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ENGENHARIA REVERSA DAS LÂMPADAS

INCANDESCENTES: UM ESTUDO DE SEUS MATERIAIS

Aldo de Freitas Rodrigues, aldo.rodrigues@tucurui.ufpa.br1


Alison Adriano Barros da Silva, alison.silva@tucurui.ufpa.br1
César Vinicius da Silva Lemos, cesar.lemos@tucurui.ufpa.br1
Gilson Ricardo Tavares Silva, gilson.silva@tucurui.ufpa.br1

1Universidade Federal do Pará (UFPA) – Campus Tucuruí – PÁ, Rodovia Br 422 Km, 13 – Canteiro
de Obras UHE - Vila Permanente, Tucuruí - PA, 68464-000

Resumo
A criação da lâmpada foi um marco na sociedade, já que desempenha um papel fundamental nos
grandes centros urbanos e industriais. As lâmpadas incandescentes, foram os primeiros dispositivos
portáteis prático que permitiu utilizar eletricidade para a iluminação. A produção para a
comercialização começou logo após sua criação em 1879. Esse artefato possui quatro materiais
essenciais para sua fabricação. O níquel (NI) que possui um alto ponto de fusão que pode chegar
até aproximadamente 1555°C, um ponto de ebulição de 2853°C e possui boa condutividade elétrica.
É utilizado em um fusível que protege a lâmpada de um arco elétrico. O molibdênio que possui uma
faixa de dureza de aproximadamente 5,5 mols e um alto ponto de ebulição que varia entre 4800°C
a 5566°C, é usado como fios na sustentação do filamento. O vidro borossilicato, é um material
cerâmico, resistente ao calor e aos elementos químicos que a lâmpada apresenta. Usado para que
não ocorra oxidação do filamento em contato com o oxigênio, além de abrigar um gás inerte
(Nitrogênio ou Argônio) para que não ocorra combustão e queima do filamento. O tungstênio, um
dos componentes mais importantes da lâmpada, ele possui um ponto de fusão e ebulição altíssimo
e conduz muito bem corrente elétrica, essas características faz dele o principal material utilizado no
filamento, responsável pela formação da luz. Vale ressaltar, a importância dos materiais para
compreendermos as propriedades dos elementos envolvidos na fabricação dessas lâmpadas.

Palavras-chave: Molibdênio, Níquel, Tungstênio, Vidro Borossilicato.

1. INTRODUÇÃO

Este projeto pretende estudar os conhecimentos, os funcionamentos, as estruturas e os


