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Alimentação Saudável: A preocupação da escola

com o aumento da obesidade Infantil

1. Situação Problema: Uma em cada três crianças está acima do peso no


Brasil.

Em 1989, apenas 13% dos brasileiros de 5 a 9 anos tinham mais


gordura no corpo do que deveriam. Um dado preocupante: o número de
crianças acima do peso no Brasil já é proporcionalmente igual ao dos Estados
Unidos, o país com a maior população obesa do planeta.

Mas o que esperar se nossos meninos e meninas não sabem o que


estão comendo e nem conhecem os alimentos que deveriam estar na mesa?
Assim como a obesidade é uma doença que pode comprometer a qualidade de
vida do adulto, na criança os riscos são os mesmos. A diferença e o que faz da
obesidade infantil soar o alarme da saúde pública é que o maior tempo de
exposição ao excesso de gordura poderá desencadear doenças crônicas mais
cedo, reduzindo a expectativa de vida do indivíduo.

Além disso, como a criança está em fase de crescimento, a obesidade


infantil pode ser um impacto negativo no desenvolvimento dos ossos, músculos
e articulações, prejudicando a formação do esqueleto. Entre os riscos da
obesidade infantil, de curto e longo prazo, podemos citar:

Obesidade mórbida, quando adultos.

Doenças respiratórias, como asma e apneia.

Doenças ortopédicas, como problemas de coluna ou joelhos.

Dores nas articulações

Disfunções do fígado, em função do acúmulo de gordura.

Colesterol alto

Diabetes

Hipertensão arterial

Complicações metabólicas

Acne
Assaduras e dermatites

Enxaqueca.

Além disso, existem os riscos de cunho social e emocional, já que a


obesidade pode desencadear quadros de doenças mentais ou problemas de
relacionamento, incluindo:

Depressão

Isolamento social

Solidão

Bullying

Disfunções alimentares, como bulimia ou anorexia.

Baixa autoestima.

Com base nestas informações observamos a importância de criar um


projeto que ajude as crianças a terem uma alimentação melhor e que tenham
contanto com esses alimentos criando assim uma pequena horta nas
dependências da escola para que acompanhem desde a planta a colheita e o
consumo. O objetivo desse projeto é que as crianças possam ter conhecimento
do que é uma alimentação saudável na pratica e que possam também
descobrir como é produzidas muitas coisas que elas consomem, despertando o
interesse delas pelos alimentos benéficos à saúde e Além disso, disseminar
hábitos alimentares saudáveis dentro e fora do espaço escolar envolvendo as
famílias e a comunidade.
2. Justificativa e embasamento teórico

Neste projeto, os alunos serão levados a refletir sobre o que comem e


de onde vêm os alimentos. Com base nisso, contribuirão na organização da
horta da escola, divulgarão o que é a alimentação saudável e produzirão
vídeos com a comunidade local. O objetivo desta prática será para que os
alunos reconheçam a importância de adquirir hábitos alimentares saudáveis
para a promoção da saúde e a qualidade de vida.

Portanto é de suma importância conhecer o embasamento teórico de


nosso projeto:

A obesidade infantil vem aumentando rapidamente nas ultimas décadas,


podendo ser vista como uma epidemia mundial. Uma alimentação inadequada
é uma das principais causas do surgimento de tal problema. A obesidade
geralmente pode refletir em alterações metabólicas, tais como a dislipidemia, a
hipertensão arterial e a intolerância à glicose, que são consideradas fatores de
risco para o diabetes mellitus tipo 2 e as doenças cardiovasculares. Estas
doenças que até alguns anos atrás eram comuns apenas em adultos, hoje já
podem ser notadas na faixa etária mais jovem. Alguns estudos revelam que o
tempo de exposição à obesidade pode estar inteiramente associado à
morbimortalidade por doenças do aparelho cardiovascular (OLIVEIRA;
FISBERG, 2003).

