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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

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A Alfabetização e as TICs: caminhos metodológicos


possíveis em tempos de pandemia.
Autores: Denilson Rodrigues Souza e Patricia Sousa Sales Frazão
Prof. Orientador: Nadja Maria Morais Menezes
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso (TURMA) – Estágio: Ped- 3920
14/09/2021

RESUMO

Este trabalho intenta discutir as metodologias de ensino utilizadas pelos/as professores/as para a
alfabetização em contexto de pandemia. Deste modo, o objetivo desta pesquisa é apresentar as
tecnologias de informação e comunicação enquanto metodologia de ensino possível para a
alfabetização no ensino remoto a partir de uma pesquisa bibliográfica de três artigos previamente
selecionados. Desta forma, se investigará sobre alfabetização atualmente no ensino público
brasileiro, desafios e criações de novas possibilidades, assim como demonstrar as tecnologias de
informação e comunicação como ferramentas metodológicas mais procuradas e aplicadas. A partir
disso conclui-se que as metodologias manuseadas por meio das tics, auxiliam na dinâmica da sala
de aula virtual ou presencial, e na renovação de um ensino mais criativo e interativo.

Palavras-chave: Alfabetização; Ensino Remoto; Tecnologia

1 INTRODUÇÃO

A alfabetização é um processo do ensino brasileiro que tem muitos desafios, desde os


conteúdos aos métodos e técnicas para elaborar e articular tais conteúdos. Na atualidade, a
alfabetização se torna ainda mais complicada pelo fato do COVID-19, que mesmo diante da
vacinação, ainda segue com suas variantes colocando em risco a vida de milhares de pessoas. Esse
cenário não afeta apenas a saúde pública, como se sabe, mas todos os setores da sociedade,
principalmente a Educação Pública brasileira, que é integralmente presencial.
Partindo disso, a educação, seja pública ou privada, teve que se utilizar de outros recursos
para poder dar continuidade ao ensino. O recurso utilizado foi o Ensino Remoto Emergencial
(ERE), isto é, estratégias didáticas e pedagógicas criadas para diminuir os impactos das medidas de
isolamento social sobre a aprendizagem. Tais medidas podem ser por tecnologias ou não e auxiliam
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a manter os vínculos intelectuais e emocionais dos estudantes e da comunidade escolar durante a


pandemia.
Muitos profissionais da educação, pais e estudantes tiveram que passar por uma dinâmica de
adaptação do espaço físico para o virtual e as ferramentas tecnológicas que foram sendo
acrescentadas, como google clasroom, google meet, portais da educação, entre outros. Desta forma,
diante da utilização de plataformas virtuais e de ferramentas digitais, a questão da metodologia de
ensino se torna central e assim as dificuldades com relação a qual metodologia aplicar transformar-
se no grande desafio, visto que muitos professores (as) nunca haviam ensinado pelo modelo virtual
e nem muito menos tem experiência com os aplicativos e programas empregados na educação
virtual.
Assim, a relevância de tratar da Alfabetização e das metodologias de ensino utilizadas no
ensino remoto, principalmente das tecnologias de informação e comunicação (TICS), é ponto
central no momento em que vivemos. Mesmo que a situação esteja mudando e que o ensino
presencial já esteja sendo retomado nas escolas particulares e já projetado para as escolas públicas,
necessita sabermos quais efeitos e continuidades terá a escola depois da experiência do ERE.
A aplicação das TICs, que se intensificou ainda mais no ensino remoto, já vinha sendo
aproveitada, de modo incipiente, mas foi inserida. De todo modo, alfabetizar presencialmente já
tinha suas dificuldades, e virtualmente? Como alfabetizar os/as estudantes do ensino público em
tempo de pandemia? Que ferramentas utilizar para despertar interesse e inserir a participação dos
estudantes e pais nesse processo? O ensino remoto despertou para a importância da colaboração dos
pais na formação de seus filhos e demonstrou muitas dificuldades nessa empreitada.
Assim, questões como “de que ferramentas e procedimentos metodológicos dispor? ” e
“como alfabetizar por meio das telas?” Transforam-se em grandes problemas para muitos
professores e professoras analfabetos digitais e com a maioria dos estudantes letrados virtualmente.
Diante destas problemáticas é que este projeto irá se desenrolar e encaminhar.
Partindo do exposto, o objetivo desta pesquisa é apresentar as TICs enquanto metodologia
de ensino possível para a alfabetização no ensino remoto a partir de uma pesquisa bibliográfica de
três artigos previamente selecionados; SILVA (2020); GALINDO (2020); SANTOS (2021). Desta
forma, se investigará sobre alfabetização atualmente no ensino público brasileiro para compreender
a transição da alfabetização presencial para o virtual, desafios e criações de novas possibilidades,
assim como demonstrar as tecnologias de informação e comunicação como as ferramentas
metodológicas mais procuradas e aplicadas.
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Intenta-se apresentar caminhos metodológicos através das tecnologias virtuais para auxiliar
na alfabetização seja ela virtual ou presencial.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Por se tratar de um tema recente, ainda não se tem muito material para debate, no entanto, a
produção está crescendo a cada dia dentro das escolas e universidades brasileiras, visto que é uma
problemática fundamental de uma das principais etapas do ensino e uma preocupação do ensino na
atualidade por conta da pandemia. Assim, o embasamento teórico deste artigo se dá pela discussão
da própria alfabetização, dificuldades e desafios no ensino brasileiro, tanto no presencial no quanto
no remoto, e depois sobre caminhos metodológicos que podem auxiliar no processo de
alfabetização através das tecnologias de comunicação e informação.

