E CONOMIA
DA
ENGENHARIA
CUSTOS
BEM: é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres
humanos.
SERVIÇOS: são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais, se destinam direta ou
indiretamente a satisfazer necessidades humanas.
Recursos econômicos
Tradicionalmente, esses fatores se dividem em três grandes categorias: terra, trabalho e capital.
3
Terra: Indica a terra culturável e urbana e os recursos naturais que contém, como por exemplo,
os minerais.
Trabalho: Refere-se às faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos que intervêm no
processo produtivo.
. A população é um conjunto de seres humanos que vivem em uma área
determinada.
. O fator produtivo trabalho é a parte da população que desenvolve as tarefas
produtivas.
2- SISTEMA ECONÔMICO
Os agentes econômicos (as famílias, as empresas e o setor público) são os responsáveis pela
atividade econômica.
A empresa é a unidade de produção básica. Contrata trabalho e compra fatores com o fim de
fazer e vender bens e serviços. As empresas são no sentido econômico chamadas de Produtores
ou Fornecedores.
FLUXO DE PRODUTOS
FATORES PRODUTIVOS
(Terra, Trabalho, Capital)
FLUXO MONETÁRIO
(Pagamento monetário pelos fatores produtivos)
Uma mercadoria é um produto que não se destina ao consumo do próprio produtor, mas à venda.
Produção é tudo: desde o que a dona de casa faz no seu lar até o que Autolatina faz em suas
fábricas de automóveis. Só uma faixa dessa produção se traduz em mercadorias, classificadas em
Bens (corpóreos, materiais) e Serviços (incorpóreos e imateriais). Por exemplo, um liquidificador
é um bem, enquanto que a estadia em um hotel é um serviço.
5
Cada um de nós participa diariamente no Mercado, seja como consumidores ou como ofertantes.
Nós ofertamos nosso trabalho no Mercado dos fatores de produção e nossas poupanças no
Mercado de capitais. Nós podemos especular no Mercado de ações. Como consumidores
participamos do Mercado de roupas e de alimentos, de entretenimento, de turismo, de informação,
de educação, etc. Todos estes Mercados são interconectados, isto é, a maioria da renda pessoal
que vai para o consumo vem da venda da capacidade de trabalho no Mercado dos fatores,
enquanto que o nível de preços em qualquer Mercado determina a quantia de dinheiro que sobra
para se gastar no demais.
As mercadorias não valem apenas porque custam a ser produzidas. Elas valem igualmente porque,
direta ou indiretamente, são capazes de satisfazer às necessidades e aos desejos das pessoas. O
termo econômico que representa essa capacidade é Utilidade. A utilidade que um objeto tem para
uma pessoa é determinada por esta pessoa. Então, a utilidade de um objeto não é inerente a ele,
mas à consideração que a pessoa tem por ele. A utilidade que um objeto tem para uma pessoa é a
satisfação que deriva dele.
A partir do conceito de utilidade eles chegaram ao conceito de Valor. Adam Smith no capítulo 6
de "A Riqueza das nações" considera que "Valor tem dois sentidos diferentes, podendo exprimir a
utilidade de uma mercadoria, ou seu Valor de Uso, ou a possiblidade desta mercadoria servir para
comprar outras mercadorias, ou seu Valor de Troca". A expressão monetária do valor de troca de
uma mercadoria é o seu Preço.
Quando o valor é expresso em moeda, tem-se o preço. Preço é então o valor monetário de uma
mercadoria. As relações econômicas têm um sistema de referência e orientação: os preços. Não
há uma economia sem um sistema de preços. Para que as pessoas se relacionem precisam saber
quanto vale cada coisa. Os preços servem como sinal, informação básica e referência no dia a dia
das decisões de sobrevivência. São sinais, informações, que nos ajudam a tomar decisões com que
ligamos nosso presente ao nosso futuro.
A hipótese que os consumidores compram mais a um preço menor e que os produtores oferecem
mais a um preço maior é representada no diagrama da Oferta e procura a seguir.
6
A curva D (Demanda) mostra as quantidades alternativas por unidade de tempo que seriam
consumidas a vários preços. Ela é inversamente proporcional aos preços, significando que quanto
maior os preços, menores serão as quantidades consumidas.
A curva de Demanda ou Procura depende, além do preço da mercadoria, de diversos outros
fatores, dos quais os principais são: preferências ou gostos dos clientes; dos preços das
mercadorias alternativas competidoras; do número de consumidores considerados; da renda dos
consumidores; da variedade de bens disponíveis para os consumidores; de fatores legais,
políticos, sociais e geográficos do ambiente.
A tabela ou curva de Demanda ou Procura de mercado mostra a relação entre a quantidade
demandada de um bem por todos os indivíduos e seu preço, mantendo constante os outros fatores.
Ela se orienta pelo valor percebido pelos clientes dos bens e serviços.
Os movimentos ao longo da curva de demanda de um bem (por exemplo, discos) acontecem
como conseqüência de uma mudança nos preços (dos discos).
Os deslocamentos da curva de demanda (de discos) se devem a alteração de alguns outros fatores,
que não o preço (dos discos). Por exemplo, a renda dos consumidores.
A curva da oferta (O) mostra as quantidades alternativas por unidade de tempo que seriam
ofertadas a diferentes preços. Ela é diretamente proporcional aos preços, ou seja, quanto maiores
os preços, maiores serão as quantidades ofertadas pelos produtores.
A Oferta altera-se sempre que um desenvolviemnto técnico ou os preços dos fatores usados na
produção da mercadoria alteram seu custo de produção. Ela orienta-se em grande parte pelo custo
– o quanto custa aos produtores a produção dos bens e serviços.
De acordo com a lei da Oferta e Procura haverá um ponto (E), de encontro das duas curvas, onde
produtores e consumidores estarão igualmente satisfeitos. Este ponto determina o preço de
equilíbrio ou o preço de mercado e a quantidade respectiva. Os preços sobem e descem ao sabor
da Lei da Oferta e Procura. Oferta maior que Procura, os preços baixam. Procura maior que
Oferta os preços sobem. Na teoria, em algum momento, a oscilação finalmente dá lugar a uma
estabilidade, como um pêndulo que chega ao repouso. O Mercado encontra seus preços de
equilíbrio.Por conseguinte, não há nada que um único comprador ou vendedor possa fazer para
influenciar o Mercado.
O Mercado torna-se o mecanismo regulador dos preços que toma o lugar do Estado, da
Autoridade; uma força impesssoal, ao abrigo da manipulação por parte de um indivíduo ou de
uma organização qualquer.
0
Preço
($)
D>
O
P1
O>
D
Equilíbrio
PE = Preço
P2
O
D
tempo
unid. de
Quantida
e/
7
Esta Lei considera que as empresas têm uma política de preços, os quais seriam determinados
parte em função da concorrência e parte em função dos Custos. De acordo com esta lei as
empresas, para determinar seus preços, calculam quais são seus Custos Diretos (Matéria Prima e
Mão de Obra Direta) , e sobre esses Custos aplicam uma margem para cobrir os Custos Indiretos,
Impostos e para proporcionar um determinado Lucro desejado pela empresa. Assim se o custo
Direto é $100 e a margem é 50%, o preço será $150, ou seja: Pr = Cd (1 + K),
A idéia é que em lugar de dizer que o preço é determinado pela Lei da Oferta e Procura, parte-se
de um pressuposto mais realista de que o preço é objeto de decisão da firma, na qual se levam em
conta seus Custos Diretos e as condições de concorrência.
Na prática o "mark up" é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação
do preço de venda. Por exemplo, o dono de um bar pode aplicar o índice de 1,5 sobre o preço de
compra do litro de uma determinada bebida, para formar o preço de venda. O "mark-up" tem por
finalidade cobrir as seguintes despesas e fornecer um lucro:
Uma informação de grande interesse às empresas é como as mudanças de preços afetam a receita
total. O que os empresários querem saber é se as mudanças nos preços elevarão ou reduzirão a
receita total, isto é, qual o resultado da multiplicação do preço pela quantidade vendida.
Medida de elasticidade:
Ep = Q/Q = Variação percentual da quantidade demandada
p/p Variação percentual do preço
Elasticidade - arco:
p Q
No ponto A 100 1.000.000
No ponto B 90 1.200.000
A ======> B Ep = -2 x (-1) = 2
B ======> A Ep = -1,5 x (-1) = 1,5
Ep = -1,8 x -1 = 1,8
OBS. = Caso não multiplique por (-1), considerar que Ep = -2 > Ep = -1,5 > Ep = -1
ELASTICIDADE NO PONTO: A
Ep = MT
OM P
(D)
O M T
Ep > 1 ===> Procura é elástica ( A demanda é elástica se o valor numérico da elasticidade é
maior que a unidade, isto é, se a variação na quantidade é percentualmente
maior que a do preço).
ELASTICIDADE X RECEITA:
(Receita = pv x Q), onde pv é o preço de venda e Q a quantidade.
Ep > 1 ===> Q/Q > p/p (diminui p, aumenta receita; aumenta p, diminui receita)
9
Ep < 1 ===> Q/Q < p/p (diminui p, diminui receita; aumenta p, aumenta receita)
Ep = 1 ===> Receita máxima
Quando a demanda é elástica, uma redução do preço aumentará a receita total. Um aumento
do preço, ao contrário, reduzirá a receita total.
Quando a demanda é inelástica, uma redução no preço diminuirá a receita total e um aumento
elevará a receita.
OBS.: Isso explica o comportamento de certos agricultores que preferem queimar ou destruir
parte de suas colheitas, pois, dessa forma, conseguem elevar os preços de seus produtos
e aumentar as receitas totais, uma vez que a demanda do produto agrícola normalmente
é inelástica.
Receita Aumenta
P Receita Máxima
Receita Aumenta
O M T
1) Uma é a que se chama de mercadoria elástica aos preços, cuja produção pode ser aumentada
à medida que o consumo cresce. Se o consumo de automóveis cresce 5% ou 10% ao ano, as
Montadoras em geral têm possibilidade de expandir sua produção em 5 ou 10%.
A maior parte dos produtos industriais é dessa antureza, ou seja, sua produção pode ser
aumentada ou diminuída conforme a Procura. Os serviços em geral, também, têm essa
flexibilidade. Por exemplo, serviços pessoais, como os prestados em hotéis, restaurantes, cinemas,
etc., têm essa capacidade de se ajustar às flutuações da Procura.
Essas mercadorias elásticas dividem-se em:
a) padronizadas (tais como aço, cimento, vidro, produtos químicos, madeira, algodão, metais não
ferrosos, etc.), que não têm marca, que são comprados por uma especificação, conhecidos como
"commodities" e comercializados em Bolsa de Mercadorias;
b) não padronizadas (tais como roupa, cigarro, automóvel, produtos de higiene e limpeza,
alimentos industrializados e diversas outras), que têm uma marca, que são difrenciados, tais como
Brahma, Maizena, Bombril, Caloi, etc.
10
A maior parte das mercadorias é elástica e seus preços são formados pela Lei da Margem
Constante, ou seja, são determinados pelo seu custo de produção acrescidos de uma margem ou
"mark up", isto é, Preço = Custo (1 + K), onde a margem é função do tipo de produto e do
número de concorrentes. Mercadorias elásticas padronizadas têm margem reduzida porque a
concorrência que se estabelece entre vendedores é do tipo preço x qualidade, o que significa que
os compradores vão dar preferência a quem vender produtos de boa qualidade pelo menor preço.
Mercadorias elásticas não padronizadas têm margem alta, para cobrir dispêndios de publicidade,
com pesquisa e desenvolvimento, etc., visando distinguir a marca.
2) Existem também as mercadorias inelásticas aos preços, isto é, que a cada momento sua
quantidade é dada e não pode ser alterada em um determinado período de tempo, tais como
petróleo, produtos agrícolas (milho, soja, café, etc.) e outras. No caso dos produtos agrícolas, a
quantidade ofertada é função da safra. A característica principal destes produtos é que a oferta é
constante num determinado período de tempo.
As mercadorias inelásticas têm seus preços formados em função da Demanda, isto é,
Preço = F (Demanda), para uma dada Oferta. Se a Oferta é constante, a Demanda ou Procura
sendo alta, o preço sobe, e inversamente, o preço desce. São mercadorias cujos contratos são
normalmente fechados em Bolsas de Mercadorias, onde o fator especulativo é também
responsável pela oscilação de preços.
Para evitar flutuações acentuadas nos preços, são formados estoques reguladores ou estabelecidos
acordos de preços (por governos ou cartéis).
I) Concorrência
A fixação do preço torna-se impessoal, fora do controle de qualquer participante, e obedece a Lei
da Oferta e Procura, desde que haja concorrência entre muitos compradores e vendedores. Desde
que houvesse concorrência, uma firma individual não poderia fixar seus preços e teria que se
sujeitar às forças do mercado.
Na realidade a concepção referida tem sentido quando as firmas produtoras de mercadorias são de
pequeno porte e em grande número, e as mercadorias facilmente substituíveis.
II) Oligopólio
Contudo nem todos os mercados funcionam assim. Se houver poucos vendedores, que têm
poder de mercado, ou seja, de impor um preço de forma bastante independente do jogo da Oferta
e Procura, como acontece nas indústrias automobilística, química, de eletricidade, de
pneumáticos, de produtos de higiene e limpeza, de cervejas e refrigerantes, e de muitos outros
ramos industriais, denominados Oligopolistas, cada firma constará a vantagem comum no preço
mais altamente lucrativo, de vender somente a um preço bom para si mesmos.
A economia moderna compõe-se de um lado de umas poucas firmas muito grandes, que
fornecem mais da metade de toda a produção privada de bens e serviços (os Oligopólios), e de
outro lado de um número imenso de firmas minúsculas, que fornecem o restante. Uma
conseqüência inevitável do desenvolvimento da grande empresa é que a fixação do preço deixa de
ser competitiva e impessoal. Em vez disso, a grande empresa consegue o poder indispensável de
estipular seus preços.
11
III) Monopólio
Cartel
É um agrupamento de empresas que procura limitar a ação das forças de livre concorrência para
estabelecer um preço comum e/ou alcançar uma maximização conjunta dos lucros.
1. A curva de Oferta diária de copos é dada pela fórmula $P = Q / 1000 , enquanto que a curva
de Demanda diária é $P = 1000 / Q.
a) determine a quantidade diária que será vendida e o preço respectivo;
b) em conseqüência de um acréscimo de renda dos consumidores, a demanda dobra.
Determine o novo preço e o produto diário.
2. Suponha que exista concorrência na indústria de tintas; os dados da demanda e oferta são
relacionados na tabela seguinte:
Litros por dia 200 300 400 500 600 700 800
Preço da Demanda
4,0 3,2 2,5 2,0 1,5 1,1 0,9
($ / litro)
Preço da Oferta
0,6 0,8 1,1 1,5 2,0 2,6 3,2
($ / litro)
O Governo decide relocalizar a indústria para fora da área em que se encontra, para proteger o
meio ambiente, o que acarretará um aumento do custo de transporte de $0,5/litro.
Determinar a quantidade produzida e o preço de mercado antes e depois da relocalização.
3. Um aposentado costumava ir 6 dias por semana a um boteco para beber cerveja com seus
amigos. Gastava em média $ 3,00 por dia. Nos últimos tempos passou a gastar $ 3,40 / dia. Como
sua aposentadoria não acompanhava o custo de vida, ele teve de reduzir suas idas a 5 dias por
semana. Supondo que ele se divertisse igualmente antes e depois, determinar a elasticidade –
preço da procura pela sua diversão.
