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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura

Fratura
Mecânica da Fadiga e da

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Mecânica da Fadiga e da Fratura

Prof. Carlo Giuseppe Filippin

Graduação em Engenharia Mecânica – UFPR


Mestrado em Engenharia Mecânica – UFSC
Área de concentração: Projetos Mecânicos

Departamento de Engenharia Mecânica

Universidade Federal do Paraná

filippin@ufpr.br – 41 999383637

Primavera de 2021
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Mecânica da Fadiga e da Fratura

Disciplina: TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura


Prof.Carlo Giuseppe Filippin
Pré-requisitos: TMEC002
Créditos: 45
Carga horária semanal: 3 horas aula
Carga horária total: 45 horas aula

Ementa (Unidade Didática)


Conceitos fundamentais. Coeficiente de segurança. Falha
por fadiga. Diagrama de Wöhler. Modelo ϵ - N.
Elastoplasticidade. Lei de Paris.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Objetivos da disciplina

OBJETIVO GERAL
Possibilitar ao aluno condições de projetar peças e estruturas sob
modo de falha de fadiga.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Dimensionar componentes mecânicos sob cargas de fadiga.
Prever as condições de crescimento de trincas de fadiga.
Avaliar a criticidade de descontinuidades do tipo trincas.
Efetuar uma análise prelimonar de falha.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura 1 2021 TMEC026 MECD MECÂNICA DA FRATURA E FADIGA Prof CARLO FILIPPIN

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Conteúdo da disciplina e Cronograma de execução

61,1% das aulas serão síncronas, com encontros síncronos às terças-feiras das 15:30 às 18:15:

1. Mecanismos de dano 21/09/2021

2. Comportamento à fadiga dos materiais. Curva S-N (Curva de Woehler) 28/09/2021

3. Correções de Marin para a Curva de Woehler 05/10/2021

4. Influência da tensão média 19/10/2021

5. Concentradores de tensão 26/10/2021

6. Comportamento elastoplástico dos metais 09/11/2021

7. Modelo de Neuber. Curva ε-N (Fadiga de baixo ciclo) 16/11/2021

8. Fratura em estruturas metálicas. Tenacidade à fratura. 23/11/2021

9. Modos de fratura. Crescimento de trincas de fadiga 30/11/2021

10. Fratura elastoplástica 07/12/2021

Exame Final 23/12/2021


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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura FORMAS DE AVALIAÇÃO (incluindo critérios de avaliação e frequência)

A nota semestral da disciplina será composta da seguinte forma:

5 atividades individuais = valor de 12 pontos para cada atividade (total= 60 pontos)


1 atividade geral individual = valor de 40 pontos

A frequência semestral da disciplina será composta da seguinte forma:


• 5 atividades individuais = cada atividade entregue no prazo vale 12% da frequência final, o que equivale a
5,4 horas/aula (total = 60%, o que equivale a 27 horas/aula)
• 1 atividade final individual = a entrega da atividade no prazo vale 40% da frequência final, o que equivale a
18 horas/aula

27 horas/aula + 18 horas/aula = 45 horas aula


Obs.: não será atribuída nota para atividades entregues em atraso.

A média semestral do aluno resultará do somatório das atividades individuais. Se a nota final for igual ou
superior a 70 o aluno está aprovado. Se estiver entre 40 e 69 o aluno deverá fazer Exame Final. Se estiver
abaixo de 50 (mesmo após o Exame Final) o aluno estará reprovado. A aprovação é condicionada também à
frequência igual ou superior a 75% da carga horária da disciplina (45h).

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Datas de entrega das atividades assíncronas

Atividades individuais
Nº Tema Data de
entrega
Mecanismos de dano
1 05/10/2021
Comportamento à fadiga dos materiais. Curva S-N (Curva de Woehler)
Correções de Marin para a Curva de Woehler
2 26/10/2021
Influência da tensão média
Concentradores de tensão
3 16/11/2021
Comportamento elastoplástico dos metais
Modelo de Neuber. Curva e-N (Fadiga de baixo ciclo)
4 30/11/2021
Fratura em estruturas metálicas. Tenacidade à fratura
Modos de fratura. Crescimento de trincas de fadiga
5 14/12/2021
Fratura elastoplástica
Geral Todos os temas da disciplina 18/12/2021

