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ireito Previdenciário - pacote para técnico do seguro social INSS (turma 3)

Aula 04
Prof. Paulo Roberto Fagundes

4.4. PROPORCIONALIDADE ............................................................................................................................. 9


4.5. ESCALA DE SALÁRIO-BASE ....................................................................................................................... 9
4.6. CONDUTOR AUTÔNOMO ...................................................................................................................... 10
4.7. PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO ........................................................ 10
4.8. JURISPRUDÊNCIAS MAIS RECENTES SOBRE PARCELAS INTEGRANTES OU NÃO-INTEGRANTES DO
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO. ....................................................................................................................... 14
4.8.1. PARCELAS INTEGRANTES ................................................................................................................ 15
4.8.2. PARCELAS NÃO-INTEGRANTES ....................................................................................................... 15
5. QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................ 16
6. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS................................................................................................. 26
7. GABARITO ........................................................................................................................................... 29

1. FATO GERADOR DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

Constitui fato gerador da obrigação previdenciária principal, tanto em


relação ao segurado de qualquer categoria, como em relação à empresa ou
equiparado à empresa, ou ainda em relação ao empregador doméstico, o
exercício de atividade remunerada.

Notem que este fato gerador (atividade remunerada) aplica-se


exclusivamente as contribuições para o custeio específico da previdência
social e não para as contribuições destinadas a seguridade social (faturamento,
lucro).

No caso das contribuições previdenciárias, ocorre uma operação casada


onde o mesmo fato gerador (atividade remunerada) gera contribuições do
contratante (empresa) e do contratado (trabalhador). Na prática, caso um
empregado receba uma remuneração mensal de R$ 1.000,00 da empresa
tomadora do seu serviço, este valor representará a base de cálculo sobre a qual
vai incidir a alíquota de 20% da contribuição básica da empresa e de 8% da
contribuição do empregado, conforme tabela abaixo.

Tabela de contribuição dos segurados empregado, doméstico e avulso.


Salário-de-contribuição (R$) Alíquotas (%)

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até R$ 1.399,12 8,00


de R$ 1.399,13 até R$ 2.331,88 9,00
de R$ 2.331,89 até R$ 4.663,75 11,00
Portaria Interministerial MPS/MF nº 13, de 09 de janeiro de 2015.

Essa regra do fato gerador das contribuições previdenciárias (atividade


remunerada) poderá ser excepcionada nos termos da legislação vigente, como
por exemplo, no caso das contribuições substitutivas das empresas rurais
incidentes sobre a comercialização da produção rural, cuja finalidade é
desonerar (substituir) as contribuições sobre a folha de pagamento dessas
empresas e também das contribuições incidentes sobre a receita bruta dos
espetáculos esportivos, em relação às associações desportivas, desde que
mantenham clube de futebol profissional.

2. CONTRIBUIÇÃO DOS TRABALHADORES

2.1. CONTRIBUIÇÃO DOS EMPREGADOS, AVULSOS E DOMÉSTICOS.

A contribuição do segurado empregado, doméstico, e do avulso é


calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota, de forma
progressiva e não cumulativa, sobre o seu salário-de-contribuição mensal,
conforme a tabela de contribuição abaixo (2015):

Tabela de contribuição dos segurados empregado, doméstico e avulso.


Salário-de-contribuição (R$) Alíquotas (%)
até R$ 1.399,12 8,00
de R$ 1.399,13 até R$ 2.331,88 9,00
de R$ 2.331,89 até R$ 4.663,75 11,00
Portaria Interministerial MPS/MF nº 13, de 09 de janeiro de 2015.

2.2. CONTRIBUIÇÃO DOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS E


FACULTATIVOS

O contribuinte individual corresponde às extintas categorias de segurado


empresário, trabalhador autônomo e equiparado ao trabalhador autônomo.

Atualmente, como regra, a sua contribuição corresponde a uma alíquota


de 20% (vinte por cento) sobre o respectivo salário-de-contribuição, exceto
quando presta serviço para pessoa jurídica, porque nesse caso a
alíquota é de 11% (onze por cento).

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Para esta espécie de segurado, o salário-de-contribuição é a


remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de
atividade por conta própria, no transcurso do mês, obedecido o limite
mínimo e máximo.

A contribuição do segurado facultativo é idêntica ao do contribuinte


individual, ou seja, corresponde a alíquota de 20% (vinte por cento) sobre o
respectivo salário-de-contribuição, observados os limites mínimo e máximo.

Contudo, o salário-de-contribuição do segurado facultativo é o valor por


ele mesmo declarado, desde que também sejam respeitados os limites
mínimo e máximo.

O contribuinte individual que trabalhe por conta própria (para pessoas


físicas) e o facultativo que optarem pela exclusão da aposentadoria por
tempo de contribuição contribuem com a alíquota de 11% (onze por
cento) sobre o salário-mínimo no sistema de inclusão previdenciária.