2.1 Alfabetização: dificuldades e desafios no ensino brasileiro

Assim como são várias as concepções sobre educação e como educar, do mesmo modo é o
conceito alfabetizar. Para não se ater em uma discussão prolongada sobre diversas correntes da
educação e suas concepções sobre a alfabetização, preferimos o caminho proposto por Paulo Freire
no seu livro A Importância de Ler (2017) no qual o autor discorre que: “[...] a leitura de mundo
precede a leitura da palavra” (FREIRE, 2017, p. 10).
Desta forma, compreendemos a alfabetização como uma forma de ler o mundo, seja ele por
meio das palavras, das telas ou imagens, não é um ato que se restringe apenas na decodificação e
codificação de palavras, mas sim ser capaz de inferir o que determinada palavra ou imagem
significa em um contexto (FREIRE, 2017).
Esse teórico nos dá um vislumbre de como deveria ser a alfabetização, entretanto, sabe-se
que não é dessa forma que acontece, pois hoje em dia temos vivenciado a dura realidade que muitas
crianças têm concluído sua escolarização sem estarem alfabetizadas (INEP, 2016).
No entanto, essa forma de pensar a alfabetização ainda não é realista no contexto brasileiro,
pois ainda galgamos em um modelo tradicional que se esgueira como método único de
alfabetização nas escolas públicas. Teóricas como Miriam Lemle (2009), nos auxiliam a entender
como ocorre a alfabetização, de acordo com Lemle (2009), o estudante necessita construir alguns
conceitos. O primeiro é pensamento simbólico, isto é, é preciso relacionar os sons da fala com as
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letras do alfabeto, dessa maneira o professor alfabetizador desenvolve atividades para que a criança
“consiga compreender o que seja relação simbólica entre dois objetos” (LEMLE, 2009, p.8)
Essa dinâmica exige um empenho e desempenho do professor, além de tempo para que esse
pensamento seja construído. O segundo requisito para alfabetização é a criança ser capaz de poder
diferenciar as letras. Existem letras no sistema alfabético que tem sons parecidos, logo, o professor
precisa explicar para as crianças que as letras não são parecidas com os objetos do cotidiano:

note que os objetos manipulados em nosso dia a dia não se transformam ao mudarem de
posição [...]. Mas um b com a haste para baixo vira p e um p virado para o outro lado vira q.
[...] A criança que não leva em conta conscientemente essas percepções visuais finas não
aprende a ler. (LEMLE, 2009, p.8)

Desta forma, a própria alfabetização em si é um grande desafio e quando atrelada em um


contexto com poucos recursos e carente de inúmeras formas, dificulta ainda mais a atividade de
professores e professoras que se dedicam no dia a dia para alfabetizar salas superlotadas.
Levando em consideração o novo cenário educacional no Brasil, isto é, da entrada aos seis
anos no Ensino Fundamental, que anteriormente era aos sete anos, desafiou ainda mais os
educadores e pesquisadores a definir claramente o que se espera da escola nos anos iniciais de
escolarização. Exigindo profunda investigações que buscassem dar conta do imenso leque de
questionamentos dirigidos ao currículo, à organização das práticas e aos espaços físicos para
inclusão da criança pequena na escola dos anos iniciais (LUIZ, 2020).
Juntamente com essas mudanças estão as práticas educacionais dos professores, exigindo
cada vez mais que sejam reflexivos e construtivistas e que busquem se aperfeiçoar através de novas
práticas de ensino; por meio de cursos de formação e capacitação. Esperando-se assim que atendam
a cada aluno em sua necessidade, uma vez que um fator principal desse processo é a adversidade de
direitos iguais a todos.
De acordo com Abreu e Miranda (2007, p.9):

A transição da criança de seis anos da educação infantil para o Ensino Fundamental não é
apenas uma questão política normativa, mas sobretudo uma questão pedagógica que exige o
entendimento do alfabetizador sobre como ocorre o processo de aquisição da leitura e da
escrita, que na perspectiva da construção do conhecimento não dissocia o ato de alfabetizar
e letrar e ainda realiza uma mediação condizente com o nível de conceitualização da
criança. Sendo assim, não necessariamente o domínio da alfabetização deve ocorrer na série
ou fase introdutória. Aceitar esse fato natural significa respeitar as necessidades das
crianças nos diversos espaços sociais que ela convive e viabilizar de forma tranquila e
harmoniosa o seu processo de escolarização.

