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Fótons e Ondas de Matéria

Óptica e Fı́sica Moderna

15 de setembro de 2021
Fonte

Fonte deste material: Halliday, Resnick, Walker; Fundamentos


de Fı́sica; Volume 4 - Mecânica; 8ª Edição, LTC
Sumário

Fóton: o Quantum de Luz

O Efeito Fotoelétrico

Fótons, Momento, Espalhamento Compton

Elétrons e Ondas de Matéria

A equação de Schrödinger

O princı́pio de Indeterminação de Heisenberg


Fóton: o Quantum de Luz

I Em 1905, Einstein propôs que a radiação eletromagnética é


quantizada;
I A quantidade elementar de luz hoje recebe o nome de fóton.

Energia do fóton:

E = hf
em que h é a constante de Planck:

h = 6, 63 × 10−34 J·s = 4, 14 × 10−15 eV·s

c
f =
λ
Fóton: o Quantum de Luz
I O n° de fótons por unidade de tempo que a
casca absorve, R, é igual ao que a lâmpada
emite, Remit :
Problema
Uma lâmpada de vapor de
R = Remit
sódio é colocada no centro
de uma casca esférica que potência emitida
=
absorve toda a energia que energia por fóton
chega até ela. A lâmpada Pemit
=
tem uma potência de 100 E
W; suponha que toda a luz Pemit
=
seja emitida com um hf
comprimento de onda de Pemit λ
=
590 nm. Quantos fótons hc
(100 W) 590 × 10−9 m

são absorvidos pela casca
esférica por segundo? =
(6, 63 × 10−34 J · s) (2, 998 × 108 m/s)
= 2, 97 × 1020 fótons
O Efeito fotoelétrico

I Quando iluminamos a superfı́cie


de um metal com um raio
luminoso, de comprimento de
onda suficientemente pequeno,
a luz faz com que elétrons sejam
emitidos pelo metal.
I O fenômeno recebe o nome de
efeito fotelétrico.
I Einstein usou a ideia do fóton
para explicar esse efeito.
O Efeito fotoelétrico

Aparato Experimental
I Uma luz de frequência f incide
em um alvo T , ejetando elétrons
(chamados de fotelétrons).
I Uma diferença de potencial V é
mantida entre o alvo T e o
coletor C .
I Os elétrons ejetados produzem
uma corrente fotelétrica i que
é medida pelo amperı́metro A.
O Efeito fotoelétrico

Primeiro Experimento
I Ajustamos V para que o coletor C fique
ligeiramente negativo em relação ao alvo T .
I A diferença de potencial reduz a velocidade
dos elétrons ejetados.
I Aumentamos o valor negativo de V até que
atinja o potencial de corte Vcorte para o qual
a corrente i é nula.
I Para V = Vcorte , os elétrons de maior energia
ejetados são detidos antes de chegar ao
coletor.
I Assim, Kmáx , a energia cinética desses
elétrons, é dada por

Kmáx = e Vcorte

em que e é a carga elementar.


O Efeito fotoelétrico

Primeiro Experimento
I Os experimentos mostram que, para uma luz
de uma dada frequência, o valor de Kmáx não
depende da intensidade da luz que incide
no alvo.
I Esse resultado não pode ser explicado pela
fı́sica clássica.
I O resultado é natural se pensarmos em
termos de fótons.
I A energia que pode ser transferida da luz
incidente para um elétron do alvo é a energia
de um único fóton.
I Assim a energia máxima transferida para os
elétrons também permanece a mesma.
O Efeito fotoelétrico

Segundo Experimento
I Medimos o potencial de corte
Vcorte para várias frequências f
da luz incidente;
I O efeito fotelétrico não é
observado se a frequência da luz
for menor que certa frequência
de corte f0 ;
I O resultado não depende da
intensidade da luz incidente;
I Se a luz se comportasse apenas
como uma onda
eletromagnética, teria energia
suficiente para ejetar elétrons.
O Efeito fotoelétrico

Segundo Experimento
I A existência de uma frequência de
corte é explicada quando pensamos
na luz em termos de fótons.
I Os elétrons são mantidos na
superfı́cie do alvo por forças
elétricas.
I Para escapar do alvo, um elétron
necessita de uma energia mı́nima,
Φ, chamada de função trabalho.
I Se h f > Φ, o elétron pode escapar
do alvo;
I Se h f < Φ, o elétron não pode
escapar.
A Equação do Efeito Fotelétrico

I Einstein resumiu os resultados dos experimentos do efeito


fotelétrico na equação

h f = Kmáx + Φ
I A equação é a aplicação da lei de conservação da energia à
emissão fotelétrica de um elétron por um alvo.
A Equação do Efeito Fotelétrico

