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UNIDADE 2

MODELAGEM DE DADOS

A partir desta unidade, você será capaz de:

• conhecer o processo de modelagem de dados;

• identificar uma entidade e seus atributos;

• compreender a aplicação das formas normais.

TÓPICO 1

MODELOS DE DADOS

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento da modelagem de dados é muito importante para qualquer


desenvolvedor que, em algum momento, construir alguma aplicação que irá
interagir com um banco de dados. Independente do tamanho da aplicação a ser
desenvolvido, o sucesso estará diretamente relacionado a uma modelagem bem
feita, de modo a garantir dados consistentes, armazenados de forma eficiente,
proporcionando bom desempenho e também a integridade dos dados.

O objetivo da modelagem de dados é garantir que todos os objetos de dados


existentes em determinado contexto e requeridos pela aplicação estejam
representados com precisão dentro do Banco de Dados. 

Podemos definir modelagem de dados como sendo um conjunto de conceitos que


devem ser usados para descrever a estrutura de uma base de dados. Quanto mais
fiel a modelagem for ao ambiente em análise, maior é a chance de o projeto ter
um bom resultado, permitindo assim a criação de um banco de dados mais
aderente à realidade, possibilitando de forma mais eficiente o desenvolvimento da
aplicação.
Uma modelagem mal feita, por sua vez, pode comprometer o sucesso do projeto,
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tendo como consequência diversos 2
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problemas, 1 por exemplo, a aplicação não
como settings
funcionar adequadamente, os dados não confiáveis devido à falta de integridade,
baixo desempenho etc.

O objetivo da modelagem é criar uma abstração da realidade que seja capaz de


registrar os acontecimentos, de forma que seja possível programar um sistema
que atenda às devidas necessidades e informações esperadas pelo usuário. A
modelagem de dados utiliza notações em idioma natural, podendo ser facilmente
compreendidos, por conta disso, é recomendado que o modelo de dados, depois
de elaborado, sejam revisados e verificados pelos usuários finais.

A representação dos dados pode estar submetida a diferentes níveis de abstração.


Estes níveis podem ser classificados como: modelos conceituais, modelos lógicos e
modelos físicos. Veremos mais detalhes durante esta unidade.

O objetivo desta unidade é dar um embasamento para que você tenha as


condições e conhecimentos mínimos para projetar um banco de dados relacional
dentro da metodologia e segurança necessária para o sucesso de uma aplicação.

2 MODELO CONCEITUAL

Segundo Machado (2009), a princípio toda realidade é sempre bastante nebulosa e


informal. Ao observarmos esta realidade, podemos identificar fatos que nos levam
a conhecê-la de uma forma mais organizada. Os fatos observados e modelados
dizem algo a respeito do funcionamento de um negócio que estamos tentando
compreender e manter.

O Modelo Conceitual é uma descrição mais abstrata da realidade, onde os fatos do


mundo real são descritos de uma forma mais natural, bem como suas
propriedades e relacionamentos. Esse modelo é utilizado para entendimento,
transmissão, validação de conceitos e mapeamento do ambiente, possibilitando
um melhor diálogo entre desenvolvedores e usuários.

Conforme relato de Machado (2004), o Modelo Conceitual deve ser sempre a


primeira etapa de um projeto de um Banco de Dados (DB), onde o objetivo deste
modelo é descrever de forma simples e facilmente compreensível pelos usuários
finais as informações em um contexto de negócio, para posteriormente serem
armazenadas em um banco de dados. É uma definição de alto nível que retrata
toda a realidade de uma organização, processo de negócio, setor, repartição,
departamento etc. 

Durante o processo de criação do modelo conceitual, o analista deverá observar


fatos e também buscar documentações, registros, regras etc. que possam lhe
proporcionar um melhor entendimento do processo que se propõe a automatizar.
Porém, é importante que o processo se atenha aos fatos relevantes que serão
utilizados para a geração de informações e registro no sistema proposto.

É importante destacar que o Modelo Conceitual não está relacionado com o


modelo de banco de dados, forma de acesso ou armazenamento dos dados. Ele
está focado em uma representação gráfica da uma realidade existente em um
contexto de negócio, conforme está ilustrado na figura a seguir. Essa modelagem é
menu Unidade 2
- Tópico 1Nos próximos tópicos veremos
feita utilizando o modelo entidade-relacionamento. settings
mais detalhes.

FIGURA 29 – MODELO CONCEITUAL

FONTE: Os autores

3 MODELO LÓGICO

O Modelo Lógico tem por objetivo representar as estruturas que irão armazenar os
dados dentro de um Banco de Dados, a partir deste momento é que são definidas
com maior propriedade as entidades e os seus atributos.