materiais que constituem as lâmpadas incandescentes normais, com intuito de perceber a
importância desses materiais na construção e confecção destes objetos, que de forma direta ou
indiretamente desempenham um papel importantíssimo dentro de nossa sociedade.
A lâmpada incandescente normal é sem dúvida uma das maiores invenções da humanidade,
que além da sua utilidade, também nos livrou do excesso de poluentes dos antigos lampiões a gás
e da iluminação precária e muito limitada. Assim, conforme sugestão desse conceito, a invenção da
lâmpada é o divisor de águas entre o obsoleto e o novo, a partir dela o mundo pôde avançar e com
isso alavancou novas descobertas e muitas invenções até hoje ainda são utilizadas em vários
seguimentos da sociedade em geral.
Em 21 de outubro de 1879 o inventor norte-americano Thomas Alva Edison (1847–1931)
conseguiu a proeza de produzir uma iluminação durável fazendo passar a corrente elétrica através
de um filamento de carbono dentro de uma ampola de vidro vazia. Seria essa, a primeira lâmpada
criada/inventada que se manteve acesa por 45 horas. A lâmpada, em forma de pera, passou a ser
um objeto essencial e mais do que familiar para bilhões de pessoas em residências em todas as
partes do planeta.
É importante ressaltar, que antes de Edison e sua equipe inventarem a lâmpada, a
eletricidade já era usada para produzir iluminação por meio de um sistema conhecido como
“lâmpadas de arco” — uma corrente que passava entre duas hastes eletrificadas e produzia luz.
O projeto tem como objetivo investigar os componentes que constituem as lâmpadas incandescentes
normais, tentando entender como este produto funciona, o que ele faz exatamente e como ele se
comporta em dadas as circunstâncias, ou seja, como os materiais interagem para produzir o
resultado final; a luz. Diante disso, utilizaremos uma técnica chamada de Engenharia Reversa. Assim,
fazemos Engenharia Reversa quando queremos trocar, modificar uma peça, com as mesmas
características ou entender como esta funciona.
Engenharia Reversa geralmente envolve a extração de artefatos e construções do projeto ou
síntese de abstrações que são menos dependentes da implementação. Pode-se realizar engenharia
reversa a partir de qualquer nível de abstração e para qualquer estágio do cicio de vida. Ela é um
processo de exame, não um processo de troca ou duplicação. Durante a fase do cicio de vida,
engenharia reversa cobre um grande domínio, começando da implementação existente,
recapturando ou recriando o projeto e decifrando os requisitos atualmente implementados pelo
sistema em estudo. Há várias subáreas de engenharia reversa, sendo que as duas mais fortes são
redocumentação e recuperação do projeto. Portanto, Engenharia Reversa é definida como o
processo de análise de um sistema para identificar as componentes e suas interrelações de modo a
criar representação do sistema em uma outra forma ou em um nível mais alto de abstração.

2. APRESENTAÇÃO DO PRODUTO

As lâmpadas incandescentes são as mais populares do mercado: produzem uma luz de ótima
qualidade e possuem baixo custo de compra. E com o desenvolvimento de novas
tecnologias estão sendo substituídas pelas lâmpadas fluorescentes e pelas lâmpadas LED, as quais
consomem menor quantidade de energia elétrica e possuem durabilidade maior.
As lâmpadas incandescentes consomem mais energia que as lâmpadas fluorescentes. Isso
ocorre pelo fato de que ao invés dessas lâmpadas iluminarem, elas transformam quase toda essa
energia oferecida em calor, ocasionando assim um baixo aproveitamento de energia em luz. Em
números, podemos dizer que 90% da energia que chega é transformada em calor e somente 10%
da energia é transformada em luz.
A lâmpada fluorescente também dissipa calor, mas em quantidades bem inferiores, assim
consumindo menos energia. Além de consumirem menos energia, as lâmpadas fluorescentes têm
uma vida útil maior como mencionado anteriormente, que pode chegar a 8 mil horas, enquanto as
lâmpadas incandescentes só duram em média mil horas ou um pouco mais que isto, pois o filamento
de tungstênio se desgasta com o uso da lâmpada. A figura (1) a seguir representa uma ilustração
de uma lâmpada incandescente, geralmente encontrada em diversos estabelecimentos comerciais.
Figura 1. Apresentação da lâmpada incandescente

Fonte: Internet

Atualmente esse tipo de lâmpada está cada vez mais escasso no mercado brasileiro, pois
desde de 2014 existe uma política de substituição, dessas lâmpadas por outras com maior e melhor
desempenho, no que tange à qualidade da luz produzida, durabilidade e economia de energia. Essa
troca gradativa pode ser feita, por exemplo pelas lâmpadas halógenas com bulbo, fluorescentes
compactas e as de LED, que apesar de terem um custo relativamente alto, isso representa uma
vantagem significativa em relação ao consumo de energia, que certamente refletirá de modo positivo
na conta de luz.
É importante observar, que os materiais que compõem inicialmente à estrutura da lâmpada
incandescente são metálicos (tungstênio, níquel e molibdênio) e cerâmicos (vidro), como mostra
muito bem à figura acima. Os materiais metálicos realizam ligações metálicas e os cerâmicos ligações
iônicas. O tungstênio, o níquel e o molibdênio são átomos que possuem estruturas cristalinas Cúbica
de Corpo Centrado (CCC), Cúbica de Faces Centrada (CFC) e Cúbica de Corpo Centrado (CCC)
respectivamente, já o vidro é um sólido não cristalino ou simplesmente, um sólido amorfo de
estrutura molecular assimétrica. A seguir será desenvolvido um estudo sobre algumas das
particularidades das lâmpadas incandescentes.