A segurada facultativa que exerça somente atividade doméstica não


remunerada, desde que seja considerada de baixa renda e o
microempreendedor – MEI, que optarem pela exclusão da aposentadoria
por tempo de contribuição, contribuirão com uma alíquota de 5% (cinco
por cento) sobre o salário-mínimo.

2.3. CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL

A categoria do segurado especial é composta do produtor rural, do


parceiro rural, do meeiro rural, do arrendatário rural e do pescador artesanal e
assemelhados.

Segundo disposição constitucional, o segurado especial contribui para a


seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
comercialização da sua produção (também incide para o contribuinte individual
como produtor rural).

Essa contribuição funciona da seguinte forma:

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2% da receita bruta da comercialização da sua produção;

0,1% da receita bruta da comercialização da sua produção para


financiamento das prestações por acidente de trabalho.

O curioso é que essa contribuição compulsória não exerce nenhuma


influência no valor do benefício do segurado especial, por outras palavras,
em relação ao valor do benefício é irrelevante que este segurado comercialize
ou não o produto rural.

Outro aspecto relevante é que o segurado especial tem a faculdade de


contribuir da mesma forma que o contribuinte individual (20% do salário-de-
contribuição), sendo que, somente nesse caso, terá direito a percepção dos
benefícios previdenciários calculados de acordo com o valor da média das suas
contribuições.

Portanto, embora a contribuição do segurado especial como equiparado


à pessoa jurídica seja compulsória não entra no cálculo da média dos seus
benefícios. Sua contribuição só terá reflexo na média do benefício, caso ele
exerça a faculdade de contribuir, como pessoa física, da mesma forma que o
contribuinte individual pessoa física (20% sobre o salário-de-contribuição).

É importante lembrar também que, apesar da legislação previdenciária


estabelecer que o especial possa contribuir facultativamente da mesma
forma que o contribuinte individual, seu enquadramento permanece sendo
como segurado especial.

Pelo que foi exposto verifica-se que, como pessoa física, o especial tem
duas opções:

a) recolher da mesma forma que o CI (20% SC);

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b) não recolher e receber alguns benefícios de valor mínimo, desde que


comprovado tempo de atividade rural idêntico à carência exigida para o
benefício. Exemplo: aposentadoria por idade (salário mínimo).

3. NATUREZA REMUNERATÓRIA DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

Quando todos os empregados de uma empresa forem onerados por


determinada utilidade, não será salário. Porém, se de alguns nada é cobrado,
estes estarão aumentando o seu patrimônio e, em sendo o pagamento habitual,
será salário. Portanto, é preciso observar quais parcelas representam ganhos
para o trabalhador, para integrarem a remuneração. A análise deve sempre
partir do ponto de vista do aumento patrimonial do trabalhador e da
habitualidade do pagamento.

Deve-se também distinguir "o que é pago pelo trabalho e o que é pago
para o trabalho". Na prestação mais comum, a habitação, se esta é fornecida
como condição para prestação do trabalho, e não como retribuição pelo
trabalho, obviamente, não tem caráter salarial.

Em síntese, as verbas que tenham natureza remuneratória


(retribuição) integram o salário-de-contribuição, em contrapartida as verbas
de natureza indenizatória (ressarcimento) não integram.

4. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

Como as contribuições previdenciárias incidem basicamente sobre o


trabalhado remunerado, o salário-de-contribuição é a base de cálculo sobre a
qual incidem as alíquotas para que se possa apurar o valor da contribuição
devida pelo trabalhador para a Previdência Social, observado o limite mínimo e
máximo previstos em lei.

O salário-de-contribuição, conceito tipicamente previdenciário, nem


sempre é igual ao salário contratual percebido pelo segurado, pois existem
algumas regras específicas para as diversas classes de segurado.

O fato gerador da contribuição previdenciária alcança, em regra, dois


contribuintes: empresa e segurado. Em relação à empresa, a lei identifica a
expressão remuneração e, em relação ao segurado, utiliza o "nomem juris"

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salário-de-contribuição. A diferença entre eles é que o salário-de-


contribuição comporta limites mínimo e máximo, e a remuneração, em
relação à empresa, não sofre limitações na incidência de contribuição.

Contudo, quando se trata de caracterizar as parcelas integrantes da


base de cálculo do fato gerador (remuneração ou salário-de-contribuição),
ambos os termos são equivalentes. Portanto, quando a verba tem natureza
remuneratória integra a base de cálculo do tomador do serviço (empresa) e
também do prestador do serviço (empregado).

Vejamos um exemplo prático: caso o salário do empregado seja R$


10.000,00, a contribuição desse segurado será de 11% sobre R$ 4.663,75
(limite máximo do SC), o valor que ultrapassar esse teto fica isento de
contribuição previdenciária. Entretanto, no caso da empresa, a contribuição
será de 20% sobre R$ 10.000,00, correspondente ao total da remuneração do
trabalhador.