O Modelo Lógico é iniciado somente a partir da estruturação do Modelo


Conceitual. Nesta etapa é que será levada em consideração qual abordagem será
utilizada referente ao Banco de Dados: Relacional, Hierárquico ou de Rede. Assim,
o modelo lógico é diretamente dependente da abordagem, que determinará o tipo
de SGDB que será utilizado.

O Modelo Lógico representa os dados em uma estrutura de armazenamento de


dados. Nesse momento é definido a estrutura de registro do Banco de Dados, seus
registros e números de campos com seus respectivos tamanhos, conforme a figura
a seguir.

FIGURA 30 – MODELO LÓGICO

FONTE: Os autores

4 MODELO FÍSICO

O Modelo Físico é construído com base em um modelo lógico definido, com intuito
de ser aplicado sobre um SGDB. Neste momento entram as questões relacionadas
ao tipo e tamanho do campo, relacionamento, indexação, restrições etc. Ele
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descreve as estruturas físicas de 2
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armazenamento, 1 como tabelas, índices, settings
gatilhos, funções, visões, nomenclaturas etc.

O modelo físico, conforme Machado (2004) é a etapa final do projeto de banco de


dados, onde será utilizada a linguagem de definição de dados do SGDB (DDL) para
a construção do banco de dados com base no script SQL gerado. A figura a seguir
representa um Modelo Físico que foi concebido a partir da ferramenta
DBDesigner. 

FIGURA 31 – MODELO FÍSICO

FONTE: Os autores

Normalmente, as ferramentas de modelagem têm funções para criação de scripts


que serão responsáveis pela implementação do projeto físico em diversos SGBDs.
Tomando como exemplo o projeto acima, temos como resultado o seguinte script
SQL:

CREATE TABLE FILME (

Codigo Filme INTEGER(6) NOT NULL,

  Titulo VARCHAR(100),

GeneroVARCHAR(50),

  Ano INTEGER(4),

Duracao TIME,

  Diretor VARCHAR(150),

FaixaEtariaINTEGER(2) UNSIGNED,

  PRIMARY KEY(Codigo Filme)

);

CREATE TABLE CINEMA (

Codigo do Cinema (CNPJ) INTEGER NOT NULL,

  Nome Fantasia VARCHAR(100),

  Rua VARCHAR(100),

  Bairro VARCHAR(100),

  Cidade INTEGER(6),

  Estado INTEGER(6),

LotacaoINTEGER(3),

  PRIMARY KEY(Codigo do Cinema (CNPJ))

menu ) Unidade 2
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CREATE TABLE EXIBICAO (

Data Início DATE NOT NULL,

Data Fim DATE NOT NULL,

FILME_Codigo Filme INTEGER(6) NOT NULL,

CINEMA_Codigo do Cinema (CNPJ) INTEGER NOT NULL,

  PRIMARY KEY(Data Inicio, FILME_Codigo Filme, CINEMA_Codigo do Cinema (CNPJ)),

  INDEX FK2_EXIBICAO_FILME(FILME_Codigo Filme),

  INDEX FK1_EXIBICAO_CINEMA(CINEMA_Codigo do Cinema (CNPJ)),

FOREIGN KEY(FILME_CodigoFilme)

REFERENCES FILME(Codigo Filme)

ON DELETE NO ACTION

      ON UPDATE NO ACTION,

FOREIGN KEY(CINEMA_Codigo do Cinema (CNPJ))

    REFERENCES CINEMA(Codigo do Cinema (CNPJ))


ON DELETE NO ACTION

      ON UPDATE NO ACTION

);

Caso você não tenha entendido o script gerado, não se preocupe, pois
abordaremos mais detalhes sobre este assunto na Unidade 3.

LEITURA COMPLEMENTAR

DIFERENTES VISÕES PARA OS MESMOS DADOS

Sandra de Albuquerque Siebra

Todos esses modelos, na verdade, são visões diferentes, com nível de


profundidade diferente para os mesmos dados. E é importante saber que, a partir
de um modelo, o modelo seguinte pode ser derivado. Para lhe dar uma ideia de
como as coisas acontecem, vamos explicar o processo descrito na figura a seguir.
O analista de banco de dados observa a realidade (e também conversar com as
pessoas que se fizerem necessárias) e, a partir do problema a ser resolvido
(aplicação a ser desenvolvida), ele organiza suas ideias e cria um minimundo (que é
um subconjunto da realidade contendo os dados necessários para a resolução do
problema sendo tratado). O minimundo tem dados que vão ajudar a descrever o
modelo conceitual (mais alto nível de abstração), o modelo lógico é especificado a
partir do modelo conceitual e é implementado pelo modelo físico (que é que
realmente é usado para criar o banco de dados (BD)).
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Vamos descrever mais formalmente esse processo de criação do BD (que equivale


ao processo de projeto do banco de dados)? Bem, podemos dizer que esse
processo é composto por quatro fases conforme figura a seguir.

