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«oe:
Aldo Dantas
Sees EXPEDIENTE DA EDITORA
Monica Arroyo
Marcio Cataia
Diagramador: Victor Hugo Rocha Silva Organizadores

Programacao Visual: Wilson Fernandes de Aratjo Filho

Preparacdo: Matheus Augusto Avelino Tavares

Revisdo: Paula Borin

Capistas: André Pasti e Isadora Garcia


Dos circuitos da economia urbana
aos circuitos espaciais de producao
Um dialogo com a teoria de Milton Santos

Catalogac4o na Fonte: Ana Claudia Carvalho de Miranda -

CRB 15/261 Série


Estudos Geograficos
G578 Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de
produgao: um didlogo com a teoria de Milton Santos / Aldo

Dantas, Ménica Arroyo, Marcio Cataia, organizadores. Natal:2017 -

Sebo Vermelho

556p.: il.

ISBN: 978-85-68519-38-7

1. Circuitos de economia urbana. 2. Economia urbana.


3. Geografia urbana. 4. Geografia econémica. I. Dantas, Aldo. IL.

Arroyo, Ménica. III. Cataia, Marcio:

CDU:911.3:331

SEBO
SEBO VERMELHO
Natal RN Brasil
- -

Sebo Vermelho Edicées


Av. Rio Branco, 705 Cidade Alta Natal/RN
Fone: 84.99401.9008
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59025-002\- .

br
sebovermelho@yahoo.com,
Os circuitos espaciais da producao e
os circulos de cooperacao no espaco'
Antonio Carlos Robert Moraes

Globalizacaoe fragmentag4o. Homogeinizacao e diferencia-


¢4o. Mundializacao e localismo. Universalidade e desigualdade.

Express6es significados
e do movimento do capitalismo atual,
da dialética da modernidade. Processo de mil faces. Realidade
miultipla,opaca, nao captavel pela concep¢ao ingénua de trans-
paréncia da totalidade, que impGe a necessidade de exponenciar
as mediagées para compreender seu movimento. Dai o imperativo
de apreensées angulares. Aqui interessa a espacialidade’.

“A globalizacao da sociedade e da economia gera a mun-


dializaco do espaco geografico, carregando-o de novo signifi-
cado” (SANTOS,1983, p. 15). Tal significado apresenta-se denso
de contraditoriedade. As relacées capitalistas modernas de
valorizac4o do espaco unificam fragmentando, homogeinizam
diferenciando’. Torna-se mister “compreender cada fragao do
espaco mundial em funcdo do espaco global” (Idem, p. 19) e
saber que “quanto mais os lugares se mundializam, mais se
tornam singulares e especificos, isto é, unicos*” (Idem, p. 21).
Nesse sentido, poder-se-ia dizer que os lugares se relacionam
e se tornando-se
unificam cada vez mais diferentes. Todos os
caminhos, mais do que antes, levam a Roma. E Roma, agora,
é o mundo. “Hoje, o que nao é mundializado é condigao de
mundializacao” (Idem, p. 5).

25
Dos Circultos da economia da circus cde Coaperagag No espaga
Urbana aos GiCultos espaclals do produgaa Os Circultos espactals produgado
aos

da
Estas aferi¢des sAo pressupostos para se penetrar na A discussdo
producdo
texto
na sociedade
sobre o circuito
famoso a
problematica
de cooperac4o
dos circuitos espaciais da produciio e dos circulos capitalista realizada
Politica” é bom
Introducao
por Marx no

no espaco, pois delimitam o horizonte de preo-


tal
Critica da Economia
Ali ele
patamar
indicacdes
para
iniciar um

cupagoes em que se inscreve esfor¢o. O tema da distribuicao o percurso. apresenta algumas preciosas a
da atividade econémica no espaco terrestre e das articulacdes ao explicitar unidade contraditoria
Ele
a
entre produgao, a

diferentes
critica economistas
entre os
os
lugares no processo
produtivo sempre foi distribuicdo, a troca e o consumo.

dos mais tradicionais fronteira estes “momentosdaproducao


um na
interdisciplinar entre a burgueses que trataram como
encadeamento dos e
Economia e a
Geografia’. As teorias e os modelos de localizac4o processos estanques. O
varios momentos
de circuito, circularidade.
agricola ou industrial, de andlise de fluxos, de hierarquizacao da posto como “circulag4o”.Dai o sentido
rede de cidades etc., discorreram longamente sobre tal tematica®. Eis uma primeira indicagao.
Tais esforcos, contudo, transcorreram com fundamenta-
uma
vale recordar: depois de argumentar que o “ato produ-
¢ao metodolégica basicamente positivista ou
neopositivista. de
da
Em termos de andlise econémica, houve uma dominancia da
cdo é em todos os seus momentos um ato
de
consumo (MARX,
perspectiva neoclassica, em termos de Geografia a ética eco-
1974, p. 218), que a distribuic4o éum (Idem,
“fator producao
p. 225) e que “a propria troca é um ato incluido na produc4o
l6gica imperou. A explicacao funcional, o sistemae a projecao sintetiza:
matematica (idem, p. 227), Marx
delineiam os limites de tais estudos. As criticas a
de que distribuigdo,
a
estas abordagens ja se avolumam’. formalista Seu
foi carater Nao chegamos a conclusdo a
produgao, antes
enfatizado, tais estudos se prenderam nas aparéncias do real, a trocae consumo sdo idénticos, mas que
interior
sao
elementos
unidade.
na epiderme dos processos, na estatica dos desenhos. Enfim,
de uma totalidade, diferenciagdes no
de uma quadro na
[...] A produgdo ultrapassa também o seu proprio
analisavam resultados de uma légica que lhes permanecia determinacdo antitética de si mesma, tal como os outros

dela sem
estranha. Pois “o espaco nao pode ser estudado como se os momentos. E a partir que o
processo recomega

[...] producao determina portanto um


objetos materiais que formam a
paisagem trouxessem neles
cessar. Uma
consumo,
distribuicdo, uma troca determinada, igual-
mesmos sua propria explicac4o” (SANTOS,1982, p. 40).
_
uma

mente as relacées distintas determinadas


regulando
desses diferentes

O horizonte momentos. (idem, p. 228)


aqui assumido
compreender a espacia- visa
lidade mediacio particularizadora, naquele sentido de
como
Pode-se daqui deduzir que discutir
circuitosespaciais os

que a particularidade é um campo de mediacées*. Os circuitos producao-distri-


espaciais da produgao e os circulos de cooperacio no espaco
da produgao é discutir a
da
espacialidade
circular
devem, entdo, ser discutidos na ética da mundializacdo do espaco
buic4o-troca-consumo
elementos
como
movimento
determinantes
constante.
dar conta da € esséncia
Captar seus
geografico e da globalizacaio das relacées sociais de producdo. de seus movimentos.
Trata-se de clarificar instrumentos conceituais para compre- defende
ender divisdo espacial do trabalho em miltiplas escalas. Para £ interessante observar que Nahuel Moreno que
a
tanto, deve-se buscar a ldégicaterritorial da internacionalizac4o é citacao
na acima transcrita de Marx que se
encontrasuafor-
“lei do
do capital, pois “o mundo como
espaco se torna
espaco global
mulaciio mais acabada da posteriormente denominada
do capital” (Idem, p. 15). desenvolvimento desigual e combinado” (MORENO, 197, p. 113).
ideia de lei,
Este autor -