Tais mudanças fizeram com que o sistema brasileiro tivesse que recorrer há toda uma
atualização e adaptação que ocorre até nos dias atuais, principalmente dos educadores que devem
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buscar formação continuada e possibilidades metodológicos de alfabetização diversas, visto que


também a escola pública é um espaço de sujeitos educandos diversos.
Um documento importante que contribui para uma maior atenção a alfabetização no Brasil é
A Política Nacional de Alfabetização (PNA), instituída pelo Decreto nº 9.765, de 11 de abril de
2019, que é um marco na educação brasileira. O tema da alfabetização, fundamental para a vida
escolar e para o pleno exercício da cidadania, é trazido com toda o vigor para o centro da política
pública educacional do país.
A PNA (BRASIL, 2019) preconiza em seus artigos que a alfabetização no Brasil deverá
basear-se em evidências cientificas; que deve haver centralidade do papel da família na
alfabetização; considera a alfabetização como instrumento de superação de vulnerabilidade social;
tem como objetivos principais a promoção da cidadania por meio da alfabetização, elevar a
qualidade do ensino da aprendizagem e contribuir para alcançar as metas 5 e 9 do PNE (Plano
Nacional de Educação):
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino
fundamental. Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou
mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final
da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por
cento) a taxa de analfabetismo funcional (MEC, 2014).

A taxa de analfabetismo altera a cada ano e no ano em que tivemos umas das maiores crises
na saúde e também na educação, ou seja, na pandemia do COVID-19, a situação só se tornou ainda
mais complicada, pois já era difícil alfabetizar com os recursos escassos da escola, agora os
educadores teriam que educar virtualmente.

2.1.1 Alfabetização em contexto de pandemia

Com o isolamento social e as escolas fechadas, em meio às incertezas com relação à


educação escolar, nesse cenário houve a necessidade da criação do Ensino Remoto Emergencial
(ERE), como alternativa para dar continuidade às aulas suspensas por conta da pandemia. Para dar
orientação e resposta às inseguranças em relação à educação na pandemia, o Conselho Nacional de
Educação (CNE), órgão colegiado ligado ao Ministério da Educação (MEC) publicou resoluções
definindo a oferta do ensino de forma remota.
Nos termos definidos pelo Parecer CNE/CP nº 5, de 28 de abril de 2020, recomenda-se que
os sistemas e organizações educacionais desenvolvam planos para a continuidade da implementação
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do calendário escolar de 2020-2021, de forma a retomar gradualmente as atividades. De acordo


com Silvania Luiz (2020, p.23):

No caso da educação nacional, em todos os níveis e modalidades, estados, municípios e


federação vêm orientando as redes públicas e as instituições particulares, no sentido de
ampliar balizas legais que permitam a flexibilização em torno da adoção da oferta
educacional não presencial, de forma a aprimorar medidas de qualidade ao aprendizado, ao
tempo em que se amplia, também, a longevidade dessas medidas.

Desta maneira, a ERE sugere que as instituições, desde a educação infantil até o ensino
superior, busquem alternativas para minimizar a necessidade de reposição presencial das aulas,
computando atividades digitais ou em material impresso para cumprimento de parte da carga
horária. E o grande está, para maioria dos educadores, na utilização de ferramentas digitais e
também no acesso dos educandos a essas ferramentas.
Aqui nos encontramos em uma encruzilhada, pois em muitas escolas os educadores, por
serem de outra geração, são analfabetos digitais e a maioria dos estudantes com acesso à internet
são letrados virtualmente ou não tem acesso as plataformas. São grandes desafios que o contexto
atual nos inseriu.
Partindo dessa encruzilhada, entende-se que acompanhamento às crianças no processo de
alfabetização se tornou assim destaque no Parecer 5/2020, do Conselho Nacional de Educação
(CNE), que trata da reorganização do calendário escolar e a possibilidade de atividades não
presenciais para cumprimento de carga horária, com orientações referentes a todos os níveis de
ensino.
A maneira como a reorganização deve acontecer na Educação Básica, especificamente na
alfabetização, é assim explicitado no referido parecer (2020, p. 11):

Nesta etapa, existem dificuldades para acompanhar atividades on-line uma vez que as
crianças do primeiro ciclo encontram-se em fase de alfabetização formal, sendo necessária
supervisão de adulto para realização de atividades. No entanto, pode haver possibilidades
de atividades pedagógicas não presenciais com as crianças desta etapa da educação básica,
mesmo considerando a situação mais complexa nos anos iniciais. Aqui, as atividades
devem ser mais estruturadas, para que se atinja a aquisição das habilidades básicas do ciclo
de alfabetização.