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Bibliografia Básica

1 Filippin, C.G., Notas de aula, 2020

2 Rosa, E., Análise de Resistência Mecânica, UFSC (2004)


http://www.grante.ufsc.br/download/Fadiga/FADIGA-Livro-Edison-da-
Rosa.pdf
3 ESAB, Mecânica da Fratura
http://www3.esab.com.br/literatura/apostilas/Apostila_Mecanica_da_Frat
ura_rev0.pdf;

4 Dowling, N, Comportamento Mecânico dos Materiais, LTC, 2017.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Bibliografia Complementar

1 ROCHA, D.L, Revisão Bibliográfica Sobre os Critérios de Falha Segundo a Ótica da Mecânica da
Fratura, em Especial, o Desenvolvimento da Curva de Resistência dos Materiais (Curva R), UFES, 2009,
http://mecanica.ufes.br/sites/engenhariamecanica.ufes.br/files/field/anexo/pdf_pg_diego_rev_final.pdf;

2 Scheid, A., Análise de Falhas, UFPR, http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM049/Aula%205.pdf;

3 Ruchert, C, MECÂNICA DA FRATURA E FADIGA DOS MATERIAIS, USP, 2014,


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/241323/mod_resource/content/2/AULA%20DE%20FADIGA%20E%20F
RATURA2.pdf;
4 Santos Jr., A.A., Sistemas Mecânicos, Unicamp, 2002,
http://www.fem.unicamp.br/~lafer/em718/arquivos/apostilaSMa.pdf;

5 UGURAL, Ansel C., Mecânica dos Materiais, LTC, 2009;

6 Almeida, J.C., Projeto Mecânico - Enfoque Baseado na Fadiga e na Mecânica da Fratura, LTC, 2018.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura

“Engenharia é a arte em que estar


aproximadamente certo é melhor do
que estar exatamente errado.”

Prof. Rod Smith


University of Sheffield,1990

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura

1. INTRODUÇÃO

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse da Engenharia

• Fadiga

• Sobrecarga

• Corrosão

• Desgaste
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Fadiga

Definição de fadiga: evolução de propriedades que ocorrem em


um material sujeito a cargas dinâmicas.

– Fadiga afeta uma variedade de aplicações de componentes e


estruturas.

– Distintos materiais apresentam mecanismos de dano distintos e


propriedades de fadiga particulares.

– Falha por fadiga é multidisciplinar e é a causa mais comum de


falha mecânica.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Fadiga

Falha por fadiga por desenho inadequado em um eixo de um


soprador (blower)

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Classificação das cargas dinâmicas

Cargas que provocam na estrutura campos de


deformação e de tensão variáveis no tempo

Rigidez

Ação externa
Tenacidade
Campo de deformações

Resistência
Restrições
Campo de tensões

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Normas

Norma (Standard) – um guia aceito contendo conceitos


legais, procedimentos, definições, etc.

✓ ASTM E606 – Standard Practice for


Strain-Controlled Fatigue Testing

✓ ISO 1099:2006 – Metallic materials -


Fatigue testing – Axial force-controlled
method

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Journals

➢ International Journal of Fatigue

➢ Fatigue and Fracture of Engineering Materials &


Structures

➢ Engineering Failure Analysis

➢ Materials Science and Engineering

➢ Journal of Mechanical Sciences

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Livros

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Determinação de deformações e cálculo de tensões

Extensometria de resistência elétrica

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Determinação de deformações e cálculo de tensões

Extensometria de resistência elétrica

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Determinação de deformações e cálculo de tensões
Extensometria de resistência elétrica

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Mandamentos do Projeto à Fadiga

1. Reconhecer que as falhas de fadiga são a causa mais comum


de falha mecânica em componentes, veículos e estruturas e
que essas falhas ocorrem em todos os campos da engenharia.

2. Reconhecer que métodos próprios de projeto sob fadiga


existem e devem ser incorporados ao processo de projeto
global, quando cargas cíclicas estão envolvidas.

3. Não confiar apenas em fatores de segurança na tentativa de


superar procedimentos pobres de projeto.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Mandamentos do Projeto à Fadiga

4. Considerar que um bom projeto de fadiga, com ou sem auxílio


computacional, incorpora a síntese, análise e testes.

