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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura

TENSÃO MÉDIA
6. INFLUÊNCIA DA

1
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Carregamento cíclico

 max +  min
Tensão média  m =
2

Amplitude de tensão
 max −  min

tensão
a =
2
Variação de tensão
 =  max −  min

a =
2 tempo
Razão de tensão
 min
R=
 max
2
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura

σm< 0
σm> 0
Influência da Tensão Média

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

Carregamento totalmente reverso Carregamento pulsante Carregamento cíclico

𝜎𝑚 = 0 𝜎𝑚 = 𝜎𝑎 𝜎𝑚 > 0
𝑅 = −1 𝑅=0 0<𝑅<1

4
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

A resistência à fadiga para vida infinita (Sn) diminui com o aumento da


tensão média (σm)

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

Como a maioria dos dados das curvas S - N usados nas análises de fadiga
foi produzida sob tensão média zero (R = ─1), é necessário traduzir os
ciclos com tensão média diferente de zero em ciclos equivalentes com
tensão média zero produzindo a mesma vida em fadiga.

Existem vários métodos empíricos usados na prática. O diagrama de Haigh


foi um dos primeiros conceitos em que o efeito do estresse médio pode
ser contabilizado.

O procedimento é baseado em uma família de curvas Sa- Sm obtidas para


várias vidas de fadiga, onde Sa é a resistência á fadiga para a amplitude de
tensão e Sm é resistência à fadiga para a tensão média.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Diagrama Master de Fadiga

𝜎𝑚𝑖𝑛
𝑅=
𝜎𝑚á𝑥

𝜎𝑎
𝐴=
𝜎𝑚

1 𝑘𝑝𝑠𝑖 = 6,894757 𝑀𝑃𝑎 7


TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

• Os pontos das curvas de vida constante devem ser vistos como um lugar
geométrico das combinações σa x σm que causam o mesmo dano à peça.
Este é um conceito útil para viabilizar projetos sob cargas complexas.

• Os ensaios requeridos para levantar o diagrama de Haigh podem ser


considerados caros do ponto de vista econômico. Por esta razão várias
relações empíricas foram desenvolvidas para gerar uma linha que define
as regiões onde se tem vida infinita.

• Estes métodos usam várias curvas para conectar o limite de fadiga Sn


(endurance limit), tomando-o no eixo das tensões alternadas σa do
diagrama de Haigh, com a resistência de escoamento Se , ou máxima
Smáx , tomada no eixo da tensão média σm.
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

𝑃𝑎𝑟𝑎:
𝜎𝑎 = 200𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑚 = 200 𝑀𝑃𝑎
σa 𝑁𝑓 = 105 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠

𝑃𝑎𝑟𝑎:
𝜎𝑎 = 100𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑚 = 400 𝑀𝑃𝑎
𝑁𝑓 = 105 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠

σm
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

𝜎𝑚á𝑥 = 𝜎𝑚 + 𝜎𝑎

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

[F. Klubberg, I. Klopfer, C. Broeckmann, R. Berchtold, P. Beiss: Fatigue testing of materials and components under mean load conditions. XXVIII. GEF
Encuentro del Grupo Español de Fractura, Gijón, 6. – 8. April 2011] 12
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Teorias de Falha por Fadiga sob Tensões Flutuantes (m ≠ 0)

✓ Gerber (Alemanha, 1874)


✓ Goodman (Inglaterra, 1899)
✓ Soderberg (EUA, 1930)
✓ ASME elíptico
✓ Langer
✓ Morrow (EUA,1965)
✓ Smith-Dolan
✓ Dietmann (Alemanha, 1976)
✓ Smith-Watson-Topper (SWT)
✓ Walker
✓ Linear

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Langer

𝜎𝑚 𝜎𝑎 1 𝜎𝑚 + 𝜎𝑎 1 𝜎𝑚á𝑥 1
+ = = =
𝑆𝑒 𝑆𝑒 𝑐𝑠 𝑆𝑒 𝑐𝑠 𝑆𝑒 𝑐𝑠

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Soderberg (EUA, 1930)

