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JEQUIÉ – BA
2021
ELIAS GONÇALVES DOS SANTOS
PRECEPTORA: IVONEIDE SANTANA RANGEL SOARES
JEQUIÉ – BA
2021
SUMÁRIO
tubo cinza (fluoreto de sódio). Após isso, e com o uso correto dos EPIs, era feita uma inspeção
da veia adequada para a punção. O braço era garroteado, higienizado e a coleta era feita com o
cuidado de não ultrapassar um minuto de garroteamento, e fazer a homogeneização mínima de
cinco a oito vezes (no caso de tubos com anticoagulante ou ativador de coágulo).
Para realizar os exames de sangue, o paciente era orientado sobre a importância do
jejum. Para a realização do exame parasitológico de fezes, ou pesquisa de sangue oculto, o
paciente era orientado a depositar as fezes em recipiente (urinol) ou algum recipiente
semelhante, diminuindo assim o risco de contaminação; fazer a coleta de várias partes do bolo
fecal, e entregar no prazo determinado: amostras de aspecto líquidas ou diarreicas, entregar
máximo em 30 minutos, enquanto fezes pastosas ou sólidas, não ultrapassar prazo de uma hora.
Os mesmos eram recomendados a não guarda a amostra na geladeira, se fosse necessário a
preservação da amostra, se deveria usar o coletor especial com conservante, podendo esse ser
posto na geladeira por no máximo 24 horas. Para exames que utilizassem urina, o paciente era
recomendado a repousar oito horas seguidas, sendo a coleta feita a partir da primeira micção do
dia, sendo antes feito a higienização correta da região genital com água e sabão neutro, e o
desprezo do primeiro jato de urina. Feito isso haverá coleta de um volume superior a 10 mL.
Em ambas análises, se orientava a utilização de recipiente adequado, com boca larga, e tampa
rosqueada para uma melhor vedação.
No período vigente do estágio foram realizados diariamente exames de hemograma
completo, grupo sanguíneo, teste de coombs direto e indireto, falcemia, reticulócitos,
velocidade de hemossedimentação (VHS) no setor de hematologia. No setor da bioquímica, a
análise fica por parte do analisador automático, sendo o trabalho manual de colocar os tubos na
cubeta e realizar o manuseio do “software”, no computador responsável pelo equipamento. Esse
setor era o responsável pelas análises de: ácido úrico , colesterol, ureia, creatinina, gama-
glutamil transferase (GGT), glicose, transaminase oxalacético (TGO)/aspartato
aminotransferase (AST), transaminase pirúvica (TGP)/alanino aminotransferase (ALT),e
triglicérides. No departamento de parasitologia ocorriam as análises parasitológicas e pesquisa
de sangue oculto (PSO), sendo a primeira realizada pelos métodos Hoffman, Pons e Janer
(sedimentação espontânea ), e o PSO realizado através de teste rápido imunocromatográfico.
No setor da uroanálise executava-se exames de urina, sendo as análises em etapas, sendo físico-
química, e microscopia do sedimento. As análises imunológicas eram realizadas por testes
rápidos, que utilizam a técnica imunocromatográfico. Os principais exames imunológicos
disponíveis foram PCR, ASLO, Látex, FR, PCR, HIV 1 e 2, HIV triline, HCV, HBV, dengue,
6
VDRL, Widal, Waaler Rose, Zika IgG/IgM, HCG (tira), COVID-19 Ag, COVID-19 IgG/IgM,
Chikungunya IgG/IgM.
7
2 INTRODUÇÃO
As análises clínicas constituem uma das áreas fundamentais das ciências da saúde, a
mesma pode ser denominada Patologia clínica/Medicina laboratorial. Tem por função fornecer,
apoio diagnóstico a prática clínica, sendo importante para avaliar a profilaxia, diagnóstico,
terapêutica e o prognóstico de inúmeras processos patológicos. O profissional biomédico com
essa habilitação está apto a atuar em análises de caráter clinico e/ou toxicológicas, além de
assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos, assumir e executar o
processamento de sangue, suas sorologias e exames pré transfusionais, acreditar chefias
técnicas, assessorias e direção destas atividades (SILVA et al., 2015; BRASIL, 2021).
Entre os profissionais que podem exerce as análises clínicas, estão os biomédicos. Esses
profissionais para atuarem frente a um laboratório necessitam de constantes aprimoramento e
treinamentos, dado que a crescente expansão tecnológica possibilita inovações e renovações
dos métodos diagnósticos conhecidos. Os avanços tecnológicos visam trazer para os métodos
analíticos, maior especificidade, sensibilidade, confiabilidade, isso em menor demanda de
tempo e dinheiro, sendo em parte alcançados por meio da automação e semi-automação; o que
torna o processo mais rápido e seguro, não dispensando a colaboradores qualificados.
O laboratório clínico é de suma importância, é por meio dele que saem diversos exames,
e esses são ferramentas de auxílio para a classe médica, sendo seu emprego na detecção e busca
de anormalidades fisiológicas, patologias diversas e/ou monitoramento de processos
fisiológicos e patológicos ao nível de avaliação da gravidade ou mesmo verificar, resposta ao
tratamento, ou funcionamento biológico. Este espaço é visto por possui uma organização
complexa, sofrendo influência de diversos fatores como internos e ambientais, o que
consequentemente modifica a qualidade do resultado. Este local permite a realização de até três
mil (3.000) tipos diferentes de análises (SILVA et al., 2015)
É estimado que cerca de 65% a 75% das decisões medicas médicas são embasadas em
resultado de análises laboratoriais. Com uma ampla gama de serviços ofertados, esse ambiente
precisa de foco na qualidade, repensando estrutura, qualificação, processos analíticos e claro
relações profissionais, de modo a obter de resultados fidedignos, permitindo um diagnóstico
verídico possibilitando uma melhor terapêutica (VIEIRA et al., 2011; SANTA HELENA, 2012;
SILVA et al., 2015).
O processo operacional de um laboratório envolve algumas etapas, e por meio desta
constitui um sistema de entrada, processamento e por fim a saída, sendo esta última por um
laudo analítico. O atendimento ao paciente é constituído de 3 fases distintas sendo
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3 HEMATOLOGIA
3.1 Hemograma
peso do eritrócito processos (NAOUM; NAOUM, 2008; SILVA & RICARDO, 2013).
A concentração de hemoglobina corpuscular média, como o próprio nome sugere, indica
as concentrações de hemoglobina no interior das hemácias, servindo para indicar hipocromia,
quando (<32), ou hipercromia quando apresenta valores (>36). Serão consideradas normais ou
normocítica quando seus valores estiverem entre os intervalos (32 até 36 g/dL). O RDW indica
o percentual de variação de tamanho, ou anisocitose. A análise dos glóbulos vermelhos, em
conjunto o exame microscópico da morfologia eritrocitária fornece contribuição para o
diagnóstico das principais causas de processos anêmicos, além de permite a classificação
laboratorial de tais processos (NAOUM; NAOUM, 2008; SILVA & RICARDO, 2013).
