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Fig. 9.13. Ilha de Monomy (Mass., EUA), cortada pela erosão das
Fig. 9.12. Estrada cortada pela erosão das ondas (EUA)
ondas ne sequência dum furacão em 1978.
Falésias e Terraços
As caves e arcos (Fig. 9.18) ocorrem quando as rochas da falésia são sedimentos estratificados
com durezas várias. As rochas mais brandas são mais fácilmente erodidas. Os nichos (Fig. 9.19) ocorrem
na base das falésias e são o primeiro passo para o recuo das falésia. Constituem reentrâncias na base da
falésia, como no primeiro diagrama da Fig. 9.15.
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Disciplina: GEOLOGIA GERAL; Cursos de : Agronomia e Geografia Tema 8
Praias de areia, seixo e cascalho são muitas vezes encontradas ao longo de costas de falésia,
pináculos, etc. Tais praias são muitas vezes características temporárias, em função da estação do ano.
A B C
Fig. 9.21. Fotografias aéreas tirades em Little Egg Harbor, Nova Jersey, em 1940, 1957 e 1963
1. DEPÓSITOS MARINHOS
5.1. PRAIAS
As praias são características transitórias. As praias de areia
que nos parecem permanentes, podem ser reduzidas a estreitas
faixas de calhaus (ou mesmo desaparecer) durante a estação do ano
em que há muito vento e tempestades. Em alguns lugares os
sedimentos são todos removidos, deixando a descoberto a rocha
subjacente.
A maioria das praias é constituída por sedimentos de
dimensões de areia facilmente removidos até por correntes
moderadas. Mesmo as praias de calhaus e seixos, como a da Fig.
9.22, em Metangula, Lago Niassa, podem ser levadas por ondas de Fig. 9.22. Praia de cascalheira em Metangula,
Lago Niassa
tempestade.
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Formação de Praias
As praias são características de costas em que domina a deposição, mas mesmo nas zonas mais
acidentadas ocorrem manchas de areia.
O aspecto de maior importância é a fonte do fornecimento de sedimentos. A maioria dos
sedimentos provém dos rios que desaguam nos oceanos ou da erosão das ondas e da sua rebentação
sobre as formações rochosas expostas nas zonas costeiras. Para além disso, durante as tempestades, as
ondas podem trazer sedimentos dos fundos oceânicos, mas é sempre em quantidade pequena. Localmente,
os sedimentos podem provir de vulcões ou glaciares em fusão, ou ainda serem soprados pelos ventos.
Para que uma praia persista, é necessário que o fornecimento
de sedimentos seja igual ou superior que a sua remoção, tanto pelas
ondas de tempestade como pelas correntes costeiras. Se os sedimentos
forem abundantes, as praias podem estender-se por muitos quilómetros
ao longo da costa. Se a quantidade de sedimentos for pequena, ou se as
correntes costeiras forem fortes, as praias só se formarão em zonas
protegidas da costa.
Nas zonas de falésias e de pináculos, muitas vezes a terra
entra pelo mar adentro (Fig. 9.25), protegendo da rápida remoção dos
materiais pelas correntes costeira, formando pequenas praias no interior Fig. 9.25. Praias protegidas por falésias, Nova
Zelândia
de pequenas baías.
As praias também se podem formar perpendicularmente
através da entrada das baías (Fig. 9.21). Primeiro, uma língua de terra
submersa forma-se na direcção das correntes costeiras. Com o acumular
de mais areia, esta língua pode emergir e cresce na mesma direcção, até
que atravessa toda a baía, originando uma língua de terra que impede a
passagem da água do mar para a baía e vice-versa (Fig. 9.26). Fig. 9.26. Praia formada na entrada duma baía
Muitas vezes aparece uma praia entre a costa e um pináculo, a que se chama um tômbolo (Fig.
9.16). Estes pináculos protegem a área por trás deles da erosão das ondas, sendo por isso zonas propícias
à acumulação de areia no fundo, que pode emergir, originando uma praia.
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Plataforma de Maré
Terras baixas perto do nível do mar, e protegidas da acção da
erosão das ondas e das fortes correntes, podem originar plataformas de
maré como as da Fig. 9.27, na Bretanha. Estas plataformas estão
geralmente perto de fontes abundantes de sedimentos, como o caso da
foz dos rios. Uma vez que muitos animais vivem nestas plataformas
(moluscos, gasterópodes, lamelibrânquios, crustácios, etc), os seus restos
são um componente importante destes sedimentos. A argila e o silte
muito finos, e alguma areia misturada com quantidades variadas de
fragmentos de conchas, espinhas de ouriços e matéria vegetal muito fina
em decomposição produzem uma lama muito mole típica destas zonas. Fig. 9.27. Plataforma de maré, no Monte Saint
Estes aspectos podem ser vistos na maré vazia na zona da Costa do Sol Michel, França
em Maputo, que é uma plataforma de maré.
À medida que as plantas morrem, elas caiem na água e começam a decompor-se. Se elas forem
soterradas rápidamente por sedimentos marinhos ou por outras plantas, há grandes hipóteses que esses
restos sejam preservados e transformados em carvão. Se o soterramento for lento, os restos são
rapidamente alterados por oxidação e por acção dos microorganismos.
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O recife geralmente consiste duma zona estreita de coral vivo, cujo topo é plano e situado perto do
nível médio do mar. Esta superfície pode ser exposta acima do nível do mar, mas o coral tem de se manter
molhado para viver.
A profundidade da água aumenta rapidamente em direcção ao mar aberto. Durante as
tempestades, o topo do recife pode ser quebrado, e os materiais soltos deslizam pelo lado íngreme,
acumulando-se na base do recife de coral.
O lado virado a terra é geralmente ocupado por uma lagoa onde corais mais frágeis e outros
organismos delicados estão protegidos dos efeitos da rebentação das ondas. Estas lagoas são pouco
profundas, e com águas limpas e livres de sedimentos em suspensão, condições essenciais para o
crescimento dos corais. Nos locais em que rios desaguam junto a corais, em que as águas têm matéria em
suspensão, nota-se uma quebra no recife, abrindo passagem para o mar aberto.
Um Atol é um recife de coral em forma de anel à volta duma lagoa central (Fig. 9.30). Pensa-se
que estes atois se formam quando uma ilha envolvida por recife (Fig. 9.31) é totalmente submersa. O recife
continua a crescer para manter os organismos vivos à necessária profundidade de água.
Moçambique é um país rico em recifes de coral, sendo os da Ilha da Inhaca considerados os mais
austrais do Oceano Índico.
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