$ / unidade
( 1 ) Salários 45,00
( 2 ) Matéria Prima 40,00
12
A matéria prima teve seu preço aumentada em 30%, mantendo o mesmo consumo específico.
Qual o preço de venda do produto antes e depois do aumento, se o “mark up” da empresa é de
80% ?
$ / unidade
Material Direto 700,00
Mão de Obra Direta 150,00
Custo Indireto de Fabricação Variável 150,00
%
( a ) Impostos e Taxas sobre Vendas:
- ICMS 17,00
- PIS 0,75
- COFINS 0,50
- Comissões sobre Vendas 5,00
( b ) Despesas Gerais:
- Despesas Administrativas Fixas 2,00
- Despesas de Vendas Fixas 5,00
- Custos Indiretos de Fabricação Fixos 15,00
A empresa deseja um lucro de 15% sobre o valor das vendas, antes do pagamento do Imposto de
Renda. Qual deve ser o preço de venda do produto.
Em economia o termo Produção refere-se à conversão de bens (materiais, corpóreos), tais como
carvão, minério de ferro, lajotas, barras e placas de aço, etc., e serviços (imateriais, incorpóreos),
tais como telecomunicações, água tratada, energia elétrica, transporte, intermediação financeira,
etc., em outra forma diferente de bens e serviços. Os bens e serviços a serem convertidos estão na
forma de "inputs" ou Fatores de Produção. Eles saem do processo de conversão como
"outputs" ou Produtos. Presumivelmente os produtos terão mais valor de mercado que os
fatores tiveram em sua forma de pré-produção.
Nós estamos cercados por processos de produção, cujos produtos são bens e serviços. Por
exemplo, a produção de pão envolve a combinação de terra, sementes, fertilizantes, inseticidas,
máquinas, mão de obra, sol e água para produzir o trigo, um bem. O trigo é movido das fazendas
e estocado através da aplicação do esforço humano trabalhando com caminhões, tratores, trens,
navios, transportadores, elevadores de grãos, e silos de estocagem. O transporte e estocagem
representam a produção de serviços. O trigo passa por uma série de processos de refino, mistura e
13
panificação, cada um dos quais incorpora o uso de trabalho e máquinas, até que finalmente, o pão,
empacotado em embalagens impressas, é oferecido em prateleiras iluminadas em um
supermercado com ar condicionado, para ser apanhado por um cliente e levado a uma caixa
registradora onde será pago, colocado em sacos plásticos junto com outras mercadorias e levado
para a casa do comprador. A comercialização de alimentos em supermercados ou vendas é
também um processo produtivo onde o produto é um serviço. Quando você compra um pão, você
compra também os serviços que o faz atrativo e convenientemente disponível. Assim no processo
de plantio e processamento de trigo, a comercialização envolve combinar fatores de produção
para criar um produto que tem mais valor que a soma dos fatores.
Adam Smith, em seu famoso livro "A Riqueza das Nações" faz uma análise regressiva e conclui
que os preços das mercadorias são formados pelos fatores de produção originais: Recursos
Naturais (terras agricultáveis, florestas, recursos hídricos, recursos minerais e energéticos, etc.)
que são apropriados pelo homem; Trabalho representado pela capacidade de trabalho dos
homens e Capital que é a parte da produção que é compulsória e livremente poupada para
produzir bens e serviços utilizados para aumentar a produtividade do trabalho do homem. Assim,
a Universidade é um bem de capital, onde foram investidos os recursos captados pelo Governo
em forma de impostos, para melhorar a qualificação e eficiência dos seus formandos.
Quanto se pode produzir com uma dada quantidade de insumos é limitado pela tecnologia. Dado
o estado da tecnologia, existe uma variedade de possíveis métodos de produzir um bem ou
serviço. Alguns requerem muito capital e pouco trabalho, alguns requerem muito trabalho e pouco
capital; alguns são novos, outros, velhos. Cada método de produção requer o uso de fatores para
produzir o bem ou serviço. Dada uma certa quantidade desses fatores, é possível determinar que
método utilizar para se obter o máximo de produto, e a quantidade do produto, conforme
apresentado no diagrama a seguir:
12
10
50 10
20 0
16 20 TR
onde K é a quantidade de Capital e TR a quantidade de trabalho. Cada uma das curvas está
relacionada a um certo nível do produto, e mostra as diversas combinações de capital e trabalho
que produzirá este nível (por exemplo, um produto de 50 pode ser obtido usando 12 unidades de
capital e 16 de trabalho, ou 10 unidades de capital e 20 de trabalho).
Uma função de Produção é a relação técnica entre as quantidades de fatores e de produtos. Ela
representa formalmente as possibilidades técnicas de produção, ou mais especificamente as
14
A Função de Produção para uma forma individual que produz um produto pode ser escrita:
Q = f (TR, K, Rn, Tec),
4.2.1- Exemplos
A manufatura de livros envolve muitas operações, das quais uma é a sua editoração, que pode ser
feita através do uso de uma máquina denominada linotipo. É um processo produtivo demandante
de pessoal qualificado. Cada máquina exige pelo menos um operador. Suponha que cada conjunto
de 1 máquina e 1 operador produza 10 páginas/dia. Suponha que se deseja investigar as
possibilidades de produção de 200 páginas por dia:
a) no ponto A representando a utilização de 20 máquinas e 20 homens, onde a relação trabalho
capital é de 1/1, obtém-se 200 págs.;
d) ao tentar retirar a terceira máquina, verifica-se que não há meio de substitui-la. Mesmo se
houver incorporação de 50 novos homens não é possível recuperar a produção de 200 págs. Será
necessária a reintrodução da terceira máquina. A produtividade marginal do trabalho será zero, e a
taxa será infinita;
e) voltando ao ponto A onde a relação é de 1/1, retirando 1 operador a produção cairá para 190
págs. e qualquer que seja o número de máquinas que se acrescentar não será possível recuperar a
produção de 200 págs.
A função de Produção de uma empresa mostra a quantidade máxima de produto que se pode obter
com quantidade dada de Recursos.
O objetivo da aplicação da Engenharia é alcançar o maior produto possível por unidade de "input"
ou fator empregado. Esta afirmativa é essencialmente uma expressão da produtividade, que é
representada por:
PM é o coeficiente angular (tangente) da reta que une a origem dos eixos ao ponto
considerado da curva de produção.
16
Pmx = dQ
dx
Pmx é representado pelo coeficiente angular (tangente) da reta tangente à curva de produção
no ponto considerado.
Ex: Um fabricante de calças jeans, tem de empregar uma série de fatores: mão-de-obra,
maquinaria, instalação, determinados produtos intermediários (tecido, fio etc.) e design.
A partir de certas quantidades dadas de fatores, o fabricante obtém as calças jeans. Esta
informação é a que facilita a função de produção.
0 0 0 0
1 50 50 50
2 126 63 76
3 216 72 90
4 316 79 100
5 415 83 99
6 480 80 65
7 539 77 59
8 576 72 37
9 603 67 27
10 580 58 -23
11 528 48 -52
12 432 36 -96
aumentará, mas além de certo ponto o acréscimo resultante no produto tornar-se-á cada vez
menor”.
Suponhamos que se possam empregar três técnicas ou métodos diferentes, para obter uma
quantidade de produto, empregando dois fatores de produção, capital e trabalho
Eficiência técnica
Preços iniciais: . Preço do capital = R$500,00 ao dia
. Preço do trabalho = R$100,00 ao dia
Eficiência econômica:
Efeitos de um aumento de salário: . Preço do capital = R$500,00 ao dia
. Preço do trabalho = R$200,00 ao dia
18
5 - NOÇÃO DE CUSTOS
Custo por definição, é a remuneração dos recursos (ou Fatores de Produção). Para remunerar um
recurso (fator) é necessário considerar o seu preço e a sua produtividade.
Sejam: X,Y,Z ........... Recursos
x,y,z .......... Quantidades dos recursos
Px, Py, Pz ..... Preços unitários dos recursos
CT = Custo Total
Conhecer os custos de suas atividades é condição básica para “tocar” qualquer empresa, seja ela
comercial, industrial etc., independentemente de seu porte – pequeno, médio ou grande –
principalmente nos dias atuais, em um ambiente que se altera constantemente.
Atualmente, em um mercado altamente competitivo, o conhecimento e a arte de bem administrar
são fatores determinantes do sucesso de uma empresa. Portanto, não se pode relegar a um plano
secundário os cálculos de custos, pois eles serão ferramentas auxiliares da boa administração.
Cada empresa possui peculiaridades que lhe são singulares. Assim, o custo, para ser útil, deve
refletir a empresa e servir de base para atender às necessidades para as quais foi calculado.
Para atender às exigências legais, a empresa precisa adequar seus métodos de apuração de custos
aos princípios contábeis em conformidade com normas e legislações vigentes.
Para a tomada de decisões, podem ser empregados métodos de apuração derivados daquele
anterior, capaz de fornecer as informações que atendam às necessidades gerenciais da empresa.
Um indústria incorre diariamente em uma série de gastos para realizar suas atividades
administrativas, de vendas e fabris, tais como compras de matérias-primas para seus produtos,
compras de materiais de escritório, pagamentos de taxas e impostos, manutenções, folha de
pagamentos etc.
No entanto, nem sempre esses gastos são considerados Custos.
Para entender essa situação, observamos a estrutura de uma DRE (Demonstração de Resultados
do Exercício):
Receitas de Vendas ............................................................$xxx.xxx,xx
( - ) Custo dos Produtos Vendidos .....................................$xxx.xxx,xx
( = ) Lucro Bruto ................................................................$xxx.xxx,xx
( - ) Despesas Administrativas e de Vendas .......................$xxx.xxx,xx
( = ) Lucro Operacional ......................................................$xxx.xxx,xx
Observa-se que Custos e Despesas são demonstrados separadamente. Há a dedução do Custo dos
Produtos Vendidos das Receitas de Vendas e a dedução das Despesas do Lucro Bruto.
20
1. Uma firma eletrônica produz diversos tipos de chassis para televisão. Um deles de 14" tem uma
demanda de 500 unidades por ano, entregues aos clientes em quantidades mensais de um doze
avos da quantidade referida. Cada chassis armazenado necessita de 1 (um) metro quadrado de
espaço cujo valor do aluguel é de $2,50 por metro quadrado por ano. Suponha que para ajustar as
perfuratrizes sejam necessárias 10 horas de trabalho especializado, cujo salário é de $5,00/hora ou
de $50,00 para cada lote produzido. Qual o tamanho do lote que seria mais econômico para a
empresa?
2. Suponha que uma empresa de transportes deva produzir por ano um certo produto, na forma de
transportes de carga e passageiros. O serviço pode ser realizado com uma das seguintes
combinações de mecânicos e veículos, as quais podem ser utilizadas para produzir o produto
requerido em sua rota padrão e satisfazendo seu quadro de necessidades:
b) Suponha que a despesa anual de um veículo caia para $200.000,00 e o salário dos mecânicos
suba para $7.000,00 por ano. Qual a nova combinação a ser escolhida?
22
Os custos são classificados de várias formas para atender às diversas finalidades para as quais são
apurados. As duas classificações básicas compreendem aquelas que permitem determinar o custo
de cada produto fabricado e o seu comportamento em diferentes níveis de produção em que uma
empresa possa operar.
a) Quanto aos produtos fabricados: para alocar os custos aos produtos, eles são classificados
em Custos Diretos e Custos Indiretos.
b) Quanto ao comportamento em diferentes níveis de produção: para determinar os custos de
vários níveis de produção, eles se classificam em Custos Fixos e Custos Variáveis.
Como vimos anteriormente, todos os gastos ocorridos na divisão fabril são classificados como
custos. Assim, matéria-prima, mão-de-obra, energia elétrica, depreciação etc., e até mesmo o
cafezinho e o material de higiene e limpeza consumido pela divisão fabril constituem custos. E,
como os custos são apropriados aos produtos, é necessário estabelecer critérios para isto. A
separação destes custos em diretos e indiretos vem ao encontro dessa necessidade.
A regra básica para essa classificação é a seguinte: se for possível identificar a quantidade do
elemento de custo aplicada no produto, o custo será direto. Se não for possível identificar a
quantidade aplicada no produto, o custo será indireto.
Custos Diretos: são aqueles apropriados aos produtos conforme o consumo realizado. São
exemplos clássicos de custos diretos, a matéria-prima (corresponde aos materiais cujo
consumo podemos quantificar no produto) e a mão-de-obra direta (corresponde aos
funcionários que atuam diretamente no produto, e cujo tempo gasto possa ser identificado, isto
é, apontado no produto). Se outro elemento de custo tiver a medição do consumo no produto,
o custo também será considerado como custo direto, por exemplo, a energia elétrica. Caso
haja aparelhos medidores do consumo de energia nas máquinas e se houver o seu controle,
este custo também será direto.
Custos Indiretos: são aqueles apropriados aos produtos em função de uma base de rateio ou
algum critério de alocação. Essa base de rateio deve guardar uma relação próxima entre o
custo indireto e o objeto de custeio, evitando causar distorções no resultado final. São
empregados como bases de rateios: horas apontadas de mão-de-obra, horas de máquinas
utilizadas na fabricação dos produtos, quilos de matéria-prima consumida. Exemplo: custo da
energia elétrica, o rateio pode ser feito proporcionalmente às horas de máquinas utilizadas,
considerando que o consumo de energia tenha uma relação de causa e efeito muito próxima
dessas horas.
Para estudo do comportamento dos custos, as mesmas contas que antes foram classificadas em
custos diretos e indiretos serão agora classificados em custos fixos e custos variáveis. Essa
classificação ocorre em função do comportamento dos elementos de custos em relação às
mudanças que possam ocorrer no volume de produção. A idéia é a seguinte: a um certo nível de
produção incorre-se em um montante de custos. Se este nível de produção aumentar ou diminuir,
o consumo de alguns elementos de custos acompanhará esta oscilação para mais ou para menos, e
outros não.
Veja o que pode acontecer quando alguém resolve montar uma fábrica com capacidade para
processar mensalmente 10.000 Kg de matéria-prima na fabricação de seu produto. Primeiramente
se instala uma estrutura capaz de suportar esse volume de produção. Essa estrutura provoca a
ocorrência de certos elementos de custos, tais como aluguel do prédio onde a empresa será
instalada, depreciação de máquinas e equipamentos, funcionários etc. Nada produzindo ou tendo
sua produção entre 0 e 10.000 Kg, estes custos serão os mesmos. São os chamados custos fixos,
isto é, ocorrem de qualquer maneira, pois serão eles que suportarão a estrutura da empresa.
Quando a empresa produzir a primeira unidade de seu produto, passará a consumir matéria-prima,
energia elétrica e outros custos decorrentes do ato de produzir. Esses serão os custos variáveis,
cujos consumos serão maiores ou menores conforme o volume de produção. Eles ocorrem
somente se houver produção.
Para classificar um custo como fixo ou variável é preciso verificar como ele reage a alterações no
volume de produção. Se o volume se alterar e o custo também, ele será variável, do contrário, será
fixo.
Assim, podemos dizer que:
Custos Fixos: São aqueles decorrentes da estrutura produtiva instalada da empresa, que
Quantidade
independem da quantidade que venha a ser produzida dentro do limite da capacidade instalada.
mesma intensidade.
