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UNIPÓS – UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA


MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

Kátia Simone Pereira de Souza

A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O


TRABALHO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA ESCOLA CEMEI
WILMA MARIA DE FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN

Alto do Rodrigues/RN
2021
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Kátia Simone Pereira de Souza

A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O


TRABALHO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA ESCOLA CEMEI
WILMA MARIA DE FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN

Alto do Rodrigues/RN
2021
18

Kátia Simone Pereira de Souza

A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O


TRABALHO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA ESCOLA CEMEI:
WILMA MARIA DE FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN

Dissertação apresentada, e defendida, ao Programa


de Pós-Graduação em Ciências da Educação pela
Universidade Word Ecumenical, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre em
Educação.

Área de concentração: Educação


Linha de pesquisa: Políticas Públicas e Educação
Inclusiva.
Orientador(a):Prof. Dr. Régis Flávio Varela de
Oliveira
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PESQUISADOR (A): Kátia Simone Pereira de Souza


ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Educação.
LINHA DE PESQUISA: Políticas Públicas e Educação Inclusiva.
POS-GRADUAÇÃO EM: Ciências da Educação.
NIVEL: Mestrado
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: AIMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO
DOCENTE PARA O TRABALHO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA
ESCOLA CEMEI WILMA MARIA DE FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN.
ORIENTADOR(A): Prof. Dr. Régis Flávio Varela de Oliveira

A Dissertação de autoria do(a) pesquisador(a)Kátia Simone Pereira de Souza, foi


APROVADA em reunião pública realizada na Representação Word Ecumenical,
pela seguinte Banca Examinadora:

NOME ASSINATURA

____________________________________________________________
Prof. Dr. Álvaro Dias
Presidente

___________________________________________________________
Prof. Drª. Elvira Bezerra Pessoa
Examinador

__________________________________________________________
Prof. Dr. Régis Flávio Varela de Oliveira
Orientador

Alto do Rodrigues/RN
2021
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“A Inclusão acontece, quando se aprende com as diferenças e


não com as igualdades”
Paulo Freire
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AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao meu amado Deus, obrigada por ser a minha força e o meu
guia em todos os momentos. A Ti, Senhor, toda honra, toda glória e majestade.

Aos meus pais, Waldemiro Silvestre de Souza (in memorian), esse grande
homem que sempre foi meu exemplo de vida, me apoiou e mostrou que a educação
pode transformar nossas vidas, a minha rainha e mãe Ester Pereira da Silva, que
sempre está ao meu lado me apoiando e ajudando no que for necessário.

Ao meu companheiro e esposo Douglas Magallis da Silva, que me apóia e


ajuda em todos os momentos, meu esposo é um grande incentivador dos meus
estudos e do meu trabalho.

A meu filho amado Kaio Daniel Pereira da Silva, o qual é meu combustível
diário, herança do Senhor, tudo que faço é pensando no melhor para meu filho, e
minha Família.

Ao meu querido sobrinho Ricardo Cunha, irmãos da fé Mércio Bezerra e


Gilka Kátia, aos amigos obrigado, por ajudarem e me apoiar sempre nos momentos
que precisei de ajuda na realização desse trabalho.

A todos os Professores e a equipe do CEMEI Wilma Maria de Faria, na


pessoa de Edilene Sales, pelas orientações, disponibilidade do tempo, do espaço
na escola e pela contribuição das informações para base da minha pesquisa.

A Secretaria Municipal de Educação e Desporto de Alto do Rodrigues/RN, na


pessoa de Irani Cunha pelo incentivo a Formação continuada dos professores.

Aos meus professores e amigos da turma do Mestrado pela longa jornada


de trabalho e lutas, pelos aprendizados e momentos de reflexão e união.

Ao meu orientador Dr. Régis Flávio Varela de Oliveira, pela oportunidade de


realizar este trabalho. Obrigada pela confiança e paciência de me atender as vezes
que precisei de ajuda e orientação. Agradeço por todos os ensinamentos
compartilhados de forma admirável, e por me guiar durante esta trajetória
acadêmica.
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A Banca examinadora, constituída pelo Prof. Dr. Álvaro Dias, Prof. Drª
Elvira Bezerra Pessoa e Prof. Dr. Régis Flávio Varela de Oliveira, pelo
desprendimento e disposição em analisar cuidadosamente a pesquisa realizada e
sugerir preciosas contribuições.
A todos os amigos e professores que acreditam no ensino público de
qualidade e numa escola inclusiva, pautada em uma educação de qualidade.
A todos aqui lembrados e aos demais que se alegram com essa vitória, meu
profundo e eterno agradecimento.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Sala de aula do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN ..... 74
Figura 2 – Fachada do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN........... 75
Figura 3 – Entrada do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN ............ 75
Figura 4 – Pátio do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN ................ 76
Figura 5 – Refeitório do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN ......... 77
Figura 6 – Parquinho Infantil do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN
.................................................................................................................................. 78
Figura 7 – Centro Municipal de Educação Infantil Wilma Maria de Faria .................. 83
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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Formação dos Docentes do CEMEI...................................................... 111


Gráfico 2 – Relação da Formação e Idade dos Docentes do CEMEI ...................... 111
Gráfico 3 – Docentes do CEMEI Capacitação na area da Inclusão ........................ 113
Gráfico 4 – Oferta de Capacitação aos Docentes pela SMED ................................ 115
Gráfico 5 – Principais Aspectos da Mediação da Aprendizagem de Alunos Especiais
................................................................................................................................ 117
Gráfico 6 – Principais Entraves no Processo de Inclusão de alunos especiais em
Sala Regular............................................................................................................ 118
Gráfico 7 – Relação Família e Escola de alunos especiais do CEMEI ................... 119
Gráfico 8 – Como a Gestão e o Supervisor Escolar ajudam no Processo de Inclusão
................................................................................................................................ 121
Gráfico 9 – Principais Dificuldades do Aluno Especial da sala de regular do CEMEI
................................................................................................................................ 122
Gráfico 10 – Experiência dos Docentes (CEMEI) da Sala de aula regular com alunos
especiais ................................................................................................................. 124
Gráfico 11 – Os alunos Especiais da Sala Regular do CEMEI com Cuidadores..... 125
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – População e quantitativo de alunos por modalidade .............................. 56


Quadro 2 – Teorias do Currículo ............................................................................... 61
Quadro 3 – Quantitativo de funcionários do CEMEI, por função ............................... 85
Quadro 4 – Quantitativo geral de alunos do CEMEI, por turno ................................. 86
Quadro 5 – Quantitativo de alunos especiais ............................................................ 87
Quadro 6 – Quantitativo de alunos por turma. CEMEI Wilma Maria de Faria ........... 89
Quadro 7 – Quantitativo geral de professores e participantes da pesquisa .............. 91
Quadro 8 – Cronograma da Pesquisa ....................................................................... 96
Quadro 9 – Idade e Formação dos Docentes do CEMEI ........................................ 113
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEE – Atendimento Educacional Especializado


BNCC – Base Nacional Comum Curricular
BNCC – Base Nacional Comum Curricular
CEMEI W.M.F- Centro Municipal de Educação Infantil Wilma Maria de Faria
CENESP – Centro Nacional de Educação Especial
CF – Constituição Federal
DCNEI – Documento Curricular Nacional de Educação Infantil
E.I. – Educação Infantil
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
EJA – Educação de Jovens e Adultos
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEB – Educação Básica
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
LBI – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
LDB – Lei de Diretrizes e Bases
MEC – Ministério da Educação e Cultura
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais
PPP – Projeto Político Pedagógico
RN – Estado do Rio Grande do Norte
SEESP – Secretaria de Educação Especial do MEC
SMED – Secretaria Municipal de Educação e Desporto
SUESP/SEEC/RN – Subcoordenadoria de Educação Especial do Estado do Rio
Grande do Norte
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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RESUMO

Este estudo aborda a importância do processo de Formação docente para o trabalho


de inclusão de alunos especiais no Centro Municipal de Educação Infantil: Wilma
Maria de Faria em Alto do Rodrigues/RN, com ênfase na importância da Formação,
tem como intuito facilitar e promover de forma prazerosa uma aprendizagem
significativa, aliada a uma prática com procedimentos metodológicos indicados e
necessários para atender aos alunos com necessidades especiais que estudam na
sala de aula regular, como também facilitar o trabalho do docente. Com a Formação
na área especifica da inclusão, o docente passará a conhecer e compreender as
competências que devem ser adquiridas por alunos especiais, por meio de uma
perspectiva diferente e direcionada. No atual contexto histórico, a escola
recentemente inaugurada em 10 de fevereiro de 2020, recebeu alunos com
necessidades especiais e esses alunos precisam ter seus direitos respeitados e
garantidos. Para esse trabalho de inclusão o docente precisa de Formação
especifica na área da Educação Especial, bem como da parceria da família que por
falta de conhecimento e aceitação muitas das vezes, vive um conflito que gera
dúvidas e incertezas quanto à melhor forma de educar e cuidar dessas crianças. O
docente precisa estar instruído, capacitado para oferecer ao aluno especial um
ensino de qualidade, contribuindo assim para formar alunos estudiosos, bem
sucedidos na escola e na vida, com uma auto-estima elevada, uma identidade bem
definida, preparada e fortalecida para enfrentar os desafios do cotidiano, já que a
educação transforma vidas. Essa pesquisa foi baseada principalmente nesses
autores: FREIRE (2011); GIL (2002); MAZZOTTA (1996); MANTOAN (2006);
MARCONI E LAKATOS (2003); PIMENTA E ALMEIDA (2009); TOMAZ TADEU
(2005).Diante dessa realidade o estudo busca explicitar a importância da formação
para os docentes da escola regular, destacando os fatores que estão envolvidos na
formação dos mesmos, como também indica possibilidades para que os docentes de
alunos especiais se tornem verdadeiros agentes da inclusão, enquanto responsáveis
pela formação digna da construção da identidade do aluno, proporcionando assim
oportunidades impares e um desenvolvimento favorável no quesito cognitivo, social,
emocional e afetivo. Espera-se que esta pesquisa contribua significativamente para
um avanço no processo de inclusão na referida instituição de ensino infantil, bem
como levantar profundas reflexões a cerca da importância da formação para os
docentes, que esse trabalho de pesquisa se estenda para outras instituições de
ensino e órgãos responsáveis pela educação do município de Alto do Rodrigues/RN,
para que todos estejam unidos e engajados por uma educação inclusiva e de
qualidade.

PALAVRAS CHAVES: Educação. Formação. Inclusão.


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ABSTRACT

This study approaches the importance of the Teacher Training process for the work
of inclusion of special students in the Municipal Center for Early Childhood
Education: Wilma Maria de Faria in Alto do Rodrigues/RN, with an emphasis on the
importance of Training, aims to facilitate and promote a pleasant way of meaningful
learning, allied to practice with methodological procedures indicated and necessary
to serve students with special needs who study in the regular classroom, as well as
facilitating the teacher's work. With training in the specific area of inclusion, the
teacher will come to know and understand the skills that must be acquired by special
students, through a different and targeted perspective. In the current historical
context, the school recently opened on February 10, 2020, has received students
with special needs and these students need to have their rights respected and
guaranteed. For this work of inclusion, the teacher needs specific training in the area
of Special Education, as well as a partnership with the family that, due to lack of
knowledge and acceptance, often experiences a conflict that generates doubts and
uncertainties about the best way to educate and care of these children. The teacher
needs to be instructed, able to offer the special student quality education, thus
helping to form studious students, successful in school and in life, with high self-
esteem, a well-defined identity prepared and strengthened to face the everyday
challenges, as education transforms lives. This research was based mainly on these
authors: FREIRE (2011); GIL (2002); MAZZOTTA (1996); MANTOAN (2006);
MARCONI AND LAKATOS (2003); PEPPER AND ALMEIDA (2009); TOMAZ TADEU
(2005). Given this reality, the study seeks to clarify the importance of training for
teachers in regular schools, highlighting the factors involved in their training, as well
as indicating possibilities for teachers of special students to become true agents of
inclusion, while responsible for training worthy of the construction of the student's
identity, thus providing unique opportunities and favorable development in the
cognitive, social, emotional and affective areas. It is expected that this research will
significantly contribute to advancing the inclusion process in the aforementioned
institution of early childhood education, as well as raising deep reflections about the
importance of training for teachers, that this research work is extended to other
educational institutions and bodies responsible for education in the municipality of
Alto do Rodrigues/RN, so that everyone is united and engaged in inclusive and
quality education.

KEYWORDS: Education. Formation. Inclusion.


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 32

CAPÍTULO I .......................................................................................................... 38

1 RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL .......................... 38

1.1- BREVE RELATO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO


BRASIL .............................................................................................................. 39

1.2 - DECLARAÇÃO DE SALAMANCA ........................................................... 43

1.3 - CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ATUALMENTE


NO BRASIL ....................................................................................................... 44

1.4 - EDUCAÇÃO ESPECIAL NO RIO GRANDE DO NORTE ...................... 46

1.4.1 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO............................. 52

1.4.2 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO MUNICÍPIO DO


ALTO DO RODRIGUES/RN, ANO LETIVO DE 2020 ..................................... 54

CAPITULO II ......................................................................................................... 59

2. O SURGIMENTO DO CURRÍCULO E OS TIPOS DE CURRÍCULO E A


LIGAÇÃO QUE POSSUÍ COM A POLÍTICA E A CULTURA ............................... 59

2.1 ADAPTAÇÕES CURRICULARES PARA A IMPLANTAÇÃO DA


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA SALA DE AULA REGULAR ................................ 64

2.2 FORMAÇÃO DOCENTE E SUA IMPORTÂNCIA PARA O TRABALHO


DE INCLUSÃO NA SALA REGULAR ................................................................ 66

2.3 O PAPEL DO CUIDADOR DO ALUNO COM NECESSIDADES


ESPECIAIS ........................................................................................................ 68

2.4 METODOLOGIAS E ATRIBUIÇÕESDO DOCENTE COM ALUNOS


COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA REGULAR .......................... 70

2.5 A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA COM SALA REGULAR PARA


ATENDIMENTO EDUCACIONAL AO ALUNO COM NECESSIDADES
ESPECIAIS ........................................................................................................ 73

2.6 A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA E SUA INFLUÊNCIA NO


PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DO ALUNO ............................. 79

CAPÍTULO III ........................................................................................................ 82

3. METODOLOGIA ......................................................................................... 82
30

3.1 TIPO DA PESQUISA................................................................................ 82

3.2 FORMATO DA PESQUISA ...................................................................... 82

3.3 LOCAL DO ESTUDO ............................................................................... 83

3.4 UNIDADE DE ANÁLISE ............................................................................... 86

3.4.1 População .............................................................................................. 87

3.4.2 Amostra ................................................................................................. 90

3.5 PROBLEMÁTICA ..................................................................................... 92

3.6 OBJETIVOS ............................................................................................. 92

3.7 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 93

3.8 ENFOQUE ............................................................................................... 94

3.8.1 HIPÓTESE DA PESQUISA................................................................... 95

3.8.2 ETAPAS DA PESQUISA....................................................................... 95

3.9 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS E


ANALISE DOS DADOS ..................................................................................... 97

CAPÍTULO IV........................................................................................................ 99

4. ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS RESULTADOS DA PESQUISA


REALIZADA COM O SUPERVISOR ESCOLAR E OS DOCENTES DO CEMEI . 99

4.1 PESQUISA COM O SUPERVISOR ESCOLAR(APOIO PEDAGÓGICO


DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO INFANTIL CEMEI) ......................................... 101

4.2 TRATAMENTO DOS RESULTADOS OBTIDOS COM A PESQUISA


REALIZADA COM OS DOCENTES A CERCA DO TRABALHO DE
INCLUSÃO REALIZADO NA SALA DE AULA REGULAR ............................... 109

4.2.1 ANÁLISE DAS FALAS DOS DOCENTES: EM RELAÇÃO À ATUAÇÃO EM


SALA DE AULAE DAFORMAÇÃO DO DOCENTE RELACIONADO
AOCONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ............................................... 109

4.3 DOCUMENTOS NORTEADORES DA INSTITUIÇÃO CEMEI WILMA


MARIA DE FARIA ............................................................................................ 126

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 129

5.1 RECOMENDAÇÕES .............................................................................. 134

REFERÊNCIAS................................................................................................... 136

APÊNDICE “A”................................................................................................... 141


31

APÊNDICE “B”................................................................................................... 142

APÊNDICE “C”................................................................................................... 143

APÊNDICE “D”................................................................................................... 144

APÊNDICE “E” ................................................................................................... 147

ANEXOS ............................................................................................................. 148


32

1. INTRODUÇÃO

Para entendermos o momento atual da história da Educação Especial, se faz


necessário fazermos uma retrospectiva do início, conhecer as inúmeras dificuldades
e preconceitos enfrentados por pessoas com necessidades especiais no passado,
onde por muito tempo essas pessoas tiveram seus direitos negados e suas vidas
frustradas e marginalizadas, tinham uma vida fora do contexto social, cultural,
político e econômico, eram vistos no inicio como endemoniados e assim viviam
esquecidos e apagados da sociedade vigente da época.

Partindo desse pressuposto o trabalho dissertativo faz um resgate histórico


sobre a trajetória da educação especial, através deste resgate é possível
compreender a trajetória histórica do conceito de Educação Especial,conhecer o
passado para entendermos o presente,isso nos remeterá a uma reflexão atual do
cenário da educação especial, numa perspectiva inclusiva, abordada durante uma
pesquisa sobre o processo de Formação Docente para o trabalho de inclusão de
alunos especiais no Centro Municipal de Educação Infantil: Wilma Maria de Faria em
Alto do Rodrigues/RN.

Na referida pesquisa focaremos na importância e contribuição da Formação


na área da inclusão para docentes da escola regular, no intuito de capacitar o
docente para desenvolver em sala de aula um trabalho diferenciado e atender de
fato as necessidades dos alunos com necessidades especiais e garantir o processo
de inclusão desses alunos, através do respeito e garantia dos seus direitos de
aprendizagem.

Durante o trabalho desenvolvido serão analisados alguns aspectos na


instituição escolar, no que se refere à facilitação da aprendizagem de alunos com
necessidade especial e que dessa forma necessitam de cuidados maiores e
específicos, além de planejamentos estratégicos, com atividades adaptadas e
metodologias que proporcione e garanta a aprendizagem significativa do aluno.
Diante do exposto será observado o trabalho desenvolvido pelo corpo docente e do
apoio pedagógico da escola. O foco da pesquisa é evidenciar que a falta de
formação na área da inclusão é um entrave no trabalho pedagógico docente da
escola regular e essa ausência de formação especifica dificulta o desempenho do
docente em sala de aula regular e a aprendizagem do aluno fica comprometida, um
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outro fator é a família que precisa compreender melhor, como conviver com essa
criança, como contribuir em seu processo de desenvolvimento educacional e
pessoal e como ajudar a inseri-la dentro do contexto social, através de um trabalho
voltado para sua autoestima e capacidades de se desenvolver em todos os seus
aspectos físicos, motor, social e afetivo., e nesse processo a escola tem um papel
importante, que é o de conduzir e mediar o conhecimento através do docente e com
o suporte de matérias lúdicos e pedagógicos disponíveis, mas surge a indagação,
como realizar um trabalho de inclusão se o docente não tem formação especifica na
área da educação especial?

Nesse sentido se faz necessário que o docente da escola regular se capacite


e se adéqüem e foquem suas ações com o objetivo de romper e quebrar qualquer
paradigma ou barreira que impeça o avanço e crescimento desses alunos com
necessidades especiais, e assim favorecer de forma ampla e significativa seu
desenvolvimento pleno em todas as etapas de sua trajetória de vida escolar, com
aprendizagens e desenvolvimento pessoal, cognitivo, físico e motor, contribuindo
para um crescimento saudável e para o desenvolvimento de suas competências e
habilidades.

O CEMEI Wilma Maria de Faria atende a faixa etária de crianças de Creche


02 e 03 anos e Pré I 04 anos de idade. É uma instituição nova, inaugurada em 10 de
fevereiro de 2020, que conta uma equipe de30 docentes, divididos da seguinte
forma: 15 professores titulares e 04 cuidadores, dados de 2020. No ano letivo de
2020 a instituição recebeu 04 crianças com necessidades especiais, essas crianças
tinham cuidadoras na sala de aula. Porém, os professores apresentam dificuldades
para planejar e adequar atividades pedagógicas e lúdicas apropriadas que atendam
as necessidades de aprendizagem de alunos especiais. Diante dessas dificuldades
em se trabalhar na sala de aula regular com alunos especiais o apoio pedagógico da
instituição juntamente com a direção da escola, busca ajuda da equipe
multidisciplinar da Secretaria de Educação para orientar estratégias de ensino
eficientes para estas crianças.
Diante do exposto, foi observada a importância da formação para docentes da
escola regular. A pesquisa sobre o trabalho de inclusão no CEMEI Wilma Maria de
Faria trouxe grandes desafios e descobertas, através da satisfação da instituição e
dos professores em querer proporcionar um ensino de qualidade no quesito
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educação especial, o contentamento de receber e trabalhar com alunos especiais, a


reflexão da escola sobre a importância do trabalho de inclusão, dessa forma
surgiram outras indagações, será que a escola de fato inclui? Qual conceito de
inclusão para os professores e cuidadores da escola CEMEI? E a família, como
enxerga esse processo de inclusão?E quanto à prática pedagógica desenvolvida em
sala de aula, a criança com necessidade especial, está inclusa? A prática do
professor da escola regular em sala de aula atende as necessidades desse aluno
com necessidades especiais? Mas, o que de fato os docentes da escola CEMEI
conhecem sobre educação especial e inclusão?Com base nesses questionamentos
surgiu à problemática que deu origem à pesquisa, quais são as dificuldades
encontradas para a Formação de docentes para crianças com necessidades
especiais que freqüentam a escola regular, especificamente no CEMEI Wilma Maria
de Faria, escola de ensino infantil, localizada no município de Alto do Rodrigues/RN?

Essa pesquisa tem o seguinte objetivo geral: Analisar a importância do


processo de formação para docentes de crianças que estudam na escola regular e
que apresentam necessidades especiais, estudantes do Ensino Infantil, na escola
CEMEI no município de Alto do Rodrigues/RN. Tendo como Objetivos Específicos:
Identificar problemas com a falta de formação especifica para docentes de crianças
com necessidades especiais. Investigar a eficácia de estratégias de ensino
específico para atender as crianças da escola regular com necessidades especiais.
Reconhecer a importância do papel da família da criança com necessidades
especiais no processo de ensino e aprendizagem.

Essa referida pesquisa justifica-se por apresentar uma reflexão sobre a


importância da Formação para docentes de alunos com Necessidades Especiais
que estudam na escola regular no Centro Municipal de Educação Infantil: Wilma
Maria de Faria, na cidade de Alto do Rodrigues/RN.Uma criança com Necessidades
Educacionais Especiais é um ser que precisa de uma atenção diferenciada, de um
planejamento de aula direcionado com atividades adaptadas e significativas, para
isso o docente precisa ter formação específica na área da inclusão. Outra reflexão é
sobre a família desse aluno, as pessoas que convivem com uma criança com
necessidades educacionais especiais, precisam antes de tudo estarem preparadas e
atentas, porque essa criança precisa de ajuda, de apoio, de suporte, necessita sentir
se parte do meio que a cerca e que convive. Através deste estudo cientifico, a autora
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do trabalho pretende despertar nos Docentes, Diretor Escolar, Apoio Pedagógico,


Secretária de Educação, Órgãos Públicos e demais profissionais o interesse de
sempre ofertar Formação aos docentes na área da Inclusão, e mostrar caminhos
que facilitem e favoreça uma aprendizagem significativa na vida desses alunos. O
fato é que um professor preparado e qualificado dentro da área especifica da
inclusão fará a diferença na vida de seus alunos com necessidades educacionais
especiais, porque estará apto para propor ao aluno caminhos prazeroso da
aprendizagem e despertará o interesse do aluno possibilitando seu crescimento
intelectual, motor e social.

O referido trabalho é distribuído em quatro capítulos específicos que


inicialmente faz uma retrospectiva de como eram tratadas no passado as pessoas
com necessidades especiais e no decorrer do trabalho descobriremos a situação
atual da educação especial do Brasil, no Rio Grande do Norte e especialmente no
Alto do Rodrigues/RN, mais especificamente no Centro Municipal de Educação
Infantil Wilma Maria de Faria. A referida pesquisa dará ênfase à importância da
Formação na área especifica de Educação Especial para docentes da escola
regular.
No primeiro capítulo, é feito uma retrospectiva da história da inclusão,
mostra que as pessoas deficientes no passado eram excluídas da sociedade e
vistas como endemoniadas. A pesquisa vai apontar que foi a partir do sec. XV que
houve uma mudança de pensamento na Europa, em virtude de interesses culturais e
intelectuais. O LOMBARDI (2007) vai relatar sobre o movimento da REFORMA
(Movimento religioso, político e econômico), que começou no Séc. XVI e quebrou a
unidade da Igreja Católica Romana, contribuindo para o aparecimento das religiões
protestantes. Já o PESSOTTI (1984), descreveu, pela primeira vez, a anatomia do
cérebro humano, dando início a uma mudança na visão sobre os distúrbios
apresentados pelos deficientes mentais, começando assim os estudos da ciência.
No século XIX, segundo Mazzota (1996), relata que aconteceram os primeiros
serviços de atendimento a pessoas com necessidades especiais no Brasil.
No segundo Capitulo, faz relatos do surgimento do Currículo e as teorias
curriculares tradicionais, críticas e pós críticas. As teorias curriculares tradicionais,
também chamadas de teorias técnicas, foram promovidas na primeira metade do
século XX, sobretudo por John Franklin Bobbitt, que associava as disciplinas
curriculares a uma questão puramente mecânica. Bobbitt, que buscava igualar o
36

sistema educacional ao sistema industrial, utilizando o modelo organizacional e


administrativo de Frederick Taylor. Para Tomaz Tadeu da Silva, (2005) o currículo é
uma questão de saber, poder e identidade, faz ainda uma relação entre as teorias
críticas e pós-críticas do currículo. Por volta de 1960 surgiram às teorias críticas do
Currículo, basearam o seu plano teórico nas concepções marxistas e também nos
ideários da chamada Teoria Crítica, vinculada a autores da Escola de Frankfurt
(Escola de Teoria Social e Filosófica), notadamente Max Horkheimer e Theodor
Adorno (Fundadores da Escola de Frankfurt). Outra influência importante foi
composta pelos autores da chamada Nova Sociologia da Educação, tais como
Pierre Bourdieu e Louis Althusser (fazem um ensaio de conexão entre a educação e
ideologia). Nesse período o currículo era atrelado unicamente aos interesses da
classe dominante. Para Moreira e Silva, (1994), o currículo, portanto, é a criação,
recriação, contestação e transgressão. As teorias curriculares pós-críticas
emergiram a partir das décadas de 1970 e 1980, partindo dos princípios da
fenomenologia, do pós-estruturalismo e dos ideais multiculturais.
No terceiro Capitulo, apresenta a “Metodologia” desenvolvida no trabalho de
pesquisa, mostra todo o percurso percorrido. Seguindo os direcionamentos de GIL
(2002), MARCONI (2003), LAKATOS (2003), PIMENTA E ALMEIDA (2009). Aqui se
faz uma apresentação e relato da origem da instituição pesquisada, bem como
número de docentes, funcionários e alunos correspondentes ao ano letivo de 2020,
através de dados colhidos na SMED e no Centro Municipal de Educação Infantil
Wilma Maria de Faria, apresentando o tipo e o formato da pesquisa, população e
local de estudo. Esse capítulo também aborda como foi realizado o desenvolvimento
teórico, feito através do embasamento da pesquisa, apresenta também justificativa e
enfoque da pesquisa, além das hipóteses e técnicas de analise de dados.
No quarto Capítulo: Nesse capitulo é feita a análise interpretativa dos
resultados obtidos através da pesquisa na SMED e no Centro Municipal de
Educação Infantil Wilma Maria de Faria, através de questionários aplicados ao apoio
pedagógico e docente da instituição. A pesquisa de punho quantitativo e qualitativo
busca compreender quais os principais entraves para o docente, trabalhar com
alunos com necessidade educacionais especiais. Durante a pesquisa também foram
analisadas a formação dos docentes, relacionando com a idade. O trabalho de
pesquisa foi embasado nos teóricos FREIRE 2011; trata da formação permanente
dos professores fazendo uma reflexão critica sobre a prática; PIMENTA E ALMEIDA
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2009; ressalta o projeto de formação para garantir a qualidade da formação inicial,


tornando o professor capaz de promover sua formação continuada; NÓVOA 1995
fala que a formação estimula o desenvolvimento dos professores; LIMA 2004
destaca a importância de assegurar condições favoráveis ao exercício da cidadania
as pessoas com necessidades educacionais especiais para seu desenvolvimento
social, físico, psíquico e cognitivo mediante acesso a escola.
Nas Considerações Finais espera se uma profunda reflexão sobre a
importância da formação na área da inclusão para os docentes da escola regular
que trabalham com crianças com necessidades educacionais especiais. Deseja que
esse trabalho contribua de forma significativa na reflexão que todos que tenham
acesso a esse trabalho sensibilizem-se sobre a importância da formação docente e
continuada dos profissionais da educação da escola regular, no tocante ao trabalho
com a inclusão para que compreendam que a qualidade da educação é um
compromisso de todos e faz-se necessário que a teoria e a prática sejam aliadas no
trabalho de inclusão e no processo pedagógico realizado em sala de aula pelo
docente.
38

CAPÍTULO I
1 RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

A idade média foi considerada a idade das trevas, devido à falta de


conhecimento das doenças e suas causas, isso em virtude da falta de informação,
de educação, pelo medo do desconhecido, pelo uso de significados religiosos e
sobrenaturais para explicar as deformidades físicas e os comprometimentos mentais
e sensoriais. Toda a ignorância e superstição da época concorreram para a
segregação das pessoas com algum tipo de deficiência, generalizando-se o conceito
de que um corpo deficiente abrigava também uma mente deformada. Nesse período
da idade média as pessoas com algum tipo de deficiência eram completamente
excluídas da sociedade e eram sujeitos vistos como incapazes em virtude da sua
deficiência ou deformidade física ou mental.