As análises da série branca ou simplesmente leucograma, avalia as contagens total e
diferencial dos leucócitos, assim como o aspecto morfológico principalmente dos neutrófilos,
linfócitos e monócitos. Esta por sua vez é analisada por meio dos seguintes índices contagem
total de leucócitos (CTL) em 106/mm3 e Contagem diferencial de leucócitos (CDL). Esta última
fornece valores diferencias de neutrófilos (bastonetes e segmentados, eosinófilos, basófilos,
linfócitos, monócitos sendo seus valores expresso da seguinte forma em % (valor relativo) ou
103/mm3 (valor absoluto). O valor absoluto representa uma melhor expressão do diagnóstico,
quando compara do ao valor relativo fornece a contagem de leucócitos total. O plaquetograma
fornece a contagem de plaquetas e suas variações, sendo expressa em (CP: 103 /mm3 ). Por
meio da automação tornou-se possível obter os índices PDW (%). Este por sua vez que fornece
o resultado da amplitude presente nas superfícies dos corpos plaquetário, assim como o MPV
(fm3 ) que mostra o volume médio das plaquetas (LORENZI, 2006; NAOUM; NAOUM, 2008;
FAILACE, 2009).
Os processos envolvidos na contagem celular, ocorreu de forma automatizada, sendo
realizada por um analisador hematológico automatizado, denominado Sysmex XS-800i. Este
aparelho, tem entre seus mecanismos de funcionamento, a citometria de fluxo fluorescente.
Esse método combina a tradicional citometria de fluxo + corante de polimetina, altamente
específico; o que permite diferenciação de populações de células. O processo analítico consiste
na aspiração de uma pequena fração de sangue, ocorrendo em seguida a determinação de valores
(Sysmex XS-800i, Manual de Operações).
O analisador automático faz as suas determinações baseadas em diferentes técnicas,
sendo cada um alvo de um objeto. A determinação da série plaquetária e eritrocitária, ocorre
por meio do método de impedância e foco hidrodinâmico que minimiza os fenômenos
de coincidência e recirculação. O hematócrito (HCT) é diretamente determinado através da
detecção individual do volume de cada eritrócito. Para determinação da hemoglobina utiliza-se
12
do método lauril sulfato de sódio (SLS), livre de cianeto. A contagem diferencial de 5-partes é
possível pela marcação por fluorescência, a técnica revela a relação núcleo-citoplasma em cada
célula corada individualmente permitindo que os analisadores desse tipo diferenciem 5
populações de leucócitos. O aparelho trabalha com análise de amostras de sangue total
aspiradas em volume de 20 μL se for no modo aberto, ou 67 μL no modo capilar (pré-diluído).
Possui capacidade de analisar até 60 amostra/hora em modo aberto (Sysmex XS-800i, Manual
de Operações).
deficiências . Seu uso na clínica permite a diferenciação de células da série branca e vermelha,
e busca por parâmetros anormais, que possa vir a indicar alguma possível anomalia no tecido
hematopoiético, como anemias, leucemias entre outra. Sua importância também está no
monitoramento para pacientes que fazem alguns tipos de tratamento como a quimioterapia ou
radioterapia, ou mesmo buscando variantes de hemoglobina.
Para preparação do esfregaço alguns cuidados devem ser tomados como por exemplo
higienizar a lâmina com álcool, desta forma removendo resquício de gordura que pode estar
presente. Por meio destes cuidados evita-se a formação de bolha, o que favorece uma lâmina
de esfregaço de melhor qualidade ( DA SILVA; DOYLE; MONTEIRO, 2006). A realização do
esfregaço sanguíneo (Figura 2) consiste em:
Um esfregaço de boa qualidade não deve apresentar falhas ou paradas, também não
deverá ser muito espesso, nem muito delgado. A região da cauda, ou franja como é como
também é conhecida não deve apresentar falha, uma vez que será nessa região onde será feita a
leitura. A mesma concentra a menor quantidade de sangue da lâmina, e deve apresentar
hemácias e leucócitos bem distribuídos. Coloração hematológica Panótica ou coloração
segundo Romanowsky. Essa técnica utiliza da capacidade que algumas soluções de corante têm
para corar as estruturas celulares, sendo sua atuação em 15 segundos. As cores vista são os
resultados das interações entre estruturas celulares, o corante e as variações de pH. Seguir
abaixo as fases da coloração panótico rápido:
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1. Mergulhar por 5 segundos o esfregaço no recipiente contendo a solução reagente nº1. Realizar
movimentos contínuos de cima para baixo durante a execução do procedimento. Feito isso
deve-se retirar a lâmina do recipiente e espera que ela escorra toda solução. Essa etapa tem
por função fixar a extensão e realçar a coloração das plaquetas;
2. Mergulhar a lâmina em movimento continuo de cima para baixo por 5 segundos no recipiente
contendo a solução nº2. Retirar o esfregaço e deixar escorrer a solução;
3. Submergi durante 10 segundo na solução reagente nº3, mantendo os movimentos de cima
para baixo até completar o intervalo desejado, retirar o mesmo e lavar com água deionizada
ou mesmo com água corrente. Esperar secar naturalmente;
4. Colocar óleo de imersão sobre o esfregaço, e observar no microscópio na objetiva de 100x.
Uma das etapas que antecede a realização das análises hemográficas e o processo de
coleta. É orientado que sempre que possível, essa seja feita tomando a veia superficial que está
localizada na fossa ante cubital. Deve ser dado atenção ao calibre das agulhas que serão
utilizadas, bem como ângulo correto de posicionamento, esse último deve ser feito sobre o
ângulo de 30º ou menos. O ato de garrotear não deverá ultrapassar o tempo limite de 1 minuto,
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tal medida visa diminuir os riscos de hemólise ou hemossedimentação. Outro fator de alta
relevância é respeito a ordem correta dos tubos de coleta, dessa forma irá evitar a transferência
errônea , inclusive de anticoagulantes. Para analise deste caráter, a amostra deve ser coletada
em tubos contendo o ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA). Ao termino da coleta o tubo
contendo o analito deverá ser homogeneizado, durante o intervalo de 5 a 8 vezes
(BASTOS;BERNER; RAMOS, 2010; ANDRIOLO, A. et al; FAILACE, 2015).
corante fluorescente que se liga ao RNA ribossomal produzindo mais resultados fiáveis do que
métodos manuais, além fornece informações sobre reticulócitos como a imaturidade
(CORTELLAZZI et al., 2003; NAOUM; NAOUM, 2008).