A representação gráfica facilita a compreenção.
10.000 kg
24
Custos
0
Custo Fixo Unitário*
Quantidade
Este gráfico representa o comportamento do custo fixo. Em qualquer nível de atividades entre 0 e
10.000 kg, o custo fixo não se altera.
É de se esperar que, quanto mais próximo do nível máximo de produção, menor o custo por
unidade produzida, devido à economia de escala proporcionada. Graficamente, temos a seguinte
situação:
10.000 kg
* Observa-se que a linha do custo fico unitário não começa na quantidade 0, e sim na primeira
unidade, pois neste nível de produção é esta unidade que absorve todo o custo fixo.
Custos Variáveis: São aqueles que aumentam ou diminuem, oscilando ao sabor do nível de
0 1
produção. São exemplos deste comportamento o custo da matéria-prima (quanto mais se produz,
Custo
maior a sua necessidade, portanto, maior o custo) e o custo da energia elétrica (quanto mais se
produz, maior o uso de máquinas e equipamentos elétricos, conseqüentemente, maior o consumo
e o custo).
A representação grágica ds custos variáveis é:
Custo
s
Custo Variável
0 10.000
kg
25
Com esse comportamento dos custos variáveis, é de se esperar que cada unidade fabricada tenha
exatamente o mesmo custo. Graficamente temos a seguinte representação para o custo variável
unitário:
Custos
Quantidade
0 10.000
kg
26
Os Custos Variáveis e por conseguinte os Custos Totais podem ter variação linear ou variação não
linear.
Custos
Custos Unitários
Totais
Comportamento Linear Linear
Comportamento
2500
700
2000
600
Q
500
CF
1500 CFu
CV.
Custo ($)
Produto (Q)
Custos Totais
Comportamento Não Linear
Custos Unitários e Marginais
Comportamento Não Linear
2500
2000 700
CF
1500 600
Custo ($)
C
CFu.
1000 V 500
CT CVu.
500 400
Custo ($)
CTu.
0 300
1 3 5 7 9 Cmarg
11 200
Produto (Q) 100
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Produto (Q)
27
Os diferentes comportamentos dos Custos Variáveis resultam de que no primeiro caso eles variam
numa razão constante quando o nível de atividade cresce ou decresce, e são representados
analiticamente por uma linha reta, enquanto que no segundo eles alteram-se numa razão variável,
e são representados por uma curva. No segundo caso os Custos Variáveis comportam-se
diferentemente a níveis baixos e altos do Produto.
Mais ainda, no primeiro comportamento, argumenta-se que as empresas raramente operam, por
muito tempo, a níveis muito baixos ou altos do produto, tais como abaixo de 2 e acima de 8 nas
curvas acima. Nessas condições, considera-se que entre os níveis 2 e 8, por exemplo,
denominados níveis relevantes (estágio II da curva de produção), a curva do gráfico
representativo do segundo comportamento pode ser confundida com uma linha reta, sem muito
erro.
c) Custo Total
O Custo Total é igual ao Custo Fixo mais o Custo Variável, ou seja:
CT( Q ) = CF + CV ( Q )
28
Custos Semifixos: são aqueles elementos de custos classificados de fixos que se alteram em
decorrência de uma mudança na capacidade de produção instalada. Na representação gráfica
(a) mostrada abaixo, tendo a produção localizada entre 0 e Q1, esses custos ocorrerão na
mesma intensidade. Caso haja crescimento do negócio, e se decide expandir a capacidade,
passando para Q2, os custos fixos agora nessa nova capacidade serão maiores. Se ocorrer um
outro aumento da capacidade, o processo se repete. Como se vê, os custos fixos crescem em
patamares. O oposto também ocorre, ou seja, reduzindo a capacidade de produção, tais custos
serão reduzidos em patamares.
Custos Semivariáveis: são aqueles que possuem em seu valor uma parcela fixa e outra
variável. Isto é, têm um comportamento de custo fixo até certo momento e depois se
comportam como custo variável. Temos, como exemplo, ao se alugar um automóvel ou uma
máquina paga-se uma parte fixa que independe do uso e uma parte variável que é proporcional
à quilometragem rodada; custos de manutenção, compostos da parcela de manutenção
preventiva (fixa) e outra corretiva (variável).
CUSTO($ CUS
) TO($
)
0 Q Q QUANTIDADE 0 QUANTI
(a) 1 dos custos
Representação gráfica (Q)
2 semifixos (b) Representação gráfica dos custos semivariáveis DADE(Q)
11
1!!
Cmg = dCT
dQ
Quando CTu (médio) decresce, ao aumentar a produção, o Cmg é menor do que o CTu. Quando
CTu é crescente, ao aumentar a produção, o Cmg é maior do que o CTu. Segue-se que ao nível de
produção em que o CTu é mínimo, o Cmg é igual ao CTu.
Cmg
CTu (CM)
$
As forças que levam a curva de CTu a longo prazo a decrescer para maiores tamanhos da empresa
são chamadas ECONOMIAS DE ESCALA.
Assim, a DEPRECIAÇÃO nada mais é que a reposição do valor perdido ao longo do tempo, seja
por motivo desgaste, mercado, ou mesmo de superação tecnológica. A depreciação pode ser real
ou contábil.
Depreciação real é a diminuição efetiva do valor de um bem resultante do desgaste pelo uso, ação
da natureza ou obsolescência normal. Como exemplo, podemos citar a diminuição efetiva do
valor de uma ferramenta motivada pelo desgaste físico, a diminuição do valor de um televisor
motivada pelo uso, ou diminuição efetiva do valor de um aparelho fotográfico motivada pela
obsolescência.
Depreciação contábil é a diminuição do valor de um bem no patrimônio da empresa, ou seja, na
contabilidade, resultante do decurso do prazo decorrido desde a sua aquisição até o instante
atribuído ao desgaste físico, ao uso ou à obsolescência.
Um bem deprecia-se durante a sua vida útil. Se estabelecermos depreciação real teremos que
considerar a vida útil real; se estabelecermos depreciação contábil teremos que considerar a vida
útil contábil.
Um dos venenos mais devastadores no organismo de uma empresa é a depreciação de seus bens.
Se ela não for devidamente detectada e lançada na planilha de custos, seus efeitos podem levar a
empresa à morte.
6.7.1- Como é utilizada a depreciação
Uma empresa, seja ela de qualquer natureza, caracteriza-se pela existência de um documento
fundamental chamado Contrato Social. Neste documento existe a finalidade da empresa chamada
Objeto Social o qual se compõe da relação das atividades que serão exercidas e que determinarão
o enquadramento da empresa perante suas obrigações, com as autoridades federais, estaduais e
municipais, com, por exemplo, impostos, taxas, encargos, etc.
Um dos impostos a serem devidos por uma empresa é o Imposto de Renda, que é igual a uma
porcentagem aplicada sobre o lucro havido e demonstrado pelo Balanço Geral Anual.
O Lucro, por sua vez, vem a ser a diferença entre a Receita anual e e a Despesa (mais Custo)
anual. Desta forma, quanto maior a despesa mais custo, menor será o lucro e, conseqüentemente,
o Imposto de Renda.
Entretanto, nem todo o gasto de dinheiro é despesa ou custo. Contabilmente, qualquer gasto de
dinheiro de uma empresa somente pode ser considerada despesa ou custo se ele se referir à
aquisição de objetos ou serviços, tendo finalidades dirigidas ao Objeto Social.
Se tal aquisição for de utilização relativamente curta (material de escritório, matéria prima no
estoque, mão-de-obra periódica, etc), seu lançamento contábil como despesa ou custo é realizado
concomitantemente com seu pagamento.
Porém, se a aquisição referir-se a um bem de utilização relativamente longa (compra de
equipamento, automóvel, propriedade de instalação da empresa, etc), o gasto de dinheiro
realizado para a sua aquisição será contabilizado como despesa durante tantos períodos quantos
forem os períodos de sua depreciação, mesmo que seu pagamento tenha sido feito a vista. Tal
forma permite um cálculo do IR mais justo, segundo os princípios que norteiam a Receita Federal,
uma vez que o bem, por não ser de uso imediato, tende a permanecer na empresa durante um
prazo longo, devendo entrar na conta de Custos ou Despesas durante este prazo longo.
A depreciação de um bem se dá durante um prazo chamado vida útil, a qual pode ser real se
resultar de pesquisa científica realizada para o bem específico analisado, e pode ser contábil se,
32
adequando-se as taxas aos valores resultantes da utilização dos coeficientes redutores 1,5 e 2,0
respectivamente.
Não são depreciáveis:
a) Terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções.
b) Prédios ou construções, não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção de seus
rendimentos ou destinados à revenda.
c) Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo como obras-de-artes ou
antigüidades.
d) Bens para os quais exista exaustão (perda de valor por exploração mineral ou florestal).
Pelo que vimos, uma firma, ao investir em qualquer ativo fixo, espera que no final da sua vida útil
seja recuperada a quantia investida no ativo, acrescida de um lucro adicional ou retorno.
Consequentemente, sabendo que o ativo fixo perde o valor, a empresa deve deduzir da sua receita
uma parcela anual, denominada COTA DE DEPRECIAÇÃO, que permita recuperar o valor do
ativo no término da sua vida útil.
As regras para se decidir quanto deduzir anualmente, isto é, o valor da parcela, dependem de
diversas considerações, tais como: vida útil do ativo, declínio em eficiência e produtividade
durante a vida útil, etc.
As cotas de depreciação são então estabelecidas de maneira a refletir mais aproximadamente
possível este declínio.
Entretanto, em decorrência da dificuldade em se estimar este declínio no valor do ativo, usam-se
alguns métodos padrões de depreciação a seguir descritos:
Sejam:
VI - valor de aquisição do bem;
VR - valor residual do bem ,ou seja, estimativa do valor que o bem terá no fim de sua vida útil;
n - vida útil do bem, isto é, período de tempo em que o bem ainda terá utilidade para seu
proprietário. Não se deve confundir vida útil com vida física. Um bem poderá continuar sendo
utilizado muito tempo após o término de sua vida útil, mas o fará a um custo que não será
compensador.
a) Método Linear
Consiste em dividir-se a quantia depreciável pelo número de ano e, então, subtrair o
quociente, a cada ano, do valor do equipamento. No caso do exemplo tem-se:
Alguns fatores para o cálculo da depreciação são autorizados para fins da declaração de renda.
Se um fator de 1,5 (150%) for utilizado para a máquina do exemplo, ela será depreciada em
150 / 6, ou seja, 25% a cada ano. Assim:
No primeiro ano consome-se 6/21 da quantia depreciável, no segundo ano, 5/21, etc. A
depreciação em cada ano é, portanto, de:
Período Depreciação
1 6/21 x $2100,00 = $ 600,00
2 5/21 x $2100,00 = $ 500,00
3 4/21 x $2100,00 = $ 400,00
4 3/21 x $2100,00 = $ 300,00
5 2/21 x $2100,00 = $ 200,00
6 1/21 x $2100,00 = $ 100,00
A depreciação para um ano j qualquer de um ativo tendo vida útil de n anos é dado por:
6.8- ILUSTRAÇÃO
1. A função de Custo Total de uma empresa é 2Q2 + 600Q + 5000. Determinar todas as demais
funções de Custo bem como o Custo Médio Mínimo
2. Uma concreteira tem de produzir 37,5m³ de concreto por dia. Ela paga salário de $40/dia por
empregado e o aluguel da máquina de concreto é de $20/dia. O custo dos materiais é de $10 por
m³. A produção diária em metros cúbicos por máquina, com o número de trabalhadores entre
parênteses, é de:
2 ( 1 ); 5,5 ( 2 ); 9,5 ( 3 ); 14 ( 4 ); 16,5 ( 5 ); 19 ( 6 ); 21 ( 7 ); 23 ( 8 )
7- O CUSTO DE PRODUÇÃO
Neste capítulo iremos descrever o Custo de Produção, cuja apuração consiste em alocar aos
produtos todos os custos incorridos. Para isso, vamos utilizar o Custeio por Absorção,
chamado de tradicional.
A primeira etapa nesse processo consiste em separar dos gastos os custos incorridos no
período.
O próximo passo é separá-los em diretos e indiretos. Os custos diretos serão apropriados aos
produtos conforme medições de consumo efetuadas nestes e os indiretos serão apropriados
por intermédio de rateios.
Para entender como ocorre a apuração dos custos, tomemos como exemplo uma empresa que
fabrica carteiras escolares. Vamos identificar três grupos de custos para produzi-las:
a) Materiais: serão aqueles que a integram fisicamente, chamados de matérias-primas, e
que representam a parte “visível” do custo.
b) Mão-de-obra: para transformar as matérias-primas no produto há a necessidade de
emprego de mão-de-obra. Aqui consideramos somente aquela mão-de-obra que age sobre
a matéria-prima de modo a modificá-la, dando origem ao produto, e por isso é chamada
de mão-se-obra direta.
c) Demais custos: além da matéria-prima e da mão-de-obra direta, cujos consumos podem
ser quantificados nos produtos, há a ocorrência de outros custos, tais como energia
elétrica, manutenção, depreciação, telefone, impostos etc., cujo consumo ocorre sem que
se possa quantifica-lo por produto. Esse grupo é chamado de custo indireto de
fabricação.
Quanto à matéria-prima, havendo um controle de estoques, toda vez que um material for
requisitado, identifica-se onde ele será aplicado. Assim, ao requisitar parafusos para montar
uma carteira, reconhece-se o custo correspondente e o apropria ao produto de maneira
“direta”.
Quanto à mão-de-obra precisamos entender que na fábrica temos funcionários que atuam
diretamente na transformação da matéria-prima (marceneiro, montador, pintor etc.), é a
chamada mão-de-obra direta, e funcionários que não têm essas atribuições, são os
funcionários de apoio (gerentes, chefes, ajudantes gerais, vigias, almoxarifes, engenheiros de
fábrica etc.), chamados de mão-de-obra indireta. Ao primeiro grupo reconhecemos a relação
direta com o produto. Os funcionários desse grupo identificam suas atividades por meio de
apontamento das horas trabalhadas na produção. Por esse procedimento, reconhecemos uma
relação “direta” do custo desse pessoal com o produto.
37
Quanto ao segundo grupo de funcionários e aos “demais custos”, esta relação ”direta” não é
observada, uma vez que não conseguimos quantificar o consumo destes em cada unidade do
produto fabricada. Por exemplo, sabemos que o produto consumiu energia elétrica, porém
não identificamos a quantidade de kw “aplicada” no produto. Estes, portanto, serão os custos
indiretos de fabricação.
Uma empresa se utiliza de materiais para diversos fins: como matérias-primas, materiais de
escritório, materiais auxiliares de produção, materiais para embalagem, materiais de higiene e
limpeza etc.
Desses, somente as matérias-primas irão compor os produtos. No caso de uma carteira
escolar, temos: madeira, fórmica, parafusos, rebites, tinta, verniz, solda etc. Sabemos que no
processo de fabricação serão empregadas serras, lixa, estopas etc., porém sem integrar
fisicamente o produto, e neste caso, serão os materiais auxiliares de produção, também
chamados de materiais indiretos.
Dentro da cadeia produtiva, um produto fabricado por uma empresa poderá ser matéria-prima
em uma outra empresa. É o caso do parafuso, em cuja produção se consomem matérias-
primas, e que agora será matéria-prima na fabricação de carteiras.