Somente a partir do século XV, a Europa começou a viver uma nova era,
renovada por interesses culturais e intelectuais. Esse movimento, nos séculos
seguintes, começou a transformar o estado de ignorância e de superstição e a
reconhecer o valor do homem, sinalizando para as mudanças na vida daqueles
menos privilegiados como os pobres, os doentes e os deficientes. Foi o início de
uma nova forma de pensar.

A integração justifica-se como princípio na medida em que se refere aos


seguintes valores democráticos: igualdade – viver em sociedade tendo
iguais direitos, privilégios e deveres, como todos os indivíduos; participação
ativa requisito indispensável à verdadeira integração social; respeito a
direitos e deveres socialmente estabelecidos. (BRASIL, 1994)

No final da Idade Média e no início da Idade Moderna, a INQUISIÇÃO


(Também chamada de Santo Ofício, essa instituição era formada pelos tribunais da
Igreja Católica que perseguiam, julgavam e puniam pessoas acusadas de se desviar
de suas normas de conduta), sacrificou centenas de milhares de pessoas entre
loucos, adivinhos, deficientes mentais ou considerados endemoniados. A visão
supersticiosa sobre o deficiente é a marca desse período. No século XVI,
principalmente durante a REFORMA (Movimento religioso, político e econômico, que
começou no Séc. XVI e quebrou a unidade da Igreja Católica Romana, contribuindo
para o aparecimento das religiões ditas protestantes (LOMBARDI, 2007). Portanto, a
rigidez ética,acrescida da noção de culpa e responsabilidade, conduzia a uma
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grande intolerância. Com uma visão pessimista, o homem, quando lhe faltava a
razão, era visto como uma besta demoníaca ou como um ser do mal.
Por volta do ano de 1650, em Londres,THOMAS WILLIS (1621-1675, autor
londrino da obra Celebri Anatome(1664) que inaugura a postura organicista diante
da deficiência mental (PESSOTTI, 1984), descreveu, pela primeira vez, a anatomia
do cérebro humano e afirmou que a idiotia e outras deficiências eram produto de
alterações na estrutura do cérebro. Esse evento deu início a uma mudança na visão
sobre os distúrbios apresentados pelos deficientes mentais. A abordagem deixou de
ser ética e humanitária, até mesmo fanático-religiosa, dando lugar aos argumentos
científicos.
Por muito tempo configurou-se como um sistema paralelo de ensino,
vem redimensionando o seu papel, antes restrito ao atendimento direto dos
educandos com necessidades especiais, para atuar, prioritariamente como
suporte à escola regular no recebimento deste alunado (GLAT, 2000, p.1).

A partir dessa discussão surgiu outro entendimento em relação às pessoas


com algum tipo de deficiência, esse assunto passou a ser discutido também pela
ciência, onde tomou outro rumo, e essas pessoas passaram a ser vistas de outra
forma, transformando assim a visão em relação às pessoas com deficiência e
conseqüentemente mudando o futuro dessas pessoas tão descriminadas até então.

1.1- BREVE RELATO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

As pessoas que tinham alguma deficiência sempre foram vitimas de


preconceitos, tiveram uma vida permeada de dificuldades, eram pessoas vistas
como “coitados” dignos de pena, porque para aquela sociedade da época tinha mais
valor enxergar as aparências das pessoas do que suas potencialidades.

Somente no século XIX, segundo Mazzota (1996), relata que aconteceram os


primeiros serviços de atendimento a pessoas com necessidades especiais no Brasil,
como cegos, surdos, deficientes mentais e físicos. Esses serviços prestados eram
isolados, seguiam um modelo de educadores da Europa e Estados Unidos. Esses
atendimentos não eram voltados para uma política educacional, eram serviços de
apoio, mas totalmente distantes da realidade e não atendiam a todos os
necessitados.
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O objetivo de assegurar às pessoas com necessidades educacionais


especiais condições que favoreçam o exercício de sua cidadania,
possibilitando o seu desenvolvimento social, físico, psíquico e cognitivo,
mediante o acesso à escolarização e aos serviços de atendimento de apoio
especializado. (LIMA, 2004, p. 7)

No ano de 2016 no mês de janeiro entrou em vigora Lei 13.146, de 06 de julho


de 2015, também conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência,também nomeada de Estatuto da Pessoa com Deficiência,sendo
considerada um marco histórico, uma vez que se volta um novo olhar aos milhões
de brasileiros com deficiência, reafirmando sua autonomia, capacidade e igualdade
de condições, todavia, agora começa nova batalha para tornar realidade o rol de
direitos garantidos pela nova lei, fazendo-se necessário que a pessoa com
deficiência se empodere a fim de tornar realidade aquilo que ninguém deveria negar-
lhe. Nos dados coletados pelo censo do ano de 2010 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), foi apontado que 45,6 milhões de brasileiros
afirmaram terem algum tipo de deficiência, esse é um dado bem preocupante,
indicando 23,9% da população brasileira sofrem com algum tipo de deficiência, e
necessita de ajuda e apoio de órgãos e pessoas preparadas.

Lei 13.146, Art. 2º. Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.

A criação na LBI Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência foi um


marco muito importante na história brasileira e na vida dessas pessoas que eram
discriminadas e excluídas por uma sociedade mesquinha, egoísta e desumana,
alem, disso essa lei traz forças as pessoas com deficiência a lutarem por seus
direitos e a enxergarem uma perspectiva de um mundo melhor e mais acolhedor,
onde os direitos dessas pessoas estarão amparados e garantidos por lei.

Lei 13.146, Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de
discriminação.

Dessa forma a LBI trouxe benefícios expressivos às pessoas com deficiência,


tais como: direito a ser tratado com igualdade e respeito, ter atendimento prioritário
em todas as circunstancias, direito a vida, a habilitação e reabilitação, a uma saúde
e atendimento de qualidade, a uma educação inclusiva que garanta seus direitos de
aprendizagem e capacitação, a um trabalho de sua escolha e sua inclusão total no
ambiente de trabalho, direito a uma moradia digna no seio de sua família ou de
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pessoas que o acolhe, habilitação e reabilitação profissional caso seja necessário,


direito a assistência social, a previdência social (aposentadoria nos termos da lei
complementar nº 142 de 08 de maio de 20013, direito a cultura, esporte, turismo e
lazer, direito ao transporte e mobilidade, da acessibilidade, a informação e a
comunicação, da tecnologia assistiva (Lei 13.146 Cap. III, Art. 74. É garantido à
pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas,
processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua
autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida), direito a participação na vida
pública e política.

A LBI Lei de Inclusão as Pessoas com Deficiência foi criada para garantir mais
direitos a pessoas com alguma deficiência, assim também essa Lei prevê punições
severas para atos discriminatórios cometidos contra essas pessoas.

É necessário combater o preconceito e quebrar tabus, e enxergar o outro como


um sujeito normal, porque ter alguma necessidade ou deficiência, não significa dizer
que o outro é anormal, ao contrário, aprendemos e crescemos respeitando as
diferenças do outro. Inclusão é entender as limitações do outro e proporcionar
acesso, respeitar as diferenças e oferecer oportunidades.

A inclusão é um meio com a finalidade de garantir a participação social e o


convívio tendo como base o respeito à diversidade. Aceitar e conviver com as
diferenças de forma harmoniosa. Diante do exposto podemos fazer uma reflexão
que nos levará a grande questão que é saber e aprender sobre como lidar com as
diferenças, pois, conhecer o outro, sem aceitar seus pensamentos, seus hábitos e
suas diferenças, pode gerar uma visão preconceituosa e ocasionar conflitos diretos,
tais como repúdio e negação.

Se analisarmos foi dado importantes passos nos marcos institucional e


regulatório, tais como: Convenção sobre os Direitos da Criança ( 1988); Constituição
da República Federativa do Brasil (1988); Estatuto da Criança e do Adolescente
(1990); Declaração Mundial de Educação para Todos ( 1990); Declaração de
Salamanca (1994); Lei da Acessibilidade (1994), Convenção da Guatemala (1999);
Plano Nacional de Educação (2001);Lei n º 10.436 – Lei Brasileira de Sinais – Libras
(2002); Lei nº12.764 – Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista (2012) e Estatuto da Pessoa com Deficiência (2015).
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Tais avanços só foram possíveis porque houve o engajamento da sociedade civil


que sempre foi vigilante em seu papel de exigir do Estado (nação) sua
responsabilidade na garantia dos Direitos Humanos das pessoas com deficiência. A
Lei nº 13.146, a popular Lei da Inclusão, aprovada em 06 de julho de 2015,
denominada como Estatuto da Pessoa com Deficiência, depois do período vacatio
legis de 180 dias, entrou em vigor no dia 02 de janeiro de 2016, inclusive com a
aplicabilidade das sanções nela previstas. O principal objetivo desse Estatuto é
abordado no seu art. 1º que é “assegurar e promover em condições de igualdade o
exercício dos direitos e liberdades fundamentais das pessoas com deficiência,
visando à inclusão social e a cidadania.

Portanto, é de responsabilidade da educação o papel de formar em crianças e


jovens, nos futuros cidadãos, um conceito de respeitabilidade, de equidade, de
igualdade, de tolerância e de inclusão no meio social de todas as pessoas,
independentemente de sua raça, condição financeira, status social, opção religiosa,
pensamento ou qualquer tipo de deficiência ou limitação, o outro ser respeitado em
seu espaço é um exercício de cidadania e um direito adquirido por lei.

É de suma importância aprender a respeitarmos uns aos outros como seres


humanos, com opiniões, culturas e hábitos diferentes, mas fazendo parte da mesma
sociedade. Só a partir de uma educação de base, qualificando docentes e todo o
corpo que compõem a instituição escolar, além de desenvolver e propor atividades
que integrem famílias e comunidades escolares como um todo.

Vale ressaltar nessa reflexão acima um ponto importante, a família, sabemos


que é na família onde a criança recebe a primeira educação, assim sendo a família é
trivial nesse processo e relação, no sentido de ser uma importante aliada e parceira
da escola para trabalhar em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.

“a participação da família é muito importante no desempenho escolar do


aluno, e todo educador deseja que os pais acompanhem as lições de casa,
participem das reuniões escolares e sejam cooperativos e atentos no
desempenho escolar dos filhos na medida certa”.Bencini (2003, p. 38).

A família é um fator determinante como relata Bencini, 2003, na vida de todo


sujeito e deve ser uma importante aliada da escola, a contribuição da família é
indispensável, porque auxilia e facilita o trabalho do docente, além de favorecer de
forma positiva uma aprendizagem significativa para o aluno. Porta, família e escola
nunca devem se separar deve ser um elo harmonioso e trabalharem juntas em
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beneficio do desenvolvimento do aluno. Um aluno que vive em uma família


equilibrada e estruturada emocionalmente tem chances bastante satisfatórias de
aprender e ter um equilíbrio emocional bastante seguro.

1.2 -DECLARAÇÃO DE SALAMANCA

A Declaração de Salamanca foi elaborada na Conferência Mundial sobre


Educação Especial, em Salamanca, na Espanha, em 1994, com o objetivo de
fornecer diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas
educacionais de acordo com o movimento de inclusão social. O documento é
considerado um dos principais documentos mundiais que visam à inclusão social, ao
lado da Convenção de Direitos da Criança (1988) e da Declaração sobre Educação
para Todos de 1990. Essa Declaração é o resultado de uma tendência mundial que
consolidou a educação inclusiva, e cuja origem tem sido atribuída aos movimentos
de direitos humanos e de desinstitucionalização manicomial que surgiram a partir
das décadas de 60 e 70.
De acordo com a declaração os princípios por ela defendidos é que as
escolas e seus projetos pedagógicos se adéqüem as necessidades dos
indivíduos nela matriculados, de acordo com a Declaração de Salamanca (
art. 11º, p 13)

A Declaração de Salamanca é também considerada inovadora porque,


conforme diz seu próprio texto, ela “proporcionou uma oportunidade única de
colocação da educação especial dentro da estrutura de “educação para todos”
firmada em 1990 (…) promoveu uma plataforma que afirma o princípio e a discussão
da prática de garantia da inclusão das crianças com necessidades educacionais
especiais nestas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade
de aprendizagem”.

Uma das importantes implicações educacionais orientadas na Declaração de


Salamanca refere se a inclusão na escola, dessa forma percebemos que a escola
deve ser uma agente da inclusão, e que as pessoas que fazem parte dela devem
incluir. Segundo o documento de Salamanca o principio norteador e fundamental de
uma escola inclusiva é que “todas as crianças deveriam aprender juntas,
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter.

Uma escola inclusiva deverá atender todas as necessidades e especificidades


de seus alunos, inclusive respeitar seu tempo de aprendizagem, assegurando um a
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educação de qualidade, através de um currículo apropriado que atenda e acolha a


todos os alunos de forma a garantir uma educação de qualidade agregada a uma
aprendizagem significativa.

As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas


condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras.
Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças
que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou
nômades; crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças
de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA p. 17-18).

Toda escola deveria ser inclusiva e estar preparada em todos os aspectos para
receber crianças com necessidades especiais, a escola deverá ser composta por
profissionais capacitados na área da educação inclusiva, além do professor titular é
recomendado que o cuidador também tenha uma formação na área da inclusão,
além disso, o diretor e o apoio pedagógico da escola devem oferecer todo suporte
ao professor que conseqüentemente terá motivação e estimulo para trabalhar de
forma a incluir o aluno com necessidades educacionais especiais.

O direito de todas as crianças à educação está proclamado na Declaração


Universal dos Direitos Humanos e foi reafirmado com veemência pela
Declaração sobre Educação para Todos. Pensando desta maneira é que
este documento começa a nortear Todas as pessoas com deficiência têm o
direito de expressar os seus desejos em relação à sua educação. Os pais
têm o direito inerente de ser consultados sobre a forma de educação que
melhor se adapte às necessidades, circunstâncias e aspirações dos seus
filhos. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA p. 5 - 6).

1.3 - CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ATUALMENTE NO


BRASIL

Compreender o contexto histórico em que se estabeleceram as políticas públicas


de inclusão no Brasil, bem como seus avanços e retrocessos é de suma importância
para o nosso conhecimento. A garantia dos direitos das pessoas com deficiência e
sua inclusão na sociedade e na escola aconteceram de forma muito lenta a nível
mundial e conseqüentemente no Brasil, a inserção das pessoas deficientes na
sociedade sempre dependeu da época, das oportunidades oferecidas e das relações
sociais.

O modo como cada grupo social tratou a deficiência foi decorrente das
possibilidades materiais de explicação desse fenômeno, em cada momento
histórico” (FERNANDES, 2013, p.35).
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Atualmente a educação especial no Brasil ganhou espaço, é lógico que ainda


não é o desejado e esperado por todos, especialmente pelas pessoas deficientes,
porque são pessoas humanas e como tais merecem respeito e atendimento
especializado em todas as suas necessidades. Para alcançar a educação inclusiva é
necessário antes de tudo uma mudança na postura de gestores, coordenadores,
professores e funcionários, já que se trata de um processo necessário ao
desenvolvimento das pessoas com deficiência.

O papel da escola no processo de inclusão é de suma importância, já que


competem aos gestores os principais esforços e investimentos para que a educação
inclusiva aconteça. Fortalecer e reforçar a formação de professores e criar uma rede
de apoio e ajuda ao aluno com dificuldade educacional especial, realizar um trabalho
de equipe e parceria com a Secretaria de Educação, professores, a família e a
saúde, além disso, disponibilizar um cuidador para auxiliar esse aluno em suas
necessidades.Um outro passo importante é realizar as adaptações na estrutura
física da instituição escolar necessárias para atender de forma satisfatória as
necessidades desse aluno especial, essas adaptações e mudanças levam em
consideração, rampas de acesso, banheiros com acessibilidade, portas mais largas,
elevadores adaptados, caso seja necessário, piso tátil, estacionamento (Lei da
Acessibilidade Lei nº 10.098, de 2000, artigo 7º), sinalização do espaço escolar para
facilitar a acessibilidade do aluno.

O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso


Todos pela Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades
educacionais especiais dos alunos com deficiência, o documento reforça a
inclusão deles no sistema público de ensino,2007 – Decreto Nº 6.094/07

Inclusive o texto reforça que esse é um plano de metas a ser atingido, esse
plano vem alicerçar e ressaltar os objetivos desejados que pretende se alcançar,
favorecendo a esse aluno o direito a aprendizagem e uma qualidade de vida mais
significativa, os quais as pessoas com necessidades educacionais especiais venham
ser amparadas por este plano, sendo da responsabilidade desse plano de metas
conforme o artigo fala, Art. 1o O Plano de Metas Compromisso Todos pela
Educação (Compromisso) é a conjugação dos esforços da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, atuando em regime de colaboração, das famílias e da
comunidade, em proveito da melhoria da qualidade da educação
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básica.Observamos que esse plano tem a intenção de beneficiar e Alencar


condições para que esses alunos tenham seus direitos garantidos.

1.4 - EDUCAÇÃO ESPECIAL NO RIO GRANDE DO NORTE

A educação é um direito de todos e tem se configurado em movimentos


originados da luta política, social, cultural e histórica, que aconteceu principalmente
durante a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. Dessa forma
subtende se que para que a educação se tornasse um direito de todos houve
grandes movimentos que resultaram em conquistas significativas para o avanço e
crescimento da educação que hoje desfrutamos, é bem verdade que se tem a fazer,
e que as lutas não cessam, mas muita coisa foi feita e conquistada. Inclusive ainda
nos deparamos com as desigualdades sociais, a inclusão ainda é algo que precisa
ser visto como uma necessidade que deve ser respeitada e adquirida por todos. É
um dever dos Estados e municípios ofertarem educação para todos, essa oferta
deve ser sem discriminação, baseado na igualdade de oportunidades.
O Estado do Rio Grande do Norte-RN tem revelado, em sua trajetória
educacional, adesão àspolíticas de Educação Especial, desde a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação-LDB 5.692/71

A Lei Nº 13.146 de, 06 de julho de 2015 é a lei da Inclusão da Pessoa com


Deficiência. A Lei 5692 /71 que alterou a mencionada LDB, reafirmou a
necessidade de se conferir um tratamento adequado aos alunos com
deficiência....Em 2015 foi promulgada a Lei 13.146 /15 – Lei Brasileira de
Inclusão (LBI) – Estatuto da pessoa com deficiência.

A constituição de 1988 assegura a educação como um direito garantido por


lei, tornando a educação básica gratuita e atribuindo sua responsabilidade de
acesso ao Estado e a família. Dessa forma surge um novo olhar para a educação
especial, ainda há muito que se fazer, porém, diante das políticas publicas da
educação percebemos grandes avanços, e conforme supracitado é um direito
atribuído ao Estado assegurar a educação gratuita para todos, favorecendo o pleno
desenvolvimento físico e intelectual dos alunos, através de uma proposta
educacional eficaz, capaz de promover a aprendizagem e garantir esses direitos.
Para tanto tivemos inúmeros movimentos tais, como: A Conferência de nova
Delhi em 1993, que traçou metas bem definidas com intuito de atender as
necessidades básicas de aprendizagem de todos os povos, tornando universal a
educação básica, através da ampliação e de oportunidades para todas as crianças e
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jovens e outro ponto importante que contribuiu bastante foi a Conferencia Mundial
sobre Necessidades Educacionais Especiais em 1994, foi onde gerou a Declaração
de Salamanca, já citada anteriormente no trabalho, esse documento é uma
referência nacional e internacional, na definição das políticas publicas, numa
perspectiva da inclusão.

Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a
sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 1).

Com o processo de lutas e a implantação de políticas publicas voltada para a


educação especial, o Estado do Rio Grande do Norte vem avançando
significativamente em seus processos no trabalho de inclusão. Na Lei de Diretrizes
de Bases da Educação Nacional – 9.394/96, em seu Art.58, modificado pela Lei
12.796 de 2013, está definido que a Educação Especial é“[...] a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação”, iniciando a sua oferta, conforme § 3º deste mesmo
artigo “[...] na educação infantil e estende-se ao longo da vida [...]”. (BRASIL,1996).
Dessa forma as lutas são constantes por uma sociedade igualitária, mais justa
e com oportunidades justas para todos, através de um novo olhar para as pessoas
com necessidades especiais. Incluir compreende o direito de todos e para todos, é
fazer parte do processo, apontar caminhos e gerar oportunidades de crescimento e
desenvolvimento para as pessoas com necessidades especiais.
A educação sendo um direito de todos e dever do Estado e da família, deve
favorecer um ensino de qualidade, pautada em uma prática educativa significativa,
na qual todos tenham seus direitos respeitados e garantidos. E para isso se faz
necessário desenvolver políticas públicas de inclusão e dessa formar garantir e
oferecer formação para os docentes capacitá-los ara atuar em uma sala de aula e
dessa forma oferecer seu melhor para o aluno, através de uma prática pedagógica
inovadora que atenda a necessidade de todos os educandos.
O Rio Grande do Norte vem avançando em sua luta a favor da inclusão,
demonstrando que a inclusão é prioridade no RN, embora ainda falta muito para ser
feito. Nesses últimos anos, conforme mostra matéria publicada pela Tribuna do
Norte em agosto de 2019, pelas repórteres Eliade Pimentel e Ariane Maia, a referida
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matéria, mostra que até o ano de 2024 o governo do Estado do RN pretende ampliar
para o modo integral mais de 50% das escolas de ensino médio, dessa forma o
aluno passará mais tempo na escola, e isso favorecerá mais oportunidades de
aprendizagens e desenvolvimento de suas habilidades, além da garantia de uma
alimentação saudável, mais segurança e oportunidades para todos os alunos. Hoje
podemos perceber através das políticas publicas implantada uma visão melhor a
respeito da inclusão, porque incluir é tornar possível e equiparar direitos para todos
e não para uma minoria.
Além de todo esse trabalho, o governo do Estado do RN, promoveu parcerias
com municípios do Estado para ofertar qualificação para os docentes trabalhar com
alunos especiais. Em julho de 2019, foi lançado pelo governo do RN, o “Plano RN
Inclusivo: Políticas Públicas e Inclusão Social”. O Plano foi idealizado pela Secretaria
de Estado da Administração (Sead) e é coordenado pela secretária da
Administração, Virgínia Ferreira. Logo após o lançamento foram assinados o
Protocolo de Intenções entre o Governo do Estado e a Federação dos Municípios do
Rio Grande do Norte (Femurn) e o Termo de Acordo de Cooperação Técnica entre a
Secretaria da Administração (Sead) e as prefeituras municipais que já aderirem ao
Plano. Através de cooperação entre o Governo do Estado e as prefeituras, o Plano
RN Inclusivo levará atividades voltadas para qualificação profissional, melhoria da
gestão pública, consolidação da cidadania e ações de voluntariado das instituições
de ensino superior públicas do RN – UFRN, UERN, IFRN, Instituto Kenedy e
UFERSA. O programa tem como objetivo qualificar os docentes para atuar em suas
salas de aulas mais seguros e com um nível de conhecimento ampliado, pautado em
suas experiências exitosas em sala de aula e até mesmo em suas dificuldades e
desafios da sala de aula.
Para promover essa qualificação o governo do RN contou com a colaboração
da Rede de Voluntariado das instituições de ensino superior, professores auxiliaram
na qualificação e contribuíram para o desenvolvimento do Estado, no âmbito da
qualificação dos docentes para a educação inclusiva. Observa se que esse plano de
inclusão do RN, tem como meta discutir propostas, conceitos e saídas para as
dificuldades enfrentadas no âmbito da educação inclusiva. Deve envolver todos os
órgãos e secretarias do governo e dos municípios em promoção da cidadania e da
dignidade do povo do RN.
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Com a efetivação dessa oferta de qualificação docente a Secretária estadual


de Administração, Virgínia Ferreira disse que o Plano RN Inclusivo pretende reverter
os baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) e da educação básica (IDEB).
O Rio Grande do Norte vem assumindo o desafio de trabalhar em conjunto,
utilizando a estrutura e o banco de talentos (Coordenado pela Secretaria de Estado
da Administração (Sead), tem como finalidade formar um grupo de servidores
públicos com expertise em áreas diversas para auxiliar no processo de capacitação
de outros servidores), da Escola de Governo, e a rede de voluntários, para promover
qualificação e aperfeiçoamento dos servidores do estado e dos municípios.

Tomar as medidas de caráter legislativo, social e educacional, trabalhista ou


de qualquer natureza, que sejam necessárias para eliminar a discriminação
contra as pessoas portadoras de deficiências e proporcionar a sua plena
integração à sociedade [...]. (BRASIL,2001).

De acordo com a referida política orientadora, a Educação Especial foi


instituída no Brasil pelo Centro Nacional de Educação Especial CENESP (1973), e
no Rio Grande do Norte, pela Secretaria de Estado da Educação e Cultura, que
criou uma coordenação no então departamento de I Grau (1971). Foi assim que
surgiram no Rio Grande do Norte algumas modalidades de atendimentos, como:
serviços de professores itinerantes era uma modalidade de recursos auxiliar, que
davam suporte aos alunos e a outros professores excepcionais. Ressaltando que
esses professores itinerantes iniciaram suas lutas no tocante ao atendimento a
alunos com necessidades especiais em Natal no ano de 1970, esses profissionais
atuaram sob a subcoordenadoria de Educação Especial SUESP/SEEC/RN.

Nos dias atuais, a luta continua, e esses professores buscam configurar o


cenário atual na luta constante com base numa inclusão escola, através da postura
de uma escola que inclui que abraça o aluno e o enxerga como um sujeito
autônomo, capaz de aprender e transformar seu modo de vida.

A integração justifica-se como princípio na medida em que se refere aos


seguintes valores democráticos: igualdade – viver em sociedade tendo
iguais direitos, privilégios e deveres, como todos os indivíduos; participação
ativa requisito indispensável à verdadeira integração social; respeito a
direitos e deveres socialmente estabelecidos. (BRASIL, 1994)

Nessa perspectiva, a educação inclusiva se constituiu um direito de todos e


para todos. Os alunos têm o direito de aprenderem juntos na escola,
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independentemente de suas diferenças de ordem física, social, econômica, cultural,


racial etc. A escola deve ser um espaço para todos e não para uma minoria. Dessa
forma a escola deve ser um espaço heterogêneo, e assim organizar suas práticas
pedagógicas centradas de acordo com as diferentes necessidades educacionais
especiais, com o objetivo de assegurar e garantir o direito de aprendizagem para
todos os alunos.