𝜎𝑚 𝜎𝑎 1
+ =
𝑆𝑒 𝑆𝑛 𝑐𝑠
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Goodman (Inglaterra, 1899)

𝜎𝑚 𝜎𝑎 1
+ =
𝑆𝑚á𝑥 𝑆𝑛 𝑐𝑠
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Gerber (Alemanha, 1874)

2
𝜎𝑚 𝜎𝑎 1
+ =
𝑆𝑚á𝑥 𝑆𝑛 𝑐𝑠

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Dietmann (Alemanha, 1976)

2
𝜎𝑚 𝜎𝑎 1
+ =
𝑆𝑚á𝑥 𝑆𝑛 𝑐𝑠

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura

𝑆𝑒
𝜎𝑚
2
+
𝑆𝑛
𝜎𝑎
2
=
1
𝑐𝑠
Critério ASME elíptico

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Morrow (EUA,1965)

𝜎𝑚 𝜎𝑎 1
+ = Tipicamente 𝜎𝑓′ = 𝑆𝑚á𝑥 + 345 𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑓′ 𝑆𝑛 𝑐𝑠

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Smith-Dolan

𝑐𝑠 𝜎𝑚
𝑐𝑠 𝜎𝑎 1−
𝑆𝑚á𝑥
= 𝑐𝜎
𝑆𝑛 1+ 𝑠 𝑚
𝑆𝑚á𝑥
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Smith-Watson-Topper (SWT)

𝑆𝑛 = 𝑆𝑚á𝑥 𝑆𝑎 𝑆𝑛 = 𝑆𝑚 + 𝑆𝑎 𝑆𝑎 𝑆𝑛 = 𝑐𝑠 𝜎𝑚 + 𝑐𝑠 𝜎𝑎 𝑐𝑠 𝜎𝑎

𝜎𝑚 + 𝜎𝑎 𝜎𝑎 1
=
𝑆𝑛 𝑐𝑠 22
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Walker

1−𝛾 𝛾 1−𝛾 𝛾 𝑆𝑛 = 𝑐𝑠 𝜎𝑚 + 𝑐𝑠 𝜎𝑎 1−𝛾 𝑐𝑠 𝜎𝑎 𝛾


𝑆𝑛 = 𝑆𝑚á𝑥 𝑆𝑎 𝑆𝑛 = 𝑆𝑚 + 𝑆𝑎 𝑆𝑎
𝜎𝑚 + 𝜎𝑎 1−𝛾 𝜎 𝛾 1
𝑎
= 𝛾 = −0,0002. 𝑆𝑚á𝑥 + 0,8818
𝑆𝑛 𝑐𝑠
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Critério de Linear

σ𝑎 = 𝑆𝑛 − 𝑀𝜎𝑚 𝑐𝑠 𝜎𝑎 = 𝑆𝑛 − 𝑀𝑐𝑠 𝜎𝑚 𝜎𝑎 + 𝑀𝜎𝑚 1


=
𝑆𝑛 𝑆𝑛 𝑐𝑠
𝑀= −1
𝑆𝑛𝑅=0 Tipicamente 0,2<M<0,4 24
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Diagrama de Fadiga com Tensão Média não nula

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Diagrama de Fadiga com Tensão Média não nula

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Diagrama de Fadiga com Tensão Média não nula

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Diagrama de Fadiga com Tensão Média não nula

28
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Diagrama de Fadiga com Tensão Média não nula

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Teorias de Falha por Fadiga

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura

ciclo
Influência da Tensão Média

crítico

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Influência da Tensão Média

Conservadorismo
depende do
modelo

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Discussão sobre os Modelos

✓ Soderberg é o mais conservativo;


✓ Dados de testes se localizam entre os modelos de Goodman e de
Gerber;
✓ Para a maioria das condições de projeto com R<1, ou seja, pequenas
tensões médias em relação à tensão alternada, há pouca diferença
entre as diferentes teorias;
✓ Para aços duros (frágeis) onde a resistência máxima Smáx se aproxima da
tensão de ruptura verdadeira (σf’), os modelos de Morrow e de
Goodman praticamente coincidem

