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PRODUÇÃO
Ricardo Jimenez Lopez
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Apresentação
Olá! Entraremos agora no mundo do PPCP ‒ Planejamento, Programação e Controle da
Produção. Conheceremos os planos de vendas, o plano-mestre de produção, as
gestões de estoques e de necessidades de materiais tão importantes nas operações. E
por fim, o sequenciamento de produção que é chave para o melhor nível de serviços.
Bons estudos!
Quando tomamos uma decisão de longo prazo, o planejamento de longo prazo define
de certa forma premissas de decisões estratégicas na organização. Isso, de certa
forma, impacta nas decisões de médio e curto prazos, ou seja, se definimos em uma
produção uma capacidade de 1.000 produtos por mês, essa capacidade será
considerada uma “restrição” para as decisões de menor duração. Portanto, temos uma
hierarquia no planejamento, na qual sua duração em meses ou anos, se apresenta
relativa aos prazos que cada organização considera nas tomadas de decisão. As
decisões quanto a planejamento na produção podem ser classificadas como:
Note que o processo de planejamento não é estático, pois o planejamento está sendo
estruturado constantemente, e a partir da primeira decisão estratégica (a de maior
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lucros projetados;
metas mensais para faturar mensalmente;
estoques projetados;
projeção de fluxo de caixa;
orçamento (budget) nas compras e nas despesas;
estabelecimento dos limites de tolerância de variações do Plano-Mestre de
Produção (PMP).
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Existem várias decisões que são tomadas entre os planos estratégicos e a execução, e
que tem como domínio as gerências intermediárias. Essas decisões são relativas aos
planos de médio prazo, ou seja, planejamento tático no qual se inclui o planejamento-
mestre da produção. Uma das preocupações do plano-mestre de produção é atender a
demanda dos clientes, que por sua vez, tem uma variação de tempos em tempos, e é
muito difícil de ser prevista. Atender a demanda no momento que ela se apresenta
pode ser muito prejudicial para a organização, pois é uma ação reativa que propicia
taxas variáveis de produção, gargalos eventuais, horas extras e momentos de
ociosidade, entre outros. Logo, a habilidade do planejador do plano-mestre de
produção é a busca do balanceamento entre suprimento e demanda, atendendo as
variações de demanda, com prazos mais curtos dos acordados com o PVO. A ideia do
planejamento-mestre da produção é maximizar os níveis de serviço e utilização da
capacidade instalada integralmente, e minimizar os estoques de produtos “em
processo” e “acabados”, tendendo a “zero”. Na prática, temos que manter alguns
níveis de estoque para atender demandas flutuantes, sendo que as áreas produtivas
não conseguem operar com taxas constantes de produção e dentro da capacidade
instalada. Portanto, o programador-mestre de produção deve compatibilizar, ou seja,
encontrar as melhores soluções com a adequação aos objetivos conflitantes (trade-
offs) na organização.
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disponibilidade de material;
disponibilidade de capacidade;
solicitações pendentes;
política e metas gerenciais;
estoque projetado disponível, e
quantidades disponíveis para promessa.
Suponhamos que a fabricação da lapiseira é para estoque, e que “hoje” temos 240
unidades. Assumindo que o tempo de montagem (lead time) é de uma semana, na
qual o produto está finalizado, essa montagem é programada com um lote mínimo de
400 unidades devido às dificuldades na preparação da linha (setup). Observe a Figura
4.7 referente ao registro do PMP.
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Agora, observando novamente a Figura 4.7, vamos incluir uma demanda constante de
200 unidades ao longo de oito períodos (de 1 a 8 da tabela) e nenhum pedido aparece,
pois estamos produzindo para estoque.
Coluna 1
Temos 240 unidades em mãos da linha estoque projetado disponível (coluna “Atraso”)
menos 200 unidades da demanda total. Então, temos um balanço positivo de 40
unidades na linha estoque projetado disponível do período 1.
Coluna 2
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Colunas de 3 a 7
Coluna 8
Agora, nessa coluna aparece um valor negativo na linha estoque projetado disponível
de 160 unidades (valor relativo a 40 unidades da coluna 7 menos 200 unidades da
demanda total). Logo, o sistema necessita programar uma montagem de 400 unidades
(valor mínimo definido como setup). A Figura 4.8 já apresenta essa nova condição, com
a solicitação de produção de 400 unidades, e um balanço positivo recuperado de 240
unidades.
Figura 4.8 ‒ Registro básico do PMP – Lapiseira P207 – balanço positivo recuperado
O passo seguinte será informar o plano final de montagem aos níveis inferiores da
estrutura da lapiseira P207 para que sejam garantidas as necessidades de materiais e a
capacidade de produção.
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Quando nos referimos às necessidades de materiais, temos que ter em mente que os
produtos são produzidos a partir de matérias-primas, peças e componentes que serão
produzidos pela empresa ou adquiridos de um fornecedor. Até os anos de 1950, a
lógica utilizada para a gestão de necessidades de produtos era baseada em previsões
de consumo futuro. As previsões de consumo futuro continuam a ser realizadas, mas
não existem cálculos matemáticos isentos de erros que sejam resultantes desse
consumo futuro, e consequentemente, temos a necessidade de alocar recursos
“extras” (como estoques de segurança) visando contribuir com a empresa no sentido
de enfrentar as incertezas vinculadas aos erros de previsão. Essa condição era
subordinada a cálculos mais simplificados, executados sem a utilização de
computadores e de sistemas de Gestão da Necessidade de Materiais (MRP), com os
quais hoje em dia as organizações calculam com maior precisão as necessidades
futuras dos componentes que deverão produzir ou comprar, sem a necessidade de
altos níveis de estoque, além do necessário como no passado. Esses fatos eram
decorrentes da falta de computadores e programas específicos que auxiliassem as
empresas, obedecendo a regras relativas à demanda independente de previsões e de
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A estrutura do produto contribui para que se responda a duas perguntas logísticas que
são pertinentes à administração da produção, que são:
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O sistema MRP objetiva uma produção no futuro, produtos acabados para serem
entregues aos clientes, e na sequência efetua a “explosão” de cada necessidade dos
itens, nível a nível, na lógica de trás para frente no tempo. Por esse motivo, o MRP
apresenta uma técnica chamada de “programação para trás” (backward scheduling).
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Logo, a decisão relativa aos três níveis do planejamento está inter-relacionada com a
função controle, a qual indica que a projeto relacionado às decisões são decididas de
maneira particular por cada organização.
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Observe que as atividades têm sua programação “para trás”, no exemplo da atividade
A com final na semana 4, voltando 3 semanas de duração, fica o início no final da
semana 1, para que não ocorram atrasos, deixando a “folga” de tempo igual a zero.
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REFERÊNCIAS
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