A matéria-prima compreende os materiais aplicados na fabricação de um produto e que
fazem parte dele. Entre os materiais integrantes de um produto encontramos aqueles cuja
quantidade efetivamente consumida podemos identificar nesse produto e aqueles que não
podemos. Os primeiros são considerados custos diretos (material direto) e os demais,
indiretos (material indireto), pois sua apropriação se dará por rateio.
Sendo a matéria-prima um custo direto, além de se incorporar ao produto, há a necessidade
de se reconhecer a quantidade consumida neste, quer seja medindo ou contando. Por
exemplo, em um produto que utiliza cola ou tinta, embora tenha estes componentes com
matéria-prima, o consumo por produto nem sempre é possível ser obtido; em razão disso, são
agrupados aos custos indiretos para rateio.
Ao adquirir materiais, geralmente a empresa incorre em outros gastos que não somente o
valor pago ao fornecedor. Pode o comprador ser o responsável pelo frete, seguro,
armazenagens e outros gastos e, se o material for importado, pelo fretre marítimo ou aéreo,
despesas aduaneiras e outros gastos alfandegários. Somando todos esses gastos, temos o valor
do material.
No entanto, o custo que estes funcionários representam não pode ser tratado como custo
direto sem antes analisar o trabalho deles e o controle execido sobre as horas trabalhadas.
O custo direto, por definição, é aquele que pode ser medido no produto. Esse pessoal direto
pode tanto trabalhar no produto como, temporariamente, executar outras atividades ou
mesmo ficar parado. Somente o tempo trabalhado e apontado no produto será considerado
custo direto, e o tempo não trabalhado no produto representará um custo que, para ser
absorvido pela produção, deve ser agrupado nos Custos Indiretos de Fabricação.
Os encargos sociais e trabalhistas correspondem aos gastos que a empresa tem para com o
funcionário além do salário. São as conquistas contidas em lei, acordos sindicais ou em
negociações com a própria empresa.
Alguns dos encargos têm sua ocorrência concentrada em certas épocas do ano, como o 13º
salário e as férias, ou se acumulam em certas ocasiões, como é o caso da multa do FGTS
ocasionada por dispensas sem justa causa, quando ocorrem cortes no quadro de funcionários.
Da mesma forma, como veremos com os custos indiretos de fabricação, esses custos sazonais
precisam ser distribuídos ao longo do ano e não absorvidos somente pelos produtos
fabricados nos meses em que tais custos ocorrem. Para tornar isso possível, desenvolve-se
uma tabela de encargos sociais e trabalhistas em que se obtém o percentual de encargos
aplicável sobre os salários constantes da folha de pagamentos, de modo a nivelar o custo da
mão-de-obra durante o ano.
O tempo ocioso compreende às horas não trabalhadas decorrentes de diversos motivos que
fogem à normalidade da empresa, como, por exemplo, falta de produção, greves ou acidentes
que paralisem a produção.
O custo correspondente deve ser tratado como custo do período, indo diretamente para o
resultado do exercício.
proporcionais aos salários. Tais gastos costumam ser agrupados aos custos indiretos, para
rateio à produção.
A dificuldade que encontramos para alocar custos indiretos reside na definição da base de
rateios a ser utilizada, pois é uma tarefa que envolve aspectos subjetivos e arbitrários. Se o
critério adotado não for bem consistente, o resultado de custos ficará por certo deficiente
para atender aos fins a que se propõe. Tendo em vista, que o montante dos custos indiretos
será absorvido pela produção por qualquer base que venha a ser empregada, alguns
produtos podem ficar subavaliados, enquanto outros, superavaliados. O que se procura ao
definir uma base é minimizar tais distorções.
Para entender essa situação, analisamos um caso bem simples de como poderíamos alocar
o custo da energia elétrica aos três produtos de uma empresa: X, Y e Z.
Supondo ser de $ 1.500,00 o valor dessa conta, quanto caberia a cada um dos três
produtos?
Em primeiro lugar, sem informações adicionais, podemos dividir em partes iguais, uma
para cada produto:
$ 1.500,00 = $ 500,00 para cada um dos produtos
3
Nessa divisão não se levou em consideração a quantidade fabricada de cada um que, se for
diferente, por certo determinaria um resultado melhor.
Levantando-se o volume de produção, constatamos ser de 310 unidades no período, assim
distribuído por produto:
Produto X = 10 unidades
Produto Y = 100 unidades
Produto Z = 200 unidades
40
Considerando-se esse volume de produção como base de rateio, o custo da energia elétrica
seria:
$ 1.500,00 = $ 4,83871/unidade
310 u
Produto X = 10 unidades x $ 4,83871/u = $ 48,39
Produto Y = 100 unidades x $ 4,83871/u = $ 483,87
Produto Z = 200 unidades x $ 4,83871/u = $ 967,74
Nosso rateio do custo da energia ficaria mais complexo. Temos agora alguns cálculos a
serem realizados:
controlado. Nesse caso, a energia elétrica deixaria de ser custo indireto e passaria a ser
custo direto.
Qualquer base que venha a ser utilizada por certo permitirá que se chegue ao custo dos
produtos. No entanto, precisa-se ter coerência na escolha dessa, a fim de não serem
obtidos resultados distorcidos. O que precisa ficar bem claro é que todo e qualquer critério
que venha a ser empregado deve ser escolhido em função de uma base que represente uma
relação lógica, procurando aproximar-se daquilo que seria o “custo perfeito”.
Nessa busca do “custo perfeito” podem ser utilizadas diversas bases de rateios, uma para
cada conta de custos indiretos, bem como para os departamentos auxiliares.
Normalmente, utilizam-se as seguintes bases para ratear custos indiretos:
a) área ocupada pelos departamentos, para ratear o custo do aluguel, depreciação do
prédio e impostos prediais;
b) número de funcionários para ratear os custos indiretos do departamento de
Administração da Fábrica;
c) potência instalada em quilowatts/hora para a energia elétrica;
d) número de requisições de materiais, para ratear os custos do departamento de
Almoxarifado.
A forma pela qual iremos abordar como os custos indiretos são apropriados aos produtos é
via departamentalização. Os departamentos serão aqui utilizados para a acumulação dos
custos.
Observando o organograma de uma empresa na sua divisão fabril, vamos encontrar os
departamentos.
Charles Horngren, em seu livro “Contabilidade de Custos. Um enfoque Administrativo”,
diz que: “Estes departamentos são freqüentemente chamados centro de custos. Centro de
custos é o menor segmento de atividade ou área de responsabilidade para o qual se
acumulam custos. O centro de custo típico é o departamento, mas, às vezes, o
departamento pode ter vários centros de custos”.
Assim, uma empresa pode subdividir um departamento em setores, cada um sendo um
centro de custos. Por exemplo: o departamento de costura pode ser subdividido em setor
de calças, setor de camisas e assim por diante.
Com exceção da matéria-prima, cujo custo é identificado com o produto, os demais custos
de uma empresa são identificados com os departamentos, embora a matéria-prima também
seja consumida nesses lugares onde os produtos são elaborados. Segrega-se dos custos dos
departamentos aqueles referentes à mão-de-obra direta, que pode ser imediatamente
identificada com os produtos, como também a matéria-prima; o que sobra são custos
indiretos.
Inicialmente, os custos dos departamentos são decorrentes de suas estruturas, que, como já
vimos, compreendem os custos fixos. Em alguns departamentos ocorrem os custos
variáveis, decorrentes da produção por eles elaborada.
Dessa forma, podemos subdividir os departamentos fabris em dois grupos:
42
Os custos indiretos dos departamentos do segundo grupo podem ser rateados aos produtos
por eles trabalhados sem muita dificuldade, como, por exemplo, ratear o custo do
departamento de montagem aos produtos com base nas horas de montagem. Para os
departamentos produtivos, sempre haverá uma base que permite realizar o rateio, pois os
produtos passaram por eles.
O mesmo não acontece com os departamentos auxiliares; eles não trabalham os produtos,
e sim auxiliam a produção quer seja gerenciando, planejando, acompanhando e
controlando, atendendo às necessidades de materiais dos diversos departamentos,
inspecionando os produtos, efetuando manutenção predial e de máquinas etc. Portando,
não há uma base de rateio dos seus custos aos produtos.
No entanto, esses departamentos trabalham para outros departamentos, de tal maneira que
seus custos podem ser transferidos para os departamentos beneficiados, em um processo
sucessivo de rateios que culmina com seus custos apropriados nos departamentos
produtivos. Assim, os departamentos produtivos, além de seus próprios custos indiretos,
receberão os custos indiretos dos departamentos auxiliares. Depois, rateiam-se esses
custos aos produtos.
Para facilitar esse processo, devemos elaborar um mapa de custos indiretos, identificando
nele os departamentos auxiliares e os departamentos produtivos. Nesse mapa serão
lançadas todas as contas de custos indiretos e efetuados os rateios.
Algumas dessas contas são identificáveis com os departamentos e outras não. Aquelas
identificáveis com os departamentos chamamos de Custos Próprios dos Departamentos
(também chamados de custos identificáveis com os departamentos) e os demais, de Custos
Comuns aos Departamentos.
Os custos Diretos referentes a esses produtos, em certo mês, foram: Genoveva, $4.390.000 e
Genoveva Super, $2.520.000. Os Custos Indiretos foram os seguintes: Aluguel $425.000;
Materiais Indiretos, $260.000; Energia, $365.750; Depreciação, $240.000; e Outros Custos
Indiretos, $330.000.
Sabe-se:
Pede-se:
8.1 – INTRODUÇÃO
A crescente expansão da oferta em relação à demanda verificada nos dias de hoje, associada à
progressiva ¨customização¨ (diversificação da produção) para atendimento das necessidades
diferenciadas dos clientes, o aumento de investimentos visando à melhoria da qualidade e do meio
ambiente, e ainda a informatização constante, design etc., conduziu a um aumento dos Custos
Indiretos Fixos das organizações, particularmente daqueles associados às atividades de apoio e
suporte propriamente dita.
A principal crítica aos métodos de custeio convencionais reside nos critérios aleatórios para rateio
dos Custos Indiretos Fixos aos produtos e aos centros de responsabilidades. São critérios, muitas
vezes, inexatos, que podem resultar em significativas distorções na apuração dos efetivos custos
dos produtos, ou seja, são sistemas de custos cujas bases de alocação dos gastos fixos não têm
relação com a atividade consumidora dos recursos e não há relação entre atividades e produto.
Com o intuito de superar tais dificuldades, desenvolveu-se uma nova abordagem para apuração e
custeio dos Custos (gastos) Indiretos Fixos que é o sistema de Custeio Baseado em Atividades, ou
Custeio ABC de Activity Based Costing.
O custeio ABC é definido comumente como um método de custeamento que atribui primeiro os
custos às atividades e depois aos produtos, com base no uso das atividades de cada produto.
O Custeio Baseado em Atividades incorpora o conceito de que um negócio é constituído por uma
série de processos inter-relacionados, e que esses processos, por sua vez, são constituídos por
atividades que convertem insumos em resultados.
A crença fundamental por trás desta abordagem do Custeio Baseado em Atividades é de que o
custo é CAUSADO e suas causas podem ser gerenciadas, refletindo-se desta forma nos custos.
Quanto mais perto se chega de relacionar os custos às suas causas, mais úteis são as informações
contábeis para orientar as decisões gerenciais da empresa.
Assim, esta forma de custeio busca organizar todas as informações de custos por atividades,
atividades estas desenvolvidas na organização com maior ou menor grau de contribuição para os
resultados.
A execução de tais atividades é que determina o consumo dos recursos da empresa, e, portanto,
dos custos de produção. Partindo desse pressuposto, são as atividades que devem estar sob
cuidadosa observação e análise pela Contabilidade Gerencial e de Custos.
Dessa maneira, o ABC diferencia-se do sistema de custo baseado em volume pela identificação
que faz dos custos por atividade e da maneira como aloca os custos aos produtos por meio de
maior número de parâmetros.
Nosso enfoque será exclusivamente o uso do ABC para custeio de produtos ou serviços. Vale
lembrar que esta metodologia pode ser empregada também como importante ferramenta na gestão
dos custos com fins gerenciais, como veremos no caso prático apresentado no final deste capítulo.
8.2.1- Atividade
Atividade pode ser conceituada como qualquer evento que consome recursos da empresa
(materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação) para produzir-se bens.
Exemplos de atividades:
A maneira como esta atividade utiliza-se dos materiais de escritório pode ser mensurada por meio
das requisições feitas no almoxarifado: assim, as requisições de material identificam as
quantidades utilizadas desse recurso (material de escritório) para realizar aquela atividade
(controlar pessoal).
O número de faturas emitidas para vender um produto em relação ao número total de faturas
indica a relação da atividade com aquele produto. Assim, o direcionador dessa atividade (emitir
faturas) para os produtos é o número de faturas emitidas.
O primeiro passo para o custeio ABC é a identificação das atividades relevantes de cada
departamento.
A tarefa de emprego do ABC fica facilitada se a empresa já processa sua contabilidade de forma
departamentalizada; cabe então, identificar as atividades que são desenvolvidas em cada
departamento e custeá-las.
Exemplo:
Departamento: Almoxarifado
Atividades: - Compras
48
- Administração de Fornecedores
Para custear uma atividade torna-se necessário descobrir todos os recursos que são utilizados na
sua execução (materiais, mão de obra, comunicação, depreciação, aluguel, energia etc.). Como as
atividades consomem os recursos, faz-se necessário descobrir medidas para atribuir o custo desses
recursos às atividades. O conjunto de indicadores de medida de gastos é conhecido como
“Direcionadores de Custos/Recursos” para as atividades.
Exemplo:
Visando facilitar trabalharemos apenas com dois componentes de custos para o departamento de
almoxarifado:
No custeio das atividades o ideal é alocar os custos da forma mais direta possível; os rateios
devem ser empregados somente em último caso.
Para a alocação do valor dos materiais de expediente às atividades, pode-se fazê-lo diretamente,
mediante somatório dos valores das requisições de materiais. No nosso exemplo, após esse
procedimento, chegou-se aos seguintes valores:
6.000,00 – Compras
4.000,00 – Administração de fornecedores
10.000,00 – Total
Custeio:
30.000,00 / 1.000 = 30,00 por m 2 do almoxarifado
30,00 x 600 = 18.000,00 custo de aluguel alocado à atividade Compras
30,00 x 400 = 12.000,00 custo de aluguel alocado á atividade Adm. de fornecedores
Conhecidos os custos das atividades, o próximo passo é a atribuição desses custos aos produtos;
pois se as atividades consomem os recursos, os produtos consomem as atividades.
No nosso exemplo, o número de pedidos emitidos para compra de materiais para um produto em
relação ao número total de pedidos indica a relação da atividade com aquele produto. Nesse caso,
podemos dizer que o direcionador dessa atividade “compras”, para os produtos, é o número de
pedidos emitidos. O número de pedidos é o indicador da maneira como os produtos consomem a
atividade “compras”.