Essa técnica tem como princípio básico a formação de longos polímeros de hemoglobina
o que altera a forma do eritrócito, e que é resultante da desoxigenação da hemácia pelo
metabissulfito. Tal processo simula o que ocorre nas hemácias em condições patológicas como
na anemia falciforme. Em resultados positivos a lâmina revela drepanócitos (células em formato
de foice) de coloração amarelada (NAOUM; NAOUM, 2008; BRASIL, 2016).
entre esses glóbulos vermelhos ocorre pois quando se aproximam uns dos outros no fundo do
recipiente, faz com que devido a polo magnético iguais dessas células se repelem, contundo as
forças de interação magnéticas se contrapõe a ação gravitacional levando retardamento do cair
das hemácias. Em situações patológicas proteínas e outros componentes que possuem carga
positiva se ligam as hemácias presentes ali no soro, o que anular a carga negativa desses
eritrócitos, não se contrapondo a gravidade (total (SANTOS; CUNHA; CUNHA, 2000;
COLLARES; VIDIGAL, 2004).
Entre as diversas técnicas disponíveis para determina o VHS, a mais utilizada é a de
Westergren. Esse método consiste em misturar 1,6 mL de sangue venosos com mais 0,4 mL de
citrato de sódio 3,8% (relação 4:1), ou mesmo sendo adaptado para sangue venoso coletado em
EDTA (bi ou tripotássico). O tubo contendo a amostra colhida dever ser colocado num tubo
transparente com diâmetro interno de 2,5 mm e comprimento de 200 mm, sendo graduado em
milímetros . O tubo deve ser preenchido até o marco zero e posicionado na vertical pelo
intervalo de 1 hora, sendo após esse período a realização da leitura. A velocidade de
hemossedimentação expressa em mm/h, será a distância entre menisco até o ápice da coluna de
hemácias . a análise deve ser realizada até duas horas após a obtenção da amostra, sendo a
temperatura usual entre 20ºC e 25ºC. Um segundo exame deve ser realizado com uma amostra
de sangue total (SANTOS; CUNHA; CUNHA, 2000; COLLARES; VIDIGAL, 2004).
Figura 5 - VHS adaptado para coleta em tubo com EDTA (registro 1 hora após
execução da técnica).
1. Em um tubo de ensaio lavar 200μL de hemácias três vezes, usando solução fisiológica a 0,9%;
2. Prepara a suspensão de hemácias a 5% (950 μL de hemácias com solução fisiológica a 0,9%
+ 50 μL de hemácias lavadas);
3. Identificar três tubos em A, B e D;
4. Em cada tubo identificados colocar 100 μL da suspensão de hemácias;
5. Colocar em cada tubo uma gota do reagente correspondente;
6. Centrifugar por 1 minuto a 1000 RPM.
7. Retirar os tubos da centrífuga e observar em quais tubos ocorreram aglutinação.
O sistema Rh possui antígenos que são exclusivos dos eritrócitos, ele é altamente
polimórfico, e sua constituição envolve mais de 49 antígenos, sendo o RhD, além de outros
quatros principais antígenos do sistema. Esse conjunto de proteínas são responsáveis por cerca
de 99% dos problemas clínicos que estão associados ao sistema Rh. A investigação da presença
ou ausência de antígeno RhD, é uma etapa obrigatória nos processos pré-transfusionais e em
doadores de sangue. Esse exame avalia a presença de anticorpos específicos que atacam as
células da série vermelha, o que provoca a destruição de tais células, podendo levar ao
desenvolvimento de uma anemia de caráter hemolítico. O teste é muito semelhante a tipagem
sanguínea, ele consiste em misturar uma pequena amostra do sangue total ao reagente anti-D,
em proporções iguais. Sua classificação ocorre de acordo com o resultado da aglutinação, sendo
21
positivo quando ocorre a aglutinação, e negativa quando não ocorre. contudo em algumas
situações a expressão do antígeno RhD é muito sutil, o que acaba por dificultar essa
classificação. Esse teste pode ser divido em Coombs direto e indireto LIU, 2012; BRASIL,
2014).
O coombs direto consiste em um teste capaz de identificar imunoglobulinas fixadas na
membrana dos eritrócitos. O exame se mostra eficiente no diagnósticos de algumas patologias
como anemias autoimune, anemias causados por narcóticos e fármacos, anemia hemolítica do
recém-nascido. Juntamente com o Coombs indireto, o mesmo serve para o diagnóstico de
reações transfusionais hemolíticas imunes. A realização do Coombs direto consiste em:
6. Lavar as hemácias do tubo por três vezes com solução salina à 0,9%, secando as bordas do
tubo na última lavagem para retirar toda a solução;
7. Acrescentar duas gotas do Soro Anti-IgG (Soro de Coombs);
8. Misturar bem. 7. Centrifugar a 3 400 rpm por 15 segundos;
9. Agitar suavemente o tubo para pesquisar aglutinação.
O controle positivo e controle negativo para o teste de coombs indireto consiste em:
3.6 Coagulograma
Fonte: EPIMED®
4 BIOQUÍMICA
Os exames de caráter bioquímico dizem respeito a maior parte das análises realizadas
em um laboratório clínico, podendo corresponder até 70% das atividades desempenhada no
ambiente. Diversas são as patologias que tem diagnóstico laboratorial, algumas delas são
distúrbios como Dislipidemias e Diabete Mellitus, além de doenças renais, neurológicas,
hepáticas, endócrinas, gastrointestinais e cardíacas. Não somente, esse setor fornece subsídio
para o diagnóstico, mas também para a monitoração e mesmo o acompanhamento do quadro
patológico. O processo analítico nesse setor envolve a análise de matérias como amostra de
sangue, fezes, urina e fluidos biológicos (SILVA et al., 2015).
Durante o estágio, as análises de caráter bioquímico eram precedidas por coleta do
sangue em tubo sem a anticoagulante, e/ou com gel separador. O equipamento de uso no
laboratório de estágio foi o Mindray BS-240 (Figura 8), o mesmo consiste em um analisador
químico automatizado e controlado por computador, que se comporta como um fotômetro,
mediando a energia radiante desde de que ocorra transmissão, absorção, dispersão ou reflexão. O
sistema mede a intensidade da luz através da conversão fotoelétrica, amplificação linear e
conversão da AD e então calcula a absorção da mistura da reação e a taxa de alteração da
absorção, ou seja, a resposta, com base nos fatores de calibração obtidos. Seu funcionamento
ocorre pelo isolamento de uma faixa estreita de comprimento de onda, além da utilização de
filtros de interferências. Para isso, ele isola uma faixa estreita de comprimento de onda e utiliza
filtros de interferências BS-240 (Manual do Usuário).
