Você está na página 1de 4

Reflexões Diárias de Richard Rohr

Semana 47: Carl Jung

Quinta-feira, 25 de novembro de 2021, Dia de Ação de Graças nos EUA

Em Busca da Vivacidade

Ann Ulanov é teóloga, terapeuta e estudiosa junguiana. Aqui ela escreve acerca
da “vivacidade” como chave para a transformação:
A vivacidade se resume a uma coisa, consentimento: para se elevar, para sofrer
aperto, ser impressionada, pressionada, para reingressar, se abrir, ponderar,
para estar onde estamos neste momento e ver o que acontece, para permitir a
inalação do sopro do não conhecimento, para ver o que está aí, e o que não está
aí. A vivacidade surge do nosso entendimento daquilo que experienciamos, e da
assimilação daquilo que a experiência faz de nós. Esse é o maravilhamento da
criança a que o Novo Testamento sempre nos recomenda retornar, aquilo que o
filósofo Paul Ricoeur chama de nossa “segunda ingenuidade”. . . . Em um espaço
como esse nos permitimos depender de algo maior do que nós mesmos, aceitar o
que nos oferece, e responder a isso. . . . [RR: Esse é o começo de um verdadeiro
relacionamento com Deus, e uma movimentação para além da mera religião.]
Na intenção de nos protegermos contra a dor psíquica, limitamos nossa
imaginação, nossa capacidade para brincar com as ideias, nossas sensações
corporais. Aceitamos as palavras de terceiros em vez de nos atrapalharmos com
as nossas. Negligenciamos a atenção aos nossos sonhos. Tememos descer às
profundezas de um relacionamento e, em vez disso, continuamente substituímos
por novos. Evitamos dizer a dura verdade a quem amamos. . . . Como proteção
contra a dor podemos sacrificar partes inteiras de nós mesmos, mas então, o
nosso todo perde algo de sua vitalidade essencial. . . .
Essa luta para vivermos tudo o que nos seja possível em face da morte, da
doença, da perda de relacionamentos, do luto insuportável, dos atos de
injustiça, é uma luta que compartilhamos em todas as diferentes circunstâncias
de nossa vida. . . . Nas palavras do Novo Testamento, a pérola de grande valor
(Mt 13, 45-46) é aquilo pelo qual vendemos tudo o que temos; riquezas, fama e
segurança não asseguram a simples felicidade de ser, apenas essa preciosa
vivacidade. O que é, então, essa pérola de grande valor? É sentir-se viva e real, a
vivacidade vibrante que pertence a cada uma de nós. [1]
O autor Brian McLaren é professor do CAC e a seguir reflete acerca da jornada
espiritual como uma busca por vivacidade:
Reflexões Diárias de Richard Rohr
Semana 47: Carl Jung
Na verdade, o que todos nós queremos é muito simples. Queremos estar vivos.
Não apenas existir, mas prosperar, viver em voz alta, andar eretos, respirar
livremente. Queremos ser menos solitários, menos exaustos, menos em conflito
ou temerosos. . . mais despertos, mais agradecidos, mais energizados e cheios de
propósito. Captamos esse tipo de vida atenta e transbordante em termos de
bem-estar, shalom, bençãos, inteireza, harmonia, vida em plenitude e
vivacidade. . . .
Penso que a busca por vivacidade é o que a religião tem de melhor. Esse é o
objeto de nossa esperança quando rezamos. Trata-se da razão de nos reunirmos,
celebrar, comer, abster, assistir, praticar, cantar e contemplar. Penso que uma
pessoa quando diz “sou espiritualista”, está querendo dizer simplesmente “estou
em busca de vivacidade”. [2]

[1] Ann Belford Ulanov, The Unshuttered Heart: Opening to Aliveness/Deadness in the Self
(Abingdon Press: 2007), 15–16, 17.

[2] Brian D. McLaren, We Make the Road by Walking: A Year-Long Quest for Spiritual
Formation, Reorientation, and Activation (Jericho Books: 2014), xv.

Original em inglês:
Reflexões Diárias de Richard Rohr
Semana 47: Carl Jung

Thursday, November 25th, 2021 Thanksgiving Day in the U.S.

Seeking Aliveness
Ann Ulanov is a noted Jungian scholar, theologian, and therapist. Here she writes about
“aliveness” as the key to transformation:

Aliveness comes down to one thing—consenting to rise, to be dented, impressed, pressed in


upon, to rejoin, to open, to ponder, to be where we are in this moment and see what
happens, allowing the breath of not knowing to be taken, wanting to see what is there and
what is not there. Aliveness springs from our making something of what we experience and
receiving what experience makes of us. This is the wonder of the child the New Testament
always recommends us to return to, what the philosopher Paul Ricœur calls our “second
naiveté”. . . . In such a space we allow ourselves to depend on something greater than
ourselves, to take what it gives us and respond to it. . . . [RR: This is the beginning of an
actual relationship with God and the movement beyond mere religion.]

Wanting to protect ourselves from psychic pain, we limit our imaginations, our ability to
play around with ideas, our bodily sensations. We take someone else’s words instead of
fumble for our own. We neglect giving attention to our dreams. We fear to go down into
the depths of one relationship and instead substitute ever new ones. We avoid saying the
hard truth to one we love. . . . We may sacrifice whole parts of ourselves in order to protect
against pain, but then the whole of us loses some of its essential vitality. . . .

This struggle to live all we can in the face of death, illness, loss of relationship, unbearable
grief, acts of injustice, is a struggle we share in all our different circumstances of life. . . . In
the New Testament words, the pearl of great price [Matthew 13:45–46] is what we sell all
we have for the sake of; riches, fame, security do not ensure simple happiness in being,
only this precious aliveness. What, then, is that pearl of great price? It is feeling alive and
real, vibrantly the aliveness that belongs to each of us. [1]

CAC teacher and author Brian McLaren reflects on the spiritual journey as a quest for
aliveness. He writes:
Reflexões Diárias de Richard Rohr
Semana 47: Carl Jung
What we all want is pretty simple, really. We want to be alive. To feel alive. Not just to exist
but to thrive, to live out loud, walk tall, breathe free. We want to be less lonely, less
exhausted, less conflicted or afraid . . . more awake, more grateful, more energized and
purposeful. We capture this kind of mindful, overbrimming life in terms like well-being,
shalom, blessedness, wholeness, harmony, life to the full, and aliveness. . . .

The quest for aliveness is the best thing about religion, I think. It’s what we’re hoping for
when we pray. It’s why we gather, celebrate, eat, abstain, attend, practice, sing, and
contemplate. When people say “I’m spiritual,” what they mean, I think, is simple: “I’m
seeking aliveness.” [2]

[1] Ann Belford Ulanov, The Unshuttered Heart: Opening to Aliveness/Deadness in the Self
(Abingdon Press: 2007), 15–16, 17.

[2] Brian D. McLaren, We Make the Road by Walking: A Year-Long Quest for Spiritual
Formation, Reorientation, and Activation (Jericho Books: 2014), xv.

Você também pode gostar