Exemplo:
Conforme vimos anteriormente, depois de alocados todos os custos às atividades, chegou-se aos
seguintes valores:
24.000,00 – Compras
16.000,00 – Administração de fornecedores
40.000,00 – Total
Para alocação dos custos das atividades aos produtos foram estabelecidos os seguintes
direcionadores de atividades:
Para alocar os custos das atividades aos produtos deveremos proceder da seguinte forma:
Compras:
24.000,00 / 24 = 1.000,00 custo unitário de cada pedido
1.000,00 x 15 = 15.000,00 custo para o produto A
1.000,00 x 9 = 9.000,00 custo para o produto B
Administração de fornecedores:
16.000,00 / 8 = 2.000,00 custo unitário para administrar cada fornecedor
2.000,00 x 5 = 10.000,00 custo para o produto A
2.000,00 x 3 = 6.000,00 custo para o produto B
50
Para tornar mais claro as diferenças na aplicação da metodologia apresentada, em relação aos critérios
tradicionais, segue-se um exemplo prático de aplicação do custeio ABC em uma prestadora de serviços.
N.B.: Extraído do livro “Contabilidade de Custos para não Contadores” de Luiz Martins de Oliveira e José
Hernandez Perez Jr.
O Escritório de Contabilidade ContMack possui cerca de 240 clientes, de médio porte, prestando
assessoria em três áreas principais: Contabilidade, Escrituração Fiscal e Departamento de
Pessoal.
Em junho, o sócio principal, Sr. Controll Lando Nada nomeou um Gerente para cada área, com
salário mensal de $ 5.000. Além desse salário fixo, cada Gerente irá receber uma parte variável
equivalente a 5% do lucro de sua área, antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social.
O Demonstrativo do Resultado de junho, que será utilizado como base para cálculo da parte
variável dos salários dos Gerentes no segundo semestre, foi elaborado como segue:
Observações:
3. Sr. Controll Lando Nada apropriou os custos indiretos com base nos custos diretos de
cada área, por considerar um critério justo. Em sua visão, a área com o maior custo de
mão de obra direta deve responder por uma parcela maior dos custos in diretos;
Custos das
Atividades relevantes
atividades ($)
Retirada e entrega de documentos dos clientes (1) 32.000
Análise e classificação dos documentos (2) 70.000
Digitação de dados 80.000
Emissão de relatórios e livros contábeis, fiscais e folha de pagamento 35.000
52
1. Refere-se às idas dos mensageiros até os escritórios dos clientes, para retiradas dos
documentos contábeis, fiscais e do departamento de pessoal, para processamento no
escritório da ContMack. Após o processamento, os mensageiros retornam aos clientes
para entrega dos relatórios, folha de pagamento, recibos de pagamentos aos
funcionários, guias para recolhimento dos impostos etc. Inclui os custos dos salários e
encargos dos mensageiros, bem como boa parte da depreciação dos veículos utilizados;
3. Refere-se ao tempo gasto com reuniões e contatos telefônicos com os clientes, para
apresentações e discussões dos Relatórios Contábeis, atendimento da fiscalização,
assessoria nas homologações trabalhistas etc. Inclui também os custos de pessoal e
telefone para o esclarecimento de dúvidas relacionadas com a documentação contábil,
fiscal e folha de pagamento.
Com base nas informações obtidas pelo Sr. R. H. Sperto, qual seria a lucratividade de cada
divisão, com a adoção da metodologia do custeio ABC?
Apropriação dos custos indiretos com base nas atividades relevantes e seus direcionadores de
custos:
C. Comentários conclusivos
O Sr. Controll Lando Nada ficou bastante surpreso com o quadro comparativo. Nunca imaginou
que a área mais eficiente era, de fato, a do Departamento de Pessoal, apesar de ser a que
apresentou sempre a menor receita do escritório.
São elevados os custos com a retirada e entrega dos documentos dos clientes, devido aos
seguintes motivos:
Não havia uma eficiente programação das visitas dos mensageiros aos clientes.
Ocorriam casos de diversas visitas em uma única semana, desnecessariamente;
Os meios de transporte mais utilizados eram os dos veículos do escritório, o que
encarecia o processo, devido à perda de tempo para locomoção em São Paulo, além dos
custos com a manutenção.
O Sr. Controll Lando Nada recebeu de uma empresa de entregas urgentes, tipo motoboys, uma
proposta de terceirização desses serviços, ao custo mensal de $ 13.000.
Concluiu-se que ocorre muita perda de tempo com o esclarecimento de dúvidas, mediante
ligações telefônicas, com relação à documentação contábil e fiscal dos clientes.
A documentação recebida para processamento contábil e fiscal não era auto-explicativa e havia
necessidade de constantes e duradouros contatos telefônicos com os clientes.
Os Gerentes das áreas envolvidas são de opinião que precisam treinar melhor o pessoal dos
clientes, para que passem a enviar detalhes sobre determinados documentos, o que irá reduzir
sensivelmente os custos indiretos.
55
Com relação aos custos indiretos da digitação, concluiu-se que os digitadores não
sofriam uma adequada supervisão e era alto o nível de erros e necessidade de
refazer os trabalhos. Concluiu-se pela necessidade de melhorar a eficiência desse
processo, com a imediata substituição de alguns profissionais que estavam
desmotivados e melhorar o treinamento para os demais.
9 – O LUCRO
O Lucro (L) é conceituado como a diferença entre a Receita de Vendas ou Receita Total (RT) e o
Custo Total (CT), ou seja:
Lu = pv - CTu
6 167 35
7 205 38
8 245 40
L = RT - CT = pv x Q - CT
Lmax ===> dL = 0
dQ
O Ponto de Equilíbrio (ou ruptura ou de equivalência) representa, por definição, aquele nível de
volume de vendas no qual a Receita da empresa igualará aos seus gastos totais, ou seja: L = 0
Vale dizer: qualquer nível de vendas inferior ao do chamado Ponto de Equilíbrio significará
prejuízo para a empresa, representando, inversamente, Lucro, qualquer nível de vendas acima
desse mesmo ponto.
$ RT
CT
CF
Qe Q
Ex.: pv = $500/u
CVu = $350/u
CF = $600.000/mês
Qe = 4.000 u/mês ou RT(Qe) = $2.000.000/mês
9.4.1-- A Equação Técnica do Ponto de Equilíbrio
pv x Qe = CVu x Qe + CF
Qe (pv - CVu) = CF
Qe = CF / (pv – Cvu),
que é a equação que fornece a quantidade que faz o Lucro zero, denominado Ponto de Equilíbrio.
NOTA: A equação acima é válida, considerando o caso de a empresa produzir um único produto.
Iremos voltar a este assunto (Ponto de Equilíbrio) para, além de melhores detalhes,
analisarmos o caso de empresas com mais de um tipo de produto, após estudarmos sobre
Margem de Contribuição.
Prejuízo
Encerra operação - CF
Continua operando RT(Q0) - CT(Q0)
Segue que: “se a empresa for obrigada a operar a um nível de produção, com prejuízo, por um
período suportável, ela deve continuar a funcionar sempre que a Receita Total for maior que o
Custo Variável”.
Os Custos Variáveis representam a grosso modo, o capital de giro da empresa, o valor
correspondente ao pagamento de matéria prima, da mão de obra, e de outros recursos variáveis.
Se o Custo Variável Unitário (Médio) é inferior ao preço de venda, o movimento de caixa da
empresa terá saldo positivo, o que implica na manutenção do capital de giro necessário à
operação. O Custo Fixo Médio é que não será coberto: basicamente ele representa os encargos de
59
capital (juros + depreciação), que não influencia o movimento de caixa. O inconveniente é que
não ocorrerá uma completa amortização dos capitais fixos, e se essa situação perdurar por muito
tempo, ocorrerá o gravíssimo fenômeno da descapitalização, que traduz a não manutenção do seu
capital.
Evidentemente, o empresário só deve insistir em operar nessas condições se tiver fundadas razões
para crer que elas rapidamente se alterarão para melhor.
9.6- ILUSTRAÇÃO
55,000
50,000
45,000 Receita Total
40,000 Custo Variável
35,000 Custo Fixo
30,000 Custo Total
25,000 Receita Marginal
20,000
Custo Marginal
15,000
Lucro
10,000
5,000
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Unidades
60
1. Determinada empresa produz um único produto. Dispõe para isso de duas máquinas: uma,
modelo A, com capacidade máxima de produção de 100 unidades por hora; a outra, modelo B,
podendo produzir no máximo 40 unidades por hora.
Os custos das matérias primas e salários por unidade do produto, quando o número de horas
trabalhadas por semana não ultrapassa 40, são:
Pede-se:
a) Poeta está ganhando ou perdendo dinheiro, sabendo-se que ele possui uma oferta para arrendar
seu hotel por um valor superior a $40.000,00 por ano;
b) qual o número de quartos que deve ser alugado por mês para que o hotel alcance o ponto de
equilíbrio?;
c) se o aluguel do quarto for reduzido para $160,00 por dia durante o período de Abril a
Setembro, quantos quartos devem ser alugados no período para se alcançar o ponto de equilíbrio
neste período?;
d) admita que independente do preço cobrado pelo quarto não seja possível cobrir os custos fixos
durante os meses de Julho e Agosto. O hotel deveria ser fechado durante estes meses?
61
A) Custeio por Absorção, em que todos os Custos de Fabricação (FIXOS E VARIÁVEIS) são
atribuídos, de forma direta ou indireta, aos produtos. Utilizado para determinar o custo dos
Produtos Vendidos, constante da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) e também
para custear os estoques, cujos saldos constam do Balança Patrimonial
B) Custeio Variável (Direto) em que somente os Custos e as Despesas Variáveis, quer sejam
diretos ou indiretos, são apropriados aos produtos. Os Custos e as Despesas Fixas são tratadas
como custos do período. A diferença entre o valor das Receitas e os Custos Variáveis é
denominado Margem de Contribuição.
Tanto o Custeio por Absorção como o Custeio Variável utilizam as mesmas informações
referentes a produção e custos. Diferenciam-se no tratamento dado aos custos fixos. Enquanto o
Custeio por absorção aloca os custos fixos aos produtos, o Custeio Variável não, considera-os
como do período e não dos produtos; assim, pelo custeio variável, os produtos recebem somente
os custos variáveis.
Além dos custos variáveis para produzir, os produtos, ao serem comercializados, proporcionam o
surgimento de despesas variáveis, como, por exemplo, comissão, fretes e seguros.
Enquanto no Custeio por Absorção os produtos geram lucros, que é a diferença entre o preço de
venda e o custo de produção (fixo e variável), no Custeio Variável, geram margem de
contribuição, sendo esta a diferença entre o preço de venda e o custo variável mais despesas
variáveis.
Esses tratamentos levam a resultados diferentes que podem ser observados no seguinte exemplo
comparativo entre os dois métodos de custeio:
Uma empresa iniciando suas atividades em 01/01/20xx teve a seguinte movimentação durante
este exercício:
Demonstrativos de Resultados:
(-) CPV (Custo dos Produtos Vendidos) (-) C + D (dos produtos vendidos)
MP 290.000 MP 290.000
(-) Despesas variáveis 60.000 250.000 (-) CIF fixos 300.000 490.000
Os resultados obtidos pelos dois métodos de custeio foram os mesmos, em virtude da não
existência de estoques iniciais ou finais de produtos acabados, bem como da produção em
andamento. Assim, toda quantidade produzida foi vendida.
63
Observe como ficam os resultados supondo que apenas 80% da quantidade produzida foi vendida:
(-) CPV (Custo dos Produtos Vendidos) (-) C + D (dos produtos vendidos)
MP 232.000 MP 232.000
(-) Despesas variáveis 48.000 238.000 (-) CIF fixos 300.000 490.000
Observa-se, nesse caso, uma diferença de $ 60.000 no lucro operacional. Essa diferença é a
mesma encontrada no estoque final de produtos acabados ($ 148.000 no Custeio Por Absorção e $
88.000 no Custeio Variável).
Tal diferença é resultante do tratamento dado aos custos fixos. Enquanto, pelo custeio variável,
ele é levado totalmente ao resultado do exercício, após a margem de contribuição; no custeio por
absorção, somente a parcela correspondente à quantidade vendida é levada ao resultado.
No ano seguinte, caso a quantidade vendida seja superior àquela nele produzida, utilizando-se
para isso do estoque inicial de produtos acabados, essa situação de resultado se inverte.
Assim, no longo prazo, os resultados acumulados tendem a ser iguais pelos dois métodos de
custeio. A diferença é observada em período de tempo mais curto, quando há formação de
estoques.
Mas o emprego do custeio variável como gerencial não reside na apuração do resultado, quer seja
a curto, quer seja a longo prazo, e sim para decisões conforme já discorremos.
Pela sua própria natureza, os Custos Fixos existem independente da fabricação ou não desta ou
daquela unidade. Então esses custos não devem ser considerados como parte do custo unitário.
A absorção dos custos fixos à produção pode trazer sérias conseqüências quando os resultados
forem utilizados para fins gerenciais.
Várias razões contribuem para isso; entre elas, o fato de que os custos fixos têm mais
característica de custos necessários para manter a estrutura de produção do que custos decorrentes
daqueles produtos que estejam sendo fabricados. Outra situação se refere à forma como são
alocados aos produtos. Por serem custos indiretos, são alocados por meio de rateios, e as bases
utilizadas são sempre fontes de controvérsias sobre sua validade ou não.
Admitamos que essa empresa fabrique um produto que tenha demanda instável, oscilando entre
8.000 ton. e 12.000 ton. mensalmente. Assim, para três níveis diferentes de produção, teríamos:
Para efeito de tomada de decisões, como, por exemplo, estabelecer o preço de venda, vemos um
complicador para o gestor sobre qual custo utilizar. Para cada nível de atividade, temos um custo
diferente devido à inclusão dos custos fixos, os quais, como dissemos, podem ser entendidos
como encargos para que uma empresa possa operar e não encargos provocados pela produção que
está sendo realizada.
Para avaliação de estoques, a Legislação determina que os custos fixos sejam absorvidos pela
produção. Porém, para tomada de decisões, a inclusão deles nos custos dos produtos mais
atrapalha do que ajuda. Basta uma mudança no volume de produção para modificar os custos dos
produtos, podendo estes se tornar mais ou menos lucrativos. Além disso, as contas que compõem
o grupo de Custos Fixos são classificados de Custos Indiretos e, como tal, rateados aos produtos.
O rateio, por ser arbitrário, pode afetar o custo de forma indevida.
Vimos que o custeio por absorção torna-se problemático quanto ao tratamento dado aos custos
fixos, ou seja, sua absorção pela produção.
O método de custeio variável considera que os custos fixos não devem ser alocados aos produtos,
pois esses custos independem de haver produção ou mesmo do tipo de produto que esteja sendo
fabricado. Um caso bem simples para ilustração é o aluguel da fábrica. Se a empresa produzir,
digamos, 100 ou 120 unidades do produto X, o valor do aluguel não se altera. Caso ela
diversifique, passando a fabricar Y ou Z, o valor do aluguel permanecerá o mesmo. No entanto,
ao ratearmos o aluguel, esses produtos irão absorver uma parcela dele, e essa parcela será
decorrente da forma de rateio utilizada.
O mesmo não acontece com os custos variáveis, pois eles são decorrentes da produção. Se
fabricar 100 unidades de X, a empresa incorre, por exemplo, no consumo de matérias-primas
relativas a essa quantidade; se fabricar mais unidades, incorrerá em mais custos. Se fabricar Y ou
65
Enquanto o custeio por absorção atende às disposições legais quanto à apuração de resultados e à
avaliação patrimonial, o custeio variável atende a administração da empresa.