I Na frequência de corte f0 , a
Problema
energia cinética Kmáx é nula.
Determine o valor da função I Assim, toda a energia hf
trabalho Φ do sódio a partir da transferida de um fóton para
figura. um elétron é usada para ejetar
o elétron, o que requer uma
energia de Φ.

h f = Kmáx + Φ

Φ = h f0
  
= 6, 63 × 10−34 J · s 5, 5 × 1014 Hz

= 3, 6 × 10−19 J
= 2, 3 eV
Os fótons possuem momento
I Em 1916, Einstein ampliou o conceito de quantum de luz
(fóton) ao propor que um quantum de luz possui um
momento linear.
I Para um fóton de energia hf , o módulo do momento é dado
por

hf h
p= =
c λ
em que h é a constante de Planck:
h = 6, 63 × 10−34 J·s = 4, 14 × 10−15 eV·s
c
f =
λ
I Quando um fóton interage com a matéria, há uma
transferência de energia e momento, como uma colisão
clássica.
Espalhamento Compton

I Em 1923, Arthur Compton,


executou um experimento que
confirmou que os fótons
possuem energia e momento.
I O cientista fez incidir um feixe
de raios X, de comprimento de
onda λ, em um alvo de carbono.
I Compton mediu o comprimento
de onda e a intensidade dos
raios X espalhados.
Espalhamento Compton

I Os raios X espalhados contêm vários comprimentos de onda,


com dois picos de intensidade.
I Um dos picos corresponde ao comprimento de onda do feixe
incidente λ; o outro, a um comprimento de onda λ0 > λ.
I Quanto maior o ângulo, maior o valor de ∆λ = λ0 − λ
(deslocamento de Compton).
I Compton interpretou o resultado em termos da transferência
de energia e de momento do feixe incidente para elétrons do
alvo, por meio de fótons.
Elétrons e Ondas de Matéria

I Em 1924, o fı́sico francês Louis de Broglie propôs que a


equação p = h/λ fosse aplicada, não só aos fótons, mas
também aos elétrons.
I A ideia de de Broglie era usá-la, na forma

h
λ=
p
(comprimento de onda de de Broglie)

I A previsão de que as partı́culas de matéria se comportam


como ondas em certas circunstâncias foi confirmada em 1927
pelos experimentos de C. J. Davisson e L. H. Germer, do Bell
Telephone Laboratories, e George P. Thomson da
Universidade de Aberdeen, na Escócia.
Elétrons e Ondas de Matéria
Elétrons e Ondas de Matéria
I Fenômenos de interferência também foram observados em
feixes de prótons, nêutrons e vários tipos de átomos.
I Em 1994, foi a vez das moléculas de iodo (I2 ), que não só
possuem massa 500.000 vezes maior que a dos elétrons, mas
também têm uma estrutura muito mais complexa.
I Em 1999, pesquisadores observaram o efeito em moléculas
ainda mais complexas: os fullerenos C60 e C70 .
Ondas e Partı́culas

I Muitos experimentos revelam que a


matéria se comporta como uma
onda, mas existem muitos outros
experimentos que revelam que a
matéria é feita de partı́culas.
I A figura mostra os rastros deixados
por partı́culas em uma câmara de
bolhas.
I Quando uma partı́cula carregada
passa pelo hidrogênio lı́quido Imagem obtida em uma câmara de
bolhas, mostrando as trajetórias de
contido em uma câmara desse tipo,
dois elétrons (trajetórias verdes) e
o lı́quido se transforma em vapor
um pósitron (trajetória vermelha)
ao longo da trajetória da partı́cula. depois que um raio gama entrou na
câmara.
Comprimento de onda de de Broglie de um elétron


p= 2mK
Problema p
= (2) (9, 11 × 10−31 kg) (120 eV) (1, 60 × 10−19 J/eV)
Qual é o = 5, 91 × 10−24 kg · m/s
comprimento de
onda de de h
Broglie de um λ=
p
elétron com uma 6, 63 × 10−34 J · s
energia cinética de =
5, 91 × 10−24 kg · m/s
120 eV? = 1, 12 × 10−10 m
= 112 pm
A equação de Schrödinger

I Uma onda progressiva de qualquer natureza, seja uma onda


em uma corda, uma onda sonora ou uma onda luminosa.
representa a variação no tempo e no espaço de algurna
grandeza.
I Em uma onda luminosa, por exemplo, essa grandeza é
~ (x, y , z, t), o campo elétrico associado à onda.
E
A equação de Schrödinger

I Que grandeza devemos associar a uma onda de matéria?