O desempenho do sistema é avaliado de acordo com os resultados dos testes das
amostras de controle. Se o sistema estiver operando normalmente, é possível dar início à análise
de amostras de pacientes e o sistema calculará os resultados das amostras com os fatores de
calibração. O aparelho permite acesso randômico e totalmente automatizado, isso significa que
o usuário do sistema tem poder definir a sequência e a prioridade da amostra. O equipamento
possui a capacidade de realizar até 200 testes fotométricos por hora, ou até 400 testes no modo
análise de eletrólitos. A água utilizada para realização da limpeza do analisador, deve ser
deionizada, a mesma não deve possuir contaminantes a fim de evitar interferências nos
resultados analíticos ou mesmo acarreta problemas técnicos para equipamento (BS- 240,
27
Manual do Usuário).
Diversos são os parâmetros analisados por esse aparelho, sendo os principais o ácido
úrico, colesterol, GGT, TGO, TGP entre outras. O processo de análise consiste em colocar no
equipamento, as amostras previamente colhidas em tubo sem anticoagulante e centrifugadas. O
equipamento fara a leitura de acordo com os parâmetros programados.
(soro não hemolisado) e líquido sinovial. A técnica para determinação, consiste em um método
enzimático calorimétrico UOD-PAP . O método ocorre de acordo com as reações químicas
apresentadas na figura abaixo:
4.2 Colesterol
diagnóstico de doenças ateroscleróticas. É uma gordura (lipídeo) que, na forma livre, estar
presente nas membranas celulares, sendo essencial para a produção de hormônios esteroidais.
Variações analíticas e pré-analíticas podem causar interferência na análise. Pacientes com perfil
lipídico alterado pode precisar de uma confirmação por repetição afim de manter a segurança
e confiança do diagnostico, evitando resultados errôneos (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
4.3 Creatinina
A creatinina é uma proteína sintetizada no fígado e nos rins, sendo sua produção
constante e independe da dieta, metabolismo proteico e hidratação. A mesma aparece elevada
em patologias que afetam os rins, como doenças renais agudas e crônicas, desidratação,
diabetes, obstrução do trato urinário, e insuficiência cardíaca. Seus valores encontram-se
diminuídos em situações como perda de função renal, ocorrem na desnutrição, , distrofia e a
sarcopenia (Bula da Creatinina Cinética Bioclin).
A creatinina quando dosada possibilita a avaliação da taxa de filtração dos glomérulos.
Sua concentração sérica é influencias por diversos fatores, tais como, sexo, índice de massa
muscular corpórea, idade e uso de drogas e fármaco. Tem alta relevância para o diagnóstico de
insuficiência renal, sendo sua importância de fundamental no diagnóstico da doença renal aguda
ou crônica (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
A determinação d creatinina é realizado através do método cinético colorimétrico,
permitindo a reação da creatinina com o Picrato Alcalino em meio tamponado, assim obtendo-
se um cromógeno, sendo sua absorbância proporcional as concentrações de creatinina da
amostra. A temperatura de armazenagem e transporte da amostra deve ser entre 15 e 30֯C. A
amostra para dosagem pode ser de soro, plasma ou urina. A dosagem ocorria de forma
automatizada pelo analisador bioquímico, sendo a parte manual apenas na organização das
cubetas e execução do software.
É uma enzima sérica, cuja síntese ocorre pelo sistema hepato biliar. Embora a GGT
tenha uma maior concentração no tecido renal, seu valor diagnóstico está atrelado ao fígado e
vias biliares, podendo ser encontrada no interior dos hepatócitos e células epiteliais biliares.
Tem sua importância clínica ligada as doenças hepáticas, sendo encontra em valores altos em
casos de obstrução biliar intra e extra hepática, icterícia obstrutiva, colangite e colecistite. Pode
estra elevada também quando ocorre o uso de alguns medicamentos, drogas e no abuso do
álcool, devido ao efeito tóxico. A GGT apresenta sensibilidade superior à FA, e a sua dosagem
é permite o monitoramento de pacientes etilistas (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014); (Bula
do Gama GTCinético Bioclin).
4.5 Glicose
coração, fígado, rins, músculo esquelético e pâncreas. Seus níveis encontram-se elevados em torno
de 6 a 8 horas após o infarto do miocárdio, sendo seu pico dentre 24 e 48 horas após o evento. Além de
patologias cardíacas, hepatites, colestase intra-hepática, necrose, e distrofias musculares
aumentam as concentrações séricas .da Transaminase Oxalacética. A dosagem do TGO tem
sua importância clínica para o diagnóstico, e manutenção de hepatopatias de origens diversas,
assim como, hemocromatose, anemia hemolítica, entre outras doenças. Representa um ótimo
marcado não específico de lesão hepática (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014; Bula da
Transaminase AST (TGO) Cinética Bioclin).
A determinação das concentrações é feita baseada no teste cinético, segundo as
reações:
4.8 Triglicérides
São lipídios que representam a maior parte da gordura armazenada no tecido, sendo o
encontrada em diferentes concentrações ao redor do corpo. Bem como o ácido graxo colesterol,
dosa os triglicérides e de suma importância na avaliação do risco de doenças cardíacas e das
hiperlipidemias, além da fenotipagem das hiperlipoproteinemias. Para esse tipo de análise, faz
se importante instruir o paciente acerca de alguns cuidados como jejum, dieta e consumo de
álcool, visto que são indispensáveis para manter o controle das variáveis pré-analíticas, bem
como garantir fidelidade e segurança dos resultado. Seus níveis estão elevados são em diabetes,
uremia, hipotireoidismo, síndrome nefrótica, doenças cardiovasculares, pancreatite e
alcoolismo (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014); (Bula do Triglicérides Monoreagente
Bioclin).
A análise pode ser feita, além do soro, também no líquido pleural e ascítico, porém,
durante o estágio essas análises foram restritas à amostra de soro do paciente, colhidas em tubo
com gel ativador e separador ou sem somente com gel ativador. As amostras eram analisadas
de forma autônoma pelo equipamento, sendo a parte manual somente a execução do software
com o programa de controle do equipamento.
condições alcalinas. Seu pH possui uma ótima atividade in vitro, sendo o mesmo em torno de
10. Órgãos como rins, fígado, intestinos, pâncreas, ossos, e a placenta, possui altas
concentrações de fosfatase alcaline em suas membranas celulares. Parte da FA sérica estão
localizadas no epitélio biliar, e nas membranas caniculares das células hepáticas. O aumento
nas concentrações da FA deve ser considerado em todos os aspectos, e não somente o hepático.
