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Magnetização É feita pela rede elétrica ou através de Pode fornecer ou consumir reativos em
banco de capacitores. função da corrente de excitação.
Rendimento Menor que o do gerador síncrono. Mantém a o alto rendimento mesmo
Decresce na medida em que a potência operando abaixo das condições nominais.
das máquinas diminui. É baixo quando
operando abaixo das condições nominais
.
Fator de potência Decresce quando a velocidade de Pode ser ajustado em função das
operação e / ou a potência é diminuída. necessidades do sistema.
Inércia das massas Seu rotor tem baixa inércia, o que pode Inércia de rotor maior do que a do GI.
girantes em rejeição necessitar em alguns casos de um
de carga volante de inércia.
Qualidade da energia Altas variações de tensão e freqüência, Tensão e freqüência praticamente
gerada mesmo com o uso de sistema de controle. constante.
Seleção da máquina Pouco suporte dos fabricantes. Risco de Dimensionamento mais simples, muito
baixo desempenho da máquina devido ao embora necessite de atenção especial ao
fato de ter sido projetada para operar regulador automático de tensão.
como motor.
Partida de motores de Podem perder a magnetização, causando Possui capacidade de suportar o
grandes potências colapso no sistema. transitório de partida de motores de
grandes potências.
Com base nas premissas apresentadas, observa-se que o uso da máquina de indução em
grupos geradores BFT mostra-se uma alternativa atraente, seja em modo isolado ou acoplado à
rede elétrica.
É interessante notar também que a faixa de potência (0,5 a 100 kW) em que as máquinas de
indução se sobressaem sobre as síncronas segundo Chapallaz (2000), abrange a faixa (3 a 85 kW)
em que Lopes (2003) concluiu ser factível o investimento para um horizonte de 4 anos e com taxas
de interesse de 18% a.a..
Os estudos das perdas energéticas têm por finalidade estimar a eficiência do grupo gerador
BFT. Os testes realizados neste trabalho foram feitos em uma máquina de fluxo de menor porte, de
forma que se pudesse trabalhar em uma bancada de ensaios mais flexível.
3.3.1 A BFT
A bomba hidráulica de menor porte que foi utilizada nos ensaios foi a EHF 32-16, 4 pólos,
com rotor de 170mm, fabricada pela EH Bombas Hidráulicas. De posse do catálogo de
especificações técnicas fornecido pelo fabricante, foi possível fazer a conversão da máquina para
utilização como BFT a partir do modelo de Sharma (1985). A figura 3.1 apresenta a curva de
desempenho da bomba EHF 32-16.
Capítulo 3 – O Trabalho Desenvolvido 47
Segundo Lopes (2003), a conversão entre os modos operatriz e motriz inicialmente seria
feito pelo modelo de Sharma (1985) e, após a pré-seleção da bomba hidráulica, ajustes em função
da velocidade de operação seriam feitos através da metodologia de Willians (1995).
operação quando operando como bomba. Assim, definida a velocidade de operação, faz-se
iterações até a convergência dos valores de rendimento e do ponto de operação da bomba.
Q Bomba 1
QBFT = × (3.1)
ηmáx (1 - s nom )
0, 8
2
H æ 1 ö
H BFT = Bomba × çç ÷
ηmáx è (1 - snom ) ÷ø
1, 2 (3.2)
Q Bomba (1 + snom )
QBFT = × (3.3)
(1 - s nom )
0, 8
ηmáx
2
H æ (1 + snom ) ö
H BFT = Bomba × çç ÷
ηmáx è (1 - snom ) ÷ø
1, 2 (3.4)
Como pode ser observado na figura 3.2, os dados de entrada são HBFT , QBFT , rendimento
percentual da máquina em modo operatriz (bomba), o tipo de funcionamento (acoplado ou isolado)
e o escorregamento nominal percentual da máquina de indução. Ao executar o programa, o mesmo
retorna ao usuário os dados relativos ao aproveitamento, ou seja, HBFT e QBFT , a potência
hidráulica disponível, o modo de fornecimento de energia elétrica, o rendimento em modo operatriz
e o ponto de operação da bomba.
unidade hidrogeradora BFT, utilizar o escorregamento nominal da máquina de indução que vem
acoplada à maquina de fluxo para finalmente fazer as iterações.
Para se fazer uma estimativa do rendimento da turbina e para se avaliar a aplicabilidade das
equações de Willians (1995), levantou-se a curva de potência em modo motriz da bomba EHF 32-
16, em função da velocidade do rotor. Para tal, foi acoplado ao eixo da BFT um freio do tipo
Prony.
M = l ×m× g (3.5)
Pino de contato
Apresenta-se nas figuras 3.4 e 3.5, as fotos do freio acoplado ao eixo da bomba EHF 32-
16.
