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SOLUÇÕES SÓLIDAS

Uma solução sólida é uma mistura de dois ou mais elementos no estado sólido.
Se formam quando os átomos da impureza (soluto) não modifica a estrutura
cristalina do solvente.
A estrutura cristalina de um sólido é a designação dada ao conjunto de
propriedades que resultam da forma como estão espacialmente ordenados os
átomos ou moléculas que o constituem.

Estrutura cristalina do NaCl


Podemos classificar as soluções sólidas em dois tipos: IntersticiaIse
substitucionais.

Soluções Sólidas Intersticiais: Nestas soluções os átomos da impureza


ou soluto preenchem os interstícios entre os átomos do solvente na rede
cristalina.
Soluções Sólidas Substitucionais: Nestas soluções os átomos da
impureza ou soluto substituem átomos do solvente na rede cristalina.
Construção de diagrama de fases binários (Líquido–Sólido)
http://www.materiais.ufsc.br/Disciplinas/EMC5733/diagramas_construcao.htm
A fusão de qualquer material puro a pressão constante ocorre em uma única
temperatura. Desta forma, fases líquidas e sólidas coexistem apenas nesta
temperatura. Quando resfriado, a temperatura de um material líquido irá
decrescer gradualmente até ser atingido o ponto de fusão. Neste instante o
material começará a cristalizar, levando ao envolvimento de um calor latente na
interface sólido-líquido, mantendo a temperatura constante ao longo do
material. Uma vez o material esteja completamente sólido, o resfriamento
gradual é reiniciado. O patamar de solidificação permite que o ponto de
solidificação do material seja identificado em uma curva da temperatura versus
tempo.

A maioria dos sistemas que possuem dois ou mais componentes exibem um


intervalo de temperatura no qual as fases líquida e sólida estão em equilíbrio.
Ao invés de uma temperatura de fusão, o sistema agora tem duas
temperaturas diferentes, e assim a temperatura liquidus e a temperatura
solidus são necessárias para descrever a mudança de líquido para sólido.
A temperatura liquidus é a temperatura acima da qual o sistema está
inteiramente líquido, a temperatura solidus, por sua vez, representa o ponto
abaixo do qual todo o material está sólido. Entre estes dois pontos os estados
líquido e sólido estão em equilíbrio. Quando a temperatura liquidus é atingida, a
solidificação começa, e ocorre uma redução na taxa de resfriamento causada
pelo calor latente e uma conseqüente redução do gradiente da curva de
resfriamento.
Quando a solidificação aproxima-se do final a taxa de resfriamento é
novamente alterada, permitindo que a temperatura solidus seja determinada.
Como pode ser visto no diagrama abaixo, estas mudanças no gradiente
permitem que a temperatura liquidus TL, e a temperatura solidus TS sejam
obtidas.
Quando é resfriado um material de composição eutética, a solidificação de toda
a solução ocorre em apenas uma temperatura. O resultado em uma curva de
solidificação é similar a curva obtida pela solidificação de um componente puro.

Quando ligas hipoeutéticas e hipereutéticas são solidificadas, o primeiro sólido


a ser formado é uma fase com uma composição diferente da composição do
líquido. Isto faz com que ao longo do resfriamento a composição do líquido se
aproxime da composição eutética. Quando a líquido alcança a temperatura do
eutético, terá também a composição eutética e irá solidificar, formando um
sólido de duas fases. A formação do eutético faz com que o sistema cesse o
resfriamento até que a solidificação seja completa. A curva resultante mostra
dois estágios de solidificação, o primeiro é caracterizado pela redução do
gradiente de solidificação, e o segundo caracterizado por um plateau onde a
fase eutética está solidificando.

Tomando uma série de curvas de solidificação para o mesmo sistema, ao longo


de um intervalo de composições, pode-se determinar as temperaturas liquidus
e solidus para cada composição, permitindo que um diagrama de fase seja
mapeado.
Abaixo estão as curvas de solidificação de um mesmo sistema pertencentes a
diferentes composições e então colocadas ao longo do eixo de tempo. As
regiões vermelhas indicam onde o material é líquido, as regiões em azul
indicam onde o material está sólido e as regiões verdes indicam onde os
estados líquido e sólido estão em equilíbrio.

Removendo-se o eixo do tempo e substituindo-o pelas composições.

