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Campo Elétrico
n
qo qi
F�o = Ko
�
2
r̂o,i
i=1
ro,i
→
Assim, se dividirmos F0 por q0 teremos:
n
F�o � qi
= Ko r̂
2 o,i
(3.1)
qo i=1
r o,i
19
20 CAPÍTULO 3. CAMPO ELÉTRICO
n
�
� qi
E(x, y, z) = Ko r̂
2 o,i
(3.2)
i=1
r o,i
F�o = qo E
� (3.3)
Note que utilizamos como condição que as cargas fontes do campo es-
tavam fixas, ou seja, que colocar a carga q0 no espaço não perturbará as
posições ou movimento de todas as outras cargas responsáveis pelos campos.
Muitas pessoas, às vezes, definem o campo impondo à q0 a condição de
→ �
ser uma carga infinitesimal e tomando E como: lim qFo
qo →0
Cuidado! Na realidade este rigor matemático é falso. Lembre-se que no
mundo real não há carga menor que e!
→
Se considerarmos a Equação 3.2 como definição de E , sem referência
a uma carga de prova, não surge problema algum e as fontes não precisam
ser fixas. Casa a introdução de uma nova carga cause deslocamento das
cargas fontes, então ela realmente produzirá modificações no campo elétrico
e se quisermos prever a força sobre a nova carga, devemos utilizar o campo
elétrico para calculá-la.
Conceito de campo: um campo é qualquer quantidade fı́sica que pos-
sue valores diferentes em pontos diferentes no espaço. Temperatura, por
exemplo, é um campo. Nesse caso um campo escalar, o qual nós escrevemos
como T(x,y,z). A temperatura poderia também variar com o tempo, e nós
poderı́amos dizer que a temperatura é um campo dependente do tempo e
escrever T(x,y,z,t). Outro exemplo é o campo de velocidade de um lı́quido
→
fluindo. Nós escrevemos v =(x,y,z,t) para a velocidade do lı́quido para cada
ponto no espaço no tempo t. esse é um campo vetorial. Existem várias idéias
criadas com a finalidade de ajudar a visualizar o comportamento dos campos.
A mais correta é também a mais abstrata: nós simplesmente considerarmos
os campos como funções matemáticas da posição e tempo.
3.2. DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA 21
N
O campo é uma grandeza vetorial e na unidade no SI é (Newton/Coulumb).
C
Se tivermos somente uma carga:
� = Ko q r̂
E
r2
Observação 3.1. Campo elétrico é radial e cai com a distância ao quadrado
� = � =Ko dq
� �
Usando o Princı́pio da Superposição: E dE r2
r̂
� = Ko λdl
�
E r2
r̂
b) superficial: carga distribuı́da ao longo de uma superfı́cie(ex: disco,placa).
dq
Densidade superficial de carga = σ =
ds
dq = λds
� = Ko σds
�
E 2 r̂
r
c) volumétrica: carga distribuı́da no interior de um volume(ex: esfera,
cubo, cilindro).
dq
Densidade volumétrica de carga = ρ =
dv
dq = ρdv
� = Ko ρdv
�
E 2 r̂
r
� �
�� � Ko λL Ko Q N
Resolução. Se tomarmos limite quando b>>L temos: �E P� = b2
= b2 C
= carga pontual
3.2. DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA 23
Resolução.
��r� = z 2 + R2 dl = Rdθ
λRdθ z
dEz = dE cos α = √
z 2 + R2 z 2 + R2
Por simetria só teremos componente na direção z.
�2π
� = k0 z λRdθ � = k0 zRλ2π 3 k̂
E √ 2 2
k̂ ⇒ E
+R z +R
z2
2
(z 2 + R2 ) 2
0
� �
� = 2πk0 λRz3 k̂ N =
E
Qzλ
3 k̂
(z 2 + R2 ) 2 C (z 2 + R2 ) 2
Analisando os limites R → ∞ e z >> R:
3.2. DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA 25
2πλRk0 z k0 Q
z >> R : E = 3
= 2 = carga puntual
z z
1
R → ∞:E → 0, com 3 se Q for fixa
R
1
com 3 se λ constante
R
ds = rdθdr
z
dEz = dE cos α = dE √
r2 + z 2
�2π �R �R
zσrdθdr rdr
E z = k0 √ = k0 zσ2π 3
r2 + z 2 (r2 + z 2 ) (r2 + z 2 ) 2
0 0 0
r2 + z 2 = u du = 2rdr
2 +z 2
R� � 2 2
−1 R +z
du u 2 ��
Ez = k0 zσ2π 3 = k0 zσπ
− 12 � 2
�
(u) 2
z
z2
� � � �
1 1 z z
Ez = −k0 zσ2π √ − = 2πk0 σ −√
R2 + z 2 |z| |z| R2 + z 2
Analisando os limites:
σ z
z << R : Ez =
2ε0 |z|
σ
, z>0
2ε0
�
E= σ
−
, z<0
2ε0
z >> R :
�− 12
R2 1 R2 1 R2
� � �
z
1− √ =1+ 1+ 2 =1− 1− + ... ≈
z 2 + R2 z 2 z2 2 z2
2 2
σ R σπR Q
⇒ Ez = = =
2ε0 2z 2 4πε0 z 2 4πε0 z 2
3.2. DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA 27
� �
σ z
2ε 1 − √ 2 , z>0
0 z + R2
Ez = � �
σ z
−1 − √
, z<0
2ε0 z 2 + R2
Fazendo os gráficos:
z << R
z >> R
n
2πr
n
4πr2
e
1
E∝
r2
30 CAPÍTULO 3. CAMPO ELÉTRICO
, o que é correto.
