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RESUMO
1Graduando em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Ceará, Russas, Ceará. Email: felipebessa13@hotmail.com
2 Graduando em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Ceará, Russas, Ceará. Email:
marcosdavi160498@gmail.com
3 Graduando em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Ceará, Russas, Ceará. Email: matheusalencar23@alu.ufc.br
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Graduando em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Ceará, Russas, Ceará. Email:
matheusgomes-@hotmail.com
5 Graduando em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Ceará, Russas, Ceará. Email: samillekc@gmail.com
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ABSTRACT
The great North American economic growth, caused during and after the first war, made it a
global power. However, this ascent didn't last, giving space to the world's biggest economic
crisis, occurred between the years of 1929 e 1933. The great depression that settled in that
period de-structured the economy as a whole, affecting in the first place the United States, and
later spreading through all the capitalist countries. The result of that was a drastic change in the
politis and economy of the country, forcing the state to make direct interventions in the
economy, going against the classic liberalism followed at the time. This article's goal is to
analyze the crisis of 1929 and to observe its positive and negative aspects explaining its causes
and consequences, as well as the solutions found to minimize their effects. Finally, a new
economic plan is presented as solution to escape of the crisis, the New Deal, implemented by
the president Roosevelt in 1932, witch principles were based in the Keynesian theory.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A recuperação dos países atingidos pela guerra e a redução nas exportações levavam
a economia americana ao colapso. A oferta e a demanda forçavam a queda dos preços e a
consequente desvalorização dos produtos. Isso fez com que a bolsa de valores de Nova York
desvalorizasse rapidamente, com as ações sendo vendidas cerca de 80% a menos em relação ao
seu real valor cotado pelos acionistas.
As empresas compartilhavam de uma mesma realidade: muito estoque, poucos
lucros, sem investidores e com muitas dívidas. Isso levou a sua inevitável falência, atingindo
desde pequenos até grandes empresários e fazendeiros. A atividade bancária foi um dos ramos
que mais sofreu, pois estes haviam feito grandes empréstimos para fazendeiros e empresários
com o intuito de aumentar sua produção, porém eles tornaram-se totalmente incapazes de quitar
suas dívidas.
Somando-se a isso, as pessoas estavam retirando todas as suas reservas depositadas
em poupanças, temendo uma possível falência. Os bancos viram seus cofres se esvaziando.
Entre 1920 e 1930, aproximadamente 14 mil instituições bancárias foram fechadas. Devido a
isso, a quantidade de fundos disponível no mercado também diminuiu, provocando uma queda
de cerca de 46% da produção industrial norte-americana. Casos de suicídio se tornaram bastante
comuns nessa época em todas as classes da sociedade. O consumidor sentiu a perda do poder
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de compra causado pela queda nos preços das ações e por isso diminuiu seus gastos, reduzindo
a venda no comércio e atividade econômica como um todo.
Em 24 de Outubro de 1929, na chamada quinta-feira negra, ocorre a tão temida
quebra da bolsa, ocasionando perdas inimagináveis que atingiriam diversas esferas sociais ao
redor do mundo e o total desequilíbrio dos setores econômicos. Outras crises cíclicas já haviam
afetado as economias mundiais, porém, nenhuma com a proporção que tomou a crise de 1929.
Gráfico 1 – Cotação das ações na Bolsa de Nova York entre 1926 e 1938. Indice “Stadard
Statistics” (base: 1926 = 100)
Fonte: COGGIOLA, Osvaldo. O Craque de 1929 e a grande depressão da década de 1930, p. 6 (2015)
De 3,2 % em 1929 à 24,9 % em 1932, as taxas de desemprego eram cada vez mais
assustadoras, conforme tabela 1 (BLANCHARD, 2004). Assim, o desemprego em massa
produzia cenas macabras como as enormes filas de sopas conhecidas como Marchas da Fome
em bairros operários onde as fábricas estavam totalmente paradas. (CHOMA, 2008). A
população do país se aglomerava por um prato de comida rala, por um pedaço de pão, ou em
busca de qualquer serviço que lhes oferecessem.
