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Análise de Solvência de Seguradoras

Paulo Pereira Ferreira


Agenda

 Conceito de Solvência

 Análise Atuarial X Análise Legal


 Abordagens para Modelos Internos

 Componentes de Risco e Tipos de Risco


 Tópicos Importantes na Análise da Solvência

 Medidas de Mensuração
 Análise Conjunta de Riscos
 O Modelo Brasileiro de Solvência
 Conclusão

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Conceito de Solvência

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Solvência de Seguradoras

 Conceito
 Capacidade da seguradora em honrar todos os seus
compromissos financeiros futuros.

Entradas Futuras de Caixa

Disponibilidade
E1 En
Presente E2
de Caixa ... Resíduo

Época Atual Extinção Tempo


... da Empresa
D1 Dm
D2
Desembolsos Futuros
 Dilema conceitual
 Solvência só pode efetivamente ser verificada quando da
extinção da empresa!

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Solvência x Liquidez

 Existência de bens  Capacidade de geração


suficientes para honrar de caixa para honrar
obrigações futuras compromissos
financeiros.

Uma empresa de seguros pode estar ilíquida


sem que esteja necessariamente insolvente!

 Em condições normais:
 iliquidez é o primeiro sintoma de insolvência

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Avaliação da Solvência

 Filosofias de Avaliação
“Break-up Basis”
 A seguradora é suposta em regime de liquidação forçada, sem
consideração de novos negócios.
Solvência Estática

Empresa só pode continuar


Artificialismo da operando se estiver solvente
hipótese X para os negócios já aceitos
“Going-Concern Basis”
 A seguradora é considerada em continuidade de operações,
estimando-se os negócios futuros.
Solvência Dinâmica

Possibilidade de Naturalidade da
manipulação
de estimativas hipótese

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Avaliação da Solvência

Para tornar exeqüível a filosofia de avaliação “going


concern”, há que se fixar um horizonte curto de
tempo (máximo três anos), efetuando-se avaliações
periódicas, que tornem possível se detectar
situações potenciais de insolvência a priori

Alcance
Farol Obstáculo

Avaliação Insolvência
da Solvência Horizonte
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Partes Interessadas na Solvência de
uma Seguradora

Estado
Segurados atuais e potenciais (Órgãos fiscalizadores)
(Pessoas físicas e jurídicas)

Corretores
Concorrentes Acionistas
(Imagem institucional)

Administradores
Resseguradores
Funcionários
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Análise Atuarial X Análise Legal

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Avaliação da Solvência

Enfoque
Atuarial
Capital Econômico
 Diagnóstico baseado em “check-up” completo
do paciente!

Enfoque
Legal
Capital Regulatório
 Diagnóstico baseado em apenas alguns exames
 Por vezes sem sequer ver o paciente!

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Avaliação Legal da Solvência – Tipos de Avaliação

 Fixed Ratios
 Baseado em percentuais aplicados a variáveis do negócio
(prêmios, sinistros e provisões)

 Risk Based Capital


 Refinamento da abordagem de Fixed Ratios
 Baseado em percentuais aplicados a variáveis de
investimentos, crédito, provisões e prêmios

 Modelos de Cenários ou Análise Dinâmica


 Baseado na construção de modelo financeiro para o negócio
no futuro, considerando diversos cenários ou uma
abordagem estocástica

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Avaliação Legal da Solvência – Solvência II

 Processo de Supervisão envolve 3 Pilares, igual ao modelo


utilizado pelo acordo de Basiléia para as Instituições Financeiras

 Pilar I : Margem Legal de Solvência

 Pilar II : Revisão do Órgão Supervisor

 Pilar III : Transparência

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Avaliação Legal da Solvência – Solvência II

 Pilar I : Margem Legal de Solvência


 Provisões técnicas adequadas
 Ativos garantidores que suportem as obrigações
 Capital mínimo

 Pilar II : Revisão do Órgão Supervisor


 Utilização de técnicas de gerenciamento de risco
 Utilização de modelos internos
 Auditoria Atuarial Independente

 Pilar III : Transparência


 Definição das informações a serem divulgadas

 Discussão entre simplicidade ou sofisticação com tendência a se adotar


um modelo simplificado no Pilar I, com incentivo ao uso de modelos
internos no Pilar II.
 O nível de segurança deve ser de 99,5% na medida de risco Var.

