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Questões referentes aos Capítulos I, II, III, IV, V - Álgebra Moderna - Hygino H. Domingues
e Gelson Iezzi 1
Exercícios capítulo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Exercícios capítulo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Tarefa Avaliativa de Álgebra II

Professor: José Mairton Barros Da Silva


Discente: Matheus Rodrigues Linhares Guimarães

Questões referentes aos Capítulos I, II, III, IV, V - Álgebra Moderna

- Hygino H. Domingues e Gelson Iezzi

Exercícios capítulo I
1. Consideremos os seguintes subconjuntos de R (aqui considerado como conjunto universo): A = x ∈ R | x2 < 4 ,


B = x ∈ R | x2 − x ≥ 2 , C = {1/2, 1/3, 1/4, . . .} e D = {x ∈ R | − 2 < x < −1}. Classique cada




relação seguinte como verdadeira ou falsa e justique.


a) Ac ⊂ B
Solução: Para expressarmos o conjunto A como intervalo primeiro resolvemos a inequação que
caracteriza o conjunto.
x2 < 4
x < 2 ou x > −2
Logo A possui o intervalo (−2, 2).

−2 2

Figure 1: Conjunto A

Olhando a imagem acima ca fácil denir o complementar de A.

−2 2

Figure 2: Conjunto Ac

Ac = {x ∈ R | x > 2 ou x < −2} .


Vamos agora determinar o conjunto B também em termos de intervalo. Logo,
x2 − x ≥ 2
x ≥ 2 ou x ≤ −1

Logo B é a união dos intervalos (−∞, −1] ∪ [2, ∞).

−1 2

Figure 3: Conjunto B

1/19
−2 2

−1 2

Figure 4: Conjunto Ac sobre o conjunto B

Comparando o intervalo que representa o conjunto Ac e o intervalo que representa o conjunto B , temos
que Ac ⊂ B .
Portanto a armação é verdadeira. ■
b) A ∩ B = D
Solução: Como já foi demonstrado os conjuntos A e B podem ser representados por intervalos.
B = [2, ∞) ∪ (−∞, −1]
A = (−2, 2)

Como A ∩ B é a interseção entre A e B , então:


A ∩ B = (−2, −1]

Note que −1 ∈ A ∩ B , contudo −1 ̸∈ D. Assim, a alternativa é falsa. ■


c) C ⊂ B C
Solução: Se B = [2, ∞) ∪ (−∞, −1] então B c = (−1, 2). Note que o maior termo de C é maior
que zero e todos os seus termos não não nulos, ou seja estão entre 0 e 1. Como (0, 1) ∈ B c então a
alternativa é verdadeira. ■
d) B ∪ A ⊃ C
Solução: B ∪ A = R. Assim a armativa é verdadeira. ■
e) C ∩ D ̸= ∅

Solução: Todos os elementos de D são negativos, ao passo que todos os elementos de C são positivos.
Assim, não existe interseção entre eles, isto é C ∩ D ̸= ∅. Portanto, a armativa é falsa. ■

2. Construa um exemplo envolvendo dois conjuntos, B e C , para os quais se veriquem as seguintes


relações: ∅ ∈ C , B ∈ C , B ⊂ C .
Solução:
C = {∅, 1, {1} , {1, 2}} e B = {1}

3. a) Descubra conjuntos, A, B , e C , tais que B ̸= C e A ∪ B = A ∪ C . b) Com um exemplo, mostre que


pode ocorrer o seguinte: B ̸= C e A ∩ B = A ∩ C .
Solução: a) Se A = B = {1} e C = ∅ (o que cumpre a condição de C ̸= B ), então:
{1} ∪ {1} = {1} ∪ ∅
{1} = {1}

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Outra solução seria A = {1, 2, 3, 4}, B = {4, 5} e C = {3, 4, 5}.
b) B ̸= C e A ∩ B = A ∩ C . Neste caso se A ̸= ∅, C = {2} e B = {1} então:

A∩B =A∩C
∅ ∩ {1} = ∅ ∩ {2}
∅=∅

Outra solução seria A = {1, 2, 3, 4, 5}, B = {4, 5, 6, 7} e C = {4, 5, 6, 7, 8}. ■

4. Se A, B e C são conjuntos tais que A ∪ B = A ∪ C e A ∩ B = A ∩ C , prove que B = C .


Solução: A prova da igualdade entre conjuntos na maioria das vezes consiste em:
1o Passo: Tomar um elemento genérico do lado direito da igualdade e mostrar que ele pertence também
ao lado esquerdo;
2o Passo: Tomar um elemento genérico do lado esquerdo da igualdade e mostrar que ele pertence também
ao lado direito;
3o Passo: Evocar a propriedade anti-simétrica.
A conclusão do primeiro passo implica na inclusão do conjunto a direita de igualdade no conjunto a
esquerda. Enquanto a conclusão do segundo passo implica na inclusão do conjunto a esquerda da igualdade
no conjunto a direita.
O terceiro passo usa as duas implicações dos passos anteriores para garantir a igualdade.
(1o Passo) Se b ∈ B então b ∈ A ∪ B . Como por hipótese A ∪ B = A ∪ C então b ∈ A ou b ∈ C ou
pertence a ambos.
Se b ∈ A, então b ∈ A ∩ B . Como por hipótese A ∩ B = A ∩ C então b ∈ C . Assim, todo elemento de B
é também elemento de C .
Se b ∈ C ou a ambos (A e C) a mesma conclusão é imediata.
(2o Passo) Se c ∈ C então c ∈ A ∪ C . Como por hipótese A ∪ C = A ∪ B então c ∈ A ou c ∈ B ou c
pertence a ambos
Se c ∈ A, então c ∈ A ∩ C . Por hipótese A ∪ C = A ∪ B então c ∈ B . Assim, todo elemento de C é
também elemento de B .
Se c ∈ B ou a ambos (A e B) a mesma conclusão é imediata.
(3o Passo) Como todo elemento de B pertence a C (passo 1) e vice-versa (passo 2) então pela propriedade
anti-simétrica ca provado que B = C . ■