2.1. Análise Funcional da Lâmpada Incandescente

Na parte interior do bulbo de vidro há um filamento de tungstênio. Quando ocorre a


passagem da corrente elétrica pelo filamento há liberação de energia que se transforma em calor e
luz (exatamente por isso, está lâmpada esquenta muito). Quanto mais forte a lâmpada (maior o
número de watts), mais calor ela irá emitir. Na figura (2) temos a estrutura de uma lâmpada
incandescente com seus principais componentes.
Figura 2. Estrutura e alguns dos principais componentes de uma lâmpada
incandescente

Fonte: Internet

Como vimos na figura acima, no interior do bulbo de vidro das lâmpadas incandescentes
usuais é feito o vácuo, ou seja, é retirado todo o oxigênio, para que o filamento não se queime, já
que o oxigênio alimenta a combustão. Também se usa substituir o vácuo no interior da lâmpada por
um gás inerte (nitrogênio e argônio). Diferentemente do que ocorre com as lâmpadas fluorescentes,
a vida útil das incandescentes não depende do número de acionamentos, mas sim do período que
ela permanece acesa.
Eficiência: extremamente baixa. Apenas 5% da energia elétrica consumida é transformada
em luz, os outros 95% são transformados em calor. Ou seja, há um grande desperdício de energia
(por isso vem sendo substituída por lâmpadas fluorescentes e LED);
Vida mediana: 1.000 horas (cada lâmpada apresenta um valor, que está especificado na
embalagem do produto). Quer saber quantos dias ela irá durar? Divida o número de horas total pelo
número de horas que a lâmpada ficará acesa em um dia. Exemplo: uma lâmpada incandescente de
1.000 horas, ao ficar ligada 5 horas por dia, durará, em média, 200 dias;
Índice de Reprodução de cores (IRC): 100%
Temperatura de cor: a maioria das lâmpadas incandescentes apresenta a coloração
amarela - próximo a 2.700 Kelvin (K);
Uso: são muito utilizadas para iluminação geral e residencial. Podem ser instaladas em vários
tipos de luminárias: plafons, arandelas, abajures, luminárias de piso, etc.
Tensão de rede: 110 ou 220V;
Como já foi mencionado, a lâmpada incandescente básica consiste num bulbo de vidro do
qual se retira o oxigênio para que não possa ocorrer nenhum processo de combustão. Nas lâmpadas
antigas, fazia-se simplesmente o vácuo, mas isso torna a lâmpada sujeita a enormes pressões
externas que podem causar sua implosão. Nas lâmpadas modernas, o oxigênio é substituído por um
gás inerte de modo que a pressão interna e externa se mantém iguais, evitando assim o perigo da
implosão.

2.2. Especificação

Quando se utiliza uma lâmpada incandescente numa aplicação prática precisamos estar
atento às suas especificações técnicas. Não seguir uma especificação técnica para esse tipo de
lâmpada pode significar sua queima, redução de sua vida útil, obtenção de quantidade menor de luz
do que o esperado e até mesmo modificação da cor da luz obtida.
Dessa forma, as seguintes especificações que devemos observar numa lâmpada são:
Tensão
Em uso, a tensão nas lâmpadas deve ser mantida a mais próxima possível da tensão nominal. A
figura (3) a seguir, mostra que pequenas variações são toleradas, mas elas afetam tanto o brilho
como a vida útil, como já explicamos anteriormente.