[...] a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais


inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata
esta Lei, assegurando-lhes por lei, todas as oportunidades e facilidades, a
fimde lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social,em condições de liberdade e de dignidade.” ( BRASIL, 2004, pág. 18-
19).

Mediante estudos que vem se realizando no âmbito dos direitos de igualdade,


é importante ressaltar o quão importante é esse direito, o principio de igualdade está
intimamente relacionado com o conceito de lei, baseado na Constituição Federal de
1988, que assegura o direito de todos, Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:(...) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.Art. 5º.
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. É importante destacar
que todos os seres humanos devem ser tratados com os mesmos direitos, importa
saber que nem sempre isso acontece infelizmente à desigualdade ainda é gritante
em nossa sociedade. A Constituição Federal de 1988 também assegura que a
educação é um direito de todos e estabelece o direito das pessoas com
necessidades especiais receberem educação, preferencialmente, na rede regular de
ensino (inciso III do art. 208 da CF), visando a plena integração dessas pessoas em
todas as áreas da sociedade e o direito à educação, comum a todas as pessoas,
através de uma educação inclusiva, em escola de ensino regular, como forma de
assegurar o mais plenamente possível o direito de integração na sociedade.
Para uma sociedade mais igualitária, é essencialmente importante que o
direito de todos seja garantido e respeitado, assegurar o direito do outro é um estado
de cidadania e liberdade. Para que isso de fato ocorra sem muitas interferências, é
necessário quebrar paradigmas e romper a barreira do preconceito e qualificar o
docente da sala de aula regular para trabalhar com alunos especiais.
51

O projeto de formação deve prever a indissociabilidade entre ensino,


pesquisa e extensão, de modo a garantir a qualidade da formação inicial,
introduzindo os licenciados nos processos investigativos em suas áreas
específicas e na prática docente, tornando-os profissionais capazes de
promover sua formação continuada. (PIMENTA E ALMEIDA, 2009, p. 28).

A educação do Rio Grande do Norte deu um importante salto, com a


implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) caracterizada, como um
guia de elaboração dos currículos das redes escolares brasileiras. Documento de
caráter normativo, que procura oferecer uma educação democrática, onde respeita
as diferenças regionais diminuindo as desigualdades sociais na educação, além de
garantir os direitos de aprendizagem do aluno em todas as modalidades de ensino.
Baseado na BNCC teve origem outro documento para subsidiar a educação básica o
documento Curricular do RN que:

Nesse sentido, o Estado e os Municípios se uniram para a melhoria da


aprendizagem dos estudantes do Rio Grande do Norte, na construção de
um documento curricular que estabelecesse aquilo que o estudante deve
aprender para se desenvolver, bem como possibilitasse condições de
igualdade e equidade quanto ao desenvolvimento humano integral de
crianças, adolescentes e jovens de todas as redes de ensino do Estado.
(RN, 2018. P8)

Conforme supracitado o Estado do Rio Grande do Norte dá um grande passo


na educação, criando de forma democrática um documento que norteia o trabalho
de todas as escolas do município, sejam elas públicas ou privadas, possibilitando a
todas as crianças residentes, no estado, as mesmas oportunidades
independentemente de sua origem, condição social ou econômica. O documento
também dá suporte e encaminhamentos iniciais para a criação das propostas
curriculares dos municípios.
Essa proposta curricular inclui o município de Alto do Rodrigues, localizado no
Estado do Rio Grande do Norte, faz parte da microrregião do Vale do Açu, essa
região é formada por 09 municípios: (Jucurutu, São Rafael, Itajá, Ipanguaçu, Assu,
Alto do Rodrigues, Carnaubais, Pendências e Porto do Mangue),ocupando uma área
territorial de 4.756,1 km2, correspondendo a 9,06% do espaço geográfico norte-rio-
grandense. Com um número total de habitantes estimado em 140.534 pessoas
(4,4% da população estadual). Segundo o último Censo realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2010). Destes municípios, a cidade de
Alto do Rodrigues/RN até o ano de 1962 fazia parte do espaço territorial do
52

município de Pendências. Sendo emancipado no dia 28 de março de 1963 através


da Lei nº 2.859,de 28 de março de 1963. Limitando-se aos municípios de
Carnaubais (Oeste), Pendências (Norte e Leste), e Afonso Bezerra (Sul).

1.4.1 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB, trata-se da Lei


9.394, de 20 de dezembro de 1996, a chamada LDB é uma lei derivada da
Constituição Federal, que fará, a partir de 1997, o conserto (correção social) e o
concerto (sintonia internacional) da terminologia "portadores de deficiência" para
"educandos com necessidades educacionais especiais".
No seu artigo 4º, inciso III, a LDB diz que o dever do Estado, com a educação
escolar pública, será efetivado mediante a garantia de "atendimento educacional
especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais,
preferencialmente na rede regular de ensino".

Avanços do dispositivo da Lei 9.394/96:

a) O atendimento educacional é gratuito. Portanto, a oferta do atendimento


especializado, no âmbito da rede oficial de ensino, não pode ser cobrada;
b) Pessoas em idade escolar são consideradas "educandos com
necessidades especiais", o que pressupõe um enfoque pedagógico, ou mais,
precisamente, um enfoque psicopedagógico, em se tratando do atendimento
educacional.
O corpo e a alma dos educandos são de responsabilidade de todos os que
promovem a formação escolar.
O artigo 58, da LDB, no entanto, vai misturar um pouco o enfoque clínico e
pedagógico ao conceituar a educação especial "como modalidade de educação
escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais".
No § 1º, do artigo 58, da LDB, o legislador diz que "haverá, quando
necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às
peculiaridades da clientela de educação especial". Aqui, revela a faceta mais médica
do atendimento especializado, ao tratar os educandos com necessidades especiais
53

como uma clientela. Clientela, como se sabe, refere-se ao doente, em relação ao


médico habitual. Residiria, aqui, a faceta neoliberal da LDB?
O Atendimento Educacional Especializado decorre de uma nova concepção
da Educação Especial, sustentada legalmente, e é uma das condições para o
sucesso da inclusão escolar dos alunos com necessidades especiais. Esse
atendimento existe para que os alunos possam aprender o que é diferente dos
conteúdos curriculares do ensino comum e que é necessário para que possam
ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência.
O AEE não é um reforço escolar, nem tão pouco uma sala de aula separada,
o AEE é um serviço desenvolvido por um profissional especializado que, em parceria
com o docente da turma, verifica as barreiras para a aprendizagem e escolhe
ambiente e formas de trabalho adequadas para cada estudante.

Por tudo isso, a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional,


pois não atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam
dificuldades de aprender, mas todos os demais, para que obtenham
sucesso na corrente educativa geral. Os alunos com deficiência constituem
uma grande preocupação para os educadores inclusivos. Todos sabemos,
porém, que a maioria dos que fracassam na escola são alunos que não vêm
do ensino especial, mas que possivelmente acabarão nele! (Mantoan,
1999).

O aluno ao ingressar na escola regular deve ser assegurado de todos os


recursos necessários para o pleno desenvolvimento de uma aprendizagem
significativa, e seu direito de aprender dever ser assegurado, além dos recursos
metodológicos e a um planejamento de aula significativo e eficaz, é interessante
que o docente esteja preparado, com a formação adequada para lecionar. Todos
os alunos possuem o mesmo direito educacional, conforme aponta Mantoan 1999,
os alunos especiais representam uma certa preocupação aos docentes, certamente
em virtude da falta de preparo para trabalhar com esse aluno.
Além disso, a Constituição elege como um dos princípios para o ensino “a
igualdade de condições de acesso e permanência na escola” (art. 206,
inciso I), acrescentando que o ‘‘‘dever do Estado com a educação será
efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do
ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
um” (art. 208, inciso V).

A educação é um direito de todos e este direito está previsto em lei, dessa


forma é necessário que a sociedade entenda que somente a educação poderá
transformar o mundo ou equilibra lo, mas para isso é necessário fazer valer e
54

cumprir com a lei, através da garantia de uma assistência educacional eficiente


para as pessoas com necessidades especiais.

1.4.2 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO MUNICÍPIO DO ALTO


DO RODRIGUES/RN, ANO LETIVO DE 2020

O município de Alto do Rodrigues vem avançando na área da educação, a


Secretária de Educação do município é bastante competente e tem assumido um
compromisso com a qualidade do ensino, juntamente com o apoio do poder
executivo da cidade, através de políticas públicas que favorecem o ensino de Alto do
Rodrigues.

Inicialmente os alunos especiais são matriculados em uma sala de aula


regular, onde o aluno vai interagir com outros alunos e participar das atividades
propostas pelo docente em sala de aula regular. Em seguida a família é orientada a
matricular o aluno em uma sala de Atendimento Educacional Especializado AEE, o
município disponibiliza de 04 salas, distribuídas em 02 salas na zona urbana e 02 na
zona rural. Além desse trabalho na sala de AEE, a Secretaria Municipal do Alto do
Rodrigues/RN também conta com o apoio e suporte da Equipe Multidisciplinar, a
qual tem um importante trabalho com alunos especiais. A equipe Multidisciplinar é
uma parceira das escolas do município, conforme a escola detecta alguma situação
ou comportamento diferente no aluno, a escola procura a família, e com a devida
permissão, o aluno é encaminhado para a equipe investigar ou tratar, conforme
necessidade. Essa equipe cuida de diversas situações tais como: acompanha
crianças especiais, que sofrem algum transtorno, que apresenta dificuldade na fala,
dificuldade de interagir e de socialização, além disso, trata a questão da dificuldade
de aprendizagem e outros.
Vale destacar que o Estado não oferece salas de AEE aos alunos do ensino
médio (responsabilidade do Estado), dessa forma quando existe necessidade de
atendimento especializado, esses alunos são acompanhados e atendidos na sala de
AEE oferecidas pelo município, um trabalho de parceria entre Estado e município.
Em relação à formação dos professores de AEE, 03 professores têm
especialização na área da educação especial, e 01 professor tem formação na área
de Pedagogia.
O ano de letivo de 2020 foi bastante dificultoso em virtude dos agravos da
pandemia, dessa forma os atendimentos no AEE ficaram até certo ponto
55

comprometidos, embora não deixaram de acontecerem, os professores passaram


por grandes desafios nesse período, porque tiveram que se reinventarem e se
adequarem a uma nova realidade. De 10 de fevereiro á 17 de março as aulas do ano
letivo de 2020 no AEE foram presenciais, após essa data as aulas ficaram remotas
até 18 de dezembro de 2020, devido ao agravamento e aumento de casos de covid
19 no município de Alto do Rodrigues. Retomando presencialmente em 01 de
fevereiro a 12 de março de 2021 para finalizar o ano letivo de 2020. Ressaltando
que apenas uma sala de AEE retornou presencial no formato hibrido, as demais
salas de atendimento especializado ficaram com atendimento remoto até finalizar o
ano letivo de 2020, por decisão unânime dos pais que não se sentiram seguros para
enviar seus filhos à escola em um momento de pandemia, embora a escola
estivesse seguindo rigorosamente os protocolos de segurança.

[...] a formação permanente dos professores, o momento fundamental é o


da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de
hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio
discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo
concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento
epistemológico” da prática enquanto objeto de sua análise deve dela
“aproximá-lo” ao máximo. (FREIRE, 2011, p. 40).

De acordo com as estatísticas, a educação do Alto do Rodrigues avançou


bastante no quesito da qualidade do ensino, conforme apresenta o último IDEB
(Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2019, o resultado foi 5.3, o que
mostra um avanço conceituado na educação do Alto do Rodrigues.
No entanto, mesmo com os avanços acelerados, existe uma carência de
formação para os docentes da sala de aula regular para se trabalhar com alunos
com necessidades educacionais especiais, esses professores apresentam bastante
dificuldade para desenvolver estratégias de ensino para atender os alunos
especiais, conforme aponta pesquisa realizada na escola CEMEI Wilma Maria de
Faria, que veremos no decorrer desse trabalho. Essa carência ou ausência de
formação docente na área da educação especial tem sido um entrave no trabalho
realizado pelos docentes na referida instituição de ensino infantil, localizada no
município de Alto do Rodrigues/RN. Já que parte do trabalho docente envolve
reflexão, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar, conforme citação citada
abaixo:
Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar,
mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a
56

pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento pleno das


crianças. (BRASIL,2019. p.38)

Com base na citação, como de fato um professor da sala de aula regular


realizar um trabalho eficiente, que atenda as necessidades do aluno especial, se o
professor não tem formação na área da inclusão.

Importa valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de


professores reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio
desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas na
implantação das políticas educativas (NÓVOA, 1992, p. 27)

Valorizar a formação docente é enxergar a educação como algo precioso, que


muda e transforma a vida das pessoas e de um país. Importa que os docentes
sejam sujeitos reflexivos, e que estejam abertos ao novo, acompanhe o processo de
globalização e transformação da sociedade. O docente deve ser um sujeito
motivacional, que eleve e explore a capacidade cognitiva de seus alunos, mostrando
a eles o quanto tem potencial.
Uma escola se distingue por um ensino de qualidade, capaz de formar
pessoas nos padrões requeridos por uma sociedade mais evoluída e humanitária,
quando se consegue aproximar os alunos entre si, tratar as disciplinas como meios
de conhecer melhor o mundo e as pessoas que nos rodeiam; e ter como parceiras
as famílias e a comunidade na elaboração e no cumprimento do projeto escolar.
Tem-se um ensino de qualidade a partir de condições de trabalho pedagógico que
implicam formação de redes de saberes e de relações, que se entrelaçam por
caminhos imprevisíveis para chegar ao conhecimento; existe ensino de qualidade
quando as ações educativas se pautam na solidariedade, na colaboração, no
compartilhamento do processo educativo com todos os que estão direta ou
indiretamente nele envolvidos.

Quadro 1–População e quantitativo de alunos por modalidade


QUANTITATIVO DE ALUNOS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL

Quantitativo de habitantes do município (IBGE) 14.728


Quantitativos de escolas da rede pública municipal 11
Total de alunos matriculados na rede pública 2.354
Total de alunos matriculados na Creche 272
Total de alunos matriculados na Pré I e II 315
57

Total de alunos matriculados no Fundamental I e II 1.764


Total de alunos matriculados no EJA 170
Total de alunos matriculados no AEE 38

Fonte: SMED, 2020

Mediante quadro populacional e de alunos da rede pública, é possível


observar que a Escola Municipal Luiz Moreira da Silva é a instituição escolar com
maior número de alunos matriculados no município, no total geral 618 alunos, na
zona urbana da cidade, também é uma das escolas que dispõe de sala de AEE,
atendendo alunos com necessidades especiais da educação infantil e de 1º ao 5º
ano, no ano de 2020, teve uma matricula de 16 alunos especiais para o AEE.
A pesquisa aponta que a Escola Municipal Félix Antônio apresentando a
maior quantidade de alunos na zona rural 195 no total, vale destacar que apenas a
Escola Félix Antônio oferece o Ensino Fundamental por completo de 1º ao 9º
ano.Logo em seguida vem a Escola Municipal Manoel Venâncio Filho com 120
matrículas, também na zona rural. Já o CEMEI Wilma Maria de Faria que atende a
modalidade de Educação Infantil é a maior instituição infantil do município, com
maior quantidade de alunos matriculados em 2020, 315 no total e com um quadro
bem significativo de professores, 30 docentes.

[...] o professor como agente principal da mudança de sua prática


pedagógica apresenta como objetivo geral abordar a relação entre
formação e prática do professor, o sujeito criativo que estabelece a
finalidade global do exercício pedagógico. (TEIXEIRA, 2010, p. 2).

O professor é o mediador principal do processo ensino e aprendizagem, é


essencial que o docente esteja preparado para atuar de forma segura e eficiente na
sala de aula, e oferecer o suporte necessário ao educando, isso só é possível se
conseguir através de uma formação na área especifica que o educador esteja
atuando. Agregar conhecimento a sua prática pedagógica em sala de aula é
indispensável para uma aprendizagem significativa. O docente criativo é um sujeito
pesquisador, que está constantemente buscando aperfeiçoar e inovar sua prática
docente em sala de aula.
No município do Alto do Rodrigues, observa se que a Secretaria de Educação
em conjunto com a escola está sempre atenta as oportunidades de Formações que
surgem para os docentes na área da educação, porém, a carência maior de
formação é para os professores da sala de aula regular que trabalha com alunos
58

especiais, isto é, formação na área da educação especial não é muito comum


surgir, a não ser que o docente faça por conta própria, o que também é importante.
É interessante ressaltar que o interesse do próprio docente de se qualificar é
um ponto bastante positivo para seu crescimento pessoal e profissional, não é
interessante que o docente fique apenas a esperar formações ofertadas pela
Secretaria de Educação, caso surja pela é importante que o docente aproveite as
oportunidades. O docente ao escolher a área da Educação, é importante e
indispensável que o docente esteja em constante processo de formação, buscar
conhecimento, novas experiências e capacitações para aprimorar e aperfeiçoar seu
trabalho na sala de aula, na escola e na comunidade, proporcionando ao seu aluno
a mediação de um conhecimento pautado em uma relação harmoniosa do que
estudou e aprendeu em sua formação e sua prática docente em sala de aula.

A formação continuada contribui de forma significativa para o


desenvolvimento do conhecimento profissional do professor, cujo objetivo
entre outros, é facilitar as capacidades reflexivas sobre a própria prática
docente elevando-a a uma consciência coletiva. (Wengzynski e Tozetto,
2012, p. 4).

Conforme destaca o autor, a formação e seu processo contínuo e


evolutivo é uma aliada indispensável para um trabalho eficiente do docente e sua
prática em sala de aula. Um professor preparado consegue avançar e fazendo com
que seu aluno cresça e alcance uma posição de destaque no quesito
aprendizagem e auto-estima, além de favorecer no aluno a construção de uma
identidade mais sólida e consistente.
É imprescindível a confiança que um docente transmite ao aluno quando ele é
seguro, e tem confiança no trabalho que realiza em sala de aula com seus alunos.

Como em nossa Constituição consta que educação visa ao pleno


desenvolvimento humano e ao seu preparo para o exercício da cidadania
(art.205), qualquer restrição ao acesso a um ambiente marcado pela
diversidade,que reflita a sociedade como ela é, como forma efetiva de
preparar a pessoa para a cidadania, seria uma “diferenciação ou
preferência” que estaria limitando “em si mesma o direito à igualdade
dessas pessoas”.

A Constituição Federal de 1988é bem clara quando aponta que a educação é


um direito de todose o individuo deve gozar do seu pleno desenvolvimento humano
no preparo de sua identidade e cidadania, não podendo haver distinções entre
sujeitos, todos devem usufruir do mesmo direito educacional. Sendo papel do
Estado, da família e da sociedade de garantir esse direito.
59

CAPITULO II

2. O SURGIMENTO DO CURRÍCULO E OS TIPOS DE CURRÍCULO E A


LIGAÇÃO QUE POSSUÍ COM A POLÍTICA E A CULTURA

O currículo é a organização do conhecimento escolar, esse trabalho de


organização do currículo se tornou essencial com o surgimento da escolarização em
massa por volta do séc. XX precisou-se de uma padronização do conhecimento a
ser ensinado, ou seja, que as exigências do conteúdo fossem as mesmas.
Atualmente devido às grandes críticas sofridas, o currículo hoje pode ser visto como
um documento muito importante que norteia todo processo educacional da escola. A
aprendizagem escolar está intimamente ligada ao currículo, este orienta o trabalho
docente e as ações dos professores no desenvolvimento das atividades
pedagógicas da sala de aula. No currículo está a identidade da escola, é também
uma relação de poder, espaço, lugar é tudo que nos rodeia dentro do ambiente
escolar.

O currículo é sempre resultado de uma seleção: de um universo mais amplo


de conhecimentos e saberes seleciona-se aquela parte que vai constituir
precisamente o currículo. (Tomaz Tadeu da Silva, 2005, p. 15)

As teorias curriculares tradicionais, também chamadas de teorias técnicas,


foram promovidas na primeira metade do século XX, sobretudo por John Franklin
Bobbitt, que associava as disciplinas curriculares a uma questão puramente
mecânica. Os estudos sobre currículo nasceram nos Estados Unidos, onde se
desenvolveram duas tendências iniciais, uma mais conservadora, com Bobbitt, que
buscava igualar o sistema educacional ao sistema industrial, utilizando o modelo
organizacional e administrativo de Frederick Taylor. Nessa perspectiva, o sistema
educacional estaria conceitualmente atrelado ao sistema industrial, que, na época,
vivia os paradigmas da administração científica, também conhecida como
Taylorismo.
A educação está intimamente ligada à política da cultura. O currículo nunca
é apenas um conjunto neutro de conhecimentos, que de algum modo
aparece nos textos e nas salas de aula de uma nação. Ele é sempre parte
de uma tradição seletiva, resultado da seleção de alguém da visão de algum
grupo acerca do que seja conhecimento legítimo. É produto das tensões,
conflitos e concessões culturais, políticas e econômicas que organizam e
desorganizam um povo. (MOREIRA, TADEU, 2013. p. 71).
60

O Taylorismo buscava a padronização, a imposição de regras no ambiente


produtivo, o trabalho repetitivo e com base em divisões específicas de tarefas, além
da produção em massa, as teorias tradicionais também seguiram essa lógica no
princípio do currículo. Dessa forma, o currículo era visto como uma instrução
mecânica em que se elaborava a listagem de assuntos impostos que deveriam ser
ensinados pelo professor e memorizados (repetidos) pelos estudantes.

As teorias do currículo se caracterizam pelos conceitos que


enfatizam. São elas:Teorias Tradicionais: (enfatizam) ensino -
aprendizagem-avaliação –Metodologia- didática-organização –
planejamento- eficiência- objetivos.Teorias Críticas: (enfatizam)
ideologia- reprodução cultural e social, poder- classe social-
capitalismo- relações sociais de produção conscientização-
emancipação- currículo oculto- resistência.Teorias Pós-Críticas:
(enfatizam) identidade- alteridade- diferença – subjetividade-
significação e discurso- saber e poder- representação – cultura-
gênero- raça- etnia- sexualidade- multiculturalismo.(Tomaz Tadeu da
Silva, 2005, p. 15)

Mediante analise do currículo, sua criação inicialmente teve como objetivo


organizar e padronizar o trabalho dos conteúdos ministrados em sala de aula, já que
na época surgiu a necessidade de escolarizar os indivíduos, devido o
desenvolvimento do comercio, de forma a atender as classes dominantes.

O Currículo se tornou desde o seu surgimento um importante aliado das


ações propostas em sala de aula, mesmo que inicialmente sua função fosse restrita
aos interesses de uma classe dominante, onde era centrado em ações que
beneficiavam os burgueses, o currículo já era pronto e definido, não havia espaço
para se opinar a favor ou contra, os menos favorecidos eram prejudicados porque na
educação já era imposto um currículo pronto e acabado. Com o passar do tempo o
currículo foi se aperfeiçoando até alcançar sua verdadeira missão no ambiente
educacional. O Currículo é o que move, molda e transforma o ambiente escolar,
porque ele agrega valores é uma espécie de norte, uma direção a ser analisada e
refletida em todos os seus aspectos. Dentro de uma instituição escolar o currículo é
o que norteia todo trabalho, porque mostra e apresenta de forma objetiva uma
organização estrutural do trabalho, o currículo passa a ser a identidade da escola, a
qual direciona as ações do apoio pedagógico, do trabalho docente e da parte
administrativa também.
61

Quadro 2–Teorias do Currículo


TEORIAS DO CURRÍCULO

MODERNIDADE PÓS-MODERNIDADE

TEORIAS TRADICIONAIS TEORIAS CRÍTICAS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS

• Ensino • Ideologia • Identidade, alteridade,


• Aprendizagem • Reprodução cultural e diferença
• Avaliação social • Subjetividade
• Metodologia • Poder • Significação e discurso
• Didática • Classe social • Saber-poder
• Organização • Capitalismo • Representação
• Planejamento • Relações sociais de • Cultura
• Eficiência produção • Gênero, raça, etnia,
• Objetivos • Conscientização sexualidade
• Emancipação e • Multiculturalismo
libertação
• Currículo oculto
• Resistência

Fonte: Adaptado pela autora com base em Silva (2007 p.17).

A idéia de Currículo surgiu da necessidade de escolarização em massa,


dessa forma surge à idéia de um trabalho mais organizado e mecânico. Inicialmente
a idéia de Currículo, era sem sentido, uma mera reprodução do trabalho mecânico,
onde o aluno não tinha a mínima oportunidade de expressar suas idéias porque o
ensino era totalmente centrado no professor, o aluno era visto apenas como um
sujeito reprodutor.
Ao considerar o contexto em que está inserido, a escola, bem como o
currículo, está submetida aos aspectos econômicos e sociais ao qual
participa em que este corresponde aos interesses dos grupos dominantes
(SILVA 2002).

Assim foi criado o primeiro Currículo, que se limitava apenas numa


elaboração burocrática, desprovida de sentido, onde se limitava na concepção que o
ensino era centrado no professor e o aluno ouvia e reproduzia tudo, sem poder
questionar nada. Nesse período os alunos não eram instigados a pensar, tudo já
vinha pronto e acabado, o ensino era imposto, onde o professor detinha todo
conhecimento.Portanto, esse modelo de Currículo acima mencionado pode chama lo
de Currículo tradicional, era um Currículo limitado e beneficiava a classe burguesa,
62

no seu tempo apresentou um significado bastante considerado para a sociedade


capitalista, já que não passava de uma mera reprodução do próprio sistema da
época, onde os direitos dos menos favorecidos, como os proletariados (classe
oposta ao capitalismo) eram totalmente desconsiderados. Dessa forma a educação
da época era um direito negado, porque o aluno não era um sujeito que pensava,
era um sujeito dominado pelo sistema opressor da época.

“O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O


currículo é trajetória, viagem, percurso. O currículo é autobiografia, nossa
vida, curriculum vitae: no currículo se forja a identidade. O currículo é texto,
discurso, documento. O currículo é documento de identidade.” Tomaz
Tadeu da Silva, 1999.

Após esse período surgiram as teorias críticas do Currículo, as teorias


curriculares críticas basearam o seu plano teórico nas concepções marxistas e
também nos ideários da chamada Teoria Crítica, vinculada a autores da Escola de
Frankfurt (Escola de Teoria Social e Filosófica), notadamente Max Horkheimer e
Theodor Adorno (Fundadores da Escola de Frankfurt). Outra influência importante foi
composta pelos autores da chamada Nova Sociologia da Educação, tais como
Pierre Bourdieu e Louis Althusser (fazem um ensaio de conexão entre a educação e
ideologia).

O currículo é uma questão de saber, poder e identidade, fazendo ainda uma


relação entre as teorias críticas e pós-críticas do currículo: as teorias pós
críticas podem nos ter ensinado que o poder está em toda parte e que é
multiforme.(Tomaz Tadeu da Silva, 2005, p. 148)

Esses autores conheceram uma maior crescente de suas teorias na década


de 1960, compreendendo que tanto a escola como a educação em si são
instrumentos de reprodução e legitimação das desigualdades sociais propriamente
constituídas no seio da sociedade capitalista. Já que na época o sistema liderava o
mundo e as ações aconteciam de forma a beneficiar o sistema capitalista da época.
Assim sendo, o currículo estaria totalmente atrelado aos interesses e
conceitos das classes dominantes, não estando diretamente fundamentado ao
contexto dos grupos sociais subordinados.
Dessa forma, esses autores entendiam que a função do currículo não estava
condizente, porque atendia somente os desejos da classe dominante, enquanto que
os sujeitos oprimidos e subordinados não tinham beneficio algum, ou se quer
alguma participação efetiva no currículo. Os referidos autores acima citados fizeram
63

uma dura crítica e constatou que a verdadeira função do currículo, é bem mais do
que um conjunto coordenado e ordenado de matérias, seria também a de conter
uma estrutura crítica que permitisse uma perspectiva libertadora e conceitualmente
crítica em favorecimento das massas populares. Estava se falando de um currículo
inovador que atendesse as práticas curriculares, nesse sentido, eram vistas como
um espaço de defesa das lutas no campo cultural e social.

As teorias tradicionais se concentram, pois, nas formas de organização e


elaboração do currículo. Os modelos tradicionais do currículo restringiam-se
à atividade técnica de como fazer o currículo. As teorias críticas sobre o
currículo, em contraste, começam por colocar em questão precisamente os
pressupostos dos presentes arranjos sociais e educacionais. [...] As teorias
tradicionais eram teorias da aceitação, ajuste e adaptação. As teorias
críticas são teorias da desconfiança, questionamento e transformação
radical. (SILVA, 2002, p. 30).