Esse método permite aos administradores utilizar os custos como ferramenta auxiliar na tomada
de decisões, tais como:
a) quais produtos contribuem mais para a lucratividade da empresa;
b) determinação de quais produtos devem ser suas vendas incentivadas, reduzidas ou mesmo ser
excluídos da linha de produção;
c) que produtos proporcionam a melhor rentabilidade quando existirem fatores que restringem a
produção;
d) qual o preço mínimo a ser praticado em condições especiais, tal como venda de capacidade
ociosa;
e) decisão entre comprar e fabricar;
f) determinação do nível mínimo de atividades em que o negócio passa a ser rentável;
g) definição, em uma negociação com o cliente, de qual o limite de desconto permitido.
Para a utilização do custeio variável, temos de separar os custos fixos dos variáveis, pois eles
recebem tratamentos diferentes. No entanto, nem sempre esta tarefa é fácil, pois encontramos
algumas contas que possuem tanto uma parcela como outra desses custos; são os custos
semivariáveis.
Vamos considerar o seguinte exemplo de custo semivariável e sua separação na parcela fixa e
variável:
Em uma empresa há um forno de tratamento térmico que utiliza óleo combustível o qual, mesmo
estando a fábrica parada, necessita ser mantido a uma temperatura constante para não danificar
certos componentes seus. Ao iniciar-se a produção, o consumo de óleo começa a crescer. Para
identificar a parcela do fixo e variável desse elemento de custo percisamos recorrer a modelos
estatísticos ou fazer projeções baseadas em dados históricos.
Existem alguns métodos que permitem fazer a separação dos custos. Nesta apostilha vamos
desenvolver apenas um, denominado método dos pontos máximos e mínimos ou pontos altos e
baixos.
É o método mais simples de todos. Consiste em observar o comportamento da produção de um
período e comparar os custos correspondentes. Assim, como os custos fixos são constantes, a
diferença de custo de um período para outro será a parcela variável da diferença da quantidade.
Tomando-se em período de tempo, identificamos os extremos de custos e produção, ou seja, os
mais elevados e os mais baixos, que corresponderão aos pontos máximos e mínimos.
66
Calcula-se a diferença dos custos e a diferença da produção. Dividindo-se a diferença dos custos
pela diferença da produção obtém-se a taxa do custo variável unitário. Para a determinação do
custo variável multiplica-se a taxa unitária encontrada pela produção de cada período. A diferença
para o custo total corresponde à parcela de custo fixo.
Nesse período, a produção e o custo do mês de outubro corresponderão aos pontos máximos e do
mês de dezembro, aos pontos mínimos.
$ 62.500,00 = $ 125,00/t
500 t
Multiplicando-se esse custo variável unitário pelas toneladas de qualquer um dos meses desse
semestre obtém-se o custo variável. A diferença para o custo total será a parcela do custo fixo.
Elabore o Demonstrativo de Lucros e Perdas pelos Métodos do Custeio por Absorção e pelo
Custeio Direto.
11- ESTOQUE
11.1- CONCEITO
Custo Médio Ponderado Móvel: por este método, toda vez que houver entrada no
estoque resultante de nova compra, o valor médio é alterado, ponderando-se o saldo
anteriormente existente com a compra efetuada. Por este método, as quantidades requisitadas
são valorizadas pelo valor médio ponderado do saldo existente no momento da requisição.
68
PEPS (Primeiro a entrar, Primeiro a Sair) ou FIFO (First-In, First-Out): por este
método, as quantidades requisitadas são valorizadas pela aquisição mais antiga que tenha
saldo no estoque. Quando o saldo desta for esgotado, passa-se à seguinte e assim
sucessivamente.
UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) ou LIFO (Last-In, First-Out): por este
método, as quantidades requisitadas são valorizadas pela aquisição mais recente que tenha
saldo no estoque. Quando o saldo desta for esgotado, passa-se à anterior e assim
sucessivamente. Havendo nova compra, passa a ser esta a última entrada. A próxima
requisição será valorizada pela última compra, até que seu saldo se esgote e volte a se utilizar
da entrada anterior que ainda tenha saldo.
Exemplo de aplicação
Suponhamos que não haja estoque incial de uma certa matéria-prima e que as entradas com
os respectivos valores de aquisição e as saídas para consumo ocorreram conforme quadro
abaixo:
Não há necessidade de controlar cada entrada como ocorre nos métodos PEPS e UEPS, uma
vez que as requisições são valorizadas pelo saldo médio existente no momento da retirada do
material do estoque.
É um critério recomendado a itens de estoque que tenham grande movimentação.
Por este critério há um controle constante do estoque. A cada nova entrada apuram-se os
saldos em valor e em quantidade, calculando-se o valor médio unitário.
Período 11 ==> Preço médio do Estoque = (80 x 1.110) + (120 x 1.300) = 1.224
200
Custo do Estoque = 100 x 1.224 = 122.400
11.2.2- Critério PEPS (FIFO) = Primeiro a entrar, primeiro a sair (First-in, first-out)
11.2.3- Critério UEPS (LIFO) = Último a entrar, primeiro a sair (Last-in, first-out)
Do mesmo modo que pelo PEPS, pelo fato de consumir as compras mais recentes, há a
necessidade de se controlar o saldo de cada entrada. É como se fisicamente o consumo do
estoque se desse da entrada mais recente para a mais antiga.
É aplicável a itens de estoque que tenham pouca movimentação de entradas e saídas.
Por esse método, os valores debitados aos produtos serão sempre os mais recentes. Presume-
se que as compras mais recentes sejam efetuadas por valores mais elevados, contribuindo
para aumentar os custos dos produtos e conseqüentemente reduzindo o lucro-base par cálculo
do Imposto de Renda. Não é aceito pelo Fisco.
O contador avalia os Bens e Serviços que entram em seu cálculo de Lucro Líquido
fundamentalmente, pelo custo de aquisição, pelos preços pagos originalmente.
Por outro lado, o Economista e o Administrador devem proceder as suas avaliações em
termos de PREÇOS REAIS, isto é, eles reajustam os preços de aquisição a fim de permitir
modificações no significado econômico dos Bens ou Serviços.
O maior objetivo do Custeio do Estoque é a determinação de Custos adequados às vendas, de
forma que o Lucro apropriado seja calculado.
Onde:
QP = Quantidade Produzida
QV = Quantidade Vendida
E = Variação de Estoque
E = QP - QV
70
EF = Estoque Final
EI = Estoque Inicial
E = EF - EI
VE = E x CTu
VEF = EF x Ctu
VEI = EI x CTu
LF = RT - CT
LE = RT - CT + VE
71
12.1- CONCEITO
Os produtos, ao serem fabricados, provocam a ocorrência dos custos variáveis. Além dos
custos variáveis, ao serem comercializados, os produtos provocam o surgimento de certas
despesas também variáveis: comissões, fretes, seguros etc.
Assim, temos custos e despesas que ocorrem em virtude de produzir e vender. São os
variáveis (custos e despesas).
O custeio variável considera que aos produtos devem ser alocados apenas os custos variáveis,
diferentemente do custeio por absorção, em que, além dos custos variáveis, os produtos
recebem também os custos fixos. Enquanto no custeio por absorção podemos falar em lucro
por produto, ou seja, que do preço de venda, deduzidos os custos de produção, temos o lucro,
no custeio variável isso não ocorre. Nesse, os produtos geram uma margem denominada
margem de contribuição.
A margem de contribuição é o quanto resta do preço, ou seja, do valor de venda de um
produto são deduzidos os custos e despesas por ele gerados. De outra forma, representa a
parcela excedente dos custos e despesas que os produtos provocam (caso o preço de venda
de um produto seja inferior aos seus custos e despesas variáveis, temos uma situação de
margem de contribuição negativa, que deve ser revista ou, por condições comerciais,
suportada). A empresa só começa a gerar lucro quando a margem de contribuição dos
produtos vendidos suportar os custos e despesas fixos do exercício.
Assim, essa margem pode ser entendida como a contribuição dos produtos aos custos e
despesas fixos e também ao lucro.
“ A Margem de Contribuição, conceituada como diferença entre Receita e soma de Custo e
Despesa Variáveis, tem a faculdade de tornar bem mais facilmente visível a potencialidade de
72
cada produto, mostrando como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos
fixos e, depois, formar o lucro propriamente dito.”
Assim, a obtenção da margem de contribuição obedece ao seguinte cálculo:
MC = RT - (CV + DV) ou em termos unitários: Mcu = PV - (CVu + DVu)
Onde:
MC = Margem de Contribuição MCu = Margem de Contribuição Unitária
RT = Receita Total PV = Preço de Venda
CV = Custos Variáveis CVu = Custo Variável Unitário
DV = Despesas Variáveis DVu = Despesa Variável Unitária
Margem de
Quantidade Margem de
Produtos Contribuição
Vendida Contribuição Total
Unitária
X 1.000 u $ 43,10 $ 43.100,00
Y 800 u 16,80 13.440,00
Z 1.500 u 12,90 19.350,00
Total 75.890,00
3) Cálculo do resultado
Suponhamos que uma empresa fabrique três produtos (L, M e N), e que tenha as seguintes
características:
Custos Indiretos de Produção = $ 3.100.000 num certo mês, dos quais $ 2.480.000 são Fixos,
compreendendo Mão de Obra Indireta (maior parte), Depreciação etc., e $ 620.000 são
variáveis (Energia Elétrica e Materiais Indiretos).
Outros dados:
Os Preços de Venda são os fixados pela empresa líder do mercado, e a empresa em pauta não
pretende modificá-los, mas está fazendo um estudo para verificar qual o produto mais
lucrativo para tentar incentivar sua venda.
Lu = PV - CTu
Como o Custo Indireto Fixo, maior parte é Mão de Obra, vamos ratear em função das horas
de Mão de Obra Direta
155.000
O resultado apresenta como prioritário para incentivo de venda o produto N, como mais
lucrativo, ficando o L em último lugar.
Suponhamos que essa empresa tenha tido custos por hora de Mão de Obra Direta
diferenciados para cada produto e resolveu atribuir, ao invés de por horas, por valor em $ de
Mão de Obra Direta. Para isso verifica o quanto foi aplicado, desmembrando o Custo Direto.
Assim, temos:
2.480.000 = 1,33
1.860.000
Toda a dificuldade reside na apropriação dos Custos Indiretos, mormente os Fixos, já que os
variáveis são alocáveis sem problema.
O produto L traz à empresa uma receita de $ 1.550/u, e provoca, obrigatoriamente, um custo
de $ 780/u, que é o seu Total Variável por unidade. Cada unidade sua realmente provoca esse
gasto e produz essa receita. Toda e qualquer parcela de Custo Fixo que lhe queiramos
imputar não será existente apenas se houver a produção e venda desse produto; existirá
independente dele. De que adianta então ficarmos imputando para cada unidade de cada
produto uma parcela do Custo Fixo? Essa parcela dependerá da quantidade do produto e da
forma de rateio, e não de cada unidade em si.
75
MCu = PV - CVu
É o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua Receita e o Custo
que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro.
Verifiquemos o seguinte:
Cada unidade de L contribui com $770; não podemos dizer que isso seja Lucro, já que faltam
os Custos Fixos. Trata-se de sua Margem de contribuição unitária, que, multiplicada pela
quantidade vendida, temos a Margem de contribuição total.
A Margem de Contribuição Total poderá tambem ser obtida pela diferença entre a Receita
Total e o Custo Variável Total:
MC = RT - CV
O fundamental é que , verificando o quadro acima, notamos que o produto que mais contribui
por unidade para a empresa é o M, seguido pelo N e, finalmente, pelo L. Cada unidade de M
provoca de fato uma “sobra” de $900, diferença entre Receita e Custo Variável.
Se existe um produto que deva ter sua venda incentivada é o M, que tem a maior Margem de
Contribuição por Unidade.
Uma empresa pode operar no limite de sua capacidade instalada ou abaixo dela, bem como
trabalhar com outros fatores que limitem sua produção, chamados “gargalos”. Para cada caso,
é necessário conhecer a margem de contribuição, por produto ou pelo fator que representa o
“gargalo” da produção, a fim de maximizar o resultado.
Sempre que possível, a empresa buscará incentivar as vendas dos produtos que proporcionam
as melhores margens de contribuição pois, assim agindo, mais rapidamente absorverá os
custos e despesas fixos e consequentemente irá gerar lucro.
Vejamos como ocorre (aproveitando o exemplo anterior):
76
Como dissemos, quando não existirem fatores limitantes, buscará uma empresa produzir e
vender os produtos que proporcionam a melhor margem de contribuição.
No entanto, ocorrendo fatores que venham a limitar a produção (conhecidos por gargalos de
produção), há necessidade de se fazer um estudo da margem de contribuição pelo fator
limitante para tomada de decisão.
Vamos admitir que os produtos Z, Y e Z do caso anterior utilizem uma mesma matéria-prima
e que, por imposição do fornecedor, são entregues apenas 90.000 kg mensais. Supondo-se
que o mercado esteja disposto a consumir as quantidades abaixo, seriam necessários 95.800
Kg dessa matéria-prima.
Quantidade de
Consumo de
Produtos Demanda Mensal Matéria-Prima
Matéria-Prima
Necessária
X 1.300 u 50 kg/u 65.000 kg
Y 900 u 12 kg/u 10.800 kg
Z 2.000 u 10 kg/u 20.000 kg
Total 95.800 kg
Caso a empresa venha a tomar decisões com base nas margens de contribuição dos produtos,
como vimos, procuraria priorizar aqueles de maiores margens,
Assim, limitados a demanda e o fornecimento mensal de 90.000 kg de matéria-prima, seu
mix de produtos seria:
Nota: O mix de produção e vendas foi obtido da seguinte maneira: prioridade ao produto X por possuir a maior
margem de contribuição. Como sua demanda é de 1.300 u mensais, consome 65.000 kg de matéria-prima. Ainda
há um saldo de 25.000 kg de matéria-prima, que permite produzir Y ou Z. Como Y tem melhor margem de
77
contribuição que Z, procura-se atender a sua demanda, exigindo 10.800 kg de matéria-prima. Para o produto Z,
sobram 14.200 kg de matéria-prima, o que permite uma produção de 1.420 unidades.
Esse lucro operacional de $ 34.468,00 foi obtido a partir do mix de produtos calculado com
base nas margens de contribuição deles. No entanto, essa performance poderia ser melhorada
se levasse em consideração a margem de contribuição calculada pelo fator limitante, nesse
caso, a quantidade de matéria-prima, respeitando o limite imposto pela demanda.
Isso demonstra que com a mesma quantidade de matéria-prima (50 kg) pode-se obter margem
de contribuição de $ 43,10, se aplicada em X; de $ 70,00, se aplicada em Y; ou de $ 64,50, se
aplicada em Z.
Assim, o produto Y deveria ser priorizado, depois Z e por último X.
Dessa forma, com os 90.000 kg de matéria-prima, respeitando a demanda, poderia ser obtido
o seguinte mix de produção e vendas que maximiza o resultado da empresa:
Quantidade de
Produto Produção e Vendas Peso Unitário
Matéria-Prima
X 1.184 u 50 kg 59.200 kg
Y 900 u 12 kg 10.800 kg
Z 2.000 u 10 kg 20.000 kg
Total 90.000 kg
Dessa forma, o lucro operacional passa de $ 34.468,00 para $ 36.950,40 quando se leva em
consideração a margem de contribuição pelo fator limitante, no caso, a disponibilidade de
matéria-prima.