5. Sejam A e B conjuntos tais que A ∪ B = A ∩ B . Prove que A = B .


Solução: Suponha por absurdo que A ̸= B . Então existe um a ∈ A e não pertencente a B , ou um
b ∈ B e não pertencente a A.
Se a ∈ A e não pertence a B então a ∈ A ∪ B . Como por hipótese A ∪ B = A ∩ B então a ∈ B e não
pertence a A.
Se a ∈ A e não pertence a B então a ∈ A ∪ B . Como por hipótese A ∪ B = A ∩ B então a ∈ B o que
resulta em absurdo.
Raciocínio análogo se desenvolve para b ∈ B . ■

6. Se A e B são conjuntos arbitrários, demonstre as seguintes propriedades (conhecidas como leis de


absorção):
a) A ∩ (A ∪ B) = A
Solução: Se x ∈ A ∩ (A ∪ B) então x ∈ A. Ou seja, todo elemento de A ∩ (A ∪ B) pertence a A.
Se a ∈ A então também pertence a (A ∪ B) e portanto A ∩ (A ∪ B). Assim, todo elemento de A
pertence a A ∩ (A ∪ B).
Como todo elemento de A está contido em A ∩ (A ∪ B) e portanto A ∩ (A ∪ B). Assim, todo elemento
de A pertence a A ∩ (A ∪ B).
Como todo elemento de A está contido em A ∩ (A ∪ B) e vice-versa pela propriedade anti-simétrica
ca provdo a igualdade. ■

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b) A ∪ (A ∩ B) = A
Solução: Se x ∈ A ∪ (A ∩ B) então x ∈ A. Ou seja, todo elemento de A ∪ (A ∩ B) também pertence
a A.
Se a ∈ A então a ∈ A ∪ (A ∩ B). O que implica no fato de que todo elemento de A pertence a
A ∪ (A ∩ B).
Como todo elemento de A ∪ (A ∩ B) pertence a A, e vice versa, então pela propriedade anti-simétrica
ca provado a igualdade. ■

7. Dado um conjunto A, chama-se conjunto das partes de A e indica-se por P(A) o conjunto de todos os
subconjuntos de A. Por exemplo, se A = {1, 2}, então P(A) = {∅, {1} , {2} , {1, 2}} .
a) Determine P(A) quando A = {∅, 1, {1}}.
Solução: P(A) = {∅, {∅} , {1} , {{1}} , {∅, 1} , {∅, {1}} , {1, {1}} , {∅, 1, {1}}}. ■
b) Prove que, se um conjunto A tem n elementos, então P(A) tem 2n elementos.
 
n
Solução: Pela análise combinatória de subconjuntos de A com um elemento é , o número de
  1
n
subconjuntos com dois elementos é , e etc.
2
   
n n
Usasndo os números e para contar o conjunto vazio e o próprio A, então o total de
 0   n    
n n n n
subconjuntos de A é + + +···+ . Mas essa soma, segundo o teorema das
0 1 2 n
linhas, é igual a 2 . Provando a armação.
n

c) Se o número de subconjuntos binários (formados de dois elementos) de um conjunto dado é 15, quantos
subconjuntos tem esse conjunto?
Solução:
  O número de subconjuntos binários de um conjunto qualquer é igual ao número binomial
n
. Se esse número é igual a 15 então:
2
 
n
= 15
2
n!
= 15
2! (n − 2)!
n!
= 15
2 (n − 2)!
n (n − 1) (n − 2)!
= 15
2 (n − 2)!
n (n − 1)
= 15
2
n (n − 1) = 30 =⇒ n = −5 ou n = 6

Como n é o número de elementos do conjunto não pode ser negativo. Com isso concluímos que o
conjunto em questão têm 6 elementos e portanto, 26 = 64 subconjuntos. ■

8. Para indicar o número de elementos de conjunto nito X , adotemos a notação n (X). Mostre então que,
A e B são conjuntos nitos, verica-se a importante relação: n (A ∪ B) = n (A) + n (B) − n (A ∩ B).

Solução: De fato se indicarmos por A′ e B ′ respectivamente as parte de A e B formadas pelos elementos


que não estão em A ∩ B então n (A ∪ B) = n (A′ ) + n (A ∩ B) + n(B ′ ). Mas n (A′ ) = n (A) − n (A ∩ B)
e n (B ′ ) e n (B ′ ) = n (B) − n (A ∩ B). Substituindo estas duas últimas igualdades na anterior, obtemos a
igualdade proposta. ■

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9. Numa pesquisa a respeito da assinatura de revistas A e B , foram entrevistadas 500 pessoas. Vericou-
se que 20 delas assinavam a revista A, 14 a revista B e 4 as duas revistas. Quantas das pessoas
entrevistadas não assinavam nenhuma das revistas?
Solução: O diagrama abaixo ilustra a situação.

A B

20 4 14

O número de assinantes das revistas (independente de qual revista seja ou de quantas), é igual a 30, pois
n (A ∪ B) = n (A) + n (B) − n (A ∩ B)

n (A ∪ B) = 20 + 14 − 4 = 30
Subtraindo este resultado do total de entrevistados (500-30), chegamos a respota nal que é o total de 470
pessoas. ■

10. Se A, B e C são conjuntos nitos, mostre que:


n (A ∪ B ∪ C) = n (A) + n (B) + n (C) − n (A ∩ B) − n (A ∩ C) − n (B ∩ C) + n (A ∩ B ∩ C)

Solução: Temos o seguinte diagramaNela temos três conjuntos A, B e C que se interceptam mutua-

C ∩A C ∩B

C∩A∩B
A B
A∩B

mente.
Primeiro fazemos a soma dos elementos de cada região.
n (A ∪ B ∪ C) = n (A) + n (B) + n (C)

Em seguida subtraímos as regiões que são intercessões.


n (A ∪ B ∪ C) = n (A) + n (B) + n (C) − n (C ∩ A) − n (C ∩ B) − n (A ∩ B)

Nesse processo o número de elementos da região (C ∩ B ∩ A) foi subtraída do cálculo.