O Brasil tem passado atualmente por uma grande transição nutricional,


trazendo consigo um desafio para as políticas de saúde do país, que tem se
centrado na busca da promoção em saúde na integralidade do individuo. Essa
transição se afirma por estudos que indicam que entre os anos de 1974 a 1989
houve uma redução significativa da desnutrição infantil, passando de 19,8%
para 7,6% e destacando aumento na prevalência da obesidade em adultos que
era de 5,7% para 9,6%. A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN-
1989) evidenciou que 7,6% dos adolescentes estavam em sobrepeso. Estudo
mais recente realizado no sudeste e nordeste do país, evidenciou através da
comparação dos dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (1974/75) e
da Pesquisa sobre Padrões de Vida (1996/97) que houve aumento de 4,1%
para 13,9% da obesidade em crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos
(OLIVEIRA; FISBERG, 2003; COUTINHO; GENTIL; TORAL, 2008).

Vários fatores são apontados como facilitadores da obesidade, como os


genéticos, os fisiológicos e os metabólicos. Porém é de consenso geral os
estudos que afirmam que este aumento significativo da obesidade na
população está ligado a mudanças no estilo de vida e hábitos alimentares.
Percebe-se a crescente preferência dos indivíduos por alimentos ricos em
açúcares simples e lipídeos, os chamados industrializados, possuindo alto teor
energético. Da mesma forma, outros estudos indicam que, atualmente, com a
ascensão da tecnologia, caracterizada pela TV, microcomputadores e vídeo
games nos domicílios, houve um declínio das atividades esportivas nas
crianças e jovens. Outro fator influenciador é o uso da mídia para propaganda
de produtos alimentícios considerados não saudáveis, que estimulam as
crianças a consumi-los. Em comerciais apresentados pela TV americana nas
manhãs de sábado, 61% referiam a alimentos, das quais 90% dos alimentos
são ricos em maus nutrientes, como doces, batatas fritas e lanches rápidos
(OLIVEIRA; FISBERG, 2003; NOVAES; PRIORE; FRANCESCHINE, 2004).

O período da adolescência é visto como uma fase de grandes


transformações para o individuo, sendo influenciada por costumes familiares,
pelos amigos, por valores e regras sociais, pelos preceitos culturais aceitáveis
pelo jovem, pelas condições sociais e econômicas, pelo conhecimento já
adquirido ao longo da vida e experiências vivenciadas. Vários hábitos obtidos
neste período refletem sobre o comportamento futuro em diversas áreas da
vida, como a percepção da imagem corporal, os valores, a saúde do
organismo, o psicossocial e a prática da alimentação, evidenciando o fato de
que hábitos de vida pouco saudáveis estão diretamente ligados a risco do
desenvolvimento de doenças crônicas quando adulto (LEVY ET al., 2010).

Atualmente segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as


doenças crônicas tem sido a principal causa de morte no mundo, estando
sempre acompanhadas de fatores de risco como a obesidade. No Brasil as
doenças cardiovasculares ocupam o primeiro lugar neste ranking, seguido por
neoplasias malignas e complicações do diabetes. Estima-se que o Ministério da
Saúde (MS), gaste aproximadamente 7,5 bilhões de reais por ano com
cuidados ambulatoriais e internações devido a doenças crônicas não
transmissíveis. Estas por serem de longa duração geram desgastes ao setor
publico, demandando muitas ações, recursos financeiros e pessoais
(TEIXEIRA, 2009).

Uma abordagem que previna o surgimento da obesidade e da chamada


síndrome da deficiência de nutrientes, através do incentivo a uma alimentação
balanceada. A Estratégia de Saúde da Família, criada com o objetivo de
atender e acompanhar o indivíduo e as famílias de forma integral e contínua
surgiu para modificar o sistema que antes era centrado apenas na doença,
para um novo modelo de assistência baseado na integralidade do individuo, da
família e de seu ambiente físico e social. Baseada nesta diretriz tem por função
trabalhar com a sociedade, projetos fundados em vigilância à saúde e vigilância
alimentar das famílias (COUTINHO; GENTIL; TORAL, 2008).