corretamente a nosso ver


- critica a

27
26
circulos de cooperagdg no espago
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de producao
Oscircuitos espaciais da producdo e os

introduzida Trotsky, segundo ele, preferindo falar de uma


por
de avancar,
Antes cabe resgatar uma
citado. Trata-se
indicagao
de
outra
de uma série
teoria visa dando contida no texto de Marx
que explicar a relag&oentre génese e estrutura
conta da criagao das novas qualidades, A combinac4o do desigual- consideracées a respeito da objetivacao do capital espaco. no

outras capital o
mente desenvolvido criaria o novo. George Novack, outro autor Como ele lembra inicialmente:
instrumento
“Entre
coisas,
de producio, é também, trabalho
que reflete sobre esta “lei”, coloca-a como manifestacao da
uma é, também, um

1974, p. 215).
“interpenetracao dos contrarios”. Para ele, desigualdade seria
a passado,objetivado”(MARX, trabalho acu- Esse

anterior 4 combinacdo, resultando da “natureza contraditéria mulado de


é denominado fixo”!”, que “capital
“meio de
nao é

produgao” para
destrufdo
do processo social e da dialética do desenvolvimento humano” no ato do consumo, e que resta como

também esta
(NOVACK,1974, p. 28). A combinacdo apareceria “com a necessi- 0 novo circuito lembra
(Idem, que
sentido,
p. 222). Marx
dade de superar a pré-existente desigualdade” (Idem, p. 50). Em “distribuicdo” dos meios de produgao, certo que
producao (Idem, p. 225).Poder-se-ia aventar deter: em

termos histéricos, Novack argumenta: mina a

distribuicdo objetiva as determinagoes da divisdo do ta


trabalho
0 Capitalismo é um sistema econdmico mundial. Nos ultimos
no espago, sendo, em si, a divisdo espacial do trabalho.
cinco séculos, se desenvolveu de pais a pais, de continente
a continente, e passou através de sucessivas
fases de capi- Do pode-se deduzir que aoscircuitos
que foi exposto
dada dotacao
talismo comercial, industrial,
estatal
financeiro, a Capitalismo
monopolista. Cada pais, mesmo atrasado, foi levado
espaciais de producao corresponde
uma

forma
de fixo melos
a estrutura das relagées capitalistas e se viu sujeito a suas leis de producdo sobre 0 espaco, que sob
a
de capital
Tal
de funcionamento. Portanto, cada nac4o entrou na divisdo participam continuamente
do circuito. expressaem
determinada
dotagao
internacional do trabalho sobre a base do mercado mundial sua magnitude, diversificag&o etc., uma
posigao
capitalista,
diferentes
cada uma participou numa forma peculiar e em
na divisdo do trabalho (qualquer que sejado
em dado momento
expressdo e expansdo do Capitalismo, universal
graus
jogou diferentes
na

papeis nas distintas etapas de seu desenvol-


e
aescala considerada). Tal processo historia -
na

vimento. (Idem, p. 36-37) capitalismo complexiza periodo atual (mundial, mono-


-

se no

formas de cooperagao que de


polista) pela introdugao novas
Vé-se que a teoria do desenvolvimento desigual e com- escala global, rompendo os
se inscrevem espacialmente numa
binado, segundo autores mencionados, flui diretamente da
tematica em
os

foco. Origina-se na teorizacdo marxiana sobre


circulos tradicionais de coopera¢4o no espago”.
do
Talprocesso como

unidade identidade-diferenca, e avanca com Trotsky que discu-


a
se dd através da internacionalizagao capital, visto
tiu articulagdo entre o processo de expansao do capitalismo
processo constante do desenvolvimento capitalista
do
e como
fixo,
etapa atual. Amagnitude
a |

caracterizador de sua
capital
e as “peculiaridades nacionais”’. A etapa monopolista teria sem divida, intervém diferenciacao, porém, pode-se
nessa
intensificado importancia, com advento da mundializac4o determinacao fundamental hoje repousa numa
sua
levantar que sua
total. Esta orientacdo tedrica alimenta uma via fértil de indaga-
¢des, onde emerge a problematica da “convivéncia associada”
circulacdo essencialmente financeira,
de cada
que
certosentido
Tal questo demanda
em

anula as peculiaridades espaco.


de diferentes relagdes de producgdonum mesmo circuito™. As leituras.
a introducio de outras
questées da divisdo espacial do trabalho e da internacionaliza-
cao do capital alojam-se no centro de tal discussdo, ensejando -
No ambito da Geografia,Edward Soja é um dosautoresque

muitos debates". se voltam para essa problematica. Entendendo a espacialidade

29
28
cliculos de Cooperagag NO espago
Dos circultos da economla urbana aos crculfos espacials de produgia Os Circullos espackals da praduigdo¢ Gs

constitui “uma
como
“forma material das relagdes sociais de producio, expres- do capital mundial. 0 conjunto desses centros
frente tinica oligopolista” que monopoliza a pesquisa de
territorial ino-
sao concreta da divisdo do trabalho”, propée para
da expansao capitalista
esta disciplina a elaboracdo de uma “teoria do desenvolvimento vacées tecnolégicas base estratégica

geograficamente desigual” (SOJA,1983, p. 36-37). Para ele, tal atual. Hymer argumenta que o acesso informacao determina
4

processo reflete o padrao constante da espacialidade capitalista a localizacdo do centro. Num segundo patamar da hierarquia
“atividades de
que reproduz diferengas numa hierarquizac4o do espaco em estariam “as cidades eleitas” que alocam as

atividades
coordenacio”. Na base da hierarquia estariam
diferentes as
escalas. Em suas palavras:
diferentes lugares, difundidas
O Capitalismo, de
operacionais espalhadas por
originado um
espaco desenvolvido
mundo. Alerta entao a existéncia de “areas
forma por todo o para
desigualmente, transforma
e a matriz
espacial
sua

herdada enquanto desenvolve-se desigualmente ao longo de inovacdo” e “Areas ajuste”, com um fluxo de capital que
de
do tempo, e permanece sempre dependente, em certo obedece a uma estratégia ditada pelo centro. Tem-se uma pro-
grau, do desenvolvimento geograficamente desigual por ducdo cada vez mais cosmopolita e difundida (implicando num
ele produzido. (idem, 62) incrivel
p.
amplo circulo de cooperacao) acompanhada de uma
“status
“centralizacado espacial da decisao”. Nesse sentido
A o
internacionalizagdo capital manifestar-se-ia do
enquanto um processo, por esséncia, espacialmente desigual relativo” dos lugares nao
umasituagao desigual
se altera. HA
e combinado. Os lugares se individualizariam
especializando quanto a capacidadetécnica capital (fixado e em circulagao)
e de
dada divisdo do trabalho. “a concorréncia internacional
uma Nesse sentido a mundializacao que reproduz exponencialmente
implicaria numa uniformizacao e numa diferenciacao dos luga- imperfeita” (Idem, p. 20). Nas palavras de Hymer: “A divisdo
res. Os limites da plena homogeinizac4o
repousariam, segundo internacional do trabalho mantém a cabeca separada das maos
Mundo
Soja, no fato das diferencas serem
ele, estudos devem
fontes de Para super-lucros. e cada mao separada da outra”, num jogo onde o Terceiro
“exército industrial de reserva de dimensao
os encaminhados
ent4o ser
para a andlise aparece como um

da “transferéncia do valor”. 111).