1- Suponhamos que uma indústria esteja operando no mercado Brasileiro com as seguintes
características:
Capacidade de produção 800.000 t/ano
Capacidade que atende o mercado nacional 500.000 t/ano
Custos Fixos de Produção $ 35.000.000,00/ano
Custos Variáveis de Produção $ 110,00/t
Despesas Fixas $ 21.000.000,00/ano
Despesas Variáveis $ 25,00/t
79
Surge agora a oportunidade de uma venda no exterior de 200.000 toneladas, mas pelo preço
de $ 180,00/t.
Deve a empresa aceitar?
No entanto, vemos muitas empresas que quebram por falta de lucros ou mesmo, por um lucro
insuficiente para recuperar os investimentos realizados. Pode ser que o empreendedor detenha a
tecnologia para fabricar determinado produto, e o faz com qualidade, porém o volume de vendas
se revela insuficiente. Isto pode ser consequência da falta de visão sobre o mercado, incluindo aí
fornecedores, concorrência e consumidores.
Ao descobrir que necessitaria de um volume maior de vendas, declara “ah, se eu soubesse, não
teria iniciado...”. A determinação de qual volume precisaria produzir e vender o teria ajudado a
decidir sobre a implantação do empreendimento ou então buscar alternativas. Essa informação
seria o Ponto de Equilíbrio.
Além disso, conhecer a técnica de cálculo do Ponto de Equilíbrio permite simular os efeitos de
decisões a serem tomadas sobre redução ou aumento de atividades, de preços, de custos etc.
E o que é o Ponto de Equilíbrio? Nada mais é do que aquele momento em que a empresa não
apresenta lucro nem prejuizo. Esse momento é aquele em que foi atingido um nível de vendas no
qual as receitas geradas são suficientes apenas para cobrir os custos e as despesas. O lucro começa
a ocorrer com vendas adicionais, após ter atingido o Ponto de Equilíbrio.
No capítulo de Margem de Contribuição, dissemos que ela representa a contribuição dos produtos
para a cobertura dos custos e despesas fixos. Quando o montante de margem de contribuição se
igualar ao montante de custos e despesas fixos, temos o Ponto de Equilíbrio.
Assim, qualquer produto cujo preço de venda seja superior aos seus custos e despesas variáveis
contribui, primeiramente, para a cobertura dos custos e despesas fixos e, depois, para o lucro.
Exemplo:
Considere uma empresa que produz e vende 10 unidades mensais do produto X, com os seguintes
dados:
80
O equilíbrio ocorre quando a soma das margens de contribuição dos produtos vendidos se iguala
aos custos e despesas fixos do período. Em uma situação de produto único, é necessário
determinar quantas margens de contribuição são necessárias para igualarem-se ao montante de
custos e despesas fixos.
PE = C + D Fixos = C + D Fixos
PV unit. ( - ) C + D Var. Unit. MC Unitária
Também, o valor do Ponto de Equilíbrio pode ser calculado mediante a aplicação da seguinte
fórmula:
PE = C + D Fixos___
1 - ( C + D Var. Unit. )
PV Unit.
PE = $ 20.000,00 = $ 40.000,00
81
1 - ( 4.000,00 )
8.000,00
Para facilitar a representação gráfica, construímos uma tabela dos custos, como se segue:
Observa-se que, no nível de 5 unidades o resultado é nulo, ou seja, tem-se o Ponto de Equilíbrio.
80000
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Dependendo da análise a ser realizada e das decisões a serem tomadas, podemos determinar pelo
menos três situações de equilíbrio:
Para obter este Ponto de Equilíbrio, consideram-se como custos e despesas somente os gastos que
geraram desembolso no período, desconsiderando, portanto, a depreciação contida nos custos e
despesas fixos. Consideram-se também, outros desembolsos que não necessariamente estão
inclusos nos custos e despesas, como, por exemplo, amortização de empréstimo. Assim, a
margem de contribuição deverá suportar os custos e despesas fixos sem a depreciação, porém,
mais amortizações de empréstimo.
PEC = C + D Fixos
PV Unit. ( - ) C + D Var. Unit.
No entanto, quando se têm produtos diferentes com margens de contribuição diferentes, torna-se
defícil a determinação do mix de produção e vendas no Ponto de Equilíbrio. Nesse caso, qualquer
combinação que resulte em margem de contribuição igual aos custos e despesas fixos proporciona
o Ponto de Equilíbrio. Se for aumentada a quantidade de um dos produtos que compõe esse mix,
deve-se reduzir o equivalente em margem de contribuição de outros produtos para manutenção do
Ponto de Equilíbrio.
PE = C + D Fixos
MC Unitária
PE = $ 30.000,00 = 75 unidades
$ 400,00
Essa quantidade corresponde a 75 margens de contribuição de $ 400,00, o que equivale a 75
unidades de produtos A ou B, quaisquer que sejam as quantidades de cada um.
Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 45.300,00, o Ponto de Equilíbrio pode ser
obtido.
1- Mix de produtos
Produtos Qtde. AV %
A 50 25%
B 30 15%
C 120 60%
200 100%
PE = C + D Fixos________
MC Unitária Média Ponderada
Além dessa, outras combinações podem ser obtidas por tentativa e erro, que também acabam
proporcionando o Ponto de Equilíbrio.
Neste caso, considera-se a relação entre os Custos mais Despesas Variáveis de um mix de
produtos e as Receitas correspondentes. Esta relação, que corresponde aos índices da Análise
Vertical da Demonstração de Resultados pode ser interpretada como sendo a parcela variável de
cada $ 1,00 de receita. Por diferença, encontramos o quanto representa a margem de contribuição
deste $ 1,00 de receita. Dividindo-se os Custos mais Despesas Fixos por essa margem de
contribuição, encontramos o Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita.
Fazendo-se alterações neste mix de produtos, tal relação se altera e, conseqüentemente, o Ponto
de Equilíbrio em Valor de Receita.
Usando-se os dados do exemplo anterior, temos que para cada $ 1,00 de Receita, os Custos e
Despesas Variáveis representam $ 0,60, restando $ 0,40 de Margem de Contribuição. Na
Demonstração de Resultados temos esta relação.
Dividindo-se os $ 45.300,00 de Custos e Despesas Fixos por $ 0,40, temos $ 113.250,00, sendo
este o valor de receita necessária para o Ponto de Equilíbrio.
No cálculo do Ponto de Equilíbrio, parte-se da hipótese que o comportamento dos custos e preços
são estáveis, ou seja, mantên-se constantes dentro das limitações de produção e de vendas. Assim,
são ignorados outros fatores que certamente acabam afetando com diferentes intensidades os
resultados encontrados. Alguns casos que não podem ser ignorados por afetarem a análise do
Ponto de Equilíbrio são:
As contas que assim são classificadas podem ser consideradas fixas até certo limite de produção e
vendas. Quando uma empresa resolve incrementar a produção ou vendas, pode ter a necessidade
de contratação de mão-de-obra indireta adicional, ou aquisição de novas máquinas e
equipamentos, incorrendo em valor adicional de depreciação, ou então ampliar a fábrica ou optar
por aluguel de um novo galpão etc.
Consideramos que as contas que assim são consideradas oscilam conforme o volume de produção
e vendas. Sendo isso possível, os custos e despesas unitários serão sempre iguais para qualquer
volume de produção. No entanto, esse comportamento não se revela totalmente verdadeiro. Por
exemplo, uma empresa que opera com capacidade ociosa, caso venha a acupá-la no todo ou parte
dela, poderá contratar mais mão-de-obra direta ou então buscar meios de aumentar a
produtividade da atual, ou mesmo optar por trabalhar em horas extras. No primeiro caso, teríamos
reduzido o custo unitário e, no segundo caso, aumentado. Caso venha a contratar novos
funcionários, estes passarão por um período de treinamento até que se atinja o nível de produçao
da equipe anterior.
Um outro comportamento dessas contas poderá ser resutante da seguinte situação: uma empresa
que está iniciando suas atividades terá padrões de desempenho que tenderão a ser melhorados
com o tempo, assim que a produção aumente. No início das atividades, os tempos de fabricação
serão maiores, os desperdícios estarão acima do ideal e assim por diante. À medida que a
produção aumenta, estes índices melhoram, o que permite a redução dos custos unitários.
Quando são desenvolvidos novos produtos, podem ocorrer preços de lançamentos mais altos, que
serão reduzidos gradativamente conforme aumenta sua oferta no mercado ou, então, para
conseguir um aumento no volume de vendas, a empresa pode ser obrigada a rever sua política de
preços, sendo necessário efetuar reduções para se atingir o objetivo.
Além dessas, outras situações poderiam ser objetos de reflexão, como, por exemplo, se considerar
a mão-de-obra direta como custo variável e não como custos fixos, pois havendo ou não
produção, esse custo existirá de qualquer maneira; a própria forma de classificar em fixos e
variáveis pode resultar em divergências, pois em alguns casos é difícil a segregação da parcela
fixa da variável de um custo semivariável; despesas que ocorrem em um período e o retorno em
outro, como, por exemplo, dispêndios com propagandas e promoções, pesquisas e
desenvolvimento de novos produtos, cujos efeitos serão sentidos em períodos seguintes; falta de
sincronismo entre receitas e despesas etc.
Após tais considerações, podemos imaginar uma nova representação gráfica de custos e receitas e,
conseqüentemente, do Ponto do Equilíbrio:
Receita
$ Custos e
PE
87
0 Quantidade
Quanto maior for a MSO, maior a capacidade de geração de lucro e também, maior a segurança
de que a empresa não incorrerá em prejuízos.
Exemplo:
Quantidade vendida: 10 unidades por mês
Custos e despesas variáveis: $ 2.000,00 por unidade
Custos e despesas fixos: 12.000,00 por mês
Preço de venda: 4.000,00 por unidade
MSO = 10 u ( - ) 6 u
MSO = 4 unidades
Nesse caso as vendas poderão ser reduzidas em até 4 unidades ou 40%, que a empresa não entrará
na área de prejuízo.
Em uma situação em que o Ponto de Equilíbrio fique muito próximo das vendas totais, temos uma
Margem de Segurança muito frágil, pois qualquer redução de atividades coloca a empresa em
situação de lucro nulo ou em área de prejuízo.
Receita de Vendas
( - ) (Custos + Despesas) Variáveis
( = ) Margem de contribuição
( - ) (Custos + Despesas) Fixos
( = ) Lucro Operacional
Esse lucro é chamado de Lucro Operacional, pois resulta das atividades normais de produçao e
vendas de uma empresa, não sendo afetado por outras receitas e despesas que venham a ocorrer.
O que aconteceria com o Lucro Operacional caso as vendas passassem, por exemplo, de 200
unidades para 220 unidades, admitindo-se que a estrutura da empresa (geradora de custos e
despesas fixos) suportasse tal aumento?A resposta é que o lucro cresceria mais que
proporcionalmente ao aumento dos custos e despesas, neste caso, custos e despesas variáveis, já
que os fixos não se modificariam. Uma redução das vendas também causaria o mesmo impacto,
só que em sentido contrário. E é exatamente isso a Alavancagem Operacional.
Exemplo:
Vamos supor uma empresa que esteja produzindo e vendendo 200 unidades mensais do produto X
com os dados a seguir:
Preço de Venda = $ 2.700,00 por unidade
Custos e Despesas Variáveis = 1.700,00 por unidade
Custos e Despesas Fixos = 150.000,00 por mês
Simulando uma mudança na quantidade de 20 unidades para mais e para menos, teríamos os
seguintes resultados:
Veja que um aumento ou redução de 10% nas vendas provoca uma variação de 40% no lucro
operacional. Essa diferença é causada pela presença dos custos e despesas fixos.
O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a medida dos efeitos provocados nos lucros pelas
alterações ocorridas nas vendas.
A fórmula de cálculo do Grau de Alavancagem Operqcional é:
O Grau de Alavancagem Operacional é 4, ou seja, o Lucro Operacional cresceu 4 vezes mais que
o aumento na quantidade ou receita. O mesmo ocorre quando as vendas caem de 200 unidades
para 180 unidades.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01- Calcular o preço de venda (tabela) baseado no Custo Total e na Margem de Lucro
desejada.
Dados:
Custo Unitário $ 121,50
Desconto Médio (Concedido) 10,00%
ICMS 18,00%
ICMS Recuperado (S/P Liq. Venda) 4,00%
Margem de Lucro Desejada (S/P Liq. Venda) 30,00%
PIS & FINSOCIAL 2,00%
02- Uma empresa fabrica 2.000 unidades por mês de um certo produto utilizando os seguintes
recursos:
03- Um empreiteiro de pavimentação de estradas tem que contratar homens com salários de $
5,00/hora para operar uma máquina de asfaltamento.
Número de homens 2 3 4 5 6 7 8
04- Uma empresa tem capacidade de produção de 10 unidades do produto X. Seus custos
variáveis são calculados em $ 1.000,00 por unidade. Seus custos fixos mensais somam $
8.000,00. Seu preço de venda é de $ 2.000,00 por unidade.
Pede-se:
a) Elabore os gráficos do custo fixo total e do custo variável total.
b) Em um único gráfico, demonstre a reta representativa do custo total e da receita
total.
05- A empresa Piteco Ltda. teve os seguintes custos no mês de março:
Matéria-prima $ 15.000,00
Mão-de-obra direta 20.000,00
Energia elétrica 2.000,00
Aluguel do prédio 7.000,00
Telefone 500,00
Depreciação dos equipamentos 1.500,00
Pede-se:
06- A Cia. J. N. Aliança Ltda. tem custo fixo mensal de $ 250.000,00. No mês de novembro
20xx, produziu 500 unidades de seu produto M, incorrendo em $ 400.000,00 de custo
variável. Considere que sua produção reduzisse para 400 unidades. Qual seria o custo
unitário dessa produção?
07- Considere que em um determinado mês a produção de X tenha sido de 1.000 unidades.
Os custos incorridos nesse mês foram: fixos = $ 100.000,00 e variáveis = $ 200.000,00.
Se a produção tivesse sido de 1.500 unidades, qual teria sido o custo total? Determine
também os custos unitários.
08- Considere que em um departamento os salários dos funcionários diretos sejam de $ 5,00
por hora. Os encargos sociais representam 107%.
Os custos indiretos apropriados aos departamentos são rateados aos produtos por eles
trabalhados conforme as horas apontadas. Nesse mês os tempos unitários foram:
11- A Cia de Ferramentas F-1 fabrica chaves de parafusos. O modelo T, item mais vendido,
consiste de uma haste de aço embutida em um cabo plástico. Dois produtos químicos A e
B, são misturados e fervidos sob pressão, para produzir um líquido plástico que endurece
depois que esfria. Em sua forma final o plástico é composto de 50% de cada produto,
mas durante o processamento, o produto A sofre uma depleção de 64% e o produto B de
55%.
Registro de custos:
Produto A $ 40,00/litro
Produto B $ 25,00/litro
Aço $ 50,00/kg
Materiais Diversos 2,6% s/ Mat. Planejado
Estragos 3,0% s/ Mat. Planejado
12- Uma empresa opera segundo uma função de custo total linear.