O CNE, então, reconhece a complexidade presente na alfabetização e por isso faz referência
às dificuldades de realização e acompanhamento das atividades na modalidade online e constata que
a participação de um adulto é condição imprescindível para cumprimento desse processo
(FERREIRA; FERREIRA; ZEN, 2020). Nesse ponto entram outras problemáticas, como a não
qualificação dos pais para esta tarefa, disponibilidade ou até mesmo recursos e conhecimentos
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tecnológicos para tal. Todas essas pedras são enormes empecilhos para o estudante ter acesso às
aulas na modalidade remota, visto que a pandemia também dificultou ainda mais a situação de
famílias de baixa renda.
A pandemia escancarou as feridas já visíveis do ensino público brasileiro e a sua não
eficácia na modalidade virtual. Entretanto, mesmo diante desse contexto turbulento e cruel, vê-se
ainda mais a necessidade da escola enquanto espaço físico e a urgência de melhoramento técnico e
na formação continuada, principalmente, na era da tecnologia em que vivemos e da emergência da
escola a sua adequação.

2.1.2 As TICS no processo de Alfabetização: possibilidade metodológica viável

O contexto de pandemia não apenas revelou as desigualdades latentes da escola e do país,


mas também o seu arcaísmo quanto aos tempos atuais e o uso do recurso da tecnologia, e junto com
isso a não formação tecnológica de muitos profissionais da educação dificultando ainda mais para
os educadores a tarefa de ensinar na nova modalidade virtual, pois a criança, além de aprender a ler
e escrever, deve dominar as práticas sociais de leitura e escrita que vão além do papel.
Desta maneira, em uma sociedade marcada pelo uso das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs), Rose e Meyer (2002, p. 148) nos revelam que,

As tecnologias trazem para os educadores um imenso leque de recursos didáticos para lhes
dar oportunidade de responder às diferenças individuais e às múltiplas facetas de sua
aprendizagem, proporcionando meios variados, ferramentas e métodos, graças à
flexibilidade que têm as tecnologias para se adaptar às diferentes necessidades dos
estudantes, ajudando a superar as dificuldades e apoiando-se nos aspectos com maior
potencial.

Por esse motivo, no mundo midiático e tecnológico, os professores têm que aliar os
instrumentos tecnológicos tão fundamentais para estimular o sentido das crianças e aliar os meios,
ou seja, os recursos audiovisuais (TV, vídeo, cinema, Data show, som etc.) que podem ser um elo
nessa perspectiva e não se pode negar, de acordo com Moran (2013, p. 32) que “As tecnologias
cada vez mais estarão presentes na educação, desempenhando muitas das atividades que os
professores sempre desenvolveram” ou se complementando, já que se torna imprescindível que o
professor se aproprie de novas ferramentas tecnológicas, criando aulas atrativas para que seus
alunos tenham total interesse em aprender, na busca para a construção de uma educação para a
diversidade.
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Na crise ocasionada pelo COVID-19, a pressão em cima do professor se intensificou, além


da péssima remuneração, questões psicológicas, saúde física e pouco tempo para formação
continuada, tal situação gerou um ambiente ainda mais estressante e que por essa razão não
podemos apenas cobrar do professor, mas de toda uma estrutura educacional que vai desde a família
e, principalmente, ao ministério.
De todo modo, as TICs ainda são um caminho mais viável e possível de metodologia no
ensino remoto e auxiliam muito na alfabetização, pois a relação com a mídia eletrônica é prazerosa
e sedutora, mesmo durante o período escolar, a mídia mostra o mundo de outra forma, mais fácil,
agradável e pode ser utilizada como uma forma mais atrativa de ensinar, no entanto, sem
esquecermos das dificuldades também. E mesmo que não utilizada na sala de aula, ela continua
educando como contraposto à educação convencional, educa enquanto entretém. (MORAN;
MASETTO; BEHRENS, 2003, p. 6).
À visto disso, a adequação de novas práticas tecnológicas de ensino deve visar melhorar a
qualidade, explorando a aplicação de imagens, movimentos, músicas e artes, moldando um universo
imaginário transposto sobre a realidade que será trabalhada no conteúdo em sala de aula.