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Abordagens para Modelo Interno
Não existe forma ‘certa’ ou ‘errada’ para modelos
internos …

Decisão 1: Decisão 2: Decisão 3: Decisão 4: Decisão 5: Decisão 6:


Período de Definição Medida Riscos Metodologia Agregação
avaliação De capital de Risco a incluir De
Quantificação

1 ano Contábil Desvio Padrão Mercado Modelo Aditivo


Estocástico
Crédito
N anos Econômica VaR Stress Matriz de
Subscrição Testing Correlação

Run off da TVaR Operacional Baseada Estocástica


carteira Em Fatores
Liquidez

Seis decisões chave devem ser tomadas refletindo os objetivos


gerenciais de cada empresa

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Vantagens no Uso de Modelos Internos

 As principais vantagens no uso de Modelos Internos são:


 Dá uma medida unificada para todos os riscos da organização
 Obriga a organização a identificar e quantificar os riscos que ela
está exposta
 Fornece uma base para definir o risco aceitável para a
organização como um todo e para cada linha de negócios
 O modelo interno quando feito de forma eficiente, ajuda na tomada
de decisões de risco, no planejamento de negócios, na precificação,
na escolha de plano de resseguro, na alocação de capital e na
interação com as agências de rating

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Aspectos Importantes sobre os Modelos Internos

 O sucesso na implantação de um modelo interno requer muito mais do


que a coleta de informações e a construção de um modelo de cálculo.
Existem implicações a nível de planejamento, mudanças organizacionais,
liderança e comunicação que devem ser consideradas
 Várias áreas são envolvidas (atuarial, financeira, risco, planejamento,
subscrição, etc). Quanto mais pessoas envolvidas, maior o prazo para
implantação
 A implantação do modelo interno normalmente ultrapassa o prazo
previsto
 A opinião de experts tem um papel fundamental na implantação de
modelos internos. Assim como no cálculo do IBNR, o fator subjetivo é
largamente utilizado. Quanto pior a qualidade da informação, mais
subjetividade é aplicada nos modelos internos
 O teste do modelo é muito complicado, até porque não existe nenhum
modelo disponível para comparação e não existem totalizações a serem
validadas
 O uso de um Software atuarial, com alguns modelos pré-definidos é
fundamental para acelerar a implantação dos modelos internos

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Componentes de Risco e Tipos de Risco

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Componentes de Risco

 Volatilidade
 Risco de Flutuação

 Incerteza
 Erro na construção do modelo (falta de parâmetros)
 Erro de estimativa dos parâmetros
 Erro estrutural (novas doenças, curas, etc)

 Eventos Extremos
 Eventos com pequena probabilidade e grandes valores
causando volatilidade acima do normal

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Tipos de Risco

 Subscrição
 Risco da seleção
 Risco de precificação
 Risco do desenho do produto
 Risco dos sinistros (frequência e severidade)
 Risco no cenário econômico
 Risco de retenção (altos sinistros ou catástrofe)
 Risco de comportamento dos segurados
 Risco das reservas

 Crédito
 Riscos relacionados à contraparte de uma operação
(ressegurador, swaps, etc) ou de um devedor não honrar
total ou parcialmente seus compromissos financeiros e/ou a
desvalorização dos recebíveis em função da deterioração da
classificação de risco
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Tipos de Risco

 Mercado
 Risco da taxa de juros
 Risco de renda variável ou imóveis
 Risco de moeda
 Risco de reinvestimento dos ativos
 Risco de concentração de investimentos
 Risco de ALM
 Risco de mudanças de valores de ativos não refletidas no
balanço
 Operacional
 Risco de perdas por problemas relacionados a processos
internos, pessoas, sistemas ou eventos externos
 Risco Legal está incluído, mas os sinistros judiciais estão
incorporados no risco de subscrição

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Tipos de Risco

 Liquidez
 Risco de indisponibilidade de ativos líquidos quando da
liquidação das obrigações
 Outros Riscos
 Risco de estratégia
 Risco sistêmico
 Risco de reputação
 Desonestidade
 Risco Político
 Liquidez dos acionistas

