo de malha utilizado quando o sistema de controle


efetua a análise das condições finais do processo, realizando uma
comparação entre um valor inicial e o dado da leitura em tempo real,
decidindo assim se reiniciará ou não o processo de controle. Como
exemplo, em um chuveiro, a temperatura da água é regulada por meio
da abertura ou fechamento da torneira ou registro, até que a temperatura
desejada seja obtida. Caso ocorra variação na temperatura desejada,
abre-se ou fecha-se a torneira ou registro, com objetivo de alcançar a
temperatura desejada novamente.

49
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Definições importantes em um sistema de


controle automático
Em um sistema de controle automático, as nomenclaturas são utilizadas de maneira
padrão, de modo a haver compreensão imediata quando forem encontradas. A
seguir, conheceremos as nomenclaturas mais utilizadas em um sistema de controle
automático:

» variável controlada: trata-se da quantidade ou propriedade física


que será medida ou controlada. Exemplo: temperatura de uma sala,
velocidade de torração de um motor elétrico, tempo de um ciclo de
máquina etc.;

» set point: trata-se do valor de ajuste da escala do CLP, ou seja, é o valor


de referência em que deve ser mantida a variável controlada. Exemplo: a
temperatura do ar-condicionado de uma sala deve ser mantida em 20ºC;

» desvio: é a diferença entre o set point (padrão) e o valor medido ou


encontrado (real) da variável controlada. Exemplo: se o set point de
temperatura de ar-condicionado de uma sala é de 20ºC, e a medição
encontrou 18ºC, o desvio é de 2ºC.

De modo a compreender o fluxo de informações que utilizado por determinado


sistema de controle, é necessário que ocorra a admissão do controlador como ponto
de referência do sistema, de modo que:

» as entradas são as informações ou sinais que são elementos sensores


para os controladores, ou seja, são sinais e informações que saem do
campo;

» as saídas são os sinais ou informações que saem do controlador, sendo


posteriormente direcionados para o atuador, o elemento final de
controle.

Classificação das entradas e saídas


As entradas e saídas podem ser classificadas conforme o tipo de sinais, a saber:

» sinais binários: também chamados de sinais digitais, são o tipo de


sinal provido de duas condições bem definidas, por meio da variável
controlada em função do tempo. Exemplo: comando liga e desliga de
um motor elétrico;

50
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

Figura 6. Gráfico de um sinal binário.

Variável
controlada

Tempo
Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» sinais analógicos: é o tipo de sinal que apresenta diversos valores


dentro de uma faixa contínua de medição, por meio da variável
controlada em função do tempo. Exemplo: medida de pressão em
uma tubulação e fluido refrigerante.

Figura 7. Gráfico de um sinal analógico.

Variável
controlada

Tempo
Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Todo sistema de controle possui entradas e saídas. Como existem dois tipos de
sinais que são utilizados em um sistema de controle, e isso requer que todo sistema
de controle seja provido de:

51
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

» entradas digitais: também chamadas de entradas binárias, trata-


se dos sinais ou informações que o controlador recebe do campo e
que são do tipo binário. As entradas digitais são representadas pelas
siglas BI (Binary Input) ou DI (Digital input). Exemplo: posição de
um contato de um termostato;

» entradas analógicas: sinais ou informações que o controlador recebe


do campo e que são do tipo analógico. As entradas analógicas são
representadas pela sigla AI (Analogic Input). Exemplo: sinal de um
sensor de temperatura ou pressão;

» saídas digitais: também chamadas de saídas binárias, trata-se dos


sinais ou informações emitidas dos controladores para o campo, do
tipo binário. As saídas digitais são representadas pelas siglas BO
(Binary Output) ou DO (Digital Output). Exemplo: comando liga e
desliga de um motor elétrico;

» saídas analógicas: sinais ou informações emitidas dos controladores


para o campo, do tipo analógico. As saídas analógicas são representadas
pela sigla AO (Analogic Output). Exemplo: comando de um inversor de
frequência.

A estrutura de um CLP é dividida em três etapas:

» entradas: programações inseridas no CLP por meio de linguagem padrão;

» processamento: etapa em que ocorre a leitura da programação e a


transformação dos dados;

» saída: é a transformação dos dados em algum comando ou ação.

Em um sistema de controle, os sinais de sensores são aplicados às entradas do CLP,


e, a cada ciclo, ocorre a leitura dos sinais, que posteriormente são transferidos para
uma unidade de memória interna, onde ocorre o processamento de acordo com os
dados inseridos na programação. Após o processamento, ocorre uma transferência
dos resultados para uma unidade de memória de saída e a aplicação da ação ou
comando por meio dos terminais de saída. Esse esquema pode ser visualizado na
figura 8.

52
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

Figura 8. Ciclo de funcionamento de um CLP.

Inicialização

Leitura das entradas e atualização da memória

Programa

Atualização da memória de saía e aplicação aos


terminais de saída

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Dispositivo de programação CLP


Todo CLP é provido de uma ferramenta de programação e diagnóstico. Sua aplicação
serve para diversas funções, a saber:

» programação;

» testes;

» instalações;

» detecção de erros;

» documentação do programa;

» armazenamento do programa

O armazenamento do programa, de forma geral, é um software específico que é


fabricado por diversas empresas, contendo os seguintes módulos:

» inserção, elaboração e modificação ode programas;

» verificação da sintaxe do programa e dos dados inseridos para


minimizar a quantidade de erros na programação;

53
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

» conversão do programa em informações que podem ser lidas e


processadas pelo CLP;

» comunicação de dados entre o software, por meio de um computador, e


o CLP;

» auxiliar o programador na escrita, correção e testes dos programas;

» testar a sequência dos programas por meio de operações passo a passo;

» configuração de hardware;

» verificação da impressão do programa, com dados, identificadores e


comentários;

» lista os dados processados;

» descrição de alterações efetuadas;

» realização de uma cópia de segurança do programa em memórias não


voláteis.

Fases de elaboração de um programa CLP

Os programas de um CLP devem ser providos de algumas características que são


fundamentais para um sistema de automação:

» apresentar o menor número de falhas possíveis;

» ter manutenção fácil e simples;

» ter um custo acessível.

Para que essas características sejam atingidas, um programa de CLP deve ser
desenvolvido e testado de maneira sistêmica e ser registrado por meio de uma
documentação detalhada. Para isso, adota-se um modelo de programação conhecido
como modelo de fases.

O modelo de fases é uma estrutura que tem como principal premissa tornar o
trabalho mais objetivo e sistemático, provendo dessa forma resultados mais claros
e confiáveis.

54
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

O modelo de fases apresenta terminologia padrão e pode ser compreendido por


todos os profissionais da área. São aplicados a projetos técnicos e apresentam as
etapas que serão descritas a seguir:

» especificação: trata-se da etapa de formalização da tarefa, em que é


realizada:

› a descrição da tarefa;

› o esquema de tecnologia e posicionamento;

› a estrutura básica da instalação ou do processo;

» projeto: trata-se da etapa de concretização da solução, em que são


requeridos os seguintes itens:

› apresentação gráfica da função e do comportamento de controle;

› representação de funcionamento em diagramas passo a passo;

› apresentação de tabelas-verdade do sistema;

› definição os módulos de programação;

› listagem dos componentes e de diagramas de circuitos;

» implementação: é a etapa em que ocorre a aplicação do projeto,


programando a solução desejada no ato da idealização do projeto. Para
implementar um programa CLP, é necessário:

› efetuar a programação nas linguagens de programação disponíveis;

› realizar simulação dos programas;

» instalação e testes: após aprovação da simulação do programa na fase


de implementação, devem ser seguidas as seguintes etapas:

› construir o layout de instalação;

› testar os módulos de programação;

› testar o programa completo, composto por todos os módulos de


programação testados no item anterior;
55
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

» documentação: após a validação dos testes, é necessário elaborar a


documentação dos programas, que deve ser provida das seguintes
características:

› descrição detalhada das tarefas;

› esquema de posicionamento e tecnologia;

› diagramas de circuito;

› esquemas de conexão de bornes;

› impressão dos programas de controle nas linguagens de


programação;

› lista de alocação das entradas e saídas.

Linguagem de programação Ladder


Também chamada de linguagem de contatos, a linguagem de programação
Ladder é a mais utilizada na programação de CLPs. Essa linguagem foi
desenvolvida para que o CLP se tornasse capaz de substituir os dispositivos
eletroeletrônicos de acionamento.

A linguagem de programação Ladder é um tipo de linguagem de programação


gráfica baseada na representação dos esquemas de comandos elétricos. Ela
torna possível o desenvolvimento de lógicas combinacionais, sequenciais e de
circuitos de lógica. Para isso, utilizam-se como operadores para essas lógicas as
seguintes características:

» entradas;

» saídas;

» estados auxiliares;

» registros numéricos;

» contadores;

» temporizadores.

A figura 9 apresenta os três principais símbolos de programação:

56
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

Figura 9. Simbologia básica de programação.

Contato normalmente aberto

Contato normalmente fechado

Bobina de acionamento

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Funções da programação Ladder


Na programação Ladder, existe uma enorme variedade de funções que podem ser
utilizadas nas linhas de programação dos fabricantes.

Em nosso caderno de estudos, serão apresentadas as principais funções.


Caso tenha desejo no conhecimento e aprofundamento sobre cada função
em especial e outras funções, será preciso realizar uma consulta ao manual
de software específico para cada fabricante de CLP.

» Temporizadores com retardo na energização e desenergização (T):


trata-se da instrução que ativa uma saída depois de determinado
tempo.

» On-delay timer (S-ODT): trata-se do retardo na energização.

Figura 10. Temporizador com retardo na energização.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

57
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

» Off-delay timer (S-OFFDT): trata-se do retardo na desenergização.

Figura 11. Temporizador com retardo na desenergização.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» Contadores (C): trata-se da instrução que ativa uma saída após


determinado número de eventos.

» Contador crescente (S-CU): quando acontece um impulso positivo


na entrada S, o contador é carregado com o valor de carga SC. A cada
novo impulso positivo da entrada CU, o contador realiza a contagem
a partir do valor carregado em SC. Quando ocorrer um impulso na
entrada R, o contador será reiniciado.

Figura 12. Contador crescente.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» Contador decrescente (S-CD): quando houver um impulso positivo


na entrada S, o contador será carregado com o valor de entrada

58
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

SC. A cada impulso positivo da entrada CD, o contador realiza a


contagem a partir do valor carregado em SC. Se houver um impulso
na entrada R, o contador será reiniciado.

Figura 13. Contador decrescente.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» Up-down conter (S_CUD): trata-se da combinação dos contadores


crescentes e decrescentes.

Figura 14. Contador crescente e decrescente.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Arquitetura dos sistemas de supervisão e


automação
A arquitetura dos sistemas de supervisão e automação é representada pela figura 15.

59
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Figura 15. Arquitetura de um sistema de supervisão e automação.

Programador

12 V

Módulo de saída
Compilador CLP 110 V
Saídas

Fonte

Entradas

CPU 12 V
Programa
Módulo de
entrada

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» Programador: é o local onde as programações ladder são realizadas.

» CLP: local que recebe as programações ladder, pela CPU do CLP, por
meio de um cabo de dados. Nessa etapa deve ocorrer a conversão
do programa em linguagem máquina, conhecido como assembly do
controlador, para que o sistema funcione corretamente.

» Compilador: responsável por realizar a conversão do programa em


linguagem máquina. Em outras palavras, o compilador transforma a
linguagem de programação ladder em uma linguagem que o controlador
do CLP seja capaz de compreender e executar.

Com o CLP em estado de funcionamento, ocorre a leitura das posições do


módulo de entrada. Após essa leitura, é efetuada uma comparação com o
programa que está realizando o armazenamento da memória da CPU,
atualizando o módulo de saída.

60
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

Estratégias de supervisão e controle


No exemplo de programação a seguir, a CPU realiza a verificação das duas
entradas do CLP. Caso os endereços 1124.0 ou 1124.1 estejam acionados, a
bobina Q124.0 também é acionada, conforme ilustrado na figura 16.

Figura 16. Exemplo básico de programação.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

A figura 17 ilustra o mapa de entrada e saídas, bem com os seus respectivos endereços.

Figura 17. Módulo de entrada e saída do CLP.

110 V 12 V

Módulo de entrada
Comum

Módulo de saída

Comum

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

61
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

No CLP fabricado pela empresa Siemens, é possível utilizar posições de memórias


chamadas de flags, que atuam como manipuladores dos programas, funcionando
como se fossem bobinas auxiliares. Sua atualização também precisa de endereços no
seguinte padrão: M0.0 M0.1, M0.2, ..., M0.n.

