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Colégio Pio XI – Anglo Manhumirim

AVALIAÇÃO BIMESTRAL

Nome: ______________________________________________________________________________

Data: ___/___/2021 Valor: 6,0 pontos Nota: _______

7º ANO - LITERATURA – JUSSARA SOUZA SOARES

Leia o texto abaixo:


ÓVNIS SOBRE A TERRA
Marcelo Gleiser

1
 No dia 19 de janeiro passado, lendo calmamente meu jornal de manhã, dei
com a seguinte manchete: "Cidade no estado de Illinois reporta presença de
óvnis". Para quem não sabe ainda, óvni é a designação de Objetos Voadores
Não Identificados, ou seja, coisas voadoras vistas no céu e que não podem ser
explicadas de forma óbvia, como um avião ou um pássaro.

A reportagem dizia que várias pessoas, principalmente quatro policiais que
estavam em patrulha naquela noite, viram o mesmo objeto flutuando suavemente
sobre plantações de milho e pequenas fazendas. Ele era enorme, do tamanho de
um campo de futebol, com dois andares, forma triangular, fortes luzes brancas
piscando em sua traseira e outras tantas vermelhas em sua parte inferior. Isso
ocorreu no dia 5 de janeiro, em torno das 4h. Será que o governo americano
estava testando uma nova espécie de objeto voador? Será que os quatro policiais
tiveram uma alucinação simultânea? Ou será que seres extraterrestres estavam
sobrevoando o interior norte-americano, em uma missão de reconhecimento?
3
 Ninguém sabe ainda a resposta. Mas ufólogos, isto é, "especialistas" na
análise de incidentes envolvendo óvnis, estão superanimados. "Esse veículo
certamente não é compatível com nenhum veículo que conhecemos", disse um
deles.
4
 Esse não é um caso isolado. A cada ano, milhares de pessoas afirmam ter
visto alguma espécie de objeto misterioso nos céus. A maioria dessas histórias
pode ser explicada de forma bastante convencional, como fenômenos
atmosféricos raros, meteoros grandes que produzem efeitos ópticos intensos,
como as bolas de fogo verdes (eu já vi algumas, realmente impressionantes),
balões de altas altitudes, em geral alongados e prateados, satélites que reentram
na atmosfera, causando bólidos de fogo visíveis a olho nu etc. Existem tantos
satélites em órbita, que em torno de três reentram na atmosfera a cada dia!
5
 Em outros casos, novos tipos de objetos voadores podem causar a
confusão. Por exemplo, quando os bombardeiros B-2 (que têm forma triangular)
começaram a ser testados, várias pessoas afirmaram ter visto um óvni sobre os
desertos do sudoeste americano. Mas será que todas as histórias podem ser
explicadas desse modo?
6
 Vamos analisar certos dados. Segundo uma pesquisa feita em 1994 pelo
órgão Gallup nos EUA, mais de 3 milhões de norte-americanos acreditam ter sido
sequestrados por extraterrestres! Os depoimentos são muito semelhantes: os
ETs entram no quarto da vítima durante a noite, ou luzes intensas "sugam" a
vítima de sua cama, transportando-a para o interior de uma espaçonave, onde os
ETs executam uma série de testes biomédicos, em geral de natureza sexual.
Terminados os testes, a pessoa é enviada de volta a sua cama. Os ETs também
são todos parecidos: pequenos, cinzentos, sem pelos ou cabelos, grandes olhos
pretos e bocas e membros minúsculos. Meio como um bebê perverso.
7
 O incrível desses depoimentos e visões é que elas jamais acontecem com
cientistas. Ou com pessoas politicamente influentes. Não seria lógico para os ETs
tentarem estabelecer contato com essas pessoas? Por que eles não têm nada de
construtivo a nos ensinar, restringindo-se apenas a repetir os mesmos
experimentos com seres humanos?
8
  É estranho que civilizações tecnologicamente avançadas, a ponto de
poder viajar pelo espaço interestelar, tenham de repetir os mesmos experimentos
milhões de vezes. Não acho que somos assim tão complicados. Afinal, se o plano
deles é trabalhar e alterar os genes humanos, os processos de clonagem não
necessitam de tantas amostras, como sabemos pelas nossas próprias (e
primitivas) experiências em genética.
9
 Sem dúvida, a descoberta de vida inteligente fora da Terra seria a mais
importante na história da ciência. Imagine que maravilha se nós não estivermos
sozinhos no Universo, mas na companhia de várias outras civilizações. Poucos
podem ter mais interesse nessa possibilidade do que os cientistas. Mas, como
disse Carl Sagan, é justamente quando nós queremos muito alguma coisa que
devemos redobrar nossa cautela, evitando transformar fantasia em realidade.
(GLEISER, Marcelo. Micro macro: reflexões sobre o homem, o tempo e o espaço. São Paulo: Publifolha, 2005.)