3 METODOLOGIA

Para o desdobramento deste artigo, utilizamos a abordagem qualitativa de tipo interpretativa


documental para investigarmos como as tecnologias de informação e comunicação podem ser
aplicadas enquanto metodologia no ensino remoto, identificando assim de que modo ela constrói
obstáculos e ao mesmo tempo resoluções diante do contexto atual.
Para tal investigação, o instrumento empregado para coleta de dados foi a pesquisa
bibliográfica juntamente com a análise textual do referido referencial teórico operado neste artigo
no que tange ao uso das tics no ensino remoto. Assim, analisamos textos que demonstrassem a
relevância de aplicativos e ferramentas virtuais no auxílio da alfabetização no ensino remoto, bem
como demonstrando as dificuldades presentes na adaptação e reeducação dos docentes para operar
certas ferramentas digitais, na ausência ou presença dos pais no acompanhamento dos estudantes e
na construção de trajetórias resolutivas para as dificuldades encontradas no ensino virtual.
Além disso, é imprescindível discorrermos que não defendemos um modelo educacional que
se propõem inteiramente virtual, visto que as ferramentas digitais não substituem o espaço físico da
sala de aula, mas apenas se apresentam cada mais vez necessários como complementos
metodológicos do ensino, e o contexto atual acabou por demonstrar isso.
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3.1 Analise dos dados

Foram analisados um total de três artigos produzidos em tempos de pandemia, ou seja, de


2020 aos dias atuais. Tais produções tratam sobre o processo de alfabetização de crianças e as
dificuldades encontradas em contexto de pandemia, assim como as possíveis soluções e caminhos
metodológicos a partir da utilização das tecnologias de informação e comunicação. Outro detalhe
dos artigos investigados é em como a participação ou não dos pais é papel crucial para que o
processo de alfabetização seja efetivado.
O primeiro artigo analisado foi “Alfabetização de crianças em tempos de pandemia e aulas
remotas: o que dizem e fazem os/as professores/as?” (2020) de Maria Letícia Silva, et.al
apresentado no VII Congresso Nacional de Educação, no qual reflete sobre a importância da
perspectiva docente diante do ensino remoto em escolas públicas de municípios do agreste de
Pernambuco juntamente com as dificuldades da utilização de ferramentas virtuais e, ao mesmo
tempo, resoluções.
Análogo a pesquisa elaborada por Maria Silva é o artigo “Desafios para alfabetizar em
tempos de pandemia” (2021) de Helena Santos que trata sobre as estratégias e ações voltadas para a
alfabetização em um dos momentos mais difíceis para a educação. Uma das estratégias é a
utilização das tecnologias de informação e comunicação.
No terceiro artigo, de nome “Os efeitos da pandemia no processo de alfabetização das
crianças: elementos de contextualização a partir da perspectiva docente” (2020) de Aline Galindo,
et.al. foi elaborado um levantamento de questionamentos acerca do desenvolvimento de atividades
com crianças do Ensino Fundamental dos anos iniciais, tendo em vista o seu processo de
alfabetização (GALINDO, 2020).
A metodologia utilizada pela maioria dos docentes entrevistados nos artigos foram
ferramentas de plataformas virtuais e aplicativos, como o whatsapp, no qual criam-se grupos com
responsáveis e nele apenas as professoras falam – no caso dos ensino fundamental, o contato dos
pais com a professora se dá no privado. Nesse contexto, as aulas acontecem dessa forma: no início
da semana, a professora coloca as atividades da semana toda e durante os dias os responsáveis vão
enviando fotos ou vídeos, nos quais os alunos estão resolvendo a atividade e, se tiver alguma
dificuldade, a professora fica a disposição para fazer esse auxílio e tirar as dúvidas, fazer a
orientação para os pais para que eles passem para as crianças ou pelo google meet com aulas
esporádicas.
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Tais produções tratam exclusivamente sobre o processo de alfabetização de crianças e as