Como consequência desse aumento da população pobre, houve a formação das
chamadas Hoovervilles nos EUA, que nada mais eram do que grandes “favelas”. Esses
aglomerados receberam esse nome devido o movimento de milhares de ex-veteranos de guerra
que se dirigiram até a Casa Branca, cobrando o Presidente da época, Herbert Hoover, seu
pagamento do auxílio financeiro. Como um protesto, se instalaram diante do Congresso,
construindo barracos, que receberam essa denominação. No entanto, elas se espalharam por
todo os Estados Unidos durante o período de crise.
A crise não ficou restrita somente aos Estados Unidos. Não só o desemprego, mas
também a falência de bancos e empresas foram efeitos sentidos em praticamente todo o mundo
capitalista. As economias internacionais já eram ligadas, e ações de um país podiam ter
influência em todo o mundo (BIERMAN, 2008).
Americanos liquidaram todo seu dinheiro emprestado em bancos e empresas
europeias, ocasionando inúmeras falências e aumento no desemprego.
Na América Latina, houve uma grande redução no número de exportações de
produtos agrícolas e matéria-prima, esses comprados principalmente pelos Estados Unidos,
assim resultando no aumento do desemprego e da miséria nesta região.
Os países asiáticos também sofreram, pois houve uma queda nas exportações de
alguns de seus produtos para Europa e Estados Unidos. Como consequências, empresas tiveram
que demitir ou reduzir salários. No Japão, a carência aumentou em grandes proporções,
principalmente entre as classes mais baixas, ocasionando a abertura para a ascensão do fascismo
japonês.
A democracia burguesa que dominava o mundo também sofreu com a Grande
Depressão. “Uma crise econômica, porém, produziu um golpe colossal contra esse sistema de
dominação” (CHOMA, 2008). Diante disso, outras formas de governo surgiram pelo mundo e
ganharam força entre a população, entre elas, o socialismo obteve certa atenção devido ao
prestígio da URSS, que praticamente não sofreu com a crise. A União Soviética vinha sendo
boicotada pelos países capitalistas após a revolução socialista, isso amenizou as consequências
da crise na sua economia.
Na Itália e Alemanha, governos totalitaristas surgiram como uma solução para crise
que se alastrava nestes países. As classes baixa e média que estavam desempregadas pararam
de acreditar em seus atuais governos. É nesse momento que o fascismo e o nazismo, apoiados
por boa parte da população, ganharam forças como uma suposta solução para a crise.
O Brasil também sofreu com a crise. Getúlio Vargas deu a seguinte declaração, em
1950, sobre a situação do café durante seu governo:
E, então, o emocionante espetáculo das floradas brancas, puras como os ideais que se
abrigam no coração dos homens do campo, no peio de nossos lavradores, se repetirá,
de quebrada em quebrada, como um facho de luz e de esperança, como um símbolo
da riqueza de São Paulo e do Brasil.
Cerca de 80% do café exportado pelo Brasil era comprado pelos Estados Unidos
(BAER, 1996, p 50). Como o país norte-americano passava por um momento de instabilidade
econômica, essa exportação caiu drasticamente. Com essa queda o preço do café não se
manteve, pois a demanda estava despencando.
A solução encontrada pelo governo brasileiro para que não houvesse uma
desvalorização ainda maior do preço do café foi diminuir o oferta. Isso foi feito através da
queima de grandes quantidades do produto, muitos até utilizaram o café como combustível.
Essa desvalorização do café nacional fez com que os cafeicultores procurassem
uma outra forma de lucrar. Muitos investimentos foram transferidos para o setor industrial. Essa
migração da produção do café para a indústria foi de suma importância para o desenvolvimento
brasileiro.
Mesmo após o investimento no setor industrial, os primeiros anos da crise não
permitiram um grande crescimento nessa área. Somente depois de alguns anos a economia
brasileira se adaptou e a indústria realmente começou a crescer, como está expresso na Tabela
2.