I Vamos chamá-la de função de onda Ψ(x, y , z, t)
I Ψ(x, y , z, t) transporta:
I energia;
I momento;
I massa;
I carga elétrica.
I É natural esperar que Ψ(x, y , z, t) seja mais complexa que o
campo elétrico.
A equação de Schrödinger

I A função Ψ(x, y , z, t) pode ser escrita como:

Ψ(x, y , z, t) = ψ(x, y , z)e −iωt

em que ω = 2πf é a frequência angular da onda de matéria.

O que significa a função de onda?


A probabilidade (por unidade de tempo) de que uma partı́cula seja
detectada em um pequeno volume com o centro em um dado
ponto é proporcional ao valor de |ψ|2 nesse ponto.
A equação de Schrödinger

I As ondas de matéria obedecem à equação de Schrödinger


(caso unidimensional):

d 2 ψ 8π 2 m
+ [E − U(x)] ψ = 0
dx 2 h2
I A equação de Schrödinger não pode ser deduzida a partir de
partir de princı́pios mais simples, ela é a expressão de uma lei
natural.
A equação de Schrödinger

d 2 ψ 8π 2 m
+ [E − U(x)] ψ = 0
dx 2 h2
I E –U(x) é a energia cinética da partı́cula.
I Suponha que a energia potencial seja uniforme e constante
(ou mesmo nula).
I Como a partı́cula é não relativı́stica, podemos escrever a
energia cinética classicamente e introduzir o comprimento de
onda de de Broglie:
!2
1 p2 1 h
E − U = m v2 = =
2 2m 2m λ
A equação de Schrödinger
!2
1 p2 1 h
E − U = m v2 = =
2 2m 2m λ
I Introduzindo um fator de 2π no numerador e no denominador
do termo ao quadrado, podemos escrever em termos do
número de onda k = 2π/λ:
!2
1 kh
E −U =
2m 2π

d 2 ψ 8π 2 m
I Substituindo na equação + [E − U(x)] ψ = 0:
dx 2 h2

d 2ψ
2
+ k 2ψ = 0
dx
(Equação de Schrödinger, U uniforme)
A equação de Schrödinger

Caso U seja uniforme e constante:

d 2ψ
2
+ k 2ψ = 0
dx
em que o número de onda é dado por
p
2π 2m(E − U)
k=
h
A solução geral é
ψ(x) = Ae ikx + Be −ikx
em que A e B são constantes.
A Luz como uma Onda de Probabilidade
A versão original
A probabilidade (por unidade de tempo) de que um fóton seja
detectado em um pequeno volume com o centro em um dado
ponto de uma onda luminosa é proporcional ao quadrado da
amplitude do campo elétrico associado à onda no mesmo ponto.
O princı́pio de Indeterminação de Heisenberg

I A impossibilidade de prever a posição


de uma partı́cula com energia
potencial uniforme é um exemplo do
princı́pio de indeterminação de
Heisenberg, proposto em 1927 pelo
fı́sico alemão Werner Heisenberg.
I Segundo esse princı́pio, não é possı́vel
medir simultaneamente a posição ~r e o
momento ~p de uma partı́cula com
precisão ilimitada.
O princı́pio de Indeterminação de Heisenberg

O princı́pio de Indeterminação de Heisenberg


I Não é possı́vel medir simultaneamente a posição ~r e o
momento ~p de uma partı́cula com precisão ilimitada.

∆x · ∆px ≥ ~
∆y · ∆py ≥ ~
∆z · ∆pz ≥ ~

h
I ~= é conhecida como constante de Planck normalizada ou,

simplesmente, “h cortado”.
I ∆x e ∆px representam as indeterminações das medidas das componentes
x; as interpretações das outras duas equações são análogas.
I Mesmo com os melhores instrumentos de medida, o produto da
indeterminação da posição pela indeterminação do momento de uma
partı́cula jamais será menor que ~.
Comprimento de onda de de Broglie de um elétron

Problema px = m vx
Um elétron está se = 1, 87 × 10−24 kg · m/s
movendo no eixo x com Como px é diretamente proporcional à
uma velocidade de velocidade, a indeterminação ∆px do
2, 05 × 106 m/s, medida momento é igual a 0,50% do momento:
com uma precisão de ∆px = (0, 0050) px
0,50%. Qual é a menor  
indeterminação (de = (0, 0050) 1, 87 × 10−24 kg · m/s
acordo com o princı́pio = 9, 35 × 10−27 kg · m/s
de indeterminação da
Assim, de acordo com o princı́pio de
teoria quântica) com a indeterminação,
qual pode ser medida
6, 63 × 10−34 J · s /2π

~
simultaneamente a ∆x = =
∆px 9, 35 × 10−27 kg · m/s
posição do elétron no
= 1, 13 × 10−8 m ≈ 11 nm
eixo x?

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