Pode estar aumentada em até 10 vezes as concentrações comum em casos de colestase,
obstrução do fluxo dos canalículos biliares, podendo estar elevada também em alguns tipos de
carcinoma, como por exemplo o ósseo. Sua determinação ocorreu de forma sistematizada,
requerendo apenas controlar execução do equipamento analisador (SILVA et al., 2018).
4.10 Ureia
A ureia é o resultado do metabolismo das proteínas, sendo sua excreta por meio dos
rins. Essa por sua vez está atrelada às funções hepática e renal, mesmo representando uma
indicação grosseira do estado da função renal. As concentrações séricas da ureia estão
correlacionadas aos hábitos de alimentação do paciente, o que envolve a dieta, e hidratação
corpórea. Apresenta uma baixa sensibilidade, o que requer uma associação com dosagem de
creatinina para fins diagnósticos e de monitoração (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014). Seus
valores encontram-se elevados em situações de insuficiência renal, seja ela, renal, pré ou pós
renais. Entre os fatores pré-renais estão o catabolismo de proteínas, desidratação e a
descompensação cardíaca. As causas renais encontram-se a glomerulonefrite e pielonefrite.
Tumores na bexiga, e mesmo a litíase renal estão entre as principais causas de patologias pós-
renais. A diminuição sérica está correlacionada com disfunção hepáticos aguda, inanição e
último trimestre da gravidez (Bula da Ureia Enzimática Bioclin).
A determinação de ureia é feita usando o teste enzimático colorimétrico. Nesse processo
a ureia é hidrolisada a íons amônio e CO2 pela enzima uréase. A análise da ureia ocorreu de
forma sistematizada, sendo realizada pelo analisador da bioquímica. A reação de determinação
é conforme reação abaixo:
4 IMUNO/HORMÔNIO
Encontra-se seus níveis elevados também em aumento de lesão tecidual, infecções por bactéria
(Instituto Hermes Pardini, 2013/2014) (RESENDE, VIANA, & VIDIGAL, 2009).
A determinação qualitativa da PCR ocorre pelos teste de aglutinação em látex, tendo
por princípio a utilização de partículas de látex cobertas com anticorpo monoclonal anti-PCR,
estabilizadas e suspensas em tampão glicina pH 8,2 (BULA WAMA). O teste consiste em:
O exame ASLO tem como principal objetivo a identificação de toxinas, que possam
terem sido liberadas por quase todas as cepas de Streptococcus pyogenes, do grupo beta-
hemolíticos A. A toxina em questão é a estreptolisina O, que é uma hemolisina oxigênio-lábil
(inativada pelo oxigênio), com potente antigenicidade. A imunoglobulina produzida anticorpo
contra esse antígeno, a antiestreptolisina O, se tornou um forte indicador de infecções
estreptocócicas e de suas complicações, tais como a febre reumática e a glomerulonefrite aguda
e difusa, e doenças renais .
As concentrações desses anticorpos, aumenta após o final da primeira semana da
infecção estreptocócica, e atinge seu valor suas concentrações máximas entre a 3ª e 5ª semanas,
retornando, na maioria dos casos, ao nível normal do segundo ao quarto mês (BULA WAMA).
A técnica para realização do ASLO é baseada no princípio da aglutinação em látex, em
que se utiliza uma amostra de soro acrescida do reagente. O reagente contém partículas
revestidas com a estreptolisina O, que reage com os anticorpos presente no soro, em caso de
sensibilização prévia, o que causa uma aglutinação visível (Instituto Hermes Pardini,
2013/2014).
A metodologia do exame, é a mesma utilizada em outros testes como de aglutinação
como, o FR e PCR. Reações positivas, deve se realizar diluição, e posterior titulação e
quantificação.
39
5.4 Widal
1. Identificar 8 tubos para diluição da amostra (1/20, 1/40, 1/80, 1/160, 1/320, 1/640,
controle negativo e positivo);
2. Homogeneizar a salina com a amostra do primeiro tubo e transferir 1,0mL do primeiro
tubo para o segundo, homogeneizar e transferir 1,0mL da diluição para o próximo tubo
e assim por diante até o sexto tubo, desprezando a última alíquota;
3. Pipetar no tubo dos controles (7 e 8), 0,9mL de salina e 100µL de cada controle;
4. Adicionar em seguida 50uL do reagente dentro de cada tubo, homogeneizar
5. Incubar todos os tubos a 37°C por 24h.
O VDRL se caracteriza como um teste não treponêmico, para a detecção da sífilis. Nos
casos reagentes, a cardiolipina (antígeno) encontra-se muito elevada no soro, sendo detectável
após duas semanas do cancro. (BULA LABOCLIN).
O teste apresenta alta sensibilidade e especificidade. Seu princípio baseia-se na técnica
da floculação. Essa técnica utiliza partículas de colesterol revestida com a cardiolipina e
lecitina, ambas reagem com anticorpos presente no soro da amostra, resultando em uma
floculação, visível ao microscópio óptico. A combinação de lecitina, colesterol e cardiolipina
possui semelhança imunológica com antígenos do Treponema pallidum, consistindo em um
antígeno não treponêmico. ausência da floculação qualifica o teste em negativo., quando
positivo, é necessário verificar a titulação. Esses títulos normalmente decaem com o tratamento,
podendo desaparecer em cerca de dois anos. Quando não ocorre a redução após um ano, é
necessário um novo tratamento (BULA LABOCLIN; Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
O exame também é muito útil no monitoramento da doença, e a reação positiva ocorre
quando existe a presença do anticorpo anti-cardiolipina. É ainda recomendável a confirmação
dos resultados positivos com teste e caráter treponêmico (FTA-abs) (RESENDE, VIANA, &
VIDIGAL, 2009). A realização do teste ocorre da seguinte forma:
41
5.6 Anti-HBsAg
A hepatite B , é uma patologia viral que tem como causa o vírus HBV, podendo se
apresentar nas formas aguda ou crônica. A transmissão desse tipo de hepatite ocorre através de
contato direto com sangue, secreções corpórea, e pera transmissão vertical. A doença tem um
período de evolução que gira em torno de 6 (seis), a 8 (oito) semanas, e se não tratada de forma
adequada pode levar a inúmeras complicações. Alguns indivíduos portadores desse tipo de
hepatite, não desenvolvem anticorpos específico, o que resulta na forma crônica da doença.
(Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
42
conjugado não ligado ao antígeno da área teste une-se ao anticorpo anti-HBsAg presente na
região da área controle, determinando o aparecimento de uma banda colorida nesta região (C),
anti-HBsAg na amostra só haverá o aparecimento de uma banda colorida na área controle (C)
(BULA WAMA).
