O formato do livro define as proporções externas das páginas; a grade
determina suas divisões internas; o layout estabelece a posição a ser ocupadas pelos elementos. O uso da grade proporciona consist6encia ao livro, tornando coerente toda a sua forma. Os designers que usam grades partem da premissa que tal coerência visual permite que o leitor concentre- se no conteúdo, em detrimento da forma. Cada um dos elementos da página - texto ou imagem - tem uma relação visual com todos os outros elementos: a grade fornece um mecanismo pelo qual essas relações podem ser formalizadas. P. 42 Recentemente, um grupo de designers passou a desafiar as convensões da grade e, em alguns casos, a questionar sua real necessidade. Argumentam que é um dispositivo desnecessário que, longe de dar sustentação ao conteúdo, se posta entre a experiência da leitura e as intenções do autor. A constância não é uma vantagem, mas um prejuízo, limitando o layout da página a um conjunto previsível de soluções visuais. P. 42 A exploração e a rejeição da grade formam dois pólos entre os quais se erguem uma série de abordagens. Algumas delas inclinam-se no sentido do racionalismo formal e comedido; outras na direção do expressivo e do evocativo. O desenvolvimento das grades de livros ao longo do tempo é uma história de acréscimos, em lugar de substituiçoes. P. 42 Simétrico ou assimétrico
A primeira decisão relativa à mancha de texto de uma página espelhada é
perguntar-se: ela deverá ser simétrica ou assimétrica? As grades simétricas, as favoritas dos escribas medievais, reforçavam a simetria natural do livro. A página esquerda do manuscrito era uma imagem espelhada da direita. As páginas assimétricas, como o próprio nome indica, não possuem linha de simetria em relação à área de texto. Simétrico Assimétrico