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Discussão sobre os Modelos

✓ Na região onde as diferentes teorias apresentam grandes diferenças


(quando R tende a 1), há poucos dados experimentais disponíveis.
Nesta região o escoamento deveria ser usado como critério de
projeto;

✓ Para aços dúcteis (Sf > Smáx) Morrow é menos sensível à tensão
média;

✓ Para aços de alta resistência mecânica o modelo de Gerber é bastante


representativo.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

Uma mola de lâmina de seção constante simplesmente engastada está


suportando o deslocamento de um came na sua extremidade. A mola é
construída em aço 5150 temperado a 845C e revenido a 540C, com resistência
ao escoamento Se=670 MPa e resistência máxima Smáx=910 MPa módulo de
elasticidade E=200 GPa. A mola opera em flexão repetida, ou seja, de um valor
nulo de deslocamento ao valor nominal de deslocamento. O curso do came é de
40 mm. A mola é pré-carregada com uma deflexão inicial de 50 mm. A mola é
laminada a frio, opera em temperatura de 40°C, com expectativa de
confiabilidade de 95%. Não há outros efeitos relevantes atuando sobre o pino.
Qual o coeficiente de segurança para vida infinita da mola? A tensão é aplicada
em região de seção constante sem influência de heterogeneidades geométricas
e de material, desconsiderando-se o efeito das tensões de contato com o came e
as tensões cisalhantes.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

10 mm
40 mm

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

a) A tensão atuante na mola é de flexão.

b) Cálculo da força atuante (F):


Onde:
3𝐸𝐼𝑓 E = módulo de elasticidade
𝐹= 3 I = momento de inércia
𝑙
f = deflexão (flecha)
𝑓 =𝑦+𝛿 h = espessura de mola
b = largura da mola
𝑓𝑚á𝑥 = 40 + 50 = 90 𝑚𝑚 l = comprimento da mola
y = curso do came
𝑏ℎ3 50. 63 δ = pré-carregamento
𝐼= = = 900 𝑚𝑚4
12 12
38
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

b) Cálculo da força atuante (F):


3.200000.900.90
𝐹𝑚á𝑥 = 3
= 94,92 N
800

c) Cálculo da tensão de flexão (σf):

𝑀𝑓 . 𝑐
𝜎𝑓 =
𝐼
𝑡 6
𝑐 = = = 3 𝑚𝑚
2 2
𝑀𝑓𝑚á𝑥 = 𝐹𝑚á𝑥 . 𝑙 = 94,82 . 800 = 75937,5 𝑁𝑚𝑚

39
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

c) Cálculo da tensão de flexão (σf):


75937,5 . 3
𝜎𝑓𝑚á𝑥 = = 253,1 𝑀𝑃𝑎
900

A tensão mínima é devida apenas à pré-carga:

𝑓𝑚í𝑛 = 50 𝑚𝑚

3.200000.900.50
𝐹𝑚í𝑛 = 3
= 52,73 N
800

𝑀𝑓𝑚í𝑛 = 𝐹𝑚í𝑛 . 𝑙 = 52,73 . 800 = 42187,5 𝑁𝑚𝑚

40
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

c) Cálculo da tensão de flexão (σf):


42187,5 . 3
𝜎𝑓𝑚í𝑛 = = 140,6 𝑀𝑃𝑎
900

d) Cálculo da tensão média e amplitude de tensão:


𝜎𝑚á𝑥 + 𝜎𝑚í𝑛
𝜎𝑚 =
2
253,1 + 140,6
𝜎𝑚 = 𝜎𝑚 = 196,8 𝑀𝑃𝑎
2
𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚í𝑛
𝜎𝑎 =
2
253,1 − 140,6 𝜎𝑎 = 56,3 𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑎 =
2 41
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

e) Cálculo da resistência à fadiga para vida infinita (Sn):


A tensão aplicada σmáx=253,1 MPa é menor que a resistência
ao escoamento Se=670 MPa. Logo o modelo S-N pode ser aplicado.