geografica Poder-se-ia deduzir a espacial” (Idem, p.
existéncia de um circuito espacial do excedente em diferentes dessa mundia-
Hymer entende que os grandes agentes
escalas. A acumulacdo ao nivel internacional daria a base para
a observacdo desses fluxos. lizacdo contemporanea foram as empresas multinacionais.
Ele parte da
Cabe adentrar um pouco em sua argumentacao.
Trabalhando com
metodolégicos nao con-
pressupostos definicdo de M. Byé “unidades inter-territoriais”
de (definicdo de
flitantes com os até aqui
apresentados, Stephen Hymer observa denso significado geogrdfico) aponta e sua génese nas grandes
que a internacionalizagao do capital se d4 com uma divisdo de nacionais multidivisionais norte-americanas, que
empresas
baseada num “equilibrio oligopolista”,resultando haviam revolucionado a estrutura organizacional articulando
mercados desigual” que tende a “produzir uma
num

a descentralizacao da producdo (por ramo, setores e até com

‘desenvolvimento
do trabalho
divisdo
concorréncia interna de divisées) com a centralizag4o do con-
hierarquica
divisao vertical
entre regides geograficas semelhante a
do trabalho dentro da empresa” (HYMER,1978 trole de investimento (Idem, p. 46). Estas empresas desenvolvem
p. 37). No
do
dpice desta hierarquia estariam “os centros radiais uma ldgica de integrac4o e dispersdo organiza¢ao, que
tal capaci-
na sua

chama
planejamento estratégico” (Idem, p. 83), as
metrépoles que inclusive as libera espacialmente. Hymer
detém o controle da decisdosobre as estratégias de aplicacdo dade de “extraterritorialidade” (Idem, p. 78), isto é, integrar a
y Z

31
30
Dos circuitos da economia urbana Os circuitos da producao e os circulos de cooperagdo no espaco
aos circuitos espaciais de producao espaciais

dispersdo, diversificar centralizando a decisao. O


planejamento produtos mundiais (uma producao cosmopolita), mercados
dos “circulos de produtos” exemplifica tal
capacidade, o “pro- mundiais, fluxos mundiais, e que a divisdo espacial da producao
duto mundial” sé se unifica no planejamento de investimento se manifesta, basicamente, como um processo de internacionali-
do capitalismo
da empresa (Idem, p. 75). Nesse sentido, a multinacional pode zacao do capital. Assim, no espacgo mundializado
ser definida como um
“agente de alocacio eficiente do capital monopolista a ética para se apreender os circuitos espaciais
mundial” (Idem, p. 27), que “difunde o capital” e “centraliza da produco deverd ser
a global, e as localizacoes singulares
o controle (das decisées), estabelecendo uma rede integrada deverao ser discutidas na escala da divisdo internacional do
verticalmente, na qual diferentes Areas se especializam em dife- do e das mercadorias mesmo
trabalho“. O circuito capital que
rentes niveis de atividade” (Idem, p. 79). Hymer complementa: circulando espacialmente numa escala local se vé, direta ou
“o internacional dessa tendéncia envolvido circularidade mundial. Poder-
significado de
estratificadora indiretamente,
dizer “circuito
numa

superior” é todo articulado numa


reside principio
em um

diferenciacao vertical dentro da


correspondéncia que relaciona a se-ia
matha
que o

medida em que este a circuito comanda


hierarquia empresarial coma global"*,Na
distribuic4o espacial do emprego e das remuneracées” (Idem vida de todos é
lugares perturbada
valorizacdo do espaco, a os

divisdo internacional do tra-


p. 81). A “dimensdo espacial da hierarquia da empresa”
(Idem, pelos seus diferenciados papeis na

do capitalismo se faz universal, este


p. 50) é uma
desigual dos
hierarquizacdo dos lugares, uma
beneficios”, o fundamento da “cooperacao imper-
“distribuicéo balho. Porém, se a presenca
como visto, evolui de forma espacialmente desigual.
processo,
feita” (Idem, p. 64). Esta cria e solidifica Ahistéria do capital é espacialmente seletiva (SANTOS,1978, p.
interdependéncias
acumulado
tornando
internacional
a produ¢ao
global, acabando por igualar no
dos fatores de producdo (Idem, p. 24).
plano 170). A distribuicdo
fixado
de equipamentos, de trabalho
carater desigual. Cabe entender
o prego e de capital ganha um

Hojeexiste, segundo Hymer, uma “plena producio capitalista a combinacao dessa desigualdade.
internacional” com a
A combinacao do desigual se expressa num processo
sendo si divisdo internacional do traba-
incorpora¢4o da mao de obra de muitos
paises em uma hierarquizador, em a

estrutura produtiva empresarial integrada mundialmente. lho. Tomemos exposic4o de Luciano


a Coutinho sobre o tema.
[...] unificando o capital mundial e a mo de obra mundial
dentro de um sistema entrelacado de interpenetragao que
Segundo ele, internacionalizacao esta completa, e se deu pela
a

modifica completamente o sistema de economias nacionais propria “internacionalizagao das grandes empresas oligopolistas”
que caracterizou o capitalismo mundial nos ultimos trezentos (COUTINHO,1977, p. 63). Isso ocorreu porque “a fronteira externa

anos. (Idem, p. 96) de acumulacio permitiu ao capitalismo oligopolista manter


Frente que foi colocado
ao
um dinamismo continuo no apés guerra, escapando das restri-
jd se pode indagar a respeito
da quest4o das escalas na andlise dos circuitos ces que o moderado crescimento dos mercados centrais Ihes
espaciais de assim “sistema oligopolista
imporia” (Idem, p. 64). Criou-se um
producdo e dos circulos
de'cooperacao
no Foi dito
espaco. que
global”, constituido por um “sistema matriz” e um “sistema
os circuitos deveriam como
ser
vistos dea espacialidade da pro-
afilhado”. Este é “espaco
0 econémico das empresas oligopolistas”
ducao-distribuicdo-troca-consumo um dado produto, e os
e engendra um “vigoroso circuito do capital financeiro”. Nessa
circulos de cooperagao
da producao. Foi
fundamentos da divisao
visto
como

também
espacial novadivisio, “descentraliza-se em escala mundial distribuic&o a
que no
capitalismo atual existem
geogréficados meios industriais de producao”, acompanhada de