As teorias curriculares pós-críticas emergiram a partir das décadas de 1970 e


1980, partindo dos princípios da fenomenologia, do pós-estruturalismo e dos ideais
multiculturais. Assim como as teorias críticas, a perspectiva pós-crítica criticou
duramente as teorias tradicionais, mas elevou as suas condições para além da
questão das classes sociais, indo direto ao foco principal: o sujeito.
Desse modo, mais do que a realidade social dos indivíduos, era preciso
compreender também os estigmas étnicos e culturais, tais como a radicalidade, o
gênero, a orientação sexual e todos os elementos próprios das diferenças entre as
pessoas. Nesse sentido, era preciso estabelecer o combate à opressão de grupos
semanticamente marginalizados e lutar por sua inclusão no meio social. Currículo
refere-se, portanto, a criação, recriação, contestação e transgressão (Moreira e
Silva, 1994).
Currículo é o que move a escola, representa cada componente do espaço da
instituição e da comunidade escolar, o currículo tece a história de vida da escola e
dos que dela fazem parte, cada docente traz consigo experiências e práticas
pedagógicas exitosas, currículo é relação de poder, de cultura e de conhecimento
social, é tudo que se move no ambiente escolar, contribui dessa forma para a
realização de um trabalho pedagógico e administrativo organizado e planejado, de
maneira a atender a todos de forma igualitária.
64

A escola sempre teve dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença.


Tende a silenciá-las e neutralizá-las. Sente-se mais confortável com a
homogeneização e a padronização. No entanto, abrir espaços para a
diversidade, a diferença e para o cruzamento de culturas constitui o grande
desafio que está chamado a enfrentar. (Moreira e Candau 2003, p.161)

Mediante estudos, podemos dizer que currículo é um conjunto de práticas que


propiciam a produção, a circulação e o consumo de significados no espaço social e
cultural que contribuem, intensamente, para a construção de identidades sociais e
culturais.

2.1ADAPTAÇÕES CURRICULARES PARA A IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO


INCLUSIVA NA SALA DE AULA REGULAR

As adaptações curriculares constituem, pois, possibilidades educacionais de


atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõe que se realize
a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às
peculiaridades dos alunos com necessidades educacionais especiais. É importante
que a escola se adéqüe em todos os sentidos, tanto na estrutura física, como em
todo o trabalho pedagógico realizado dentro da instituição para assim atender e
ofertar uma educação inclusiva de qualidade a esses alunos que apresentam
dificuldades de aprendizagem.

Currículo é sempre resultado de uma seleção: de um universo mais amplo


de conhecimentos e saberes seleciona-se aquela parte que vai constituir
precisamente o currículo. (Tomaz Tadeu da Silva, 2005, p. 15).

Porém, um ponto essencial e que destacamos nesse trabalho é a formação


do professor na área da inclusão, bem como também sua formação continuada.
Uma escola inclusa é uma escola preparada, pronta, equipada com todos os
aparatos para atender as necessidades desses alunos. Sem profissionais
preparados o trabalho se torna difícil, a caminhada fica árdua, e os alunos não têm
garantia de seus direitos. Portanto, é imprescindível lutar e investir em uma escola
que inclua, onde todos os alunos tenham seus direitos respeitados e garantidos.
Apesar de ainda se haver profissionais sem nível superior lecionando à atual
LDB no artigo 62 diz que:
65

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível


superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
(BRASIL, 1996).

Para Teixeira (2010, p. 2), “[...] formação continuada é um processo que


capacita professores no local de trabalho, oferecendo educação permanente, com
apropriações de muitas competências, enriquecendo sua prática”. A LDB, Lei de
Diretrizes e Bases, (Lei n. 9.394/96), admite e prevê a formação continuada como
parte da carga horária da profissão do professor, conferindo às escolas a autonomia
da condução. Com esta ação, percebe-se que a lei permite a possibilidade de o
professor ter formação no ambiente escolar durante sua carga horária semanal,
sendo seu ambiente de trabalho instrumento para estudo e capacitação. Deste
modo,
[...] o professor como agente principal da mudança de sua prática
pedagógica apresenta como objetivo geral abordar a relação entre
formação e prática do professor, o sujeito criativo que estabelece a
finalidade global do exercício pedagógico. (TEIXEIRA, 2010, p. 2).

Conforme a citação a mudança necessárias escolas não virá por meio de


formações externas e sim de dentro da própria escola, tendo os professores como
agentes de reflexão e mudança. De encontro ao pensamento de Teixeira (2010)
está o de Nóvoa (1992, p.30), já afirmando que “A formação continuada deve estar
articulada com o desempenho profissional dos professores, tomando as escolas
como lugares de referência”.
Dessa forma o docente poderá aproveitar o tempo de serviço e participar de
formações e estudos direcionados, essa ação promoverá um conhecimento
inigualável que proporcionará ao docente um preparo para a sua prática docente.
Portanto o processo de formação deverá ser continuo, e o profissional da
educação, além de aproveitar as oportunidades de formação promovidas pelas
Secretarias de Educação, também deve buscar por conta própria, investir em
formações continuadas é investir no futuro do próprio educador.
66

2.2 FORMAÇÃO DOCENTE E SUA IMPORTÂNCIA PARA O TRABALHO DE


INCLUSÃO NA SALA REGULAR

A formação de professores para a Educação Especial no Brasil, em nível


superior, teve iniciou em 1972 como habilitação específica do curso de Pedagogia.
Essa possibilidade de formação teve início por meio do Parecer do Conselho
Federal de Educação nº 252/69, cujo relator foi Valnir Chagas, e que instituiu a
formação docente e de especialistas em educação, regulamentando as habilitações
de Magistério, Orientação Educacional,Administração Escolar, Supervisão Escolar e
Inspeção escolar, dentro do curso de Pedagogia.

[...] conquanto mantida com o caráter de curso poderia ser ministrada em


duração curta ou plena e o seu currículo – estruturado segundo a idéia de
polivalência com habilitações específicas, lançada no Parecer 283/62 –
abrangeria uma parte comum e outra diversificadas em função das
especialidades escolhidas.(Chagas, 1976, p. 63)

No final dos anos 1960 e início dos 1970, a formação de professores para
atender os alunos considerados deficientes era calcada no princípio da
normalização. Foi durante a década de 1970 que a integração passou a tomar força
nas discussões sobre a Educação Especial e a direcionar a formação dos
professores para a área. Segundo Bueno (1999, p. 150).

A formação é essencial para o processo de inclusão na escola, é necessário


aliar estratégias de ensino a um planejamento eficaz para contribuir com o processo
de ensino e aprendizagem do aluno, respeitando todas as etapas e fases do
desenvolvimento do educando.

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível


superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
(BRASIL, 1996).

O sistema educacional brasileiro passou por grandes mudanças nos últimos


anos e tem conseguido cada vez mais respeitar a diversidade, garantindo a
convivência e a aprendizagem de todos os alunos.

As práticas educacionais desenvolvidas nesse período e que promovem a


inclusão na escola regular dos alunos com deficiência (física, intelectual, visual,
auditiva e múltipla), com transtorno global do desenvolvimento e com altas
67

habilidades, revelam a mudança de paradigma incorporada pelas equipes


pedagógicas. Essas ações evidenciam os esforços dos docentes em ensinar toda
turma e representam um conjunto valioso de experiências.

Sob o nível de análise de vinculação com o sistema educacional, esta


definição considera inicialmente a Educação Especial como um “instrumento de
intervenção”, como um processo que pretende modificar o estado do
desenvolvimento de seus usuários. Mazzota (1996) define a Educação Especial
como:

[...] a modalidade de ensino que se caracteriza por um conjunto de recursos


e serviços educacionais especiais organizados para apoiar, suplementar e,
em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a
garantir a educação formal dos educandos que apresentem necessidades
educacionais muito diferentes das da maioria das crianças e jovens
(MAZZOTA, 1996, p.11).

A educação especial como modalidade de ensino ainda está se difundindo no


contexto escolar. Para que se torne efetiva, precisarão dispor de redes de apoio que
complementem o trabalho do professor. Atualmente, as redes de apoio existentes
são compostas pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) e pelos
profissionais da educação especial (intérprete, professor de Braille, etc.) da saúde e
da família.

No artigo "Da Educação segregada à educação inclusiva: uma breve reflexão


sobre os paradigmas educacionais no contexto da educação especial brasileira",
Rosana Glat e Edicléia Mascarenhas Fernandes explicam: "Neste contexto é que se
descortina o novo campo de atuação da Educação Especial. Não visando importar
métodos e técnicas especializados para a classe regular, mas sim, tornando-se um
sistema de suporte permanente e efetivo para os alunos especiais incluídos, bem
como para seus professores. Como mencionado, a Educação Especial não é mais
concebida como um sistema educacional paralelo ou segregado, mas como um
conjunto de recursos que a escola regular deverá dispor para atender à diversidade
de seus alunos. Afirma Mantoan, 2006: O mote da inclusão, ao contrário, é não
deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar.

Assim fica claro que as pessoas com deficiências devem freqüentar a escola
independente de sua idade, de sua condição física ou financeira, a educação é um
direito de todos os seres humanos, e sendo um direito de todos e para todos deve
68

ser garantida a todos. Vale ressaltar que a educação ajuda as pessoas a terem um
futuro promissor gera oportunidades de crescimento intelectual e pessoal, além de
ser uma importante aliada para o crescimento de uma nação em todos os seus
aspectos.

A Secretaria de Educação Especial do MEC (SEESP), através do documento


Política Nacional de Educação Especial que rege oficialmente os serviços públicos
nesta área,considera a Educação Especial como sendo:

[...] um processo que visa a promover o desenvolvimento das


potencialidades de pessoas portadoras de deficiências, condutas típicas ou
altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de
ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis
comas necessidades específicas de seu alunado. O processo deve ser
integral,fluindo desde a estimulação essencial até os graus superiores de
ensino. Soubesse enfoque sistêmico, a educação especial integra o sistema
educacional vigente, identificando-se com sua finalidade, que é a de formar
cidadãos conscientes e participativos (BRASIL, MEC/SEESP,1994, p.17).

A intenção é que todas as pessoas com necessidades especiais tenham a


oportunidade de usufruir de seus direitos como cidadãos, e que desfrutem de um
ensino de qualidade que atenda as suas expectativas e necessidades. A formação
de cidadãos conscientes é um dever da escola e do estado, com auxilio da família.
Tornar esse cidadão apto a exercer sua cidadania, é uma missão que deve ser feita
pela escola em parceria com a família, através de um trabalho de inclusão. Incluir
não é só colocar o aluno para realizar as atividades em sala, incluir é encher de
significado a vida do aluno a, é ensina lo a voar, construir seu próprio conhecimento
através da autonomia que lhe é devida, favorecendo a criação de uma identidade.

2.3 O PAPEL DO CUIDADOR DO ALUNO COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Inclusão na educação é um grande desafio para os professores, por isso o


cuidador de alunos com necessidades especiais é tão importante. É ele quem vai,
juntamente com o docente, trabalhar para que alunos com necessidades especiais
consigam maximizar seu rendimento. O cuidador de alunos com necessidades
especiais desempenha suas funções em parceria com o professor. Ele deve ajudar o
aluno especial a se locomoverem pelas dependências da escola, auxiliar no
processo de aprendizado, ler e escrever pelo aluno, caso ele não possua autonomia
intelectual ou motora para isso, ajudar na alimentação, conduzi lo ao banheiro,
69

ajudar a desenvolver suas habilidades, auxiliar o professor na construção da


identidade desse aluno.

§ 2º Quando necessário para promover o atendimento educacional na


escola regular, e em função das necessidades específicas do aluno, será
assegurado ao educando portador de necessidades especiais a presença
de cuidador no estabelecimento de ensino, para atendimento das suas
necessidades pessoais. (BRASIL, 2010).

A disponibilidade de um cuidador na escola é imprescindível para viabilizar os


cuidados e o atendimento de atividades de apoio diário que esses alunos especiais
necessitam no ambiente escolar, além disso, o cuidador é um importante aliado no
trabalho do docente em sala de aula, pois auxilia nas mais variadas tarefas do
cotidiano da sala de aula, apoiando e acolhendo o aluno especial, esse apoio cria
laços afetivos que repercutirão toda trajetória de vida do aluno.

No âmbito legal, a função de cuidador é legitimada a partir do projeto de lei de


número 228 do ano de 2014. Que assegura em seu artigo 58, inciso 4 “ao educando
com deficiência será assegurada a assistência de cuidador, nos estabelecimentos
de ensino públicos e privados, quando necessário para promover seu atendimento
educacional na rede regular de ensino”. Deste modo, toda criança que demande
cuidados especiais, uma vez que freqüente a escola regular, lhes é assegurado o
direito ao cuidador.

Educação Especial: Modalidade da educação escolar; processo educacional


definido em uma proposta pedagógica, assegurando um conjunto de
recursos ou serviços educacionais especiais, organizados
institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns
casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a
educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos
educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em
todas as etapas e modalidades da educação básica (BRASIL, 2001, pág.
39).

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a educação especial é uma


modalidade da educação básica e atualmente, essa modalidade tem como objetivo
garantir um ensino de qualidade e democrático ao acesso de uma inclusão social,
oportunizando todas as classes menos favorecidas, com o compromisso de uma
educação inclusiva.

As pessoas com necessidades especiais são amparadas por leis que


garantem seus direitos, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9.394, de 20 de dezembro de 1996 em seu capitulo V que compete à educação
70

especial, e assegura em seu art.58, entende-se por educação especial,para os


efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com necessidades especiais. Já em seu art.
59 inciso III, atenta para a necessidade de suporte visando melhor assistência dos
alunos que apresentam necessidades especiais como forma de integração nas salas
regulares, exigindo professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. (BRASIL,
1996).Na LDB 9394/96 segundo Garcia e Michels (2011):

“A Educação Especial está definida como modalidade de ensino destinada


aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede
regular de ensino. É indubitável o avanço da discussão sobre integração,
porém, é importante destacar que o termo “preferencialmente” abre a
possibilidade de que o ensino não ocorra na rede regular, mas que
permaneça nas instituições”.

As pessoas com necessidades especiais merecem ter seus direitos


garantidos e, além disso, ser estimulados a pensar sobre a vida, seus sonhos e
objetivos e dessa forma ser um sujeito com mais independência e autonomia, capaz
de crescer como uma pessoa e ser humano dotado de desejos e vontades.

Sabemos que ainda existe muito preconceito e falta de empatia entre os seres
humanos, já se percorreu um longo caminho para se chegar até aqui, embora ainda
não seja o ideal,grandes avanços foram alcançados no âmbito da inclusão. Pois
incluir é impregnar de significado a vida do outro, dando sentido, respeitando seu
espaço e modo de vida, mesmo que de um jeito diferente, cada pessoa tem suas
características peculiares.

2.4METODOLOGIAS E ATRIBUIÇÕESDO DOCENTE COM ALUNOS COM


NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA REGULAR

O papel do educador é intervir nas atividades que o aluno ainda não tem
autonomia para desenvolver sozinho, ajudando o estudante a se sentir capaz de
realizá-las. É com essa dinâmica que o professor seleciona procedimentos de
ensino e de apoio para compartilhar, confrontar e resolver conflitos cognitivos.

Há que se levar em conta as escolhas do professor para ensinar e as do


aluno para aprender. Essas escolhas não são espontâneas, aleatórias, mas
demandam decisão, seleção de um caminho de aprendizagem, de um a
71

metodologia de ensino, do uso de recursos didáticos pedagógicos. Da parte


do aluno, essa escolha é mais limitada, pois o professor, por mais que seja
aberto e acessível ao modo de aprender do aluno, não está ensinando
individualmente, mas desenvolvendo um trabalho pedagógico coletivamente
organizado, que tem limites para essas diferenças. (MEC, SEED, 2007, p.7)

Quando os procedimentos de ensino privilegiam a construção coletiva e são


organizados com base nas necessidades dos alunos, levam-se em conta os
diferentes estilos, ritmos e interesses de aprendizagem de cada um. Ou seja, todos
os estudantes são diferentes e suas necessidades educacionais poderão requerer
apoio e recursos diferenciados. A avaliação da aprendizagem, por sua vez, deverá
ser coerente com os objetivos, as atividades e os recursos selecionados. Se o
processo de aprendizagem for redimensionado, o procedimento de avaliação
também deverá ser.

Avaliação é um instrumento permanente do trabalho docente, tendo como


propósito observar se o aluno aprendeu ou não, podendo assim refletir
sobre o nível de qualidade do trabalho escolar, tanto do aluno quanto do
professor, gerando mudanças significativas. (LIBÂNEO, 1994, p. 195).

A avaliação processual, que é realizada durante todas as atividades, poderá


ser mais esclarecedora, pois fornece dados sobre o desempenho do aluno em
diversas situações. Essa forma de avaliação facilita o reconhecimento das
necessidades dos alunos e permite que o professor redimensione os indicadores de
aprendizagem. As observações sobre o desempenho dos alunos constituem
ferramentas importantes na adaptação do planejamento. Por fim, os resultados
obtidos serão consistentes desde que sejam considerados indicadores de
aprendizagens condizentes com a intencionalidade do ensino.

A LDB, ao se referir à verificação do rendimento escolar, determina que nós


docentes observemos os critérios de avaliação contínua e cumulativa do
desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais (Art. 24, V).

Conforme cita a LDB, avaliação deve ser um processo continuo e cumulativa,


é importante que pó docente saiba avaliar o aluno para não cometer injustiças. Não
se deve medir o aluno apenas com uma prova avaliativa, mas em todos os seus
aspectos em sala de aula, tais como: assiduidade, participação nas atividades
propostas, comportamento, interação com a turma e outros. A avaliação continua é
uma importante aliada do docente para a verificação do desenvolvimento e
desempenho do aluno.
72

O planejamento e a organização das estratégias para aprendizagem podem


variar de acordo com o estilo do professor. Contudo, é preciso que o planejamento
tenha flexibilidade na abordagem do conteúdo, na promoção de múltiplas formas de
participação nas atividades educacionais e na recepção dos diversos modos de
expressão dos alunos.

O planejamento enquanto construção-transformação de representações é


uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal
mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar
fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário
estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o
desenvolvimento da ação no tempo (VASCONCELOS, 2000, p.79 apud
GAMA e FIGUEIREDO, p. 3).

Conforme supracitado pelos autores acima, o planejamento se mostra


essencial, o planejamento é o plano de aula do docente e nele consta todas as
estratégias e metodologias que devem ser trabalhadas e abordadas em sala de
aula. Se partirmos do principio, o planejamento é algo intrínseco em nosso dia dia,
não tem como separar o planejamento da nossa vida diária, se observarmos ao
acordar a gente já planeja nossos primeiros passos do dia, até chegar ao trabalho e
por ultimo regressar para casa. Já o planejamento educacional, deve partir da
necessidade da turma, isto é, o docente precisa estar atento as necessidades que
surgem em sua turma, partindo desse ponto estratégico, o docente planeja sua aula.
Podemos definir o planejamento curricular, nas palavras de Sarulbi (1971, p. 34)
como:

Uma tarefa multidisciplinar que tem por objetivo a organização de um


sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos
do conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo
ensino aprendizagem.

De acordo com Sarulbi 1971, o educador deverá considerar no planejamento


tempo e estratégias para conhecer seus alunos em especial aqueles que poderão
requerer apoios específicos. Para fornecer boa compreensão sobre os alunos e suas
condições de aprendizagem, a observação precisa utilizar diferentes estratégias e
ser feita em diversos momentos da aula. Os critérios de observação devem ser
selecionados com base no currículo e nas habilidades que o professor considerou
no planejamento.

É importante destacar quais os recursos, meios, materiais e procedimentos


que serão adotados ao longo da disciplina para desenvolvimento das aulas
e escolha das estratégias de ensino e de aprendizagem, forma de aula,
dinâmicas, etc. Na metodologia deve estar explícito quais as estratégias
73

metodológicas e didáticas serão usadas pelo professor para atingir os


objetivos propostos na disciplina. (SPUDEIT, 2014, p. 2).

Conforme aponta Spudeit 2014, o plano de aula dever ser planejado e


elaborado de acordo com a necessidade da turma, no sentido de resolver ou
solucionar algum problema, dúvida ou necessidade dos alunos em conhecer
determinado assunto, bem como é de extrema importância que o docente visualize e
organize os recursos e meios necessários que o docente vai precisar utilizar na sua
aula. A metodologia é a parte mais importante do planejamento, nela todas as
ferramentas metodológicas e necessárias ao desenvolvimento da aula devem está
bem definidas.

Dessa forma, o planejamento das atividades deverá respeitar e atender as


necessidades da turma. Um plano de aula é essência na vida do professor, porque é
uma maneira organizada de se trabalhar, o plano de aula é um documento planejado
e elaborado pelo professor, nele devem estar definidas todas as aulas do período
determinado pela instituição, no plano de aula se define o tema da aula, a
metodologia que o professor aplicará e a avaliação do entendimento dos alunos.

2.5 A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA COM SALA REGULAR PARA ATENDIMENTO


EDUCACIONAL AO ALUNO COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Com base nesse cenário, vamos abordar neste trabalho dois importantes
eixos de reflexão na Educação inclusiva: a gestão da escola, da sala de aula e a
formação de educadores.

O professor, como organizador da sala de aula, guia e orienta as atividades


dos alunos durante o processo de aprendizagem para aquisição dos saberes e
competências. O projeto pedagógico da escola direciona as ações do professor, que
deve assumir o compromisso com a diversidade e com a equalização de
oportunidades, privilegiando a colaboração e a cooperação.

Na sala de aula inclusiva, considera-se que os conteúdos escolares são


considerados objetos da aprendizagem, aos alunos cabe atribuir significados e
construir conhecimentos e o docente assume a função de mediar esse processo. É
interessante se pensar a sala de aula como parte da vida do aluno, tudo deve ser
projetado e organizado para melhor atender as necessidades do aluno.
74

Figura 1 – Sala de aula do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2021

A sala de aula deve ser planejada de forma que o aluno possa interagir e se
socializar com o outro, favorecendo a uma aprendizagem significativa. Todos os
espaços da sala devem focar na facilitação da aprendizagem do aluno, favorecendo
entusiasmo e desejo de estar na sala de aula. Os cantinhos da sala de aula como de
leitura devem ser projetados pensando no aluno, a lousa deve ficar na altura do
aluno, mesas e cadeiras devem ser organizadas de forma que favoreça maior
interação com o outro.
Os ambientes devem ser planejados de forma a satisfazer as necessidades
da criança, isto é, tudo deverá estar acessível à criança, desde objetos pessoais
como também os brinquedos, pois só assim o desenvolvimento ocorrerá de forma a
possibilitar sua autonomia, bem como sua socialização dentro das suas
singularidades.
Toda aprendizagem que é acompanhada de prazer torna-se mais efetiva,
isto porque aprender com alegria faz com que a criança aprenda com maior
dedicação e vontade. ALMEIDE, 1995.

Diante da reflexão da organização da sala de aula, vale destacar que os


demais espaços da escola também devem ser pensados e organizados de forma a
atender as expectativas do aluno, bem como favorecer uma satisfação em estar no
ambiente escolar, como contribuir para uma aprendizagem significativa e
envolvente.
75

Figura 2– Fachada do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2021

Toda a estrutura física da escola de um modo geral deve ser organizada e


estruturada para atender as necessidades dos educandos, inclusive as
necessidades de alunos especiais, e para tal deve haver acessibilidade, isso inclui
portas largas, banheiros adequados, pátio bastante espaçoso e todos os outros
espaços devem ser condizentes com as necessidades educacionais de todos os
alunos. Para Libâneo (2001, p. 4), “toda a instituição escolar necessita de uma
estrutura de organização interna, geralmente prevista no regimento escolar [...]”.

Figura 3– Entrada do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2021

Cada espaço da escola deve ser pensado com riquezas de detalhe para
proporcionar ao aluno uma completa relação do espaço com sua aprendizagem.
76

Essa imagem acima é à entrada da escola, onde observa se um espaço bastante


largo e com uma mensagem de bem vindos, além de marcações que conduzirão o
aluno até a sala de aula dando autonomia própria.

Figura 4– Pátio do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2021

Essa imagem acima é o corredor que conduz o aluno ao pátio da escola e dá


acesso a sala de aula, apresenta marcações, tem riquezas de detalhes na
ilustração, com o intuito de promover o bem estar do aluno e a satisfação. O pátio da
escola também fica nesse espaço, onde é um importante lugar de interação e
socialização dos alunos, principalmente na hora do intervalo ou durante a realização
de atividades coletivas no pátio.

“[...] o intervalo apresenta um amplo campo de oportunidades para o


desenvolvimento de valores e atitudes. “A idéia é que o pátio seja, portanto,
um cenário no quais crianças e jovens explorem diferentes atividades,
interagindo e aprendendo uns com os outros” (CEDAC, 2013, p 25).
77

Figura 5– Refeitório do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2021

Para garantir um ensino de qualidade engloba muitos aspectos, inclusive o


momento da refeição é de suma importância para uma aprendizagem favorável.
Esse momento tem início na criação de um cardápio bem elaborado por
profissionais, na seleção de alimentos saudáveis, no preparo da comida e no
momento de refeição dos alunos, que deve ser planejado detalhadamente, levando
em consideração que encontramos alunos onde sua principal refeição depende do
alimento disponibilizado pela escola.
A imagem acima é do refeitório, onde os alunos se reúnem para participar de
uma alimentação coletiva. Esse espaço como os demais atende as expectativas dos
alunos, proporciona conforto e satisfação na hora de se alimentar. Cada canto
dentro da instituição escolar representa o aluno e tem forte ligação com seu
desenvolvimento cognitivo, social, motor e afetivo.
78

Figura 6– Parquinho Infantil do CEMEI Wilma Maria de Faria, Alto do Rodrigues/RN

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2021

A imagem acima é do parquinho da escola, esse espaço costuma ser um dos


mais procurados pelos alunos que ao brincar a criança expressa seus anseios, sua
maneira de como está percebendo o mundo que a cerca e principalmente está
vivendo a sua infância. Tem também suas necessidades satisfeitas que são: adquirir
novos conhecimentos, habilidades, pensamentos e entendimentos coerentes e
lógicos. Reconhecendo-se em um meio e como parte do mesmo, ela cria sua própria
brincadeira interagindo com todos que a rodeiam. Para Kishimoto 2006, quando
brinca a criança também se sente desafiada, ela vai além do seu comportamento
habitual, busca compreender problemas, tem desafios a serem superado, e interage
melhor com sua realidade.
A organização do espaço escolar contribui para uma aprendizagem
significativa e prazerosa. Conforme Sodré (2005), através das experiências positivas
e pelas relações com outros, a criança se identifica com o espaço e com os
elementos de sua cultura. Para Frago e Escolano (1998) o lugar é permeado de
concepções culturais. Para eles a arquitetura escolar reflete o programa educacional
da instituição. Neste contexto, cabe à escola refletir sobre as suas práticas
educacionais, na tentativa de conceber a criança como um ser em pleno
desenvolvimento, no entanto, um ser ativo e social que, ao se apropriar de diferentes
espaços, tem a possibilidade de interagir com objetos culturais, com outras crianças
e com diferentes adultos, todos importantes para o seu processo de
79

humanização.Assim, ao refletirmos sobre o espaço físico que compõem as escolas,


Rinaldi (2002) diz que,
[...] O ambiente escolar deve ser um lugar que acolha o indivíduo e o grupo,
que propicie a ação e a reflexão. Uma escola ou uma creche é antes de
tudo, um sistema de relações em que as crianças e os adultos não são
apenas formalmente apresentados a organizações, que são uma forma da
nossa cultura, mas também a possibilidade de criar uma cultura. [...] É
essencial criar uma escola ou creche em que todos os integrantes sintam-se
acolhidos, um lugar que abra espaço às relações (p. 77).

Um ambiente escolar planejado, organizado e pensado para atender e


contribuir com o processo de aprendizagem do aluno é essencial para um
desenvolvimento prazeroso e satisfatório.

2.6 A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA E SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE


ENSINO E APRENDIZAGEM DO ALUNO

A família é a primeira instituição onde o individuo se relaciona e convive, na


seqüência vem à escola, como sendo um meio de socialização do aluno, é na
instituição escolar que o individuo inicia um novo processo social fora da família.

