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Introdução:

A sexualidade e as diferentes formas de vivência das relações afetivas são aspectos da vida humana que
despertam a curiosidade e geram polêmica em alguns grupos sociais. Para entender como o ser humano
relaciona-se, é preciso conhecer os conceitos de orientação sexual e gênero, primeiramente.
Discriminação

Discriminação é um substantivo feminino que significa distinção ou diferenciação. No entanto, o sentido


mais comum do termo é designar uma ação preconceituosa em relação a uma pessoa ou grupo de
pessoas.

É denominada discriminação toda a atitude que exclui, separa e inferioriza pessoas tendo como base
ideias preconceituosas.

Esse tipo de violência geralmente é praticado contra as classes sociais baixas, população negra,
população LGBT, obesos, nordestinos, pessoas de outras etnias e religiões, além de demais grupos
sociais.

A discriminação ocorre quando alguém adota uma atitude preconceituosa (baseada em ideias
preconcebidas) em relação a alguém, seja por questões raciais, de gênero, orientação sexual,
nacionalidade, religião, situação econômica ou qualquer outro aspecto social.

Uma atitude discriminatória resulta na violação do artigo 7 da Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 1948:

"todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm
direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação."

A Organização das Nações Unidas, entre outras diversas funções, é responsável por promover diversas
medidas voltadas a erradicar todos os tipos de discriminação.

A discriminação resulta na segregação e exclusão social dos indivíduos discriminados, que se veem
menos representados e marginalizados na sociedade.

Tipos de discriminação

A discriminação pode ocorrer de diversas formas. As mais comuns são:

Discriminação racial

A discriminação racial é das formas mais frequentes de discriminação, e consiste no ato de diferenciar,
excluir e restringir uma pessoa com base na sua raça. Exemplo de discriminação: um segurança de um
estabelecimento proibir a entrada de uma pessoa negra no local.

Discriminação pela orientação sexual

A discriminação pela orientação sexual é denominada homofobia, e consiste no tratamento diferenciado


negativo em relação a homossexuais, bissexuais e transgêneros.
A discriminação por questões de nacionalidade e cultura

É denominada xenofobia, e consiste no tratamento hostil direcionado a estrangeiros, geralmente por


questões históricas, culturais ou religiosas.

A discriminação por questões de gênero

Recebe o nome de sexismo. O sexismo, por sua vez, se manifesta através do machismo (conduta
discriminatória que parte do homem para mulher) e do femismo (discriminação que parte da mulher
para o homem).

Discriminação e Direitos Humanos

Discriminar alguém consiste em impedir essa pessoa de exercer seus direitos como ser humano,
segregando-a e negando a ela acesso a coisas e situações.

A fim de garantir o respeito e defender a dignidade de todos os indivíduos, sem fazer distinção, foi
criada a Declaração Universal de Direitos Humanos, um documento de 1948, elaborado três anos após a
Segunda Guerra Mundial.

Portanto, qualquer pessoa que pratica um ato discriminatório, vai contra ao artigo 7 da Declaração, que
prevê:

Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm
direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação.

A discriminação tem origem no preconceito

Muitas vezes a discriminação é vista como sendo a mesma coisa que o preconceito. De fato, os dois
termos estão relacionados.

Entretanto, consideramos preconceito uma atitude mais ligada a aspectos psicológicos e mentais. A
pessoa preconceituosa tem opiniões infundadas, estruturadas em ideias pré-concebidas e fruto da
ignorância.

Diferença entre discriminação e preconceito

Apesar de serem frequentemente usados como sinônimos, os termos discriminação e preconceito


possuem significados diferentes.O preconceito é uma opinião preconcebida acerca de algo ou alguém,
baseada na ignorância ou em esteriótipos. Assim, o preconceito não é uma ação e não pode resultar,
por exemplo, em processos judiciais.
Exemplo de preconceito: um indivíduo acreditar que um jovem na rua, por ser negro, é um criminoso.

A discriminação, por sua vez, é uma ação que sempre se origina em um preconceito. Ela consiste em um
tratamento, frequentemente negativo, em relação a uma pessoa ou grupo de pessoas, fundamentada
em ideias preconcebidas. Assim, a discriminação é um preconceito praticado e, por isso, pode ser alvo
de medidas judiciais.

Exemplo de discriminação: um segurança de um estabelecimento proibir a entrada de uma pessoa negra


no local.

Discriminação de gênero ou orientação sexual

Existe ainda a discriminação motivada pela orientação sexual ou de gênero. Nesse tipo, a população
LGBT é o alvo das agressões. Lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais são grande parcela das pessoas
que sofrem atos discriminatórios.

São as pessoas trans as mais afetadas, violentadas inclusive pelas próprias famílias. Esse tipo de atitude
é chamada de transfobia.

Assim, muitas saem de casa sem ter condições de se sustentar, não são aceitas em trabalhos formais e
acabam se sujeitando à prostituição.

Além disso, há a discriminação praticada contra as mulheres em todo o mundo, que decorre de um
sistema patriarcal. Essa podemos chamar de misoginia ou sexismo.