32 33
circulos de cooperagdo no espago
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de produgao Os circuitos espaciais da producao e 0s

de uma situagao
uma “homogeneizac4onos setores oligopolistas”e uma “centrali- tecnologia auténoma, implica na manutencdo
(Idem, p. 74). Como resultado tem-se
zac4o da propriedade” (sAo600 empresas, segundoo autor). “Nas de dependéncia estrutural”
de grande
economias periféricas este tipo de homogeneizacao tecnoldgica a “obsolescéncia precoce” e a rapida “esterilizacdo”
fixado. Porém, em certos casos, 0 “custo de
enxertada de fora redundaria na ampliacdo das desigualdades massa de capital
inter e intra-setoriais” (Idem, p. 65). O “hiato tecnolégico” entre difusao” inovacSo (Idem, p. 77). A seletividade espa-
retarda a

cial do investimento se acentua. A combina¢ao aprofunda a


matriz e filial se exponencializa. O agente de tal processo sao as
multinacionais que combinam “a maximizacio planejada de lucro desigualdade entre os lugares.
a escala global, com a descentralizacgao geografica da producdo elementos: 0 papel da
de Coutinho traz novos
0 texto
industrial” (Idem, p. 65). Porém, a internalizac4o se completa Eles
acirrando os choques inter-capitalistas, levando “processo
inovacdo tecnoldgica e do capital
financeiro.
comanda-
crescente de degradac4o da ordem internacional”
a um

(Idem, p. 67).
riam légica da circulacao
a internacionalizada e

Cabe ent4o ver


oligopolizada
do capital, na escala global no mundo hoje’®.
movimento. O texto de J. C.
fim das “fronteiras de articulam
num mesmo
Com o externas expansao”, 0 sis- como se

tema matriz vé cair sua taxa de lucro. Os Estados Nacionais se Braga e F, Mazzucchelli -

“Notas introdutérias ao
capitalismo
relagao.
veem em dificuldade, “devem coordenar os interesses contra- monopolista”
-

apesar de sintético contempla bem esta


ditérios e complexos de suas respectivas sociedades nacionais
Os autores partem da afirmagao do carater progressivo
e concilid-los com os interesses especfficos internacionalizados do capital:valorizacao maxima, continua elevacdo
de
produtivi-
dos polos oligopolistas de
poder” (Idem, p. 68). A politica eco- da divisdo do trabalho,
némica doméstica dos paises centrais, por outro lado, influi
dade, intensificacao constante adequacao
constante da estrutura técnica, concentrac¢ao,centralizacao e

na ordem mundial. As multinacionais criam seu “padrdo de internacionalizacdo. progressdo chegam ao capital finan-
Nessa
expansao, planejado globalmente”. Na crise pdés-1970vé-se o ceiro: “sintese do capital monetario com o produtivo” segundo

planejamento de da
aloca¢&o capacidade ociosa subsistemas 1981, p. 58).
definicao de Hilferding (BRAGA;MAZZUCCHELLI,
nos

afilhados, com 0 rearranjo de alocagao do capital mundial. de se adquirir fluidez


Busca-se centralizar a massa capital para
Tem-se a auséncia de “novas fronteiras de acumulac4o produ- dos investimentos hoje. Este
e liquidez, requeridas pelo volume
tiva” (Idem, p. 73). O sistema oligopolista buscar o super-lucro
vai
volume crescente“barreiras técnicas
cria e financeiras” que
hiperexpans4o do circuito financeiro internacional. aestrutura
numa

Passa-se a uma “acumulacdo improdutiva”, com ciclos de expan-


impedema entrada de novos concorrentes,
de capital fundem a
gerando
oligopdlica.“No capital financeiro as
massas
sdo-recessao mais frequentes. S6 a inovac4o constante e sua
forma juro, o que é fundamental na estrutura
forma lucro coma
das tecnologia (com monopédlicado capital”. Tem-se uma associacao
exportac4o permite manutencdo
a taxas. A
e dinamica
a inovacdo concentrada
no-centro) de “maquina deao
torna-se uma
total de circuitos que passam a integrar o movimento das
crescimento” criando “novas fronteiras acumulacio” diferentes fracées de capital num mesmo arranjo. “O potencial
distribuir-se pelo planeta. Todo este circuito vai depender dos de crédito e de progresso técnico inerente aquelas unidades
niveis de investimento, da “liquidez” do sistema financeiro. 0
de capital (o monopolista) hes permite tracar
o
crescimento
autor conclui que 0 “novo esquema da divisao internacional do
como elemento estratégico da concorréncia pelo dominio de
trabalho industrial, tendendo tornar recorrentes os problemas mercados, com o que sua acumulago de lucros adquire
um vigor
para a formacdo de uma base produtora de bens de capital e

35
34
Os circuitos espaciais da produ¢ao
e os circulos de cooperagdo no espago
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de produgado

transcende entre o e o capital financeiro. E sobre o comportamento


origindrios, promovendo
os marcos nacionais espaco
que
ainternacionalizagao do capital e produzindo emsimultaneo do capital fixado numa conjuntura
de crise econdmica. E como

financeiro.
divisdo internacional do trabalho” (Idem, p. 60) capital fixo entra no circuito
alteragées na

de
o

E
assim vai avangando uma expansdo-planejada da alocacao Aprofundandomais no tema, podemos Belluzzo
tomar
“O
o texto

Capital
capital monopolista, que define o ritmo das inovacées. Luis G.
-

de Maria da Conceicio Tavares e

cri

Financeiro e a Empresa Multinacional”. Os autores partem da


quadro
Este vai ser perturbado P pela
a crise d:a estrutura
sob a forma
anélise da “autonomizagao do capital-dinheiro,
‘4 oli

ja oligopolizada. Marx como a forma mais


de capital a juros”, ja discutida por
As unidades é a seu
“absurda” onde “a forma simples do capital anteposta
centralizadas de
capital (os monopélios) tentarao
perpetuar possibilidades de valorizacao de seus capitais (TAVARES;BELLUZZO, 1980,
as

fixos j4 imobilizados, de modo que isto, ao lado da perspectiva préprio processo de reproducao”
crescente, expressa na expansao
da valorizacio ficticia de seus capitais monetdrios excedentes p- 113). E esta autonomizacao esta na
tende a rigidificar a estrutura técnica problematizar 0
e
do sistema de crédito, que génese do capital finan-
desenvolvimento das fronteiras de inovacées.
(idem, p. 60) ceiro. permite um aumento
Este significativo “na capacidade
é fundamental no capitalismo
A valorizagao ficticia aparece como “um circuito de valo- de mobilizacdo de capitais”. Isto
— i

acabando por ter


iro”, ina
moderno como visto, envolve pesquisa tecnoldgica, amplia-
rizagdo
entefinanceiro
estritam a dominancia que,
ri a6strutura¢ao
o estritan do
monopodlica capital” com uma
,