Q1 n1
=
Q2 n2
Exemplo 3.2.
3.4 Fluxo
Consideremos uma região no espaço, onde existe um campo elétrico como na
figura abaixo:
Uma superfı́cie de área A perpendicular a direção de E.
O fluxo através desta superfı́cie é: f = EA
3.4. FLUXO 31
A área de cada trecho tem certo valor e cada uma define univocamente
uma direção e sentido, a normal à superfı́cie orientada para fora. Para cada
→
trecho, temos um vetor a j que define sua área e orientação.
3.5. LEI DE GAUSS 33
→ →
O fluxo através desse pedaço de superfı́cie é dado por: Φ =E j . a j
� → →
E o fluxo através de toda a superfı́cie: Φ = Ej . a j
j
� → →
Tornando os trechos menores, temos: Φ = E .d a em toda a superfı́cie
Tomemos o caso mais simples possı́vel: o campo de uma única carga punti-
forme. Qual é o fluxo Φ através de uma esfera de raio r centrada em q?
� = k0 q r̂
E
r2
d�a = r2 senθdθdϕr̂
q
� ��
�
Φ = E · d�a = � k0 2 r2 senθdθdϕr̂
r
s s
�π �2π
= k0 q senθdθdϕ =
0 0
4πq q
= 4πk0 q = =
4πε0 ε0
Ou simplesmente:
q q
E × area total = k0 2
4πr2 =
r ε0
Portanto o fluxo não depende do tamanho da superfı́cie gaussiana.
Agora imagine uma segunda superfı́cie, ou balão, mas não esférica envol-
vendo a superfı́cie anterior. O fluxo através desta superfı́cie é o mesmo do
que através da esfera.
Corolário 3.1. Fluxo através de uma superfı́cie fechada é nulo quando a carga
é externa à superfı́cie.
� �
Φ= � · d�s =
E �1 + E
(E � 2 + ... + E
� n )·d�s
S S
LEI DE GAUSS:
→
O fluxo do campo elétrico E através de qualquer superfı́cie fechada é igual
à carga interna dividida por �0 .
� i · d�s = qint
�
E
ε0
S
?
Não, pois:
� ·A
� = EAtotal = k0 q 2 q
Φ=E 4πr =
r3 ε0 r
Por meio da lei de Gauss é possı́vel calcular a carga existente numa região
dado um campo. Esta lei simplifica problemas complicados, porém limitados
a sistemas que possuem alta simetria.
4) Calcule qint
→
5) Aplique a Lei de Gauss para obter E
� · d�s = qint
�
Φ= E
ε0
S
3.7. DIVERGÊNCIA DE UM VETOR E EQUAÇÃO DE POISSON 39
1 � s = ρ(P )
�
lim E.d� (3.4)
∆V →0 ∆V ε0
∆Σ
1
�
� v = lim
div�v (P ) = ∇.� �v .d�s
∆V →0 ∆V
→
onde ∆V é um volume arbitrário que envolve o ponto P e d s (elemento
orientado de superfı́cie).
De acordo com a Equação 3.4
40 CAPÍTULO 3. CAMPO ELÉTRICO
� E
∇. � = ρ
εo
� v = lim 1
�
∇.� �v .d�s
∆V →0 ∆V
em coordenadas cartesianas:
Segundo a definição ∆V é qualquer. Vamos considerar um paralelepı́pedo
de lados ∆x, ∆y e ∆z centrado no ponto P (x,y,z).