dificuldades encontradas em contexto de pandemia, assim como as possíveis soluções e caminhos
metodológicos a partir da utilização das tecnologias de informação e comunicação. Outro detalhe
dos artigos investigados é em como a participação dos pais é papel crucial para que o processo de
alfabetização seja efetivado. A ausência dos pais na dinâmica da alfabetização virtual causa
complicações que sobrecarregam os/as professores/as, pois, diferente do modelo presencial, eles
não podem saber exatamente se os estudantes fizeram mesmo a atividade, pois não estão
acompanhando-os presencialmente. Este trabalho deve ficar ao cargo dos responsáveis. Sem este
acompanhamento o processo de alfabetização pode ficar deficitário.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante das pesquisas investigadas, como no trabalho de Silva (2020), os recursos mais
utilizados pelos docentes durante suas aulas virtuais foram “internet, vídeo aulas, apostilas,
WhatsApp, You Tube e Google Classroom” (SILVA, 2020, p.15). No entanto, mesmo utilizando
estas ferramentas, os docentes entendiam que não estavam disponíveis para todos, pois infelizmente
nem todos têm acesso as ferramentas adequadas (SILVA, 2020). Entretanto, sabendo das
limitações que estas ferramentas ofereciam, ainda assim era melhor de alfabetizar diante deste
contexto, e “através de vídeo aula e aulas online, trabalhando com leituras simples, livros
paradidáticos, estudo de todas as famílias silábica, leitura de imagem, material de fichas de leitura e
leitura coletiva e individual online” (SILVA, 2020, p.5), é que iam encontrando caminhos virtuais
possíveis para alfabetizar.
Outra questão que a autora traz em sua análise é que as principais dificuldades encontradas
pelos docentes nesse contexto era a “falta de recursos como acesso a internet, o excesso de
burocracia nos registros das aulas e a falta de paciência e participação dos responsáveis pelos(as)
alunos(as)” (SILVA, 2020, p.6). Assim vemos a importância da participação da família para o
desenvolvimento da aprendizagem e, nesse contexto de pandemia em que a casa praticamente se
tornou a escola, esse papel e sua relevância tornam-se ainda mais indispensáveis, onde a família
passa a ser o principal canal entre as crianças e as escolas, por esse motivo, nesta conjuntura a
atuação da família é ainda mais acentuada.
Por isso o Conselho Nacional de Educação, reconhece que é complexo a alfabetização e por
isso faz referência às dificuldades de realização e acompanhamento das atividades na modalidade
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online e constata que a participação de um adulto é condição imprescindível para cumprimento


desse processo (FERREIRA; FERREIRA; ZEN, 2020).
Infelizmente, sabemos que a realidade da escola pública é que a maioria dos estudantes têm
pais que trabalham e que não podem está presente em casa, além da crise financeira que a pandemia
causou, fez com que as famílias de baixa renda se desestruturassem e isso acaba sobrecarregando os
professores e professoras, e por esse motivo a conclusão que a autora tem em frente as dificuldades
que os/as professores enfrentam é que o peso maior de todo esse contexto ainda continua com os(as)
professores(as), que mesmo à distância e especialmente por causa dela, têm que se desdobrar ainda
mais que o normal para alcançar os(as) educandos(as) e ainda ajudar as famílias dos estudantes
nessa missão e nesse modo de alfabetizar que muitos de nós nunca havíamos imaginado antes
(SILVA, 2020).
Para corroborar isso, a análise feita por Silva (2020), Santos (2021) percebe que o peso do
processo de educação se intensificou ainda mais sobre os professores, pois maioria dos pais sempre
perguntavam “ ‘quando vamos voltar ao normal?’, ‘depois as crianças terão reforço?’. Questões
sem respostas só aumentavam a angústia dos diretores e da comunidade escolar” (SIVA, 2021,
p.20).
Além dessa situação, há um grande problema, pois a grande maioria dos educadores, na
utilização de ferramentas digitais e também no acesso dos educandos a essas ferramentas enfrentam
dificuldades. E aqui é onde está a encruzilhada que falamos no início do artigo, pois em muitas
escolas os educadores, por serem de outra geração, são analfabetos digitais e a maioria dos
estudantes com acesso à internet são letrados virtualmente ou não tem acesso as plataformas. São
grandes desafios que o contexto atual nos inseriu.
Para confirmar este argumento, no segundo artigo analisado, encontramos um dado
interessante decorrente de pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos sobre Política Educacional e
Trabalho Docente da Universidade Federal de Minas Gerais (Gestrado/UFMG), que constata que
cerca de 89% dos professores no país não tinham experiência anterior à pandemia para dar aulas
remotas e 42% dos entrevistados afirmam que seguem sem treinamento, aprendendo tudo por conta
própria. Para 21%, é difícil ou muito difícil lidar com tecnologias digitais (SANTOS, 2021).
Aqui vemos as dificuldades que inúmeros professores tiveram em se educar virtualmente e
em sua pouca ou nada experiência com a utilização de tecnologias digitais no auxílio do ensino. Em
se tratando das tics, como já constatado, a maioria das escolas utilizaram e utilizam a Plataforma
Classroom, uma ferramenta do Google App, para publicar atividades e aulas gravadas, assim como
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receber as tarefas concluídas. Algumas aulas são realizadas ao vivo através de videoconferências da
plataforma Webex ou do Google Meet – uma das plataformas mais conhecidas (SANTOS, 2021).
Muitos/as professores/as acabaram por terem que se educar sozinho ou por meio de vídeo
aulas e de parentes letrados virtualmente. Alguns até arriscaram em produzir vídeos inicialmente no
próprio dispositivo de celular, transformados em link e inseridos diretamente em plataformas
virtuais, como youtube, google classroom e podcasts, isto é, a grande maioria está se esforçando
para construir novas formas de ensinar operando pelas ferramentas virtuais e para que os/as
professores pudessem atrair a atenção de crianças entre 6 e 7 anos foi muito importante desenvolver
estratégias que serviram para elaboração de novas metodologias, com uma abordagem simples e
didática, sempre com o cuidado de se levar em conta a pouca idade e a falta de autonomia de alguns
alunos (SANTOS, 2021).
Esse contexto aponta para a intensificação das TICs como o caminho mais viável e possível
de metodologia no ensino remoto e que podem auxiliar muito na alfabetização, pois a relação com a
mídia eletrônica é prazerosa e sedutora, mesmo durante o período escolar, a mídia mostra o mundo
de outra forma, mais fácil, agradável e pode ser operada como uma forma mais atrativa de ensinar,
no entanto, sem esquecermos das dificuldades também. E mesmo depois da pandemia ela
continuará educando como contraposto à educação convencional, educa enquanto entretém
(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2003, p. 6).
Assim, a internet favoreceu a construção cooperativa, o trabalho conjunto entre professores e
alunos, próximos física ou virtualmente. Podemos participar de uma pesquisa em tempo real, de um
projeto entre vários grupos, de uma investigação sobre um problema da atualidade.
Uma das formas mais interessantes de trabalhar hoje colaborativamente é criar uma página dos
alunos, como um espaço virtual de referência, onde vamos construindo e colocando o que acontece
de mais importante na classe, os textos, os endereços, as análises, as pesquisas, os post (postagens)
de instragam ou facebook. Aplicativos que podem colaborar na alfabetização.
Pode ser um site provisório, interno, sem divulgação, que eventualmente poderá ser
colocado à disposição do público externo. Pode ser também um conjunto de sites individuais ou de
pequenos grupos que se visibilizam quando os alunos acharem conveniente. A criação da página
não deve ser obrigatória, mas é importante incentivar a participação de todos em sua elaboração. O
formato, a colocação e a atualização podem ficar a cargo de um pequeno grupo de alunos
(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2003).
O importante nessa situação é combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula -
conhecer-nos, motivar-nos, reencontrar-nos - com o que podemos fazer a distância, pela lista -
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comunicar-nos quando for necessário e também acessar os materiais construídos em conjunto na