Assim efetua-se a correção.
n (A ∪ B ∪ C) = n (A) + n (B) + n (C) − n (C ∩ A) − n (C ∩ B) − n (A ∩ B) + n (C ∩ A ∩ B)

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Reorganizando os elementos e levando em conta que n (A ∩ C) = n (C ∩ A), e que assim ocorre para
as demais regiões, chegamos a conclusão de que:
n (A ∪ B ∪ C) = n (A) + n (B) + n (C) − n (A ∩ B) − n (A ∩ C) − n (B ∩ C) + n (A ∩ B ∩ C)


11. Dene-se a diferença entre dois conjuntos, A e B , da seguinte maneira: A − B = {x | x ∈ A e x ̸∈ B}.
Ache a diferença A − B nos seguintes casos:
a) A = Q eB=R
Solução: Como Q ⊂ R então não existe nenhum elemento de Q que não esteja em R. Assim A−B = ∅

b) A = R eB=Q
Solução: R = Q ∪ I e como Q e I são conjuntos disjuntos então A − B = I. ■
c) A = R eB=Q
Solução: Observemos as retas abaixo:A primeira reta representa o conjunto A, enquanto a segunda

2 5


2

o conjunto B . Pelo desenho podemos notar que A ⊂ B , assim A − B = ∅. ■


   
n 2n
d) A = | n = 1, 2, 3, . . . e B = | n = 1, 2, 3, . . .
n+1 n+1
Solução: Sabemos que A = {1/2; 2/3; 3/4; 4/5; 5/6; 6/7 . . .} e B = {2/3; 4/5; 6/7; . . .}. Observe que
os elementos que estão em A e que não estão em B são frações cujo numerador são ímpares

A − B = {1/2; 3/4; 5/6; . . .}

ou em outras palavras:  
2n − 1
A−B = n = 1, 2, . . .
2n

e) A = {x ∈ R | 1 < x < 3} e B = x ∈ R | x − 3x − 4 > 0
 2

Solução: primeiro vamos resolver a inequação que caracteriza o conjunto B.


x2 − 3x − 4 > 0
=⇒ (x − 4) (x + 1) > 0
=⇒ (x − 4) > 0 ou (x + 1) > 0
=⇒ x > 4 ou x < −1

Assim, a inequação ocorre quando x > 4 e x < −1.


Com base na solução considere as seguintes retas
A reta de cima representa o conjunto A, enquanto a segunda o conjunto B. Pelo esquema é fácil ver
que todos os elementos de A não pertecem a B. Sendo assim A − B = A. ■

6/19
1 3

−1 4

12. Sejam A e B conjuntos nitos tais que n (A ∪ B) = 40, n (A ∪ B) = 10 e n (A − B) = 26. Determine


n (B − A).
Solução: Observe o diagramaNele tiramos que:
A B

A∩B

n (A − B) = n (A) − n (A ∩ B)

=⇒ 26 = n (A) − 10
=⇒ n (A) = 36
Também vemos que:
n (A ∪ B) = n (A) + n (B) − n (A ∩ B)
=⇒ 40 = n (A) + n (B) − 10
=⇒ n (A) + n (B) = 50
e por último
n (B − A) = n (B) − n (A ∩ B)
=⇒ n (B − A) = n (B) − 10
Com n (A) + n (B) = 50 e n (A) = 36 concluímos que n (B) = 14.
Usando esse resultado em n (B − A) = n (B) − 10:
n (B − A) = 14 − 10 = 4
Assim, n (B − A) = 4 ■
13. Denomina-se diferença simétrica entre dois conjuntos A e B e denota-se por A∆B o seguinte conjunto:
A ∆ B = (A − B) ∪ (B − A). Isso posto:
a) ache a diferença simétrica entre os pares de conjuntos do exercício 11;
Solução: a) Como visto no exercício 11 (A − B) = ∅.
Como R = Q ∪ I e Q e I são conjuntos disjuntos então se existe um r ∈ R tal que r ∈ Q então I
sendo assim:
B−A=I
Portanto,
A ∆ B = (A − B) ∪ (B − A)
A ∆ B =∅∪I
A∆B=I

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b) mostre que, qualquer que seja o conjunto A, valem A ∆ ∅ = A e A ∆ A = ∅;
Solução: A − B = I e B − A = ∅, portanto

A ∆ B = (A − B) ∪ (B − A)
A ∆ B =I∪∅
A∆B=I


c) mostre que, para qualquer quaisquer conjuntos A e B , vale A ∆ B = B ∆ A.
Solução: Observe as retas a seguir:

2 5

Por elas ca evidente que não existe nenhum ponto do conjunto A que ao mesmo tempo não esteja contido
na reta B. Sendo assim:
A−B =∅
Contudo, o conjunto de pontos b ∈ B sendo b ≥ 5 estão contidos em B, mas não em A. Sendo assim:
B − A = {x | x ≥ 5}

Concluindo que
A ∆ B = (A − B) ∪ (B − A)
A ∆ B = ∅ ∪ {x | x ≥ 5}
A ∆ B = {x | x ≥ 5}

14. Sejam A e B subconjuntos de um conjunto U . Prove as seguintes propriedades:


a) Se A ∩ B = ∅ e A ∪ B = U então B = Ac e A = B c .
Solução: Como A ∪ B = U e A ∩ B = ∅ então A e B são disjuntos. Sendo assim U − A = B e
portanto, Ac = B . Analogamente se prova que B c = A. ■
b) Se A ∩ B = ∅, então B ⊂ A e A ⊂ B .
c c