exterioridade cao de escala de producao


de capital
e, principalmente, “a imobilizacao
fixo” (Idem, p. 115).
"0 movimento em ao relac¢4o ciclo produtivo. Assim, crescente grandes massas
de
exista “livre e compacto”.
A acumulacdo pede que 0 capital
°
circuito financeiro monetdrio que sanciona a valorizac4o
maneira pode fluir sem obstaculos para colher
“Apenas dessa
ficticia transforma
se reduz a
valoriza¢ao do valor-capital em
a

produc4o da mais-valia, em algo que


al
nooO novas oportunidades e, concomitantemente,
de lucro, reforcar
que nao imobilizado nos circuitos prévios
apropriagdo de trabalho alheio, sendo é o poder do capital industrial
éunicamentea dinheiro que
acaba por realizar a centrali-
valorizag4o em do capital monetarizado. (Idem, p. 62) de acumulacio”. Essa necessidade
Os bancos que,
lucro é mais zacao fusdo presentes no capital financeiro.
e a
A axa de nao industrial, mas financeira. “nas relacées intersticiais do
3 fixo fixado no caso americano, avancavam
se exponencializa em volume, criando eles a
‘.capita
icudades
para
sua destruigado,que é requerida pela fronteira sistema”, vém ao centro do comando
da economia. E com
materializa na
‘ inovacdes”. Tal tenso é “resolvida” ao nivel dos monopé- pratica da valorizagao ficticia do capital, que
se

“a importancia crescente
ce que dominam
io s
:

a cena na atualidade.
.

Tem-se que destruir “criacio contabil”. Observa-se


entao
valor do capital
fixado inercialmente. das praticas destinadas a ampliar ficticiamente o

para inovar, capital


e o atua E 0 circuito
necessaria a constituicéo de um enorme e
financeiro fiel da existente, tornando
é
o balanca.
financeiro” (idem, p. 117-118).Elasticidade
oe
complexo aparato
do trabalho divisdo internacional as palavras-chaveda
economia: “ampliar
Observa-se
de capital hoje obedecem
que a

légica
e
e fluidez tornam-se
além da capacidade real de valorizagao”.
a
alocagao espaco no a uma
a capitalizacdo para
oriunda do circuito financeiro. lugares
as estratégias dos monopélios
mundializados
articulam
sub.
légica
Os e
Fazer dinheiro do dinheiro.

metidos se numa

implacavel de valorizacdo ficticia. Cabe aprofundar a


relacko
37
36
Os circuitos espaciais da produgdo€
os circulos de cooperagao no espaga
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de producao

Este stica da
O aparecimento das multinacionais é visto como elemento nacionais” deve
é de
ser
internacionalizagao.
analisada na

central de todo esse processo: “a grande empresa americana alerta, aparentemente banal, importancia.Vivemos suma
mundia-
constrdéi seu poder monopolista sobre 0 carter intrinsicamente numa economia globalizada, espa¢go
de relagdes num

lizado. Oscircuitos sio multiescalares, porem envolvidosnuma


financeiro da associagado que lhe deu origem” (Idem, p. 119).
do capital
Segundo os autores, o
“capital trustificado” conduz neces-
teia de interesses internacional. fluxos
financeiro
Multiplos
Os

consolidam clareza
com hierarquia dos lugares.
a
sariamente ao financeiro, pois a partir de um certo volume
arranjos se formamcombina¢ao dessa desigualdade.
na
precisa expandir-se para fora de seu circuito, e passa entado a
ja podemos
executar “exportacdo financeira de capital”. Tem-se assim
uma De posse das indicagées até aqui levantadas, expli-
um novo ciclo de internacionalizagao que, “nessa etapa, requer entrar na discussdo dos autores que, na Geografia, mais
da
a reproducdo do capital
global” (Idem, p. 120). Para tanto cria citamente trataram do tema dos “circuitos espacials produ-
“um mercado financeiro a escala mundial”, um vigoroso circuito
cao”. A formulagao mais direta nessa
encontrada PTE problematica
financeiro™*. Desta forma, ha que se atentar Metodologia 0
paradel Desarrollo
capital industrial americano que migra através
que nao é apenas
das multina-
aparece no projeto
Centro
“MORVEN:
de Estudios SD
Regional”,desenvolvido pelo
o

cionais, também o sistema financeiro desse pais se expande. Na


(CENDES) da Universidade Central da Venezuela.Osfundamentos
Alexandro e
verdade, este “circuito espacial transnacional”, operado pelos teéricos do projeto, coordenado por
Sonia
duas
Barrios do
publicacdes CENDES,
grandes bancos, se expande mais que 0 “circuito produtivo”. Rofmann, est4o apresentados em

A especulacdo passa a comandar o investimento. As taxas do editadas 1978. emtextos dos dois Os
mencionados,
autores criticade
mercado internacional embrenham
se por todas as atividades contidos publicagSes, mais
nessas
avaliacao e uma

dos paises do sistema afilhado. Os “circuitos internos” dos projeto “Circuitos Regionais de Produgao:
-

Milton Santos ao

paises periféricos passam a refletir “as da


condic¢des liquidez um Comentario” elaborada 1980 (quando
-

projeto ja
estudos empiricos),
havia em o

serao
internacional” (Idem, p. 123). em
realizado algumas aplicagoes
das consideragées que se seguem.
Chegamos assim a face desse processo nas economias objeto
a
modelopara
nacionais, tematica levantada no

nalizacdo do capital na atualidade avanca num processo desigual


inicio do trabalho. A internacio- O MORVEN

“segmentacao dos
propée chegar
espacos
estuday
nacionais”, de
a um

forma “compreen er
a

e combinado. Nesse sentido, o alerta emitido por Aloisio Teixeira e especificar como vao interagindo diferentesagentes
pre os

capacidade
a
quanto ambiguidade do conceito de “capitalismomonopolista de dutivos sobre o espaco, objetivandomaximizarsua
Estado” dessa realidade é interessante de Barrios

O autor
no

defende
trato ser lembrado.
4 internacionali-
de acumulacdo” (MORVEN,1978, 5).Sonia
p. avan¢ana
desseproposito,
“respostas nacionais” explicitagao dos fundamentos
que as

za¢ao do capital foram muito variadas, e que,


conceituais 3
necessario formular
nesse sentido, é interacdo entre “processos sociais
marcosterritoriais”q
“uma compreender a
de expansdo
teoria-coerente
capitalista no pdés-guerra, com as diferenciacdes
tanto do movimento est4 em foco. Busca-se
pais, sua segmentacdo pela “regionalizagao
configurasao
espacia ,en
1978,ims
de um
nacional
(BARRIOS,
.

e particularidades que engendrou, quanto dos diversos “organizacao social do espaco”


nacionais”
casos

(TEIXEIRA,1983, p. 96). Ele lembra que o “espaco de Para tanto é necessario ver 0 espaco
pe
objetodetraba
como 0,
F assim um
acumulac4o monopolista” é mundial, e que aac4o dos Estados na instrumento de trabalho e suporte de instrumento.
“concorréncia, reconcentrac4o e modernizacao [...]dos
espacos