Figura 3. Representação do desempenho de uma lâmpada incandescente, conforme a


tensão

Fonte: Internet

Nas aplicações em que a fonte não é estabilizada ou ainda em que possam ocorrer oscilações
muito grandes da tensão é preciso tomar cuidado para não causar a queima indevida das lâmpadas.
Em muitos casos, as tensões especificadas para as pequenas lâmpadas podem não corresponder à
valores "inteiros" de número de pilhas que as alimenta. Por exemplo, é comum termos uma lâmpada
de 2,7 V para ser usada numa lanterna de 2 pilhas (que fornece 3 V). Uma lâmpada de 3,7 V também
pode ser encontrada numa lanterna de 3 pilhas (4,5 V).
Normalmente o que ocorre é que nesta aplicação, uma redução da vida útil é aceita de modo
a se obter mais luz quando as pilhas estão novas. Assim, como a tensão das pilhas cai rapidamente
com o uso, em pouco tempo, ela atinge o valor nominal da lâmpada, sem uma perda de rendimento
que possa comprometer a aplicação.
Corrente ou resistência
As lâmpadas são bipolos ohmicos não lineares. Isso significa que sua resistência depende da
temperatura do filamento e, portanto, da tensão aplicada conforme a figura (4), logo abaixo.
Figura 4. Representação gráfica em relação a resistência e tensão nominal

Fonte: internet

É por esse motivo que o multímetro não serve para determinar as características de uma
lâmpada com precisão. Ele apenas pode nos revelar se uma lâmpada está queimada ou não.
As lâmpadas comuns usadas com baterias têm especificações que vão tipicamente de 20 mA a 500
mA. Correntes maiores são encontradas em lâmpadas de faróis de automóveis e lanternas de alta
potência.
Potência
A potência de uma lâmpada incandescente não é comumente especificada, porque basta multiplicar
a corrente pela tensão para obtê-la. Uma lâmpada de 6 V x 100 mA tem uma potência de 600 mW.
É importante observar que as lâmpadas incandescentes comuns têm um rendimento na conversão
de energia muito baixo. Menos de 30% da energia que lhes entregamos é convertida em luz. A
maior parte perde-se em calor, aquecendo o filamento e se concentrando na região infravermelha
do espectro. Em outras palavras, as lâmpadas incandescentes precisam de muito mais energia para
produzir a mesma quantidade de luz que outras fontes.
Formato e base
As bases das lâmpadas podem ter diversos formatos que determinam o modo como elas são
encaixadas ou os formatos dos soquetes. Para as pequenas lâmpadas de baixa tensão os formatos
mais comuns são os de rosca e baioneta. Também encontramos os tipos de "rabicho" ou terminais
paralelos que são destinadas à soldagem diretamente numa placa ou num circuito. Suportes ou
soquetes apropriados são então usados nas aplicações em que são encontradas tais lâmpadas. Em
muitos casos, entretanto, para se economizar o soquete é possível soldar os fios de conexão
diretamente nas bases das lâmpadas.

2.3. Tipos de Lâmpadas Incandescentes

Há vários modelos de lâmpadas incandescentes, cada uma com uma indicação de uso:
Lâmpada incandescente clássica transparente: é o modelo mais conhecido. É muito
utilizada em luminárias e para iluminação geral dos ambientes. É indicada para cozinhas e escritórios
por apresentar uma ótima qualidade de luz;
Lâmpada incandescente clássica opaca: semelhante a transparente, difere-se por trazer
maior conforto visual (evita o ofuscamento) e por isso é indicada para salas de estar, jantar e
quartos;
Lâmpada incandescente vela: pode ser transparente (luz clara) ou leitosa (luz suave). É
indicada para iluminação geral ou decorativa;
Lâmpada incandescente Fogão e Geladeira: são as lâmpadas utilizadas nestes
eletrodomésticos (também chamada de "lâmpada bolinha");
Lâmpadas incandescentes anti-inseto: são lâmpadas que concentram a emissão de luz em
uma faixa de radiação pouco visível aos insetos, atraindo um menor número destes em sua direção;
Lâmpada incandescente espelhada: direciona a luz e é ideal para uso em spots;