Solução: Como A e B são subconjuntos de U então vamos supor a existência de um conjunto


X (vazio ou não), de modo que X contenha todos os elementos de U que não estão contidos em
A e B.
Em outras palavras U = A ∪ B ∪ X . Chamando de B ′ a união do conjunto X com o conjunto B
então, U = A ∪ B ′ .
Como por hipótese A ∩ B = ∅, e X não possui nenhum elemento de A, então B ′ ∩ A = ∅. Esse
resultado implica que U − A = B ′ . Como também U − A = Ac então B ′ = Ac .
Assim tomando um b ∈ B então b ∈ B ′ (pois B ′ = X ∪ B ), e como B ′ = Ac então, b ∈ Ac . Assim
todo elemento de B pertence a Ac que implica em B ⊂ Ac .
Analogamente se prova que A ⊂ B c . ■

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U

B X

c) B ⊂ A se, e somente se, Ac ⊂ B c .


Solução: (=⇒) Para facilitar a compreensão da resposta que será dada veja o seguinte diagrama.
Como B ⊂ A então Ac = U − A = X . Já B c = (A − B) ∪ X . Essas armações podem ser
vizualizadas na imagem acima.
Como B c = (A − B) ∪ X então X ⊂ B c e como Ac = X então Ac ⊂ B c . C.Q.D2 .
(⇐=) Se U = A ∪ B ∪ X então B c = X ∪ A e Ac = X ∪ B .
Como por hipótese Ac ⊂ B c então X ∪ A ⊂ X ∪ B que só pode ocorrer quando A ⊂ B . C.Q.D.

15. Prove as seguintes propriedades, envolvendo o conceito de diferença de conjuntos:
a) (A − B) ∩ (A − C) = A − (B ∪ C)
b) (A − C) ∩ (B − C) = (A ∩ B) − C
c) (A ∪ B) − B = A se, e somente se, A ∩ B = ∅.
Solução: Seja x ∈ (A − C) ∩ (B − C) vamos mostrarque x ∈ (A ∩ B) − C .
Se x ∈ (A − C) ∩ (B − C), então x ∈ (A − C) e x ∈ (B − C). Sendo assim pode se armar que
x ∈ A, x ∈ B e não pertence a C. Daí se conclui que x ∈ A ∩ B que implica em x ∈ (A ∩ B) − C .
Isso prova que (A − C) ∩ (B − C) ⊂ (A ∩ B) − C . (1)
• Para provar a inclusão contrária agora tomemos x ∈ (A ∩ B) − C e vamos demonstrar que
x ∈ (A − C) ∩ (B − C).
Se x ∈ (A ∩ B) − C então x ∈ (A ∩ B) e x ̸∈ C o que implica em x ∈ A e x ∈ B . Sendo assim,
x ∈ (A − C) e x ∈ (B − C), x ∈ (A − B) ∩ (A − C).
Isso prova que (A ∩ B) − C ⊂ (A − C) ∩ (B − C). (2)
De (1) e (2) e pela propriedade anti-simétrica dos conjuntos ca provado que:
(A ∩ B) − C = (A − C) ∩ (B − C)

16. Encontre um exemplo para mostrar que pode ocorrer a desigualdade seguinte:
A ∪ (B − C) ̸= (A ∪ B) − (A ∪ C)

Solução: Se A = {1, 2, 3, 4}, B = {6} e C = {5, 6, 7} então:


A ∪ (B − C) = {1, 2, 3, 4} ∪ ({6} − {5, 6, 7}) = {1, 2, 3, 4} ∪ ∅
A ∪ (B − C) = {1, 2, 3, 4} (1)
Considerando agora o 2o membro
(A ∪ B) − (A ∪ C)
= {1, 2, 3, 4} ∪ {6} − {1, 2, 3, 4} ∪ {5, 6, 7}
= {1, 2, 3, 4, 6} − {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}
= ∅ (2)
Como (1) ̸= (2) ca provado a armação. ■

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17. Qual é o valor lógico das seguintes proposições?
a) 2 + 5 = 1 ou 3 > 1.
Solução: F ou V = V . ■
b) 2 é primo e 2 é par.
Solução: V e V = V . ■
c) Se 1 > 2, então 1=2.
Solução: Se F então F = V . ■
d) Todo número primo é um número real.
Solução: Verdadeiro ■
e) Qualquer que seja o número real x, vale x2 > x.
Solução: Falso, pois 0.5 ∈ R e 0.52 < 0.5. ■
f) Existe um número real x tal que x3 = −2.

Solução: Verdadeiro. Se x = 3 −2 então, x3 = −2. ■
g) Para que um triângulo seja retângulo, é necessário e suciente que o quadrado de um de seus lados seja
igual à soma dos quadrados dos outros dois.
Solução: Verdadeiro. Partindo da lei dos cossenos (valida para qualquer triângulo), e tomando um
triângulo de lados a, b e c tal que:
a2 = b2 + c2 − 2 cos (θ)
para que o quadrado de a seja igual a soma dos quadrados de b e c então é necessário que cos (θ) = 0.
π
O que só ocorre para θ = + kπ , com k ∈ Z∗ . No entanto, para k > 0 teríamos um triângulo com
2
ângulo interno maior que 180o (o que não pode ocorrer, pois a soma dos ângulos internos de qualquer
π
triângulo deve ser igual a 180o ), sendo assim a única solução viável é θ = . E como θ é o ângulo
2
entre b e c. Então o triângulo possui um ângulo reto e portanto é retângulo ■
h) Se f é uma função real de variável, então f é uma função par ou uma função ímpar.
Solução: Falso. Como exemplo temos a função f (x) = 2x + 1 que não é nem par nem ímpar. ■
i) Se x é um número inteiro e x3 é ímpar, então x é ímpar.
Solução: Verdadeiro. ■
j) Duas matrizes quadradas de mesma ordem são iguais se, e somente se, seus determinantes são iguais.
   