Aproveitando o mesmo exemplo do salário de R$ 10.000,00, vamos


imaginar que R$ 2.000,00 não integrassem o salário-de-contribuição por ser
verba de natureza indenizatória. Nesse caso para o empregado nada muda
porque sua contribuição continuará sendo de 11% sobre R$ 4.663,75 (limite
máximo para os trabalhadores). Porém, em relação à empresa, o recolhimento
da sua contribuição será de 20% sobre R$ 8.000,00.

4.1. CONCEITO

Entende-se por salário-de-contribuição (o legislador ao utilizar a


expressão "entende-se" particularizou o conceito de salário de contribuição
exclusivamente para a Previdência Social):

I - para os segurados empregado e trabalhador avulso, a remuneração


auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos
rendimentos que lhes são pagos, devidos ou creditados a qualquer título,
durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou
tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção

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ou de acordo coletivo de trabalho ou de sentença normativa;

A Lei 8.212/91 não dá importância ao título da remuneração, quando


dispõe, em seus artigos 22 e 28: "remunerações pagas, devidas ou creditadas a
qualquer título". Significa que importa a natureza do pagamento, e não o
nome dado. Se for um ganho habitual decorrente do trabalho, é remuneração e
integra o salário-de-contribuição.

II - para o segurado empregado doméstico a remuneração registrada em sua


CTPS ou comprovada mediante recibos de pagamento;

III - para o segurado contribuinte individual a remuneração auferida em uma


ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante
o mês, observado o limite mínimo e máximo do salário-de-contribuição;

IV - para o segurado facultativo o valor por ele declarado, observados os


limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição;

V - para o segurado especial que optar por contribuir da mesma forma que o
contribuinte individual, o valor por ele declarado, observado o limite mínimo e
máximo do salário-de-contribuição.

4.2. LIMITES

O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde:

I - para os segurados empregado e trabalhador avulso, ao piso salarial legal


ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado
no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo de
trabalho efetivo durante o mês;

O limite mínimo do SC para o empregado e avulso só corresponderá ao


salário-mínimo, caso o trabalhador não tenha direito a piso salarial específico da
sua categoria.

O limite mínimo do salário-de-contribuição do menor aprendiz

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corresponde à sua remuneração mínima definida em lei.

II - para o empregado doméstico, ao salário mínimo, tomados nos seus valores


mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo de trabalho efetivo
durante o mês;

III - para os segurados contribuinte individual e facultativo, ao salário mínimo.

O limite máximo do salário-de-contribuição é o valor definido,


periodicamente, em ato conjunto do Ministério da Fazenda (MF) e do Ministério
da Previdência Social (MPS) e (atualmente é de R$ 4.663,75).

4.3. REAJUSTAMENTO

De acordo com a legislação previdenciária, o salário-de-contribuição deve


ser reajustado na mesma data e com os mesmos índices usados para o
reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência
Social. Por sua vez, o valor dos benefícios em manutenção será reajustado,
anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, porém com base
no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Pelo que se observa no texto acima, os benefícios de maneira geral não


são reajustados com o mesmo índice de reajuste do salário-mínimo,
mas apenas na mesma data.

4.4. PROPORCIONALIDADE

Quando a remuneração do segurado empregado, inclusive do doméstico e


do trabalhador avulso, for proporcional ao número de dias trabalhados
durante o mês ou das horas trabalhadas durante o dia, o salário-de-
contribuição será a remuneração efetivamente paga, devida ou a ele
creditada, observados os valores mínimos mensal, diário ou horário.

4.5. ESCALA DE SALÁRIO-BASE

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A escala transitória de salários-base, utilizada para fins de


enquadramento e fixação do salário-de-contribuição do contribuinte individual e
do facultativo filiados ao RGPS, foi extinta em 1º de abril de 2003, por força
da Lei nº 10.666, de 2003.

Essa sistemática de recolhimento de contribuição não refletia a efetiva


remuneração do contribuinte individual porque tinha como fundamento apenas
o tempo de atividade remunerada vinculada ao Regime Geral de Previdência
Social (interstício).

4.6. CONDUTOR AUTÔNOMO

O salário-de-contribuição do condutor autônomo de veículo


rodoviário (inclusive o taxista), do auxiliar de condutor autônomo e do
operador de máquinas, bem como do cooperado filiado à cooperativa de
transportadores autônomos, conforme estabelecido no § 4º do art. 201 do RPS,
não corresponde ao valor total do frete, incidindo apenas sobre 20%
(vinte por cento) do valor bruto auferido pelo frete, carreto, transporte.

Portanto, a título de exemplo, se o valor bruto do frete for de R$


10.000,00, o salário-de-contribuição (base de cálculo) será de apenas R$
2.000,00 (20% de R$ 10.000,00).