 Na primeira fase, é feito o Levantamento e Análise dos Requisitos. Nessa fase são
realizadas entrevistas com os potenciais utilizadores do BD, são levantados
documentos importantes, pode-se olhar um sistema legado (já existente) para ver
como ele funciona, com o objetivo de compreender e documentar os requisitos
necessários para a construção do banco de dados (requisitos de BD).

A segunda fase é o projeto conceitual (ou modelagem) cujo objetivo é definir um


modelo de dados conceitual que inclua a descrição das entidades do BD, dos
atributos das entidades, dos relacionamentos entre entidades, além das possíveis
restrições, evitando, no entanto, detalhes de próprios da fase de implementação.
Essa fase dá origem ao esquema conceitual representado pelo modelo entidade-
relacionamento (que estudaremos em detalhes na próxima seção).

A terceira fase é o projeto lógico (ou implementação) que objetiva mapear o


modelo de dados conceitual para o modelo de dados relacional. Essa fase dá
origem ao esquema lógico representado pelo modelo relacional que já é um
modelo que depende do SGBD que será usado para implementar o banco de
dados.

A quarta e última fase é o projeto físico que objetiva mapear o modelo dedados
relacional para o modelo de dados físico que tratará das estruturas em memória e
organização dos arquivos do BD (arquivos de índices). Essa fase dá origem ao
esquema físico que será o que realmente será implementado no BD.
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FONTE: Disponível em: <http://www.fernandoans.site50.net/curso/curso06/UFPE-BancoDeDados.pdf>. Acesso em: 26 fev.


2013.

RESUMO DO TÓPICO

Neste tópico, você viu que: 

• A modelagem de dados é o conjunto de conceitos que devem ser usados para


descrever a estrutura de uma base de dados.

• O objetivo da modelagem é criar uma abstração da realidade que seja capaz de


registrar os acontecimentos.

• A modelagem de dados utiliza notações em idioma natural.

• O Modelo Conceitual é uma descrição mais abstrata da realidade, onde os fatos


do mundo real são descritos de uma forma mais natural, bem como suas
propriedades e relacionamentos.

• O Modelo Conceitual deve ser sempre a primeira etapa de um projeto de um


Banco de Dados (DB).

• O Modelo Conceitual não está relacionado com o modelo de banco de dados,


forma de acesso ou armazenamento dos dados.
• O Modelo Lógico tem por objetivo representar as estruturas que irão armazenar
menu os dados dentro de um Banco deUnidade
Dados.2
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A partir 1 momento é que são settings
definidas com maior propriedade as entidades e os seus atributos.

• O Modelo Lógico é iniciado somente a partir da estruturação do Modelo


Conceitual.

• O Modelo Físico é construído com base em um modelo lógico definido, com


intuito de ser aplicado sobre um SGDB. 

• Na construção do Modelo Físico entram as questões relacionadas ao tipo e


tamanho do campo, relacionamento, indexação, restrições etc. 

• O Modelo Físico descreve as estruturas físicas de armazenamento, tais como


tabelas, índices, gatilhos, funções, visões, nomenclaturas etc.

• O Modelo Conceitual, o Modelo Lógico e o Modelo Físico, na verdade, são visões


diferentes, com nível de profundidade diferente para os mesmos dados. E é
importante saber que, a partir de um modelo, o modelo seguinte pode ser
derivado.

AUTOATIVIDADES

UNIDADE 1 - TÓPICO 1

1  O Modelo de Dados pode ser representado em diferentes níveis de abstração.


Quais são estes tipos de modelos?

Responder

2  O Modelo Conceitual é a primeira fase de um projeto de Banco de Dados. Para


que ele é utilizado e o que possibilita?
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Responder

3  O que o Modelo Lógico tem por objetivo representar? 

Responder

4  Qual é o tipo de modelo que descreve as estruturas físicas de armazenamento,


tais como tabelas, índices, gatilhos, funções, visões, nomenclaturas etc.?

A)  Modelos conceituais.

B)  Modelos lógicos.

C)  Modelos físicos.

Responder
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Conteúdo escrito por:

Todos os direitos reservados © Prof. Décio Lehmkuhl


Prof. Djayson Roberto Eger

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