Isto permite que as temperaturas solidus e liquidus sejam plotadas de forma a


produzir um diagrama de fase:
Abaixo, um diagrama de fase isomorfo pode ser visto,

1. Sistemas Isomorfos

A figura que segue apresenta um diagrama isomorfo simples onde os


pontos TCu e TNi representam as temperaturas de fusão dos componentes Cu e
Ni respectivamente. O diagrama é formado por uma região de uma única fase
líquida, uma região de uma única fase sólida, representada por e uma
região de duas fases (líquido L + sólido ). As curvas que separam as
regiões de uma fase da região de duas fases são as linhas liquidus e solidus.
Estas indicam que há uma diferença fundamental de comportamento na
solidificação de um metal puro e de uma solução sólida.
Enquanto que o primeiro se solidifica a uma única e definida
temperatura, a liga da solução sólida inicia a solidificação em uma temperatura
entre os pontos de fusão de seus componentes e não o faz isotermicamente,
ou seja, solidifica-se dentro de um intervalo de temperaturas (faixa 2-3 da figura
que segue, para uma composição C0 da liga).
2. Sistemas Eutéticos

São os caracterizados pela reação eutética, isto é, decomposição


isotérmica de uma fase líquida em duas sólidas durante a solidificação e
reação inversa na fusão.
Liquído → +β

Aqui está um exemplo de um diagrama de fase eutético. e β são ambas


soluções sólidas.
A figura 06 apresenta um diagrama eutético para o sistema chumbo-
estanho, onde a solubilidade no estado sólido é restrita. Os pontos A e B
representam os pontos de fusão dos componentes da liga. A adição de chumbo
no estanho (ou vice-versa) faz com que o ponto de fusão do último diminua. O
ponto eutético é exatamente o ponto de intersecção entre as linhas liquidus. A
liga correspondente à composição na qual as duas linhas se interceptam é a
liga eutética, e a temperatura é a temperatura eutética. A liga eutética é a de
menor ponto de fusão de todas as composições possíveis. Esta é formada
pelas fases e solidificadas simultaneamente na forma de uma mistura
eutética. Nas fases e os dois metais estão completamente solúveis um no
outro nas proporções indicadas para as diversas temperaturas.
As ligas à esquerda da eutética são chamadas hipoeutéticas e as da
direita são chamadas hipereutéticas.

Diagrama eutético com solubilidade sólida parcial - Sistema chumbo-estanho.

A região de duas fases do diagrama consiste de uma mistura do eutético com


ou β, dependendo se a liga é hipoeutética (abaixo da composição eutética)
ou hipereutética (acima da composição eutética). A constituição de uma liga
sob condições de equilíbrio pode ser encontrada no diagrama de fase
O diagrama Fe-Fe3C é aquele normalmente utilizado para o estudo dos aços e
dos ferros fundidos, materiais de extrema importância para a indústria
metalúrgica e mecânica. Ele encontra-se representado na figura que segue.

Diagrama Fe-Fe3C .

O diagrama de equilíbrio Fe-C é de grande importância para entender os


tratamentos térmicos que são feitos nos mais diversos tipos de aço. O
diagrama possui vários campos, com nomes específicos para as
microestruturas:
ferrita (ferro ): é a estrutura de ferro puro na temperatura ambiente (abaixo
de 723°C). É muito dúctil e é ferro-magnético abaixo de 766°C. Tem estrutura
CCC, cujos espaços interatômicos são pequenos e bem alongados, de forma
que praticamente não há condições de abrigar o átomo de carbono.
austenita (ferro γ): tem estrutura CFC, cujos espaços interatômicos são
maiores que a ferrita, de modo que a solubilidade máxima de carbono é de
cerca de 2%. Não é ferromagnética.
ferro δ: tem estrutura CCC, sendo similar a ferrita. Ocorre acima de 1400°C e,
portanto, tem pouca importância dentro do escopo desta disciplina.
cementita: como a ferrita praticamente não solubiliza o carbono, este deve
formar uma segunda fase, a qual é chamada de cementita ou carbeto de ferro,
cuja fórmula química é Fe3C. É muito dura e sua presença junto com a ferrita
aumenta a resistência mecânica do material. Tem o inconveniente de ser frágil.
perlita: é uma mistura de duas fases: ferrita + cementita,. A microestrutura
resultante é uma matriz de ferrita com lamelas de cementita. A liga Fe-C com
0,8%C é 100% perlítica.
Reação eutetóide

(a) (b) (c)


Microestruturas das fases (a) austenítica e (b) ferrítica, bem como do (c)
constituinte eutetóide (perlita) que é composto por lamelas alternadas de ferrita
e de Fe3C (cementita).

O diagrama Fe-Fe3C não é na realidade um diagrama de equilíbrio, pois há


uma fase mais estável que o Fe3C, que é o carbono grafita. Porém a
velocidade de precipitação de grafita é muitíssimo lenta, de modo que o Fe3C é
considerado uma fase metaestável, que para todos os efeitos, é estável com o
tempo. Tipicamente, adições de silício são usadas para estabilizar a
precipitação de grafite.

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