4.7. PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

Matéria de extrema relevância para concursos públicos, a incidência ou


não de contribuição previdenciária sobre certas verbas é um verdadeiro
pesadelo para os candidatos as vagas em concursos públicos, mesmo porque
até os próprios tribunais vacilam e modificam seu entendimento quanto ao
caráter remuneratório ou não de determinadas parcelas. Nesses casos, só há
uma solução: manter-se constantemente atualizado.

Conforme a legislação previdenciária, segue abaixo uma relação de


parcelas que não integram o salário-de-contribuição:

I - os benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o


salário-maternidade;

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II - as ajudas de custo e o adicional mensal percebidos pelo aeronauta, nos


termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973;

III - a parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação


aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nos termos da Lei nº
6.321, de 14 de abril de 1976;

IV - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo


adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da
remuneração de férias de que trata o art. 137 da CLT;

V - as importâncias recebidas a título de:

a) indenização compensatória de 40% (quarenta por cento) do montante


depositado no FGTS, como proteção à relação de emprego contra despedida
arbitrária ou sem justa causa, conforme disposto no inciso I do art. 10 do
ADCT;

b) indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do


empregado não-optante pelo FGTS;

c) indenização por dispensa sem justa causa de empregado nos contratos


por prazo determinado, conforme estabelecido no art. 479 da CLT;

d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração


normal do contrato, conforme disposto no art. 14 da Lei nº 5.889, de 1973;

e) incentivo à demissão;

f) indenização por dispensa sem justa causa, no período de 30 (trinta)


dias que antecede à correção salarial a que se refere o art. 9º da Lei nº 7.238,
de 28 de outubro de 1984;

g) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da CLT;

h) abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;

i) ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário por


força de lei;

j) licença-prêmio indenizada; e

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k) outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei;

VI - a parcela recebida a título de vale-transporte na forma de legislação


própria;

VII - a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em


decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art.
470 da CLT;

VIII - as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por
cento) da remuneração mensal do empregado;

IX - a importância recebida pelo estagiário a título de bolsa ou outra forma de


contraprestação, quando paga nos termos da Lei nº 11.788, de 2008;

X - a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando


paga ou creditada de acordo com lei específica;

XI - o abono do PIS ou o do Pasep;

XII - os valores correspondentes ao transporte, à alimentação e à habitação


fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade
distante de sua residência, em canteiro de obras ou em local que, por força da
atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção
estabelecidas pelo MTE;

XIII - a importância paga ao segurado empregado, inclusive quando em gozo de


licença remunerada, a título de complementação ao valor do auxílio-doença,
desde que esse direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;

XIV - as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria


canavieira de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965;

XV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica, relativo


ao programa de previdência complementar privada, aberta ou fechada, desde
que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no
que couber, o disposto nos arts. 9º e 468 da CLT;

XVI - o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico,


próprio da empresa ou daquele a ela conveniado, inclusive o reembolso de

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despesas médico-hospitalares ou com medicamentos, óculos, aparelhos


ortopédicos e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos
empregados e dirigentes da empresa;

XVII - o valor correspondente a vestuário, a equipamentos e a outros


acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local de trabalho para a
prestação dos respectivos serviços;

XVIII - o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando


comprovadas;

XIX - o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à


educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às
atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de
empregados, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:

não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e

o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado


individualmente, não ultrapasse 5% (cinco por cento) da remuneração do
segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o
valor do limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que for
maior;

XX - os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;

XXI - o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no


pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de
trabalho, conforme disposto no § 8º do art. 477 da CLT;

XXII - o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista,


observado o limite máximo de 6 (seis) anos de idade da criança, quando
devidamente comprovadas as despesas;

XXIII - o reembolso babá, limitado ao menor salário-de-contribuição mensal


conforme Tabela Social publicada periodicamente pelo MPS e condicionado à
comprovação do registro na CTPS da empregada do pagamento da
remuneração e do recolhimento da contribuição social previdenciária, pago em
conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de 6
(seis) anos da criança;

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XXIV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo
ao prêmio de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou
convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e
dirigentes, observados, no que couber, o disposto nos arts. 9º e 468 da CLT;

XXV - o valor despendido por entidade religiosa ou instituição de ensino


vocacional com ministro de confissão religiosa, membro de instituto de vida
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister
religioso ou para sua subsistência, desde que fornecido em condições que
independam da natureza e da quantidade do trabalho executado;

XXVI - as importâncias referentes à bolsa de ensino, pesquisa e extensão pagas


pelas instituições federais de ensino superior, de pesquisa científica e
tecnológica e pelas fundações de apoio, nos termos da Lei nº 8.958, de 20 de
dezembro de 1994, conforme art. 7º do Decreto nº 5.205, de 14 de setembro
de 2004;

XXVII - a importância paga pela empresa a título de auxílio-funeral ou


assistência à família em razão do óbito do segurado;

XXVII - o valor correspondente ao vale-cultura.

As parcelas acima relacionadas, quando pagas ou creditadas em


desacordo com a legislação pertinente, integram a base de cálculo da
contribuição para todos os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das
cominações legais cabíveis.