A figura 18 ilustra um exemplo de programação em que posições de memórias para


auxiliar a lógica são utilizados.

Figura 18. Flag, temporizador e selo.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Quando ocorre a ativação do ponto de memória da entrada I124.0, o temporizador


inicia a contagem de tempo. Após 10 segundos do início da contagem, ocorre o
estouro. Esse fenômeno faz com que a M0.0 seja ativada. Após a ativação, ocorre
a inversão dos contatos, e o Q124.0 também é ativado. Caso o temporizador seja
ativado, o selo é responsável por manter o Q124.0 ativado.

Especificações gerais para sistemas de


supervisão e automação
Para que ocorra a especificação adequada de um CLP para determinada automação,
é necessário realizar um estudo de caso para as seguintes variáveis:

» custo-benefício;

» mapear os pontos digitais de entrada;

62
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

» mapear os pontos digitais de saída;

» mapear os pontos analógicos de entrada e saída;

» definir um fornecedor/fabricante que atenda às necessidades requeridas;

» buscar melhor preço e suporte técnico disponíveis no mercado.

63
CAPÍTULO 2
Inversor de frequência

Os circuitos denominados CC-CA realizam a conversão de energia elétrica sob a forma


de dois tipos de corrente:

» corrente contínua (CC);

» corrente alternada (CA).

Esse tipo de conversão acontece por meio dos dispositivos semicondutores de


potência chamados de transistores e tiristores. Há uma enorme gama de aplicação
desse tipo de conversão em diversas áreas que necessitam fornecer amplitude e
frequências variáveis a uma carga de tensão de corrente alternada.

Um exemplo prático é o acionamento de motores a indução, em que é necessário


manter uma relação de tensão-frequência constante para que um conjugado
constante seja obtido. Quando se deseja manter a tensão e a frequência constantes
do motor, varia-se a amplitude da tensão aplicada; e, quando se deseja variar a
velocidade do motor, varia-se a frequência.

Os inversores de frequência são utilizados para a conversão em corrente alternada


nas frequências de 50 e 60 Hertz (Hz) quando há transmissão de energia elétrica por
corrente contínua. Os inversores de frequência também são utilizados nos sistemas
e/ou instalações elétricas em que há elevado grau de confiabilidade, com o objetivo
de fornecer alimentação proveniente de uma fonte com um conjunto de baterias de
corrente alternada.

Os inversores de frequência também podem ser utilizados em aplicações de baixa


e média potências, pois, nessa faixa de potências, os conversores apresentam
grande utilidade na alimentação de equipamentos portáteis, em que a conversão é
realizada por meio de baterias de 12 V e 24 V.

Sistemas de variação de velocidade


Em um sistema de automação, uma característica do funcionamento dos
motores é a variação da velocidade dos motores de indução, que tem relação
com as características elétricas construtivas do motor e da frequência da rede de
alimentação.

64
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

Atualmente, quatro tipos de sistemas de variação de velocidade estão disponíveis


para aplicação em um sistema, a saber:

» variadores mecânicos;

» variadores hidráulicos;

» variadores eletromagnéticos;

» variadores mecânicos.

Variadores mecânicos

Os primeiros variadores de velocidades desenvolvidos e utilizados foram os


variadores mecânicos, cujo principal objetivo era obter uma velocidade diferente
da velocidade nominal do motor.

Os variadores mecânicos são providos das seguintes características:

» apresentam construção estrutural simples;

» são dispositivos de baixo custo;

» apresenta pequena variação na velocidade condicionada a limites


mecânicos e elétricos.

A seguir, conheceremos alguns exemplos de variadores mecânicos mais utilizados:

» polia fixa: dispositivo que provém uma variação discreta na velocidade.


Uma polia fixa pode ser utilizada para redução na velocidade e também
na ampliação da velocidade, caso seja necessário, porém não contribui
para uma variação contínua na rotação do motor;

Figura 19. Polia fixa.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

65
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

» polias cônicas: para obter variações na velocidade de um motor,


um método adotado é o de posicionar a correia do motor sobre a
superfície de polias cônicas. Esse método é empregado em situações
em que não é requerida uma amplitude muito alta na faixa de variação
da velocidade e/ou não são requeridas variações de velocidades que
sejam rápidas e precisas. As polias cônicas são muito eficientes para
que pequenos ajustes de sincronismo mecânico de baixa pressão
sejam executados;

Figura 20. Polias cônicas.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» polias variadoras: as polias variadoras são empregadas em sistemas


em que é necessária uma variação contínua de velocidade. Um
dispositivo mecânico formado por dois flanges cônicos formando uma
polia é empregado no sistema, permitindo que possa se movimentar
sobre o eixo acionado. As polias variadoras contribuem para que
haja uma alteração do diâmetro reativo da correia, reduzindo assim
a sua velocidade por meio da aproximação ou afastamento entre os
dois flanges, fazendo com que a correia suba ou desça de posição, de
acordo com a regulagem efetuada;

Figura 21. Polias variadoras.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

66
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

» motorredutores: contribuem para que ocorra acareação discreta e


contínua da velocidade por meio de um sistema composto por polias
e engrenagens variáveis. Os motorredutores possuem algumas
limitações ou pontos negativos, como o desperdício de energia
elétrica em virtude de o motor de acionamento do motorredutor
funcionar com tensão e frequência nominais. Os motorredutores são
limitados ao uso em baixas e médias potências, pois as engrenagens
presentes em seu sistema não suportam potências elevadas.

Figura 22. Tipos de motorredutores.

Motorredutor de eixos
paralelos
Motores de engrenagens Motorredutor de
helicoidais engrenagens cônicas

Motorredutor de rosca Motovanador Motovanador


sem-fim
Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Variadores hidráulicos

Os variadores hidráulicos são projetados para que ocorra a conversão da potência


hidráulica de determinado fluido em potência mecânica, permitindo assim que
ocorra a variação contínua de velocidade.

O processo de conversão é realizado por meio de um dispositivo composto por


engrenagens planetárias ou por meio de acionamento de pistões, em que ocorre
um controle realizado pelas válvulas direcionais.

67
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Os variadores hidráulicos apresentam as seguintes características:

» rotação entre 5 rpm e 500 rpm;

» torque elevado;

» rotação nos sentidos horário e anti-horário;

» motores de baixa potência;

» baixo custo.

Os variadores elétricos também apresentam algumas desvantagens, a saber:

» layout de instalação amplo em virtude de componentes como bombas,


motores elétricos e tubulações;

» apresenta baixo rendimento;

» o índice de manutenção é elevado;

» apresenta grande índice de perdas nos circuitos hidráulicos.

Variadores eletromagnéticos

Os variadores eletromagnéticos funcionam com base em um sistema de discos


que são acoplados nas bobinas provenientes de campo magnético variável,
permitindo que ocorra alteração no torque e na velocidade da saída do variador.

Os variadores eletromagnéticos apresentam as seguintes limitações:

» não há variação na rotação de saída do motor, ou seja, a rotação de


saída sempre será a rotação nominal do motor;

» pelo fato de o motor sempre girar em sua rotação nominal, um


acoplamento inadequado ocorre quando houver operações no sistema
com torração abaixo da nominal do motor;

» baixo rendimento dos variadores eletromagnéticos;

» o rendimento dos variadores eletromagnéticos pode ser afetado em


virtude de perdas por aquecimento;

» exigem um menor intervalo de manutenção preventiva em virtude da


existência de muitos componentes de tamanho elevado, em que se fazem

68
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

necessários ajustes constantes, além da substituição periódica desses


componentes.

A seguir, podemos conhecer um esquema com os componentes de um variador


eletromagnético.

Figura 23. Variador eletromagnético e seus componentes.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Em que:

1. motor;

2. carcaça do variador;

3. eixo do variador;

4. núcleo de bobina;

5. alçapão;

6. tampa;

7. gerador;

8. rotor;

9. tampa;

10. parafuso;

11. ventilador;

12. rolamento central;

69
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

13. retentor especial;

14. rotor aranha;

15. bobina de campo;

16. parafuso para fixação do núcleo;

17. parafuso para fixação do alçapão;

18. rolamento da tampa;

19. parafuso para fixação da tampa;

20. carcaça;

21. porca e arruela de segurança.

Motor assíncrono de rotor gaiola

Um motor assíncrono de rotor gaiola também apresenta variações de velocidade,


sendo essas variações divididas em dois grupos, a saber:

» variação contínua: é o tipo de variação que pode ser realizada por


meio da variação da frequência, tensão ou escorregamento;

» variação discreta: é o tipo de variação que pode ser realizada por meio
da variação do número de polos.

A relação entre velocidade, frequência, número de polos e escorregamento de um


motor assíncrono de rotor gaiola se dá por meio da seguinte expressão:

Nr = [120 * F * (1-S) / Np]

Em que:

» Np = número de polos (variação discreta);

» S = escorregamento (variação contínua);

» F = frequência de rede de alimentação.

Referente ao número de polos, existem três maneiras de variar o número de polos


de um motor assíncrono, a saber:

» múltiplos enrolamentos separados no estator;

» enrolamento com comunicação polar;

70
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

» a combinação entre os múltiplos enrolamentos separados no estator e


um enrolamento com comunicação polar.

Motores de duas velocidades com enrolamentos


separados

O método de motores de duas velocidades com enrolamentos separados proporciona


a vantagem de realizar a combinação dos enrolamentos com qualquer número de
polos. Apesar da aplicação simples, esse método apresenta limitações em virtude do
dimensionamento eletromagnético do estator/rotor, ou seja, o núcleo do motor.

Motores de duas velocidades com enrolamentos por


comutação de polos

No sistema de motores de duas velocidades com enrolamentos por comutação de


polos, o sistema mais comum é a ligação Dahlander por meio de uma relação de
polos de 1:2, com consequente relação de rotação 1:2.

O sistema de motores de duas velocidades com enrolamentos por comutação de polos


pode ser obtido por meio de três métodos distintos, a saber:

» conjugado constante: é o método em que o conjugado nas duas


rotações é constante. A relação da potência é da ordem de 0,61:1, e
o motor tem sua ligação de triângulo para dupla estrela. Exemplo:
motor de 0,63/1 CV IV/II polos;

» potência constante: é o método em que o conjugado apresenta


relação na ordem de 1:2. O motor é provido de uma ligação de
dupla estrela para triângulo. Exemplo: motor de 10/10 CV IV/II
polos;

» conjugado variável: método em que a relação de potência é de 1:4. É


um método muito aplicado a cargas como bombas e ventiladores. A
ligação do conjugado variável é em estrela para dupla estrela. Exemplo:
motor de ¼ CV IV/II polos.

Variação do escorregamento

A variação do escorregamento de um motor de indução com rotor do tipo gaiola se


dá por meio da variação da tensão estatórica. É um método que apresenta perdas
rotóricas e pequena faixa de variação da velocidade.

71
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Esse sistema normalmente é utilizado nas seguintes condições:

» em aplicações de curta duração. Exemplo: partida lenta de máquinas


por meio de chave soft-starter;

» faixa de potência típica de 1kW a 50 kW;

» faixa de regulação de velocidade de 1:20;

» faixa de variação de velocidade de 500 RPM a 3000 RPM.

Circuitos inversores transistorizados


Os circuitos inversores transistorizados são sistemas que apresentam facilidade de
comutação dos transistores. Porém, seu uso e aplicação são limitados em virtude da
potência de dissipação.

Por esse motivo, os circuitos inversores transistorizados são empregados nos


inversores de 5 kW a 10 kW, chamados de inversores de baixa e média potência.

A seguir, conheceremos diferentes tipos de circuitos inversores transistorizados:

» inversor monofásico em ponte: é provido de quatro transistores


comutados dois a dois, permitindo que a corrente se alterne na carga
da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda. Na figura 24,
podemos visualizar a representação esquemática desse circuito, bem
como a forma de onda de tensão na carga;

Figura 24. Esquema do inversor monofásico em ponte.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» inversor monofásico de fonte com tomada central: nesse tipo


de inversor, dois transistores são responsáveis pela comutação,
permitindo que haja a inversão da polaridade da carga por meio
da ligação de ambos os extremos da fonte de maneira alternada. O

72
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

inversor monofásico de fonte com tomada central necessita de uma


fonte simétrica para que haja alimentação. A figura 25 ilustra o
circuito e sua forma de onda;

Figura 25. Inversor monofásico de carga com tomada central.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» inversor monofásico de carga com tomada central: esse inversor é


provido de um transformador com uma tomada central chamada
de center lap. Essa tomada central simula uma carga simétrica, e a
comutação é realizada por meio de dois transdutores que alternam a
ligação entre os extremos do transformador;

Figura 26. Inversor monofásico de carga com tomada central.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Inversor monofásico com configuração push-pull

O inversor monofásico com configuração push-pull possui uma frequência natural


de funcionamento e não utiliza nenhum tipo de comando externo para ligar ou
desligar os transistores.
73
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Inversor transistorizado trifásico

O inversor transistorizado trifásico é um dispositivo provido de seis transistores e


um circuito de chaveamento para os transistores.