2 1 0 2
Solução: Falso. Basta por exemplo considerar as matrizes A = eB= . ■
2 0 1 2

18. Considere que numa universidade se tenha a seguinte situação: há pesquisadores que não são professores
e professores que não pesquisadores; mas alguns pesquisadores são professores. Isso posto, quais das
seguintes armações relativas a essa universidade são verdadeiras?
a) Existem professores que são pesquisadores.
Solução: Verdadeiro. ■
b) Se P indica o conjunto dos professores e Q o conjunto dos pesquisadores, então P ∩ Q ̸= ∅.
Solução: Verdadeiro. ■
c) Todo pesquisador é professor.
Solução: Falso. ■

10/19
d) O conjunto dos professores não está contido no conjunto dos pesquisadores.
Solução: Verdadeiro. ■
e) Existem pesquisadores que não são professores.
Solução: Verdadeiro. ■

f) O conjunto dos pesquisadores está contido no conjunto dos professores.


Solução: Falso. ■

19. Escreva na forma "se. . . então. . . ":


a) Qualquer lado de um triângulo é menor que a soma dos outros dois lados.
Solução: Se ∆ é um triângulo, então qualquer lado de ∆ é menor que a soma dos outros dois. ■
b) Todo número primo diferente de 2 é ímpar.
Solução: Se p é um número primo diferente de 2, então p é ímpar. ■

c) Para um número real x tal que −2 < x < 2, vale x2 < 4.


Solução: Se x é um número real tal que −2 < x < 2, então x2 < 4. ■
d) Duas retas quaisquer, paralelas entre si e não paralelas ao eixo das ordenadas, têm o mesmo coeciente
angular.
Solução: Se duas retas são paralelas entre si e se não são paralelas ao eixo das ordenadas, então essas
retas têm o mesmo coeciente angular. ■
e) Sempre que um função real de variável é diferenciável num ponto, ela é contínua nesse ponto.
Solução: Se uma função real de variável real é diferenciável num ponto, então ela é continua nesse
ponto. ■

f) Um determinante é nulo quando uma de suas las é formadas de zeros.


Solução: Se uma das las de um determinante é formada de zeros, então esse determinante é nulo.

20. Sejam p, q e r proposições, as duas primeiras verdadeiras e a terceira falsa. Indique o valor lógico de:
a) p e (∼ q) ;
Solução: V e F = F. ■
b) (∼ r) ou (∼ p) ;
Solução: V ou F = V . ■

c) se (p e r), então q;
Solução: Se (V e F ), então V =⇒ se F, então V = V . ■
d) p se, e somente se, r.
Solução: V se , e somente se, F = F . ■

Exercícios capítulo II
1. Demonstre por indução:
n (n + 1)
a) 1 + 2 + . . . + n = n (n ≥ 1)
2

11/19
Solução: i) Observe que a proposição é verdadeira para n = 1, pois
1 (1 + 1)
1= =1
2
ii) Admitindo que a proposição seja verdadeira para um k ∈ A então:

k (k + 1)
1 + ··· + k =
2
Somando (k + 1) em ambos os termos
k (k + 1)
1 + · · · + k + (k + 1) = + (k + 1)
2
chegamos a:
(k + 1) (k + 2)
1 + · · · + k + (k + 1) =
2
O que mostra que a proposição também seria válida para k + 1.
Assim, pelo princípio de indução a proposição é válida para todo n ∈ N maiores que 1. ■

1. b) 1 + 3 + 5 + . . . + (2n − 1) = n2 (n ≥ 1)
Solução: i) A proposição é verdadeira para 1, pois, 1 = 12 .
ii) Se a proposição é verdadeira para k então:

1 + 3 + 5 + · · · + (2k − 1) = k 2

Note que os valores a direita crescem de 2 em 2 (1,3,5,. . . ). Assim o próximo termi da sequência depois de
2k − 1 seria 2k + 1.

1 + 3 + 5 + · · · + (2k − 1) + (2k + 1) = k 2 + (2k + 1)


2
1 + 3 + 5 + · · · + (2k − 1) + (2k + 1) = (k + 1)

ou seja, se a proposição é válida para k então ela é válida para k + 1. Sendo assim, pelo princípio de indução
a proposição é verdadeira para todo n ≥ 1. ■

1. c) 13 + 23 + . . . + n3 = (1 + 2 + . . . + n)2 (n ≥ 1)
Solução: i) A proposição é válida para 1, pois 13 = 12 .
ii) Se a proposiçãao é válida para k então

13 + 23 + . . . + k 3 = (1 + 2 + . . . + k)2

Somando (k + 1)3 em ambos os membros então


13 + 23 + . . . + k 3 + (k + 1)3 = (1 + 2 + . . . + k)2 + (k + 1)3

k(k + 1)
Como visto na letra a do exercício 1+2+. . .+k = . Assim, podemos fazer a seguinte substituição
2
 2
2 3 k(k + 1)
(1 + 2 + . . . + k) + (k + 1) = + (k + 1)3
2
 2
2 3 (k + 1) (k + 2)
(1 + 2 + . . . + k) + (k + 1) =
2
2 3 2
(1 + 2 + . . . + k) + (k + 1) = (1 + 2 + . . . + (k + 1))
Com isso mostramos que se a proposição é válida para k então ela também é válida para k + 1. Assim, pelo
princípio de indução a proposição é válida para todo n ≥ 1. ■