4.8. JURISPRUDÊNCIAS MAIS RECENTES SOBRE PARCELAS


INTEGRANTES OU NÃO-INTEGRANTES DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO.

No intuito de minimizar um pouco esse tema tão tormentoso para os


candidatos, segue abaixo um resumo (síntese) das principais decisões dos
tribunais superiores (STF e STJ) que refletem o posicionamento
majoritário atual sobre o tema. É sempre bom lembrar que, algumas
organizadoras seguem o texto literal da legislação previdenciária sobre o
assunto, enquanto outras cobram a jurisprudência atualizada.

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(delegado de polícia federal DPF Cespe 2013) De acordo com as normas


constitucionais e legais acerca do financiamento da seguridade social,
julgue o item seguinte.

03 Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo


empregado, as parcelas referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas.

Comentários

As verbas de natureza salarial integram o salário-de-contribuição. Porém,


as férias indenizadas não integram o salário-de-contribuição, de acordo com
disposição expressa do art. 28, § 9º, alínea “d”, da Lei nº 8.212/91.

Gabarito: E

(defensor público RO CESPE 2012) Acerca do custeio da seguridade


social, julgue o item abaixo.

04 Conforme decisão do STF, é ilegítima a incidência da contribuição


previdenciária sobre o décimo terceiro salário.

Comentários

Ao contrário do que afirma o item dessa questão, a Súmula 688 do STF,


diz que é legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º
salário porque essa verba possui natureza salarial. Portanto, com essa decisão,
o STF acabou com as controvérsias acerca dessa questão.

Gabarito: E

(especialista em previdência complementar – PREVIC CESPE 2011) Com


relação às normas constitucionais que regem a previdência social,
julgue o item a seguir.

05 Os ganhos habituais do empregado, inclusive o valor pago, em dinheiro, a


título de vale-transporte, incorporam-se ao seu salário para efeito de
contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios.

Comentários

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Sobre esse tema o entendimento do STF é que não incide contribuição


previdenciária em relação ao vale-transporte, ainda que sobre os valores
pagos em dinheiro (RE 478.410 DJ 14/05/2010). Atualmente, acompanhando
o posicionamento do STF, o STJ também considera que, mesmo pago em
dinheiro, o vale-transporte tem natureza indenizatória.

Gabarito: E

(juiz federal 1ª Região CESPE 2011) Com referência ao financiamento


da seguridade social, analise o item abaixo.

06 Para fins de cálculo do salário de contribuição do segurado empregado, não


se admite fracionamento, razão pela qual, quando a admissão, a dispensa, o
afastamento ou a falta do segurado empregado ocorrer no curso do mês, o
salário-de-contribuição será calculado considerando-se o número total de dias
do mês.

Comentários

Quando a remuneração do segurado empregado, inclusive do doméstico e


do trabalhador avulso, for proporcional ao número de dias trabalhados
durante o mês ou das horas trabalhadas durante o dia, o salário-de-
contribuição também será proporcional, e corresponderá a
remuneração efetivamente paga, devida ou a ele creditada, observados
os valores mínimos mensal, diário ou horário.

Gabarito: E

(juiz federal TRF 2ª Região Cespe 2011) Em referência ao custeio da


seguridade social, julgue os seguintes itens.

07 Para o contribuinte individual estipula-se como salário de contribuição a


remuneração auferida durante o mês em uma ou mais empresas ou pelo
exercício de sua atividade por conta própria, sem limite, nesse último caso.

Comentários

Entende-se por salário-de-contribuição para o segurado contribuinte

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individual a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício


de sua atividade por conta própria, durante o mês, sempre observado o
limite mínimo e máximo.

O limite máximo do salário-de-contribuição é o valor definido,


periodicamente, em ato conjunto do Ministério da Fazenda (MF) e do Ministério
da Previdência Social (MPS) e reajustado na mesma data e com os mesmos
índices usados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da
Previdência Social (atualmente é de R$ 4.663,75).

A título de exemplo, caso a remuneração do contribuinte individual seja


de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em determinado mês, ainda que decorrente
do exercício de atividade por conta própria, seu salário-de-contribuição
será de R$ 4.663,75, que corresponde ao limite máximo atual do SC.

Gabarito: E

08 O salário-maternidade não tem natureza remuneratória, mas indenizatória,


razão pela qual não integra a base de cálculo da contribuição previdenciária
devida pela segurada empregada.

Comentários

A legislação previdenciária estabelece que os benefícios da Previdência


Social, nos termos e limites legais, não integram o salário-de-contribuição,
salvo o salário-maternidade. Portanto, conforme o texto literal da lei, o
salário-maternidade integra o salário-de-contribuição.

Importante lembrar que, atualmente, a jurisprudência majoritária,


inclusive o STJ, adota esse posicionamento.

Gabarito: E

09 O abono recebido em parcela única e sem habitualidade pelo segurado


empregado, previsto em convenção coletiva de trabalho, não integra a base de
cálculo do salário de contribuição.