Para que ocorra o chaveamento dos seis transistores, multivibradores operam em


sincronismo de frequência defasados a 120º, com o principal objetivo de simular
as condições de um sistema trifásico real.

As formas de onda dos sinais na base dos transistores e a corrente resultante


em cada fase para os determinados intervalos de condução dos dispositivos são
representadas na figura 27.

Figura 27. Inversor transistorizado trifásico.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Controle da tensão de saída nos inversores


O controle da tensão de saída dos inversores é um problema que deve ser
controlado, para que seja garantido o funcionamento correto do sistema.

Em cenários em que a frequência pretende aumentar a rotação do motor,


é necessário que ocorra um aumento na tensão que seja proporcional para
manter a densidade do fluxo magnético constante nos enrolamentos da

74
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

máquina. Se esse fenômeno não ocorrer, o sistema apresentará redução


no torque. Isso ocorre em virtude da maior reatância apresentada pelos
enrolamentos em frequências mais elevadas, provocando uma redução na
corrente sobre os enrolamentos.

É um efeito contrário ocorre com a redução da frequência. Por esse motivo, é


necessário que se mantenha constante a relação tensão-frequência quando os
inversores forem utilizados para o controle da velocidade dos motores de indução.

Existem alguns processos que são utilizados para o controle da tensão, contribuindo
para que a relação tensão-frequência se mantenha em níveis ideias.

A variação da tensão produzida pelos inversores pode ser conseguida por meio dos
processos descritos a seguir.

Controle de tensão na saída

Trata-se da inserção de um transformador com níveis de tensões ajustáveis, em


que pode ocorrer o ajuste automático por meio da realimentação da tensão no
secundário do transformador (tensão na saída).

Figura 28. Exemplo de controle de tensão na saída.

30 Variáveis
Retificador Inversor M3~
60Hz

Comando Amplificador
do e
inversor servomotor Retificador

Oscilador
de Conversor +-
frequência

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Nesse processo, ocorre um comparativo entre a tensão de saída e a tensão


proporcional à frequência proveniente de um conversor frequência-tensão,
obtendo-se um sinal de erro que comanda a mudança dos níveis de tensões
ajustáveis no transformador, ocorrendo assim o ajuste da tensão de forma
proporcional à frequência do inversor.

75
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

O controle de tensão na saída apresenta as seguintes vantagens:

» a forma de onda não apresenta variação com a frequência;

» o fator de potência alto em virtude da retificação não controlada;

» a possibilidade de partidas suaves no motor por meio do ajuste do


autotransformador, em virtude de a corrente de partida ser aumentada
por causa da relação de transformação que existe entre o primário e o
secundário no transformador.

O controle de tensão na saída também apresenta algumas desvantagens:

» apresenta operações do transformador com tensão constante no


primário e frequência variável. Essa característica requer que as
dimensões do núcleo se aumentem com o objetivo de prevenir que
ocorra saturação magnética nas baixas frequências;

» utilização de um dispositivo eletroeletrônico de potência no


sistema, com o objetivo de alterar a relação de transformação do
autotransformador. Essa característica reduz a capacidade de
resposta do sistema a variações rápidas de carga e/ou de comando.

Controle de tensão na entrada

O método de controle de tensão na saída é um método que apresenta um padrão


na forma de onda que é produzida dentro de uma faixa de frequência, porém
problemas de comutação ocorrem quando o inversor é alimentado com tensões
muito baixas, em virtude de os capacitores de comutação não atingirem a carga
suficiente para desligar os tristores do inversor.

Nos projetos ou sistemas em que o circuito de comutação é dimensionado para que


sua operação seja efetuada em baixa tensão e carga elevada, ocorrem perdas por
comutação nos tristores nas frequências altas.

Essa dificuldade acaba limitando a faixa de variação de frequência a um máximo


de 4:1. Uma fonte de tensão constante é utilizada para carregar os capacitores de
comutação, fazendo com que a capacidade de comutação se torne independente da
frequência de tensão de alimentação e das condições de carga. Esse recurso colabora

76
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

e permite que os limites de variação de frequência sejam ampliados a uma relação


de até 20:1.

O controle de tensão na entrada pode ser obtido por meio dos seguintes fatores:

» transformadores que tenham níveis de tensões ajustáveis na entrada:


um autotransformador é inserido na entrada do retificador, onde
ocorre o ajuste por meio de um processo de controle em malha
fechada, com o auxílio de um servo motor;

» a presença de um retificador controlado: o retificador é controlado por


meio de tristores como fonte de tensão variável, contribuindo para
respostas rápidas e caráter estático do sistema de conversão;

» a presença de um retificador e um conversor CC-CC.

Figura 29. Controle de tensão na entrada.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Controle de tensão dentro do inversor por


chaveamento

O controle de tensão dentro do inversor por chaveamento ocorre por meio


do controle por deslocamento de fase: trata-se da combinação de saída de
dois inversores trifásicos idênticos, com a mesma frequência e que sejam
movimentados pela mesma fonte CC-CC com deslocamento de fase de saída de
um em relação ao outro.

77
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Figura 30. Controle dentro do inversor por chaveamento.

Primário

Vcc

Secundário

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

O deslocamento da fase ocorre por meio do adiantamento ou atraso dos pulsos


para os gatilhos dos tristores de um dos inversores, enquanto os pulsos do outro
são mantidos como referência.

Figura 31. Formas de onda de saída.

120º
30º

150º

60º

90º

Ângulo de
defasagem
Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

78
CAPÍTULO 3
Partida Soft-Starter

O sistema e partida soft-starter chegou ao mercado para substituir os sistemas


de partidas convencionais realizados por chaves do tipo estrela-triângulo ou
chaves compensadoras.

O sistema de partida soft-starter apresenta algumas vantagens em sua aplicação, a


saber:

» colabora para a redução dos esforços realizados sobre os dispositivos


de transmissão durante a partida, como polias, engrenagens, correias e
acoplamentos;

» colabora para o aumento da vida útil do motor;

» reduz o desgaste dos equipamentos mecânicos;

» apresenta interface amigável, contribuindo para facilidade de operação e


manutenção;

» apresenta instalação elétrica fácil e simples;

» pode ser aplicada em ambientes que apresentem até 55ºC de


temperatura.

O sistema soft-starter pode ser aplicado a diversos tipos de sistemas, como:

» bombas centrífugas;

» bombas de vácuo;

» calandras com partida em vazio;

» compressores a parafuso com partida em alívio;

» misturadores;

» ventiladores axiais que apresentem baixa inércia e carga de trabalho


leve.

Parametrização Soft-Starter
Antes da primeira partida de um sistema soft-starter, deve-se executar a
configuração dos parâmetros do equipamento por meio dos seguintes passos:
79
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

» ajuste da tensão inicial: conforme o modelo de chave de partida


soft-starter da WEG Equipamentos Elétricos S.A., deve-se ajustar
a tensão SSW-05 até determinado valor em que o motor comece a
girar por meio do SSW05 Plus pelo comando de acionamento do
sistema;

Figura 32. Ajuste da tensão inicial de sistema soft-starter.

Accel time Motor current


O ponto indica o
ajuste padrão da
fábrica

Pedestal voltage Decel time


Trimpot de ajuste
da tensão inicial

Fonte: adaptado de WEG Equipamentos Elétricos, 2002.

» ajuste do tempo da rampa de aceleração: trata-se do ajuste


realizado para que o motor seja capaz de atingir a sua rotação nominal,
de acordo com a especificação. Deve-se considerar que o tempo máximo
para que a SSW05 Plus possa funcionar com corrente nominal (3 x In)
seja de 10 segundos nos casos em que a relação da corrente SSW05 Plus
com a corrente nominal do motor seja de 1,00 V;

Figura 33. Ajuste do tempo da rampa de aceleração.

Accel time Motor current


Trimpot de ajuste de
tempo da rampa de
aceleração

Pedestal voltage Decel time

Fonte: adaptado de WEG Equipamentos Elétricos, 2002.

80
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

» ajuste da rampa do tempo de desaceleração: é o ajuste que


deve ser adotado apenas em processos de desaceleração de bombas,
com o objetivo de minimizar um impacto mecânico de golpe de aríete,
melhorando o resultado prático da partida soft-starter;

Figura 34. Ajuste da rampa do tempo de desaceleração.

Accel time Motor current

Pedestal voltage Decel time


Trimpot de ajuste de
tempo da rampa de
desaceleração

Fonte: adaptado de WEG Equipamentos Elétricos, 2002.

» ajuste da corrente do motor: trata-se do ajuste que tem como


função definir a relação de corrente da SSW-05 Plus e do motor que
será acionado por ela. Nesse tipo de ajuste, o valor é um parâmetro
muito importante, pois tem a função de definir as proteções do motor
que será acionado pela SSW05 Plus. O ajuste da corrente do motor tem
uma função muito importante no sistema de partida soft-starter, pois
contribui de maneira significativa para as proteções de sobrecorrente,
sobrecarga, falta de fase e rotor bloqueado nos motores;

Figura 35. Ajuste da corrente do motor.

Accel time Motor current


Trimpot de ajuste de
corrente do motor

Pedestal voltage Decel time

Fonte: adaptado de WEG Equipamentos Elétricos, 2002.

81
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Como exemplo de ajuste da corrente do motor, considere os seguintes


dados utilizados em determinado cenário:

» SSW05 Plus utilizada: 30 A;

» Motor Utilizado: 25 A.

O ajuste da corrente do motor se dá pela seguinte divisão:

Imotor
ISSW05 Plus
Logo, o ajuste da corrente do motor será o resultado da divisão de 25
A/30 A, resultando em 0,83. Portanto, o ajuste da corrente deve ser
efetuado em 83%.

82
CAPÍTULO 4
Sistemas supervisórios

O sistema supervisório é um sistema gerido por meio de um software de supervisão


que tem como principal função o controle da automação dos processos.

Um sistema supervisório tem como característica a capacidade de realizar


múltiplas tarefas, pois o software de gerenciamento dá autonomia para que
diversos módulos sejam executados de maneira simultânea.

Os sistemas supervisórios podem ser aplicados em diversos tipos de funções, a saber:

» comando de atuadores de campo;

» monitoramento de dados de processo (exemplo: volume, nível,


temperatura);

» controle de sistemas contínuos;

» controle por processamentos divididos em lotes;

» controles estatísticos;

» controle de alarmes de condições;

» controle de estado de variáveis de um processo;

» emissão de relatórios;

» armazenamento, visualização e controle de dados operacionais.

O sistema supervisório apresenta como grande diferencial a aquisição de dados


com o vínculo bidirecional na automação industrial, em que é possível enviar os
dados de um computador ou servidor para o chão de fábrica, além da possibilidade
de realização da leitura desses dados em equipamentos de aquisição e controle.

Além disso, o sistema supervisório contribui para uma melhor interface de


comunicação, pois é compatível com equipamentos de hardware de diversos
fabricantes por meio de drivers de comunicação.

83
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Terminologia de aplicação de softwares


Alguns termos padrões são adotados em sistemas informatizados de aplicação de
software. A seguir, veremos os principais termos:

» estação (nó): trata-se de um computador capaz de rodar o software


supervisório. Existem dois tipos de estação (nós) em um sistema
supervisório:

› estação local: também chamada de nó local, trata-se da estação que


está em processo de operação ou configuração;

› estação remota: também chamada de nó remoto, trata-se da


estação que pode ser acessada por meio da utilização de um link de
comunicação;

» estação independente: trata-se da estação que tem a capacidade de


desempenhar as funções do sistema supervisório sem que haja uma
conexão ativa a uma rede de comunicação;

Figura 36. Exemplo de estação independente.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» estação servidor de base de dados: também conhecida como servidor


Scada, é a estação que executa a função de aquisição de dados;

» estação de monitoramento e operação: trata-se da estação


onde o operador pode monitorar o processo, além de poder
efetuar alterações dos parâmetros do processo, porém não
permite customização de telas e da base de dados. A estação de
monitoramento e operação apresenta um sistema que reconhece
alarmes em tarefas de operação nos processos, servindo como
ferramenta facilitadora para ações rápidas no ambiente industrial;

84
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

» estação de gerência: é uma estação de consulta de dados realizada


por meio de relatórios gráficos. Só é permitido consultar dados
das operações nessa estação. Reconhecimentos de alarme e
histórico de alteração de parâmetros não podem ser consultados
nessa estação;

Figura 37. Exemplo de tela de estação de gerência.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Programação de atividades

A programação de atividades em sistemas supervisórios é realizada por meio


de um banco de dados que é alimentado pelas informações emitidas pelo
processo por meio das estações de controle local, também chamadas de ECLs.
As estações de controle têm a função de gerenciar os dados para que os outros
módulos dentro do sistema supervisório possam utilizá-los ou aplicá-los às
suas respectivas atividades. A figura 38 mostra a estrutura de um sistema
supervisório.