12/19
n (n + 1) (n + 2)
1. d) 1 · 2 + 2 · 3 + . . . + n · (n + 1) = (n ≥ 1)
3
Solução: i) A proposição é válida para 1.
1 (1 + 1) (1 + 2)
1·2=
3
6=6

ii) Tomando a prposição como verdadeira para k então:


k (k + 1) (k + 2)
1 · 2 + 2 · 3 + · · · + k (k + 1) =
3
Somando a ambos os membros (k + 1) (k + 2)
k (k + 1) (k + 2)
1 · 2 + 2 · 3 + · · · + k (k + 1) + (k + 1) (k + 2) = + (k + 1) (k + 2)
3
(k + 1) (k + 2) (k + 3)
1 · 2 + 2 · 3 + · · · + (k + 1) (k + 2) =
3
Com isso mostramos que se a proposição é válida para k então ela também é válida para k + 1. Assim, pelo
princípio de indução a proposição é válida para todo n ≥ 1. ■

1. e) n2 > n + 1 (n ≥ 2)
Solução: i) A proposição é verdadeira para 2.
22 > 2 + 1
4>3

ii) Se a proposição é verdadeira para k então:

k2 > k + 1

Somando 1 em ambos os membros então:


k2 + 1 > k + 2
Como (k + 1)2 > k2 + 1 então

2
(k + 1) > k 2 + 1 > k + 2
O que resulta em (k + 1)2 > k + 2.
Com isso mostramos que se a proposição é válida para k então ela também é válida para k + 1. Assim,
pelo princípio de indução a proposiçaõ é válida para todo n ≥ 2. ■

2. Demonstre o segundo princípio de indução.


Solução: Na prática a condição i e ii da indução fraca e forte, respectivamente dizem a mesma coisa.
Assim, a mesma demonstração usada para o primeiro princípio pode ser usada para justcar o segundo. ■
3. Sejam m e n inteiros ímpares. Prove que:
a) 4 | (2m − 2n)

Solução: Se m e n é ímpar, m = 2p + 1 e n = 2t + 1, para algum p e t ∈ Z. Sendo assim:


4 | 2m − 2n
=⇒ 4 | 2 (2p + 1) − 2 (2t + 1)
=⇒ 4 | 4p − 4t
=⇒ 4 | 4 (p − t)

Finalizando a demonstração. ■

13/19
b) 8 |

m2 − n2
Solução: Se m e n é ímpar, então, m = 2p + 1 e n = 2t + 1, para algum p e t ∈ Z. Sendo assim:
8 | m2 − n2
2 2
=⇒ 8 | (2p + 1) − (2t + 1)
=⇒ 8 | 4 p2 − t2 + 4 (p − t)


Analisando p2 − t2 e p − t temos as seguintes possibilidades


i) Se p é par e t é ímpar p2 − t2 é ímpar e p − t também.
Prova de que p2 − t2 é ímpar.
Seja p = 2p′ e t = 2t′ + 1 para algum p′ e t′ inteiros, então:
2 2
p2 − t2 = (2p′ ) − (2t′ + 1)
p2 − t2 = 4p2′ − 4t2′ + 4t′ + 1


p2 − t2 = 2 2p2′ − 2t2′ − 2t′ − 1




Fazendo k = 2p2′ − 2t2′ − 2t′ então


p2 − t2 = 2k − 1
Que é a forma de número ímpar.
Prova de que p − t também será ímpar.
p − t = (2p′ ) − (2t′ + 1)
p − t = 2 (p′ − t′ ) − 1
Fazendo k = 2 (p′ − t′ ) então:
p − t = 2k − 1
Que é a forma de um número ímpar.
ii) Se t é par e t é ímpar p2 − t2 e p − t serão ímpares. A demonstração é aáloga a anterior.
iii) Se p e t são pares então p2 − t2 e p − t também serão pares.
iv) Se p e t são ímpares então p2 − t2 e p − t são também pares.
Se ocorrer o primeiro caso então podemos substituir p2 − t2 e p − t por 2k + 1 e 2k′ + 1, respectivamente.
Assim:
8 | 4 p2 − t2 − 4 (p − t)


=⇒ 8 | 4 (2k + 1) + 4 (2k ′ + 1)
=⇒ 8 | 8k + 4 + 8k ′ + 4
=⇒ 8 | 8 (k + k ′ ) + 8
=⇒ 8 | 8 ((k + k ′ ) + 1)
O que completa a demonstração. ■
c) 8 |

m 2 + n2 − 2
Solução: Se m e n é ímpar, então, m = 2p + 1 e n = 2t + 1, para algum p e t ∈ Z. Sendo assim:
8 | m2 + n2 − 2
2
=⇒ 8 | (2p + 1) (2p + 1) + (2t + 1) − 2
=⇒ 8 | 4 p2 − t2 + p + t


independente da natureza (par ou ímpar) de p e t. O que está entre parênteses será um valor par. Sendo
assim:
8 | 4 p2 − t2 + p + t


=⇒ 8 | 4 (2k)
=⇒ 8 | 8k
Completando a demonstração. ■

14/19
4. Mostre que entre dois números pares consecutivos um é divisívil por 4.
Solução: Se p é um par então:
p = 2k com k ∈ Z
e o par consecutivo será p + 2 = 2k + 2.
• Se k = 0 então 4 | p.
Prova:
p = 2k
mas se k = 0 então p = 0. Como 4 | 0 então 4 | p.
• Se k for ímpar então 4 | p + 2.
Prova:
p + 2 = 2k + 2
= 2 (2k ′ + 1) + 2
= 4 (k ′ + 1)

como 4 | 4 (k′ + 1) então 4 | p + 2.


• Se k for par então 4 | p.
Prova:
p = 2k
= 2 (2k ′ )
= 4k ′

como 4 | 4k′ então 4 | p.