Questão 01 - No § 6 do texto “Óvnis sobre a Terra”, o autor afirma que “os


depoimentos são muito semelhantes”. A constatação dessa semelhança será
utilizada pelo autor como argumento favorável ou contrário à credibilidade dos
depoimentos?

Questão 02 - Em qual parágrafo o autor explicita seu argumento? Indique uma


frase que traduz claramente esse argumento.

Questão 03 - Com base no texto, podemos afirmar que o autor:


a) acredita nas visitas de extraterrestres ao nosso planeta.
b) nega a possibilidade da visita de extraterrestres ao nosso planeta.
c) põe em dúvida a veracidade dos relatos sobre visitantes extraterrestres.
d) não acredita que exista vida inteligente fora da Terra.
Questão 04 - Pode-se afirmar que a linguagem utilizada no texto é:
a) didática e informativa.
b) popular e coloquial.
c) lúdica e coloquial.
d) poética e formal.
Leia o trecho de um artigo de divulgação científica.
Fósseis mais antigos do mundo são apenas pedras, diz estudo. Em 2016,
cientistas da Austrália descobriram estruturas estranhas na Groenlândia que,
segundo eles, eram sobras de micróbios que viveram em um antigo ambiente
marinho. Estimava-se que esses achados tivessem cerca de 3,7 bilhões de anos,
o que seria uma sugestão de que a vida poderia ter se formado mais rápido do
que se pensava depois da formação da Terra.
Uma nova pesquisa conduzida pela astrobióloga Abigail Allwood, da NASA,
no entanto, concluiu que não se trata de fósseis, mas rochas – e os australianos
custam a acreditar.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/10/fosseis-mais-antigos-do-mundo-sao-apenas-pedras-diz-

estudo.html. Acesso em: 17 out. 2018.

Questão 05 - O trecho destacado expressa uma:


a) avaliação do autor do artigo.
b) crítica a respeito da descoberta.
c) descrição das peças encontradas.
d) explicação acerca da pesquisa.
Questão 06 – Quais as diferenças existentes entre o texto cientifico e o texto de
divulgação cientifica?

Leia o texto a seguir:


E.T. - O EXTRATERRESTRE
Melissa Mathison
Horas depois, Elliott estava do lado de fora, enrolado em seu saco de dormir,
sentado numa cadeira de lona dobrável, todo paciente. O posto de vigia ficava
bem em frente ao galpão de ferramentas, agora totalmente aceso. Elliott tinha
deixado a área toda "demarcada" para quando a criatura voltasse à cena do
crime
Mas seu plano de sentinela não estava dando muito certo, porque ele dormia
a sono solto, roncando com a cabeça sobre o braço. Na mão direita, segurava
uma lanterna fraca, que lançava sua luz para o alto no céu da noite.
Então, um som abafado veio dos pés de milho. Elliott despertou num instante, ao
ruído de pisadas que cruzavam o quintal. Ficou firme em seu posto, observando
enquanto a criatura mais uma vez se aproximava do galpão. Ele se sentou e
tentou chamar pela mãe, mas nenhum som saiu de sua garganta.
A criatura se desviou do galpão e lentamente caminhou na direção de Elliott.
Estendendo um braço e a mão com dedos incrivelmente longos, o ser a esticou
sobre o colo de Elliott... e deixou cair um punhado de balinhas coloridas sobre o
saco de dormir.
Elliott sorriu, aliviado, pegou uma das balas e a comeu. Depois, devolveu
uma à criatura. Ela aceitou a oferta e mastigou o doce, observando Elliott. Este se
levantou da cadeira e começou a deixar uma nova trilha de balas que levava até
o interior da casa. A criatura o seguia, comendo os doces enquanto ele
atravessava a cozinha, subia as escadas e entrava em seu quarto.
O garoto fechou a porta e respirou fundo. Tinham conseguido chegar até ali
sem acordar ninguém. A criatura espiava os cartazes nas paredes e a bagunça
sobre a mesa. Estendeu o braço para examinar uma lata com canetas e
acidentalmente derrubou-a no chão, fazendo barulho.
Elliott estremeceu, preparando-se para ouvir uma batida na porta ou um
chamado da mãe, mas nada aconteceu. Agarrou o cobertor na sua cama e o
atirou sobre o visitante, só para prevenir. Um minuto depois, Elliott puxou o
cobertor de volta deixando descoberta a cabeça do alienígena.
(Collins, Terry. E.T. o extraterrestre. Adapt. do roteiro original de Melissa Mathison. São Paulo: Ática, 2002)