85
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

Figura 38. Estrutura de um sistema supervisório.

Interface de operação

Módulo scheduler Módulo recipe

Base de dados Módulo matemático Módulo alarm

Módulo histórico Módulo report

Aquisição de dados

Drivers de comunicação

Campo
ECLS

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» Interface de operação: trata-se do desenvolvimento das telas gráficas


com o objetivo de visualizar os comandos do processo de determinado
sistema.

» Driver de comunicação: módulo do software que realiza a leitura e


armazenamento dos dados nas ECLs de campo, conforme o fabricante
da ECL.

» Aquisição de dados: parte do sistema capaz de efetuar a comunicação


com os drivers, colaborando para a interface de dados em uma mesma
base de dados.

» Módulos: são componentes do sistema que realizam o acesso à base


de dados do software, podendo assim gerar diversos tipos de gráficos,
relatórios, históricos de acesso etc.

Funções de monitoramento
As funções de monitoramento, por meio das configurações, apresentam as seguintes
características:

» possibilidade de definir e gerar fluxogramas de processo de maneira


resumida, por meio da utilização de linguagens específicas ou de
exibição gráfica em tempo real na própria tela do dispositivo;

» possibilidade de definir e sequenciar operações em processos por


batelada.

86
COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO │ UNIDADE II

Base de dados
Também chamada de database, a base de dados é composta por todas as variáveis
necessárias para realizar a alimentação dos dados do software supervisório em
tempo real.

Um software supervisório recebe a alimentação dos dados por meio da utilização


de um CLP ou ECL. Sendo assim, torna-se necessário disponibilizar dos dados
para que outros módulos possam utilizá-lo.

Cara leitura realizada pelo CLP ou ECL tem como padrão o armazenamento em
uma variável de aplicação chamada de tag.

Tag é uma variável de aplicação predefinida no sistema supervisório ou


que é lida em um equipamento de campo. O conjunto de tags encontra-se
disponível na base de dados do software supervisório, permitindo que os
demais módulos possam efetuar buscas pelas tags no sistema e, em alguns
casos, até alterar essas tags.

A base de dados atua como uma conexão entre os módulos do software


supervisório, em que cada módulo se comunica por meio de um comando
executável e se segue uma sequência padrão de execução dos módulos, um por
vez, em que é possível encontrar as variáveis de processo que se deseja ou se
necessita supervisionar.

Interface de operação
A interface de operação é uma parte do sistema supervisório em que são definidas
as telas do sistema, bem como as respectivas variáveis que integram esse sistema.
A interface de operação é realizada por meio de uma divisão de telas onde os
dados solicitados são geralmente exibidos.

Existem dois tipos de divisão de telas mais utilizados, a saber:

» telas de grupo: trata-se da divisão de tela utilizada para configurar as


tags que já estão definidas, onde ocorre a requisição das tags e seus
respectivos parâmetros pelo sistema. De maneira geral, as telas de
grupo são criadas pelo sistema de maneira prévia, podendo o usuário
definir o tipo de informação que lhe é mais necessária:

› indicação digital;

› indicação analógica;

› controle digital;

87
UNIDADE II │ COMPONENTES DE AUTOMAÇÃO

› controle analógico;

› registrados;

› entre outros;

» tela de sinótico: trata-se de uma tela onde há um registro visual


de cada planta. Por ser uma tela mais abrangente, não existem
pré-configurações como nas telas de grupo. Porém, apresenta mais
recursos de ferramentas gráficas e possibilita a criação de diversos
tipos de layouts e desenhos por meio da implementação de softwares
semelhantes aos CAD, porém com recursos visuais e gráficos mais
limitados se comparados a esse tipo de software.

Figura 39. Exemplo de tela de sinótico.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Funções de alarme simples e intuitivo


Trata-se de um módulo do sistema supervisório capaz de definir as mensagens e os
tipos de alarme emitidos pelo sistema supervisório.

Esse módulo apresenta um software que tem a capacidade de realizar a gestão desses
alarmes, definindo se as mensagens emitidas devem ser armazenadas em disco, em
uma base de dados virtual (nuvem) ou impressas.

Esse módulo ainda é capaz de realizar a classificação das tags e de suas mensagens
em grupos de alarmes. Esses mesmos alarmes, por sua vez, podem ser enviados via
e-mail, por mensagens ou por meio de emissão de relatórios.

88
SISTEMAS DE UNIDADE III
REFRIGERAÇÃO

CAPÍTULO 1
Sistemas de volume de ar variável

A norma ABNT NBR 164011 fornece todas as informações pertinentes para a


construção das redes de dutos, que podem ser fabricadas de diversos tipos de
materiais, de acordo com a sua necessidade ou aplicação. Entre os materiais, podem
ser chapas metálicas (aço inoxidável, alumínio ou aço galvanizado), lã de vidro ou
o MPU, um material fabricado por meio de duas lâminas de alumínio que são pré-
isoladas com espuma rígida de poli-isocianurato.

Em se tratando de distribuição de ar, o projeto de uma rede de dutos de


passagem de ar deve considerar os espaços disponíveis para sua passagem,
calcular as possíveis perdas de cargas admissíveis, a velocidade de fluxo do ar,
os níveis de ruído e de isolamento, se necessário.

Os dutos de passagem de ar podem ser classificados de acordo com a sua velocidade


ou de acordo com a sua pressão, a saber:

» velocidade:

› baixa: também chamada de velocidade convencional, é classificada


para velocidades de até 10 m/s;

› alta velocidade: é classificada para velocidades acima de 10 m/s;

» pressão:

› ventilador de classe I: classificado para pressões de até 500 Pa;

› ventilador de classe II: classificado para pressões entre 500 Pa e 1500


Pa;

› ventilador de classe III: classificado para pressões entre 1500 Pa e 2500


Pa.

89
UNIDADE III │ SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

É comum a utilização dos dutos para conduzir ar de retorno, ar externo, para


câmara de mistura de ar de retorno e ar exterior etc.

Sistema de distribuição de ar

O sistema de distribuição de ar é provido por equipamentos de distribuição de ar,


os quais são responsáveis por realizar a transferência de calor do local que será
climatizado até o equipamento de ar-condicionado. O espaço a ser climatizado
pode ser controlado por meio de um único termostato, denominado zona.

No projeto de sistemas de distribuição de ar, faz-se necessário efetuar o


levantamento de todas as zonas de cargas térmicas, para que se torne possível
efetuar o controle individual de cada uma das zonas, com o principal objetivo de
proporcionar o conforto térmico para os usuários.

Os sistemas de distribuição de ar por zonas são classificados de acordo os seguintes


sistemas:

» sistemas de zona simples: trata-se um sistema simples dependente


de um termostato que realiza todo o controle de temperatura do
ambiente. O sistema de zonas simples é utilizado em residências,
pequenos comércios, escritórios, laboratórios etc.;

» sistemas de zonas múltiplas: o sistema de zonas múltiplas é


provido de um sistema central capaz de realizar o condicionamento do
ar por meio de zonas individuais;

» sistemas de volume de ar variável (VAV): trata-se de um sistema


capaz de promover a circulação do ar com controle de temperatura
ambiente por meio do fluxo e volume de ar insuflado. É um sistema
que apresenta como principal vantagem a economia no consumo de
energia elétrica, devido ao sistema de controle das pressões estáticas
e de vazões e ar presentes na unidade central de tratamento de ar e
nas unidades terminais a que o ar refrigerado é destinado. O sistema
de volume de ar variável tem como característica a redução da carga
de resfriamento da serpentina quando ocorre a diminuição da carga
térmica. Isso ocorre justamente pelo fato de a vazão do sistema de
volume de ar variável ser proporcionalmente reduzida.

90
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO │ UNIDADE III

Funcionamento dos sistemas de distribuição


de ar
Para que ocorra o controle de fluxo de ar nos dutos de sistemas de ar-condicionado,
é necessário que existam pontos de monitoramento de pressão, temperatura e de
vazão de ar, com o objetivo de controlar a vazão de ar por meio dos variadores de
frequência, damper motorizado, termostato eletrônico e transmissor de pressão no
interior do duto.

O controle da vazão de ar é realizado por meio do termostato eletrônico, que é


instalado em cada ambiente climatizado. Conforme a temperatura é monitorada,
por meio dos set points, o damper motorizado é fechado de maneira proporcional
para que possa efetuar o controle da vazão de ar que é requerida na saída do
duto. Sendo assim, a pressão de ar no duto principal aumenta, fazendo com que
o transmissor de pressão informe a entrada analógica do variador de frequência,
que, por sua vez, realiza uma alteração na rotação do ventilador, contribuindo
assim para que ocorra o controle de temperatura na saída do difusor mediante a
vazão de ar.

Damper motorizado
O damper motorizado é um dispositivo utilizado nos sistemas de distribuição de ar,
cujo objetivo é realizar o controle do fluxo de ar no interior do duto.

A seguir, veja as especificações técnicas de um damper motorizado:

» apresenta faixa de pressão de 50 Pa a 1000 Pa;

» atuador 24 VAC, 24 VDC ou 203 VAC para a mudança no ponto de ajuste.

As siglas VAC e VDC são para classificar os atuadores de acordo com seu
esquema elétrico.

Figura 40. Damper motorizado.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

91
UNIDADE III │ SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Transmissor de pressão

O transmissor de pressão é o componente responsável por efetuar a medição do


diferencial de pressão no duto.

As especificações técnicas de um transmissor de pressão são:

» tensão de alimentação de 24 V (continua/alternada). Apresenta


resistência a curto-circuito e inversão de tensão;

» faixas de medição ± AP (de 0 Pa a 150 Pa ou de 0 Pa a 300 Pa);

» sinal de saída constante na gama de 0 V a 10;

» conexão elétrica realizada por meio de terminais de parafuso para cabos


de até 1,5 mm² M16 prensa-cabo;

» conexão de pressão para a medição de mangueiras com diâmetro interno


de 6 mm;

» carcaça feita em material PC/ABS – material plástico policarboneto.

Figura 41. Transmissor de pressão.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Termostato eletrônico

O termostato eletrônico é o componente responsável por controlar a temperatura


ambiente em um sistema de refrigeração e ar-condicionado.

92
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO │ UNIDADE III

Figura 42. Termostato eletrônico.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Variador de frequência

O variador de frequência é um dispositivo que foi projetado para atender o mercado


de baixas potências.

Como principal característica, o variador de frequência apresenta suas especificações


de aplicação nas seguintes faixas de potências:

» 1/3 x 200 – 240 V, de 0,37 kW a 3,7 kW;

» 3 x 380 – 480 V, de 0,55 kW a 18,5 kW.

Figura 43. Variador de frequência.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

93
CAPÍTULO 2
Sistemas de fluido de refrigerante
variável

O sistema de fluido refrigerante variável (VRF, do inglês variable refrigerant


flow) é um sistema de ar-condicionado que apresenta expansão direta no fluxo de
fluido refrigerante.

O sistema de fluido refrigerante variável pode ser de dois tipos: split e multisplit.

Figura 44. Sistemas split e multisplit.


Split Multisplit

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Os sistemas split e multisplit apresentam características próprias, conforme descrito


na tabela 6.

Tabela 6. Características dos sistemas split e multisplit.

Característica Split Multisplit


Trabalho de instalação Ocorre a necessidade de aumentar as unidades externas e É permitida a execução de ampliação do sistema com a mesma
o número de furos para a passagem dos tubos, nos casos unidade externa, minimizando assim a quantidade de furos para
em que é preciso ampliar um sistema de climatização split. a passagem da tubulação, uma vez que o número de unidades
A execução do trabalho é simples e não exige alto nível de internas e externas seja respeitado. A execução da instalação,
habilidade. devido aos pontos de brasagem, é mais complicada.