Assi, em qualquer hipótese p ou p + 2 é divisível por 4. ■

5. Mostre que a diferença entre os quadrados de dois inteiros consecutivos é sempre um número ímpar.
E a diferença entre os cubos de dois inteiros consecutivos?
Solução: Seja p e q números consecutivos um deve ser par e o outro ímpar. Tomando p ímpar então:
p2 − q 2
= (2k + 1) − (2t) para algum k e t ∈ Z
2 2

= 4k 2 + 2k + 1 − 4t2
= 2 2k 2 − 2t2 + k + 1


Fazendo z = 2k2 − 2p2 + k então,


p2 − q 2 = 2z + 1
que é a forma de um número ímpar.
Se p e q são consecutivos então um é par e outro ímpar. Escolhendo p ímpar, então:
p3 − q 3
= (2k + 1) − (2t) para algum k e t ∈ Z
3 3

= 2 4k 3 − 4t3 + 6k 2 + 4k + 1


fazendo w = 4k3 − 4t3 + 6k2 + 4k então


3 3
(2k + 1) − (2p) = 2w + 1

que é a forma de um número ímpar. ■

6. Demonstre por indução que:


a) 7 |

23n − 1 (n ≥ 0)

15/19
Solução: i) Para n = 0 temos:
23(0) − 1
= 20 − 1
=0

como 7 | 0 a proposição é verdadeira para n = 0.


ii) Se proposição é verdadeira para k então 7 | 23k − 1.

=⇒ 23k − 1 = 7p com p ∈ Z


Multiplicando ambos os termos por 23


23k − 1 23 = 7p · 23


23k+3 − 8 = 7 (8p)
23(k+1) − 1 = 7 (8p) + 7
23(k+1) − 1 = 7 (8p + 1)

como 7 | 7 (8p + 1) então 7 | 23(k+1) − 1.


Como queríamos demonstrar. ■

b) 8 |

32n + 7 (n ≥ 0)

Solução: i) Tomando n = 0 temos


32(0) + 7
=1+7
=8

Logo a proposição é verdadeira para n = 0.


ii) Se a proposição é verdadeira para k então 8 | 32k + 7.

=⇒ 32k + 7 = 8p para algum p ∈ Z

multiplicando ambos os lados por 32 .


32k + 7 · 32 = 8p · 32


32k+2 + 63 = 8 (9p)
32(k+1) + 7 = 8 (9p) − 56
32(k+1) + 7 = 8 (9p − 7)

como 8 | 8 (9p − 7) então 8 | 3k+1 + 7.


Como queríamos demonstrar. ■

c) 11 |

22n−1 · 3n+2 + 1 (n ≥ 1)

Solução: i) Para n = 1 temos


22(1)−1 31+2 + 1
= 2 · 33 + 1
= 55

como 11 | 55 então, a proposição é verdadeira para n = 1.


ii) Se a proposição for verdadeira para k então:

11 | 22k · 3k+2 + 1


=⇒ 22k−1 3k+2 + 1 = 11p para algum p ∈ Z

16/19
multiplicando por 23 · 3 ambos os membros.
22 · 3 22k+1 · 3k+2 + 1 = 11p · 22 · 3


22k−1 · 22 · 3k+2 · 3 + 12 = 11 (12p)


2(2k−1)+2 · 3(k+2)+1 + 1 = 11 (12p) − 11
22(k+1)−1 · 3(k+1)+2 + 1 = 11 (12p − 1)

como 11 | 11 (12p − 1) então, 11 | 22(k+1)−1·3 . Como queríamos mostrar.


(k+1)+2

d) 7 |

32n+1 + 2 n+2
(n ≥ 1)

Solução: i) Para n = 1 temos:


32(1)+1 + 21+2 = 33 + 23 = 35

como 7 | 35 então a proposição é verdadeira para n = 1.


ii) Se verdadeira para k então

7 | 32k+1 + 2k+2
=⇒ 32k+1 + 2k+2 = 7p para algum p ∈ Z.

multiplicando ambos os lados da equação por 182 , temos


182 32k+1 + 2k+2 = 182 (7p)

 
18 3(2k+2)+1 · 2 + 2(k+1) · 9 = 7 182 p


3(2k+2)+1 · 2 · 32 + 2(k+1)+2 · 9 · 2 = 7 182 p




3(2k+2)+1 · 18 + 2(k+1)+2 · 18 = 7 182 p




32(k+1)+1 + 2(k+1)+2 = 7 (18p)

como 7 | 18 então 7 | 32(k+1)+1 + 2(k+1)+2 . Como queríamos demonstrar. ■

e) 17 |

34n+2 + 2 · 4 3n+1
(n ≥ 0)

Solução: ? ■

7. Prove que:
a) Um dos inteiros a, a + 2, a + 4 é divisível por 3.
b) Um dos inteiros a, a + 1, a + 2, a + 3 é divisível por 4.
Solução: De acordo com o algoritmo da divisão, a = 3q ou a = 3q + 1 ou a = 3q + 2. Isto é, os restos
da divisão por 3 somente podem ser 0, 1 ou 2.
Se a = 3q , está comprovada a hipótese.
Se a = 3q + 1, então a + 2 = 3q + 2 + 1 = 3q + 3 = 3 (q + 1) ⇒ a + 2 é divisível por 3.
Se a = 3q + 2, então a + 1 = 3q + 2 + 1 = 3q + 3 = 3 (q + 1) ⇒ a + 1 é divisível por 3.
Portanto, uma das três formas será divisível por 3. ■

8. Prove que o produto de dois números inteiros é ímpar se, e somente se, ambos os números são ímpares.
Solução: Admita dois números ímpares p e q tal que p = 2k + 1 e q = 2k′ = 1.
(=⇒) Fazendo p · q

p · q = (2k + 1) (2k ′ + 1)
= 4kk ′ + 2k + 2k ′ + 1 = 2 (2kk ′ + k + k ′ ) + 1

(⇐=) Considere um número w = pq . Onde w é um número ímpar. Supondo por absurdo que p e/ou q
são pares chegamos ao absurdo de que w é par. Assim, p e q devem ser ímpares. ■