Através da necessidade de se desenvolver um trabalho preventivo com


as crianças e adolescentes, no intuito de promover um estilo de vida saudável
a escola aparece como um ambiente facilitador. Na escola se insere jovens em
pleno desenvolvimento físico e intelectual, o que possibilita uma educação
permanente com práticas relacionadas a melhores condições de saúde e
comportamento para uma alimentação saudável, evitando-se assim o
surgimento de fatores de risco para doenças crônicas na fase adulta (LEVY et
al., 2010; TEIXEIRA, 2009).

O ambiente escolar propicia um espaço de aprendizagem, onde o aluno


pode passar até duas décadas de sua vida nele. Com a promoção e discussão
de conteúdos em educação nutricional no currículo escolar, juntamente à
prática regular de atividade física, este estimulo pode influenciar positivamente
na manutenção de hábitos saudáveis ao longo de sua trajetória (VARGAS et
al., 2011).
3. Público alvo
 Alunos de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental;
 Comunidade;
 Família;
4. Objetivos
 Reconhecer a importância da alimentação para o funcionamento do
nosso organismo;
 Identificar alimentos saudáveis e não saudáveis;
 Promover o consumo de frutas, legumes e verduras;
 Compreender a importância de aproveitar todo alimento sem
desperdícios;
 Diferenciar os alimentos industrializados dos alimentos plantados em
hortas que são consumidos;
 Conhecer as fases da germinação e crescimento das plantas;
 Refletir sobre a importância de se alimentar de forma saudável;
 Desenvolver a coordenação sensório motor através da plantação e do
cuidado da horta.
5. Percurso Metodológico

 Abordagem da parte teórica em Divisão da hortinha


sala de aula;
 Trabalho escrito: pesquisa sobre a
importância da alimentação 1º ano: pepino;
saudável, tipos de alimentos que
2º ano: tomatinho cereja;
podem ser plantados em hortas,
tempo de germinação e colheita, 3º ano: cebolinha e
1º mês benefícios dos alimentos abóbora;
saudáveis e malefícios dos
alimentos industrializados e 4º ano: salsa, couve e
embutidos; feijão de corda;
 Escolha do local onde será feita a
hortinha; 5º ano: cenoura,
 Preparo da terra, plantar as beterraba, melancia
sementes/mudas adubar e regar. baby.

Acompanhamento do
surgimento e
 Reservar cascas de alimentos para
crescimento das
2º mês servir de adubo, exemplo: casca de
plantas. Continuação
ovo, de cebola, de frutas e legumes;
do adubo e rega das
hortinhas.

Cada turma produzirá


uma ou mais receitas
com os alimentos
plantados:

1º e 2º ano: salada de
tomatinho com pepino;
 Colheita preparo dos alimentos
3º ano: assado de
3º mês  Entrega e apresentação dos
abóbora;
trabalhos;
4º ano: farofa de couve e
feijão de corda;

5º ano: salada cozida de


beterraba. Sobremesa:
bolo de cenoura e
melancia.

6.
6. Recursos
 Terra;
 Inchada;
 Rastelo;
 Baldes;
 Regadores;
 Restos de alimentos;
 Mudas e sementes;
 Adubos;
7. Cronograma

 Apresentação do projeto;
1º mês  Escolha do local;
 Plantação;

2º mês  Reservar cascas de alimentos para adubo;

 Colheita dos alimentos;


3º mês  Preparo das receitas com os alimentos plantados;
 Entrega e apresentação dos trabalhos;
8. Avaliação e Produto Final

A avaliação ocorrerá de forma continua, processual, através das rodas de


conversa, observação de desempenho, participação e cooperação, perguntas
reflexivas sobre o plantio e colheita dos alimentos, atividades avaliativas,
apresentação dos trabalhos de pesquisa sobre a alimentação saudável.
9. Referências

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