“a participação da família é muito importante no desempenho escolar do


aluno, e todo educador deseja que os pais acompanhem as lições de casa,
participem das reuniões escolares e sejam cooperativos e atentos no
desempenho escolar dos filhos na medida certa”.Bencini (2003, p. 38).

Escola e família são inseparáveis, são duas instituições que devem caminham
juntas, é importante, essa parceria facilita e ajuda o processo de aprendizagem do
aluno podemos analisar que a família é uma fonte para o desenvolvimento
humano, é visível que alunos que nascem e habitam em lares bem estruturados,
onde o respeito predomina e tem direitos iguais e respeitados, tornam se um
cidadão seguro, um adulto com uma identidade bem definida e uma auto estima
elevada.

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois


a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba
resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real
dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações
profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de
responsabilidades [...] (PIAGET, 2007, p.50)
80

A relação família e escola estão intrinsecamente ligadas, não há como


separar, quando ocorre qualquer ruptura nessa relação às coisas se complicam
para o aluno, a família é um suporte para suprir as necessidades dos filhos, e esse
suporte deve ser também com o processo de aprendizagem. Vale salientar que a
família tem um papel distinto da escola é importante que a instituição escolar saiba
separar e definir bem esse papel, a escola não pode assumir responsabilidades
que são da família.A família tem um papel muito importante na vida do individuo,
porque quando o individuo nasce, já nasce com uma dependência extrema da
família, o dever da família é de cuidar, orientar, ajudar na formação do caráter e da
personalidade e de colaborar com a formação do indivíduo, já que são os
responsáveis diretos. A função da escola é de educar, mediar o conhecimento, de
fornecer à educação formal, isto é, ambas são co-responsáveis pela formação
cognitiva, afetiva, social e da personalidade das crianças e adolescentes.

“O envolvimento dos pais na educação das crianças tem uma justificativa


pedagógica e moral, bem como legal [...] Quando os pais iniciam uma
parceria com a escola, o trabalho com as crianças pode ir além da sala de
aula, e as aprendizagens na escola e em casa possam se complementares
mutuamente” (SPODEK; SARACHO, 1998, p. 167).

Dessa forma, o trabalho da escola deve acontecer em parceria com a


família,o sucesso escolar está intimamente ligado a relação que a escola possui com
a família. O processo de ensino e aprendizagem pode ir além da escola, deve ser
uma extensão da escola até a família.
Portanto, a família tem responsabilidade com a educação do individuo tanto
quanto a escolas e faz necessário que as instituições família e escola mantenham
uma relação que possibilite a realização de uma educação de qualidade. A troca de
idéias entre educadores e família trará soluções mais propicia e rápida aos
problemas enfrentados pelas crianças, pois como afirma Tiba (2002, p.3) “quando a
escola, o pai e a mãe falam a mesma língua e têm valores semelhantes, a criança
aprende sem conflitos e não quer jogar a escola os pais e vice-versa”.
Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação juntamente com o
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) aponta que uma das
mais importantes dimensões explicativas do desempenho de estudantes encontra-se
em sua origem familiar. Portanto, uma família bem organizada e estruturada
contribui para a formação de indivíduos seguros e maduros, com uma identidade
81

bem definida, e com uma autoestima elevada, porque o apoio e o suporte que a
família proporciona são indispensáveis para a vivência do ser humano.
82

CAPÍTULO III

3. METODOLOGIA

Entendemos por Método de pesquisa ou metodologia de pesquisa, revisão


Bibliográfica como sendo a amostra de como foi realizada a referida pesquisa, e
tem como objetivo transmitir ao leitor como a pesquisa foi desenvolvida, quais
métodos de estudo foi aplicado e utilizado para a realização deste trabalho cientifico.
Nesse capitulo apresentaremos o caminho que foi percorrido para se chegar a estas
informações, quais procedimentos e metas abordadas, como: o tipo de pesquisa
realizada, o quantitativo da população, da amostra e como foi realizada a coleta de
dados.

3.1 TIPO DA PESQUISA

Segundo Gil (2002, p.100),a coleta de dados na pesquisa não experimental


é feita mediante a manipulação de certas condições e a observação dos efeitos
produzidos. A presente pesquisa se diferencia da pesquisa não experimental por
não selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-la, não definindo as
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
Assim o método de pesquisa se caracteriza por não-experimental, já que as
variáveis de interesse do estudo são observadas ou mensuradas de forma natural
sem qualquer interferência como também não há manipulação e experimentos
intencionais.

3.2 FORMATO DA PESQUISA

Dentre os modelos de pesquisa existentes, o que mais se adéqua ao


desenvolvimento desta foram os modelos qualitativos e quantitativos já que segundo
Gil:
Nas pesquisas documentais de cunho quantitativo, sobretudo naquelas que
utilizam processamento eletrônico, os dados são organizados em tabelas e
permitem o teste das hipóteses estatísticas. Dessa forma, a ordenação
lógica do trabalho fica facilitada e pode-se partir facilmente para a redação
do relatório. Já nas pesquisas de cunho qualitativo, sobretudo naquelas em
que não se dispõe previamente de um modelo teórico de análise, costuma-
se verificar um vaivém entre observação, reflexão e interpretação à medida
que a análise progride, o que faz com que a ordenação lógica do trabalho
83

torne-se significativamente mais complexa, retardando a redação do


relatório. (GIL,2002, p. 90)

A pesquisa seguiu um método eficaz na identificação, análise e solução de


um possível problema existente no Centro Municipal de Educação Infantil: Wilma
Maria de Faria, localizada na cidade de Alto do Rodrigues/RN. Classificando-a como
de cunho qualitativo e quantitativo devido o levantamento e aplicações dos
questionários exigirem análise dos resultados. Outro ponto de destaque dessa
pesquisa é o resgate da história da Educação Especial a nível mundial, Brasil, Rio
Grande do Norte até chegar ao Alto do Rodrigues/RN e a criação do CEMEI Wilma
Maria de Faria.
O modelo de pesquisa também abordado nesse trabalho foi qualitativo, visto
que a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. “Ela se ocupa,
nas Ciências Sociais que não pode ou não deveria ser quantificada”.(DESLANDES
et al., 2009. p 21). Dessa forma o modelo da pesquisa caracteriza-se pelo formato
misto ou qualiquanti..

3.3 LOCAL DO ESTUDO

A referida pesquisa foi realizada numa instituição de ensino infantil,


denominada Centro Municipal de Educação Infantil: Wilma Maria de Faria, localizada
Rua Carcará nº 43, Alto Alegre, no município de Alto do Rodrigues/RN, interior do
Rio Grande do Norte, estado pertencente ao Brasil. Com um número total de
habitantes estimado em 14.728 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE 2020).

Figura 7– Centro Municipal de Educação Infantil Wilma Maria de Faria

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2021


84

O Centro Municipal de Educação Infantil CEMEI Wilma Maria de Faria, foi


inaugurado em 10/02/2020 na Gestão do Prefeito Nixon da Silva Baracho e pela
Secretária de Educação Francisca Irani Cunha de Souza.
A Unidade de ensino infantil recebeu o nome de Vilma Maria de Farias, através
de um Projeto apresentado ao Legislativo pelo Vereador José Itamar dos Santos e foi
feita a votação, sendo aprovado por unanimidade. Foi adquirido por uma das ações
do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede
Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), instituído pela Resolução nº 6, de
24 de abril de 2007, é uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação
(PDE) do Ministério da Educação, visando garantir o acesso de crianças a creches e
pré-escolas, bem como a melhoria da infraestrutura física da rede de Educação
Infantil.
O referido nome da instituição homenageia uma saudosa professora do
Departamento de Educação do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da UFRN e
governadora do Rio Grande do Norte Wilma Maria de Faria.
A instituição infantil é o primeiro CEMEI da cidade de Alto do Rodrigues/RN,
criado através da Lei de Criação nº 584/2018 em 02 de março de 2018. A
infraestrutura foi toda planejada e preparada para atender as necessidades conforme
a faixa etária de cada criança que estuda na instituição. Foi construído a partir de um
sonho, de um desejo de acolher e oferecer as crianças um ambiente planejado, que
fosse de encontro com as necessidades de nossas crianças e contribuísse para uma
infância feliz. O CEMEI Wilma Maria de Faria iniciou suas atividades com crianças em
10 de fevereiro de 2020. As primeiras turmas atendidas são Creche 02 e 03 anos e
Pré-I 04 anos, o CEMEI funciona nos turno matutino e vespertino, e inicialmente teve
uma matrícula de 300 crianças, sendo 183 crianças de creche e 117 crianças de Pré.
Para atender as crianças e a comunidade escolar, foi organizada a seguinte equipe
de docentes e funcionários: 01 diretor, 01 vice-diretora, 16 professores titulares, 12
professores auxiliares, 04 cuidadoras, 02 supervisoras, 02 auxiliares de secretaria, 06
ASG’s, 02 merendeiras, 02 auxiliares de cozinha, 02 porteiras e 04 vigias.
85

Quadro 3– Quantitativo de funcionários do CEMEI, por função


FUNÇÃO QUANTIDADE

DIRETORA 01

VICE DIRETORA 01

SUPERVISORAS 02

AUX. DE SECRETARIA 02

PROFESSORAS 14

AUX. DE PROFESSORAS 12

CUIDADORAS 04

PORTEIRAS 02

A.S.G’s 10

VIGIAS 04

TOTAL = 52

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Conforme apresenta tabela acima a equipe do CEMEI Wilma Maria de Faria,


é composta por um quadro de 52 funcionários, sendo 15 docentes titulares, 12
auxiliares de professoras, 04 cuidadores, 01 Diretor, 01 Vice Diretor, 02
Supervisoras, 02 Auxiliares de Secretaria, 10 ASG’s, 02 Porteiras e 04 Vigias.
O trabalho da equipe é direcionado com apoio da Secretaria de Educação, da
Gestão e Apoio Pedagógico da instituição escolar que organiza, planeja e direciona
os trabalhos e atividades a serem executadas no ambiente da escola.
A instituição recebeu no ano letivo de 2020, 315 alunos matriculados,
atendidos no turno matutino: 145 alunos e no vespertino: 170, no decorrer do ano a
escola teve uma transferência de 22 alunos, em virtude d a necessidade das famílias
que se mudaram para outra cidade ou escola. A instituição de ensino infantil
finalizou o ano letivo com 293 alunos participando das atividades de forma hibrida ou
remota.
86

Quadro 4– Quantitativo geral de alunos do CEMEI, por turno


MATUTINO 145

VESPERTINO 170

MATRICULADOS 315

TRANSFERIDOS 22

FINALIZOU O ANO LETIVO 2020 293

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

O Centro Municipal de Educação Infantil Wilma Maria de Faria, no ano letivo


de 2020conta com 16 salas de aula, e funciona nos turno matutino e vespertino.
Durante o ano letivo de 2020 teve uma matricula total de 315 alunos, desse total 22
alunos foram transferidos para outra cidade por necessidade da família, desse total
de crianças 04 crianças apresentam necessidades educacionais especiais, com
laudo médico e contam com um cuidador, 03 crianças estão sendo investigadas a
respeito da sua condição neurológica e recentemente no mês de novembro de 2020
chegaram duas crianças com laudo de Tea, segundo relatado por funcionários da
instituição a família desejou matricular a criança já quase no final do ano para que a
mesma tivesse um acompanhamento com a equipe multidisciplinar da Secretaria de
Educação, com a matricula o tratamento e acompanhamento é facilitado, já que a
Secretaria de Educação dispõe de uma equipe com profissionais qualificados como
Psicóloga, Fonoaudióloga, Terapeuta Ocupacional, Assistente Social,
Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga todos preparados para atender e prestar
todo suporte a criança e a família de alunos com necessidades educacionais
especiais.

3.4 UNIDADE DE ANÁLISE

A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa, pois, a
partir dela, é que serão apresentados os resultados e a conclusão da
pesquisa,conclusão essa que poderá ser final ou apenas parcial, deixando margem
para pesquisas posteriores (MARCONI & LAKATOS, 1996).Há diversas técnicas de
análise de dados que podem ser utilizadas em pesquisas de natureza qualitativa ou
87

quantitativa. De acordo com Trivinõs (1987, p.137) “[...] é possível concluir que todos
os meios que se usam na investigação quantitativa podem ser empregados também
no enfoque qualitativo”. Sendo assim, o que varia é o enfoque.

3.4.1 População

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p.223) população é o conjunto de seres


animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em
comum. Envolve informações do universo a ser estudado, da extensão da amostra e
da maneira como será selecionada (GIL. 2002, p.163).
Com um número total de habitantes estimado em 14.728 segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2020), atualmente o município de Alto do
Rodrigues/RN conta com 11 escolas, 05 são situadas na zona urbana da cidade e
06 são na zona rural. Temos 06 escolas que atendem a modalidade de Educação
Infantil (Creche, Pré I e Pré II), 04 que atendem Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano),
04 que atendem o Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), 01 atende a Educação de
Jovens e Adultos (EJA) e 04 escolas possuem salas de AEE (Atendimento
Educacional Especializado), desse total, o município tem 02 salas de AEE na zona
urbana e 02 na zona rural, em 2020, as aulas presenciais do AEE das escolas da
zona urbana.

Quadro 5– Quantitativo de alunos especiais

Quantitativo de alunos especiais matriculados no AEE


Ano Letivo 2020
Escolas do município que tem AEE 04

Docentes que atuam no AEE 03

Alunos matriculados no Atendimento 38


Educacional Especializado

Fonte: SMED e CEMEI, 2020

A pesquisa aponta que dos aproximadamente 14.728 (IBGE) habitantes do


município de Alto do Rodrigues/RN, 2.354 estão matriculados na rede pública do
município. Na modalidade educação Infantil (Creche e Pré escola), Ensino
88

Fundamental (Ensino Regular e Educação de Jovens e Adultos) do ano letivo de


2020. Na modalidade de ensino infantil há 587 alunos, sendo 272 matriculados na
creche e 315 matriculados na pré-escola. Já no Ensino Fundamental possui 1.764,
sendo 1.594 no ensino regular, 170 na EJA e 38 alunos matriculados no AEE.
Totalizando 2.354 alunos matriculados na rede municipal de ensino no ano letivo de
2020. Para atender essa clientela o município dispõe de 11 escolas, sendo 05 na
zona urbana e 06 na zona rural.
A pesquisa teve como base os questionários aplicados na instituição de
ensino infantil CEMEI Wilma Maria de Faria, localizada na cidade de Alto do
Rodrigues/RN. Os questionários foram aplicados as 02 Supervisoras e a 27
docentes que se interessaram em participar, 03 docentes não ficaram a vontade
para participar.
A instituição infantil no ano de 2020 tinha um quadro de 30 docentes, dessa
composição temos 14 professores titulares, 12 auxiliares de professores e 04
cuidadores, ainda desse quadro dois professores trabalham dois turnos na mesma
escola.

O ano letivo de 2020 foi um ano bastante difícil, em virtude da pandemia do


covid 19, as aulas presenciais tiveram inicio em 10 de fevereiro de 2020, e seguiram
presenciais ate 17 de março de 2020, onde tiveram que parar em virtude do
agravamento de casos, dessa forma as aulas ficaram de forma remota. No período
de 17 de março a 18 de dezembro de 2020 as aulas foram remotas. Os professores
planejavam as aulas semanalmente e diariamente postavam no grupo da escola. Foi
um trabalho bastante cansativo, porque infelizmente algumas famílias não
contribuíam muito, e os professores tinham que fazer um esforço maior para
convencer aos pais a necessidade da parceria com a escola
89

Quadro 6– Quantitativo de alunos por turma. CEMEI Wilma Maria de Faria


CEMEI WILMA MARIA DE FARIA
ANO LETIVO 2020

Turma Nº de N° de Nº de Auxiliares Nº de Cuidadores


alunos Profº
TURNO MATUTINO

Creche A 17 01 01

Creche B 16 01 01

Creche C 15 01 01

Creceh D 16 01 01

Creche E 16 01 01

Creche F 18 01 01

Pré - I A 19 01 01

Pré - I B 28 01 01

TURNO VESPERTINO

Creche G 17 01 01

Creche H 18 01 01

Creche I 16 01 01

CrecehJ 18 01 01
90

Creche K 17 01 01

Pré - I C 31 01 01

Pré - I D 24 01 01

Pré - I E 29 01 01

Total de alunos matriculados: 315

Fonte:CEMEI: Wilma Maria de Faria, 2020

3.4.2 Amostra

A amostra é uma parcela conveniente selecionada do universo (população); é


um subconjunto do universo (MARCONI e LAKATOS, 2003, p.163). Para se obter
uma amostra necessária para a comprovação da seriedade e eficácia da pesquisa
levou-se em consideração 29questionários respondidos, desse total 27 foram os
docentes e 02 foram as Supervisoras da instituição, e todos os questionários
seguiram para analise e desenvolvimento da pesquisa.
Para o trabalho de pesquisa de campo, foi aplicado um questionário a cada
docente, dos 30 docentes 27 responderam, 03 preferiram não participar da
pesquisa. O questionário foi composto por 14 perguntas, a respeito do tema
abordado na pesquisa do trabalho, os docentes ficaram a vontade para se
expressarem e relatarem sua experiência e conhecimento a respeito do tema da
pesquisa.
91

Quadro 7– Quantitativo geral de professores e participantes da pesquisa


Quantitativo Participantes da Pesquisa
Quantidade geral de professores lotados no CEMEI Wilma Maria de Faria 30
Quantidade geral de professores participantes da pesquisa 27
Quantidade geral de Supervisores do CEMEI e participantes da pesquisa 02
Quantidade de professores titulares 14
Quantidade de professores auxiliares 12
Quantidade de cuidadores 04
Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Conforme mostra tabela o CEMEI Wilma Maria de Faria é uma instituição de


ensino infantil que apresenta um numero bastante significativo de profissionais da
educação, sendo considerada a maior instituição de ensino infantil do município de
Alto do Rodrigues/RN.

A instituição de ensino infantil no ano letivo de 2020, devido à pandemia teve


praticamente todo ano letivo de 2020 suas aulas de forma remota, onde teve seu
processo inicial de aulas presenciais interrompido, em virtude da pandemia e da
gravidade dos casos de covid-19 no Rio Grande do Norte e conseqüentemente em
Alto do Rodrigues/RN. Em 2020 os alunos do CEMEI iniciaram suas aulas
presenciais em 10 de fevereiro e em 18 de março as aulas presenciais foram
interrompidas, e somente em 06 de maio de 2020 foram oficialmente implantadas as
aulas remotas em todo o município de Alto do Rodrigues/RN até 18 de dezembro de
2020. Vale salientar que o município seguia e obedecia a todos os decretos do
governo do estado do RN, e conforme eram publicados os decretos o município
organizava e planejava suas atividades escolares.

Com a pandemia o ano letivo de 2020 não foi possível ser concluído dentro
do tempo estimado no calendário escolar que seria até 18 de dezembro de 2020,
dessa forma o ano letivo de 2020 se estendeu até o ano de 2021. Conforme a
portaria 438 da Secretaria do Governo do Estado, foi autorizado retomar as aulas
presenciais de forma hibrida em 01 de fevereiro até 12 de março de 2021, esse
período foi de conclusão do ano letivo de 2020. Porém, esse retorno era opcional, as
famílias tinham opção de escolha ou optava de forma hibrida (alternando entre
presencial e não presencial) ou de forma remota (atividades escolares realizadas
totalmente em casa).
92

Devido à dificuldade do uso de máscaras por parte do público infantil, apenas


o Pré I retomou suas atividades parcialmente presenciais na escola, sendo que a
creche concluiu totalmente de forma remota o ano letivo de 2020.

Conforme a Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, Art 7° será


dispensada o uso de máscaras no caso de pessoas com transtorno do
espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiência sensoriais ou
com qualquer outra deficiência que as impeçam de fazer uso adequado de
máscaras de proteção facial, conforme declaração médica que pode ser
obtida por meio digital, bem como no caso de crianças com menos de 3
(três) anos de idade.

3.5 PROBLEMÁTICA

A problemática que deu origem a essa pesquisa foi: quais são as


dificuldades encontradas para a Formação de docentes para crianças com
necessidades especiais que freqüentam a escola regular, especificamente no
CEMEI Wilma Maria de Faria, escola de ensino infantil, localizada no município
de Alto do Rodrigues/RN?

. Além de instigar a escola pela busca incessante de torna la inclusa


oferecendo os meios necessários para garantir ao aluno seu direito de
aprendizagem. Segundo Marcone e Lakatos, 2003:

“Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de


alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma
solução”. (MARCONI E LAKATOS, 2003.P.159)

Quais são as dificuldades encontradas para a Formação de docentes para


crianças com necessidades educacionais especiais que freqüentam a escola
regular, especificamente o CEMEI Wilma Maria de Faria, escola de ensino infantil,
localizada no município de Alto do Rodrigues/RN?

3.6 OBJETIVOS

Segundo Marconi e Lakatos (2003.p.219) objetivo geral está ligado a uma


visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer
dos fenômenos e eventos, quer das idéias estudadas. Seguindo esse pensamento o
objetivo geral para o presente trabalho é: Analisar a importância do processo de
formação para docentes de crianças que estudam na escola regular e que
93

apresentam necessidades especiais, estudantes do Ensino Infantil, na escola


CEMEI no município de Alto do Rodrigues/RN.

3.6.1 Objetivos específicos

• Identificar problemas com a falta de formação especifica para docentes de


crianças com necessidades especiais.

• Investigar a eficácia de estratégias de ensino específico para atender as


crianças da escola regular com necessidades especiais.

• Reconhecer a importância do papel da família da criança com necessidades


especiais no processo de ensino e aprendizagem.

3.7 JUSTIFICATIVA

A referida pesquisa apresenta uma reflexão sobre a importância da Formação


para docentes de alunos com Necessidades Especiais que estudam na escola
regular no Centro Municipal de Educação Infantil: Wilma Maria de Faria, na cidade
de Alto do Rodrigues/RN. Uma criança com Necessidades Educacionais Especiais é
um ser que precisa de uma atenção diferenciada, de um planejamento de aula
direcionado com atividades adaptadas e significativas, para isso o docente precisa
ter formação especifica na área da inclusão, voltada para a educação inclusiva,
dessa forma o professor também poderá orientar o cuidador nesse processo de
inclusão, já que o cuidador é um importante aliado do aluno e do professor em sala
de aula. O cuidador ajuda em tarefas especificas, tais como: nas atividades de
higiene, alimentação, locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no
cotidiano escolar, porque não é interessante o cuidador fazer tudo pelo aluno, é
essencial dá autonomia a essa aluno, que está em processo de desenvolvimento e
precisa ser estimulado, mas como estimular se não sabe como ajudar o aluno. Já as
tarefas de punho cognitivo são por conta do professor, nesse caso o docente tem a
missão de pesquisar, planejar, desenvolver estratégias de ensino que atendam as
necessidades do aluno especial, além de aplicar e orientar esse aluno durante a
realização.

Outra situação é a família desse aluno, as pessoas que convivem com uma
criança com necessidades educacionais especiais, precisam antes de tudo estarem
94

preparadas e atentas, porque essa criança precisa de ajuda, de apoio, de suporte,


necessita sentir se parte do meio que a cerca e que convive. Através deste estudo
cientifico, a autora do trabalho pretende despertar nos Docentes, Diretor Escolar,
Apoio Pedagógico, Secretária de Educação, Órgãos Públicos e demais profissionais
o interesse de sempre ofertar Formação aos docentes na área da Inclusão, e
mostrar caminhos que facilitem e favoreça uma aprendizagem significativa na vida
desses alunos. O fato é o seguinte, um professor preparado e qualificado dentro da
área especifica da inclusão fará a diferença na vida de seus alunos com
necessidades educacionais especiais, porque estará apto para propor ao aluno
caminhos prazeroso da aprendizagem e despertará o interesse do aluno
possibilitando seu crescimento intelectual, motor e social.

O referido trabalho é distribuído em quatro capítulos específicos que


inicialmente faz uma retrospectiva de como eram tratadas no passado as pessoas
com necessidades especiais e no decorrer do trabalho descobriremos a situação
atual da educação especial do Brasil, no Rio Grande do Norte e especialmente no
Alto do Rodrigues na escola de ensino infantil CEMEI, bem como a carência dos
professores no quesito formação para trabalhar com a inclusão.
No final deste trabalho cientifico, espera se uma profunda reflexão sobre a
importância da formação na área da inclusão para os docentes da escola regular
que trabalham com crianças com necessidades educacionais especiais. Deseja se
que esse trabalho contribua de forma significativa na reflexão que todos que tenham
acesso a esse trabalho sensibilizem-se sobre a importância da formação docente e
continuada dos profissionais da educação da escola regular, no tocante ao trabalho
com a inclusão para que compreendam que a qualidade da educação é um
compromisso de todos e faz-se necessário que a teoria e a prática sejam aliadas no
trabalho de inclusão.

3.8 ENFOQUE

A pesquisa desenvolve-se no aspecto misto e com foco nas analise dos


resultados nas creches e pré-escolas na instituição de ensino infantil CEMEI: Wilma
Maria de Faria que faz parte da rede municipal de ensino de Alto do
Rodrigues/RN.Organização do Espaço Físico: Sua infraestrutura possui área interna
e externa; sendo a interna composta de: 01 hall de entrada, 01 área para
95

estacionamento, 01 sala de diretoria, 01 secretaria, 01 sala de reunião para os


professores, 01 banheiro para funcionários, 01 banheiro social, 01 almoxarifado, 01
sala para os servidores, 01 sala de serviços elétricos, 01 sala de telecomunicação,
01 sala de leitura, 01 sala multiuso (brinquedoteca), 04 banheiros externos
adaptados para crianças com necessidades educacionais especiais (masculino e
feminino), 01 pátio para atividades diversas, 01 área para jardim, 01 área com areia
e plantação de árvores frutíferas, 08 salas de aula, 04 trocadores distribuídos nas
salas de aula, 06 dormitórios localizados nas salas de aula, 08 solários anexos às
salas de aula, 01 anfiteatro com palco, 01 espaço para refeitório, 01 cozinha, 01
deposito para perecíveis, 01 deposito para produtos de limpeza, 02 vestuários com
banheiros, 01 lactário, 01 lavanderia, 01 passador de roupa, 01 rouparia, 01 área de
serviço descoberta.

3.8.1 HIPÓTESE DA PESQUISA

Hipótese 1: a falta de formação para os docentes e cuidadores de alunos com


necessidades educacionais especiais que estudam na escola regular tem uma
relação significativa com as diversas dificuldades de se trabalhar a inclusão em sala
de aula.

Hipótese 2: a ausência de formação docente na escola regular está diretamente


ligada as dificuldade de elaborar estratégias de ensino eficazes para atender as
necessidades educacionais de crianças que apresentam alguma dificuldade
especifica.

Hipótese 3: as ações pedagógicas do professor e sua prática em sala de aula está


diretamente relacionada a um processo de formação continuada para assim atender
as necessidades educacionais especiais de crianças que necessitam de atenção e
cuidados específicos

3.8.2 ETAPAS DA PESQUISA

A partir da pesquisa e do levantamento de dados, o desenvolvimento do


trabalho seguiu as seguintes etapas:
• 1º Etapa: Levantamento de dados bibliográficos;
• 2º Etapa análise documental – documentos oficiais da escola (PPP);
• 3º Etapa coleta e seleção de dados com os sujeitos da pesquisa;
96

• 4º Etapa análise dos dados coletados e apresentação dos mais


relevantes e considerações finais.