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Tópicos Importantes na Análise da Solvência

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Tópicos Importantes na Análise da Solvência

 Os balanços devem refletir avaliações realistas de ativos e


passivos
 Conservadorismos nas provisões técnicas devem ser
considerados como capital.
 Não existe capital que previna 100% das falhas. Se o capital for
muito elevado, os investidores não são estimulados a investirem
na atividade de seguros
 O estabelecimento de uma probabilidade aceitável de ruína varia
com o prazo de avaliação. Quanto maior o prazo, menor a
probabilidade aceitável de ruína
 Quanto maior os riscos associados, menor deve ser a
probabilidade aceitável de ruína. Exemplo seguros não vida

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Tópicos Importantes na Análise da Solvência

 A probabilidade aceitável de ruína deve levar em conta o objetivo


de “rating” da seguradora.
 AA requer nível de segurança de 99,95%
 AAA requer nível de segurança de 99,995%
 Os métodos de análise da necessidade de capital devem
reconhecer as correlações entre os diversos riscos
 A análise de solvência deve reconhecer a eficácia dos métodos
de gerenciamento de riscos da seguradora
 A governança corporativa é um importante fator na preservação
da solvência. A seguradora deve possuir controles internos
eficientes
 A revisão atuarial independente ajuda na proteção dos segurados
contra quebras da seguradora

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Tópicos Importantes na Análise da Solvência

 A política de investimentos e de ALM pode ajudar


significativamente na redução de riscos
 A existência de hedge nas operações ajuda a reduzir o risco de
insolvência, apesar de gerar o risco da contraparte.
 A existência de hedge natural, advindo das coberturas de
seguros (morte e sobrevivência) diminui sobremaneira os riscos
da operação
 A participação do segurado nos resultados negativos do seguro
reduz o risco de insolvência
 Os fundos garantidores podem reduzir a necessidade de capital,
com o risco dos seguradores negligenciarem na aceitação dos
riscos por essa proteção adicional

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Medidas de Mensuração

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Medidas de Mensuração

 Desvio Padrão
 Capital = k desvios padrões
 VAR – Value at Risk
 Capital é aquele que garante uma probabilidade pequena de
insolvência (ex: percentil 99% da distribuição dos sinistros
agregados)
 TVAR – Tail Value at Risk
 Capital é igual ao VAR mais a média do que excede ao VAR
(ex: para o percentil 99%, o TVAR pode ser o percentil
99,4%, pois este representa a média dos valores dos
sinistros agregados acima do percentil 99%)
 Objetivo é refletir melhor a possibilidade dos sinistros
catastróficos

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Capital Risco de Subscrição – Modelo Clássico da Teoria
do Risco - Processo Ruína

U = Capital

T = Ruína

 Ruína 1 ano
 P (T < 1)
Prob. Ruína  = P (SRET > U + PRET)
 Ruína Período Infinito
 P (T < )
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Relações com U – Aproximação Normal

U  PRET  ES RET   Z1  S RET 


U  ES RET   PRET  Z1  S RET 
Relações

  Z1  U 

 S RET  E S RET   U 

E S RET   PRET   U 
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Risco de Subscrição – Análise VAR

 SRET ~ Normal

C.V. Pequeno
S RET  Pequeno

Média U + PRET

C.V. Grande
SRET  Grande

Média U + PRET
E [S RET] + Z 1-  [S RET]
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Capital Risco de Subscrição – Modelo Sofisticado

 Deve considerar projeções financeiras dinâmicas


 De preferência com o uso de modelos estocásticos
 Todas as receitas e despesas devem ser projetadas
estocasticamente por um período determinado, incluindo novos
negócios nesse período
 Qualquer premissa (vendas futuras, sinistros, despesas, juros,
cancelamento, etc) pode ser tratada estocasticamente. O número
de variáveis tratadas de forma aleatória aumenta a complexidade
do modelo e pode torná-lo inexequível, pois o número de
simulações necessárias cresce com o número de variáveis
aleatórias
 Todos os fatores que influenciam no modelo (PIB, inflação, juros
reais, etc) precisam ser definidos, incluindo a correlação entre
eles