5.7 Anti-HCV
A hepatite c é uma enfermidade assintomática, causada pelo vírus HCV. Sua detecção
no organismo ocorre pela presença do antígeno anti-HCV, após o período de 50 dias de
contaminação. Os anticorpos produzidos nesse tipo de infeção são tardios, o que resulta em
inúmeros testes falhos. Diagnósticos errados favorecem a evolução da doença para fase crônica,
uma vez que o diagnóstico errado, inviabilizar um terapêutica adequada. Doenças autoimune,
imunização, além de outras infecções virais, podem levar a resultados falsos-positivos
(RESENDE, VIANA, & VIDIGAL, 2009).
O teste é realizado consiste em um ensaio imunoenzimático baseado na detecção de
anticorpos para o vírus da hepatite C. O princípio de funcionamento do teste é o mesmo visto,
em outros testes como o Anti-HBsAg. técnica ocorre da seguinte forma:
3. Entre 10 e 20 minutos deve ser feita a leitura. Não considerar resultados lidos após o tempo
(BULA WAMA).
3. Fazer a leitura dos resultados entre 15 e 20 minutos. Não considerar resultados lidos
após esse tempo (BULA WAMA).
A dengue é uma patologia viral, que tem por causa 4 tipos virais, são eles: DEN 1, DEN
2, DEN 3 e DEN 4. Pertencem à uma vasta família de vírus denominados como flavivírus, e
que integram aproximadamente 70 espécies. A transmissão do vírus para espécie humana
ocorre pelo vetor, o mosquito fêmeo do Aedis Aegypti. Os Flavivírus são RNA vírus
envelopados, de fita simples, cujo genoma codifica três proteínas estruturais: C (proteína do
core), M (proteína da membrana) e E (proteína do envelope). As proteínas não estruturais (NS)
são a NS1, NS2a, NS2b, NS3, NS4a, NS4b e a NS5. (BULA WAMA; Instituto Hermes Pardini,
2013/2014).
A sintomatologia da doença tem quadro variados de febre, mal estar, hematomas no
corpo, dores de cabeça, dor nos olhos, astenia e, nos casos mais graves, pode desenvolver
hemorragias com redução significativa de plaquetas. Caso realizado de forma precoce, o teste
pode resultar em um falso-negativo. Até o quinto dia da infecção, pode ocorrer reações cruzadas
na pesquisa pelo IgG, isso acontece devido ao anticorpo em questão ser de menor
47
especificidade. Casos semelhante pode ser visto em pacientes imunizados para febre amarela
(Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
A glicoproteína não estrutural, a NS1 é essencial à replicação viral. Na fase aguda da
infecção, essa proteína é localizada circulando no soro de pacientes em concentrações
detectáveis por métodos imunológicos. Atualmente é utilizada como um importante marcador
de infecção pelo vírus da dengue. Seu aparecimento ocorre mesmo antes dos anticorpos das
classes IgM e IgG, dessa forma permitindo detecção precoce do vírus, 24 horas após o início a
sintomática. A \NS1 costuma ser encontrado nas infecções primárias e secundárias. O teste NS1
é bastante útil na confirmação diagnóstica, uma vez que não apresenta reações cruzadas com
outros Flavivírus, o que possibilita diagnóstico rápido e diferencial com outras doenças que se
manifestam com mesmo quadro de sintomas (BULA WAMA; Instituto Hermes Pardini,
2013/2014).).
O teste sorológico da dengue é baseado na identificação de imunoglobulinas IgM
específicos para cada sorotipo, sobretudo nos primeiros 60 dias desde o início da infecção. Por
ser um anticorpo de fase aguda, o IgM apresenta altos concentrações nas infecções primárias,
e, embora ainda possa ser encontrado nas infecções secundárias, os títulos são bem inferiores,
ou são indetectáveis. O rápido diagnóstico proporciona início precoce do tratamento e,
consequentemente, diminuição da mortalidade por complicações da doença (Instituto Hermes
Pardini, 2013/2014).
Nas regiões onde a dengue se manifesta de forma endêmica, torna-se importante a
pesquisa das imunoglobulinas, IgM e IgG, isso acontece devido elevado número de indivíduos
que são reinfectados, e nestes, a quantidade de IgM não é expressiva (Instituto Hermes Pardini,
2013/2014).
O teste NS1 é baseado na imunocromatografia para detectar o antígeno NS1. Durante o
imuno- ensaio, a amostra reage com o anticorpo fazendo com que uma linha colorida se forme,
permitindo assim a leitura. O teste é executado da seguinte forma:
os testes rápidos de antígeno, esses resultados podem ser compartilhados minutos após o
atendimento. (BULA ABBOT; BULA WAMA).
Os testes imuno-rápido para a detecção da infecção pelo vírus sars-cov-2, pode ser de
diferentes tipos, e com finalidade específica cada, os mesmos pode utilizar amostras distintas
para obter um resultado, são as principais amostras de uso a saliva, sangue total, plasma ou
soro. Os testes Qualitativo IgG e IgM, são metodologia para a identificação de anticorpos
durante a infecção. A reação positiva do IgG indica que o indivíduo entrou em contato com o
vírus no passado, podendo até mesmo ter adquirido imunidade. Uma reação positiva da
imunoglobulina M, a IgM, que é um anticorpo da fase ativa da infecção, é um indicativo de que
o paciente teve contato recente com o vírus ou mesmo, já está apresentado sintomas por mais
de 7 dias (BULA ABBOT)
O Imuno-Rápido COVID-19 IgG/IgM, é um kit para determinação rápida, qualitativa
e diferencial de anticorpos IgG e IgM contra Coronavírus (SARS-CoV-2), por
imunocromatografia, em amostras de soro, plasma e sangue total. O teste rápido para
o Antígeno (Ag) da COVID-19, possui características semelhante ao demais, tendo como
diferencial o tipo de amostras, geralmente por SWAB da nasofaringe e orofaringe, e mesmo
a saliva. Os teste imuno-rápido para detectar a presença da infecção se baseia no princípio de
fluxo lateral.
1. Com o auxílio da pipeta plástica que vem no kit, captar uma gota de sangue total até a
indicação que a mesma possui (aproximadamente 20 µl). O sangue pode ser colhido
direto do dedo após perfuração por lanceta, ou de coleta feita em tubo com EDTA,
soro ou plasma, esses dois últimos tendo por volume da amostra (10 µl);
Figura 14 - Testes rápidos para identificação igG e IgM, no primeiro teste apesar
de pouco perceptível, o IgG e o IgM estão positivado. No segundo teste apenas o
IgG foi reagente.
7. Encaixar a tampa conta-gotas no tubo do tampão de lise (2) e agitar gentilmente para
homogeneização;
9. Fazer a leitura dos resultados entre 15 e 20 minutos. Não considerar resultados lidos
após esse tempo.
componentes do teste. A amostra por capilaridade ao longo da membrana onde reagi com o
conjugado colorido. Amostras positivas reagem com o conjugado específico de cor anti-hCG
para formar uma linha colorida na região da linha de teste da membrana. O não aparecimento
desta linha colorida sugere um resultado não reagente. Uma linha colorida sempre aparecerá na
região da linha do controle, essa faixa indica que o volume apropriado de amostra foi adicionado
e que a membrana conseguiu absolver a amostra de forma efetiva.