39
38
Os circuitos espaclats da produgao ¢ os crculos de cooperagdo no espago
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de producao

bom
elemento que se manifesta como
parte substancial capital do “diretas”, as “relacées técnicas de producdo” seriam um

indicador. Em termos de vinculacées “indiretas”, as origens


constante “que se incrementa-

no capitalismo monopolista”
dos financiamentos cumpririam este papel. Com tudo, a
clara
e
que por isso joga um papel fundamental no de
-

processo
do circuito” seria dada pela identificacao dos
acumulacao atual. A hierarquizacdo, a centralizacAo, agéo
a “«ndividualizac4o
movimento. Rofmann
sobre a produtividade do trabalho, a localizacao, a seletividade, diferentes agentes envolvidos em seu
e mesmo 0 circuito financeiro, séo todos tépicos discutidos defende ser a identificacdo dos atores mais significativa que
a dos ramos e setores envolvidos. diferencial “captagao” do
A
pela autora, num tom que nfo difere do até aqui apresentado. o cir-
Trata-se de ver como o espaco entra na atualidade, nas ten- excedente seria outro aspecto a considerar. Delimitado
trés de seus elementos constitutivos: as
tativas de sustentar de lucro. Barrios cuito caberia rastrear
as taxas chega, assim,
a da de assumir dtica interna- atividades existentes e sua hierarquia, definindo a atividade
consideracao imperiosidade a

dominante; os modos de produgao envolvidos


e também aquele
cional, lembrando que os circuitos regionais estavam ligados dife-
“formas técnicas” envolvidas nos
que é dominante”;
e as
a etapa concorrencial do capitalismo (Idem, p. 25). Para ela,
Baseado
para entender os circuitos, ha que se considerar “o espa¢o rentes estdgios do encadeamento, e suas desigualdades.
econdmico das grandes firmas, espacgos que se entrecruzam nestes trésparametros, Rofmann chegaa discutir algumas tipo-
sobre das logias de “agentes”, optando por
uma classificacao baseada na
os marcos geopoliticos nacionais, e que, na maioria com
vezes, OS sobrepassam” (idem,p. 26). A questdo é ent4o ver como “organizacao da producao”. De sua argumentacdo emerge
associada de relacdes
se da
reparti¢ao do excedente mundial e nacional,
a como os destaque a problematica da convivéncia
Numa
monopélios se apropriam de “setores estratégicos dos circuitos capitalistas e nao capitalistas de produgao”. passagem,
maior: discutir a “reprodugio da
de acumulac4o”. Enfim, como se organiza o espaco para se Rofmann define seu objetivo
mais eficiente 4 do marginalidade nos paises subdesenvolvidos” (Idem, p. 14).Nesse
tornar valorizacdo capital. ao resvalar para um terreno
ponto sua discussdo se empobrece
Sonia Barrios fornece bases teérico-metodoldégicas em Ele acaba por contrapor
ético, de grande ambiguidadeconceitual.
as

que se inscreve esforgo do MORVEN, entretanto


o é Rofmann dominados” no circuito. O que
“agentes dominantes” e “agentes
quem da operacionalidade ao plano de pesquisas. Em seu texto
na pratica, o campo das contradicées 4 escala regio-
circunscreve
~-

“Notas sobre subsistemas espaciais e circuitos de acumulacio do capital m undializados


nal, Nesse sentido, mesmo os agentes
regional” propée estudar -

os encadeamentos das unidades manifestacio regional, inseridos num


ser vistos
passam a em sua
de producao, distribuig&o e consumo “em seus imbricamentos de perdas e ganhos espacialmente circunscrito ao
movimento
espaciais”. Estes encadeamentos, “em que se pode desdobrar o
fluxo material de certas mercadorias (definidoras do circuito).
processo de
acumulacfo”, recebem em sua dimensdo espacial a local fechada, que se relaciona
circularidade com
Tem-se uma
denominagao de “circuito econdmico de acumulagao regional” o mundo na velha ética da “drenagem do excedente”. Resta

(ROFMANN,1978, p.4-5).Apesar das criticas que formula a “visao a denuincia de como os monopélios detém
para Rofmann propor
regional”, o autor acaba por reapresentar ao debate a velha tese o “controle estratégico” dos setores dinamicos do circuito, e
do “regional como subsistema do
sistema nacional”, ao defender de como o “setor moderno” capta a maior parte do excedente
a ideia que a reunido dos varios circuitos definiria o “subsistema O “circuito nacional” ea “transferéncia de valor” sao
regional.
regional” (Idem, p. 5). Avancando, Rofmann aponta vinculacgées
diferenciadas encadeamentos. de
lembrados ao final do texto (Idem, p. 33
e seg.).
nos Em termos vinculacées

at
40
circulos de Cooperagao na espago
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de produgao Os circuitos espaciais da produgdoe os

O capital fixo, o
As formulacées de Rofmann merecem alguns comentarios. espaco, abandonada por Rofmann.
devem ser bem identificados, assim
constante como
Partindo de uma fundamentacdo tedérica genérica fornecida e o fixo constante

pelo texto de S. Barrios -

que, como foi dito, nao esta em discor- devem ser bem localizadas as unidades produtivas da
dentro
interface
a internacionalizacao
Na entre
dancia ideias até aqui apresentadas -, o autor acaba por
com as organizacao espacial. a
enveredar por um caminho interpretativo distinto. Em primeiro do capital e a realidade histérica do pais,
devedosalocada
ser

circulos
lugar, embrenha-se numa proposta de pesquisa excessivamente problematica dos circuitos espaciais da producio e

regionalista, onde a internacionalizacao vira mero pano de de cooperacdo no espago.


fundo. Em segundo lugar uma dtica também excessivamente
relatério de leituras, cabe apontar para
Finalizando este
sociologizante, que acaba por perder o nexo com os processos esta
econémicos (estrito senso) que, afinal, so os determinantes na
que direcdo deve, estudo
a
sobre
nosso
da pro-
ver, avangar
circuitos
0

problematica. Entende-se que


os
dos circuitos
espaciais
estruturacdo (pelo menos visdo aqui defendida).
Estas duas criticas sAo levantadas
na

arguto comentario de Milton


duc4o constituem trama que podeem
rigidamente
sua o ser

produtivo. Em outras palavras,esteé,


no
definido espaco
como
Santos a respeito da metodologia do MORVEN. ai estabelecidas dao se
em si, a As
malha dos circuitos. relagdes
Existem articulacdes entre
Numa contestacg4o mais do que a aqui
diplomatica em e entre escalas diferenciadas.
empreitada, Milton Santos lembra que é necessdrio captar a producio local e consumo mundial”, entre produgdo consumo e