Comentários

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O STF, através da Súmula 241, entende que incide contribuição


previdenciária sobre o abono incorporado ao salário, porém se o abono for
pago em parcela única, de forma eventual, não será considerado como
parcela integrante do salário-de-contribuição.

Para entendermos bem essa questão basta observarmos que tudo


depende da habitualidade ou não do pagamento do abono. Se for habitual
integra o salário-de-contribuição, caso contrário (eventual), não integrará.

Gabarito: C

(juiz federal TRF 5ª Região CESPE 2011) Com relação a custeio da


previdência social e a benefícios previdenciários, julgue os itens abaixo.

10 Com fundamento no princípio do equilíbrio financeiro-atuarial, a


jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que incide contribuição
previdenciária sobre o terço constitucional de férias, a despeito de tal verba não
se incorporar à remuneração para fins de aposentadoria.

Comentários

Pelo contrário, o STJ e a jurisprudência majoritária firmaram


entendimento no sentido de considerar inexigível a contribuição previdenciária
sobre o terço constitucional de férias, em razão da natureza indenizatória dessa
parcela.

Gabarito: E

11 O salário-maternidade tem natureza salarial, motivo pelo qual integra a base


de cálculo da contribuição previdenciária; por outro lado, não tem natureza
remuneratória a quantia paga a título de auxílio-doença e auxílio-acidente nos
quinze primeiros dias do benefício.

Comentários

Conforme o texto literal da lei, apesar de ser um benefício previdenciário,


o salário-maternidade integra o salário-de-contribuição. Esse
entendimento encontra respaldo também na jurisprudência majoritária,
inclusive do STJ.

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Quanto ao pagamento feito pela empresa referente aos 15 primeiros dias


do auxílio-doença e auxílio-acidente, o STJ entende que esses valores não
integram o salário-de-contribuição por não ter a natureza de retribuição
pelos serviços prestados pelo empregado (contraprestacional).

Gabarito: C

(técnico superior – advogado ES CESPE 2011) Com relação ao salário


de contribuição e ao custeio do regime geral de previdência social,
julgue os itens subsequentes.

12 As diárias pagas integram o salário de contribuição pelo seu valor total,


quando excedentes a 50% da remuneração mensal.

Comentários

Não integram o salário-de-contribuição as diárias para viagens, desde


que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da remuneração mensal do
empregado, pelo seu caráter indenizatório. Portanto, as diárias que excedam a
50% da remuneração passam a ter natureza remuneratória, gerando a
incidência de contribuição previdenciária pelo seu valor total, e não somente
pelo valor que ultrapassar a 50% da remuneração.

Exemplo: um empregado recebeu de salário normal o valor de R$


1.000,00 (um mil reais) acrescido de R$ 600,00 (seiscentos reais) a título de
diárias, totalizando R$ 1.600,00 (um mil e seiscentos reais). Nessa hipótese o
valor do salário-de-contribuição será de R$ 1.600,00 (um mil e seiscentos
reais).

Gabarito: C

13 O salário de contribuição é um instituto de direito previdenciário inaplicável


ao segurado facultativo que não exerce atividade remunerada.

Comentários

O RGPS é de natureza contributiva, portanto, mesmo no caso do segurado


facultativo aplica-se o instituto do salário-de-contribuição, que, para esse

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segurado, corresponde ao valor por ele declarado, observados os limites


mínimo e máximo.

Gabarito: E

(procurador do Estado AL CESPE 2010) Com relação ao custeio da


seguridade social, analise o item abaixo.

14 O salário-de-contribuição do empregado doméstico é o valor correspondente


a um salário mínimo, ainda que ele receba mensalmente de seu empregador
quantia superior.

Comentários

De acordo com o artigo 214, inciso II, do Decreto 3.048/99, Regulamento


da Previdência Social, o salário-de-contribuição para o segurado empregado
doméstico é a remuneração registrada em sua CTPS, observados os limites
mínimo e máximo.

Portanto, caso o empregado doméstico receba valor superior ao salário


mínimo, o seu salário de contribuição corresponderá ao valor auferido pelo seu
trabalho, observado o limite máximo (R$ 4.663,75).

Gabarito: E

(técnico do Seguro Social CESPE 2009) Em cada um dos itens


seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação
do conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser
julgada.

15 Rodrigo trabalha na gerência comercial de uma grande rede de


supermercados e visita regularmente cada uma das lojas da rede. Para
atendimento a necessidades do trabalho que faz durante as viagens, Rodrigo
recebe diárias que excedem, todos os meses, 50% de sua remuneração normal.
Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre os valores
recebidos por Rodrigo a título dessas diárias.

Comentários

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As diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por
cento) da remuneração mensal do empregado não integram o salário-de-
contribuição, em face de sua natureza indenizatória.

Quando excedentes, como ocorre na questão, perdem a sua natureza


indenizatória, e passam a integrar o salário-de-contribuição pelo seu valor total.