Localização da Para várias unidades externas, é necessário maior espaço. Para uma unidade externa, é necessária a disponibilidade de
instalação/controle É difícil realizar o controle centralizado de várias unidades um espaço único. É possível controlar a unidade externa em
externas. função de várias unidades internas.
Nível de ruído O nível de ruído será maior de acordo com a quantidade Tem como característica a concentração do nível de ruído em
de unidades externas existentes. apenas um local. Apesar disso, recomenda-se a instalação de
parede de isolamento em todo o sistema.
Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

94
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO │ UNIDADE III

Tipos de unidades internas


As unidades internas são os dispositivos que podem ser instalados dentro de casas,
cômodos, salas etc.

As unidades internas apresentam diversos tipos de aplicação, modelos e


tamanhos, que variam de acordo a capacidade das unidades e de acordo com a
aplicação mais indicada conforme o ambiente a ser climatizado.

As figuras a seguir mostram exemplos de tipos de unidades internas.

Figura 45. Unidade interna do tipo cassete montado no teto (fluxo em círculo).

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Figura 46. Unidade interna do tipo com duto montado no teto.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Figura 47. Unidade interna do tipo cassete montado no teto (fluxo múltiplo compacto).

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

95
UNIDADE III │ SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Figura 48. Unidade interna do tipo montado na parede.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Figura 49. Unidade interna do tipo slim com duto montado no teto.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Tipos de unidades externas

As unidades externas são aquelas em que a maior parte da instalação fica alocada no
exterior de um imóvel, residência, sala, cômodo etc.

Os tipos de unidade externas apresentam inúmeras opções e variam de acordo com


a capacidade e o tamanho.

As unidades externas permitem que ocorra a conexão com as unidades internas em


um sistema de refrigeração.

As figuras a seguir ilustram exemplos de unidades externas de refrigeração.

96
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO │ UNIDADE III

Figura 50. Unidade externa do tipo split.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Figura 51. Unidades externas de sistema do tipo multisplit.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Funcionamento dos sistemas de fluido


refrigerante variável
O funcionamento dos sistemas de fluido refrigerante variável ocorre por
meio da variação da capacidade do sistema em função da alteração da carga
térmica de um ambiente. A alteração da carga térmica de um ambiente é
realizada por meio da variação na velocidade de rotação do compressor, e
há instalado um conversor de frequência na alimentação elétrica no motor
de acionamento dos compressores nos sistemas split e multisplit.

97
UNIDADE III │ SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

» sistema split: funciona por meio de uma conexão de unidade externa a


uma única unidade interna. A válvula de expansão é montada apenas
na unidade externa;

Figura 52. Esquema de um sistema split.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» sistema multisplit: apresenta as seguintes características:

› permite que, em um único sistema, ocorra a conexão de várias unidades


internas;

› permite que ocorram dois tipos de configurações: seleção de


resfriamento/aquecimento padrão ou a operação individual de
resfriamento e aquecimento;

› as válvulas de expansão podem ser montadas nas unidades interna e


externa.

Figura 53. Esquema de um sistema multisplit.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Um sistema de fluido de refrigerante variável é composto por diversos


componentes. A figura 54 ilustra um fluxograma com a disposição dos
componentes instalados em um equipamento de ciclo de refrigeração.

98
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO │ UNIDADE III

Figura 54. Fluxograma do ciclo de refrigeração.

Silenciador

LPS HPS

Compressor Condensador
Acumulador
Evaporador

Injeção capilar

Filtro
secador

Plugue fundível
Válvula de Receptor de líquido
expansãoFonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

A seguir, uma breve definição de cada componente presente no fluxograma:

» compressor: é o componente que atua no sistema de refrigeração como


uma bomba. Sua função é distribuir o fluido refrigerante no circuito
frigorífico;

Figura 55. Compressor tipo scroll.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» condensador: é o componente responsável por alterar o estado do


fluido refrigerante provido pelo compressor de gasoso para líquido;

99
UNIDADE III │ SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Figura 56. Condensador.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» evaporador: é o componente responsável por refrigerar o ar ou a água


por meio da evaporação do fluido refrigerante. Esse fenômeno ocorre
por meio da liberação do fluido refrigerante líquido pela válvula de
expansão que evapora no evaporador, levando o calor do ar ou da água
enquanto um dos elementos passa através dele;

Figura 57. Evaporador.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» válvula de expansão: a válvula de expansão é o componente


responsável por regular o fluxo de fluido refrigerante da linha
de alta pressão de líquido para o evaporador, além de ser o
componente responsável por manter o diferencial de pressão entre
os lados de alta e baixa pressão do sistema, de modo que faça com
que o fluido refrigerante evapore sob a pressão baixa desejada no
evaporador e seja condensado a uma pressão alta no condensador,
simultaneamente;

Figura 58. Válvula de expansão.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

100
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO │ UNIDADE III

Figura 59. Tubo capilar (conectado à válvula de expansão).

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» HPS – High Pressure Switch: trata-se do interruptor de alta


pressão do sistema de refrigeração, também conhecido como
pressostato de alta pressão. O HPS atua quando a pressão do fluido
refrigerante apresenta aumento anormal do lado de alta pressão
do sistema, desligando o compressor a fim de evitar quebras ou
danos no componente. O HPS é instalado no tubo de descarga e é
provido de um fole, que recebe a pressão de descarga e leva a força
dessa pressão para uma alavanca. No momento em que a pressão
ajustada é menor que a pressão descarregada, esse fole empurra a
alavanca fazendo com que o contato elétrico se abra, desligando o
compressor;

Figura 60. Interruptor HPS.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

» LPS – Low Pressure Switch: trata-se do interruptor de baixa


pressão, também chamado de pressostato de baixa pressão, que
atua desligando o compressor para prevenir danos quando o lado
de baixa pressão do sistema apresenta pressão muito baixa. O
LPS é instalado no tubo de sucção do sistema de refrigeração
e é provido de um fole, assim como no HPS. Esse fole recebe
a pressão de sucção e leva essa força para uma alavanca. No
momento em que a pressão ajustada é maior que a pressão de
sucção, o fole puxa essa alavanca, abrindo o contato elétrico e
desligando o compressor;

101
UNIDADE III │ SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Figura 61. Interruptor LPS.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Figura 62. Comunicação do sistema de refrigeração.

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Figura 63. Interligação de comunicação do sistema de refrigeração.

Mestre Escravo

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

102
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO │ UNIDADE III

Aplicação dos sistemas de fluido refrigerante


variável
O sistema de fluído refrigerante variável pode ser instalado em diversos ambientes,
como:

» residências (casas, apartamentos);

» escritórios;

» escolas;

» hotéis;

» hospitais;

» edifícios;

» entre outros.

Figura 64. Instalação de um sistema do tipo split.

Unidade condensadora
(externa)

Unidade
evaporadora
(interna)

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

103
CAPÍTULO 3
Sistema de refrigeração e conforto

O sistema de refrigeração e conforto é utilizado para o condicionamento de ar e


para absorção de calor.

A figura 65 ilustra a estrutura de uma bomba centrífuga.

Figura 65. Estrutura de uma bomba centrífuga.

Vista Frontal Área ser desmontada para


manutenção

Aplicação – instalação horizontal


Fonte: KGB Bombas, 2014.

Em um projeto/aplicação de automação e controle em refrigeração e climatização,


são utilizadas as bombas do tipo centrífuga monobloco de execução horizontal, com
corpo espiral e com modelo de construção chamado back-pull-out, um sistema que
permite que ocorra a desmontagem do equipamento sem que haja a necessidade de
realizar a desconexão com a tubulação.

Torre de resfriamento
A torre de resfriamento em um sistema de refrigeração caracteriza-se por um
sistema que apresenta condensação por água. Nesse tipo de equipamento ocorre
a instalação da torre na cobertura de um prédio que é acionada por motores
instalados nas partes superiores dos elevadores. Nesse tipo de torre, ocorre a
entrada de ar pelas laterais do ventilador, onde ocorre a retirada do ar quente de
dentro da bacia, uma vez que nessa bandeja é acumulada a água de retorno do
sistema, a qual já realizou a troca de calor.

104
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO │ UNIDADE III

A figura 66 ilustra a estrutura da torre de resfriamento

Figura 66. Estrutura de uma torre de resfriamento.

Entrada de água quente Ventilador

Entrada de ar

Ladrão e dreno Alimentação com enchimento rápido


Saída de água resfriada Interligar com ponto de água do prédio

Fonte: MANOEL, 2014.

Condicionador de ar tipo Self Contained

Os condicionadores de ar do tipo Self Contained são utilizados em instalações


domésticas, comerciais e industriais. São aparelhos projetados para aplicações em
sistemas com insuflamento de ar por meio da utilização de dutos.

Os condicionadores de ar do tipo Self Contained têm de um a três compressores,


sendo que em cada circuito há um condensador a ar ou a água, um evaporador,
um compressor, um filtro secador, um visor de líquido, uma válvula de expansão,
um distribuidor de líquido, válvulas de serviço e interruptores de alta e baixa
pressão.

105
UNIDADE III │ SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Figura 67. Estrutura de um condicionador de ar Self Contained.

Vista frontal
Vista em perspectiva
Fonte: HITACHI, 2014.

106
NORMALIZAÇÃO UNIDADE IV

CAPÍTULO 1
Normas aplicáveis aos sistemas de
automação

Na natureza, uma característica é facilmente notada: a existência de elementos que


se repetem, como:

» a posição do sol ao longo das horas de um dia;

» o formato das folhas de uma árvore;

» a estrutura cristalina de determinada substância;

» a duração dos dias e das noites;

» entre outros.

Por se tratar de uma tendência natural, os seres humanos precisaram que normas de
convivência fossem utilizadas para que fosse possível conviver em uma comunidade,
com linguagens e padrões de comportamentos definidos.

Com o passar do tempo, descobertas e invenções foram desenvolvidas, e o ser


humano começou a ser provido de objetos de uso doméstico, ferramentas e armas,
apresentando uma série de vantagens que contribuíram para a utilização de um
padrão de normas e procedimentos.

Com o início da Revolução Industrial, no século XVIII, surgiu a produção em


massa, que tornou possível realizar a fabricação de um produto em grande escala ou
quantidade.

Foi nessa época que, com o objetivo de otimizar os custos de produção e melhorar
a manutenção e o uso dos produtos fabricados, surgiram normas com critérios
de padronização com o principal objetivo de reduzir os tamanhos e formatos

107
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

das peças, contribuindo para uma redução de quantidade de itens no estoque e


facilitando as condições para os clientes e consumidores.

Na automação, diversas normas são aplicadas em seus sistemas. A seguir,


listaremos as normas internacionais mais aplicadas pelas indústrias, empresas ou
profissionais que atuam na área da automação.

» Norma: IEC/TR 62699-1.

Título: Mapeando regras e trocando métodos para bibliotecas de


peças eletrônicas heterogêneas – Construindo um sistema de pesquisa
integrado.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: IEC 65/581/CD*ISO/IEC 20140-5.

Título: ISO/IEC 20140-5, ed. 1.0: Sistemas de automação e integração


– Avaliando a eficiência energética e outros fatores de sistemas de
fabricação que influenciam o meio ambiente – Parte 5: Dados de avaliação
de influência ambiental.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: BS ISO 22400-1.

Título: Sistemas de automação e integração. Principais indicadores de


desempenho (KPIs) para gerenciamento de operações de fabricação.
Visão geral, conceitos e terminologia.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: 14/30312474 DC.

Título: BS ISO 11354-2. Tecnologias avançadas de automação e


suas aplicações. Requisitos para estabelecer a interoperabilidade do
processo da empresa de manufatura. Parte 2. Modelo de maturidade
para avaliar a interoperabilidade da empresa.

Disponível no idioma inglês.

108
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

» Norma: ISO/DIS 11354-2.

Título: Tecnologias avançadas de automação e suas aplicações


– Requisitos para estabelecer a interoperabilidade do processo
corporativo de fabricação – Parte 2: Modelo de maturidade para
avaliar a interoperabilidade empresarial.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: IEC 61158-2.

Título: Redes de comunicação industrial – Especificações de fieldbus


– Parte 2: Especificação da camada física e definição de serviço.

Disponível nos idiomas inglês e francês.

» Norma: ISO/FDIS 22400-1.

Título: Sistemas de automação e integração – Principais indicadores


de desempenho (KPIs) para gerenciamento de operações de fabricação
– Parte 1: Visão geral, conceitos e terminologia.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO/FDIS 22400-2.

Título: Sistemas de automação e integração – Principais indicadores de


desempenho (KPIs) para gerenciamento de operações de fabricação –
Parte 2: Definições e descrições.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: IEC/TR 62856.

Título: Documentação sobre assuntos de automação de design – A


visão panorâmica das linguagens de design (BVDL).