No período de vigência do estágio, as amostras utilizadas eram o soro. Para obtenção
do soro o sangue era colhido em tubo sem anticoagulante e depois centrifugado por 10 minutos
a 3.000 RPM. Esse teste imuno-rápido consiste em:
2. Mergulhe a tira reagente verticalmente na amostra por pelo menos 15 segundos. Não
ultrapasse a linha limite na tira reagente ao mergulhá-la;
3. . Coloque a tira reagente em uma superfície plana não absorvente, inicie o cronômetro
e aguarde que a(s) linha(s) colorida(s) apareça;
Figura 15- hCG quickstrip soro/urina teste de gravidez. Teste para o CIQ. O
teste 1 apresentou reação positiva, enquanto o teste 2 não foi reagente.
A pesquisa de sangue oculto nas fezes, é de grande relevância para prática clínica uma
vez que possibilita a identificação de lesões do tubo gastrointestinal. e faz necessária visto que
a quantidade perdida de sangue nem sempre consegui ser identificada a olho nu. Entre as
principais causas para a perda sanguínea estão as e úlceras gástricas e duodenais, gastrite,
ulcerações medicamentosas da mucosa gastrointestinal causada por aine não esteroidal,
neoplasias gástricas ou de cólon, diverticulite, colites, algumas parasitoses, hemorragias de
boca ou trato respiratório superior deglutidas (BULA WAMA).
Uns dos principais empregos destinados aos testes rápidos PSO, é para o auxílio no
diagnóstico precoce do câncer do trato gastrointestinal, além do acompanhamento de
hemorragias gastrointestinais. Atualmente o câncer de cólon ou do reto é tido como a segunda
causa de morte relacionada a neoplasias no ocidente, e a sua incidência só aumenta. É estimado
que cerca de 5 a 6% da população adulta desenvolverá câncer colorretal (CCR). A taxa de
mortalidade decorrente da neoplasia, é de cerca de 50%. O rastreamento do CCR em indivíduos
assintomáticos tem por objetivo a identificação de lesões de caráter pré-neoplásicas (adenomas)
ou do câncer na fase de início. (BULA WAMA; BULA EBRAM).
A detecção precoce resulta na melhoria do prognóstico, na redução da sua incidência, e
como consequência ocorre a diminuição da mortalidade. Organizações de Saúde recomenda-se
que se faça a pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente, em todos os indivíduos com
idade superior de 45 anos (BULA WAMA; FREITAS, 2013).
Para a realização da pesquisa de sangue oculto utilizou-se o kit para determinação
qualitativa do sangue oculto nas fezes por método imunocromatográfico de fase sólida usando
uma combinação de anticorpos monoclonais anti-hemoglobina humana.
O teste tem por princípio colocar a amostra diluída na cavidade específica do teste, a
hemoglobina, se presente na amostra, se liga ao anticorpo monoclonal anti-hemoglobina
conjugado com ouro coloidal o que forma um complexo antígeno-anticorpo conjugado. Este
complexo migrará pela membrana de nitrocelulose da placa teste e se ligara a uma segunda
imunoglobulina monoclonal, a anti-hemoglobina humana impregnado na área de reação ou teste
(T), ocasionando o surgimento de uma banda colorida. Na ausência de hemoglobina não haverá
o aparecimento da banda colorida na área (T) (BULA WAMA).
Independente da presença ou não de hemoglobina na amostra, uma faixa colorida
sempre aparecerá na área controle (C) demonstrando que os reagentes estão funcionando
efetivamente (BULA WAMA).
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Para executar esse teste utilizou-se amostras de fezes recém-colhidas em frasco coletor
limpo, e sem a presença de conservantes. O teste consiste em:
5. Fazer a leitura dos resultados entre 10 e 15 minutos. Não considerar resultados lidos
após esse tempo.
Figura 16 - Kit qualitativo para a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Teste
não reagente para PSO.
6 UROANÁLISE
O teste físico avalia a cor da urina, que em situações fisiológicas normais apresenta uma
variação que vai desde o amarelo claro ao âmbar, ou mesmo pálido, também pode ser vista em
diversas outras cores como verde, castanho, vermelho, rosa. A coloração da urina pode ser, o
resultado da reação com pigmentos, que são resultantes do metabolismo, ou mesmo
provenientes de lesões no sistema urinário. A urina pode apresentar aspecto límpido ou turvo,
em alguns casos leitoso, e a sua a densidade, pode variar entre 1,015 a 1,025, quanto ao seu
odor pode ser próprio ou característico, o que é indicativo da presença de infecções ou corpos
cetônicos. A ingestão hídrica traz forte influência sobre os resultados (CONFOLONIERI &
DAMALIO).
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A análise química é realizada por meio de tiras reagente, que contém uma escala de
cores que entrar em contato com uma dada substância sofre uma reação, podendo ser visível
de acordo com os indicadores do teste. Para realização do teste, a tira é rapidamente submergida
na urina, e após remoção do excesso, realiza-se a comparação das cores da tira após a reação.
Nessa fase geralmente obtém-se o pH, glicose, bilirrubinas, proteínas totais e urobilinogênio,
corpos cetônicos, ação peroxidásica, leucócitos e nitritos. A utilização de tiras reagentes visa
uma análise mais rápida, simples, com baixo custo e alta precisão e sensibilidade (NÓBREGA
et al., 2019; CONFOLONIERI & DAMALIO).
Entre os fatores que podem provocar interferência nessa parte da análise estão, os
diminuição ou aumento da exposição direta à luz solar (diminuição da bilirrubina), jejum
prolongado (aumento de corpos cetônicos),prática de atividade física e a alimentação. Falso-
positivo ou falso-negativo são pode ser decorrente de detergentes não-iônico, proteinúria e
ácido ascórbico (RESENDE, VIANA, & VIDIGAL, 2009).
57
mão de obra qualificada, o que pode acarreta um maior custo aos laboratórios, contundo é
fundamental para se alcançarem resultados confiáveis.
7 PARASITOLOGIA
formas evolutivas que possam estar habitando o trato gastrointestinal (TGI) (WILLIAMSON,
2016); (DE CARLI, 2001).
Para um diagnóstico fiel e seguro, se faz necessário um conhecimento aprofundado a
respeito dos endoparasitas, o que inclui, as características morfológicas. A compreensão do
aspecto clínico das parasitoses facilita o direcionamento na hora da escolha da metodologia, a
ser usada para a pesquisa do hospedeiro. (SILVA et al., 2015). As análises laboratoriais
requerem uma ampla atenção, sobretudo em fatores como erros pré-analíticos e morfológicos.