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Capital Risco de Subscrição – Modelo Sofisticado

 A necessidade de capital é calculada para equilibrar o resultado da


seguradora em um determinado percentil (99%, 99,5%, etc), de
modo que o capital incorpore toda a volatilidade das premissas
 Os resultados negativos geram a necessidade de capital
 Modelo de Previdência da Susep considerou a distribuição dos
resultados anuais, sem compensação entre os resultados
positivos e negativos
 A flutuação nas Provisões Técnicas também é incorporada no
capital
 A possível deficiência nas Provisões Técnicas não é mais
considerada nos modelos de capital, pois o novo padrão contábil
pressupõe que as provisões estão adequadas a partir do Teste
de Adequação de Passivos, o qual usa a taxa a termo livre de
risco

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Capital Risco de Subscrição – Modelo Sofisticado

 A taxa a termo livre de risco é projetada para o cenário médio e


vários cenários também são gerados.
 O fluxo de resultados estocásticos é trazido a valor presente
com a taxa a termo livre de risco
 O ativo é projetado com a taxa estocástica, de modo que os
produtos com garantia elevada geram mais necessidade de
capital em função das simulações em que as taxas estocásticas
ficam abaixo da taxa livre de risco e abaixo da garantia
— O Tap já equilibra o resultado até a taxa livre de risco
 Mesmo que o risco de subscrição seja zero (produtos com
garantia reduzida), pode haver risco de mercado em função do
descasamento do passivo, pois o passivo de longo prazo está
mais sujeito a flutuações nas taxas de juros se o passivo não
estiver casado com o ativo e este possuir uma “duration” inferior

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Capital Para os Demais Riscos

 Risco de Crédito
 Dimensionamento em frequência e severidade, podendo ser
utilizado o “rating” dos ativos para dimensionar a
probabilidade de perda.
 Os ativos financeiros já são desvalorizados em função do
possível “default". As flutuações acima do “default” médio
definem a necessidade de capital
 Susep utilizou um modelo baseado na Teoria do Risco para
os ativos de seguros/resseguros, considerando uma
distribuição Normal e a medida VAR no percentil 99,5%
— Para os demais ativos foi utilizado o modelo do Banco
Central
 Para os ativos de seguros/resseguros, deveria haver uma
provisão para o possível “default, pois o modelo da Susep
incorpora somente a variação acima da média

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Capital Para os Demais Riscos

 Risco de Mercado
 Baseado em modelos estocásticos, a partir da observação da
flutuação dos ativos no passado e da sua correlação
 Usa o conceito de exposição líquida (ativo menos passivo) em
cada instante de tempo e para cada indexador, e aplica os
fatores de risco (função da flutuação) para cada exposição
líquida
 Se os ativos estiverem casados com o passivo, o capital é
zero, pois a exposição é zero em todos os instantes
 A correlação é considerada entre os instrumentos
financeiros/moedas e os instantes de tempo
 Todos os ativos e passivos devem ser confrontados, exceto os
ativos que são eliminados do PLA
 Ativos que cobrem o capital podem gerar capital adicional, mas
se forem ativos do tipo CDI o capital para risco de mercado é
zero, pois não perdem valor com a flutuação dos juros
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Capital Para os Demais Riscos

 Risco Operacional
 Dimensionamento difícil, por falta de experiência. A
montagem de um banco de dados sofisticado é fundamental
 Não existe um modelo pronto para o seu dimensionamento
 É importante separar o que são sinistros oriundos de falha
de subscrição dos sinistros advindos de falhas operacionais
(p. ex. sinistros judiciais). Basiléia II para os Bancos exige
que haja uma separação contábil
 Modelo da Susep é ainda experimental e reflete as perdas
esperadas e não a volatilidade
— As perdas esperadas deveriam ser provisionadas

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Capital Para os Demais Riscos

 Outros Riscos
 Dimensionamento difícil, por falta de experiência
 Não existe um modelo pronto para o seu dimensionamento

 Oportunidades para o atuário

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Análise Financeira Dinâmica
Dynamic Financial Analysis (DFA)