3. ESTUDO ESPECÍFICO DOS MATERIAIS

O filamento é uma das partes mais importante da lâmpada incandescente, pois dentro do
bulbo de vidro há um filamento de tungstênio, além de fios de níquel e molibdênio. Vale destacar
que esse filamento suporta temperaturas de aproximadamente 3400 ºC. A temperatura no interior
de uma lâmpada é de aproximadamente 3000 ºC.
O material de filamento deve ter as seguintes características:
➢ Alto ponto de fusão.
➢ Baixa pressão de vapor.
➢ Isento de oxidação em meio de gás inerte (isto é, argônio, nitrogênio etc.) à
temperatura de operação.
➢ Alta resistividade.
➢ Baixo coeficiente térmico de expansão.
➢ Coeficiente de resistência a baixa temperatura.
➢ Deve ter alto módulo de elasticidade e resistência à tração.
➢ Ductilidade suficiente para que possa ser desenhado sob a forma de fio muito
fino.
Percebe-se que, além do tungstênio, outros diferentes tipos de materiais são usados para
fazer filamentos de lâmpadas incandescentes, como por exemplo Carbono e Tântalo.
O tungstênio é um elemento químico de símbolo (W) de número atômico 74 (74 prótons e
74 elétrons) e de massa atômica 183,84 uma. É produzido por processos muito complicados de
minérios raros ou de ácidos túngsticos. Alguns fatos sobre o tungstênio estão listados abaixo:
➢ Elemento de transição externa, esse metal apresenta alta dureza e resistência a
fraturas e é muito difícil de ser encontrado na natureza.
➢ A resistividade é duas vezes maior do que a do alumínio e possui uma
eletronegatividade de 2,36 na escala Pauling.
➢ Possui alta resistência à tração, alta resistência ao desgaste, alta resistência à
colisão e é muito resistente à corrosão.
➢ Oxida-se muito rapidamente na presença de oxigênio e apresenta valência iônica
que variam de -2 a +5 e possui um raio atômico de 135 picnômetro.
Níquel é um elemento químico de símbolo (Ni) de número atômico 28 (28 prótons e 28
elétrons) e de massa atômica 58,7 uma. À temperatura ambiente, encontra-se no estado sólido.
Observe a seguir algumas características desse metal.
➢ É um metal de transição externa de coloração branco prateado, condutor de
eletricidade e calor, dúctil e maleável, porém não pode ser laminado, polido ou
forjado facilmente, apresentando certo caráter ferromagnético.
➢ É encontrado em diversos minerais, em meteoritos (formando liga metálica com
o ferro) e, em princípio, existe níquel no núcleo da Terra.
➢ Possui alta resistente à corrosão, uma eletronegatividade de 1,91 na escala
Pauling e raio atômico de 149 picnômetro.
➢ Seu estado de oxidação mais comum é +2, podendo apresentar outros. Se tem
observado estados de oxidação 0, +1 e +3 em complexos, porém são muito
pouco característicos.
O molibdênio é um elemento químico, identificado pelo símbolo (Mo) de número atômico 42
(42 prótons e 42 elétrons) e de massa atômica 95,95 uma. À temperatura ambiente, encontra-se
no estado sólido. Segue abaixo algumas características desse metal.
➢ É classificado como metal de transição externa de coloração branco prateada e
brilhante, condutor de eletricidade e calor, dúctil e maleável.
➢ Esse elemento não é encontrado naturalmente na forma de metal livre, mas
associado a minerais e o principal minério do qual o molibdênio é extraído
comercialmente é a molibdenita.
➢ É resistente à corrosão, possui uma dureza relativamente alta e um raio de
atômico de 145 picnômetro.
➢ O molibdênio pode apresentar estados de oxidação que variam de -2 a +6, sendo
os mais estáveis o +4 a +6, possui eletronegatividade de 2,16 na escala de
Pauling.
Viro fino (Lâmpadas, aparelhos eletrônicos, tubos de laboratório)
O vidro é uma substância inorgânica, amorfa e fisicamente homogênea, obtida por
resfriamento de uma massa em fusão que endurece pelo aumento contínuo de viscosidade até
atingir a condição de rigidez, mas sem sofrer cristalização. Vale lembrar que o vidro é um material
cerâmico, onde existem ligações do tipo iônica, entre um metal e não-metal. Abaixo está listado
algumas características dessa cerâmica.
➢ É extremamente reciclável.
➢ Transparência (permeável à luz) e dureza.
➢ É um ótimo isolador dielétrico.
➢ Possui baixa condutividade térmica e é um recurso abundante na natureza.
➢ Possui alta durabilidade.
Vale ressaltar que, a importância do vidro foi imprescindível para essa invenção da
humanidade, e ele continua sendo muito útil tanto pelo fato de ser um material que não influi de
forma negativa no processo de funcionamento da lâmpada, justamente porque oferece uma
excelente transparência, que contribui para a propagação da luz gerada pelo processo.

4. PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIAS EM ESTUDO

A propriedade de um material diz respeito ao tipo e à intensidade de uma resposta a um


estímulo específico imposto ao mesmo (Callister, 2018). Um material pode apresentar diferentes
propriedades, entre as quais estão as físicas, mecânicas, ópticas, térmicas, elétricas, magnéticas,
entre outras, em função do tipo de estímulo que é capaz de provocar diferentes respostas. Como
exemplo podem ser citadas as propriedades mecânicas, a saber, a resistência e o módulo de
elasticidade, que caracterizam as deformações que um corpo sofre em função de uma determinada
tensão aplicada sobre este.

4.1. Propriedades Físicas e Mecânicas do Tungstênio

O tungstênio na sua forma impura é um metal de cor branca a cinza, como já foi mencionado
acima, frequentemente frágil e difícil de se trabalhar, mas quando puro, pode ser facilmente
trabalhado. Observe abaixo na Tabela 1), vários pontos significativos deste elemento.
Tabela 1. Algumas das propriedades mais importantes do Tungstênio
Propriedades Físicas Propriedades Mecânicas
Densidade é de 19,3 g/𝑐𝑚3 Resistência à tração: 370,00 MPa
Ponto de fusão: 3410 ºC Limite de resistência: 795 MPa
Ponto de ebulição: 5900 ºC Dúctil
Coeficiente de dilatação térmica: Maleável
4,5.10−6 𝐾 −1
Estado da matéria: sólido Dureza: 9,5 Mohs
Conduz muito bem corrente elétrica Módulo de Young: 411,00 GPa
Classe magnética: paramagnético Resistividade: 1,8.10−8 𝑜ℎ𝑚. 𝑚
Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados de sites na internet

4.2. Propriedades Físicas e Mecânicas do Níquel

O níquel é usado em várias aplicações do cotidiano, principalmente na indústria sendo usado


na composição de inúmeros produtos, como é possível observar a presença desse metal na
confecção da lâmpada incandescente. A Tabela 2), a seguir mostra algumas dessas propriedades.