5. Considerar que o teste de durabilidade à fadiga deve ser


usado como uma ferramenta de verificação do projeto e não
como uma ferramenta de desenvolvimento da estrutura ou
componente.

6. Não subestimar os efeitos aditivos ou sinérgicos de carga,


meio ambiente, geometria, tensão residual, tempo e
microestrutura do material.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Mandamentos do Projeto à Fadiga

7. Considerar que o comportamento de tensão-deformação em entalhes ou


fendas sob cargas repetidas pode não ser o mesmo que o observado sob
tração monotônica ou carga de compressão.

8. Levar em consideração que o componente ou estrutura, muito


provavelmente, pode conter trincas durante a sua vida de projeto.

9. Reconhecer que a maioria das trincas nucleadas por fadiga ocorrem na


superfície, e, portanto, que os efeitos de superfície e de fabricação são
extremamente importantes.

10. Não presumir que um metal que possui uma boa resistência à nucleação
de trincas também terá boa resistência ao crescimento de trincas e vice-
versa.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Tipos de fadiga

Fadiga Mecânica
Fadiga Mecânica Multiaxial
Fadiga Térmica
Fadiga por Fluência (creep)
Fadiga Termomecânica
Fadiga por Corrosão
Fadiga por Contato
…..

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Estudo da fadiga – Síntese

Pode ser empregada para se determinar:

• Efeito de alterações no componente (material,


processo de fabricação, geometria, ...)
• Efeito da temperatura ambiente
• Efeito da presença de concentrações de tensões
e trincas na vida de fadiga
...

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Estudo da fadiga – Análise

Pode ser empregada para se determinar:

• Influência da fadiga em uma análise de falha


• Reclassificação de equipamento em função de
alterações no componente (material, processo
de fabricação, geometria, ...)
• Número de ciclos até à falha
...

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Histórico do Estudo da Fadiga

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Arquimedes - ~ a.C. 250

✓ Arquimedes estudou a estática. Definiu a


“Lei da Alavanca”.

Arquimedes, a.C.287 - a.C.212

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Leonardo da Vinci- ~1500

✓ Leonardo da Vinci conduziu, talvez, a


primeira tentativa de aplicar a estática na
determinação das forças que agem nos
elementos das estruturas, e também os
primeiros experimentos para a determinação
da resistência dos materiais estruturais.

Leonardo di Ser Piero da Vinci, 1452-1519

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Galileu - 1638

✓ Galileu Galilei torna a resistência dos


materiais uma ciência.

✓ Galileu desenvolveu estudos intensivos


dedicados à avaliação da resistência
mecânica de alguns materiais à fratura
mediante a aplicação de cargas estáticas
de caráter progressivo.

Galileu Galilei, 1564 - 1642

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Sir Robert Hooke - 1678

✓ 1678 - Sir Robert Hooke propõe a


Lei de Hooke, estabelecendo a
relação elástica linear entre tensão
e deformação.

𝐹ത = 𝑘ത 𝑥ҧ

Sir Robert Hooke, 1635-1703

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Sir Isaac Newton- 1687

✓ Newton define suas 3 Leis:

• 1ª Lei: princípio da inércia.


• 2ª Lei: princípio da dinâmica.
• 3ª Lei: princípio da ação e reação

Sir Isaac Newton, 1643-1727

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Augustin-Louis Cauchy - 1827

✓ Tensor tensão de Cauchy na mecânica


do contínuo, representado
universalmente pelo símbolo , é um
tensor tridimensional de segunda
ordem, com nove componentes ij, que
define completamente o estado de
tensão em um ponto no domínio de um
corpo material em sua configuração
deformada.

Augustin-Louis Cauchy, 1789-1857

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Wilhelm August Julius Albert - 1829

✓ Observou, estudou e
relatou a falha de uma
talha de mina de ferro

✓ Primeiro relato registrado


de fadiga do metal

✓ Inventou o cabo de aço.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Jean-Victor Poncelet - 1839

✓ Jean-Victor Poncelet, projetista de


eixos de ferro fundido para rodas de
moinho, usa oficialmente o termo
"fadiga" pela primeira vez em um livro
de mecânica.

✓ Jean-Victor postulou que os eixos


ficaram cansados, ou fadigados, após
um período de uso antes de falhar.