 Permite a estimativa do fluxo de caixa futuro da seguradora com


razoável precisão
 Componente estocástica permite a modelagem de tábua de
mortalidade, frequências, severidades, retenções, “run-off’s”,
além da taxa de juros
 Testes de Stress são importantes e ajudam a dimensionar o risco
de insolvência
 Substitui com sobras os tradicionais modelos baseados na Teoria
do Risco Coletivo
 Operacionalização complexa, através de software atuarial

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Análise Conjunta dos Riscos

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Análise Conjunta dos Riscos

 O ideal é que os riscos sejam modelados conjuntamente e


através de um modelo estocástico, considerando-se a correlação
entre as diversas variáveis do modelo
 As variáveis macro-econômicos são aquelas que normalmente
produzem a maior correlação entre os riscos modelados
 Os riscos da atividade seguradora costumam ser
aproximadamente independentes em situações normais, mas são
altamente dependentes para situações extremas, o que aumenta
a necessidade de capital
 A moderna teoria de Cópulas vem sendo sugerida para modelar
a dependência entre os riscos nas caudas das distribuições

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,j

Análise Conjunta dos Riscos

 Quando os riscos são modelados separadamente não devemos


somar o capital de todos os riscos, pois desconsideraremos a
possível diversificação entre eles
 Supondo c j o capital correspondente ao risco j e i, j o coeficiente
de correlação entre os risco i e j, a fórmula abaixo considera a
diversificação entre os riscos para o cálculo do capital c

c c   
j
2
j
i j
i, j ci c j

 Se i, j =1, então a fórmula é equivalente a soma dos capitais


 Se i, j = 0, os riscos são mutuamente independentes e o
capital é inferior a soma de capitais
 Se i, j = -1, então os riscos fazem um hedge perfeito e a
necessidade de capital é zero, se os c j forem iguais

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O Modelo Brasileiro

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Legislação
 Resolução 321/2015
— Define a legislação básica e a legislação de todos os riscos
— É uma legislação que cuida de toda a parte técnica, incluindo
provisões técnicas, limite técnico, auditoria atuarial, etc.

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo
 Capital base de R$ 15 milhões (seguradora),
R$ 60 milhões (resseguradora) ou R$ 7,2 milhões (EAPC) para
operar em todo país
 Capital de risco para os riscos de subscrição, operacional,
mercado e crédito
 Capital mínimo entre o capital base e o capital de risco,
considerando as diversas correlações entre os riscos
 Regras para Plano Corretivo de Solvência (insuficiência até 30%),
Plano de Recuperação de Solvência (entre 30% e 50%), Direção
Fiscal (entre 50% e 70%) e Liquidação Extra Judicial
(insuficiência superior a 70%)

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo
 As empresas podem encaminhar metodologia própria para
apuração das parcelas do capital de risco para prévia
autorização da SUSEP desde que englobe todos os riscos e o
nível de segurança mínimo de 95%
 Índice de correlação igual a 1 para o risco operacional
 Indice de correlação para os demais riscos:

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo
 As empresas precisam também ter suficiência de liquidez em
relação ao Capital mínimo Requerido, caracterizada pela
existência de ativos em excesso à necessidade de cobertura das
Provisões Técnicas, superior a 20% do Capital Mínimo Requerido

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo Risco de Subscrição - Seguros de Curto Prazo


 Capital é baseado em fatores aplicados a prêmios e sinistros,
variável por ramo e região
 Índices de correlação definidos por ramo e região
 Possibilidade de utilização de fatores reduzidos para quem
atender a critérios de gestão de riscos a serem definidos pela
Susep

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo Risco de Subscrição - Seguros de Longo Prazo e


Previdência
 Capital é baseado em fatores aplicados às Provisões Técnicas,
Capital Segurado e Prêmios, variando por tipo de cobertura,
taxa de juros garantida, regime financeiro, expectativa de vida
da tábua de mortalidade contratual, etc
 Os fatores foram calculados considerando os riscos de garantia
de juros, mortalidade (incluindo a longevidade), invalidez,
cancelamento, provisão de sinistros e DA.Índices de correlação
definidos entre os diversos riscos
 O modelo de risco de garantia de juros considera que os ativos
são rentabilizados pela taxa real de juros projetada
estocasticamente e o passivo é atualizado pela taxa de juros
garantida. Possível descasamento entre o ativo e o passivo é
tratado no risco de mercado