Diagnósticos infiéis a realidade da amostra pode ser evitada, a parti de alguns cuidados como,
o armazenamento e tempo de entrega da amostra, e pela capacitação profissional, na área em
que se encontra a problemática (DE CARLI, 2001; (SILVA et al., 2015).
O paciente deve ser orientado a colher a amostra em recipiente limpo, de boca larga e
tampa rosqueada para impedir possíveis vazamentos. O tempo de entrega da amostra é: fezes
líquidas devem ser entregues em 30 minutos, já as amostras pastosas ou sólidas, em até 1 hora,
mas se não for possível, poderão ser preservadas ou refrigeradas por até 24 horas (DE CARLI,
2001).
As principais metodologias envolvidas nos diagnósticos das parasitoses intestinais são,
encontram-se o método do Hoffman, Pons e Janer (Lutz), o Kato-Katz, Baermann Moraes,
método de Willis, método Faust, entre outras técnicas. A análise do material fecal toma início
com a avaliação macroscópica da amostra, por meio dela é possível determinar características
como a consistência (fezes formadas, semiformadas, líquidas ou pastosas), cor, presença ou não
de hemácias ou hemoglobina, muco ou espécimes adultos. Embora seja difícil de encontrar
ovos e larvas de helmintos em fezes de qualquer consistência, os trofozoítos geralmente são
encontrados nas amostras diarreicas (DE CARLI, 2001).
É uma técnica simples e, que apresenta um baixo custo, tem seu princípio baseado na
sedimentação espontânea pela força gravitacional. Possibilita a pesquisa das formas evolutivas,
ovos, cistos e larvas, esses por sua vez sedimentam para o fundo do tubo, formando um
precipitado. Apresenta como desvantagem a poluição visual causada pela quantidade de detritos
fecais, entretanto mostra-se eficiente na detecção de ovos operculados e de esquistossoma.
A metodologia de sedimentação espontânea, foi a ferramenta de embasamento
diagnóstico do laboratório IACLIJE para o setor da parasitologia. No período de vigência do
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estágio foi possível a identificação de algumas formas evolutivas de endoparasitas por meio da
técnica, foram eles, cistos de Endolimax nana, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica/dispar,
Iodamoeba butschlii, Giárdia lamblia, há presença de ovos de Helmintos, como o Enterobius
vermicularis, Áscaris lumbricoides, Schistossoma mansoni, Trichuris trichiura, e Ancylostoma
sp. Houve a também detecção de larvas de helmintos como do Strongyloides stercoralis e
Ancylostoma sp. Os cistos dos protozoários Endolimax nana e Entamoeba coli correspondem a
maior parte da parcela de diagnóstico positivos, ambos são parasitas comensais.
Para essa técnica, a amostra pode ser utilizada em maior quantidade, a fim de melhora
a identificação do agente etiológico. Uma das vantagens desse método, é que o mesmo dispensa
o uso de reagente, e faz o uso de poucas vidrarias . Apesar da metodologia convencional
dispensar o uso da centrifuga, esperando assim que a formação do precipitado ocorra
naturalmente, a alta demanda laboratorial levou a adaptação para realização em tubo cônico, e
centrifugação do tubo com a amostra. A centrifugação acelera o processo de sedimentação, o
que possibilita o diagnóstico em poucos minutos. A realização em tubo cônico visa a adaptação
para o uso em outros equipamentos, bem como a organização espacial do local de trabalho, e
claro atender as várias solicitações desse tipo de análise (DE CARLI, 2001). A técnica é
realizada da seguinte forma:
1. Remover o excesso de fezes frescas do coletor, deixando apenas cerca de 2 gramas colhidas
de várias partes do bolo fecal;
2. Adicionar um pouco de água a amostra e tritura-la com o auxílio de um bastão de vidro, ou
palito de picolé, em seguida adicionar um pouco mais de água, não deixando transborda o
coletor;
3. Filtra a suspensão para um tubo cônico, com o auxílio de uma gaze cirúrgica dobrada;
4. Centrifugar os tubos contendo a suspensão, por cerca de 5 minutos a 1.800 RPM;
5. Após retirar a amostra da centrífuga, verter o sobrenadante na pia com cuidado para não
levantar o sedimento;
6. Adiciona-se água corrente até completar 3/4 do volume do tubo;
7. Centrifugar a amostra novamente por 5 minutos a 1.800 RPM;
8. Colher o material precipitado no fundo do tubo com auxílio de uma pipeta capilar (ou canudo
plástico maleável);
9. Colocar parte do sedimento colhido numa lâmina e adicionar duas gotas da solução mordente
lugol, e cobrir o esfregaço com a lamínula;
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10. A leitura do esfregaço deve realizado com a objetivas de 10x , e a confirmação deve ser feito
na objetiva de 40x. Deve-se examinar, no mínimo, duas lâminas de cada mostra.
Fonte: Autoria
Fonte: própria.
Autoria própria.
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Figura 31 – Seta vermelha indicando Entamoebas Coli, coradas com lugol. Esse
protozoário apresenta variação no número de núcleos, possuindo de 5 a 8 núcleos, o
que possibilita a diferenciação com a Entamoba histolytica/díspar.
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
WILLIAMSON, A.. Wallach: Interpretação de Exames Laboratoriais, 10ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
FREITAS, Bianca Rosa Viana et al. Pesquisa de sangue oculto nas fezes pelo método
69
Instituto Hermes Pardini. Manual de Exames. Christiane Fonseca Caetano de Paula. 2013-
2014.
LIU, Isabela Parussini. Análise de resultados da tipagem sanguínea antes e após a implantação
da técnica de semiautomação. 2012.
BASTOS, M.S.; BERNER, A.; RAMOS, E.R.P. Avaliação do grau de hemólise e sua
interferência em análises bioquímicas de amostras obtidas por diferentes técnicas de coleta de
sangue venoso. In: MOSTRA INTERNA DE TRABALHOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA,
5., 2010, Maringá. Anais... Maringá: Cesumar, 2010.
NAOUM, P. C. & NAOUM, F. A.. Hematologia Laboratorial Eritrócitos, 2ª ed. São José do
Rio Preto-SP, 2008.
LOBO, Clarisse; MARRA, Vera; RUGANI, Marilia A. Consenso brasileiro sobre atividades
esportivas e militares e herança falciforme no Brasil-2007. Revista Brasileira de
Hematologia e Hemoterapia, v. 30, n. 6, p. 488-495, 2008.
LORENZI, Therezinha F.. Atlas de hematologia: clínica hematológica ilustrada. 1 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
ANEXOS