“interferéncia entre os circuitos”, em termos técnicos, econé- local financiados por investimentos externos”, entre produgado
mico-sociais e politico-econdmicos (SANTOS,1980, p. 8). Lembra e consumo mundiais” etc. Existem circuitos extremamente
também a necessidade de aprender as relacdes entre o capital dispersos e outros altamente concentradosespacialmente.
fixo e o circulante, entre as firmas, e entre os ramos. Alerta que Qualquer que seja 0 caso,
hojeconsiderar,
contudo, devemos
sincronias locais obe- funcionais
o critério econdmico preside o técnico, e que os fluxos podem com Milton Santos”, que as
O
ser de diferentes tipos. Propde o estudo de “circuitos de ramo” decem a um tempo e a um acumulacgao
ritmo de
mundial,
(que “nos dao, através
relacdes das que presidem técnicas os circuito, claramente internacionalizado, do capital financeiro
das vigoroso elemento ordenador da produc&o
e relac6es correspondentes, a localizagao das ati-
sociais aparece como um

vidades e aspectos relevantes da tipicidade dos lugares” Idem, de diferentes rincédes do planeta.
p. 12), “circuitos de firmas” (que “nos permitem reconhecer circulos de no

relagdes econdmicas a varios niveis e diferentes escalas, assim


Nesse processo se estabelecem cooperacao
mesma circula-
espaco que integram diferentes lugares numa

as relagées sociais controlam” Idem,


como que provocam ou

dao a
ridade (de mercadorias e de capitais). desenham Estes
circulos
p. 12), “circuitos espaciais” “territoriais”. Estes “nos
e ou

situacgdo relativa dos lugares, isto é, a defini¢ao da respectiva


fluxos.
hierarquias, especializacées,
Suas sobreposicSes
interior
delineiam se movimen-
a divisdo territorial do trabalho. E no seu que
frag4o de espacgo, num dado momento, em func4o da divisdo No plano
geograficado
do trabalho
tam os processos valor.
de transferéncia
o elemento
sobre o espaco total de um pais” (Idem, p. 12). excedente
local, capacidadede internalizacao do
sera
a
Milton Santos afirma ainda, critica sutil, circuito Essa
da grande firma
numa

destrdi
relacées, pelo velhas
que o
definidor de posic&o relativa
sua espaco mundializado. do
no

contrario, tende a
nem

criar
sempre
“modalidades de cooperacdo”. Enfim, o
as
capacidade traduz basicamente
se
dos
volume magnitude
investimentos
no

novos
e

numa
capital fixado, atua que na atracao
autor retoma, a nosso ver, a 6tica da producao e reproduc4o do

AS
42
irculas de cooperagdo no espago
Os circultos espacials ca produgaaeos ¢
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de produgao

COSTA, Wanderley Messias da. 0 espago como categoria de andlise.


circularidade desigual crescente. A espacialidade do capitalismo
In: CONFERENCIAREGIONAL LATINO-AMERICANA DA U.G.L., 1982,
contempor4neo traz, dessa forma, uma t6nica de especializacao Rio de Janeiro. Anais..., Rio de Janeiro, 1982.
dos lugares. Como foi dito ao inicio, homogeiniza diferenciando,
num movimento desigual e combinado. oe
O processo
. contemporaneo de industrializagao
expansao da produg4o industrial
em
(Um estudo sobre a

Para avancar mais nessa formulacao seria necessario


territério paulista). Sdo Paulo, 1982. Dissertacao (Mestrado) -

de Sao Paulo.
penetrar numa andlise mais profunda da relacao entre o capital Departamento de Geografia, FFLCH, Universidade
financeiro e o capital fixo. Nesse sentido, o aprofundamento recentes na divisdo internacional
COUTINHO, Luciano. Mudangas
na obra de Sraffa parece fundamental. discute exa-
Esse autor
2, 1977.
do trabalho, Contexto, So Paulo, n.

tamente “descongelamento
o de capital fixo”, sua transfor-
do
COUTINHO, Luciano; BELLUZZO, Luiz. O desenvolvimento
macio em capital circulante, pelas agdes que revalorizam a
e a reorganizacao da economia mundial no

“propriedade-capital”. A relacgdo do capital financeiro com o capitalismo avangado


Sao Paulo, n. 23, 1979.
seria itinerdrio do estudo. obra classica pés-guerra. Estudos Cebrap,
espaco o outro Aqui a
Uma nova divisao
de R. Hilferding Capital Financeiro
-

O devera ser minuncio- -

DEBART, Jean Charles; LEFLOHIC, Francoise.


Sao Paulo, n. 8, 1980.
internacional do trabalho. Temas,
samente analisada’, principalmente o capitulo XXII que trata
da “exportac4o de capital e a luta pelo espago econémico”. Ali é EGLER, Claudio. A dimensao territorial da crise: em busca da dina-
GEOGRAFIA E FILOSOFIA,
discutida a politica territorial do capital financeiro, vista como mica espacial do valor. In: SEMINARIO
Rio de Janeiro, 1983.
parte de sua politica econémica. Enfim, é por estes caminhos que 1983, Rio de Janeiro. Anais...,
prosseguiremos o trabalho, cujos resultados serao englobados modo de produgao
GIANOTTI, José Arthur. Notas sobre a categoria
livro “A Formac4o Territorial”, que estamos redigindo. Estudos Cebrap, Sao Paulo, n. 17,
no
para uso e abuso dos socidlogos.
1976.

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estudo de um centro industrial Paulo, 1972. Tese
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45
AA
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de producdo
Os circuitos espaciais da produgdoe os circulos de cooperagao no espago |
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__
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subdesenvolvidos: Os dois sistemas de fluxo da economia urbana
e suas implicacgéesespaciais. Boletim Paulista de Geografia, S4o
Paulo, n. 53, 1977.
_-----
. Por uma geografia nova. Da critica da geografia a uma

geografia critica. Sio Paulo: Hucitec, 1978.

47
46
circtlos de Coaperagadg fo Espago
Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de producgdo
Os CICUILOS espartals da produgad eos

os trabalhos de J. L. Coraggio
Notas
Entre outras podemos lembrar
Relacionadas com o Estudo das
-

“Algumas Quest6es
América Latina’, Roberto Lobato
1 Este texto circulou originalmente mimeografado com o DesigualdadesRegionais na
de
seguinte esclarecimento do autor: “Relatério comentado de Corréa “Repensando teoria dos lugares centrais”, e
-

a
leituras apresentado como trabalho de avaliacg4ono curso ‘A Ariovaldo Umbelino de Oliveira “Contribuicao para o Estudo -

fase historica atual’, da GeografiaAgraria: critica ao ‘estado isolado’ de von Thunen”.


reorganizac4o do espaco geografico na

ministrado pelo Prof. Milton Santos na pés-graduagao do Sobre a questo da particularidadever G. Likacs -

IntroducZo
Departamento de Geografia da F.F.L.C.H. da Universidade “A Questo Légica do Particular
A Estética Marxista, cap. I
-

de Sao Paulo, no segundo semestre de 1984”. Posteriormente


em Kant e Schelling”.
foi publicado em espanhol, com tradugo de Pablo Ciccolella
da I
Revolucdo Russa,
-