home page, na hora em que cada um achar conveniente.
É relevante, neste processo dinâmico de aprender virtualmente, utilizar todos os recursos,
todas as técnicas possíveis por cada professor, por cada instituição, por cada classe: integrar as
dinâmicas tradicionais com as inovadoras, a escrita com o audiovisual, o texto sequencial com o
hipertexto, e mais a frente o encontro presencial com o virtual.
E em um momento como esse muda a relação de espaço, tempo e comunicação com os
alunos. O espaço de trocas aumenta da sala de aula para o virtual. O tempo de enviar ou receber
informações amplia-se para qualquer dia da semana. O processo de comunicação se dá na sala de
aula, na Internet, no e-mail, no chat. É um papel que combina alguns momentos do professor
convencional - às vezes é importante dar uma bela aula expositiva - com mais momentos do
gerente de pesquisa, do estimulador de busca, do coordenador dos resultados. É um papel de
animação e coordenação muito mais flexível e constante, que exige muita atenção, sensibilidade,
intuição e domínio tecnológico.
Enfim, esses são os processos necessários para uma boa desenvoltura virtual que já se
encaminham para o presencial, pois tem de a ver uma síntese dos dois modos de comunicação: o
presencial e o virtual, valorizando o melhor de cada um deles e estar juntos fisicamente é
importante em determinados momentos fortes: conhecer-nos, criar elos, confiança, afeto.
Conectados, podemos realizar trocas mais rápidas, cômodas e práticas, bem como realizar
atividades que fazemos melhor no presencial: comunidades, criar grupos afins (por algum critério
específico) e outras circunstâncias que são essenciais para um bom ensino e, consequentemente,
aprendizado.
Por mais das dificuldades expostas pelos professores/as da manipulação das tecnologias de
informação, é nítido como elas auxiliam o entendimento de que a informática pode ser um
instrumento afinado perfeitamente com os projetos de aprendizagem e com as práticas pedagógicas,
desde que haja um gerenciamento adequado dos recursos informatizados. De acordo com
BEHRENS (2003), a inovação não está restrita ao uso da tecnologia, mas também à maneira como
o professor vai se apropriar desses recursos para criar projetos metodológicos que se apliquem de
modo à realidade dos estudantes.
A realidade virtual na era digital é uma nova dimensão que pode ser oferecida como
recursos de aprendizagem e em crise pandêmica ela se demonstrou ainda mais aliada ao processo de
ensino-aprendizagem, desde que aproveitada de forma adequada.
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Assim, mesmo ante essas dificuldades apresentadas na análise, SILVA (2021) demonstra
que “80% das classes investigadas por ela, conseguiram se alfabetizar e que vários foram os fatores
que determinaram essa alfabetização, resultado que já seria satisfatório em tempos de aula
presenciais. Este dado demonstra que assim como as tics podem sim funcionar enquanto
ferramentas metodológicos e colaboram para uma aula mais interativa, contudo, deve haver bons
recursos para que isso seja possível e, principalmente, auxílio da comunidade escolar (escola e
família), que é de suma importância neste processo, pois não adianta de nada novas metodologias
de ensino sem a colaboração e incentivo da família.
À vista do que foi apresentado, percebe-se então que diversas são as metodologias
manuseadas por professores e professoras para alfabetização e as ferramentas tecnológicas auxiliam
na dinâmica da aplicação dessas metodologias. Não existe uma mais correta que a outra, até porque
depende tanto do educador, quanto da classe e da escola. Não há uma receita. O que de fato existe
são tentativas responsivas de procurar novas formas de educar no modelo que prevaleceu até então
como vigente, isto é, o remoto. A volta as aulas presencias já estão ocorrendo em todo país e a
necessidade da educação virtual se tornou ainda mais latente, tanto de professores quanto de
estudantes.