Gabarito: E

16 Maria, segurada empregada da previdência social, encontra-se afastada de


suas atividades profissionais devido ao nascimento de seu filho, mas recebe
salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício previdenciário,
o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário-de-contribuição
para efeito de incidência.

Comentários

No RGPS não integram o salário-de-contribuição (base de cálculo) os


benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o salário-
maternidade.

Apesar da aparente desvantagem para a segurada, essa incidência


permite o cômputo da carência em relação ao período de licença à gestante. No
caso da empregada, o desconto e o recolhimento devem ser efetuados pela
empresa.

Gabarito: C

17 Mateus trabalha em uma empresa de informática e recebe o vale-transporte


junto às demais rubricas que compõem sua remuneração, que é devidamente
depositada em sua conta bancária. Nessa situação, incide contribuição
previdenciária sobre os valores recebidos por Mateus a título de vale-transporte.

Comentários

Esse item é essencial para entendermos um tema bastante controvertido


e cobrado nos concursos da CESPE.

A princípio, não integra o salário-de-contribuição a parcela recebida a

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título de vale-transporte na forma de legislação própria (lei 7.418/1985).


Entretanto, surgiram divergências quanto à aplicação dessa regra na hipótese
de pagamento do auxílio transporte em dinheiro.

Inicialmente, o STJ entendeu que o seu pagamento habitual em pecúnia,


em desacordo com a legislação, integraria o salário-de-contribuição.

Posteriormente, em 2010, o plenário do STF, por maioria de votos, firmou


o posicionamento de que o vale-transporte pago tanto em tíquete como em
dinheiro, tem natureza indenizatória e não remuneratória, não integrando o
salário do empregado. Portanto, sobre o mesmo não há qualquer reflexo
trabalhista ou fiscal. O STJ passou a adotar esse entendimento também

Em conclusão, atualmente, ainda que o pagamento seja efetuado em


pecúnia, o vale-transporte não integra o salário-de-contribuição.

Gabarito: E

18 Luís é vendedor em uma grande empresa que comercializa eletrodomésticos.


A título de incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas
um plano de previdência privada. Nessa situação, incide contribuição
previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição
para a previdência privada, a Luís.

Comentários

Não incide contribuição previdenciária sobre o valor das contribuições


efetivamente pago pela pessoa jurídica, relativo ao programa de previdência
complementar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à
totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, o
disposto nos arts. 9º e 468 da CLT;

Os valores despendidos pelas empresas que favoreçam aos seus


empregados como uma espécie de ganho social, via de regra, são considerados
como parcelas não integrantes do salário-de-contribuição, desonerando a
empresa dos encargos sociais sobre esses valores, tendo em vista que
beneficiam os trabalhadores.

Entretanto, na situação específica do item da questão, haverá incidência


de salário-de-contribuição porque as utilidades citadas são concedidas apenas

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aos trabalhadores de determinado setor da empresa (vendas). Essa é uma


forma indireta (disfarçada) de concessão de ganho salarial apenas para uma
parte dos empregados. Portanto, deve ser tributada.

Para que não houvesse a incidência de contribuição, o valor relativo à


plano de previdência privada oferecido pela empresa, deveria dar cobertura a
totalidade dos empregados e dirigentes da empresa.

Gabarito: C

19 Tendo sido demitido sem justa causa da empresa em que trabalhava, Vagner
recebeu o aviso prévio indenizado, entre outras rubricas. Nessa situação, não
incide contribuição previdenciária sobre o valor da indenização paga, pela
empresa, a Vagner.

Comentários

As verbas de natureza indenizatória, inclusive as recebidas a título de


indenização compensatória, como proteção à relação de emprego contra
despedida arbitrária ou sem justa causa, não integram o salário-de-
contribuição.

Gabarito: C

20 Claudionor recebe da empresa onde trabalha alguns valores a título de


décimo-terceiro salário. Nessa situação, os valores recebidos por Claudionor não
são considerados para efeito do cálculo do salário-benefício, integrando-se
apenas o cálculo do salário-de-contribuição.

Comentários

A gratificação natalina (13º salário) é parcela integrante do salário-


de-contribuição em decorrência da sua natureza remuneratória.

Porém, conforme estabelece o artigo 28, § 7º, da lei 8.212/91(custeio),


essa parcela da contribuição não integra o cálculo do salário-de-
benefício.

Gabarito: C

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6. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(auditor de controle externo TCDF Cespe 2014) No que se refere ao


Regime Geral de Previdência Social (RGPS), julgue os itens seguintes.

01 Para o empregado doméstico, considera-se salário de contribuição a


remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
observadas as disposições normativas pertinentes.

02 Não é considerado salário de contribuição o salário-maternidade.

(delegado de polícia federal DPF Cespe 2013) De acordo com as normas


constitucionais e legais acerca do financiamento da seguridade social,
julgue o item seguinte.