Questão 07 - O texto lido pode ser classificado como uma narrativa de ficção
científica? Justifique a sua resposta apresentado elementos característicos do
gênero.
Questão 08 - As palavras iniciais destacadas ( mas e então) indicam,
respectivamente, que
a) o segundo parágrafo confirmará os fatos narrados no primeiro; o terceiro
parágrafo narrará fatos que começaram a ocorrer enquanto Elliott dormia.
b) o segundo parágrafo narrará fatos opostos aos narrados no primeiro parágrafo
e não confirmará os projetos de Elliott; o terceiro parágrafo narrará fatos que
começaram a ocorrer enquanto Elliott dormia.
c) o segundo parágrafo apenas dará prosseguimento à narração; o terceiro
parágrafo narrará fatos opostos aos narrados no segundo parágrafo e confirmará
que o plano não estava dando certo.
d) o segundo parágrafo narrará fatos opostos aos narrados no primeiro parágrafo
e não confirmará os projetos de Elliott; o terceiro parágrafo narrará fatos ocorridos
anteriormente aos narrados no parágrafo anterior.

Leia o texto abaixo:


Tempo de travessia
O julgamento (Cap. 1 – fragmentos)
Dara estava arrumando a mochila para o dia seguinte. Era fevereiro; fazia
pouco tempo que as aulas haviam começado. 
Felizmente, tanto ela como Caio haviam passado de ano. Ansiava pela volta
às aulas só para revê-lo. Mas estava difícil falar com ele a sós. O amigo parecia
ignorar tudo que haviam enfrentado juntos... 
A mãe já havia chamado para o jantar. Dara ia sair do quarto quando, ao
olhar para o criado-mudo, viu sua pedra-que-brilha reluzindo.
O coração da menina bateu mais depressa. Aquele era o sinal de Rutilo. Ele
a estava convocando! O que teria acontecido?
Dara ouviu a mãe chamar mais uma vez. Apressada, foi à cozinha e disse
aos pais que não tinha fome. Estava com dor de cabeça. Preferia dormir. 
— Mas Dara, nem mesmo um copo de leite? — protestou Dalva, sua mãe.  
— Adolescentes... — resmungou Martius, o pai, vendo a filha correr para o
quarto. 
Dara trancou a porta e apagou as luzes. Pegou na mão direita a pedra que
reluzia; deitou-se e fechou os olhos. O que aconteceria? Teria outro daqueles
sonhos que pareciam reais? 
Em minutos, seu corpo ressonava. Dara havia mais uma vez feito a
travessia para o misterioso mundo subterrâneo.
MARTINS, Eliana; RIOS, Rosana. Tempo de travessia.  São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 10.

Questão 09 - Este fragmento é o início do livro Tempo de travessia. A primeira


frase que contém um indício de fatos extraordinários próprios da ficção científica
é:
a) O amigo parecia ignorar tudo que haviam enfrentado juntos...
b) [...] ao olhar para o criado-mudo, viu sua pedra-que-brilha reluzindo
c) Pegou na mão direita a pedra que reluzia; deitou-se e fechou os olhos.
d) Teria outro daqueles sonhos que pareciam reais?
Questão 10 – Quais são principais características do gênero ficção científica?
Cite, pelo menos, duas características.

Leia o texto abaixo:


A menina sem palavra
(segunda estória para Rita)
1
 A menina não palavreava. Nenhuma vogal lhe saía, seus lábios se
ocupavam só em sons que não somavam dois nem quatro. Era uma língua só
dela, um dialeto pessoal e intransmixível? Por muito que se aplicassem, os pais
não conseguiam percepção da menina. Quando lembrava as palavras ela
esquecia o pensamento. Quando construía o raciocínio perdia o idioma. Não é
que fosse muda. Falava em língua que nem há nesta atual humanidade. Havia
quem pensasse que ela cantasse. Que se diga, sua voz era bela de encantar.
Mesmo sem entender nada as pessoas ficavam presas na entonação. E era tão
tocante que havia sempre quem chorasse.
2
 Seu pai muito lhe dedicava afeição e aflição. Uma noite lhe apertou as
mãozinhas e implorou, certo que falava sozinho:
3
  – Fala comigo, filha!
4
 Os olhos dele deslizaram. A menina beijou a lágrima. Gostoseou aquela
água salgada e disse:
5
  – Mar...
6
 O pai espantou-se de boca e orelha. Ela falara? Deu um pulo e sacudiu os
ombros da filha. Vês, tu falas, ela fala, ela fala! Gritava para que se
ouvisse. Disse mar, ela disse mar, repetia o pai pelos aposentos. Acorreram os
familiares e se debruçaram sobre ela. Mas mais nenhum som entendível se
anunciou.
7
  O pai não se conformou. Pensou e repensou e elaborou um plano. Levou
a filha para onde havia mar e mar depois do mar. Se havia sido a única palavra
que ela articulara em toda a sua vida seria, então, no mar que se descortinaria a
razão da inabilidade.
8
 A menina chegou àquela azulação e seu peito se definhou. Sentou-se na
areia, joelhos interferindo na paisagem. E lágrimas interferindo nos joelhos. O
mundo que ela pretendera infinito era, afinal, pequeno? Ali ficou simulando pedra,
sem som nem tom. O pai pedia que ela voltasse, era preciso regressarem, o mar
subia em ameaça.
9
 – Venha, minha filha!
10
 Mas a miúda estava tão imóvel que nem se dizia parada. Parecia a águia
que nem sobe nem desce: simplesmente, se perde do chão. Toda a terra entra
no olho da águia. E a retina da ave se converte no mais vasto céu. O pai se
admirava, feito tonto: por que razão minha filha me faz recordar a águia?
11
  – Vamos filha! Caso senão as ondas nos vão engolir. O pai rodopiava em
seu redor, se culpando do estado da menina. Dançou, cantou, pulou. Tudo para a
distrair. Depois, decidiu as vias do facto: meteu mãos nas axilas dela e puxou-a.
Mas peso tão toneloso jamais se viu. A miúda ganhara raiz, afloração de rocha?
12
 Desistido e cansado, se sentou ao lado dela. Quem sabe cala, quem não
sabe fica calado? O mar enchia a noite de silêncios, as ondas pareciam já se
enrolar no peito assustado do homem. Foi quando lhe ocorreu: sua filha só podia
ser salva por uma história! E logo ali lhe inventou uma, assim:
13
 Era uma vez uma menina que pediu ao pai que fosse apanhar a lua para
ela. O pai meteu-se num barco e remou para longe. Quando chegou à dobra do
horizonte pôs-se em bicos de sonhos para alcançar as alturas. Segurou o astro
com as duas mãos, com mil cuidados. O planeta era leve como um balão.
14
 Quando ele puxou para arrancar aquele fruto do céu se escutou um
rebentamundo. A lua se cintilhaçou em mil estrelinhações. O mar se encrispou, o
barco se afundou, engolido num abismo. A praia se cobriu de prata, flocos de luar
cobriram o areal. A menina se pôs a andar ao contrário de todas as direções,
para lá e para além, recolhendo os pedaços lunares. Olhou o horizonte e
chamou:
15
 – Pai!
16
 Então, se abriu uma fenda funda, a ferida de nascença da própria terra.
Dos lábios dessa cicatriz se derramava sangue. A água sangrava? O sangue se
aguava? E foi assim. Essa foi uma vez.
17
 Chegado a este ponto, o pai perdeu voz e se calou. A história tinha
perdido fio e meada dentro da sua cabeça. Ou seria o frio da água já cobrindo os
pés dele, as pernas de sua filha? E ele, em desespero:
18
  – Agora, é que nunca.
19
 A menina, nesse repente, se ergueu e avançou por dentro das ondas. O
pai a seguiu, temedroso. Viu a filha apontar o mar. Então ele vislumbrou, em toda
extensão do oceano, uma fenda profunda. O pai se espantou com aquela
inesperada fratura, espelho fantástico da história que ele acabara de inventar. Um
medo fundo lhe estranhou as entranhas. Seria naquele abismo que eles ambos
se escoariam?
20
 – Filha, venha para trás. Se atrase, filha, por favor...
21
 Ao invés de recuar a menina se adentrou mais no mar. Depois, parou e
passou a mão pela água. A ferida líquida se fechou, instantânea. E o mar se
refez, um. A menina voltou atrás, pegou na mão do pai e o conduziu de rumo a
casa. No cimo, a lua se recompunha.
22
   – Viu, pai? Eu acabei a sua história!
23
  E os dois, iluaminados, se extinguiram no quarto de onde nunca haviam
saído.
COUTO, Mia. Contos do nascer da Terra. São Paulo: Companhia das Letreas, 2014, p. 89.

Questão 11 - Há duas histórias neste conto e uma delas é um "espelho fantástico


da história" que a personagem inventou para a filha. Explique por que a menina
diz ao pai que ela acabou a história dele.

Questão 12 – O texto lido pode ser dividido em quatro segmentos. Marque a


alternativa que apresenta o título mais coerente para o segmento apontado.
a) 1º segmento: do § 1 ao § 6 - A menina que não falava e a aflição do pai.
b) 2 º segmento do § 7 ao § 11 (ou 12) - História da menina que queria a lua.
c) 3º segmento do § 12 (ou 13) ao § 16 - Visita ao mar.
d) 4º segmento do § 17 ao § 23 – A aflição do pai.

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