5 CONCLUSÃO

Diante de toda a exposição, utilizando-se de análises de outros artigos relevantes para o


assunto, tanto no quesito da alfabetização e das tecnologias de comunicação e informação, o
objetivo central foi demonstrar as possibilidades metodológicas no contexto da pandemia por meio
do ensino remoto; suas dificuldades e resoluções.
Com base no contexto que estamos vivenciando e nas metodologias analisadas, ficou
evidente que as mudanças atingiram desde os/as professores que tiveram toda sua rotina modificada
e transformaram suas casas em salas de aula e se esforçam a cada dia para se reinventarem e ajudar
os/as estudantes do melhor modo possível, como também os/as educandos e suas famílias que
tiveram que se adequar a uma nova realidade, e são o pilar central, nesse novo modelo de aula, entre
a escola e o/a aluno/a, pois a sua casa se tornou um ambiente escolar.
Nas metodologias analisadas percebemos o quão importante é, realmente, o papel da família
na educação das crianças, especialmente diante do contexto atual no qual as famílias são a principal
ponte, como dito anteriormente, entre as crianças e seu/suas professores/as considerando que os pais
ou responsável também representam a figura do/a professor/a no auxílio a realização das atividades
sugeridas remotamente.
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Constatamos também como a falta de recursos, como acesso a internet, por exemplo,
dificultam a realização de um trabalho mais significativo com relação à alfabetização nas aulas
remotas, tornando esse processo ainda mais demorado e deficitário quanto à aprendizagem dos
estudantes, no entanto, os/as professores/as foram tentando encontrar soluções para cada vez incluir
os/as estudantes com menos recursos, exigindo menos deles quanto às atividades.
Assim, de acordo com as metodologias analisadas, percebemos também que a devolutiva e a
evolução do ensino-aprendizagem não tem sido tão satisfatória e a escola necessita ainda mais se
adaptar as novas tecnologias de comunicação e informação, capacitando ainda mais os/as
professores/as e exigindo mais recursos para os/as estudantes, o que nos faz refletir que o ensino
ainda se encontra muito tradicional, coisa que ficou bem explicita, pela dificuldade dos
educadores/as com o ensino virtual, algo que ficará ainda mais nítido no retorno as aulas
presenciais.
Entretanto, ressaltamos que mesmo diante das dificuldades aqui apresentadas, consideramos
que em frente ao cenário de incertezas trazido por essa pandemia, onde a suspensão das aulas
tornou-se medida essencial de proteção à saúde e à vida, professores/as, estudantes e famílias estão
se superando e buscando a cada dia novas formas de continuar com essa missão complexa e crucial
que é a alfabetização e a educação de modo geral.
À visto disso conclui-se que diversas são as metodologias manuseadas por professores e
professoras para alfabetização e as ferramentas tecnológicas auxiliam na dinâmica da aplicação
dessas metodologias e na renovação de um ensino mais criativo e interativo. Acreditamos que o
trabalho do/da docente é de caráter inovador e transformador, ou seja, um desafio constante de
mudanças e reinvenções e no contexto da pandemia isso fico ainda mais claro.
Por esse motivo, o/a educando deve cada vez mais procurar se reinventar e acompanhar os
novos desenvolvimentos tecnológicos para usufruir em suas metodologias de ensino e, por
conseguinte, no ensino-aprendizagem. Assim como o papel da família neste processo deve ser ainda
mais acentuado, pois nessa geração de educandos/as, a tecnologia acaba se tornando o primeiro
acesso ao saber, então, deve-se tomar cuidado que saberes são esses que estão sendo acessados. A
alfabetização com auxílio da tecnologia está se tornando algo essencial e precisamos nos preparar
para esta realidade real/virtual.
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