Tabela 2: Industria de transformação, Estado de São Paulo, 1928-1932
Fonte: SUZIGAN, Wilson. A industrialização de São Paulo, p. 95. Obs: *1935=100 **Mil contos de réis(1971)
3 SOLUÇÃO
(...)ele [cada indivíduo] tem em vista apenas sua própria segurança; ao orientar sua
atividade de tal maneira que sua produção possa ser de maior valor, visa apenas o seu
próprio ganho e, neste, como em muitos outros casos, é levado como que por uma
mão invisível a promover um objetivo que não fazia parte de suas intenções. Aliás,
nem sempre é pior para a sociedade que esse objetivo não faça parte das intenções do
indivíduo. Ao perseguir seus próprios objetivos, o indivíduo muitas vezes promove o
interesse da sociedade muito mais eficazmente do que quanto tenciona realmente
promovê-lo. (SMITH, 1983, p. 379).
em obras públicas como estradas, escolas, hospitais, entre outros. Através destes investimentos,
baseando- se no controle da demanda formulada por Keynes, haveria um maior número de
empregos e a renda da população iria aumentar, incentivando o consumo. Além disso, houve a
criação da National Recovery Act (NRA), no qual o governo podia impor as condições de
competição entre empresas, gerando assim carteis para poder elevar a renda dos trabalhadores.
(LIMONCIC, 1999, p.130). Ademais, houve o apoio à agricultura com subsídios e compras de
estoque para a redução de preços.
Já em 1935, foi implementado a segunda fase do New Deal. Nesta etapa, foram
criadas agencias como, por exemplo, Civilian Conservation Corps (CCC) e Works Progress
Administration (WPA). A principal função destas agências era promover empregos e direitos
trabalhistas, sendo que este obteve grandes avanços como a previdência, redução de carga
horaria e abolição do trabalho infantil. (FRIEDEN, 2008, p. 197)
A partir da aplicação das medidas do New Deal, é possível perceber que o número
de desempregados, a partir de 1933, teve uma redução considerável como pode ser observado
no gráfico 2.
Fonte: Adaptado de Adam Hart-Davis, History: the definitive visual guide, DK, 2007, p. 385
Além disso, houve a elevação do PIB dos EUA a partir da implementação do New
Deal, que havia sofrido uma queda brusca com a crise. Por causa da dependência que os outros
países europeus possuíam em relação a economia americana, houve também a elevação do PIB
nesses países. É possível confirmar estes fatos através do gráfico 3.
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Grafico 3- Volume do PIB de alguns países entre 1921 e 1939 (Base: 1913= 100)
Fonte: COGGIOLA, Osvaldo. A Crise de 1929 e a Grande Depressão da Década de 1930. 2015
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BUARQUE, Daniel. Queda das bolsas em 1929 anunciava Grande Depressão americana. Disponível
em: <http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL763184-16107,00-
QUEDA+DAS+BOLSAS+EM+ANUNCIAVA+GRANDE+DEPRESSAO+AMERICANA.html>.
Acessado em 25/04/2018.
FRIEDEN, Jeffry A. Capitalismo Global: história econômica e política do século XX. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
KEYNES, John Maynard. The General Theory of Employment, Interest and Money.
Londres: Macmillan Press Ltd, 1973. Traduzido por Adroaldo Moura da Silva, Editora Nova
Cultural Ltda, São Paulo: 1996.
MAIA, Andréa Casa Nova. Representações da crise de 1929 na imprensa brasileira: relações entre história,
mídia e cultura. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/vh/v29n49/a11v29n49.pdf>. Acessado em
26/04/2018.
MARTINS, Luis Carlos do Passos. KRILOW, Letícia Sabina Wermeier. A Crise de 1929 e
seus reflexos no Brasil: a repercussão do crack na Bolsa de Nova York na imprensa
brasileira. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-
nacionais/10o-encontro-2015/gt-historia-da-midia-impressa/a-crise-de-1929-e-seus-reflexos-
no-brasil-a-repercussao-do-crack-na-bolsa-de-nova-york-na-imprensa-brasileira/view>.
Acessado em 26/04/2018.
REZENDE FILHO, Cyro de Barros. História econômica geral. 9o ed. São Paulo: Contexto,
2008.
SMITH, A. A riqueza das nações – investigação sobre sua natureza e suas causas. São
Paulo: Abril Cultural, 1983.
HART- DAVIS, Adam, History: the definitive visual guide, DK, 2007.