Figura 3.4: Vista superior do freio de Prony Figura 3.5: Vista Frontal do freio de Prony
O pino de contato foi posicionado sobre o prato de uma balança (do fabricante Filizola tipo
L com capacidade máxima de 10 kg de carga e resolução de 10 g), para que fosse possível obter
medidas de massa para determinação do torque e da potência, no eixo da bomba. Assim, a ponta
do braço de alavanca transmitirá um momento, advindo da potência existente na polia girante no
eixo da BFT.
Peixo = M × ω (3.6)
Peixo = l × m × g × ω (3.7)
Logo, de posse dos valores de massa e velocidade podemos extrair as curvas de Potência x
Velocidade e Rendimento x Velocidade.
De posse dos resultados obtidos no ensaio, foi possível traçar o gráfico de potência no eixo
em função da velocidade e de rendimento percentual em função da velocidade. A seguir, nas figuras
3.6 e 3.7, são apresentados os gráficos obtidos.
Capítulo 3 – O Trabalho Desenvolvido 53
No gráfico da curva de potência na figura 3.6 foram feitas regressões polinomiais, onde foi
observado um melhor ajuste na regressão de 3ª ordem.
No gráfico de rendimento mostrado na figura 3.7, o melhor ajuste obtido com regressão
polinomial, foi o de segunda ordem. A partir deste gráfico é possível observar uma deficiência do
freio de Prony: à medida em que se aumenta a carga no freio tem-se problemas de vibração do
mesmo, fato este que dificulta a leitura das grandezas.
Sabendo-se que a máquina de fluxo projetada para operar em 1750 rpm, selecionou-se uma
máquina de indução compatível para ser acoplada ao eixo da daquela. A máquina de indução que
foi acoplada ao eixo da BFT é do fabricante WEG Motores. Os dados de placa da máquina
encontram-se na tabela 3.4.
Tabela 3.4: Dados de placa para condição nominal da máquina de indução 1,5 cv – ligação em delta
A partir do ensaio da BFT, observou-se que o melhor rendimento acontece em 1590 rpm e
a maior potência fornecida em 1780 rpm. No entanto, sabe-se que a velocidade nominal da
máquina de indução selecionada é de 1750 rpm. Logo, a velocidade de interesse para a utilização
desta como gerador, diretamente conectada à rede, é de 1850 rpm. A partir dos gráficos das figuras
Capítulo 3 – O Trabalho Desenvolvido 55
3.6 e 3.7, observa-se que a bomba EHF 32-16, em 1850 rpm, fornece cerca de 900 W potência e
tem um rendimento de 60%.
Feitas as iterações, o valor de rendimento atingido pela BFT foi de 48%. Tal rendimento é
cerca de 12% abaixo do atingido pela máquina em modo operatriz. Fato este já citado por Lopes
(2003), que contrariamente a Chapallaz (1992) obteve rendimentos em modo operatriz maiores do
que no modo motriz. Abaixo, o ábaco da curva de desempenho estático da máquina de fluxo EHF
32-16 com os pontos correspondentes às iterações.
Capítulo 3 – O Trabalho Desenvolvido 56
O conjunto BFT-GI foi preparado para operar conectado à rede elétrica. Para medir a
troca de potência com a rede elétrica, foi utilizado um medidor de energia de quatro quadrantes, ou
seja, um medidor capaz de medir as potências ativa e reativa em qualquer sentido entre os dois
sistemas. O medidor de energia utilizado é o MKM-D do fabricante KRON Medidores. Abaixo a
foto do medidor.
Esse equipamento faz a medição da tensão de linha, corrente de linha, fator de potência,
freqüência, potência ativa, potência reativa, potência aparente, energia, demanda ativa e demanda
reativa. Além dessas medições, o medidor possui memória de massa, o que possibilita o
monitoramento de até seis das variáveis citadas.
Capítulo 3 – O Trabalho Desenvolvido 58
A instalação do medidor foi feita de forma que os valores de potência ativa e reativa fossem
negativos (terceiro quadrante) quando a máquina de indução estivesse motorizando. No caso da
máquina estar gerando, a mesma consume reativos para a sua magnetização e fornece potência ativa
(quarto quadrante). A figura 3.11 ilustra os quatro modos de operação do medidor.
Em nenhum dos testes houve o fornecimento de potência reativa à rede elétrica, visto que a
máquina utilizada é de indução com rotor em gaiola sem uso de conversor, que implica dizer que não
existe a possibilidade deste fornecimento, salvo quando do uso de um banco capacitor
superdimensionado em paralelo com a máquina.
Para realização dos testes, construiu-se uma bancada móvel. Na figura 3.12, o diagrama
esquemático da bancada e na tabela 3.6 a discriminação dos componentes.