Ver L. Trotsky -

Histéria cap.
e Marcelo Escolar, no livro intitulado Aportes para el estudio
“Peculiaridade do desenvolvimento da Russia”.
del espacio socio-econémico, organizado por Luis Yanes e Ana
Marfa Liberabi, pela Editorial El Coloquio,Buenos Aires, 1989. interessante discussao
10 Sobre esta questao pode-se tomar a

teorizacao desenvolvida por Wanderley sobre 0“colonato”, efetuada por José de Souza Martins em
Sobre a espacialidade ver a
O Cativeiro da Terra, cap.1 “A producdo capitalista de
-

Messias da Costa em “O Espaco como Categoria de Andlise”,onde de colonato


o autor defende “espacialidade dos processos sociais”
a e nao 0 relacdes nao-capitalistas de producao: 0 regime
fazendas de café”.
espaco como objeto de uma geografia da sociedade. nas

Esta tematica é posta como crucial na atualidade por autores 11 Tome-se por respeito da existéncia
exemplotoda adiscussao a

ou nao de um “Modo de Producdo Colonial”. A este respeito


como Lefebvre, A. Lipietz e N. Poulantzas, entre outros.
H.
A este respeito pode-se ver o trabalho de E. Soja: “Uma ver a coletanea “Modos de Producio e Realidade Brasileira”.
Pode-se retomar discussdo encadeada pelo
também toda a
interpretagdo materialista da espacialidade”.
texto Caio Prado da colonizag4o”. Uma breve
Jr. -“O sentido
Grifo do original discussao geografica pode
avaliagdo dessa problematica na

obtida em Antonio Carlos Robert Morais “As Condigdes


Autores como J. Brunhes, A. Demangeon, M. Sorre, e mais ser

trataram exaustivamente dessas Naturais e a Estruturacdo do Espago Agrario”.


recentemente P. George
questédes, numa perspectiva que poderiamos denominar 12 Ver: Piero Sraffa -

Producao de Mercadorias por meio de


de empirico-funcional. Também os economistas envolvi- X “Capital Fixo”.
Mercadorias, principalmente o capitulo -

dos como a Economia Espacial e com a “Ciéncia Regional” XV “O


Geografia Nova,
-

abordaram de forma privilegiada estas questdes (lembremos 13 Ver: Milton Santos: Por uma cap.

as obras de Paterson e de H. Richardson, entre outros). Espaco Total de Nossos Dias”.


critica aos limites de tais trabalhos obtida
pode monopélio miltiplo transnacional, o desenvolvi-
Uma ser
14 “Na fase do
em Antonio Carlos Robert Moraes e Wanderley Messias da das forcas produtivas ocorre na escala do planeta. A
mento
Costa: “Espaco, Valor e a Quest4o do Método”. do trabalho dat decorrente € ao
divisdo mundial capitalista
Uma visita aos de Chorley e Hagget, de Brian
trabalhos mesmo tempo uma especializacao adiantadae uma integracao”.
Maza Zavala citado por Milton Santos “A Geografia no fim -

Berry, entre bem atesta


outros, esta afirmacao. Os modelos
do século XX: a redescoberta e a remodelagem do planeta e
os
locacionais em geral tém na base a tentativa de captar a
nota 3, p. 24.
légica da distribuigao da atividade econédmica no espaco. novos papeis de uma disciplina ameagada”,

AQ.
Dos clrcultas da economia urbana crculos de
aos Circultos espactals de pradugao Os circuilos espacals da pradugag¢ os Cooperagdo Nb espago

15 Ver: Milton Santos 0


Espaco Dividido, e “Desenvolvimento industrializada de baleia para o
da
mer
-

22 A produgao carne
Econémico bom exemplo deste
e
Urbanizac¢aoem Paises Subdesenvolvidos: os cado asiatico na Paraiba parece ser um

dois sistemas de fluxo da economia urbana e suas


implica- tipo de articulacao.
¢6es espaciais”.
23 Poder-se-ia qualquer multinacional
tomar
produz parao
que
16 A este é interessante Também muitos
respeito tomar discuss4o exemplo.
trilateral demais
“organismos de cooperacdo”,
e os
a sobre
em suas
a mercado metropolitano como

do complexode Cubatao, a esse respeito ver: Lea Goldenstein


ramos -

estratégias geopoliticas. Sobre o trilateralismo da Baixada Santista: Estudo de um Centro


pode-se Industrializacao
consultar: J. C. Lubart e F. L. LeFlohic -

“Um Nova Divisio Industrial Satélite.


Internacional do Trabalho”.

17
24 0 caso do “carro mundial”, montado no
Brasilexportado, e

Ver:Jodo Manuel Cardoso de Melo -

“Prefacio” aL. G. Belluzzo seria exemplo.


um bom Também a industria aeronautica,
0 Senhor Unicérnio. O
Em entrevista Wanderley Messias da Costa
-

e 0 a revista
-

4 -

1984), este autor também recoloca


Presenca (n?
da
estudada por
Contemporaneo de Industrializagao (Um
Proceso
Estudo
entre inovacdo-destruicdo no
bojo da crise
a questo relacdo
capitalista. Expansdo da Producao Industrial
em Territério i. s Paulista).

18 Sobre expansdo do sistema


dollars)
a

e acrise monetdria
financeiro (eurodollars, petro- 25 Ver: Milton Santos -

“Relacdes espaco
Geografia
temporais no

XVIII
mundo -“A
L. G. Belluzzo “O Desenvolvimento
-

do Capitalismo Avangado
internacional, ver: L. Coutinho e subdesenvolvido” e Por uma

estudos geograficos”.
Nova,
cap.

nocdo de tempo nos


e a
Reorganizacdo da Economia Mundial no Pés-Guerra”.
19 A ideia do
26 Um gedégrafobrasileiro a se
antecipar decons:
na tomada
foi Claudio
regional como
subsistema do sistema nacional é apre- da obra de
sentada, por exemplo, em Hilhorst
ciéncia da centralidade
Hilferding
PlanejamentoRegional. J. -

Egler, que debate ideias do economista


austriaco
busca
emseu
da dinamica
20 texto “A dimensiao territorial da crise: em
A concepcao da existéncia de “modos de producdo, com
do valor”.
um dominante” possui uma matriz althusseriana, sendo espacial
bastante polémica no interior do campo marxista. 0 jamen-
cionado debate sobre “o modo de
producdo colonial” é bem
ilustrativo das argumentacées. Aqui aceita-se a
concep¢ao
desenvolvida por J. A. Giannotti a respeito dessa categoria
no texto: “Notas sobre a categoria modo de
producao para
uso e abusos dos socidélogos”.
21 Sobre este assunto, o estudo de Otdvio G. Velho
Autoritario
~

Capitalismo
e
Campesinato ~

mostra relacées sutis entre a


producdo familiar dos posseiros nas franjas da Amazénia e
a
alimentacao da forca de trabalho metropolitana do eixo
RJ-SP-MG. Ver também J. V. Tavares dos Santos —

Os colonos
do vinho; e os trabalhos de J. Graziano da Silva.

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