Disponível nos idiomas inglês e francês.

» Norma: IEC 62439.

Título: Redes de automação de alta disponibilidade.

Disponível no idioma inglês.

109
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

» Norma: IEC 62439-1 Edição 1.1.

Título: Redes de comunicação industrial – Redes de automação de


alta disponibilidade – Parte 1: Conceitos gerais e métodos de cálculo.

Disponível nos idiomas inglês e francês.

» Norma: ISO/TR 18161.

Título: Sistemas de automação e integração – Abordagem de integração


de aplicativos usando modelagem de requisitos de troca de informações
e criação de perfil de capacidade de software.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO/FDIS 20140-1.

Título: Sistemas de automação e integração – Avaliando a eficiência


energética e outros fatores dos sistemas de fabricação que influenciam o
meio ambiente – Parte 1: Visão e princípios gerais.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO/DIS 11354-1.

Título: Tecnologias avançadas de automação e seus aplicativos – Parte


1: Estrutura para interoperabilidade corporativa.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO/FDIS 11354-1.

Título: Tecnologias avançadas de automação e suas aplicações –


Requisitos para estabelecer a interoperabilidade do processo corporativo
de fabricação – Parte 1: Estrutura para interoperabilidade corporativa.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO/TS 22745-1.

Título: Sistemas de automação industrial e integração – Dicionários


técnicos abertos e suas aplicações para dados mestre.

Disponível no idioma inglês.

110
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

» Norma: JIS B 3900-1.

Título: Sistemas de automação industrial.

Disponível no idioma japonês.

» Norma: JIS B 3900-2.

Título: Sistemas de automação industrial e integração – Perfil de


capacidade de software de fabricação para interoperabilidade – Parte 2:
Metodologia de perfil.

Disponível no idioma japonês.

» Norma: JIS B 3900-3.

Título: Sistemas de automação industrial e integração – Perfil de


capacidade de software de fabricação para interoperabilidade – Parte 3:
Serviços de interface, protocolos e modelos de capacidade.

Disponível no idioma japonês.

» Norma: ISO 16100.

Título: Sistemas de automação industrial e integração – Criação de


perfil de capacidade de software de fabricação para interoperabilidade.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: IEC/DIS 81346-1.

Título: Sistemas, instalações e equipamentos industriais e produtos


industriais – Princípios de estruturação e designações de referência.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: IEC/PAS 62337.

Título: Atividades durante o comissionamento de instrumentação


elétrica e sistemas de controle na indústria de processos.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: IEC 62381.

Título: Sistemas de automação em processos industriais – Teste de


aceitação da fábrica (FAT), teste de aceitação do local (SAT) e teste de
integração do local (SIT).

Disponível no idioma inglês.

111
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

» Norma: IEC 62382.

Título: Verificação de loop elétrico e de instrumentação.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO 23570-1.

Título: Sistemas de automação industrial e integração – Instalação


distribuída em aplicações industriais – Parte 1: Sensores e atuadores.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO 23570-2.

Título: Sistemas de automação industrial e integração – Instalação


distribuída em aplicações industriais – Parte 2: Barramento de
comunicação híbrido.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO 23570-3.

Título: Sistemas de automação industrial e integração – Instalação


distribuída em aplicações industriais – Parte 3: Barramento de
distribuição de energia.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: ISO/DIS 15704.

Título: Sistemas de automação industrial – requisitos para arquiteturas


e metodologia de referência corporativa.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: JIS B 3521.

Título: Especificação de protocolo para padrão de rede de controle FA.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: SAE HS 1738.

Título: Padrão SAE para equipamentos elétricos para máquinas


industriais automotivas.

Disponível no idioma inglês.

112
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

» Norma: ISO/TR 13283.

Título: Automação industrial – Arquiteturas de comunicação de tempo


crítico – Requisitos do usuário e gerenciamento de rede para sistemas de
comunicação de tempo crítico.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: NF Z68-901.

Título: Engenharia de automação. Representação de sistemas de


rastreamento e controle de equipamentos de produção automatizados.
Modelo conceitual base-pta (modelo automatizado de equipamentos de
produção).

Disponível no idioma francês.

» Norma: JIS B 3700-1-1996.

Título: Sistemas de automação industrial e integração – Representação


e troca de dados de produtos – Parte 1: Visão geral e princípios
fundamentais.

Disponível no idioma japonês.

» Norma: DIN EN 1921.

Título: Sistemas de automação industrial – Segurança de sistemas


integrados de fabricação – Requisitos básicos (ISO 11161: 1994,
modificado); Versão alemã prEN 1921: 1995.

Disponível no idioma alemão.

» Norma: Z68-330.

Título: Tecnologia da informação. Automação industrial. Definição das


regras padrão de acompanhamento (nf Z 68-300).

Disponível no idioma francês.

» Norma: 94/616059 DC.

Título: Implementação do padrão britânico da ISO/IEC 9506-1: 1990/


AMD 2. Sistemas de automação industrial. Especificação de mensagem
de fabricação. Parte 1. Definição de serviço. Alteração 2 (ISO/IEC 9506-1:
1990/AMD 2).

Disponível no idioma inglês.

113
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

» Norma: 94/616060 DC.

Título: Implementação do padrão britânico da ISO/IEC 9506-2: 1990/


AMD 2. Sistemas de automação industrial. Especificação de mensagem de
fabricação. Parte 2. Especificação de Protocolo. Alteração 2 (ISO/IEC 9506-
2: 1990/AMD 2).

Disponível no idioma inglês.

» Norma: 94/616061 DC.

Título: Implementação do padrão britânico da ISO/IEC 9506-3: 1991/


AMD 1. Sistemas de automação industrial. Especificação de mensagem
de fabricação. Parte 3. Padrão complementar para robótica. Alteração 1
(ISO/IEC 9506-3: 1991/AMD 1).

Disponível no idioma inglês.

» Norma: 94/616062 DC.

Título: Implementação do padrão britânico da ISO/IEC 9506-4: 1992/


AMD 1. Sistemas de automação industrial. Especificação de mensagem
de fabricação. Parte 4. Padrão complementar para controle numérico.
Alteração 1 (ISO/IEC 9506-4: 1992/AMD 1).

Disponível no idioma inglês.

» Norma: 94/613003 DC.

Título: ISO 11593. Manipulação de robôs industriais. Sistemas


automáticos de troca de efetores finais. Vocabulário e apresentação de
características.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: NF Z68-300.

Título: Automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-0.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência.

Disponível no idioma francês.

114
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

» Norma: NF Z68-300-1.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 1: introdução a configurar.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-2.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 2: índice de entidades estabelecidas.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-3.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 3: definições de inscrições dicionárias.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-4.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 4: definições de blocos.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-5.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 4: definições de sub-blocos.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-6.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 6: tabelas de conjunto.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-7.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 7: desenhos técnicos e representação gráfica.

Disponível no idioma francês.

115
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

» Norma: NF Z68-300-8.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 8: geometria.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-9.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação de


transferência padrão. Parte 9: elementos finitos.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-10.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão


de transferência. Parte 10: dados científicos.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-11.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 11: conexões.

Disponível no idioma francês.

» Norma: NF Z68-300-12.

Título: automação industrial. Troca de dados e especificação padrão de


transferência. Parte 12: esquema elétrico.

Disponível no idioma francês.

» Norma: Z68-080.

Título: Sistemas de automação industrial e integração. Condições


operacionais para fabricação de peças discretas. Equipamento em
ambientes industriais.

Disponível no idioma francês.

116
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

» Norma: DD 203-1*ISO/TR 10314-1.

Título: Automação industrial: produção de chão de fábrica. Modelo


de referência para padronização e metodologia para identificação de
requisitos.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: BS EN 29506-1.

Título: Sistemas de automação industrial. Especificação de mensagem


de fabricação. Definição de serviço.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: BS EN 29506-2.

Título: Sistemas de automação industrial. Especificação de mensagem


de fabricação. Especificação de protocolo.

Disponível no idioma inglês.

» Norma: 88/98430 DC.

Título: Controle numérico de máquinas. Formato do programa e


definição de palavras de endereço. Parte 3. Codificação de funções
diversas M (classes 1 a 9).

Disponível no idioma inglês.

» Norma: UTE C46-010.

Título: Guia para preparação de padrões de qualificação para elementos


do sistema automático.

Disponível no idioma inglês.

117
CAPÍTULO 2
Conceito de normalização

A normalização é um conjunto de padrões e critérios estabelecidos entre


fabricantes, consumidores, engenheiros, técnicos, instituições que têm como
principal objetivo a padronização de produtos e de sua utilização, a simplificação
e a racionalização dos processos de produção, e assegurar a qualidade de
determinado produto por meio da confiabilidade e do atendimento aos
requisitos e necessidades dos clientes.

Em outras palavras, pode-se afirmar que a normalização é um conjunto de


atividades que tem como principal objetivo estabelecer padrões destinados à
utilização comum e repetitiva, buscando assim um grau de excelência de ordem
em um contexto, seja em relação a problemas já existentes, na prevenção de
problemas já existentes ou na prevenção de potenciais problemas, e até mesmo na
melhoria contínua de processos, aplicações, serviços, entre outros.

A normalização é, portanto, a elaboração, difusão e implementação de normas


que contêm as regras e aplicações para a solução ou prevenção de problemas de
dado segmento ou aplicação específica. As regras estabelecidas em um processo de
normalização são os registros das condições que permitam que o produto, projeto,
processo, sistema, pessoa, bem ou serviço sejam capazes de atender às finalidades
às quais são destinadas, bem como as especificações de segurança de maneira geral.

A normalização é o passo fundamental para o desenvolvimento e criação das normas.


As normas, por sua vez, são documentos que contêm especificações e informações
técnicas para o uso de empresas fabricantes, clientes e consumidores dos produtos.
As normas são elaboradas com base em experiências industriais e na aplicação do
produto, considerando os avanços tecnológicos que vão sendo incorporados aos
produtos e/ou aplicações ao longo do tempo, além da criação e desenvolvimento de
novos produtos.

O processo de normalização se iniciou na década de 1900, estendendo-se até o final


da década de 1980, concentrando os esforços na criação de normas cujo objetivo
era estabelecer as especificações e definir a quais produtos essas determinadas
especificações seriam aplicadas. Nesse período, o destaque na normalização foi no
desenvolvimento das especificações de peças que eram utilizadas na fabricação e
montagem de máquinas e equipamentos.

118
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

Uma norma é um documento, ou um conjunto de documentos, estabelecido por


meio de um consenso entre órgãos e posteriormente aprovado por meio de um
organismo reconhecido, em que as regras, premissas, diretrizes e características
para as atividades ou resultados são fornecidos, com o objetivo de se obter um
grau ótimo de ordenação em determinado contexto ou aplicação.

A norma é, por princípio, de uso voluntário, ou seja, não é obrigatória por lei,
mas quase sempre é usada por representar o consenso sobre o estado da arte de
determinado assunto, obtido entre especialistas das partes interessadas.

Normas de uso voluntário permitem que produtos ou serviços sejam fornecidos


sem que uma norma aplicável de um mercado seja seguida. Porém, em diversos
países do mundo, existe a obrigatoriedade de seguir algumas normas, pelo menos
em algumas áreas. Em se tratando do mercado brasileiro, a norma que é 100%
obrigatória é o Código de Defesa do Consumidor.

Apesar de as normas apresentarem o seu uso voluntariado, sua adoção e aplicação


podem trazer inúmeros benefícios às empresas, marcas, prestadores de serviços,
entre outros, pois fornecer ao mercado um produto ou serviço que não siga ou
não atenda às especificações de uma norma aplicável pode implicar esforços
adicionais para que esses produtos ou serviços sejam disponibilizados no mercado
consumidor, uma vez que será necessário assegurar que um produto ou serviço
atenda às necessidades do cliente e dos requisitos estabelecidos, bem como
assegurar a disposição no mercado de componentes e insumos padronizados
para a aplicação de manutenções, reparos e serviços de atendimento ao cliente,
fatores esses que não precisam ser comprovados em casos em que as normas
são aplicadas, pois a adoção das normas contribui para o aumento automático
da confiabilidade por parte dos clientes, uma vez que as normas asseguram as
características desejáveis de produtos e serviços, como qualidade, segurança,
confiabilidade, eficiência, intercambialidade, bem como respeito ambiental – e
tudo isso a um custo econômico.

Do ponto de vista legal, em muitos mercados ou segmentos, a empresa


fabricante ou o fornecedor tem responsabilidades adicionais sobre o uso do
produto quando uma norma aplicável não é seguida.