Quadro 8– Cronograma da Pesquisa


CRONOGRAMA DA PESQUISA
Atividade/Meses 2020 2021
S O N D J F M A M
Pesquisa Bibliográfica X
Construção das Técnicas X
Entrevista e Aplicação da X X
Pesquisa
Coleta de Dados X X
Descrição: X
Tabulação/Tratamento
Análise Interpretativa X
Considerações Finais X X
Apresentação da X
Dissertação
Fonte: Autoria Própria. 2021

Na primeira etapa, realizou-se um levantamento bibliográfico, como assegura


Gil (2002, p. 44) “pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Dessa forma,
considerando o estudo da pesquisa e a metodologia que será aplicada, com intuito
de entender e considerar o melhor percurso a ser seguido, baseado nas respectivas
pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo.
Na segunda etapa, foi realizado o esquema da pesquisa. No capítulo I e II, foi
fundamentada a parte teórica do trabalho cientifico. Nessa etapa segundo Gil (2002,
p.162) “deve esclarecer, portanto, os pressupostos teóricos que dão fundamentação
à pesquisa e as contribuições proporcionadas por investigações anteriores.
Na terceira etapa foi feito o procedimento de coleta de dados que “envolve a
descrição das técnicas a serem utilizadas para coleta de dados. Modelos de
questionários, testes ou escalas deverão ser incluídos, quando for o caso” (GIL,
2002, p.163). Optou-se por aplicação de um questionário contendo perguntas
fechadas e perguntas contendo a necessidade de justificativas, a fim de observar e
selecionar dados relevantes, como também entrevista gravada. (Ver apêndice).
A quarta etapa constituiu-se na análise dos dados encontrados nas demais
etapas e as considerações pertinentes, sendo essa a última etapa em que Gil (2002,
p.163) relata ser “a descrição dos procedimentos a serem adotados tanto para
análise quantitativa (p. ex.: testes de hipótese, testes de correlação) quanto
97

qualitativa (p. ex.: análise de conteúdo, análise de discurso)”. Finalizando a


dissertação desenvolvem-se as considerações finais do trabalho.

3.9 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS E ANALISE DOS


DADOS

A referida pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Educação Infantil


Wilma Maria de Faria, por se tratar de uma escola de ensino infantil, onde percebeu
se que a instituição tem recebido crianças com necessidades educacionais especiais
durante o ano letivo de 2020, e os docentes apresentam dificuldades para trabalhar
com esses alunos, isto é desenvolver técnicas de ensino somente com ajuda,
geralmente da equipe multidisciplinar, isso em virtude da ausência de formação na
área da inclusão. Esse tem sido um verdadeiro entrave e desafio para os docentes e
a escola, desenvolver estratégias de ensino que venham favorecer e despertar a
aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais e dessa forma
garantir seu direito de aprendizagem de forma satisfatória e que facilite o processo
de aprendizagem para esses alunos.
Tomada num sentido amplo, pesquisa é toda atividade voltada para a
solução de problemas; como exercício de busca, indagação, investigação,
inquirição da realidade, é a atividade que vai nos permitir, no âmbito da
ciência, elaborar um conhecimento, ou um conjunto de conhecimentos, que
nos auxilie na compreensão desta realidade e nos orientes em nossas
ações (PADUA.1996, p. 29).

Partindo desse pressuposto foi observado que os professores da escola


regular da referida instituição não tem formação para se trabalhar com educação
especial e a escola necessita melhorar nesse quesito da inclusão, tais como, no
desenvolvimento de atividades lúdicas, jogos recreativos, atividades direcionadas e
especificas e outros aspectos. Essa analise foi constatada através da aplicação de
dois questionários específicos, um aplicado ao Suporte Pedagógico da instituição e
outro aplicado aos Docentes da referida escola regular de ensino infantil CEMEI.

Na análise, o pesquisador entra em maiores detalhes sobre os dados


decorrentes do trabalho estatístico, a fim de conseguir respostas às
suas indagações, e procura estabelecer as relações necessárias
entre os dados obtidos e as hipóteses formuladas. Estas são
comprovadas ou refutadas, mediante a análise (MARCONI E
LAKATOS, 2003 p.168)
98

Realizou-se um trabalho de levantamento de dados dos sujeitos, de


questionários e de registros documentais, disponíveis, como orienta Gil (2002), com
o primeiro momento. Assim para a construção e certificação da pesquisa foi
aplicados questionários e análises de documentos oficiais que norteiam a instituição
escolar como o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o Documento Curricular do RN,
a instituição possui um regimento escolar que ainda encontra se em andamento,
dessa forma não utilizamos o referido documento.

Os documentos são fontes de dados brutos para o investigador e a sua


análise implica um conjunto de transformações, operações e verificações
realizadas a partir das mesmas com a finalidade de se lhes ser atribuído um
significado relevante em relação a um problema de investigação. (FLORES,
Apud CALADO; FERREIRA, 2004, p.3)

A referida pesquisa no final proporcionará uma reflexão crítica do impacto que


causa a ausência de formação para docentes da sala de aula regular que trabalham
com alunos com necessidades especiais e que necessitam de ajuda e suporte para
desenvolverem seu trabalho com esses alunos, esse suporte seria efetivação de
uma formação dentro da área da educação especial.

O projeto de formação deve prever a indissociabilidade entre ensino,


pesquisa e extensão, de modo a garantir a qualidade da formação inicial,
introduzindo os licenciados nos processos investigativos em suas áreas
específicas e na prática docente, tornando-os profissionais capazes de
promover sua formação continuada. (PIMENTA E ALMEIDA, 2009, p. 28).

Outra reflexão de suma importância é o reconhecimento e a valorização do


profissional de educação na promoção de formações para os docentes que
trabalham com alunos com necessidades especiais. A formação na área especifica
é um ponto crucial e indispensável ao docente porque é com a formação que o
professor estará apto e pronto a desenvolver estratégias de ensino e adotar
metodologias eficientes para atender a necessidade de sua turma.
99

CAPÍTULO IV

4. ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA


COM O SUPERVISOR ESCOLAR E OS DOCENTES DO CEMEI

O processo de estruturação e reestruturação do ensino brasileiro avançou


com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, promulgada em
1961. Dessa forma surgiu uma organização estatal com a criação do Ministério da
Educação e das Secretarias Estaduais de Educação, tornando-se necessária a
formação de agentes para operar nesses novos moldes. Os cursos de pedagogia
eram responsáveis pela formação dos pedagogos, que eram técnicos ou
especialistas em educação e exerciam várias funções (SAVIANE, 2002).
O modelo de supervisão que mais influenciou o nosso foi o dos Estados
Unidos, que surgiu no século XVIII durante o governo de Juscelino Kubitscheck,
como Inspeção Escolar, na época do processo de industrialização. Nesse período foi
firmado um convênio do MEC, com o referido país, onde foi criado o Plano de
Assistência Brasileira - Americana no Ensino Elementar-PABAEE(Programa de
Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar) de 1957 até 1964. Esse
plano previa que os professores brasileiros fossem aos Estados Unidos para se
especializarem em supervisão e depois montarem cursos dessa especialidade no
Brasil conforme nos assegura Urban (1985, apud VASCONCELOS, 2009).

(...) os padrões de supervisão, baseados em inspeção e fiscalização, dão


ênfase a um sistema vertical de autoridade, submissão e controle, e
identificam-se como uma posição hierárquica, onde o executor é sempre um
dependente e deve aceitar passivamente as diretrizes emanadas do
supervisor, hierarquicamente num escalão mais alto. (LACERDA, 1983: 32
apud MEDEIROS; ROSA, 1987: 20).

Somente no final da década de 70 e início da década de 80 surgem as


primeiras Associações de Supervisores Educacionais no Brasil. Surge a
necessidade de treinar supervisores para a implantação das reformas educacionais.
Nesse sentido, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) promove o 1º Seminário
de Supervisores Pedagógicos, (1º SSP) em Brasília, no ano de 1976. Iniciando
dessa forma uma nova visão do que é ser um Supervisor Educacional, e assim o
supervisor não era mais um sujeito controlador e fiscalizador dos trabalhos do
100

professor, mas sim como uma pessoa para ajudar e colaborar de forma significativa
com o trabalho docente.
O Suporte pedagógico que é o Supervisor trabalha em parceria com o
docente, ajuda os professores no planejamento, orienta, fornece dicas, colabora com
o desenvolvimento das ações curriculares, pesquisa, participa do PPP, da criação do
Regimento da escola, além disso, é um agente articulador da formação continuada
dos docentes, sendo o mesmo um mediador e incentivador das formações. Dessa
forma Supervisor e docentes caminham de mãos dadas, não se separam, um
depende do trabalho do outro.
Antigamente no Alto do Rodrigues/RN, geralmente um supervisor escolar era
um professor escolhido pela Secretária de Educação em parceria com a escola para
exercer tal função. Porém, no ano de 2008 na gestão do Prefeito Abelardo
Rodrigues Filho, pela primeira vez na história do município realizou se o primeiro
concurso público onde constava o cargo de Supervisor Educacional, e para
participar dessa categoria, exigia se que o supervisor tivesse além de uma
graduação, também tivesse especialização, conforme edital do concurso público de
2008, e para tal cargo existia 10 vagas. Atualmente o município de Alto do
Rodrigues possui supervisores concursados e efetivos em tal cargo, exercendo uma
importante função que é a de orientar o trabalho docente da instituição escolar.
Já o docente é o que desenvolve as ações pedagógicas em sala de aula,
conforme planejado e orientado pelo supervisor, embora saibamos que o papel do
docente é mais do que mediar o conhecimento, em uma gestão democrática o
professor deve participar da criação e revisão da proposta pedagógica da instituição
de ensino, como também estabelecer os objetivos e as metas para se chegar até o
aluno, proporcionando e garantindo ao mesmo seus direitos de aprendizagem.

A lei nº 9.394/96 da LDB estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional, decretando a todo cidadão o direito a educação, abrangendo
processos formativos que se desenvolvem desde a família às
manifestações culturais.

Dessa forma, no artigo 13 da LDB citado nos PCNs (Ensino Médio, p.42), que
tem como titulo “Da Organização da Educação Nacional”, trata-se sobre as funções
do professor:

I.Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;


101

II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do


estabelecimento de ensino;
III. zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV. estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento;
V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VI. colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.

4.1 PESQUISA COM O SUPERVISOR ESCOLAR (APOIO PEDAGÓGICO DA


INSTITUIÇÃO DE ENSINO INFANTIL CEMEI)

QUESTÃO1- COMO É FEITO O PLANEJAMENTO DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS NA


INSTITUIÇÃO PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS
ESPECIAIS?

RESPOSTA: A escola citada assume uma perspectiva positiva para promover uma
educação de qualidade, respeita e procura cumprir com os direitos de aprendizagem
das crianças conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na qual as ações
pedagógicas da escola são baseadas.

[...] a formação permanente dos professores, o momento fundamental é o


da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de
hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio
discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo
concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento
epistemológico” da prática enquanto objeto de sua análise deve dela
“aproximá-lo” ao máximo. (FREIRE, 2011, p. 40).

Conforme citação de Paulo Freire, 2011, a formação é importante, porque


proporciona ao docente fazer uma reflexão de sua prática pedagógica em sala de
aula, no sentido de melhorar a próxima prática e assim desenvolver um trabalho
mais eficaz e coerente com os objetivos da instituição que o docente leciona. Além
de prepara lo para os desafios de sala de aula, dando lhe o suporte necessário para
que o docente possa pensar em estratégias e métodos de ensino que favoreçam e
colabore de forma a atender as necessidades dos alunos.
102

Conforme relatos do Supervisor escolar na instituição do CEMEI no início do


ano letivo os professores se reuniram e organizaram os objetivos específicos de
aprendizagem, conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que serão
trabalhados e explorados durante todo ano letivo. A instituição tem um calendário
quinzenal de planejamento, onde nesse período são planejadas as ações propostas
para o período de 15 dias, os educadores trabalham com a seqüência didática, a
qual segundo relatado pelos mesmos tem funcionado bem e os objetivos tem sido
alcançados, além disso, conforme a percepção dos professores da instituição o
trabalho com seqüência didática tem trazido grandes benefícios a todos, em especial
aos alunos, porque para os envolvidos é uma forma mais organizada e eficaz de
desenvolver estratégias de ensino mais prazerosas para a promoção de uma
educação de qualidade na instituição, incluindo nesse processo as crianças com
necessidades educacionais especiais.

O planejamento acontece no contra turno, a instituição possui um calendário


já com as datas programadas para todo ano letivo, os planejamentos realizados
acontecem com o apoio pedagógico de duas supervisoras educacionais. Durante
estes momentos, todos os docentes são orientados a fazerem uma reflexão sobre
sua prática pedagógica de ensino, analisar os pontos positivos e negativos e dessa
forma são desenvolvidas ações conforme as necessidades da turma.

QUESTÃO 2 – QUAIS ESTRATÉGIAS DE ENSINO ABORDADAS PELOS


DOCENTES PARA TRABALHAR COM CRIANÇAS COM NECESSIDADES
EDUCACIONAIS ESPECIAIS NO CEMEI WILMA MARIA DE FARIA?

RESPOSTA: A referida instituição de ensino infantil teve o início de suas atividades


em fevereiro de 2020, a instituição recebeu 04 alunos com Necessidades
Educacionais Especiais. E para auxiliar o professor titular nesta missão, a
Secretaria de Educação disponibilizou 04 cuidadoras para estas crianças, as quais
receberam uma formação no período da semana pedagógica. Porém, essa
formação não é o suficiente, e somente as cuidadoras participaram, sendo que os
professores da escola regular também precisam de formações, porque são eles que
planejam as atividades especificas para se trabalhar com essas crianças. Por outro
lado, as famílias dessas crianças também precisam de suporte e de ajuda, para
entender melhor todo processo.
103

Os professores compreenderam desde o início que a escola deve ser uma


agente da inclusão, aquela criança não pode ficar de fora do processo de ensino e
aprendizagem. Apesar de no município de Alto do Rodrigues contar com salas do
AEE (Atendimento Educacional Especializado), esse atendimento acontece em
outras escolas mais distantes, e os planejamentos do AEE acontecem separados,
ou seja, os professores da escola regular ficam de fora desses planejamentos, não
existe um trabalho integrado das salas de AEE com as salas regulares. Se houvesse
uma parceria, com certeza iria ajudar o professor da sala regular a desenvolver
estratégias metodológicas mais eficazes, percebe-se nesse contexto que o professor
da sala regular não está preparado para atender as necessidades desse aluno com
necessidades educacionais especiais, esse professor, cuidador e família precisam
de ajuda, de contra partida, esse aluno tem que ser visto e compreendido como um
ser social e reflexivo, capaz de se desenvolver através de metodologias de ensino
diferenciadas.

A inclusão questiona não somente as políticas e a organização da educação


especial e da regular, mas também o próprio conceito de integração. Ela é
incompatível com a integração, já que prevê a inserção escolar de forma
radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem
freqüentar as salas de aula do ensino regular (MANTOAN, 2008, p. 19).

Conforme descreve Mantoan, 2008, todos os alunos, sem exceção devem


freqüentar as salas de aula regular, mas não é simplesmente estar na sala, mas é
de fato ser inserido em todos os processos educacionais, e o docente deve propiciar
aos alunos um ensino de qualidade, é dever da escola e do docente buscar meios
para garantir a aprendizagem dos alunos. Trabalhar a inclusão significa rever
paradigmas, romper a barreira do preconceito e enxergar o aluno como um sujeito
que aprende.

O que se pretende na educação inclusiva é remover barreiras, sejam elas


extrínsecas ou intrínsecas aos alunos, buscando-se todas as formas de
acessibilidade e de apoio de modo a assegurar (o que a lei faz) e,
principalmente garantir (o que deve constar dos projetos político
pedagógicos dos sistemas de ensino e das escolas e que deve ser
executado), tomando-se as providências para efetivar ações para o acesso,
ingresso e permanência bem sucedida na escola (CARVALHO, 2005, p.72).

Carvalho 2005 vem reforçar a fala de Mantoan 2008, no que se refere a uma
inclusão de fato significativa, através da busca de todas as formas de acessibilidade
e garantindo a alunos especiais o que lhe assegura a lei, inserindo dentro do PPP da
instituição o que deve ser executado em favor desses alunos para que os mesmos
104

desfrutem de um ensino de qualidade, que favoreça seu desempenho cognitivo,


motor, social e afetivo.

Diante do exposto e das dificuldades detectadas, os professores e cuidadores


através de estudos e pesquisas pensam em desenvolverem uma apostila de
atividades direcionadas, a qual será agregada ao planejamento das atividades na
sala de aula, essa apostila contempla os direitos de aprendizagem das crianças com
necessidades educacionais especiais, são atividades diferenciadas, apropriadas
para trabalhar o desenvolvimento das habilidades dessa criança. Porem, para esta
ação o Supervisor fará uma pesquisa com os docentes das principais dificuldades
encontradas para se trabalhar com alunos especiais, mediante resultado buscará
meios, junto com os profissionais habilitados (equipe multidisciplinar) para ajudar a
desenvolver esse caderno de atividades direcionadas.

QUESTÃO 3 - COMO É FEITO O ENCAMINHAMENTO DO ALUNO PARA EQUIPE


MULTIDISCIPLINAR?

RESPOSTA: No município de Alto do Rodrigues/RN existe uma equipe


multidisciplinar, bastante eficiente, composta por 02 psicopedagogas, 01 psicólogo,
01 terapeuta ocupacional, 02 fonoaudiólogas, 01 assistente social e 01
Neuropsicopedagoga e 01 uma coordenadora que direciona e orienta os trabalhos
de toda equipe. Então, ao ser detectado pela escola ou família algum
comportamento desconhecido ou incomum, a criança é encaminhada para a equipe
multidisciplinar (com a devida autorização dos pais) que realiza os atendimentos na
Secretaria de Educação, a princípio é preenchido uma ficha na escola especificando
dados pessoais da criança e o suposto motivo que levou a criança a ser
encaminhada. Essa ficha é entregue geralmente a coordenadora da equipe, a
mesma direciona para o profissional responsável e a criança fica aguardando ser
chamada. Os primeiros a serem ouvidos são os pais para anamnese, no próximo
encontro a criança será assistida e ouvida, e assim o acompanhamento continua até
quando o profissional achar que seja necessário, caso seja preciso encaminhar para
outro profissional, é feita a indicação. E dessa forma essa criança consegue ter uma
qualidade de vida melhor. Após o tratamento a criança recebe alta, e o profissional
da um feedback para a instituição, a qual avalia os resultados. Ressaltando que os
atendimentos são no horário em que a criança não está na escola, o tempo de aula
105

da criança é devidamente respeitado durante todo acompanhamento com a equipe


multidisciplinar.

A Lei Nº 13.146 de, 06 de julho de 2015 é a lei da Inclusão da Pessoa com


Deficiência. A Lei 5692 /71 que alterou a mencionada LDB , reafirmou a
necessidade de se conferir um tratamento adequado aos alunos com
deficiência....Em 2015 foi promulgada a Lei 13.146 /15 – Lei Brasileira de
Inclusão (LBI) – Estatuto da pessoa com deficiência.

Alunos que são acometidos de alguma deficiência seja ela de qualquer


natureza motora, física ou intelectual, esses alunos têm seus direitos garantidos por
lei, é importante que a instituição de ensino juntamente com o apoio da Secretaria
de Educação cumpra com todos os propósitos essências para garantir a inclusão
desse aluno no ambiente educacional, e um dos requisitos importantes é preparar o
docente para se trabalhar de forma apropriada com esses alunos.

A inclusão implica mudanças: questiona não somente as políticas e a


organização da educação especial e da regular, mas também o próprio conceito de
integração. Ela implica mudanças de perspectiva educacional, porque não atinge
apenas os alunos com deficiência e os que apresentam dificuldade de aprender,
mas todos os demais, “para que obtenha sucesso na corrente educativa geral, é
uma provocação, cuja intenção é melhorar a qualidade doensino das escolas,
atingindo a todos que fracassem em suas salas de aula” (MANTOAN, 2010).

A equipe multidisciplinar realiza um trabalho de parceria junto à escola e a


comunidade escolar, mediante algumas necessidades da escola, a equipe realiza
palestras na escola com diversos temas proposto, administra cursos para os
profissionais de educação, faz atendimento ao professor caso seja necessário.

Ressaltando que a equipe multidisciplinar desenvolve um trabalho muito


importante no município de Alto do Rodrigues, juntamente com a escola e com toda
comunidade escolar, auxiliando bastante para que essas crianças usufruam de uma
vida mais prazerosa.

QUESTÃO 4 – QUAL A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR, ALUNO E


FAMÍLIA AGREGADO A PRÁTICA DO DOCENTE EM SALA DE AULA?
106

RESPOSTA:A relação professor, aluno e família são extremamente importantes


para que haja um maior engajamento do aluno no processo de ensino e
aprendizagem, quando isso acontece o aprendizado se torna mais eficiente e
prazeroso. A confiança e o respeito são à base de qualquer relação, e na sala de
aula isso não pode ser diferente, isso contribui para uma relação harmoniosa em
sala. Não existe aprendizado, se não houver diálogo em sala de aula, o professor
deve estar aberto para os sentimentos e as necessidades de seu aluno, embora a
aprendizagem dependa do aluno, o professor deve ser um facilitador nesse
processo.

Conforme relato dos professores da escola supracitada, existe um elo de


respeito e confiança na escola, tanto com o aluno, como também com a família,
essa relação vem se solidificando e se estreitando diariamente num trabalho mútuo
de parceria e trocas de experiências e vivências. A família tem acesso livre a tudo
que é trabalhado na sala de aula, essa ação tem o propósito de fortalecer o laço da
escola com a família, além disso, tem as redes sociais, onde a família mantém um
contato direto com o professor, através de grupos específicos, criados para cada
turma existente na instituição.

“a participação da família é muito importante no desempenho escolar do


aluno, e todo educador deseja que os pais acompanhem as lições de casa,
participem das reuniões escolares e sejam cooperativos e atentos no
desempenho escolar dos filhos na medida certa”.Bencini (2003, p. 38).

Conforme afirma Bencini 2003, a família é fator essencial para um bom


desempenho do aluno em sala de aula, escola e família precisam caminhar em
parceria, sem a participação da família o sucesso escolar fica comprometido, e
interesse que a família seja cooperativa e participe do processo de aprendizagem do
seu filho.
Esse trabalho em conjunto é robustecido diariamente pelos docentes, que
reforçam essa parceria através de conversas, compartilhando os trabalhos
desenvolvidos na escola e durante as reuniões bimestrais de pais e mestres que
acontecerão na escola no fim de cada bimestre, além dos eventos culturais
existentes, o qual tem o objetivo de compartilhar os resultados alcançados. A escola
trabalha e faz sua parte em relação a trazer a família para escola, porém, não é uma
tarefa fácil, existem aqueles pais mais compromissados e outros nem tanto. É um
trabalho continuo e constante a busca da escola em trazer e fazer com que a família
107

trabalhe junto à escola e dessa forma contribuir para um melhor desempenho das
crianças.
Na referida instituição tem 04 crianças com necessidades educacionais
especiais, 01 de Pré e 03 da Creche, todas tem cuidadoras, essas crianças
participam das atividades propostas pelos professores, mas são necessárias outras
atividades que de fato atendam as necessidades especificas dessas crianças.
Pensando assim, os professores, juntamente com o apoio pedagógico da escola
planejará e desenvolverá atividades direcionadas, e aplicará as atividades contidas
em uma apostila específica, voltada e exclusiva para atender com eficácia as
necessidades dessas crianças. Para isso, é importante que o professor tenha um
olhar especial e diferente para estas crianças, a inclusão deve ser um ato de amor
diário em sala de aula, na escola, na família e na comunidade onde esta criança
está inserida. Esse ser precisa ser visto, como um sujeito que tem sua própria
identidade, que pode ser autônomo e capaz de aprender.

A escola deve ser uma referencia para este aluno, um espaço onde essa
criança se sinta segura e abrigada, onde a família possa encontrar apoio e ajuda de
como oferecer a esse ser uma vida digna e aprendizados significativos, que
repercutirão significativamente em sua vida.

QUESTÃO 5 – COMO ACONTECE A INCLUSÃO DE ALUNOS COM


NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM?

RESPOSTA:É perceptível reconhecer que a criança aprende através das interações


com o outro e com o meio em que vive, sendo assim a escola é um espaço bastante
privilegiado e atrativo para que aconteça essa relação. O ambiente escolar deve ser
um espaço desafiador e propicio para novas descobertas e aprendizagens das
crianças, cada espaço deve ser devidamente pensado e planejado pelo professor,
pensando no melhor para seu aluno.

O objetivo de assegurar às pessoas com necessidades educacionais


especiais condições que favoreçam o exercício de sua cidadania,
possibilitando o seu desenvolvimento social, físico, psíquico e cognitivo,
mediante o acesso à escolarização e aos serviços de atendimento de apoio
especializado. (LIMA, 2004, p. 7)
108

Conforme aponta Lima 2004, a escola regular tem o dever proporcionar os


meios necessários que favoreçam o exercício da cidadania, garantindo aos alunos
especiais o seu desenvolvimento social, cognitivo, físico e psíquico, através de uma
proposta acolhedora de inclusão.

A escola deve ser um espaço onde todas as crianças se sintam acolhidas e


respeitadas, e as crianças com necessidade educacionais especiais precisam sentir
que são parte integrante desse espaço, é necessário um olhar especial e diferente
do professor para essas crianças, esse olhar deve também perceber as habilidades
do aluno e não focar somente em suas limitações, o professor como mediador do
conhecimento precisa entender o quanto é necessário oferecer a essas crianças um
ambiente de aprendizagem rico de estimulação para que a criança tenha mais
desejo de estar naquele espaço e dessa forma construir sua identidade e autonomia,
além disso, o professor precisa pensar e estudar estratégias de ensino que desafie e
facilite a aprendizagem do seu aluno e dessa forma garantir seus direitos.

A escola é um lugar de aprendizagem e de formação do sujeito, onde se


aprende regras de convivência e limites, crescendo, construindo-se e ajudando a
construir o outro num processo diário de troca de convivências e experiências.

QUESTÃO 6 – QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA FORMAÇÃO NA AREA ESPECIFICA


DA INCLUSÃO PARA OS DOCENTE DA ESCOLA REGULAR?

RESPOSTA: Hoje para se trabalhar com a diversidade respeitando as diferenças, é


necessário ter um direcionamento correto das práticas pedagógicas adequadas que
valorizem essas diferenças e a diversidade existencial em salas de aula. Além disso,
a família também precisa ter conhecimento de como lhe dar com essa diversidade
hoje no seu cotidiano.

A formação pode estimular o desenvolvimento profissional dos professores,


no quadro de autonomia contextualizada da profissão docente. Importa
valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de
professores reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio
desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas na
implementação de políticas educativas. Nóvoa(1995, p. 27)

De acordo com Nóvoa 1995, a formação docente contribui em todos os


aspectos na vida profissional do professor, bem como repercute significativamente
em sua prática docente em sala de aula, a formação continuada favorece a
109

preparação e a reflexão do professor em relação a sua prática, o professor torna se


um sujeito autônomo e reflexivo, porque o conhecimento o torna capaz de repensar
sua postura em quanto profissional da educação.

Dessa forma compreende se a formação docente como um processo contínuo


e essencial, intrínseco na vida do docente para melhorar e estimular sua atuação em
sala de aula. Um docente com formação especifica, tem um olhar diferenciado em
relação ao aluno com necessidades educacionais especiais, o docente entende que
um aluno especial é um ser que precisa de uma atenção diferenciada, de estratégias
de ensino bem elaboradas e que atendam as suas necessidades educacionais,
compreende também que as pessoas que o cerca, que convivem com esse aluno,
precisam também entender certos comportamentos desse aluno,estar atentas,
porque essa criança precisa de ajuda, de apoio, necessita se sentir parte do meio
que a cerca.

Educação inclusiva é o processo que ocorre em escolas de qualquer nível


preparadas para propiciar um ensino de qualidade a todos os alunos
independentemente de seus atributos pessoais, inteligências, estilos de
aprendizagem e necessidades comuns ou especiais. A inclusão escolar é
uma forma de inserção em que a escola comum tradicional é modificada
para ser capaz de acolher qualquer aluno incondicionalmente e de propiciar-
lhe uma educação de qualidade. Na inclusão, as pessoas com deficiência
estudam, Sassaki, 1998

Como afirma Sassaki 1998, educação inclusiva é a inserção do aluno em


todos os processos educativos que ocorrem dentro da instituição escolar, e para tal
finalidade, deve se modificar a escola comum tradicional para se acolher todo e
qualquer aluno, e dessa forma propiciar um espaço atrativo e uma educação de
qualidade. Nessa relação entra a formação docente, como essencial nesse processo
de inclusão, é importante que a formação esteja conectada ao cotidiano escolar,
dessa forma o docente poderá orientar a família também, que por sua vez também
precisa de suportes para lhe dar com a situação.