37
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura William John Macquorn Rankine - 1842

✓ Reconheceu a importância da concentração


de tensões em sua investigação de falhas do
eixo da estrada de ferro – acidente de
Vesalhes.
✓Viria a comentar, pela primeira vez, as
fraturas súbitas que afetavam
recorrentemente os eixos das composições
ferroviárias

✓Nasceu em 2/07/1820 em Edinburgh, Scotland


✓Morreu em 24/12/1872 em Glasgow, Scotland

38
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Joseph Glynn - 1844

✓ Relatou a fadiga em eixo em


rodado de locomotiva

✓ Identificou a chaveta como o local


da origem da trinca

39
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura William Richard Eaton Hodgkinson - 1849

✓ Participou de uma Comissão da Royal


Society para investigar a aplicação de
ferro fundido em estruturas ferroviárias

✓ Realizou algumas investigações iniciais


da fadiga do metais

✓ Viga – I é conhecida como


“Hodgkinson’s beam”

40
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Arthur Jules Morin - 1853

✓ Estudou falhas em eixos


de carruagens do correio

41
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura John Braithwaite - 1854

✓ Cunhou o termo “fatigue”

42
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura August Wöhler - 1867
✓ 1867 - Na Exposição de Paris de 1867, August Wöhler apresenta seu trabalho
sobre curvas de fadiga do metal (chamadas curvas de Wöhler ou Curvas S-N)
que relacionam o número de ciclos de tensão à falha.
✓ Primeiro estudo experimental sistemático -
em eixos ferroviários de aço

✓ Buscou determinar a existência do limite de


resistência dinâmico abaixo do limite de
resistência estático do material

✓ Desenvolveu “Lei de Wöhler”

✓ Concluiu que a variação de tensão cíclica é


mais importante que o pico de tensão. August Wöhler, 1819-1914
43
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Ludwig Spangenberg - 1874

✓ Ludwig Spangenberg continuou os famosos testes


de carga variável rotativa de August Wöhler e foi o
primeiro a exibir graficamente os pontos de teste,
a chamada curva de Wöhler.

✓ Descreveu a “Lei de Wöhler” de forma linear em


um diagrama S-N

44
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura William Fairbairn - 1860

✓ Um dos primeiros engenheiros a


conduzir investigações sistemáticas
de falhas de estruturas

✓ Condenou o uso de vigas de ferro


fundido treliçadas

✓ Aconselhou Robert Stephenson a


não empregar essas vigas em uma
ponte, que foi construída sobre o rio
Dee, em 1846. A ponte desabou em
1847, matando 5 pessoas
45
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Johann Bauschinger - 1886

✓ Histerese – Efeito Bauschinger

46
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Goodman - Haigh- 1899

✓ 1899 – Diagrama de Goodman-Haigh proposto para quantificar a


interação das tensões médias e alternadas na vida à fadiga de um material.

✓ O diagrama indica um envelope de operação seguro para as tensões


médias e alternadas de um determinado material por vida infinita.
47
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura James Alfred Ewing & Humphries - 1903

✓ Descobriram que a progressão de bandas de


deslizamento e passos de deslizamento formam
fissuras de superfície

✓ Usando micrografias,
determinaram que a iniciação
de trincas por fadiga está
relacionada com a evolução
da estrutura cristalina

✓ Deformação cíclica leva ao


desenvolvimento (iniciação)
de fissuras de fadiga

48
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Olin Hanson Basquin - 1910

✓ 1910 - O.H. Baskin definiu a forma de uma


curva S-N típica usando os dados de teste de
Wöhler e propôs uma relação log-log

49
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Charles Edward Inglis - 1913

✓ Mecânica da Fratura com base


nos conceitos de análise de tensões
– intensidade de tensões KIc

50
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Alan Arnold Griffith - 1921

✓ Mecânica da Fratura com


base nos conceitos de energia
em fratura GIc

51
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Nils Arvid Palmgren - 1924

✓Patenteou o rolamento de
esferas autocompensador

✓Desenvolveu teorias para o


cálculo da vida útil de esferas do
rolamento (Tese de doutoramento)

✓Publicou em 1924 uma hipótese


amplamente utilizada sobre carga
de fadiga de estruturas

52
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Maurice Anthony Biot - 1933

✓ Maurice Anthony Biot (formado pela Universidade


Católica de Leuven, Bélgica) descreve o espectro
de resposta ao choque (SRS) em seu doutorado no
California Institute of Technology. Esta é a
primeira referência publicada ao Shock Response
Spectrum.