Produz 6.000 unidades por mês, correspondentes à sua capacidade máxima, combinando
os seguintes recursos (dados mensais):
Recursos fixos:
amortização: $ 8 x 106
outros recursos: $ 1 x 106
Pede-se:
a) Calcule a parcela de custo fixo e variável de cada mês.
b) Caso a produção de dezembro venha a ser de 17 unidades, qual deverá ser o custo
total do mês?
c) Calcule e compare os custos unitários totais dos meses de outubro, novembro e
dezembro, justificando as diferenças.
15- Uma empresa fabrica os produtos P1, P2 e P3. No mês de março/xx, seus custos diretos
foram:
Determine o custo variável dos produtos, considerando que os custos indiretos são
rateados à base do custo direto.
16- Uma empresa fabrica um produto segundo a função anual de custo variável:
CV = 2 Q2 + 8 Q
17- Uma empresa de geração de energia elétrica pretende adquirir uma central térmica a gás
natural com a seguinte Função de Produção, onde o Fator (recurso) e o Produto (Q),
ambos por hora, são expressos em watts.
Fator 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Produto 15 65 105 137 163 172 176 160 140
Suponha que cada unidade física do fator tenha o preço de $ 100,00/kw e que cada
unidade do produto possa ser vendida a $ 800,00/kw.
Suponha ainda que a planta de geração de energia tenha o valor inicial de $ 100.000,00
com vida útil de 2.000 horas, sem valor residual, ou seja, que no fim de sua vida útil não
tenha valor de venda.
Qual a combinação mais econômica?
18- O Gerente de uma lanchonete que fornece sanduíches está adicionando salada ao
cardápio.
Há duas opções, e o preço para os clientes será o mesmo qualquer que seja a opção
escolhida.
Na opção de fazer a salada, será instalado um balcão frigorífico com os vegetais e
molhos e o cliente preparará a sua salada. O balcão frigorífico será alugado e um
empregado de tempo parcial será contratado, estimando-se o Custo Fixo anual em $
12.000,00 e os Custos Variáveis em $ 1,50 por salada.
Na opção de comprar, as saladas serão compradas de um fornecedor externo a $ 2,00 por
salada e será necessário instalar um equipamento de refrigeração, com Custo Fixo anual
de $ 2.400,00.
O gerente espera vender 25.000 saladas por ano.
1- Que opção deverá ser escolhida?
2- A partir de quantas saladas por ano uma opção passa a ser melhor que a outra?
19- A empresa Alpha S.A. iniciou suas atividades em 20xx. Nesse ano, sua produção foi de
1.000 u do produto X e suas vendas foram de 900 unidades.
Os custos e despesas foram:
20- A Indústria Brasileira de Malas S.A. operou no ano de 20xx abaixo de sua capacidade de
produção, fabricando 1.200 unidades de luxo e vendendo apenas 900 delas. No início
desse ano não havia estoque de malas acabadas. Os custos e as despesas relativas à
produção e vendas deste modelo, bem como os custos e despesas fixos da empresa são:
Variáveis:
Matéria-prima = $ 150,00/u
Mão-de-obra direta = 100,00/u
Custos Indiretos = 50,00/u
Despesas de vendas = 10,00/u
Fixos:
Depreciaçao = $ 50.000,00
Mão-de-obra = 60.000,00
Outros custos = 25.600,00
Despesas = 30.000,00
21- A fábrica Tapetes Pé Sujo Ltda. produziu 500 unidades de seu único tipo de tapete no
mês de abril. Não havia estoque inicial e, no final de abril, ficaram 50 unidades não
vendidas.
Determine o valor do estoque final pelo Custeio por Absorção e pelo Custeio Variável.
22- Calcule o valor das requisições de materiais e o saldo de estoque pelos métodos de
valorização: PEPS, UEPS E Custo Médio Ponderado Móvel.
Estoque inicial = 0
Dia 05, aquisição de 10 u a $ 120,00 cada
Dia 15, aquisição de 12 u a $ 130,00 cada
Dia 25, aquisição de 15 u a $ 150,00 cada
Dia 30, aquisição de 5 u a $ 170,00 cada
Dia 07, requisição de 8 unidades
Dia 20, requisição de 11 unidades
Dia 28, requisição de 17 unidades
96
25- Considere que uma empresa fabrique dois produtos: X e Y. Em certo mês foram
fabricadas 800 u de X e 1.100 u de Y.
Fixos = $ 20.000,00
Variáveis alocados a X = $ 200,00/u e a Y, $ 300,00/u.
26- Uma loja vende apenas dois produtos: sapatos e bolsas. Seus gastos fixos mensais se
resumen ao aluguel, $ 5.000,00, e mão-de-obra, $ 6.000,00.
Os sapatos são adquiridos por $ 35,00 o par e vendidos por $ 70,00. Cada bolsa é
adquirida por $ 60,00 e vendida por $ 90,00.
O gerente tem estimulado as vendas de bolsas pelo fato de ter o preço maior. Em certo
mês foram vendidos 180 pares de sapatos e 250 bolsas. Se você fosse o gerente, faria o
mesmo?
97
27- Em um determinado mês, a J. Boutinho Ltda. está com 400 horas ociosas e recebe duas
propostas:
A primeira é para o fornecimento de 110 unidades do produto X. Cada unidade consome
3 horas de fabricação. O preço ofertado foi de $ 50,00/u. O custo variável deste produto é
$ 25,00/u.
A segunda é para o fornecimento de 120 unidades do produto Y. Cada unidade consome
1 hora de fabricação. O preço ofertado é de $ 200,00. O custo variável é de $ 180,00/u.
Considere que para o pedido de X o custo do transporte até o cliente será por conta da J.
Boutinho, correspondendo a 5% da respectiva receita. Para o pedido de Y, o cliente é o
responsável pelo frete.
Qual dos dois pedidos deve aceitar, considerando-se que o restante das horas ociosas, se
houver, não será utilizado?
28- A fábrica de móveis de madeira Pinheirinho Ltda. produz mesa, estantes e armários. A
demanda atual destes produtos é a seguinte: mesas = 5.000 u; estantes = 18.000 u;
armários = 7.000 u.
A Pinheirinho está trabalhando no limite de sua capacidade, vendendo toda a produção,
que foi a seguinte no ano de 20xx:
Custo e
Quantidade
Tempo de Despesas
Produtos Produzida e Receita Total
Fabricação Variáveis
Vendida
Totais
Mesas 4.500 u 5,0 h/u $ 135.000,00 $ 180.000,00
Estantes 14.000 u 4,0 h/u 189.000,00 245.000,00
Armários 5.000 u 25,0 h/u 535.000,00 750.000,00
Pede-se:
30- A Arte em Estilo Ltda., fabrica móveis de luxo por encomendas. Em 12 de setembro,
recebeu dois pedidos de produção. Um era de 200 carrinhos de chá e o outro de 110
estantes. Para a produção do primeiro seriam necessárias 03 semanas, e, para a do
segundo, 04 semanas. O chefe da produção informa que só pode trabalhar em uma das
duas encomendas, já que a partir de 10 de outubro terá de se dedicar as outras já
contratadas, de fim de ano.
Foi elaborado o seguinte relatório de custos e estimadas as despesas para esses dois
pedidos:
31- A Cia Tudolimpo S.A. trabalha no mercado de enceradeiras e aspiradores de pó, onde a
empresa líder é a Brilho Estelar, sendo que esta, inclusive, fixa os preços, que sempre são
seguidos pelas demais. A Tudolimpo fez uma ampliação da sua capacidade produtiva, e
pretende utilizá-la mediante uma intensiva campanha publicitária, mas sem alterar seus
preços de venda. O Departamento de Planejamento pediu aos Departamentos de Custos
um relatório completo sobre os dois produtos; esse relatório acabou por evidenciar os
seguintes dados:
32- A Diretoria da firma Souvenir estava reunida para discutir se aceitava ou não uma
encomenda de 4.000 peças para exportação que acabara de receber. A cotação de preços
não poderia ser superior a $ 16,00/peça ao passo que o preço normal líquido de venda da
Empresa era de $ 30,00/peça.
Capacidade instalada para 1(um) turno 16.000 peças/mês
Encomendas totais existentes naquele mês 10.000 peças
Custo do Material Direto $ 9,00/peça
Folha de Pagamento Total $ 72.000,00
(com encargos projetados para 16.000 peças)
Desp. Ind. Fabricação Variáveis com a Produção $ 4,50/peça
Total dos Custos Fixos $ 100.000,00
Deve a empresa aceitar a encomenda das 4.000 peças para exportação? Porque?
33- A situação econômica financeira da Companhia Na Corda Bamba era bastante delicada.
Trata-se de uma empresa familiar cujo balanço indicava que o problema estava na
ausência de capital de giro. Os dados da empresa eram os seguintes:
34- O departamento de Contabilidade da fábrica de doces Bom Bom S.A. efetuou o seguinte
quadro:
A Bom Bom quer melhorar seu resultado e por isso está convidando você para acessorá-
la. O chefe de produção informou que os fornecedores de açúcar têm reduzido
sistematicamente a entrega desse insumo. O consumo de açúcar é o seguinte por unidade
produzida:
Produto Consumo
Paçoca 20 gramas
Pipoca doce 25 gramas
Maria-mole 5 gramas
Pirulito 10 gramas
Indique ao Presidente da Bom Bom a ordem dos produtos de que você prioriza a
produção e vendas para tornar o lucro o mais alto possível.
35- Uma empresa fabrica e vende os produtos X e Y com os custos e preços abaixo:
Os dois produtos são trabalhados na mesma máquina, sendo que cada unidade de X
utiliza 2 horas e de Y, 1,5 hora. Havendo ociosidade de 600 horas nessa máquina, qual
produto deveria ser priorizado, quantas unidades poderiam ser produzidas nessas horas e
qual a margem de contribuição máxima que seria obtida?
Determine:
a) O PEC.
b)O PEE.
101
c) O PEF.
37- Um empreendedor está estudando a implantação de uma fábrica de bexigas. Planeja
investir $ 30.000,00 no negócio e deseja um lucro correspondente a 5% ao mês deste
investimento.
Determine o PEE.
38- A empresa Xi & Xi Ltda. fabrica fraldas descartáveis de tamanho único. Seus custos e
receitas foram:
Custo variável = $ 50,00 por caixa de 50 pacotes
Custo fixo = 120.000,00 por mês
Preço de venda = 200,00 por caixa de 50 pacotes
39- Uma empresa está produzindo e vendendo 5.000 u mensais de seu produto XPTO.
Seus custos e despesas mensais são:
Fixos = $ 50.000
Variáveis = 125.000
Qual seria o preço de venda unitário que a empresa deveria praticar, mantendo-se a
mesma quantidade produzida e vendida, bem como os custos atuais para que obtenha um
lucro:
a) De $ 25.000,00 mensais.
b)De 20% do preço de venda.
c) De 30% do custo variável.
40- A empresa J. N. Osasco S. A. fabrica os produtos P1, P2 e P3. No mês de abril/xx obteve
os seguintes dados:
41- Calcule a MSO de uma empresa que produz e vende o produto Q. Os seguintes dados
estão disponíveis:
Quantidade vendida = 20 u
Custos e despesas variáveis = $ 4.800,00/u
Custos e despesas fixos = 32.000,00/mês
Preço de venda = 8.000,00/u
42- A Mundo da Lua S.A. produz bijuterias finas para mulheres jovens. Em novembro/xx
cada peça era vendida por $ 100,00. Seu Ponto de Equilíbrio Contábil foi de 1.100
unidades e a Margem de Segurança Operacional foi de 220 peças, proporcionando um
lucro operacional de $ 13.200,00. Qual foi o custo fixo da Mundo da Lua?
Pede-se:
44- A Cia P. Lêgo Ltda. produz estantes de aço que são vendidas por $ 7.000,00 cada.
Em março/xx, a produção e as vendas foram de 500 unidades, proporcionando um lucro
de 20% sobre a receita total. Nesse mês, os custos e despesas variáveis representaram
50% da receita total.
Calcule o Grau de Alavancagem Operacional caso a Margem de Segurança Operacional
aumente em 50 unidades.
45- A empresa Beleza Pura Ltda. fabrica creme hidratante para os pés. Atualmente sua
produção e vendas são de 15.800 potes de 500 g mensais, os quais são vendidos por $
3,50 cada, proporcionando um lucro operacional de 15% sobre a receita total.
Sua produção anterior era 20% inferior, também vendida a $ 3,50 o pote, e
proporcionava um lucro operacional de 10% sobre a receita total.
Qual o Grau de Alavancagem Operacional dessa empresa?
1- $ 250,00
2- CT = 9,6Q + 5.000
3- CT = $ 125,00; CTu = $ 0,625/m2; 5 operários
4- ..............
5- a) 2.300,00; b) 2.210,00
6- 1.425,00
7- Custo total = 400.000; custo unitário = 266,67
8- X = 6,02; Y = 2,80; Z = 4,65
9- A = 2.359.087; B = 5.690.913
10- Alfa = 667.500; Beta = 609.700; Gama = 322.800
11- CT = $ 1.056,00
12- $ 958.606.500,00
13- Custo fixo = 110.000
Custo variável: janeiro = 300.000; fevereiro = 280.000; março = 270.000;
abril = 290.000; maio = 320.000; junho = 310.000
14- a) Custo fixo = 120.000; variável: outubro = 240.000; novembro = 300.000
b) 460.000
c) outubro = 30.000; novembro = 28.000; dezembro = 27.059
15- P1 = 491.810; P2 = 874.475; P3 = 389.766
16- Lucro financeiro = 1.008,00; lucro econômico = ( - ) 612,00
17- Fator = 350 e produto = 172
18- 1- fazer salada
2- 19.200
19- Lucro pelo Absorção = 74.000; pelo Variável = 64.000
20- Pelo Absorção = 21.300; Pelo Variável = ( - ) 12.600
21- Estoque pelo Absorção = 8.180; pelo Variável = 6.680
22-
PEPS UEPS Médio
Dia 7 960 960 960
Dia 20 1.410 1.430 1.414
Dia 28 2.490 2.500 2.489
Saldo 1.000 970 996
23- 172,00
24- a) 70.000; b) 9.000; c) 4.500
25- MC = 71.000; lucro = 41.000
26- Não, a MC do sapato é maior.
27- Deve aceitar X
28- a) mesas = 5.000 u; estantes = 5.000 u; armários = 7.000 u
b) mesas = 5.000 u; estantes = 875 u; armários = 7.000u
29- Cerveja em lata, pois a MC adicional é 220.000, sendo superior a MC adicional das
garrafas
30- Estantes, devido maior Margem de Contribuição
31- a) Enceradeira = 554,00; aspirador = 512,70
b) Aspirador devido maior Margem de Contribuição
32- Sim, Margem de Contribuição positiva
33- Produzi-las internamente
104
34- Conforme a MC, temos pela ordem: Maria-mole; Paçoca; Pipoca Doce; Pirulito
35- Priorizar Y; produção 400 u; MC = 28.000
36- a) 1.600 u; b) 2.400 u; c) 1.400 u
37- 3.000 dz.
38- A segunda, pois seu PEE é de 1.440 caixas enquanto a primeira é de 2.400 caixas
39- a) 40,00; b) 43,75; c) 42,50
40- a) 50 u; b) P1 = 15 u; P2 = 30 u; P3 = 75 u
41- MSO = 0 u
42- 66.000,00
43- a) 3,226; b) 3,226
44- 2,5
45- 3,5