Orientação Sexual

A orientação sexual é a atração ou ligação afetiva que se sente por outra pessoa. Indivíduos que gostam
de outros do sexo oposto (homem que se interessa por mulher ou mulher que se interessa por homem)
são chamados de heterossexuais (ou heteroafetivos).

Quando o interesse é por uma pessoa do mesmo sexo, a pessoa é denominada como homossexual (ou
homoafetiva). No caso dos homens, são popularmente chamados de gays, enquanto as mulheres são
conhecidas como lésbicas.

Existem as pessoas que sentem atração por homens e mulheres. Trata-se dos bissexuais (ou biafetivos).
Há também os assexuais, indivíduos que não se interessam sexualmente ou de forma afetiva por
nenhum gênero.

A orientação sexual (hétero, homo ou bi) não possui explicação científica e também não é uma escolha,
por isso o termo “opção sexual” não é correto. A pessoa descobre-se ao longo de seu desenvolvimento
e, a partir daí, tem noção de sua atração por um ou mais gêneros.
Gênero

Outro fator fundamental para entendermos as relações humanas e a forma como o ser humano define-
se como “persona” é o gênero.

O gênero é o sexo (do ponto de vista físico) com o qual a pessoa nasce, ou seja, masculino e feminino.
Há as exceções, como os hermafroditas (intersexo ou terceiro sexo), pessoas que possuem as duas
genitálias ou sistemas reprodutores mistos.

No entanto, a forma como uma pessoa sente-se em relação ao próprio corpo e como ela define-se vão
além do seu “sexo” de nascimento.

Identidade de Gênero

Apesar dos padrões heteronormativos da sociedade, existem as pessoas que não se identificam com o
seu gênero. Os transgêneros são pessoas que nascem com um determinado “sexo”, mas se enxergam
com o gênero oposto. Eles dividem-se em transexuais e travestis.

As travestis nascem com o corpo masculino, mas se identificam com a figura feminina. Com isso, elas
optam por fazer modificações que vão desde o vestuário até o uso de hormônios, por exemplo. Apesar
da identificação com o gênero oposto, as travestis reconhecem seu sexo de nascimento e costumam
permanecer com a sua genitália masculina.

As (os) transexuais, por sua vez, não conseguem conviver de forma saudável com o seu gênero, já que,
do ponto de vista psicológico, essas pessoas sentem-se como se tivessem nascido em um corpo errado.
As (os) trans fazem tratamentos hormonais para alcançar a aparência desejada, modificar a voz e, com a
autorização psiquiátrica, realizam a mudança de sexo e outras intervenções cirúrgicas.

Vale lembrar que transgêneros costumam procurar atendimento especializado para que as mudanças
possam ser feitas em seu corpo. Os acompanhamentos psiquiátrico e psicológico são fundamentais para
que a pessoa tenha certeza de sua necessidade em encontrar o seu novo gênero.

Uma confusão muito comum é entre os conceitos de travesti e drag queen. As travestis são pessoas que
levam a figura feminina para o seu dia a dia por identificação pessoal. Já as drag queens são artistas
(homens ou mulheres) que se “montam” (cabelo, maquiagem, roupas e acessórios) com a intenção de
divertir e expressar sua arte. Ser drag não está relacionado à orientação sexual, já que héteros também
podem incorporar tais personagens.

Significado de LGBT
LGBT é uma sigla que significa Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero. Em uso desde a década de 1990,
o termo é uma adaptação da sigla LGB, que começou a substituir o termo gay em referência à
comunidade LGBT mais ampla a partir de meados da década de 1980.

Descriminação positiva

Já a discriminação positiva se refere ao conjunto de medidas afirmativas voltadas a um grupo


considerado socialmente vulnerável, de forma a realizar uma reparação histórica e promover a justiça
social.

Em suma, todas as medidas que busquem reverter o quadro histórico da desigualdade que caracteriza
as relações étnico-raciais e sociais em nosso país podem ser consideradas atos de discriminação positiva.

Exemplos de discriminação positiva são as cotas raciais para negros e pardos, cotas para indígenas, cotas
para deficientes físicos, etc. Todas essas medidas são direcionadas de forma específica para uma parcela
de indivíduos socialmente discriminados, com o objetivo de lhes conferir igualdade de oportunidades
em relação às maiorias.

Descriminação negativa

Mas, a discriminação negativa não consiste somente em dar mais àqueles que têm menos; ela, ao
contrário, marca seu portador com um defeito quase indelével. Ser discriminado negativamente significa
ser associado a um destino embasado numa característica que não se escolhe, mas que os outros nos
incutem como uma espécie de estigma. A discriminação negativa é a instrumentalização da alteridade,
constituída em fator de exclusão.

Em Moçambique a homossexualidade já não é crime desde Julho de 2015, porém continua a existir
discriminação. Quem o afirma é o fotógrafo Daniel Jack Lyons, que desenvolveu, ao longo de sete anos,
o projecto Hotel Luso, que se centra na integração das pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e
transgénero) no país.

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