𝑆𝑛 = 𝑘𝑎 𝑘𝑏 𝑘𝑐 𝑘𝑑 𝑘𝑒 𝑘𝑓 𝑆𝑛
Como Smáx<1400 MPa

𝑆𝑛′ = 0,5. 𝑆𝑚á𝑥 𝑆𝑛′ = 0,5.910 𝑆𝑛′ = 455 𝑀𝑃𝑎

−0,265
𝑘𝑎 = 4,51𝑆𝑚á𝑥
𝑘𝑎 = 4,51. 910−0,265 = 0,741 Para laminação a frio
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

Flexão repetida em seção retangular


t=6 mm
𝑡
𝐴95% = 𝑏. 0,05 b=50 mm
2
𝐴95% = 50.0,15 = 7,5 𝑚𝑚2
𝑡 6
𝐴95% = 0,0766. 𝑑𝑒2 0,05. = 0,05. = 0,15 𝑚𝑚
2 2

𝑑𝑒 = 9,895 𝑚𝑚
𝑘𝑏 = 1,24𝑑𝑒−0,107

𝑘𝑏 = 1,24. 9,895−0,107 = 0,97

𝑘𝑐 = 1,0 Flexão → kc = 1,0 = corpo de prova


TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

𝑘𝑑 = 1,0 Temperatura < 450 °C


𝑘𝑒 = 0,864 Confiabilidade = 95%
𝑘𝑓 = 1,0 Não há outros efeitos atuando sobre a peça

Então:
𝑆𝑛 = 𝑘𝑎 𝑘𝑏 𝑘𝑐 𝑘𝑑 𝑘𝑒 𝑘𝑓 𝑆𝑛 ′

𝑆𝑛 = 0,741 . 0,97 . 1,0 . 1,0 . 0,864 . 1,0 . 455

𝑆𝑛 = 282,6 𝑀𝑃𝑎

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 8

f) Cálculo do coeficiente de segurança.

Opta-se por empregar o critério de Goodman

𝜎𝑚 𝜎𝑎 1 196,8 56,3 1
+ = + = 𝑐𝑠𝑓𝑎𝑑𝑖𝑔𝑎 = 2,41
𝑆𝑚á𝑥 𝑆𝑛 𝑐𝑠 910 282,6 𝑐𝑐𝑓𝑎𝑑𝑖𝑔𝑎

Avaliando-se a possibilidade de escoamento em primeiro ciclo (Langer)


𝜎𝑚 𝜎𝑎 1 𝜎𝑚 + 𝜎𝑒 1
+ = =
𝑆𝑒 𝑆𝑒 𝑐𝑠 𝑆𝑒 𝑐𝑠

196,8 + 56,3 1 𝑐𝑠𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 2,65


=
670 𝑐𝑠𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Determinação do Histórico de Tensões

Caracterização dos ciclos de falha por fadiga

100 a 101 ciclos → falha estática

101 a 102 ciclos → fadiga de ultra baixo ciclo

102 a 104 ciclos → fadiga de baixo ciclo

105 a 107 ciclos → fadiga de alto ciclo

108 ciclos → fadiga de gigaciclo

105 ciclos a 1 Hz → falha por fadiga em 1 dia

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Determinação do Histórico de Tensões

Método Rain-Flow para Contagem de


Ciclos

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Acúmulo de Dano

✓ Dano = perda parcial da funcionalidade

✓0D1
D = 0  peça nova
D = 1  falha

✓ Dano em fadiga é cumulativo e irreversível

✓ Em geral, os carregamentos reais são complexos, isto é, podem


variar aleatoriamente no tempo

✓ Cada evento σai, σmi de um carregamento complexo causa um dano


Di, que reduz a vida da peça

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Carregamentos Multiaxiais

✓No caso de carregamentos multiaxiais deve-se estabelecer um


critério para calcular as tensões equivalentes no ponto que está
sendo considerado no projeto.

✓ Em problemas de fadiga os critérios mais utilizados são os de


von Mises ou Tresca.