Capítulo 3 – O Trabalho Desenvolvido 59
Número Item
1 Gerador de Indução
2 Banco de Capacitores
3 Sistema de Medição
4 Soft-Starter
5 Rede Elétrica
A “soft-starter” em princípio não teve utilidade neste ensaio, contudo como foi prevista a
utilização da bancada em unidades maiores, onde os transitórios de partida são maiores, e assim
montou-se a bancada preparada para tal situação. A soft-starter foi programada para, após atingir
regime permanente, acionar o relé de “bypass”, e assim a unidade fica diretamente conectada à rede
elétrica. Este procedimento foi tomado visando não danificar o banco de capacitores9 devido aos
picos de corrente que acontece, durante o chaveamento dos tiristores da soft-starter. A
desvantagem que se tem com esta medida de segurança é a falta de monitoramento da corrente pela
“soft-starter”, sendo tal perda é compensada pelo medidor de energia.
9
Quando aplicável.
Capítulo 3 – O Trabalho Desenvolvido 60
O acionamento do sistema em todos os teste foi feito de acordo com os seguintes passos
listados na tabela 3.7.
Verificou-se a seqüência de fases da máquina de indução de forma a garantir que o sentido de giro da
1º
mesma estivesse em conformidade com o da máquina de fluxo em modo motriz;
Acionou-se o agente simulador do aproveitamento hidrelétrico (bomba acionada por inversor de
2º freqüência), inicialmente com a válvula de entrada de água na BFT totalmente fechado, onde esta foi
sendo aberta gradualmente até que a velocidade da BFT atingisse a velocidade síncrona;
Como pode ser observado, no momento da conexão existe consumo de potências ativa e
reativa, onde para esta potência está associada a magnetização da máquina e àquela as perdas
rotacionais e do cobre.
Tabela 3.10: Troca de potência com a rede elétrica em velocidade supersíncrona com banco de capacitores
Como era esperado, o consumo de potência reativa foi reduzido e o sistema continuou a
fornecer potência ativa ao barramento.
Capítulo 4
4 Estudo de Caso
4.1 Introdução
Propriedade CFLCL
Localização Ervália – MG
Início de Operação Abril de 1999
Área do Reservatório 161.037,29 m2
Valor do Empreendimento R$ 8,2 milhões
Rio Bagre
Potência 7,0 MW
Capacidade de Geração 31,0 GWh/ano
A figura 4.1 apresenta uma vista de conjunto da UHE Ervália e a figura 4.2 apresenta um
detalhe do sistema de vazão sanitária acoplado a barragem da usina.
4.2. Estes dados são de grande importância, visto que os mesmos são determinantes para o
dimensionamento da unidade piloto.
É interessante notar que a água que passa no sistema de vazão sanitária não possui
correlação com o seu nível à montante. Tal fato é decorrente do ajuste da válvula colocada na
tubulação não ser feito de forma otimizada. O ajuste da válvula do sistema de vazão sanitária é feito
de forma que se garanta a vazão mínima determinada pelos órgãos ambientais (50 l/s), assim,
quando o reservatório atinge o nível mínimo, a válvula é ajustada para garantir tal vazão. Caso o
nível do reservatório se eleve, a vazão do sistema é aumentada.
Saída do sistema
de vazão residual
Figura 4.2: Detalhe do sistema de vazão residual acoplado a barragem da UHE Ervália
Capítulo 4 – Estudo de Caso 67
Ervália
O aproveitamento da água residual da UHE Ervália deve ser instalado na tubulação pré-
existente no local, visando atender a proposta de instalação de unidades hidrogeradoras BFT na
vazão residual de usinas.
A figura 4.3 apresenta um desenho esquemático da instalação proposta para a UHE Ervália.
Figura 4.3: Esquema da instalação da unidade hidrogeradora BFT na vazão residual da UHE Ervália
Um sistema foi dimensionado para operar em paralelo com a rede elétrica. O sistema em
questão após os testes em laboratório deverá ser implantado na vazão sanitária da UHE, na
condição de unidade piloto.
Figura 4.5: Curva de desempenho estático da máquina de fluxo operatriz ITAP 125-200
(Fonte: Catálogo Eletrônico IMBIL)
Capítulo 4 – Estudo de Caso 71
A máquina de indução que vem acoplada à bomba é fornecida pelo fabricante WEG e
possui os dados de placa apresentados na tabela 4.3.
Tabela 4.4: Determinação do rendimento exato da máquina de fluxo operatriz ITAP 125-200
Iteração HBFT (m) QBFT (l/s) η máx (%) HBEP (m) QBEP (l/s) QBEP (m 3/h)
1ª 7,5 50 75 4,65 37,16 133,78
2ª 7,5 50 76,3 4,74 37,67 135,63
3ª 7,5 50 76,3 4,74 37,67 135,63