Tabela 2. Apresentação de algumas das propriedades mais relevante do níquel


Propriedades Físicas Propriedades Mecânicas
Densidade é de 8,90 g/𝑐𝑚 3 Resistência à tração: 345,00 MPa
Ponto de fusão: 1555 ºC Limite de resistência: 480 MPa
Ponto de ebulição: 2853 ºC Faixa de dureza: 4,0 Mohs
Coeficiente de dilatação térmica: Dúctil
13,4.10 𝐾
−6 −1

Estado da matéria: sólido Maleável


Conduz muito bem corrente elétrica Módulo de Young: 207,00 GPa
Classe magnética: ferromagnético Resistividade: 8.10−8 𝑜ℎ𝑚. 𝑚
Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados de sites na internet

4.3. Propriedades Físicas e Mecânicas do Molibdênio

O molibdênio, assim como níquel é utilizado em diversas aplicações como por exemplo em
ligas de metálicas como o ferro e outros elementos, em componentes de aviação e mísseis, como
catalizador em reações químicas, na indústria petroquímica e como fios na estrutura de lâmpadas
incandescentes.

Tabela 3. Representação de algumas das propriedades mais importantes do Molibdênio


Propriedades Físicas Propriedades Mecânicas
Densidade é de 10,22 g/𝑐𝑚 3 Resistência à tração: --------
Ponto de fusão: 2610 ºC Limite de resistência: -------
Ponto de ebulição: 4800 a 5560 ºC Faixa de dureza: 5,5 Mohs
Coeficiente de dilatação térmica: Dúctil
4,8.10−6 𝐾 −1
Estado da matéria: sólido Maleável
Conduz muito bem corrente elétrica Módulo de Young: 320,00 GPa
Classe magnética: paramagnético Resistividade: 5.10−8 𝑜ℎ𝑚. 𝑚
Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados de sites na internet

4.4. Propriedades Físicas do Vidro Borossilicato


É um tipo de vidro resistente ao calor e aos elementos químicos, sendo muito usado em
laboratórios e indústrias químicas, em equipamentos de cozinhas e principalmente nas confecções
de lâmpadas. De modo geral, o vidro é feito de uma mistura de matérias-primas, como areia,
calcário, barrilha (carbonato de sódio), alumina (óxido de alumínio), etc. Hoje ele está presente em
quase os seguimentos da nossa civilização e tem a vantagem de ser moldado de qualquer maneira,
isso permite sua rica aplicação em diversos setores: industriais, automobilísticos, na construção civil,
na produção de lâmpadas, etc.

Tabela 4. Representação de certas propriedades do vidro Borossolicato


Propriedades Físicas Propriedades Mecânicas
Densidade é de 2, 23 g/𝑐𝑚3 Resistência à tração: 4,8. 107 Pa
Ponto de fusão: 1683 ºC Limite de resistência: 1,1. 109 Pa
Ponto de ebulição: 1215 ºC Faixa de dureza: 6,5 Mohs
Coeficiente de dilatação térmica: Frágil
3,2.10−6 𝐾 −1
Estado da matéria: sólido Maleável em estado de fundição
Não conduz corrente elétrica Módulo de Young: 7,2. 1010 Pa
Classe: A, conforme padrões internacionais Resistividade: 7.108 𝑜ℎ𝑚. 𝑚
Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados de sites na internet

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O interesse nessa pesquisa é o fortalecimento dos estudos e dos conhecimentos das ciências
dos materiais, no curso de Engenharia Mecânica. Esse projeto pode nem só ajudar a compreender
as características das lâmpadas incandescentes normais, como, também, a valorizar os conteúdos
da disciplina, Estrutura e Propriedades dos Materiais. Além disso, nos mostrou a importância de
conhecer os materiais e suas propriedades. Fato de extrema relevância na vida de um engenheiro
mecânico.
Desse modo, o desenvolvimento do projeto atendeu os requisitos de Engenharia Reversa,
pois tem o intuito de explicar a natureza das lâmpadas incandescentes normais, uma vez que, existia
uma grande noção dos objetivos a serem atingidos e acreditamos que em o desenvolvimento se
aproximou o máximo do esperado, até porque foi possível relacionar os componentes das lâmpadas
como estudo visto em sala de aula, e isso certamente foi teve grande significado na aprendizagem
dos conteúdos.
Portanto, com a finalidade de organizar as características dos materiais que fazem parte da
composição dessas lâmpadas, e de manter a jornada da evolução desse objeto (lâmpada), de vital
importância nas vidas das pessoas, é preciso estudar e compreender os mecanismos dos materiais
que são utilizados como matéria-prima para a fabricação dessas lâmpadas.

6. AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus pela coragem e força para chegarmos até aqui, e ao professor
Walber Alexandre dos Nascimento por nos instigado a desenvolver esse projeto, logo no primeiro
semestre do curso.

7. REFERÊNCIAS

https://riverglennapts.com/pt/uses-of-engineering-materials/938-materials-for-lamp-
filaments.html. Acesso em 26/08/2021. Às 9:45.
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:ikuqn7oww8aj:https://www.cliquearqui
tetura.com.br/artigo/lampadas-incandescentes-e-halogenas.html. Acesso em: 01/09/2021. Às
13:00.

https://abceram.org.br/comissao-de-vidros/gotas-de-vidro/historia-do-vidro-borossilicato/. Acesso
em 01/09/2021. Às 13:20.
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/diferencas-entre-lampadas-fluorescentes-incandescentes.htm.
Acesso em 01/09/ 2021. Às 14:45.
https://www.mundodaeletrica.com.br/como-funciona-uma-lampada-incandescente/. Acesso em
02/09/2021. Às 15:00.
WILLIAM, D. Callister. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução / William D. Callister,
Jr., David g. Gethwisch; tradução Sergio Murilo Stamile soares. - 9. ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro:
ltc, 2018.
PENTEADO, Rosangela A. D. Um método para engenharia reversa orientada a objetos /
Rosangela A. D. Penteado. São Carlos, 1996.
UNICAMP – SP. Tipos de Lâmpadas, 2004 a 2005, disponível em <
https://hosting.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/L%E2mpadas/Fontes_Lumin.pdf >. Acesso em
02/09/2021. Às 15:30

8. RESPONSABILIDADE AUTORAL

Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo dessa pesquisa.


REVERSE ENGINEERING OF INCANDESCENT BULBS:
A STUDY OF THEIR MATERIALS

Aldo de Freitas Rodrigues, aldo.rodrigues@tucurui.ufpa.br1


Alison Adriano Barros da Silva, alison.silva@tucurui.ufpa.br1
César Vinicius da Silva Lemos, cesar.lemos@tucurui.ufpa.br1
Gilson Ricardo Tavares Silva, gilson.silva@tucurui.ufpa.br1

1
Universidade Federal do Pará (UFPA) – Campus Tucuruí – PÁ, Rodovia Br 422 Km, 13 – Canteiro
de Obras UHE - Vila Permanente, Tucuruí - PA, 68464-000

Abstract
The creation of the lamp was a milestone in society, as it plays a fundamental role in large urban
and industrial centers. Incandescent bulbs were the first practical portable devices that allowed the
use of electricity for lighting. Production for commercialization began shortly after its creation in
1879. This artifact has four essential materials for its manufacture. Nickel (NI) has a high melting
point that can reach up to approximately 1555°C, a boiling point of 2853°C and has good electrical
conductivity. It is used in a fuse that protects the lamp from an electric arc. Molybdenum, which has
a hardness range of approximately 5.5 mols and a high boiling point ranging from 4800°C to 5566°C,
is used as wires in the filament support. Borosilicate glass is a ceramic material, resistant to the heat
and chemical elements that the lamp presents. Used so that there is no oxidation of the filament in
contact with oxygen, besides harboring an inert gas (Nitrogen or Argon) so that no combustion and
burning of the filament occurs. Tungsten, one of the most important components of the lamp, it has
a melting point and very high boiling and conducts very well electric current, these characteristics
makes it the main material used in the filament, responsible for the formation of light. It is worth
mentioning the importance of materials to understand the properties of the elements involved in the
manufacture of these lamps.

Keywords: Molybdenum, Nickel, Tungsten, Borosilicate Glass.

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