Professor Maurice Anthony Biot


(1905 – 1985)

✓ O SRS foi inicialmente desenvolvido para compreender o potencial de


danos das vibrações do terremoto.
53
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Edward E. Simmons e Arthur Claude Ruge - 1938

✓Medidor de deformação através da variação da


resistência de um fio colado à estrutura sob
deformação moderno (extensômetro), inventado
por Edward E. Simmons do California Institute of
Technology (Caltech) e Arthur C. Ruge do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), Arthur Claude Ruge (1905 – 2000)
independentemente.

Edward E. Simmons (1911 – 2004)


54
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura George Rankine Irwin - 1940

✓Observou que o processo de


fratura dos metais envolvia
trabalho não elástico na ponta da
trinca

✓Modificou a teoria de Griffith,


incorporando o trabalho plástico
na fratura em adição à energia de
superfície clássica na formação de
fissuras

55
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura A. M. Miner - 1945

✓Popularizou a hipótese de dano linear de Palmgren como


ferramenta prática de projeto

✓Definição do conceito de Acúmulo de Dano. Regra de acúmulo


linear de dano (Regra de Palmgren -Miner).

56
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Egon Orowan - 1945

✓ Mecânica da Fratura
Elastoplástica

57
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Walodi Weibull - 1951
✓ O matemático sueco Waloddi Weibull apresenta um artigo sobre a
distribuição de Weibull para a American Society of Mechanical Engineers
(ASME).
✓ Weibull realizou milhares de testes
em parafusos e alumínio para
desenvolver uma distribuição
estatística de probabilidade de
falhas. Ele descobriu que as
probabilidades de falha por fadiga
não podiam ser descritas usando
distribuições gaussianas clássicas
e, em vez disso, desenvolveu sua
distribuição Weibull que incluía
uma função de forma.
58
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura L. F. Coffin & S. S. Manson - 1954

✓ Conceito de “deformação” cíclica

✓ A relação Manson-Coffin foi estabelecida para descrever o


comportamento da fadiga na região plástica de baixo ciclo
dos materiais onde a deformação governa a vida em
fadiga.
S. S. Manson
✓Levantamento de
curvas -N (Relações de
Coffin-Manson )

✓Fadiga de baixo ciclo

L. F. Coffin 59
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura L. M. Kachanov - 1958

✓ Modelos de acúmulo de
dano mais adequados, com
base na Mecânica do Contínuo

60
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Edward Murphy - 1958

Lei de Murphy

De acordo com a história, foi nomeada após


o Capitão Edward Murphy ter exclamado de
frustração: “Se houver alguma maneira de
fazer errado, ele o fará”. Ele estava se
referindo a um técnico que conectou as
pontes de Wheatstone do medidor de
deformação (extensômetro) incorretamente,
resultando em nenhum dado útil sendo
adquirido durante um teste.

61
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Yuri Nikolaevich Rabotnov - 1959

✓ Principais obras de Rabotnov


são na teoria de cascas, na teoria
da fluência e plasticidade, a na
mecânica da fratura

62
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura P. C. Paris - 1961

✓ Propõe métodos para prever a taxa de


crescimento de trincas individuais de fadiga
relacionados com faixa de variação do fator de
intensificação de tensão

Lei de Paris

✓ Em 1970 Paris demonstrou um limiar para o


fator de intensificação de tensões, abaixo do
qual uma trinca não cresce 63
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura W. E. Anderson - 1961

✓ Fator de concentração
de tensões em trincas

64
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura MIL-STD-810 - 1962
✓A primeira edição do MIL-STD-810 para adaptação de testes ambientais é
publicada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

✓MIL-STD-810, intitulado Considerações de Engenharia Ambiental e Testes de


Laboratório, é um padrão militar dos Estados Unidos. Fornece diretrizes para
determinar quais condições uma peça de equipamento experimentará durante sua
vida útil e como replicar essas condições em um laboratório de teste. Os padrões
são frequentemente usados para o desenvolvimento de produtos não militares. 65
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Genady P. Cherepanov - 1967

✓ Conceito da Integral-J

66
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Tatsuo Endo e M. Matsuishi - 1968

✓ Engenheiro japonês, desenvolve o algoritmo


rainflow de contagem para extrair ciclos de fadiga
individuais de históricos de carga complexos

✓ Endo desenvolveu o algoritmo enquanto era


professor visitante na Universidade de Illinois em
Urbana-Champaign junto com M. Matsuishi.