Nos dias atuais, as normas apresentam uma abrangência nas questões relativas e
nas terminologias, provendo as normas de glossário de termos técnicos, símbolos,
regulamentos de segurança, entre outros. Em virtude dessa característica, os
objetivos das normalizações referem-se as seguintes características:

119
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

» racionalização na produção;

» melhoria na redução da fabricação desnecessária de variedades de um


produto;

» estabelecimento de linguagens padrão que facilitem o processo de


comunicação entre fabricantes, fornecedores, clientes e consumidores;

» criação de normas técnicas internacionais, colaborando para o


estabelecimento de comércio de produtos entre diversos países;

» segurança, saúde e proteção de vidas;

» proteção dos direitos do consumidor por meio da garantia da qualidade


do produto.

A aplicação e a utilização de normas trazem diversos benefícios para uma empresa


ou organização, a saber:

» contribuem diretamente para o aumento da eficiência nos processos


de desenvolvimento, fabricação e manufatura e para o fornecimento
de produtos e serviços mais eficientes;

» contribuem para o aumento da segurança;

» facilitam o comércio entre países;

» permitem que avaliações de conformidade sejam mais eficazes;

» permitem que inovações e avanços tecnológicos sejam compartilhados;

» contribuem para uma melhora significativa das práticas de gestão;

» contribuem para a proteção dos consumidores e usuários em geral;

» contribuem para melhorias nas áreas da saúde, segurança e legislação


ambiental;

» são capazes de prover soluções para problemas comuns.

120
CAPÍTULO 3
Normas técnicas brasileiras

Em 1992, foi criado, no Brasil, o Comitê Nacional de Normalização (CNN), por meio
da Resolução Conmetro no 6, de 24 de agosto de 1992.

Os principais objetivos da criação do Comitê Nacional de Normalização foram:

» prestar uma assessoria ao Conselho Nacional de Metrologia e


Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) na área de
normalização;

» promover a articulação institucional entre os setores privados e o setor


governamental na área de normalização;

» promover atividades com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento


de normalizações;

» analisar e aprovar o planejamento do Sistema Brasileiro de Normalização


(SBN);

» ser o órgão de recorrência administrativa do Sistema Brasileiro de


Normalização, antes do Conmetro.

O Comitê Nacional de Normalização definiu, em 1999, por meio de uma proposta de


termo de referência para o Sistema Brasileiro de Normalização, um subsistema do
Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
Essa nova proposta contribuiu para que houvesse a revisão interna no regimento
interno do Comitê Nacional de Normalização.

No ano de 2001, as atividades do Comitê Nacional de Normalização foram


retomadas, alertando sua denominação para Controle Brasileiro de Normalização
(CBN), passando por uma reformulação no seu regimento interno e também do
temo de referência do SBN, sendo aprovado na XXXIX Reunião Ordinária do
Conmetro.

O Comitê Brasileiro de Normalização tem como principal função efetuar


a estruturação do sistema de normalização, por meio dos Organismos de
Normalização Setorial (ONS), que produzem as normas específicas de cada
setor. Para que um Organismo de Normalização Setorial tenha autonomia
para elaborar normas de abrangência nacional, é necessário que seja efetuado
o credenciamento na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem
como sua supervisão.

121
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que tem a função de coordenar,
orientar e supervisionar o processo de desenvolvimento e elaboração de normas
brasileiras (NBR). A ABNT também tem o poder de desenvolver, elaborar, editar e
registrar as normas por conta de seu próprio organismo.

Para que um produto brasileiro seja aprovado para comercialização em outros


países, as normas da ABNT devem ser elaboradas de acordo com as diretrizes e com
as instruções de associações internacionais de normalização, utilizando o método,
forma e conteúdo de acordo com as normas internacionais e acrescentando,
quando necessário, as particularidades do mercado brasileiro.

As normas da ABNT, para serem aceitas no mercado internacional,


geralmente são elaboradas, em sua maioria, com base nas diretrizes
das normas ISO (International Organization for Standardization) e na IEC
(International Electrotechinical Comission).

A ABNT é responsável por elaborar os seguintes tipos de normas:

» normas e procedimentos destinados a definir o método correto de


empregar matérias e produtos, realizar cálculos de projetos, instalar
máquinas e equipamentos e realizar controle de produtos;

» normas que especifiquem padrões de qualidade para os produtos;

» normas que padronizem dimensões e tipo de peças e componentes


utilizados na construção e montagem de máquinas, equipamentos e
dispositivos mecânicos;

» normas que definem a terminologia e os termos técnicos aplicados a


máquinas, peças e demais artigos;

» normas que realizam a classificação, distribuição ou subdivisão de


conceitos e objetos;

» normas que definem métodos de ensaios, padronizando a maneira de


verificar a qualidade de matérias primas e produtos manufaturados;

» normas que definem padrão de simbologia para conceitos,


grandezas, sistemas, peças, entre outros, com a finalidade de
representar esquemas de montagem, circuitos, componentes em
geral, fluxogramas etc.

122
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

A simbologia padrão foi criada com o principal objetivo de facilitar


a comunicação entre empresas fabricantes, fornecedores, clientes e
consumidores. Sem os padrões de códigos por meio da simbologia, caberia
a cada empresa fabricante escrever manuais complexos para informar as
características dos equipamentos, projetos, desenhos, diagramas, esquemas
elétricos, entre outros.

Sendo assim, fornecer, fabricar ou comercializar produtos com simbologias


fora dos padrões estabelecidos é proibido, cabendo os riscos vigentes nas
normas regulamentadoras e as punições vigentes aos responsáveis.

123
CAPÍTULO 4
Normas para eletricidade e eletrônica

Como estudamos, para que uma norma seja desenvolvida, elaborada e aprovada,
ela deve percorrer um longo caminho. No caso das normas para eletricidade e
eletrônica, inicialmente as propostas e projetos de normas são discutidos no
Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações
(Cobei). O Cobei é provido de diversas comissões de estudos, compostas por
profissionais de nível técnico que se dedicam a cada um dos assuntos específicos
que compõem determinada norma.

Cabe a esses profissionais a elaboração de um documento básico, que deve conter


as informações sobre o tema que será normalizado, com base nos documentos
produzidos pelo IEC.

Como os documentos elaborados pelo IEC são aprovados por um comitê


internacional, os profissionais técnicos do Cobei devem adaptar o documento
elaborado no Brasil para a aplicação dos produtos em território nacional.

Após a realização de estudos, pesquisa, desenvolvimento e adaptações das


documentações, é criado um projeto de norma. Este é registrado na ABNT e recebe
um número de identificação. Posteriormente, é votado pelos sócios da ABNT
e, em seguida, retorna à comissão técnica responsável por avaliar as alterações
propostas na votação anterior.

Caso o projeto de norma seja aprovado, cria-se uma nova norma da ABNT. Em
seguida, essa nova norma é encaminhada ao Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade de Tecnologia, o Inmetro, receberá uma classificação e também será
registrada.

A classificação pode ocorrer da seguinte maneira:

» Norma NBR1: trata-se do tipo de norma que é obrigatória.

» Norma NBR2: trata-se do tipo de norma que é obrigatória para órgãos


públicos e chamada de referendada.

» Norma NBR3: trata-se do tipo de norma que pode ou não ser seguida
(opcional), chamada de registrada.

124
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

O organograma simplificado da ABNT mostra o trajeto seguido por uma norma até
que seja provada, conforme a figura 68.

Figura 68. Organograma do trajeto de uma norma até sua aprovação.

ABNT

Comissão Comissão
Cobei
técnica técnica

Documento Comissão Sócios da


do IEC técnica ABNT

Inmetro

NBR 1 NBR 2 NBR 3


obrigatório referendada registrada

Fonte: (OLIVETI E SILVA, 2016).

Para manter as resoluções normativas vigentes e propor melhorias contínuas por


meio de fiscalizações, as normas devem ser revisadas periodicamente. Em âmbito
nacional, as revisões devem ocorrer em um intervalo de cinco anos. Apesar desse
intervalo estabelecido, é comum que as revisões ocorram em intervalos menores em
virtude do avanço tecnológico que pode determinar revisões imediatas das normas
elétricas e eletrônicas.

125
CAPÍTULO 5
Consumidor e norma

O consumidor de um produto é o elo da corrente fabricante-consumidor que mais


aproveita os benefícios de um produto fabricado com base nas normas oficiais.

Com base nessa premissa, quanto maior for o número de normas implantadas
para se produzir, fabricar ou manufaturar um produto, maior será o grau de
qualidade e confiabilidade deste perante fornecedor, cliente ou consumidor,
resultando em uma experiência mais satisfatória para os clientes, além de
aumentar o volume de vendas e otimizar os lucros das empresas.

Para um fabricante de produto ou serviço, é extremamente importante que as


normas nacionais aplicáveis ao segmento sejam seguidas e que os produtos
e serviços sejam certificados, pois são fatores que contribuem diretamente
para o aumento da qualidade e da confiabilidade da empresa, da marca e do
produto/serviço.

Além das características supracitadas, as empresas podem optar por fabricar os


produtos de acordo com as normas que são aceitas em âmbito internacional. Esse
é um fator importantíssimo para colocar determinados produtos no mercado
internacional, promovendo então a exportação desses produtos para outros países
e também a importação de determinados produtos para o Brasil, beneficiando
diretamente os consumidores, que passam a ter mais opções e variedades de
escolha.

As normas causam então um papel muito importante para assegurar aos


consumidores a disponibilidade de produtos confiáveis, com qualidade
assegurada, e dão também todas as orientações e suporte nos casos de desvios
ou problemas identificados.

Além das normas, existe também o Código de Defesa do Consumidor (CDC),


que tem contribuído significativamente para que a ABNT assuma um papel
fundamental na cadeia entre fabricantes, fornecedores, clientes e consumidores,
tornando-os assim uma referência em qualidade do produto.

A ABNT é aberta à população. Para participar da ABNT, basta associar-se ao


órgão. É possível receber normas atualizadas e até mesmo votar em alguns
casos específicos.

126
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

Cabe aos consumidores, para que ocorra a garantia de seus direitos, seguir as
especificações das normas dos produtos que são comprados, por meio das
informações e recomendações presentes nos guias de uso e nos manuais, que
são disponíveis nos produtos de maneira física e, em alguns casos, também em
arquivos eletrônicos, que podem ser baixados por meio do site do fabricante ou
por meio da leitura de um QR Code por smartphone.

Nos casos em que for evidenciado que os consumidores de determinado produto


não seguiram as orientações corretas com base nas normas, ou que o manuseio
desse mesmo produto foi inadequado perante as especificações dessas normas, o
consumidor perde os direitos de garantia e os demais direitos vigentes. Em casos
mais extremos, como descarte irregular de embalagens, pilhas, baterias, líquidos
e fluidos, entre outros, e até mesmo descarte de produtos finais, como eletrônicos
e eletrodomésticos, o consumidor poderá responder criminalmente por descarte
irregular e danos ao meio ambiente.

127
CAPÍTULO 6
Resoluções vigentes

Resoluções são normas vigentes destinadas a disciplinar assuntos normativos pelo


ato de autoridade competente de um órgão de deliberação coletiva para estabelecer
normas regulamentares. Em regra, as resoluções dizem respeito a questões de ordem
administrativa ou regulamentar.

A resolução vigente tem como principal objetivo o estabelecimento de padrões


normativos para a execução e/ou monitoramento de uma atividade a ser realizada
na concepção do projeto ou no processo de manufatura de um produto ou serviço,
com a finalidade de se obter um maior grau de precisão nos controles dos requisitos
propostos por determinada norma. Dessa forma, as resoluções vigentes servem
como um complemento às normas vigentes, contribuindo para que ocorra a
interpretação de cláusulas e itens de normas, bem como um processo de disciplina
de procedimentos normativos, administrativos, regulatórios, entre outros.

As resoluções são definidas por meio de um documento, ou conjunto de documentos,


de caráter administrativo, que geralmente é emitido por meio de uma norma
complementar administrativa. Como as resoluções têm como principal objetivo
prover o complemento para determinadas normas, elas não poderão estar acima de
qualquer tipo de informação ou de itens das respectivas normas, tampouco sobressair
as leis e decretos vigentes.

Na área de automação e controle de processos em geral, existe uma norma que


é aplicada de forma obrigatória, principalmente em sistemas automatizados
por meio de CLPs, sendo, então, aplicável a processos de Automação Controle
em Refrigeração e Climatização. Trata-se da norma internacional IEC 61131, que
também é aplicada a automação e controle em refrigeração e climatização.

A norma IEC 61131 está disponível no idioma inglês e é dividida em 9 partes, a saber:

1. informações gerais (general information).

