A nossa bandeira nasceu de uma comissão nomeada, logo após a proclamação da
República, pelo D.G. de 15 de Outubro de 1910. Tal comissão apresentou um projecto de bandeira nacional a 29 do nosso mês, através do seu relator Abel Botelho, que foi aprovado pelo Governo Provisório da República e ratificado pela Assembleia Constituinte que estabeleceu por decreto de 19 de Junho de 1911 as cores e a forma da Bandeira Nacional. Verde-escuro e escarlate, bipartida verticalmente, de forma que dois quintos do comprimento total, sejam ocupados pelo verde junto à tralha. O decreto de 19 de Junho de 1911, estabeleceu que as bandeiras militares fossem talhadas em seda, e esfera armilar, de ouro, rodeada de vergônteas de loureiro, também de ouro, cujas hastes se cruzam na parte inferior da esfera, ligadas por um laço branco com a legenda “Esta é a ditosa Pátria minha amada”. O Escudo, de prata com cinco escudetes de azul dispostos em cruz, vem do tempo dos reinados de D. Sancho I e D. Sancho II (1185 – 1248). Aos Cinco Escudetes de Azul dá o povo a designação imprópria de Quinas. Os Besantes, pequenos círculos que originariamente eram moedas de ouro ou prata pregadas no escudo para simbolizar o direito soberano de cunhar moeda, estão inseridos nos escudetes e foram fixados em número de cinco por D. Sebastião (1557 – 1578), pouco antes de partir para África, por o seu número ser variável. Os Castelos, fixados pelo mesmo rei em número de sete, pela mesma razão, são rematados por três torres, das quais a central é um pouco mais elevada. Foi no tempo de D. Afonso III (1248 – 1279), depois da anexação definitiva do Algarve que se adicionou às armas nacionais a bordadura vermelha na qual se inscrevem os castelos de ouro. A Esfera Armilar que, como o seu nome indica, é constituída apenas por círculos que representam o horizonte, meridiano, o equador, a elíptica, etc., de um sistema astronómico convencional cujo centro se supõe ser a Terra, era a divisa pessoal de D. Manuel I (1485 – 1521) e foi introduzida na Bandeira no reinado de D. João VI (1816 – 1826), sendo colocada detrás do escudo, lavrada a ouro, ficando assim inscrito nela o escudo de Portugal.