17/19
9. Prove que, quaisquer que sejam os inteiros a e b, a expressão a + b + a2 + b2 representa um número
par.
Solução: Se a é par, a2 também é par, mas se a é ímpar, a2 também é ímpar. O mesmo acontece com
beb .
2

Sendo assim, a2 + a é um número par e b2 + b também é um número par e portanto, a2 + a + b2 + b


também é par. ■

10. Na divisão euclidiana de 802 por a, o quociente é 14. Determine os valores possíveis de a e do resto.
Solução: Pelo algoritmo de divisão euclidiana 802 = 14a + r com 0 ≤ r < a.
Uma solução particular é (a, r) = (57, 4), assim as soluções gerais são: a = 57 + t e r = 4 − 14t. Mas,
como 0 ≤ r < a, temos
0 ≤ 4 − 14t < 57 + t
Isto é, −3 < t ≤ 0, logo, t = {−3, −2, −1, 0}.
Assim, valores possíveis de a e do resto são:
(a, r) = (54, 56) , (55, 32) , (56, 18) , (57, 4)

11. É possível encontrar dois inteiros múltiplos de 5 tais que o resto da divisão euclidiana de um pelo outro
seja 13? Justique sua resposta.
Solução: Se um número múltiplo de 5 é dividido por um outro múltiplo de 5, ou a divisão será exata,
ou terá um resto também múltiplo de 5. Como 13 não é divisível por 5 o resto não poderá ser 13. ■

12. Quantos números naturais entre 1 e 1000 são divisíveis por 9? Justique a resposta.
Solução: Todos os números entre 1 e 1000 podem ser colocados sob forma de uma PA onde a1 = 9 e
an = 999 com razão r = 9. Assim, determinar o número de termos dessa PA é conhecer a quantidade de
números naturais entre 1 e 1000 que são divisíveis por 9.
999 = 9 + (n − 1) · 9
9n = 999
n = 111

Ou seja, temos 111 números. ■

13. Seja m um inteiro cujo resto da divisão por 6 é 5. Mostre que o resto da divisão de m por 3 é 2.
Solução: solução está no livro. ■

14. Se o resto na divisão euclidiana de uma inteiro m por 8 é 5, qual é o resto da divisão de m por 4?
Solução:

m = 8k + 5
m = 4 · 2k + (4 + 1)
m = 4 (2k + 1)

Fazendo a divisão de m por 4


4
= 2k + 1
m
Assim, o resto é 1. ■

15. Se m é um inteiro ímpar, mostre que o resto da divisão de m2 por 4 é 1.

18/19
Solução:

m · m = (2k + 1) · (2k + 1)
m2 = 4k 2 + 4k + 1
m2 = 4 k 2 + k + 1


Chamando k2 + k = q então:
m2 = 4q + 1
Assim, o resto é 1. ■
16. Encontre o máximo divisor dos pares de números que seguem e, para cada caso, dê uma identidade de
Bezout.
a) 20 e 74
Solução:

70 = 20 (3) + 14 (i)
20 = 14 (1) + 6 (ii)
14 = 6 (2) + 2 (iii)
6 = 2 (3) + 0 (iv)
=⇒ mdc (74, 20) = 2
Da equação (iii) escreve-se
14 − 6 (2) = 2 (v)
Combinando iv com i
(74 − 20 (3)) (3) − 20 (2) = 2
74 (3) − 20 (9) − 20 (2) = 2
74 (3) + 20 (−11) = 2
Assim o mdc (20, 74) = 2 e uma identidade é 74 (3) + 20 (−11) = 2. ■
b) 68 e 120
Solução: O mdc (68, 120) = 4 e uma identidade é 68 (−7) + 120 (4) = 4. ■
c) 42 e -96
Solução: O mdc (41, −96) = 6 e uma identidade é 42 (7) + 96 (−3) = 6. ■
17. O máximo divisor comum de dois números é 48 e o maior deles é 384. Encontre o outro número.
Solução: Como 384 é divisível por 48 então 48 é a resposta. ■
18. O máximo divisor comum de dois números é 20. Para se chegar a esse resultado pelo processo das
divisões sucessivas, os quocientes encontrados foram, pela ordem, 2, 1, 3 e 2. Encontre os dois números.
Solução:

a = b · 1 + r; 0 < r < b
b = r · 5 + r1 ; 0 < r1 < r
r = r1 · 3 + r2 ; 0 < r2 < r1
r1 = r2 · 3 + r3 ; 0 < r3 < r2
r2 = r3 · 1 + r4 ; 0 < r4 < r3
r3 = r4 · 3
Portanto, r4 = mdc (a, b) e por hipótese r4 = 20 o que implica em r3 = 60.
Substituindo esses valores nas equações anteriores encontra-se a = 180 e b = 500. ■

19/19
19. a) Prove que mdc (a, mdc (b, c)) = mdc (a, b, c). b) Use o fato para encontrar o máximo divisor comum
de 46, 64 e 124.
Solução: a) Seja d = mdc (a, b, c) e provemos que d = mdc (a, mdc (b, c)).
(i) d ≥ 0, pela denição de máximo divisor comum.
(ii) Como d |a, d| b e d|c, por hipótese, então d |a e d| mdc (b, c), visto que todo divisor de b e c é divisor
do máximo divisor comum desses números.
(iii) Seja d′ um divisor de a e de mdc (b, c); então d′ |a, d′ | b e d′ |c e, portanto, divide o máximo divisor
comum desses números, ou seja, divide d.
b) mdc (46, 64, 124) = mdc (46, mdc (64, 124)) = mdc (46, 4) = 2 ■

20. Prove que mdc (n, 2n + 1) = 1, qualquer que seja o inteiro de n.


Solução: Usando o método de divisões sucessivas
mdc (n, 2n + 1) = mdc (n, 1) = 1.

20/19

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