2. requisitos de equipamentos e testes (equipments requirements and


tests).

3. linguagens de programação (programming languages).

4. orientações de uso (user guidelines).

128
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

5. comunicações (communications).

6. segurança funcional (functional safety).

7. programação de controle fuzzy (fuzzy control programming).

8. orientações para a aplicação e implementação de linguagens de


programação (guidelines for the application and implementation of
programming languages).

9. interface de comunicação digital de queda para pequenos sensores e


atuadores – SDCI (single-drop digital communication interface for
small sendors and actuators – SDCI).

Além da norma IEC 61131, outras são utilizadas na automação e controle de


refrigeração e climatização, conforme listadas as seguir:

» IEC 61850 – Redes e sistemas de comunicação para automação de


concessionárias de energia (Communication networks and systems for
power utility automation).

» NR12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos.

» ABNT NBR 13759:1996 – Segurança de máquinas – equipamentos de


parada de emergência – aspectos funcionais – princípios para projetos.

» ABNT NBR 14152:1998 – Segurança de máquinas – dispositivos de


comando bimanuais – aspectos funcionais e princípios para projetos.

129
CAPÍTULO 7
Estudo de caso e artigos

Enari at. al. (2011) apresentam, em seu artigo “Proposta de Arquitetura


para Controlar Climatização e Supervisionar Salas de Equipamentos de
Telecomunicações”, uma proposta de controle de máquinas de ar-condicionado
com o objetivo de fornecer uma interface para supervisionar o interior do shelter
por meio de câmera de vídeo, sensor de presença e monitoramento da abertura
de porta com o objetivo de identificar possíveis invasões, além de minimizar os
custos de manutenção permitindo que ocorra a alteração dos parâmetros de modo
remoto ou local.

A figura 69 ilustra o diagrama de bloco utilizado no estudo de caso proposto por


Enari at. al. (2011).

Figura 69. Diagrama de bloco.

SHELTER
IHM Sensor T e H
internos
remoto
Sistema de

Entradas incêndio

Ar-
Condicionado 1

IHM
Rede de UCP
Comunicação

Sensor de Ar-
presença e Condicionado 2
câmera de
vídeo
Saídas

Fonte: ENARI at al. 2011.

O bloco é composto por:

» sensores de temperatura (T);

» sensores de umidade (H);

» sistema de detecção e combate a incêndio (SDAEI);

130
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

» dois ares-condicionados;

» sistema de videovigilância;

» sensor de presença;

» IHM (interface homem-máquina) local e remota;

» UCP (Unidade Central de Processamento).

A unidade central de processamento (UCP) pode ser representada por um CLP ou


por um microcontrolador, em que o número de portas de entradas e saídas deve ser
compatível com os requisitos do projeto.

De acordo com Enari at. al. (2011), o bloco ar-condicionado 1 é composto pelos
seguintes itens:

» ventilador 1;

» compressor 1;

» válvula reguladora de ar 1;

» resistência de aquecimento 1.

Já o bloco ar-condicionado 2 é composto pelos seguintes itens:

» ventilador 2;

» compressor 2;

» válvula reguladora de ar 2;

» resistência de aquecimento 2.

No desenvolvimento da atividade, Enari at. al. (2011) descrevem a concepção


de um protótipo para que o sistema de automatização do processo de controle
e monitoramento do sistema de climatização fosse interligado com o sistema de
detecção de incêndio por meio de câmera de vídeo e sensores de presença para
detectar invasões, conforme ilustrado na figura 70.

131
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

Figura 70. Concepção do protótipo.

CHP

CUBLOC STUDY
BOARD 1

Fonte: ENARI at. al. (2011).

Em que:

» CHP: Computador Hospedeiro Portátil.

» CUBLOC STUDY BOARD 1: microcontrolador.

De acordo Enari at. al. (2011), o CHP é composto por:

» interface homem máquina (IHM), que está alojada na camada do aplicativo


do CHP;

» câmera de videovigilância (CV).

Enari at. al. (2011) citam que a IHM pode ter dois modos de operação, a saber:

» modo de monitoramento, em que é possível:

› verificar o estado atual da temperatura e umidade interna do shelter;

› histórico de alarmes;

› visualizar o comportamento da temperatura e umidade interna do


shelter ao longo do tempo;

› alterar a parametrização do controle da temperatura e umidade interna


do shelter;

132
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

» modo manutenção, em que é possível:

› verificar o estado atual da temperatura e da umidade interna do


shelter;

› visualizar, por meio da câmera de videovigilância, o interior do


shelter;

› forçar o estado de saída do controlador ligando os ventiladores,


compressores e resistência de aquecimento das máquinas de
ar-condicionado 1 e 2;

› verificar lista de alarmes ativos ou inativos.

Conforme Enari at. al. (2011), o sistema no estudo de caso é provido de um


programa de controle, em que a automação foi empregada nas máquinas de
ar-condicionado e dos shelters de comunicação, tornando possível monitorar
as temperaturas dos shelters, conforme ilustrado na figura 71.

Figura 71. Faixas de temperatura.

TºC
60

50

40
Tint >Tlim

Tint >Tmax
30
Tmin < T < Tmax
Tint < Tmin

20

10

Fonte: ENARI at. al. 2011.

Em que:

» Tint < Tmin: momento em que a temperatura interna (Tint) for


menor que a temperatura mínima (Tmin), quando ocorre a ativação
dos ventiladores e das resistências de aquecimento, de mofo, e se

133
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

estabilizará temperatura em até 2ºC acima da temperatura mínima


(Tmin).

» Tmin < T < Tmax: é o momento em que a temperatura interna


(Tint) fica entre a temperatura mínima (Tmin) e a temperatura
máxima (Tmax), cenário que, segundo Enari at. al. 2011, trata-se da
temperatura normal de trabalho.

» Tint > Tmax: é o momento que a temperatura interna (T) for maior
que a temperatura máxima (Tmax); o compressor e o ventilador da
máquina de ar-condicionado ativa serão ligados até que a temperatura
desça dois graus abaixo da temperatura máxima (Tmax).

» Tint > Tlim: momento em que a temperatura interna (Tint) for


maior que a temperatura limite (Tlim); ocorrerá o acionamento dos
compressores e ventiladores para diminuir até a temperatura normal
de trabalho.

A interface gráfica do sistema, de acordo com Enari at. al. (2011), ocorre por meio do
método SCADA (Supervisory Control And Data Acquisition).

Figura 72. Tela de manutenção.


Item 1
Item 3 Item 2 Item 7

Item 6

Item 4

Item 5

Fonte: adaptado de Elipse Windows.

Em que:

» Item 1: quando o sensor de presença (SP) for acionado, esse botão


aparecerá com o dizer “ATIVO”, indicando a possível presença de invasor.

134
NORMALIZAÇÃO │ UNIDADE IV

» Item 2: indica a temperatura interna (T) atual.

» Item 3: indica a umidade interna (UR) atual.

» Item 4: por meio desse conjunto de botões, pode-se forçar a saída


digital do controlador para verificar o funcionamento de ventiladores,
compressores e resistência de aquecimento assim como se segue; VE-01,
VE-02, C-01, C-02, R-01 e R-02.

» Item 5: por meio desse segundo conjunto de botões, são sinalizados os


“alarmes ativos”: sistema de detecção e extinção de alarme (SDAEI),
falha nos sistemas de alimentação (ENERGIA), falha na máquina de
ar-condicionado 01 (AC-01), falha na máquina de ar-condicionado 02
(AC-02), Temperatura interna (T) anormal e umidade interna (UR)
anormal.

» Item 6: nesse campo, é visualizado o vídeo transmitido pela câmera.

» Item 7: nesses campos, pode-se alternar da tela de Manutenção


para a tela de Monitoramento. Na janela de Monitoramento, pode
ser observada a existência de sete itens, como botões, sinalizações,
gráficos e registro de eventos necessários para o operador monitorar o
funcionamento do sistema de climatização.

Figura 73. Tela de monitoramento.

Item 2
Item 4 Item 3 4224 Item 1 Item 7
=22

Item 6
Item 5

Fonte: adaptado de Elipse Windows.

135
UNIDADE IV │ NORMALIZAÇÃO

Em que:

» Item 1: campo para ajuste do range de umidade interna (UR) normal de


trabalho do controlador.

» Item 2: campo para ajuste do range de temperatura interna (T) normal


de trabalho do controlador.

» Item 3: indica a temperatura interna (T) atual.

» Item 4: indica a umidade interna (UR) atual.

» Item 5: gráfico de visualização da temperatura interna (T) e umidade


interna (UR) em função do tempo.

» Item 6: mostra o registro de eventos relacionados aos alarmes ocorridos.

» Item 7: nesses campos, podemos alternar da tela de Monitoramento


para a tela de Manutenção.

136
Para (não) Finalizar

A automação e controle em refrigeração e climatização é uma aplicação muito


importante, pois promove conforto e praticidade para os usuários, além de
poder ser aplicada a processos mais específicos que necessitam de controle e
supervisionamento de temperatura, como câmaras frias, frigiríficos e diversos
outros exemplos, contribuindo para a otimzação no controle da qualidade de
produtos e serviços, para a redução de custo de manutenção, energia elétrica,
entre outros.

Um dos fatores principais da automação e controle em refrigeração e climatização


é contribuir de maneira efetiva na redução do desperdício e da ineficiência dos
equipamentos de um sistema de ar-condicionado e de refrigeração e climatização,
muitas vezes causados por deficiências do próprio sistema, por problemas de
instalação, maus hábitos dos usuários, não gerenciamento de manutenções, entre
outros fatores.

O mercado para automação e controle em refrigeração e climatização é muito


promissor e cresce a cada ano, sendo assim uma ótima oportunidade de
desenvolvimento profissional, visto que, atualmente, existem muitos profissionais
qualificados em serviços de manutenção, limpeza e troca de gás refrigerante e que
atuam na instalação de sistemas de refrigeração, calefação e condensação. Porém,
existem muitos trabalhadores que não possuem qualificação técnica para atuar
no mercado, ou seja, o mercado de trabalho nessa área é carente de profissionais
que possuam formação em refrigeração e climatização, sendo então uma ótima
oportunidade para os estudantes dessa área o desenvolvimento de habilidades e
competências para que se destaquem nesse ramo, que tende a se tornar cada vez
mais competitivo nos próximos anos.

Por se tratar de uma característica técnica e especializada, e considerando também


a crescente exigência dos consumidores, fabricantes, empresas, entre outros, a
procura por profissionais capacitados e qualificados que estejam aptos a atuar
em automação e controle em refrigeração e climatização vem crescendo nos
últimos anos. Portanto, além da formação e da qualificação, é importante que os
profissionais dessa área estejam em constantes atualizações para acompanhar as
tendências de mercado e gerar inovação, de modo a desenvolver soluções eficazes,
desenvolvimento de novos processos e assegurar a qualidade das operações e dos
produtos envolvidos nos processos de refrigeração e climatização.

137
Referências

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Balanço


energético nacional 2016 – Ano base 2015. Brasília, p. 188, 2016.

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2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

CREDER, Hélio. Instalações de ar-condicionado. 5. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996.

ELIPSE WINDOWS. Sistema de Supervisão e Controle – Elipse Software


Manual do Usuário, 2007.

ENARI, E. H.; FACCHINI, D. R.; FACCHINI, F. M. Proposta de Arquitetura para Controlar


Climatização e Supervisionar Salas de Equipamentos de Telecomunicações. VIII
Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2011. Disponível em: https://
www.aedb.br/seget/arquivos/artigos11/50314635.pdf. Acesso em: 18 out. 2019.

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KSB BOMBAS HIDRÁULICAS S. A. Manual técnico – Bomba padronizada


monobloco. 2014. Disponível em: http//:www.ksb.com.br. Acesso em: 17 set. 2014.

MANOEL, Jaqueline Barreira. Automatização de sistema de refrigeração de


conforto. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3653/1/
CT_CEAUT_V_2014_16.pdf. Acesso em: 4 ago. 2019.

MORAES, C. C. de.; CASTRUCCI, P. B. de L. Engenharia de Automação Industrial.


2 ed. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos (LTC), 2007.

OLIVETI, Roberto Carlos.; SILVA, Robson Jorge da. Automação aplicada à


refrigeração e climatização. São Paulo: SENAI-SP, 2016.

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2002.

SCHIPITOSKI, L.; DUMS, J. F.; SCHIRMER, L. Sistema remoto de automação


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Instituto Federal de Santa Caratina IFSC. 2016. Disponível em: http://cricte.com.
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REFERÊNCIAS

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Ar Central tipo Self Contained BAX / BWX. Disponível em: https://docplayer.
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