Por exemplo, para um modelo 1D:


2 2
𝜎𝑒𝑞𝑣𝑜𝑛 𝑀𝑖𝑠𝑒𝑠 = 𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 + 𝜎𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 + 3. 𝜏𝑡𝑜𝑟çã𝑜 + 𝜏𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

2 2
𝜎𝑒𝑞𝑇𝑟𝑒𝑠𝑐𝑎 = 𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 + 𝜎𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 + 4. 𝜏𝑡𝑜𝑟çã𝑜 + 𝜏𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga

𝑙𝑜𝑔 𝑆𝑓 = 𝑎. 𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑓 + 𝑏

𝑆𝑛′

𝑆𝑛

𝑁𝑓

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga

Regra de Palmgren - Miner


Quando vários conjuntos de ciclos de carregamentos, com
amplitude diferentes, atuam sobre uma peça ou componente,
cada conjunto de ciclos gera uma parcela de dano

𝐷𝑖 = 𝑑𝑎𝑛𝑜 𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠 "i" 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑒𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝐷 = 𝑑𝑎𝑛𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜

𝐷 = 𝐷1 + 𝐷2 + ⋯ + 𝐷𝑖 + ⋯ + 𝐷𝑛
𝑛

𝐷 = ෍ 𝐷𝑖
𝑖=1

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga

𝑛𝑖 = número de ciclos do conjunto de ciclos de carregamento sob


tensão 𝜎𝑎𝑖
𝑁𝑖 = número máximo de ciclos (vida) do conjunto de ciclos de
carregamento sob tensão 𝜎𝑎𝑖
𝑛𝑖 Dano acumulado pelo número de ciclos do conjunto de
𝐷𝑖 =
𝑁𝑖 ciclos de carregamento sob tensão 𝜎𝑎𝑖
1 Dano acumulado por um único ciclo do conjunto de
𝐷𝑖 =
𝑁𝑖 ciclos de carregamento sob tensão 𝜎𝑎𝑖

𝑛1 𝑛2 𝑛𝑖 𝑛𝑛 Dano acumulado pelos “n” conjuntos


𝐷= + + ⋯+ + ⋯+
𝑁1 𝑁2 𝑁𝑖 𝑁𝑛 de ciclos de carregamento
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga

Admitindo-se que a vida da peça ou do componente se exaure com D = 1


𝑛1 𝑛2 𝑛𝑖 𝑛𝑛
𝐷= + + ⋯+ + ⋯+ ≤1
𝑁1 𝑁2 𝑁𝑖 𝑁𝑛

Se D < 1 ainda há vida remanescente


Considerando-se o n-ésimo conjunto de ciclos de carregamento como
o último, a vida remanescente, 𝑛𝑛 , sob tensão 𝜎𝑎𝑛 será:
𝑛1 𝑛2 𝑛𝑖 𝑛𝑛
+ + ⋯+ + ⋯+ =1
𝑁1 𝑁2 𝑁𝑖 𝑁𝑛

𝑛1 𝑛2 𝑛𝑖 𝑛𝑛−1
𝑛𝑛 = 𝑁𝑛 . 1 − + + ⋯+ + ⋯+
𝑁1 𝑁2 𝑁𝑖 𝑁𝑛−1
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga

Smáx=1200 MPa
Se=1000 MPa
Sn=500 MPa

Conjunto de ciclos 1 e 3,
para o critério de Goodman
650 150 1
+ =
1200 500 𝑐𝑠1
𝑐𝑠1 =1,19
Conjunto de ciclos 2, para o
critério de Goodman
50 150 1
+ =
1200 500 𝑐𝑠2
𝑐𝑠2 = 2,93
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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga

Conjunto de ciclos 3, , para


o critério de Goodman

350 450 1
+ =
1200 500 𝑐𝑠4

𝑐𝑠4 = 0,84

Como cs < 1 a o modo


de falha do cálculo
(fadiga em vida infinita)
foi violado. Ou seja, a
vidas será finita.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga

Critério de Palmgren - Miner

𝑓𝑆𝑚á𝑥
𝑆𝑓1 , 𝑁𝑓1 − 𝑛1 𝑙𝑜𝑔 𝑆𝑓1 = 𝑎1 . 𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑓1 + 𝑏1
𝑙𝑜𝑔𝑆𝑚á𝑥

𝑙𝑜𝑔𝑆𝑓1
𝑙𝑜𝑔 𝑆𝑓2 = 𝑎2 . 𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑓2 + 𝑏2
𝑛1
𝑆𝑓 , (𝑀𝑃𝑎)

𝑁1

𝑁1 − 𝑛1
𝑆𝑛1
𝑙𝑜𝑔𝑆𝑛1
𝑙𝑜𝑔𝑆𝑛2
𝑁
𝑆𝑛2 𝑎2 = 𝑎1
𝑆𝑓1
𝑏2 = 𝑙𝑜𝑔 𝑎1
103 104 105 106 𝑁𝑓1 − 𝑛1
𝑁
3 4 5 6
log 𝑁

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga

✓O Critério de Pamgren-Miner é fácil de ser utilizado

✓O Critério de Pamgren-Miner falha ao considerar que a resistência


estática do material é danificada pelos ciclos da fadiga

✓ O Critério de Pamgren-Miner não considera a sequência do


carregamento.

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Cálculo do Dano Acumulado por Fadiga
Critério de Manson
𝑓. 𝑆𝑚á𝑥 , 103
𝑆𝑓1 , 𝑁𝑓1 − 𝑛1 𝑙𝑜𝑔 𝑆𝑓1 = 𝑎1 . 𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑓1 + 𝑏1
𝑓𝑆𝑚á𝑥
𝑙𝑜𝑔𝑆𝑚á𝑥

𝑙𝑜𝑔𝑆𝑓1 𝑙𝑜𝑔 𝑆𝑓2 = 𝑎2 . 𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑓2 + 𝑏2


𝑛1
𝑆𝑓 , (𝑀𝑃𝑎)

𝑁1 1 𝑓. 𝑆𝑚á𝑥
𝑎2 = 𝑙𝑜𝑔
3 − 𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑓1 − 𝑛1 𝑆𝑓1
𝑁1 − 𝑛1
𝑆𝑛1
𝑙𝑜𝑔𝑆𝑛1
3
𝑆𝑛2 3−𝑙𝑜𝑔 𝑁1 −𝑛1
𝑙𝑜𝑔𝑆𝑛2 𝑆𝑓1
𝑏2 = 𝑙𝑜𝑔
𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑓1 −𝑛1
10 3
10 4 105 10 6
3−𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑓1 −𝑛1
𝑁 𝑓. 𝑆𝑚á𝑥
3 4 5 6
log 𝑁

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 9

Uma peça é construída em aço com Smáx = 487,9 MPa e Se = 331,0 MPa. De um lote
de protótipos de um projeto dessa peça, uma foi submetida a testes de desempenho em
vida acelerada. Sofreu 30000 ciclos de carregamento totalmente reverso sob tensão de
250 MPa. Em seguida foi submetida a um carregamento totalmente reverso de 180 MPa
até a falha, que ocorreu após 466590 ciclos. Utilizando o critério de Manson, qual a
máxima tensão que pode ser aplicada às peças desse projeto para que operem em vida
infinita com coeficiente de segurança de 1,8?
a) A máxima tensão aplicada Sf=250 MPa é menor que a resistência
ao escoamento Se=331 MPa. Logo o modelo S-N pode ser aplicado.
b) Cálculo de f:
𝑓 = −1,550𝑥10−10 . 487,93 + 5,794𝑥10−7 . 487,92 − 7,863𝑥10−4 . 487,9 + 1,163
f=0,90 → f.Smáx=439,1 MPa
59
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 9

c) Do segundo conjunto de ciclos de carregamento sabe-se:


𝑆𝑓2 = 439,1 𝑀𝑃𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑁𝑓2 = 1000 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
𝑆𝑓2 = 180 𝑀𝑃𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑁𝑓2 = 466590 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
𝑙𝑜𝑔 439,1 = 𝑎2 𝑙𝑜𝑔1000 + 𝑏2
a2=-0,14512
𝑙𝑜𝑔 180 = 𝑎2 𝑙𝑜𝑔466590 + 𝑏2 b2=3,07792

log 𝑆𝑓 = −0,14512𝑙𝑜𝑔𝑁𝑓 + 3,07792


O limite para vida infinita após o segundo conjunto de ciclos de carregamento,
ou seja, da peça com dano acumulado do primeiro conjunto de ciclos de
carregamento, é:
log 𝑆𝑛2 = −0,14512𝑙𝑜𝑔106 + 3,07792 Sn2 = 161,1 MPa
60
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 9

487,9 𝑀𝑃𝑎
𝑆𝑚á𝑥 439,1 𝑀𝑃𝑎
𝑓. 𝑆𝑚á𝑥

𝑆𝑓2 180 𝑀𝑃𝑎 161,1 𝑀𝑃𝑎


𝑆𝑛2

𝑁𝑓2 = 466590

61
TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 9

d) Do primeiro conjunto de ciclos de carregamento sabe-se:


𝑆𝑓1 = 439,1 𝑀𝑃𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑁𝑓1 = 1000 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
𝑆𝑓1 = 250 𝑀𝑃𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛1 = 30000 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
Após o primeiro conjunto de ciclos de carregamento o desempenho da
peça segue a equação:

log 𝑆𝑓 = −0,14512𝑙𝑜𝑔𝑁𝑓 + 3,07792


log 250 = −0,14512𝑙𝑜𝑔𝑁𝑓2 + 3,07792 Nf2 = 48487 ciclos

Nf2 = (Nf1 – n1) = 48487 ciclos

Nf2 = (Nf1 – 30000) = 48487 ciclos Nf1 = 78487 ciclos


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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 9
e) Portanto, do primeiro conjunto de ciclos de carregamento
sabe-se, também:
𝑆𝑓1 = 439,1 𝑀𝑃𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑁𝑓1 = 1000 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
𝑆𝑓1 = 250 𝑀𝑃𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑁𝑓1 = 78487 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠

𝑙𝑜𝑔 439,1 = 𝑎1 𝑙𝑜𝑔1000 + 𝑏1 a1=-0,12910


𝑙𝑜𝑔 250 = 𝑎1 𝑙𝑜𝑔78487 + 𝑏1 b1=3,02987

𝑙𝑜𝑔𝑆𝑓 = −0,12910𝑙𝑜𝑔𝑁𝑓 + 3,02987

O limite para vida infinita no primeiro conjunto de ciclos de


carregamento, ou seja, da peça nova, é:
log 𝑆𝑛1 = −0,12910𝑙𝑜𝑔106 + 3,02987 Sn1 = 180 MPa

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 9

𝑆𝑚á𝑥 487,9 𝑀𝑃𝑎


439,1 𝑀𝑃𝑎
𝑓. 𝑆𝑚á𝑥

𝑆𝑓1 250 𝑀𝑃𝑎


180 𝑀𝑃𝑎
𝑆𝑛1

𝑁𝑓1 = 78487

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 9

487,9 𝑀𝑃𝑎
𝑆𝑚á𝑥 439,1 𝑀𝑃𝑎
𝑓. 𝑆𝑚á𝑥

𝑆𝑛1 180 𝑀𝑃𝑎


𝑆𝑛2
161,1 𝑀𝑃𝑎

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TMEC026 – Mecânica da Fadiga e da Fratura Exemplo 9

f) O coeficiente
de segurança para
vida infinita no 𝑆𝑚á𝑥 487,9 𝑀𝑃𝑎
primeiro conjunto de 439,1 𝑀𝑃𝑎
𝑓. 𝑆𝑚á𝑥
ciclos de 180 𝑀𝑃𝑎
carregamento, ou 𝑆𝑛1
100 𝑀𝑃𝑎
seja, da peça nova, é: 𝜎𝑎
𝑆𝑛1
𝑐𝑠 =
𝜎𝑎
180
1,8 =
𝜎𝑓1
𝜎𝑎 = 100 𝑀𝑃𝑎
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