Tatsuo Endo (1925 - 1989)

67
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura James Robert Rice - 1968

✓Conceito da Integral-J

✓Explicação de como deformações


plásticas localizam-se em uma faixa
estreita

68
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Wolf Elber - 1970

✓ Elucida os mecanismos e a
importância do fechamento de Trinca aberta
trinca em retardar o
crescimento de uma falha por
fadiga devido ao efeito de
cunha de deformação plástica
deixando para trás a ponta da Trinca fechada
fissura

69
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura S.Pearson- 1975

✓ Comportamento de pequenas
trincas de fadiga que crescem
mais rápido para o mesmo
intensificador de tensões em
relação a trincas maiores

70
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Dušan Krajčinović – 1980 - 2000

✓ Modelos de acúmulo de dano


mais adequados, com base na
Mecânica do Contínuo

71
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Jean-Louis Chaboche – 1980 - 2000

✓ Modelos de acúmulo de
dano mais adequados, com
base na Mecânica do Contínuo

72
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Jean Lemaitre – 1980 - 2000

✓ Modelos de acúmulo de dano


mais adequados, com base na
Mecânica do Contínuo e na
Termodinâmica dos Sólidos

73
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura 1980’s – Softwares de Desenvolvimento

74
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura 1990’s – Softwares de Elementos Finitos

75
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura 2000’s – Sistemas Integrados de Projeto

76
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Acidente de trem em Versailles 08/05/1842, 50 vítimas fatais

✓ O eixo de uma locomotiva quebrou inesperadamente,


resultando na morte de mais de 50 pessoas.
✓ Na época, era mal compreendido que o acúmulo de muitos
pequenos ciclos de tensão poderia levar a uma trinca e falha
repentina em uma peça metálica
✓ Causado por falha por
fadiga de um eixo de
locomotiva em uma
transição de seção
✓ Vagões se empilharam nas
locomotivas e se
incendiaram
✓ Problema resolvido com
melhores desenhos de eixos
- primeiro laudo técnico
detalhado
77
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Acidente em tanque de melado “Boston Molasses Disaster” 15/01/1919

✓Sobrecarga por volume e por


pressão (fermentação do melado)
✓Variação de temperatura

✓ Falha por propagação


catastrófica de trinca de
fadiga
78
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Liberty Ships of WWII (1941-1945)

Liberty Ships
4694 foram construídos
1289 sofreram fratura frágil
233 fraturas catastróficas
19 navios partiram-se ao meio

79
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura De Havilland Comet Jets (1953, 1954)
Três aeronaves de Havilland COMET diferentes, o primeiro avião comercial
pressurizado do mundo, se fragmentaram no ar com aproximadamente um ano de
diferença. Durante a investigação do acidente foi determinado que as janelas da
escotilha de escape no topo do avião, com seu design quadrado, foram a causa.

As janelas eram quadradas com cantos agudos, criando uma área de


concentração de tensão. Sob ciclos repetidos de pressurização, as trincas
iniciariam nos cantos. Projetos subsequentes usaram janelas arredondadas para
reduzir as concentrações de tensão.
80
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Silver Bridge, Rio Ohio, Point Pleasant, WV, EUA, 15/12/67, 47 vítimas fatais

81
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Vaso de pressão fraturado durante o teste hidrostático

82
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura New Hampshire 1978, Fratura frágil de uma barcaça

83
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Aloha Airlines Vôo 243, 28/04/88, 1 vítima fatal

Pouso bem sucedido de um 737 que perdeu parte da fuselagem


durante o voo, devido à uma falha por fadiga (após mais de 32 mil
ciclos de pousos e decolagens) 84
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura ICE – Eschede, Alemanha, 03/06/98, 101 vítimas fatais

✓ Trincas por fadiga e fratura de


uma roda de trem

85
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura China Airlines Flight 611 25/05/2002, 225 vítimas fatais

✓ Falha ocasionada por manutenção fora das


especificações 22 anos antes

86
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Boeing 767, Los Angeles, 02/06/2006

87

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