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Disciplina: GEOLOGIA GERAL; Cursos de : Agronomia e Geografia Tema 4

4.4.1. GRANITO e RIOLITO


O Granito é uma rocha plutónica, que
ocorre geralmente como batólitos e stocks,
podendo ocorrer em diques. Tem como minerais
essenciais o quartzo e o feldspato potássico
(normalmente ortoclase), e como acessórios as
plagioclases sódicas, as micas (moscovite e/ou
biotite), anfíbolas, piroxenas, etc.
Granito moscovítico Geralmente são de cor clara (leucocratas),
podendo ser mesocratas e melanocratas em função
dos minerais máficos que contêm. Quando os
feldspatos têm cor rosa, o granito chama-se granito
róseo (Fig. 4.30)
Quanto à textura, os granitos são
geralmente granulares ou aplíticos, podendo ser
porfiróides ou pegmatíticos. Assim, em função das
texturas, os granitos chamam-se granito (granular),
Granito biotítico granito porfiróide, granito pegmatítico (Fig. 4.30)
Fig. 4.33. Tipos de granito Fig. 4.34. Localização das rochas
ou aplito (Fig. 4.30).
ígneas em Moçambique

Em função dos minerais presentes, os granitos podem chamar-


se: moscovítico (Fig. 4.33), biotítico (Fig. 4.33), de duas micas, anfibólico,
piroxénico, etc. A Fig. 4.35 mostra um granito visto ao microscópio.

Fig. 4.35. Lâmina delgada de granito biotítico

O Riolito é o equivalente vulcânico do granito, sendo também, por isso uma rocha ácida. A textura
varia de hemicristalina (Fig. 4.36.A) a porfirítica (Fig. 4.36.B) e vítrea. Neste último caso chama-se
obsidiana (Fig. 4.29.A). Devido à sua textura, é difícil observar a olho nu os seus minerais essenciais
constituintes, que são os mesmos do granito. A Fig. 4.36.C mostra um riolito visto ao microscópio.
Geralmente são meso-melanocratas, podendo ser cinzentos, castanhos, ou avermelhados, como
os riolitos da Cadeia dos Libombos. Típico destes riolitos dos Libombos são as estruturas de fluxão (Fig.
4.36.D). Além dos Libombos, os riolitos ocorrem na Província de Tete, a SW e a SE da cidade de Tete. A
pedra-pomes é um vidro vulcânico altamente vesicular e poroso (Fig. 4.31.B).
Os equivalentes hipabissais destas rochas são chamadas de Microgranitos e geralmente têm
textura aplítica.

A C D
B
Fig. 4.36. Riolitos. A. Textura hemicristalina; B. Textura porfirítica; C. Visto ao microscópio; D. Estrutura de fluxão.

4.4.2. ROCHAS ÍGNEAS NEUTRAS


As rochas ígneas neutras ou intermédias caracterizam-se por terem como minerais essenciais as
plagioclases (feldspatos de Na e Ca), podendo ter ou não quartzo.
No que toca às rochas intrusivas, consoante o conteúdo decrescente de SiO 2 e das plagioclases
sódicas para as plagioclases cálcicas, os tipos são: granodiorito, diorito e sienito (este sem quartzo). Os

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equivalentes vulcânicos destas rochas são, respectivamente: dacito, andesito e traquito. Dado o
conteúdo decrescente de SiO2 e o conteúdo crescente de plagioclase cálcica, as rochas vão sendo cada vez
mais escuras, passando de rochas leuco-mesocratas a rochas meso-melanocratas. A Fig. 4.37 mostra estas
rochas vistas ao microscópio.

ROCHAS PLUTÓNICAS

A. Granodiorito B. Diorito C. Sienito


ROCHAS VULCÂNICAS

D. Dacito E. Andesito F. Traquito


Fig. 4.37. Rochas intermédias vistas ao microscópio

4.4.3. GABRO, BASALTO E DOLERITO


O Gabro é uma rocha plutónica, que ocorre geralmente como stocks
e diques/soleiras. Por vezes ocorrem em lopólitos de enormes dimensões,
como é o caso do Complexo de Tete. Tem como minerais essenciais as
plagioclases cálcicas e as piroxenas, e como acessórios as anfíbolas, as micas
(biotite), a magnetite, etc.
Geralmente são negros (melanocratas - Fig. 4.38.A), podendo ser
cinzentos escuros (mesocratas - Fig. 4.38.B) em função dos minerais A
acessórios que contêm. São rochas pobres em SiO 2, por isso são rochas
básicas.
Quanto à textura, os gabros são geralmente granulares, podendo ser
pegmatíticos e, raramente, porfiróides. A Fig. 4.38.C mostra um gabro visto ao
microscópio
B
C
O Basalto é o equivalente vulcânico do gabro, sendo também, por
isso uma rocha básica. A textura varia de hemicristalina (Fig. 4.29.B) a
porfirítica (Fig. 4.29.C). Devido à sua textura, é difícil observar a olho nu os
seus minerais essenciais constituintes, que são os mesmos do gabro. A Fig.
4.29.C mostra um basalto visto ao microscópio. Fig. 4.38. A. Gabro melanocrata
de textura granular; B. Gabro
Geralmente são melanocratas, podendo ser negros e cinzentos, por mesocrata de textura porfiróide;
vezes com tons avermelhados ou esverdeados (Fig. 4.29.B). Típico dos C. Gabro visto ao microscópio
basaltos são as estruturas amigdalóides (Fig. 4.31.D) e vesicular (Fig. 4.31.C).
Em Moçambique os basaltos ocorrem nos Libombos, na Faixa do Búzi, na
Província de Tete e em Angoche. A escória é um vidro vulcânico básico
altamente vesicular (Fig. 4.31.B).
Os equivalentes hipabissais destas rochas são chamados de Doleritos e geralmente têm textura
aplítica. A Fig. 4.39 mostra dois diques doleríticos cortando os riolitos dos Libombos, na auto-estrada entre a
Moamba e Ressano Garcia.

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Fig. 4.39. Dois diques doleríticos a cortar os riolitos dos Libombos,


na estrada Moamba-Ressano Garcia.

4.4.4. PERIDOTITO
O Peridotito é uma rocha intrusiva constituída fundamentalmente por Fig. 4.40. Peridotito visto ao
olivina, contendo alguma piroxena, como minerais essenciais. A Fig. 4.40 microscópio
mostra um peridotito ao microscópio.

4.4.5. OUTRAS ROCHAS ÍGNEAS


Como se viu atrás, há vários tipos de erupções vulcânicas,
umas calmas, outras mais explosivas. Neste caso, a erupção lança
para a atmosfera toneladas de partículas de dimensões várias,
incandescentes ou não. As mais pesadas caiem imediatamente nas
imediações do vulcão, mas as mais finas podem ser transportadas pelo
vento a distâncias várias, depositando-se em seguida. São as rochas Fig. 4.41. Caixa feita de Tufo vulcânico
(rocha piroclástica, Mpumalanga, RSA)
piroclásticas (do Grego pyros = fogo + klastos = fragmento). A Fig.
4.41 mostra uma caixa feita dum tipo destas rochas - tufo vulcânico -
podendo notar-se uma estrutura em camadas, típicas das rochas
sedimentares. De facto, as rochas piroclásticas estão na transição
entre as rochas ígneas e as rochas sedimentares.

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