4.2 TRATAMENTO DOS RESULTADOS OBTIDOS COM A PESQUISA


REALIZADA COM OS DOCENTES A CERCA DO TRABALHO DE INCLUSÃO
REALIZADO NA SALA DE AULA REGULAR

4.2.1 ANÁLISE DAS FALAS DOS DOCENTES: EM RELAÇÃO À ATUAÇÃO EM


SALA DE AULAE DAFORMAÇÃO DO DOCENTE RELACIONADO AOCONTEXTO
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
110

Para a realização da referida pesquisa, além do questionário para o


Supervisor escolar, foi aplicado também um questionário exclusivo para os
docentes. O trabalho foi feito no ano letivo de 2020, a escola era composta por 16
salas de aula, atendendo a faixa etária de 02, 03 e 04 anos, na modalidade de
educação infantil, creche e pré I, teve uma matricula de 315 alunos, atendia em
2020, 05 turmas de pré I, 11 turmas de creche. Com uma equipe de professores
composta por 15 professores titulares, 11 professores auxiliares e 04 cuidadoras. No
ano de 2020, o CEMEI recebeu 04 crianças com necessidades educacionais
especiais, e tinham 03 crianças em processo de investigação, sendo acompanhadas
pela equipe multidisciplinar.

A pesquisa foi aplicada com o Apoio Pedagógico e os docentes da escola


CEMEI Wilma Maria de Faria, dos 30 docentes, apenas 03 optaram por não
responder ao questionário, que era composto por 14 questões, referente à Educação
Especial e Formação, da pesquisa, 27 responderam e refletiram em cada questão. O
objetivo era entender como acontece o processo de inclusão na escola e verificar a
formação dos docentes na área da educação especial, bem como levar os
professores a refletirem sobre a importância da formação na área especifica da
inclusão, no intuito de desenvolver um trabalho mais eficaz e proporcionar ao aluno
uma aprendizagem significativa de fato.

O projeto de formação deve prever a indissociabilidade entre ensino,


pesquisa e extensão, de modo a garantir a qualidade da formação inicial,
introduzindo os licenciados nos processos investigativos em suas áreas
específicas e na prática docente, tornando-os profissionais capazes de
promover sua formação continuada. (PIMENTA E ALMEIDA, 2009, p. 28).

Conforme aponta Pimenta e Almeida 2009, é interessante a proposta de um


projeto de formação de modo e garantir qualidade nessas formações, uma formação
alicerçada em processos de estudos e investigativos em áreas especifica que o
docente atua, tornando assim o profissional estimulado e capaz de promover por
conta própria sua formação continuada. E dessa forma atuar de forma segura na
sala de aula na promoção e garantia do processo de aprendizagem do aluno.

Do resultado da pesquisa foi constado que dos 30 docentes da instituição de


ensino infantil CEMEI,11 tem graduação em Pedagogia, 11 tem Pósgraduação e 05
tem Ensino Médio completo, ressaltando que esses 05 de nível médio estão
cursando Pedagogia, conforme mostra o gráfico abaixo:
111

Gráfico 1– Formação dos Docentes do CEMEI

FORMAÇÃO DOS PROFESSORES

10,00% 16,67%
MÉDIO
36,67% GRADUAÇÃO
36,67% PÓS GRADUAÇÃO
NÃO INFORMARAM

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

O gráfico 01 apresenta o nivel de formação dos docentes do CEMEI, 36, 67%


possui pós graduação, que corresponde a 11 docentes, 36,7 tem graduação,
compreende a 11 docentes, 16,67% tem nivel médio, equivalente a 05 docentes,
ressaltando que os mesmos informaram que estão cursando pedagogia e 10% ,
correpondente a 03 professores preferiram não participar da pesquisa.
Gráfico 2– Relação da Formação e Idade dos Docentes do CEMEI

RELAÇÃO FORMAÇÃO E IDADE


6

4
MÉDIO
3
GRADUAÇÃO
2 PÓS-GRADUAÇÃO

0
25 A 29 30 A 39 40 A 49 50 A 59 60 MAIS
anos anos anos anos

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020


112

O gráfico 02, apresenta uma relação entre a formação e a idade dos


docentes, foi observado que as idades entre 25 a 29 anos têm 03 professores em
nível médio completo (cursando Pedagogia), 03 docentes com graduação em
Pedagogia e 01 docente com Pós Graduação.
Na faixa etária entre 30 e 39 anos temos 03 docentes em nível médio
completo (cursando Pedagogia), nenhum com graduação ou pós graduação nessa
faixa etária.Na faixa etária entre 40 a 49 anos a instituição dispõe de 06 docentes
graduados em Pedagogia e 06 docentes com pós graduação.
Na idade entre 50 a 59 anos a instituição tem 02 professores com graduação em
Pedagogia e 03 com pós graduação.Docentes na faixa etária de 60 anos a escola
dispõe de 01 com pós graduação. Essas informações foram analisadas mediante
questionário feito com os docentes da própria instituição.

A melhora da qualidade da educação implica a formação permanente dos


educadores. E a formação permanente se funda na prática de analisar a
prática. É pensando sua prática, naturalmente com a presença de pessoal
altamente qualificado, que é possível perceber embutida na prática uma
teoria não percebida ainda, pouco percebida ou já percebida, mas pouco
assumida. (FREIRE, 2001a, p.72).

Conforme Freire 2001 afirma, a formação docente está intrinsecamente ligada


à qualidade da educação e do ensino na instituição escolar, um docente em
processo contínuo de formação está apto para desenvolver um ensino de qualidade,
abordando uma proposta positiva de ensino e promovendo um aprendizado
significativo ao aluno. Um docente reflexivo analisa e reflete diariamente na sua
prática pedagógica, mas para que esse processo ocorra, é necessário que haja um
interesse do educador em propor essas reflexões da prática atual para assim
melhorar a prática seguinte em sala de aula.

[...] o exercício da docência exige mais do que possuir conhecimento e


saber aplicar técnicas pedagógicas. A condução de um grupo de alunos e
desenvolvimento do trabalho pedagógico exige do professor capacidade de
conhecer, aplicar, ressignificar conhecimento como também organizar e
mobilizar os discentes para que aprendam. (NOGARO, 2012, p. 114).

Conforme Nogaro 2012, o exercício da docência exige muito além do


conhecimento, exige o professor ser humano e perceber as necessidades mais
intrínsecas de seus alunos, saber e perceber o que de fato meu aluno necessita
113

para ter uma aprendizagem com significado, o trabalho docente exige um preparo e
dedicação do professor, para propor propostas educativas que vão de encontro com
a aprendizagem dos alunos.

Quadro 9– Idade e Formação dos Docentes do CEMEI

IDADE E FORMAÇÃO DOS DOCENTES


IDADE MÉDIO GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO
25 A 29 anos 3 3 1
30 A 39 anos 3 0 0
40 A 49 anos 0 6 6
50 A 59 anos 0 2 3
60 MAIS 0 0 1

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

RESPOSTA DOS DOCENTES: Ao serem questionados se os docentes da sala de


aula regular tinham formação na área da Educação Especial 24 docentes
responderam que não tem formação na área da educação inclusiva, 03 docentes
responderam que sim, tem formação na área da Educação Especial e 03 não
quiseram responder.

Gráfico 3– Docentes do CEMEI Capacitação na area da Inclusão

Docentes da escola regular tem capacitação na


area da Inclusão

80%

80.00

60.00

40.00 10%
10%
20.00

0.00
Não tem formação na Tem formação na Não responderam
area da Inclusão area da Inclusão

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Conforme aponta o gráfico 03, a instituição CEMEI recebeu alunos com


necessidades especiais no ano letivo de 2020, e 80% dos docentes, total
114

corresponde a 24 docentes não tem formação na área da educação especial,


apenas 10% tem formação na área da inclusão, equivalentes a 03 docentes e 03
optaram por não responder a pesquisa.

A formação pode estimular o desenvolvimento profissional dos professores,


no quadro de autonomia contextualizada da profissão docente. Importa
valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de
professores reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio
desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas na
implementação de políticas educativas. Nóvoa (1995, p. 27).

De acordo Nóvoa 1995, o incentivo a formação docente estimula o


desenvolvimento e o desempenho eficaz dos profissionais da educação, é
importante que Secretaria de Educação juntamente com a escola busque parcerias
e promova a formação continuada, como também vale ressaltar que o docente
também deve por conta própria investir em sua formação continuada.

A falta de formação na área especifica da inclusão tem acarretado


dificuldades para se trabalhar com alunos, no desenvolvimento de estratégias de
ensino, bem como no modo de lhe dá com uma criança especial, no sentido da
interação, comunicação, convivência e outros fatores.

[...] um dos programas prioritários em que estou profundamente empenhado


é o de formação permanente dos educadores, por entender que os
educadores necessitam de uma prática político-pedagógica séria e
competente que responda à nova fisionomia da escola que se busca
construir. (FREIRE, 2001, p. 80).

O Paulo Freire destaca em sua publicação a prioridade e importância que


precisa proporcionar ao processo de formação continuada aos profissionais de
educação, o autor ainda reforça que os docentes necessitam de uma prática político
pedagógica séria, que leve em consideração a nova fisionomia da escola que se
almeja construir, uma escola democrática, com políticas curriculares criticas, que dê
voz ao aluno e liberdade de expressão aos docentes, que preserve a autonomia do
aluno e que seja formada por profissionais qualificados e compromissados com um
ensino de qualidade.
Vale reforçar que embora a Secretaria de Educação tenha o dever de
estimular a formação docente, o maior responsável por sua formação de fato é o
próprio docente, dessa forma é interessante que o docente em exercício busque se
capacitar priorize a formação continuada, no intuito de aprimorar e refletir em sua
115

prática docente diária em sala de aula. Um fator importante e determinante a teoria e


a prática devem caminhar juntas.

RESPOSTA DOS DOCENTES: Ao serem questionados em relação se a Secretaria


de Educação oferece capacitação na área da inclusão aos professores da escola
regular para trabalhar com crianças que tem necessidades educacionais especiais
13 docentes disseram que não, 09 docentes especificaram que apenas os
cuidadores tiveram uma formação na área com a equipe multidisciplinar durante a
semana pedagógica, ficando o professor sem formação dessa forma sem
estratégias para se trabalhar com crianças especiais presentes em sua turma, 02
docentes relataram que não tem conhecimento se a Secretaria de Educação oferta
formação na área da inclusão, 03 não responderam a pesquisa.

Gráfico 4– Oferta de Capacitação aos Docentes pela SMED

SMED: Oferta de Capacitação na area da Inclusão

59%
50.0
45.0
40.0 13%
35.0
30.0
25.0
20.0
10%
15.0 07%
10.0
5.0
0.0
Afirmaram que Só aos Não soberam Não respoderam
não oferece cuidadores responder

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

De acordo com o gráfico 04, que trata da proposta de capacitação ofertada


aos docentes pela Secretaria Municipal de Educação, 59% dos docentes relataram
na pesquisa que a SMED não oferece formação na área da Educação Especial,
esse percentual de professores corresponde a 13 professores e 13% disseram que
sim oferece aos cuidadores de alunos especiais, porém o professor titular não
participa, o que dificulta o trabalho docente com esses alunos.
116

[...] a formação permanente dos professores, o momento fundamental é o


da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de
hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio
discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo
concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento
epistemológico” da prática enquanto objeto de sua análise deve dela
“aproximá-lo” ao máximo. (FREIRE, 2011, p. 40).

A formação docente conforme afirma Freire 2011, é fundamental para uma


prática construtiva e reflexiva da prática docente diária em sala de aula. Mediante
pesquisa vale destacar que a SMED tem uma equipe multidisciplinar, onde a escola
aciona em caso de necessidade no sentido de ajudar a desenvolver estratégias de
ensino para trabalhar com alunos especiais, além disso, essa equipe acompanha o
aluno especial, dependendo da necessidade. Sendo assim, essa equipe tem sido
uma importante aliada no que se refere a dicas e orientações para desenvolver um
trabalho pedagógico direcionado e especifico para alunos especiais no CEMEI.

RESPOSTA DOS DOCENTES: Quando questionado sobre quais aspectos da


mediação do professor favorecem a aprendizagem dos alunos com necessidades
especiais, 13 docentes relataram que os jogos e brincadeiras favorecem a
aprendizagem das crianças com necessidades educacionais especiais,11 docentes
relataram que a formação do professor na área da educação inclusiva é essencial
para se trabalhar com crianças especiais, 01 docente relatou que conhecer a
necessidade do aluno é essencial para o desenvolvimento da aprendizagem, 01
docente falou que a afetividade e a comunicação são essenciais em sala de aula na
realização do trabalho pedagógico com alunos especiais, 01 docente disse que a
aproximação com a família e em parceria com políticas publicas voltadas para a
inclusão ajudarão bastante no processo de inclusão e de aprendizagem do aluno
especial, 03 não responderam a pesquisa.
117

Gráfico 5– Principais Aspectos da Mediação da Aprendizagem de Alunos Especiais

Aspectos da Mediação da Aprendizagem


43,33%
45.00
40.00 36,67%

35.00
30.00
25.00
20.00
15.00 10%
10.00
3,33% 3,33% 3,33%
5.00
0.00
Jogos e Formação Verificar a Afetividade Família Não
Brincadeiras docente necessidade responderam
do aluno

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Conforme mostra o gráfico 05, 43% dos docentes (13 professores),


concordam que os principais aspectos da mediação da aprendizagem são os jogos e
as brincadeiras, através dessas atividades é que acontecem as interações sociais do
aluno com o meio e com o processo de ensino e aprendizagem.

A aprendizagem, em geral, é provocada por situações externas. A


aprendizagem somente ocorre quando há, da parte do sujeito, uma
assimilação ativa: ‘Toda a ênfase é colocada na atividade do próprio sujeito,
e penso que sem essa atividade não há possível didática ou pedagogia que
transforme significativamente o sujeito’. (PIAGET, 1972, p. 43).

De acordo com Piaget, a aprendizagem acontece de acordo com eventos


externos ao individuo, e o sujeito é estimulado a assimilar o conhecimento conforme
induzido pelos eventos que acontecem no cotidiano do sujeito, através da interação
com o meio a aprendizagem acontece.
O gráfico ainda aponta que 36% dos docentes (11 professores) relataram que
se o docente estiver apto com formação na área da inclusão, isso também
repercutirá nos aspectos de mediação da aprendizagem do aluno. Proporcionando
uma aprendizagem significativa
118

RESPOSTA DOS DOCENTES: Os docentes foram questionados a cerca dos


principais entraves que o professor da sala regular encontra e que dificultam seu
trabalho com as crianças com necessidades educacionais especiais, 16 docentes
relataram que o principal entrave que dificulta o trabalho com crianças especiais é a
ausência de formação na área. 02 relataram que a falta de material pedagógico, 02
docentes relataram que a dificuldade de adaptação e falta de parceria da família é
um entrave, 01 relatou a dificuldade de interação do aluno dificulta o processo, 01
professor ressaltou a dificuldade de desenvolver estratégias de ensino, 01 docente
relatou a dificuldade de comunicação, 02 professores relataram a necessidadede a
escola ser uma agente da inclusão, 03 não responderam à pesquisa.

Gráfico 6– Principais Entraves no Processo de Inclusão de alunos especiais em Sala Regular

Principais Entraves no Processo de Inclusão

59%

7,4% 11%
7,4% 3,4%
3,7% 3,7%

Fonte:CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Conforme apresenta o gráfico 06, dos docentes questionados 59% (16


professores) relaram que um dos principais entraves no trabalho de inclusão com
alunos especiais é a ausência de formação especifica na área da inclusão.

“O conhecimento tem que ser tal que o sujeito se transforme, e com isto
seja capaz de transformar a realidade. Esta é a educação que interessa:
formar novos mestres e não eternos discípulos.” (VASCONCELLOS, 2005,
p. 40).

De acordo com Vasconcellos 2005, a tarefa educacional é complexa e


exigente porque envolve sujeitos em constante formação e transformação, o
119

conhecimento deve transformar a prática docente fazendo com que o mesmo seja
capaz de transformar a realidade existente em sala de aula, promovendo uma
educação libertadora, capaz de transformar e moldar a vida do aluno,
proporcionando a formação e construção de uma identidade resistente e segura,
adquirida em uma escola que prepara para a vida.
A pesquisa mostra que a ausência de formação tem sido um dos pontos
cruciais de dificuldade para o desenvolvimento do trabalho docente com alunos
especiais.

RESPOSTA DOS DOCENTES: Ao serem questionados sobre a importância das


relações interpessoais com as famílias dos alunos com necessidades
especiais,27docentes considera essencial a parceria da família e a escola e o
contato com a família facilita o trabalho do docente, porque torna a aprendizagem do
aluno mais significativa porque conhecer o aluno é importante para o
desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem, 03 docentes não quiseram
responder a pesquisa.

Gráfico 7– Relação Família e Escola de alunos especiais do CEMEI

Relação: Família e Escola


97%

100

50
3%

0
Acham importante Não responderam

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Conforme aponta o gráfico 07, todos os docentes questionados concordam


que a família é essencial no processo de ensino e aprendizagem e no processo
social do individuo.

“a participação da família é muito importante no desempenho escolar do


aluno, e todo educador deseja que os pais acompanhem as lições de casa,
participem das reuniões escolares e sejam cooperativos e atentos no
desempenho escolar dos filhos na medida certa”.Bencini (2003, p. 38).
120

Conforme discute Bencini 2003, escola e família são inseparáveis, são duas
instituições que devem caminhar juntas, essa parceria é importante, pois auxilia
no processo de desenvolvimento do aluno. Podemos fazer a seguinte reflexão, a
família é uma fonte para o desenvolvimento humano, é visível que alunos que
nascem em famílias bem estruturadas, onde o respeito prevalece, tornam se
cidadãos responsáveis, independentes e brilhantes.

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois


a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba
resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real
dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações
profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de
responsabilidades [...] (PIAGET, 2007, p.50)

Piaget 2007 faz uma importante reflexão e consideração a respeito da relação


da família com a escola, o mesmo destaca a importância de uma relação estreita e
solidificada da família com a escola, reforçar sobre a divisão das responsabilidades,
o docente deve se limitar as suas funções enquanto docente que é o de mediar o
conhecimento ao aluno, não podendo ultrapassar seus limites enquanto educador.
Já família deve assumir sua responsabilidade de cuidar e auxiliar o sujeito em seu
processo construtivo de formação pessoal.

RESPOSTA DOS DOCENTES: Quando os docentes foram questionados a cercado


apoio Pedagógico e da gestão escolar aos alunos com necessidades educacionais
especiais, 14 docentes responderam que o apoio pedagógico ajuda na elaboração e
construção de metodologias adequadas para atender a necessidade desses alunos.
Outros 06 docentes responderam que o gestor e o apoio pedagógico ajudariam
bastante buscando e ofertando capacitação para os professore da escola regular. 06
professores responderam que o respeito do gestor e do apoio pedagógico é
essencial para o processo de inclusão. 01 docente relatou que o gestor e o apoio
pedagógico demonstram interesse e buscam ajuda da equipe multidisciplinar para
desenvolver estratégias de ensino eficazes para as crianças especiais, 03 docentes
não responderam a pesquisa.
121

Gráfico 8– Como a Gestão e o Supervisor Escolar ajudam no Processo de Inclusão

Como ajudam a Gestão e Supervisão Escolar

50.00 46,67%

45.00
40.00
35.00
30.00
25.00 20,00% 20,00%
20.00
15.00 10,00%
10.00
3,33%
5.00
0.00
Metodologias Incentivo a Respeito aos Equipe Não
adequadas Capacitação direitos Multidisciplinar respoderam

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

De acordo com o gráfico 08, a pesquisa feita aponta que 46% (14 docentes),
concordam que a gestão e supervisão escolar auxiliam no desenvolvimento de
metodologias, buscam ajuda com a equipe multidisciplinar para orientar os
professores a desenvolverem estratégias de ensino direcionadas para alunos
especiais. Já 20% (06 docentes), relataram que a gestão e supervisão escolar
incentivam a formação continuada dos docentes, outros 20% (06 docentes), afirmou
que a gestão e supervisão escolar respeitam os direitos de alunos especiais, através
de incentivos de metodologias adaptadas, além do esforço por uma escola inclusiva.

Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar,


mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a
pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento pleno das
crianças. (BRASIL,2019. p.38)

Conforme citação acima, o trabalho do educador é promover a reflexão do


sujeito, bem como refletir também em sua prática, o docente mediante as suas
atribuições, é compromisso seu planejar, pesquisar, organizar e promover um ensino
de qualidade aos educandos.
122

RESPOSTA DOS DOCENTES: Em relação às maiores dificuldades encontradas


pelos alunos com necessidades educacionais especiais na sala de aula regular o
que os docentes relataram foi o seguinte: 09 docentes informaram que á falta de
capacitação na área da educação especial dificulta o trabalho dos professores em
sala de aula e conseqüentemente o desempenho do aluno, 07 professores relataram
que a falta de respeito às diferenças e a aceitação dificulta a adaptação desse aluno
em sala regular, 06 docentes relataram em suas falas que a falta de recurso
pedagógico é outro entrave para se trabalhar na sala de aula regular com crianças
especiais, 03 educadores relataram que o processo de socialização e interação é
bem difícil para esses alunos especiais. 01 docente informou que a falta de parceria
com a família dificulta o trabalho dos professores, 01 educador informou que a
dificuldade maior para o aluno especial é acompanhar o ritmo da turma, 03 docentes
não quiseram responder a pesquisa.

Gráfico 9– Principais Dificuldades do Aluno Especial da sala de regular do CEMEI

Dificuldades do Aluno Especial na Sala


Regular
35.0
30%
30.0

25.0 23%
20%
20.0

15.0
10% 10%
10.0

5.0 03% 03%

0.0
Falta de Respeirto as Recursos Dificuldade A família Não Não
Formação diferenças Pedagógicos de acompanhar responderam
Docente insuficientes Socialização a turma

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria,2020


123

Conforme o gráfico 09, dos docentes questionados 30% (09 docentes)


relataram que a maior dificuldade dos alunos especiais da sala de aula regular é a
falta de experiência do docente, agregada a ausência de formação na área da
inclusão para desenvolver atividades direcionadas para alunos especiais. Já 23%
(07 docentes) a falta de respeito às diferenças na promoção de um ensino pautado
em metodologias diferenciadas. Outros 20% (06 docentes) é necessário mais
recursos pedagógicos disponíveis para se trabalhar com alunos especiais.

Uma educação que por ser educação, haveria de ser corajosa, propondo ao
povo a reflexão sobre si mesmo, sobre seu tempo, sobre suas
responsabilidades, sobre seu papel no novo clima cultural da época de
transição. Uma educação que lhe propiciasse a reflexão sobre seu próprio
poder de refletir e que tivesse sua instrumentalidade, por isso mesmo, no
desenvolvimento desse poder, na explicitação de suas potencialidades, de
que decorreria sua capacidade de opção. FREIRE, 2005, p.67.

De acordo com a concepção de Freire 2005, a educação deve ser


transformadora e corajosa, capaz de provocar uma inquietação na sociedade,
através da promoção de uma reflexão criticada sociedade sobre o seu papel,
fazendo com o sujeito reflita sobre suas ações, dando ênfase a uma educação
libertadora que resgate e valorize os interesses de toda sociedade.

RESPOSTA DOS DOCENTES: Ao questionar os docentes da sala de aula regular


do CEMEI, sobre se já tiveram alguma experiência de trabalho com alunos que
apresentaram necessidades educacionais especiais dos 27 docentes que
participaram da entrevista 20 professores da sala regular do CEMEI disseram ter
trabalhado em suas salas com crianças com necessidades educacionais especiais e
alguns relataram o desafio foi grande, devido à falta de formação e preparo, tiveram
que aprender no cotidiano como lidar com as situações, buscando ajuda do apoio
pedagógico e da equipe multidisciplinar que deram um suporte no período. 07
docentes da sala regular do CEMEI disseram que até o momento não tiveram ainda
a experiência de trabalhar com alunos com necessidades educacionais especiais, 03
docentes não quiseram responder a pesquisa.
124

Gráfico 10– Experiência dos Docentes (CEMEI) da Sala de aula regular com alunos especiais

Docentes: Experiência com aluno especial em Sala


Regular

66,67%

70.00
60.00
50.00
40.00 23,33%
30.00 10,00%
20.00
10.00
0.00
Tiveram experiência Não tiveram Não responderam
experiência

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

O gráfico 10, aponta que 66% (20 docentes) do CEMEI Wilma Maria de Faria
teve experiência com alunos especiais na sala de aula regular, 23% (07 docentes),
nunca tiveram experiência com alunos especiais.

RESPOSTA DOS DOCENTES: Os docentes do CEMEI foram questionados se os


alunos com necessidades educacionais especiais tinham cuidadores: os docentes
responderam que sim, porém de acordo com a Secretaria Municipal de Educação de
Alto do Rodrigues, o cuidador é disponibilizado quando o aluno tem laudo médico,
os alunos que estão em processo de investigação, seguem acompanhados pela
equipe multidisciplinar ou neurologista e ainda não tem laudo, esse aluno não tem
cuidador, mas quando tiver o diagnóstico fechado pelo médico neurologista, o
referido aluno receberá um cuidador que o auxiliará em suas necessidades em sala
de aula, além disso, será um suporte para o trabalho do professor com esses alunos
especial, 03 docentes não responderam a pesquisa.
125

Gráfico 11– Os alunos Especiais da Sala Regular do CEMEI com Cuidadores

Alunos Especiais na Sala Regular com cuidador


90%

90
80
70
60
50
40
30 10%

20
10
0
Todos tem Cuidador Não Responderam

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Conforme aponta ográfico 11 conforme pesquisa no CEMEI Wilma Maria de


Faria, 90% (27 docentes) relataram que todos os alunos com necessidades
especiais têm cuidador na sala de aula regular.

§ 2º Quando necessário para promover o atendimento educacional na


escola regular, e em função das necessidades específicas do aluno, será
assegurado ao educando portador de necessidades especiais a presença
de cuidador no estabelecimento de ensino, para atendimento das suas
necessidades pessoais. (BRASIL, 2010).

De acordo com a citação supracitada, por lei é assegurado ao aluno especial


um cuidador, este é essencial na sala de aula para ajudar e auxiliar o aluno em
suas tarefas diárias na escola, bem como ajudar o docente a organizar melhor o
dia do aluno em sala de aula, em todas as tarefas do aluno especial o cuidador se
faz necessário, o mesmo é estimulador e auxilia no processo de ensino e
aprendizagem do aluno, ajudando o educando na construção de sua autonomia e
definição de sua identidade.
126

4.3 DOCUMENTOS NORTEADORES DA INSTITUIÇÃO CEMEI WILMA MARIA DE


FARIA

A Proposta Curricular do Rio Grande do Norte norteia o trabalho realizado


pelos docentes da instituição de ensino infantil CEMEI. Essa Proposta Curricular do
RN,trata de um documento orientador que busca dialogar com as especificidades do
Estado do Rio Grande do Norte, considerando suas características regionais e
locais.
O Estado e os Municípios se uniram para a melhoria da aprendizagem dos
estudantes do Rio Grande do Norte, na construção de um documento
curricular que estabelecesse aquilo que o estudante deve aprender para se
desenvolver, bem como possibilitasse condições de igualdade e equidade
quanto ao desenvolvimento humano integral de crianças, adolescentes e
jovens de todas as redes de ensino do Estado. (RN, 2018,p.08)

Esse documento curricular mencionado acima, vem reforçar o direito de


igualdade, possibilitando as condições necessárias para um ensino significativo de
todos os educandos, além de estabelecer todos os direitos que os alunos devem
adquirir em seu processo de ensino e aprendizagem.
Os docentes do CEMEI também baseiam seu planejamento de acordo com a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC Homologada em 2007 pelo Ministério da
Educação), que traz importantes contribuições para o processo de ensino e
aprendizagem, inclusive na BNCC, constam os direitos de aprendizagem, bem como
os objetivos específicos para cada modalidade de ensino. A BNCC aprovado pelo
Conselho Nacional de Educação, Resolução CNE nº 02/17, determina que seis
direitos de aprendizagem devem ser garantidos às crianças na Educação Infantil.
São eles:

• Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando


diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em
relação à cultura e às diferenças entre as pessoas;
• Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com
diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a
produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e
relacionais;

• Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da


gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização
127

das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais
e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando
conhecimentos, decidindo e se posicionando;

• Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,


transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na
escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas
modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia;

• Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,


emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos,
por meio de diferentes linguagens;

• Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma


imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências
de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar
e em seu contexto familiar e comunitário. (BRASIL,2017, p.38)
Dentro desse contexto histórico da BNCC a criança é o protagonista da
aprendizagem, é vista como um sujeito que pensa e que reflete sobre suas ações,
através da interação com o meio. Tendo como principal principio norteador as
brincadeiras e interações, onde favorece a relação social e cognitiva do aluno.