→
Vamos calcular o fluxo de v na face 2:
vx (2).∆y.∆z
3.7. DIVERGÊNCIA DE UM VETOR E EQUAÇÃO DE POISSON 43
→
Fluxo v na face 1:
−vx (1).∆y.∆z
1 1 ∂vx
vx (2) = vx (x + ∆x, y, z) = vx (x + y + z) + ∆x
2 2 ∂x
1 1 ∂vx
vx (1) = vx (x − ∆x, y, z) = vx (x + y + z) − ∆x
2 2 ∂x
Fluxo sobre 1 e 2:
� ∂vx
f luxos = ∆x∆y∆z
∂x
Da mesma forma se considerarmos as outras faces:
� �
∂vy
Φtotal = ∂v∂x
x
+ ∂y
+ ∂vz
∂z
∆x∆y∆z
� �
Φtotal = ∂v∂x
x
+ ∂v
∂y
y
+ ∂v
∂z
z
∆V
� �
∂vy
Φtotal = ∂ �v • d�s = ∂v ∂vz
�
∂x
x
+ ∂y
+ ∂z
∆V
Superfı́cie infinitesimal = ∆Σ
�
� v ∆V =
∇� � v dV
∇�
V
� � �
�v d�s = �v d�s
i P
S
∆ i
� �
� v dV =
∇� �v d�s
V S
� v = lim 1
�
div�v (P ) = ∇.� �v .d�si
∆Vi →0 Vi
Si
→
sendo v um campo vetorial qualquer, Vi é o volume que inclui o ponto
em questão e Si a superfı́cie que envolve este volume Vi .
→ →
Significado de ∇ . v :
a) Fluxo por unidade de volume que sai de Vi no caso limite de Vi infi-
nitésimo;
b) Densidade de fluxo desse valor através da região;
c) Grandeza escalar que pode variar de ponto para ponto.
Fazendo lim e Vi −→ 0
N →∞
� �
F� d�s = � F� dV
∇
S V
� E
∇. � = ρ
εo
Vamos usar o teorema da divergência para chegar neste resultado:
�
� ρdV
� s=
Ed� V
ε0
s
1
� � �
� s=
Ed� � EdV
∇ � = ρdV
ε0
s V V
� E
∇. � = ρ
εo
sendo a relação local entre densidade de carga e campo elétrico
O DIVERGENTE EM COORDENADAS CARTESIANAS:
F� = Fx î + Fy ĵ + Fz k̂
� F� = lim 1
�
∇ F� d�si
Vi →0 Vi
si
→ →
Queremos saber o ∇ . F no ponto P
Sabemos que:
∂Fy ∆y
Fy (x, y + ∆y/2, z) = Fy (x, y, z) +
∂y 2
Fluxo por 2:
� �
∂Fy ∆y
F� A
� = Fy (x, y + ∆y/2, z)∆x∆z = Fy (x, y, z) + ∆x∆z
∂y 2
Fluxo por 1:
� �
� � ∂Fy ∆y
F A = −Fy (x, y − ∆y/2, z)∆x∆z = − Fy (x, y, z) − ∆x∆z
∂y 2
∂Fy
∆x∆y∆
∂y
Somando fluxo 3 + fluxo 4:
∂Fx
∆x∆y∆z
∂x
Somando fluxo 5 + fluxo 6:
3.8. TEOREMA DE GAUSS E FORMA DIFERENCIAL DA LEI DE GAUSS47
∂Fz
∆x∆y∆z
∂z
� �
� F� = lim 1
∇
∂Fx ∂Fy ∂Fz
+ + ∆Vi =
∂Fx ∂Fy ∂Fz
+ +
∆Vi →0 ∆Vi ∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
F� = Fx î + Fy ĵ + Fz k̂
� = ∂ î + ∂ ĵ + ∂ k̂
Operador nabla: ∇
∂x ∂y ∂z
Em coordenadas esféricas: (r,θ,ϕ):
Resolução.
ρπr2 L ρπa2 L
E2πrL = ↔ E2πrL =
ε0 ε0
→
− ρr ρπa2 L
E = r̂ (r < a) ↔ E2πrL =
2ε0 ε0
� �
�E
∇ � (r < a) = 1 ∂ (rEr ) = 1 ∂ r
ρr
r ∂r r ∂r 2ε0
�E
∇ � = ρ
ε0
ρa2
� �
�E
∇ � (r > a) = 1 ∂ (rEr ) = 1 ∂ r
r ∂r r ∂r 2ε0 r
�E
∇ � =0
3.8. TEOREMA DE GAUSS E FORMA DIFERENCIAL DA LEI DE GAUSS49
� = 1 q
E r̂
4πε0 r2
�E� = q 1 ∂ 2
∇ (r Er ) = 0 , r �= 0
4πε0 r2 ∂r
Não faz sentido calcular o campo em cima dela mesma (a carga), já que
ela gera o campo.
50 CAPÍTULO 3. CAMPO ELÉTRICO