03 Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo


empregado, as parcelas referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas.

(defensor público RO CESPE 2012) Acerca do custeio da seguridade


social, julgue o item abaixo.

04 Conforme decisão do STF, é ilegítima a incidência da contribuição


previdenciária sobre o décimo terceiro salário.

(especialista em previdência complementar – PREVIC CESPE 2011) Com


relação às normas constitucionais que regem a previdência social,
julgue o item a seguir.

05 Os ganhos habituais do empregado, inclusive o valor pago, em dinheiro, a


título de vale-transporte, incorporam-se ao seu salário para efeito de
contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios.

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(juiz federal 1ª Região CESPE 2011) Com referência ao financiamento


da seguridade social, analise o item abaixo.

06 Para fins de cálculo do salário de contribuição do segurado empregado, não


se admite fracionamento, razão pela qual, quando a admissão, a dispensa, o
afastamento ou a falta do segurado empregado ocorrer no curso do mês, o
salário-de-contribuição será calculado considerando-se o número total de dias
do mês.

(juiz federal TRF 2ª Região Cespe 2011) Em referência ao custeio da


seguridade social, julgue os seguintes itens.

07 Para o contribuinte individual estipula-se como salário de contribuição a


remuneração auferida durante o mês em uma ou mais empresas ou pelo
exercício de sua atividade por conta própria, sem limite, nesse último caso.

08 O salário-maternidade não tem natureza remuneratória, mas indenizatória,


razão pela qual não integra a base de cálculo da contribuição previdenciária
devida pela segurada empregada.

09 O abono recebido em parcela única e sem habitualidade pelo segurado


empregado, previsto em convenção coletiva de trabalho, não integra a base de
cálculo do salário de contribuição.

(juiz federal TRF 5ª Região CESPE 2011) Com relação a custeio da


previdência social e a benefícios previdenciários, julgue os itens abaixo.

10 Com fundamento no princípio do equilíbrio financeiro-atuarial, a


jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que incide contribuição
previdenciária sobre o terço constitucional de férias, a despeito de tal verba não
se incorporar à remuneração para fins de aposentadoria.

11 O salário-maternidade tem natureza salarial, motivo pelo qual integra a base


de cálculo da contribuição previdenciária; por outro lado, não tem natureza

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remuneratória a quantia paga a título de auxílio-doença e auxílio-acidente nos


quinze primeiros dias do benefício.

(técnico superior – advogado ES CESPE 2011) Com relação ao salário


de contribuição e ao custeio do regime geral de previdência social,
julgue os itens subsequentes.

12 As diárias pagas integram o salário de contribuição pelo seu valor total,


quando excedentes a 50% da remuneração mensal.

13 O salário de contribuição é um instituto de direito previdenciário inaplicável


ao segurado facultativo que não exerce atividade remunerada.

(procurador do Estado AL CESPE 2010) Com relação ao custeio da


seguridade social, analise o item abaixo.

14 O salário-de-contribuição do empregado doméstico é o valor correspondente


a um salário mínimo, ainda que ele receba mensalmente de seu empregador
quantia superior.

(técnico do Seguro Social CESPE 2009) Em cada um dos itens


seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação
do conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser
julgada.

15 Rodrigo trabalha na gerência comercial de uma grande rede de


supermercados e visita regularmente cada uma das lojas da rede. Para
atendimento a necessidades do trabalho que faz durante as viagens, Rodrigo
recebe diárias que excedem, todos os meses, 50% de sua remuneração normal.
Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre os valores
recebidos por Rodrigo a título dessas diárias.

16 Maria, segurada empregada da previdência social, encontra-se afastada de


suas atividades profissionais devido ao nascimento de seu filho, mas recebe
salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício previdenciário,
o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário-de-contribuição

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para efeito de incidência.

17 Mateus trabalha em uma empresa de informática e recebe o vale-transporte


junto às demais rubricas que compõem sua remuneração, que é devidamente
depositada em sua conta bancária. Nessa situação, incide contribuição
previdenciária sobre os valores recebidos por Mateus a título de vale-transporte.

18 Luís é vendedor em uma grande empresa que comercializa eletrodomésticos.


A título de incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas
um plano de previdência privada. Nessa situação, incide contribuição
previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição
para a previdência privada, a Luís.

19 Tendo sido demitido sem justa causa da empresa em que trabalhava, Vagner
recebeu o aviso prévio indenizado, entre outras rubricas. Nessa situação, não
incide contribuição previdenciária sobre o valor da indenização paga, pela
empresa, a Vagner.

20 Claudionor recebe da empresa onde trabalha alguns valores a título de


décimo-terceiro salário. Nessa situação, os valores recebidos por Claudionor não
são considerados para efeito do cálculo do salário-benefício, integrando-se
apenas o cálculo do salário-de-contribuição.

7. GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C E E E E E E E C E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C E E E C E C C C

Até a próxima aula e bons estudos.

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