O ensino deve ocorrer sempre a partir do que o aluno já sabe, organizando


o conteúdo de acordo com essa estrutura cognitiva prévia. E, além disso, a
predisposição para aprender passa a ser uma condição para aprendizagem
(AUSUBEL apud MOREIRA, 1999).

De acordo com Ausubel e Moreira 1999, o aluno é um sujeito da sua própria


história, e como tal já traz consigo conhecimentos prévios de valores culturais e
sociais de sua comunidade onde vive. É importante que o docente valorize o
conhecimento trazido pelo aluno.
O também está intrínseco dentro do contexto educacional das ações dos
docentes do CEMEI, o currículo está posto nas DCNEI (2010), documento oficial do
Ministério da Educação como “um conjunto de práticas que buscam articular os
saberes e experiências dos alunos com o patrimônio cultural,
artístico, ambiental, cientifico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento
integral da criança”. (BRASIL, 2010). Ou seja, não há uma pré-construção, currículo
é construído e vivenciado com os alunos a partir de seus saberes articulados com o
que se faz necessário conhecerem sobre o patrimônio histórico, cultural e social.
128

A definição de currículo defendida nas Diretrizes põe o foco na ação


mediadora da instituição de Educação infantil como articuladora das
experiências e saberes das crianças e os conhecimentos que circulam na
cultura mais ampla e que despertam o interesse das crianças. Tal definição
inaugura então um importante período na área, que pode de modo inovador
avaliar e aperfeiçoar as práticas vividas pelas crianças nas unidades de
Educação Infantil”. (OLIVEIRA, CRUZ, 2010, p.21)

De acordo com Oliveira 2010, o currículo que norteia o trabalho docente na


instituição escolar tem uma ação mediadora e articula as experiências e saberes
trazidos pelos alunos, como produzido pelo mesmo em sala de aula, assim sendo o
docente é o mediador dessa ação e a valorização dos conhecimentos pré existentes
do aluno facilita a sua assimilação dos conteúdos desenvolvidos em sala.
Conforme a pesquisa realizada na instituição, o CEMEI também baseia sua
prática pedagógica no Projeto Político Pedagógico da instituição, documento este
elaborado pela equipe gestora, docente, funcionários em geral da instituição e a
comunidade escolar.Concepção de Proposta Pedagógica;

Proposta pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano orientador


das ações da instituição e define as metas que se pretende para a
aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são educados e
cuidados. É elaborado num processo coletivo, com a participação da
direção, dos professores e da comunidade escolar. (BRASIL,2010, p. 13)

O Projeto Político Pedagógico da instituição é outra base para o ensino na


instituição CEMEI, se apresenta aos docentes como um norte, um documento
importante que orienta na organização e execução das ações pedagógicas da
escola. Após a elaboração do PPP, a equipe docente passou por um processo de
formação para conhecer a verdadeira função do PPP dentro de uma instituição
escolar. Vale ressaltar que em todas as ações pedagógicas desenvolvidas na
instituição o aluno é posto como o centro, como o principal sujeito que precisa ter
seus direitos de aprendizagem garantidos dentro das ações desenvolvidas dentro
da escola pelos docentes.
129

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa chega seu momento final de um trabalho prazeroso e satisfatório,
a pesquisa foi realizada abordando um tema bastante pertinente para o momento
que os docentes da escola regular enfrentam de dificuldade para trabalhar com
alunos com necessidades especiais, que é a falta de Formação na área especifica
da Educação Especial para docentes da escola regular, mas especificamente no
Centro Municipal de Educação Infantil Wilma Maria de Faria no município de Alto do
Rodrigues/RN.
Essa pesquisa se deu pela observação da importância da Formação no intuito
de preparar o docente para a realização de um trabalho de inclusão, o foco é unir a
prática pedagógica desenvolvida em sala de aula com a teoria aprendida e
explorada durante o processo de formação continuada, estudos e pesquisas. Assim
o docente estará apto a proporcionar ao seu aluno uma aprendizagem significativa e
prazerosa, aliada a garantia de seus direitos de aprendizagem.A formação trará
inúmeros benefícios ao docente que estará atualizando e renovando a sua prática
em sala de aula, através de reflexões no seu trabalho, de uma nova postura de
pensamentos, bem como de suas experiências exitosas e também as não tão bem
sucedidas, tudo servirá de apoio, de suporte e de reflexão para a renovação diária
de sua prática enquanto docente, no intuito de melhora a nova prática seguinte.
Para esse trabalho de relação da inclusão e formação, a pesquisa teve um
embasamento teórico, esse trabalho foi explorado em 04 capítulos, o primeiro
capítulo, foirealizada uma reflexão do passado, onde constatou se através de
estudos que as pessoas que tinham qualquer tipo de deficiência, seja mental ou
física eram totalmente isoladas e descriminadas pela sociedade vigente da época,
eram excluídas do contexto político, cultural, social e econômico. O primeiro capítulo
apontou que em 1994 foi elaborada na Conferencia Mundial sobre os Direitos
Humanos a Declaração de Salamanca com o objetivo de fornecer diretrizes básicas
para a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o
movimento de inclusão social. No Brasil somente em 1996, segundo relatou
Mazzotta, surgiram os primeiros atendimentos a pessoas com necessidades
especiais, esse atendimento não era de punho educacional e atendia a uma minoria.
Em 2015 foi criada a Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência, com o
objetivo de assegurar as pessoas deficientes seus direitos de inclusão na sociedade.
130

Para que a pessoa com necessidades especiais tivesse seus direitos


garantidos e respeitados, muito tiveram que lutar para que essas pessoas fossem
tratadas e consideradas como simplesmente “pessoas” humanas. O mundo foi palco
de grandes lutas e conflitos para que houvesse uma aceitação das pessoas com
necessidades especiais para que vivessem em sociedade e fizessem parte do
contexto político, cultural e social e que a educação é um direito de todos e para
todos conforme a Constituição Federal de 1988.
O segundo capitulo da pesquisa fez um estudo sobre o surgimento do
currículo, constatou que o mesmo surgiu no sec.XX teve algumas teorias que ao
longo do tempo foram modificando o currículo, a saber: a tradicional, crítica e pós
critica, na teoria tradicional aborda John Franklin Bobbitt que associava o currículo a
uma questão puramente mecânica, e esse surgimento do currículo partiu da
necessidade de escolarização em massa, a principio o currículo atendia
exclusivamente a classe dominante, enquanto que os menos favorecidos eram
excluídos do processo. O professor era o detentor do ensino, os conteúdos eram
prontos e acabados, tudo já era definido, o currículo era algo totalmente fechado
sem brechas para discussões. Esse capítulo ainda traz o embasamento do teórico
Tomaz Tadeu (2005), que vai relatar em sua obra suas experiências sobre a história
do currículo, para o autor currículo, que observava o currículo como uma questão de
saber e relação de poder e identidade, faz ainda uma relação entre as teorias
críticas e pós-críticas do currículo.
O terceiro capítulo trata da “Metodologia” aplicada na pesquisa durante
trabalho de pesquisa, apresenta todo o percurso percorrido. Seguindo os
direcionamentos de GIL (2002), MARCONI (2003), LAKATOS (2003), PIMENTA E
ALMEIDA (2009). Nesse capitulo é feita uma apresentação e relato da origem da
instituição pesquisada, bem como número de docentes, funcionários e alunos
correspondentes ao ano letivo de 2020, através de dados colhidos na SMED e no
Centro Municipal de Educação Infantil Wilma Maria de Faria, apresentando o tipo e o
formato da pesquisa, população e local de estudo. Esse capítulo também aborda
como foi realizado o desenvolvimento teórico, feito através do embasamento da
pesquisa, apresenta também justificativa e enfoque da pesquisa, além das hipóteses
e técnicas de analise de dados.
No quarto capítulo do trabalho foi realizada uma análise dos dados obtidos
com a pesquisa no Centro Municipal de Educação Infantil Wilma Maria de Faria,
131

através de questionários aplicados ao apoio pedagógico e docente da instituição. O


trabalho de pesquisa foi embasado nos teóricos FREIRE 2011; reforça a importância
da formação para os professores e faz reflexão critica entre a teoria e a prática;
PIMENTA E ALMEIDA 2009; reforça o projeto de formação para estimular o docente
a promover sua formação continuada; NÓVOA 1995 destacou que a formação
estimula o desempenho do docente em sala de aula; LIMA 2004 destaca a
importância de assegurar condições favoráveis ao exercício da cidadania as
pessoas com necessidades educacionais especiais para seu desenvolvimento
social, físico, psíquico e cognitivo mediante acesso a escola e Mantoan 1999, 2008 e
2010, que trata da Educação Especial no contexto histórico, trazendo uma
abordagem significativa e bastante relevante ao estudo da pesquisa.
Durante a pesquisa desenvolvida na referida instituição foi percebido que é
notável o empenho e o compromisso dos docentes da referida instituição na
promoção de uma educação de qualidade e no respeito aos direitos de
aprendizagem das crianças com Necessidades Especiais. Além disso, a escola
busca respeitar as diversidades existentes em sala de aula.
Diante da pesquisa realizada percebe se que os docentes entendem que a
formação possibilita a atualização e leva a transformação de sua prática pedagógica
diária em todo contexto escolar. E quanto à família, esta ainda precisa compreender
melhor seu papel e sua importância na vida escolar de seus filhos, precisa também
passar por um processo de instrução para poder enxergar com clareza sua
importante missão na construção da identidade e da autonomia de sua criança com
Necessidades Especiais, é necessário a família compreender de fato quais os meios
legais de garantir os direitos dessa criança, de saber e conhecer como trabalhar
essa criança em casa e compreender que a família deve ser uma parceira da escola.
Cada docente tem por dever ser um agente da inclusão, e a escola precisa oferecer
os meios necessários para que isto aconteça. É imprescindível que docente passe
por um processo de formação e essa formação deve ser continuada posteriormente.
Nesse contexto existencial onde a escola precisa se adequar as
necessidades desse aluno, o professor precisa de suporte para que assim tenha
autonomia de efetivar salas de aula de fato inclusivas.É necessário gerar discussões
acerca da necessidade de ofertar formações para os docentes da escola regular,
analises e reflexão crítica sobre a própria prática e atuação do educador em sala de
132

aula, com a participação da Secretaria de Educação, do corpo docente da escola,


supervisores e gestor.
Considera-se papel da educação promover o desenvolvimento global do
aluno (social, motor, cognitivo e afetivo). Para tanto é preciso oferecer aos docentes
os recursos e suportes necessários e preparar o professor para esta jornada, assim
o professor ficará apto para ofertar ao aluno com necessidades educacionais
especiais uma educação de qualidade, onde o potencial de cada aluno seja
valorizado e suas habilidades desenvolvidas com êxito, proporcionando a esse ser
vivenciar seu mundo, explorando, respeitando e reconstruindo saberes diariamente
que vão se perpetuar em toda sua trajetória de vida.
A instituição escolar é um ambiente sociocultural, onde as diferenças
coexistem. Dessa forma a escola deve ser um espaço onde o aluno vivencie de
forma plena e satisfatória sua trajetória de vida educacional em um espaço
preparado e planejado para atender as necessidades dos alunos, contribuindo assim
para uma aprendizagem significativa. E para tal finalidade acontecer é necessário
que a escola seja uma agente da inclusão, um espaço atrativo, onde favoreça o
processo de aprendizagem, socialização, cultural, cognitivo e afetivo.
A referida Pesquisa realizada no CEMEI Wilma Maria de Faria, aponta para
as dificuldades dos docentes para trabalhar na sala de aula regular com alunos com
necessidades especiais, e a principal dificuldade é a ausência de Formação na área
específica da inclusão.
Com a análise interpretativa dos questionários compreende-se o sentido que
a maior parte dos docentes do CEMEI Wilma Maria de Faria atribui às dificuldades
encontradas para o trabalho de inclusão a ausência de formação na área especifica
da Educação Especial.Nas respostas analisadas, os docentes têm a compreensão
correta do que seja uma educação inclusiva, porém ao analisar as respostas dos
questionários e fazer uma relação com a idade do docente e sua formação, pode se
observar o seguinte: dos 27 docentes que participaram da pesquisa 24 não tem
formação na área da Educação Especial, apenas 03 possui formação na área da
inclusão.06 docentes tem pós graduação com uma faixa etária entre 40 e 49 anos,
03 docentes tem pós graduação na faixa etária entre 50 a 59 anos, 01 docente tem
pós graduação com faixa etária de 60 anos e 01 tem pós graduação com faixa etária
entre 25 a 29 anos. Já os docentes com graduação com faixa etária entre 40 a 49
anos são 06 docentes, com graduação na faixa etária entre 25 a 29 anos são 03
133

docentes e graduação com faixa etária entre 50 a 59 anos são 02 docentes. Docente
com ensino médio com faixa etária entre 25 a 29 anos tem 03 e faixa etária entre 30
e 39 anos são 03 docentes também. Ressaltando que esses docentes de nível
médio estão cursando Pedagogia e na instituição desenvolvem um trabalho de
auxiliar de professor ou cuidador. Todos os professores titulares da instituição
pesquisada possuem graduação ou pós graduação, embora não seja na área
especifica da inclusão, mas existe um esforço dos docentes no sentido de pensar
atividades direcionadas para alunos especiais, mas a ausência de formação na área
da inclusão é um problema apontado na pesquisa.
Com base na pesquisa, pode se concluir que os docentes da referida
instituição de ensino infantil de certa forma não deu continuidade ao seu processo
continuo de formação. Vale salientar que a formação é essencial para um trabalho
criativo e bem sucedido, e é uma responsabilidade do docente buscar e valorizar a
formação continuada.
Um ponto bastante expressivo e relevante observado é que o apoio
pedagógico da instituição ajuda na busca de alternativas metodológicas para a
elaboração de um planejamento e de um plano de aula que atenda as expectativas
dos alunos especiais, garantindo dessa forma uma aprendizagem significativa, e de
contra partida os docentes no momento de planejar buscam estratégias de ensino
apropriadas a cada necessidade do aluno. E na ocasião geralmente buscam ajuda
da equipe multidisciplinar da SMED para auxiliar na elaboração das estratégias de
ensino direcionado para alunos especiais, além desse suporte tem também o apoio
da Coordenadora de ensino infantil que auxilia nos trabalhos desenvolvidos pelos
docentes.
Durante a leitura e análise das respostas dos docentes no questionário foi
respondida a compreensão dos docentes acerca de uma educação inclusiva e os
impactos que a ausência de formação na área especifica acarreta para o
desenvolvimento do trabalho docente em sala de aula com alunos especiais. A partir
dessas percepções afirma-se que os objetivos da pesquisa foram alcançados, com
uso das análises dos questionários, concluindo que apesar de haver um
reconhecimento e entendimento dos docentes a cerca da ausência de formação na
área da Educação Especial, mostra também não haver muito esforço dos docentes
para buscar uma formação por conta própria na área da Educação Inclusiva e não
há uma reflexão profunda que de fato mova a ação desses docentes no sentido de
134

se capacitar para atuar em sala de aula regular com alunos especiais, o que
apresenta uma prática desassociada ou desencontrada do docente a respeito da
formação continuada.
A interpretação e a realização da pesquisa apontam sua importância e
relevância para o CEMEI Wilma Maria de Faria em Alto do Rodrigues/RN, por se
tratar do primeiro trabalho científico buscar entender e interpretar o valor da
formação docente na área especifica da inclusão, a referida pesquisa realizou ma
abordagem histórica da educação especial, entendendo o passado para
compreender o presente, possibilitando uma reflexão e causando uma inquietação
nos docentes e apoio pedagógico da instituição para a melhoria na qualidade do
ensino e no esforço para garantir os direitos de aprendizagem dos alunos especiais.
A pesquisa também aborda importantes informações para a instituição e a
comunidade escolar formada por professores, alunos; pais; profissionais da
educação em geral, para compreender a necessidade e importância das lutas por
uma sociedade mais justa, por direitos iguais para todos e por uma educação de
qualidade que é direito de todos, conforme aponta a Constituição Federal.
Concluímos que, para resolver esse problema e tornar a escola uma agente da
inclusão se faz necessário preparar os docentes e garantir a aprendizagem de todos
os alunos na escola regular, é preciso fortalecer a formação dos professores e criar
uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e
profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Especiais.

5.1 RECOMENDAÇÕES

A referida pesquisa teve um foco primordial, a Formação na área da


Educação Especial para docentes da escola regular, especificamente no CEMEI
Wilma Maria de Faria em Alto do Rodrigues RN,
No capítulo quarto foi apresentado os resultados obtidos com a pesquisa, e
observa se a importância da Formação docente na área da educação especial aos
docentes da sala de aula regular que trabalha com alunos especiais e apresentam
dificuldade para desenvolver estratégias de ensino para colaborar no processo de
ensino e aprendizagem.
À Secretaria Municipal de Educação e Desporto, é recomendado planejar
e por em prática um plano de ação voltado para um planejamento anual de proposta
135

de Formação na área da Educação Especial para os docentes da sala de aula


regular. No intuito de capacitar e estimular esses profissionais da educação a se
tornarem agentes da inclusão. Além de estimular a Formação continuada, através de
propostas de capacitação e da busca pessoal do próprio profissional.
Ao Apoio Pedagógico como Mediador da Formação continuada para os
docentes tornando se um parceiro e agente mediador das formações continuadas,
essas formações tem como sugestão serem organizadas em horários de serviço.
Aos docentes do CEMEI Wilma Maria de Faria, se organizar e manter o foco
para a formação continuada, sendo essa ação uma estratégia efetiva para renovar e
refletir sobre sua prática pedagógica.
Ainda aos docentes do CEMEI Wilma Maria de Faria, organizar o tempo de
planejamento para fazer reflexões de sua prática pedagógica, realização de estudos
e pesquisas dos documentos curriculares do RN, do ProjetoPolítico Pedagógico da
instituição, da BNCC, do Regimento Escolar e outras pesquisas pertinentes que
auxiliarão no processo e desenvolvimento de novas estratégias de ensino, que
resultará em uma elaboração de plano de aula bastante significativo para o aluno.
Para a sociedade é importante romper com o preconceito, olhar a pessoa
com necessidades especiais com outro olhar, reconhecer que essa pessoa é um ser
humano com valor, e como tal merece respeito e garantia de seus direitos na
sociedade. Por mais políticas publicas que favoreçam as pessoas com necessidades
especiais.
Á comunidade científica a fim de reconhecer a luta por um país mais justo,
onde haja igualdade de direitos para todos, através da valorização das lutas e da
busca de novas conquistas em prol de uma educação de qualidade e com
consciência de que a educação pode mudar o mundo e transformar a realidade das
pessoas para assim construírem e compartilharem de um mundo melhor com mais
saúde, vida, harmonia e educação.
Por fim esse trabalho científico dissertativo fica à disposição do município e
de todo aquele que deseje consultá-lo, a fim de fazerem uma reflexão e ter um novo
olhar para as pessoas com necessidades especiais, proporcionando a essas
pessoas o direito de igualdade social, através de uma convivência harmoniosa com
todos e usufruindo de todos os direitos como cidadãos.
136

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http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/210
7/513, 2012.
141

APÊNDICE “A”

UNIPÓS – UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

Ao senhor (a): Francisca Irani Cunha de Souza (Secretária Municipal de Educação e


Desporto)

O professor Dr. Regis Flávio Varela de Oliveira

Solicita a escola a autorização para fins de pesquisa Científica sobre levantamento


de dados e aplicação de questionários junto ao quadro Docente e a Supervisão
Escolar. Afirmamos o compromisso e fidelidade do teor confidencial, onde todos os
dados serão preservados e somente serão usados para a pesquisa
cientifica.Concordamos em disponibilizar o(s) setor(es) Secretaria desta Instituição,
para o desenvolvimento de atividades referentes ao Projeto de Pesquisa, intitulado:
A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O
TRABALHO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA ESCOLA CEMEI
WILMA MARIA DE FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN sob a responsabilidade
do Professor / Pesquisador/Orientador do Curso de Mestrado em Ciência da
Educação da University Word Ecumenicall Católica.

Alto do Rodrigues/RN, 03 de Novembro de 2020

_______________________________________________

Assinatura do responsável
142

APÊNDICE “B”

UNIPÓS – UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO


A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O TRABALHO
DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA ESCOLA CEMEI WILMA MARIA DE
FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN.

PROBLEMÁTICA:
MESTRANDA: GILKA KÁTIA DA CUNHA SIMÕES
Quais são as dificuldades encontradas para a Formação de docentes para crianças com
ORIENTADOR:
necessidades especiais PROFº DR.RÉGIS
que freqüentam a escolaFLÁVIO
regular,VARELA DE OLIVEIRA
especificamente no CEMEI
Wilma Maria de Faria, escola de Ensino Infantil, localizada no município de Alto do
Rodrigues/RN?

OBJETIVO GERAL:

Analisar a importância do processo de formação para docentes de crianças que estudam


na escola regular e que apresentam necessidades especiais, estudantes do Ensino
Infantil, na escola CEMEI no município de Alto do Rodrigues/RN.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Identificar problemas com a falta de formação especifica para docentes de


crianças com necessidades especiais;
• Investigar a eficácia de estratégias de ensino específico para atender as crianças
da escola regular com necessidades especiais;
• Reconhecer a importância do papel da família da criança com necessidades
especiais no processo de ensino e aprendizagem.
143

APÊNDICE “C”

UNIPÓS – UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

TERMO DE COMPROMISSO

Eu _______________________________________________, aceito participar


como sujeito da pesquisa de Mestrado, desenvolvida pela Mestranda Kátia Simone
Pereira de Souza e orientada pelo Professor Doutor Régis Flávio Varela de Oliveira,
que tem como tema de estudo A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO
DOCENTE PARA O TRABALHO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA
ESCOLA CEMEI WILMA MARIA DE FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN. Desse
modo comprometo-me a participar de entrevista ou/e questionário. Ciente que irão
ser publicada em consonância com os princípios éticos da pesquisa.
144

APÊNDICE “D”

UNIPÓS – UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

QUESTIONÁRIO PARA OS DOCENTES

Cara (o) professor (a), peço sua colaboração no sentido de responder este
questionário que servirá de subsídio para minha pesquisa de mestrado-intitulada: A
IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O TRABALHO
DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA ESCOLA CEMEI WILMA MARIA DE
FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN

Pelo presente consentimento, declaro que fui informado (a), de forma clara, objetiva
e detalhado do tema da pesquisa, cujo objetivo é analisar a importância do processo
de formação para docentes de crianças que estudam na escola regular e que
apresentam necessidades especiais, estudantes do Ensino Infantil, na escola
CEMEI no município de Alto do Rodrigues/RN.
Estou ciente de que receberei resposta a qualquer dúvida sobre os procedimentos e
outros assuntos relacionados com esta pesquisa. Também terei plena liberdade para
retirar meu consentimento, a qualquer momento, podendo deixar de participar do
estudo. Tenho consciência, ainda, que a participação nesta pesquisa não terá
complicações legais e que nenhum dos procedimentos usados oferece riscos e
desconforto aos participantes.
Concordo em participar deste estudo, bem como autorizo, para fins exclusivamente
de pesquisa, a utilização dos dados coletados. O registro das observações ficará à
disposição da instituição para outros estudos, sempre respeitando o caráter
confidencial das informações registradas e o sigilo de identificação dos participantes.
Os dados serão arquivados pela pesquisadora e destruídos após um prazo de 05
(cinco) anos.
145

QUESTIONÁRIO

PERFIL DO(A) PESQUISADO(A)

1 – Sexo

Masculino () feminino ()

2 – Idade: 25 a 29 () 30 a 39 ( ) 40 a 49 ( ) 50 a 59 ( ) 60 mais ( ).

3 – Há quanto tempo você atua como professor da escola regular (a)?

4 – Qual a sua formação acadêmica?

Ensino Médio ( ) Graduação ( ) Pós graduação ( )

5 – Você tem formação na área de Educação Especial que auxilie no seu trabalho
com crianças com necessidades educacionais especiais? Qual?

6- A Secretaria Municipal de Educação oferece cursos de formação para os


professores da escola regular para trabalhar com crianças com necessidades
educacionais especiais?

7- Como é sua relação com o profissional da sala de Atendimento Educacional


Especializado (AEE)?

8 - Como é sua relação com o cuidador(a) de sua sala de aula?

9- Para você, quais os aspectos da sua mediação que favorecem o aprendizado dos
alunos com necessidades educacionais especiais?

10 - Quais os principais entraves para que você enquanto professor (a)da escola
regular desenvolva seu trabalho com crianças com necessidades educacionais
especiais?

11- Como acontecem as relações interpessoais com a família dos alunos com
necessidades educacionais especiais? A família colabora para o aprendizado
desses alunos?

12- Como você contribui nesse processo das relações interpessoais da família com
oprofessor da sala de aula regular?

13-Em sua opinião, o gestor e o apoio pedagógico da escola contribuem para a


aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais? Como?

14-Para você qual é a maior dificuldade que os alunos comnecessidades especiais


enfrentam na sala de aula regular?

15- Os professores da sala de aula regular planejam atividades adaptadas para os


alunos com dificuldades educacionais especiais?
146

16- O aluno com dificuldades educacionais especiais participa de todas as


atividades proposta?

17-Todos os professores da sala de aula regular estão capacitados para receber os


alunos com dificuldades educacionais especiais?

18- De que forma a equipe multidisciplinar da Secretaria Municipal de Educação


contribui para que o professor da sala de aula regular desenvolva seu trabalho?
147

APÊNDICE “E”

UNIPÓS – UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

QUESTIONÁRIO PARA OS SUPERVISORES EDUCACIONAL

Cara (o) Supervisor Educacional (a) peço sua colaboração no sentido de responder
este questionário que servirá de subsídio para minha pesquisa de mestrado-
intitulada: A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O
TRABALHO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS NA ESCOLA CEMEI
WILMA MARIA DE FARIA EM ALTO DO RODRIGUES/RN

Questão1- Como é feito o planejamento das ações pedagógicas na instituição para


crianças com necessidades educacionais especiais?

Questão 2 – Quais estratégias de ensino abordadas pelos docentes para trabalhar


com crianças com necessidades educacionais especiais no CEMEI Wilma Maria de
Faria?

Questão 3 - Como é feito o encaminhamento do aluno para equipe multidisciplinar?

Questão 4 – Qual a importância da relação professor, aluno e família agregado a


prática do docente em sala de aula?

Questão 5 – Como acontece a inclusão de alunos com necessidades educacionais


especiais no processo de ensino e aprendizagem?

Questão 6 – Qual a contribuição da formação na área especifica da inclusão para os


docentes da escola regular?

Questão 7 – Quais os documentos norteadores da instituição CEMEI Wilma Maria


de Faria?
148

ANEXOS

UNIPÓS – UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

ALUNOS ESPECIAIS DO CEMEI REALIZANDO ATIVIDADES

Imagem 01 – Aluno especial do CEMEI realizando atividade coordenação motora grossa

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Imagem 02 – Aluno especial do CEMEI trabalhando no tapete sensorial

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020


149

Imagem 03 – Aluno especial do CEMEI interagindo com outras crianças na hora da atividade

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Imagem 04 – Aluno especial do CEMEI realizando atividade de pintura livre

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020


150

Imagem 05 – Aluno especial do CEMEI realizando atividade de pintura direcionada

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Imagem 06 – Aluno especial do CEMEI trabalhando a identidade e autonomia

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020


151

Imagem 07 – Aluno especial do CEMEI realizando atividade coordenação motora grossa

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Imagem 08 – Aluna especial do CEMEI realizando atividade de pintura em casa com a família

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020


152

Imagem 09 – Aluna especial do CEMEI realizando atividade de pintura em casa com a família

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Imagem 10 – Aluno especial do CEMEI realizando atividade de quebra cabeça com auxilio da mãe

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020


153

Imagem 11 – Aluno especial do CEMEI trabalhando a identidade da criança

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

Imagem 12 – Aluno especial do CEMEI trabalhando a coordenação motora

Fonte: CEMEI Wilma Maria de Faria, 2020

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