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo Risco de Subscrição - Seguros de Longo Prazo e


Previdência
 No modelo da Susep foi utilizado o TVAR no nível 95% para
fatores reduzidos e 97,5% para fatores normais. O capital foi
obtido pela diferença entre o TVAR e o percentil 50%
 Possibilidade de utilização de fatores reduzidos para quem
atender a critérios de gestão de riscos a serem definidos pela
Susep

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo Risco de Subscrição – Capitalização


 3 Módulos de Risco: Sorteio, Garantia de Rentabilidade e
Despesas Administrativas
 Risco de Sorteio e de Garantia de Rentabilidade com 12
submódulos em função do tipo de plano e garantia
 Fatores aplicados à Provisão Matemática (risco de garantia),
Montantes de Sorteios (risco de sorteio) e Receita Líquida (risco
de DA)
 O módulo de sorteio vai exigir um volume elevado de
informações de onde será calculado o capital
 Possibilidade de utilização de fatores reduzidos para quem
atender a critérios de gestão de riscos a serem definidos pela
Susep

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo Risco de Crédito


 Capital adicional baseado em fatores aplicados aos ativos,
dividido em 2 parcelas:
— Parcela 1 – Contraparte Seguradora, Resseguradora,
EAPC e Sociedade de Capitalização
— Parcela 2 – Outras contrapartes. Principalmente ativos
financeiros. Fatores semelhante aos do BC
 Índice de Correlação de 75% entre parcelas 1 e 2 e de 75%
entre as contrapartes na parcela 1

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo Risco Operacional


 Valor mínimo entre 30% do capital dos demais riscos e uma
fórmula baseada em fatores aplicados a prêmios e provisões
segmentadas em seguros de vida e não vida
 O Impacto é muito pequeno, pois os estudos da Susep não
contemplaram todos as possíveis perdas por risco operacional
e calculou somente a perda média de alguns poucos eventos
informados periodicamente à Susep
— Um detalhado banco de dados está sendo sugerido para
permitir reavaliação dos fatores no futuro

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Critério Legal Brasileiro de Avaliação da Solvência

 Capital Mínimo Risco de Mercado


 Entra em vigor no final de 2016, condicionado à revisão do PLA,
com adaptação até um ano após a revisão do PLA
 Usa o conceito de exposição líquida (ativo menos passivo) em
cada instante de tempo e para cada indexador, e aplica os
fatores de risco (função da flutuação) para cada exposição
líquida, considerando a correlação entre os indexadores
 Se os ativos estiverem casados com o passivo, o capital é zero,
pois a exposição é zero em todos os instantes
 Todos os ativos e passivos são confrontados, exceto os ativos
que são eliminados do PLA e alguns outros ativos como obras
de arte ou pedras preciosa
 Todos os fluxos são brutos e trazidos a valor presente pela taxa
a termo livre de risco (ETTJ) correspondente

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Principais Causas de Insolvência

 Deficiência nas provisões técnicas 51%


(forte ligação com tarifas inadequadas)

 Crescimento muito acelerado 10%


 Fraudes 3%
(Inclui desonestidade na administração)
 Mudanças significativas no negócio
(novos produtos, expansão geográfica, etc) 3%
 Perdas catastróficas 3%
 Superavaliação dos ativos 2%
 Outras 28%
100%
Fonte: Estudo “BEST” envolvendo 218 insolvências de
seguradoras não-vida nos EUA no período 1999-2002

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Conclusão

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Conclusão

 A análise de solvência se utiliza de modelos bastante complexos


e muito ainda há por desenvolver nessa área
 Pela sua complexidade a análise de solvência deve envolver
todas as áreas de uma seguradora
 Os riscos inerentes à atividade seguradora são inúmeros e
alguns riscos ainda são desconhecidos
 O risco de subscrição é o que responde pela maioria das
insolvências e o papel do atuário na mitigação desse risco é
fundamental
 O atuário é o profissional mais capacitado para liderar o processo
de análise de solvência

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